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‘Evito sair de casa entre 7h e 8h30; há trânsito dentro do condomínio’ A bancária Rosemary Andreata, de 47 anos, mora em um condo- mínio de Alphaville, em Santa- na de Parnaíba, há 10 anos. “Pro- curava resgatar um pouco da mi- nha infância e poder deixar meus filhos brincarem na rua. E encontrei isso aqui.” A falta de infraestrutura de serviços e comércio no residen- cial em que vive nunca a inco- modou. A padaria mais próxi- ma fica a dois quilômetros de sua casa. “Quando escolhi mo- rar aqui, eu sabia que precisaria usar o carro para qualquer ativi- dade”, afirma. Lago de pesca. Rosemary diz que gosta muito do condomí- nio porque é sossegado. Por ser um lugar afastado, não há o ba- rulho típico das grandes cida- des, segundo diz. Ela conta que pode caminhar pelas ruas e que no local há um lago de pesca esportiva. “Gosto de ficar em casa, eu me sinto em um resort”, admite a bancária. E reforça: “Não pen- so em me mudar daqui”. De acordo com o superinten- dente comercial da Brook- field Incorporações, Carlos Eduardo Fernandes, o Al- phaville influenciou muitos bairros planejados em re- giões periféricas de São Pau- lo. “As pessoas que com- pram imóveis nessas áreas estão cientes da necessida- de de usar o carro.” O superintendente da Brookfield lembra que mui- tos condomínios criam espa- ços de lazer.” De acordo com Fernandes ainda existem oportunidade e muitas área a serem exploradas em São Paulo para esse tipo de em- preendimento em áreas das regiões oeste, sul e leste. Bancária escolhe Alphaville para deixar filhos brincarem na rua FELIPE RAU/ESTADÃO VÂNIA ARAÚJO/ARQUIVO PESSOAL ARQUIVO PESSOAL DIVULGAÇÃO/BROOKFIELD O Colina de São Francisco até parece uma grande família. Vâ- nia é amiga de Marcelo Fonse- ca, que trabalha na mesma insti- tuição que seu marido – na qual Rita também já trabalhou. Os três são amigos. Rita Negro, de 46 anos, e Vâ- nia Maria de Araújo, de 44 anos, residem no condomínio há três e doze anos, respectivamente. Embora gostem do sossego do local, hoje elas se incomodam com o trânsito. “Eu até consigo ir andando ao centro comercial que há aqui, mas não é perto e a oferta é pe- quena”, conta Vânia. Mas tam- bém é só. Segundo ela, para qual- quer outra necessidade, somen- te de carro. A promessa de viver longe do estresse diário da cidade gran- de não é mais realidade ente 7h e 8h30, segundo Vânia. “Eu evi- to sair de casa nesse horário, o trânsito é intenso aqui dentro do condomínio.” Dos três amigos, Vânia é uma das mais antigas moradoras do bairro e uma das mais críticas ao projeto. “A segurança já foi melhor do que é hoje. E o trânsi- to está intenso já dentro do con- domínio, que cresceu, sem pla- nejamento”, diz. Crianças. Mesmo assim, ela ainda tem elogios a fazer ao bair- ro planejado. “O que mais me agrada é a tranquilidade. Para as crianças, é ótimo (ela tem dois filhos de 3 anos e 10 anos). Eles têm os amigos no condomí- nio e brincam aqui dentro. Ain- da é mais seguro.” A mais nova moradora da tur- ma, Rita Negro é a que está mais distante do centro comercial do bairro. “Para qualquer coisa que eu precise aqui, eu tenho de pegar o carro. Não consigo fa- zer nada andando.” Rita conta que, quando ficou sem carro, foi uma única vez an- dando até a avenida fora do con- domínio para pegar ônibus, uma caminhada de quase 30 mi- nutos, com algumas subidas. “Depois disso, aderi à carona de uma vizinha.” O que mais pesa na sua deci- são de continuar no bairro é a segurança e a calmaria do local. “Esse é o lado bom de morar aqui. Sinto-me segura para ca- minhar à noite, o local é arbori- zado e fico tranquila até de pa- rar o carro na rua.” Mesmo sendo “refém” do car- ro, Rita está satisfeita com o bairro que escolheu para resi- dir. “Aqui não há ruído. Eu ouço passarinhos cantando ao acor- dar, isso não tem preço.” Planejados para quem gosta de dirigir Na contramão da ideia de trabalhar e viver perto, condomínios fechados deixam seus moradores dependentes do automóvel Vizinhas. Vânia (esq.) e Rita elogiam a segurança do local Moradora de conjunto na zona oeste de São Paulo conta que apenas uma vez andou até a avenida para pegar ônibus Carona. No conjunto de casas e prédios onde Marcelo Fonseca vive, na zona oeste, os moradores costumam dar carona uns aos outros para irem trabalhar Josiane e um filho. Casa a quase 5km da Raposo Tavares Atrativo Alphaville. Projeto influenciou outros bairros planejados; agora, terá edifícios residenciais Edilaine Felix Em busca de conforto, tranqui- lidade e segurança muitos pau- listanos se refugiaram em con- domínios fechados, dentro da cidade ou em municípios vizi- nhos como Cotia, Barueri e Santana de Parnaíba. Diferen- temente de hoje, quando a dis- tância e o trânsito estão se tor- nando fator de relevância nas discussões no mercado imobi- liário e a Prefeitura paulistana tenta incentivar o uso de trans- porte coletivo, moradores des- ses conjuntos exclusivamente residenciais não viam (e não veem) problema de depender do carro para simples ativida- des do dia a dia como ir a uma banca de jornais ou à padaria. “Os moradores procuram qualidade de vida e segurança e, sinceramente, não se impor- tam muito com a locomoção”, afirma o gerente geral da imobi- liária G3i, Marco Antonio Gar- buglio. A empresa comercializa imóveis na Granja Viana, bairro do município de Cotia, onde os edifícios são proibidos. Já na Vila São Francisco , na zona oeste da capital, o Colina de São Francisco, além de ca- sas, possui prédios. E como mui- tos empreendimentos desse ti- po tem praças, ruas arborizadas e tranquilas. Sem infraestrutu- ra de comércio, serviço e trans- porte público, os moradores precisam de carro para as ativi- dades diárias. O bancário Marcelo Fonseca, de 42 anos, vive há sete anos no condomínio e não se incomoda de precisar tirar o carro da gara- gem para atividades simples do dia a dia. “Escolhi morar aqui pelo sossego, antes eu vivia em um local movimentado e baru- lhento.” Ele conta que os resi- dentes criaram uma espécie de sistema de carona entre eles, já que cerca de 30% trabalham na mesma empresa. Outro fator determinante pa- ra Fonseca – que tem filhos de 7 e 13 anos – é a segurança, segun- do ele, oferecida pelo condomí- nio para as crianças brincarem. “Eu não troco aqui por nenhum lugar mais agitado com infraes- trutura de serviços.” Para a analista de sistemas Jo- siane Casula do Val, de 38 anos, o preço dos imóveis, além da se- gurança e da tranquilidade, atrai compradores para a Gran- ja Viana, onde ela vive desde 2006. De acordo com o gerente geral da G3i, dificilmente se en- contra em qualquer outra re- gião de São Paulo casas confor- táveis pelo preço do metro qua- drado da região, que está entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. Garbuglio, que trabalha na re- gião desde os anos de 1970, con- ta que naquela época as pessoas adquiriam terrenos de até cinco mil metros quadrados. “Hoje, há casas para todos os bolsos, desde 60 m² por R$ 220 mil até de 150m² por R$ 570 mil.” Ter de tirar o carro da gara- gem para ir comprar pão – a pa- daria mais próxima está a um quilômetro de sua casa – não in- comoda Josiane. “Para chegar à Raposo Tavares são quase cin- co quilômetros. Preciso de car- ro para fazer tudo.” Antes de morar em um condo- mínio, a analista de sistemas re- sidia em um bairro movimenta- do, mas queria um lugar com mais verde. Com dois filhos, de 3 anos e 13 anos, ela conta: “Eu sempre quis morar em um local arborizado. E aqui na Granja Viana o preço do metro quadra- do também era mais atrativo. Mas a estrutura e a segurança do bairro foram relevantes para a decisão.” Qualidade. Nem mesmo o fa- to de ter de enfrentar cerca de quatro horas diárias no trânsi- to pesado para ir e voltar do trabalho, no bairro de Pinhei- ros, desestimulam a analista de sistemas. “Eu adoro morar aqui. Nos finais de semana, não quero sair de casa. A quali- dade de vida é o que conta para quem trabalha distante. Usar o carro para tudo é o de menos”, afirma Joseane. Tanto que, mesmo agora, quando está de malas prontas, ela não vai deixar a Granja – vai para uma outra casa nas imedia- ções. “Estou mudando, mas vou apenas trocar de lado da Ro- dovia Raposo Tavares. Conti- nuarei no mesmo bairro.” Garbuglio, da imobiliária G3i, afirma que a Granja Viana reú- ne mais de 100 condomínios. “A procura é grande para loca- ção e compra. Muitos alugam para testar a região. Gostam e, posteriormente, efetivam uma compra”, diz o gerente. Segundo ele, os residentes vieram de diferentes regiões de São Paulo buscando, além do bom preço, qualidade de vida e segurança. “Sabem que precisa- rão de carro, mas isso não é im- peditivo”, alega. Moradora conta que gosta de ficar em casa, mas que dependência do carro não a incomoda “Eu sempre quis morar em um local arborizado. Mas a estrutura e a segurança do local foram relevantes para a minha decisão” JOSIANE CASULA DO VAL Moradora da Granja Viana 2 Imóveis SÁBADO, 23 DE NOVEMBRO DE 2013 O ESTADO DE S. PAULO

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Page 1: %HermesFileInfo:Ci-2:20131123:2 Imóveis SÁBADO ...sites.unisanta.br/hemeroteca/arquivos/a978.pdf · ‘Evitosairdecasaentre7he8h30; hátrânsitodentrodocondomínio’ AbancáriaRosemaryAndreata,

‘Evito sair de casa entre 7h e 8h30;há trânsito dentro do condomínio’

A bancária Rosemary Andreata,de 47 anos, mora em um condo-mínio de Alphaville, em Santa-na de Parnaíba, há 10 anos. “Pro-curava resgatar um pouco da mi-nha infância e poder deixarmeus filhos brincarem na rua. Eencontrei isso aqui.”

A falta de infraestrutura deserviços e comércio no residen-cial em que vive nunca a inco-modou. A padaria mais próxi-

ma fica a dois quilômetros desua casa. “Quando escolhi mo-rar aqui, eu sabia que precisariausar o carro para qualquer ativi-dade”, afirma.

Lago de pesca. Rosemary dizque gosta muito do condomí-nio porque é sossegado. Por serum lugar afastado, não há o ba-rulho típico das grandes cida-des, segundo diz. Ela conta quepode caminhar pelas ruas e queno local há um lago de pescaesportiva.

“Gosto de ficar em casa, eume sinto em um resort”, admitea bancária. E reforça: “Não pen-so em me mudar daqui”.

De acordo com o superinten-

dente comercial da Brook-field Incorporações, CarlosEduardo Fernandes, o Al-phaville influenciou muitosbairros planejados em re-giões periféricas de São Pau-lo. “As pessoas que com-pram imóveis nessas áreasestão cientes da necessida-de de usar o carro.”

O superintendente daBrookfield lembra que mui-tos condomínios criam espa-ços de lazer.” De acordo comFernandes ainda existemoportunidade e muitas área aserem exploradas em SãoPaulo para esse tipo de em-preendimento em áreas dasregiões oeste, sul e leste.

Bancária escolhe Alphaville paradeixar filhos brincarem na rua

FELIPE RAU/ESTADÃO

VÂNIA ARAÚJO/ARQUIVO PESSOAL

ARQUIVO PESSOAL

DIVULGAÇÃO/BROOKFIELD

O Colina de São Francisco atéparece uma grande família. Vâ-nia é amiga de Marcelo Fonse-ca, que trabalha na mesma insti-tuição que seu marido – na qualRita também já trabalhou. Ostrês são amigos.

Rita Negro, de 46 anos, e Vâ-nia Maria de Araújo, de 44 anos,residem no condomínio há trêse doze anos, respectivamente.Embora gostem do sossego dolocal, hoje elas se incomodamcom o trânsito.

“Eu até consigo ir andando aocentro comercial que há aqui,mas não é perto e a oferta é pe-quena”, conta Vânia. Mas tam-bém é só. Segundo ela, para qual-quer outra necessidade, somen-te de carro.

A promessa de viver longe doestresse diário da cidade gran-de não é mais realidade ente 7he 8h30, segundo Vânia. “Eu evi-to sair de casa nesse horário, otrânsito é intenso aqui dentrodo condomínio.”

Dos três amigos, Vânia é umadas mais antigas moradoras dobairro e uma das mais críticas

ao projeto. “A segurança já foimelhor do que é hoje. E o trânsi-to está intenso já dentro do con-domínio, que cresceu, sem pla-nejamento”, diz.

Crianças. Mesmo assim, elaainda tem elogios a fazer ao bair-ro planejado. “O que mais meagrada é a tranquilidade. Paraas crianças, é ótimo (ela temdois filhos de 3 anos e 10 anos).Eles têm os amigos no condomí-nio e brincam aqui dentro. Ain-da é mais seguro.”

A mais nova moradora da tur-ma, Rita Negro é a que está maisdistante do centro comercialdo bairro. “Para qualquer coisaque eu precise aqui, eu tenho depegar o carro. Não consigo fa-zer nada andando.”

Rita conta que, quando ficousem carro, foi uma única vez an-dando até a avenida fora do con-domínio para pegar ônibus,uma caminhada de quase 30 mi-nutos, com algumas subidas.“Depois disso, aderi à carona deuma vizinha.”

O que mais pesa na sua deci-são de continuar no bairro é asegurança e a calmaria do local.“Esse é o lado bom de moraraqui. Sinto-me segura para ca-minhar à noite, o local é arbori-zado e fico tranquila até de pa-rar o carro na rua.”

Mesmo sendo “refém” do car-ro, Rita está satisfeita com obairro que escolheu para resi-dir. “Aqui não há ruído. Eu ouçopassarinhos cantando ao acor-dar, isso não tem preço.”

Planejados para quem gosta de dirigirNa contramão da ideia de trabalhar e viver perto, condomínios fechados deixam seus moradores dependentes do automóvel

Vizinhas. Vânia (esq.) e Rita elogiam a segurança do local

Moradora de conjunto nazona oeste de São Pauloconta que apenas umavez andou até a avenidapara pegar ônibus

Carona. No conjunto de casas e prédios onde Marcelo Fonseca vive, na zona oeste, os moradores costumam dar carona uns aos outros para irem trabalhar

Josiane e um filho. Casa a quase 5km da Raposo Tavares

● Atrativo

Alphaville. Projeto influenciou outros bairros planejados; agora, terá edifícios residenciais

Edilaine Felix

Em busca de conforto, tranqui-lidade e segurança muitos pau-listanos se refugiaram em con-domínios fechados, dentro dacidade ou em municípios vizi-nhos como Cotia, Barueri eSantana de Parnaíba. Diferen-temente de hoje, quando a dis-tância e o trânsito estão se tor-nando fator de relevância nasdiscussões no mercado imobi-liário e a Prefeitura paulistanatenta incentivar o uso de trans-porte coletivo, moradores des-ses conjuntos exclusivamenteresidenciais não viam (e nãoveem) problema de dependerdo carro para simples ativida-des do dia a dia como ir a umabanca de jornais ou à padaria.

“Os moradores procuramqualidade de vida e segurança e,sinceramente, não se impor-tam muito com a locomoção”,afirma o gerente geral da imobi-liária G3i, Marco Antonio Gar-buglio. A empresa comercializaimóveis na Granja Viana, bairrodo município de Cotia, onde osedifícios são proibidos.

Já na Vila São Francisco , nazona oeste da capital, o Colinade São Francisco, além de ca-sas, possui prédios. E como mui-tos empreendimentos desse ti-po tem praças, ruas arborizadase tranquilas. Sem infraestrutu-ra de comércio, serviço e trans-porte público, os moradoresprecisam de carro para as ativi-dades diárias.

O bancário Marcelo Fonseca,de 42 anos, vive há sete anos nocondomínio e não se incomodade precisar tirar o carro da gara-gem para atividades simples dodia a dia. “Escolhi morar aquipelo sossego, antes eu vivia emum local movimentado e baru-lhento.” Ele conta que os resi-dentes criaram uma espécie desistema de carona entre eles, jáque cerca de 30% trabalham namesma empresa.

Outro fator determinante pa-ra Fonseca – que tem filhos de 7e 13 anos – é a segurança, segun-do ele, oferecida pelo condomí-nio para as crianças brincarem.“Eu não troco aqui por nenhumlugar mais agitado com infraes-trutura de serviços.”

Para a analista de sistemas Jo-siane Casula do Val, de 38 anos,o preço dos imóveis, além da se-gurança e da tranquilidade,atrai compradores para a Gran-ja Viana, onde ela vive desde2006. De acordo com o gerentegeral da G3i, dificilmente se en-contra em qualquer outra re-gião de São Paulo casas confor-táveis pelo preço do metro qua-drado da região, que está entreR$ 3 mil e R$ 4 mil.

Garbuglio, que trabalha na re-gião desde os anos de 1970, con-ta que naquela época as pessoasadquiriam terrenos de até cincomil metros quadrados. “Hoje,há casas para todos os bolsos,desde 60 m² por R$ 220 mil atéde 150m² por R$ 570 mil.”

Ter de tirar o carro da gara-gem para ir comprar pão – a pa-daria mais próxima está a umquilômetro de sua casa – não in-comoda Josiane. “Para chegar àRaposo Tavares são quase cin-co quilômetros. Preciso de car-

ro para fazer tudo.”Antes de morar em um condo-

mínio, a analista de sistemas re-sidia em um bairro movimenta-do, mas queria um lugar commais verde. Com dois filhos, de3 anos e 13 anos, ela conta: “Eusempre quis morar em um localarborizado. E aqui na GranjaViana o preço do metro quadra-do também era mais atrativo.Mas a estrutura e a segurançado bairro foram relevantes paraa decisão.”

Qualidade. Nem mesmo o fa-to de ter de enfrentar cerca dequatro horas diárias no trânsi-to pesado para ir e voltar dotrabalho, no bairro de Pinhei-

ros, desestimulam a analistade sistemas. “Eu adoro moraraqui. Nos finais de semana,não quero sair de casa. A quali-dade de vida é o que conta paraquem trabalha distante. Usar ocarro para tudo é o de menos”,afirma Joseane.

Tanto que, mesmo agora,quando está de malas prontas,ela não vai deixar a Granja – vaipara uma outra casa nas imedia-ções. “Estou mudando, masvou apenas trocar de lado da Ro-dovia Raposo Tavares. Conti-nuarei no mesmo bairro.”

Garbuglio, da imobiliária G3i,afirma que a Granja Viana reú-ne mais de 100 condomínios.“A procura é grande para loca-ção e compra. Muitos alugampara testar a região. Gostam e,posteriormente, efetivam umacompra”, diz o gerente.

Segundo ele, os residentesvieram de diferentes regiões deSão Paulo buscando, além dobom preço, qualidade de vida esegurança. “Sabem que precisa-rão de carro, mas isso não é im-peditivo”, alega.

Moradora conta quegosta de ficarem casa, mas quedependência do carronão a incomoda

“Eu sempre quis morar emum local arborizado. Masa estrutura e a segurançado local foram relevantespara a minha decisão”JOSIANE CASULA DO VAL

Moradora da Granja Viana

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2 Imóveis SÁBADO, 23 DE NOVEMBRO DE 2013 O ESTADO DE S. PAULO