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“É uma doença crônica, não transmissível, de
natureza multifatorial e assintomática (na grande
maioria dos casos), que compromete
fundamentalmente o equilíbrio dos mecanismos
vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um
aumento da tensão sanguínea nos vasos, capaz
de comprometer a irrigação tecidual e provocar
danos aos órgãos por eles irrigados.”
Hipertensão Arterial
Conceituação
NTS CVM
Aldosterona
Baroreceptores
Retenção
Na+ / VolumeFluxo Renal
Vago- SNS
+
+ SNS -
Angio I
Angiotensinogênio(Fígado)
VasoconstritoresAII (RAT )
ET, TBxVasodilatadoresNO, BK, PGIAII (RAT )
1
22
Renina
PA = DC x RPT
Angio II
Endotélio
ECA
b
b
RPT
-+
a2
b
a1
Noradrenalina
a2
Regulação da Pressão Arterial
Hipertensão Arterial
Almeida F A, Fac. Medicina – PUC São Paulo
Portadores de Hipertensão Arterial(auto-referidos) - Brasil, Vigitel 2008
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
geral 6,3 11,5 20,9 36,8 51,6 60,6
masculino 5,3 11,0 19,5 34,2 46,6 51,4
feminino 7,1 12,0 22,1 39,1 55,6 66,4
18-24 25-34 35-44 45-54 55-64 65 e +
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
8.000.000
geral 1.548.606 3.743.301 5.405.551 7.637.940 6.911.205 7.838.635
masculino 655.777 1.771.748 2.441.031 3.392.618 3.568.322 2.900.295
feminino 866.761 1.973.238 2.949.416 4.236.617 3.941.680 4.842.182
18-24 25-34 35-44 45-54 55-64 65 e +
Média: 23,1% da população adulta
Total Brasil pop adulta (= > 18 anos)
33.085.238 portadores auto-referidos
2.000.0001.800.0001.600.0001.400.0001.200.0001.000.000
800.000600.000400.000200.000
0ICIC AVCAVC HAHADACDAC OutrasOutras
Hospitalizações por DCV2000 - 2004
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Causas de hospitalização por faixa etária -Brasil, 2008
CausasFaixa etária (anos)
Total< 1 1 - 9 10 - 19 20 - 29 30 - 39 40 - 49 50 - 59 60 e +
D Infec Parasitárias 0,9 2,6 0,9 0,8 0,8 0,7 0,7 1,6 9,1
Neoplasias 0,0 0,2 0,2 0,4 0,6 1,1 0,9 1,6 5,1
D Sangue 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 0,7
D Endócrinas 0,1 0,3 0,1 0,1 0,2 0,3 0,4 1,1 2,5
Transt Mentais 0,0 0,0 0,1 0,6 0,7 0,7 0,4 0,2 2,8
D Sis Nervoso 0,1 0,2 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2 0,4 1,5
D Olhos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,2 0,5
D Ouvidos 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2
D Ap Circulatório 0,0 0,1 0,1 0,4 0,7 1,3 2,0 5,6 10,2
D Ap Respiratório 1,8 3,9 0,8 0,7 0,6 0,7 0,9 3,3 12,9
D Ap Digestivo 0,2 0,8 0,7 1,2 1,3 1,4 1,4 2,1 8,9
D Pele 0,0 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3 1,5
D Tec Conjuntivo 0,0 0,1 0,2 0,3 0,3 0,4 0,3 0,4 2,1
D Ap Geniturinário 0,1 0,5 0,6 1,2 1,1 1,0 0,7 1,3 6,6
Afec Neonatais 1,6 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,7
Malf Congênitas 0,1 0,3 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7
Mal Definidas 0,1 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3 1,3
Causas Externas 0,1 0,7 1,1 1,5 1,1 0,9 0,7 1,1 7,2
Cont Serv Saúde 0,1 0,2 0,2 0,5 0,6 0,4 0,2 0,4 2,6
Fonte: SIH/SUS (N= 10748040 )* Excluídas as hospitalizações por gravidez, parto e puerpério.
Taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população entre 30 e 59 anos de 2000 /
2008 e de 40 anos e mais de 1998 a 2008
Taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população entre 30 e 59 anos - 2000 / 2008
-
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Ano
tx d
e in
tern
ação
Taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população entre 30 e 59 anos - 2000 / 2008
Taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos e mais - 1998 / 2008
-
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Ano
tx d
e in
tern
ação
Taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos e mais - 1998 / 2008
Taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população entre 30 e 59 anos
de 2000 / 2008
Nº absoluto: 48.718 a 42.753 ( -5.965)
Variação da Tx de internação: 9,7 a 6,2 (< 3,5 )
Taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos e mais de 1998 /
2008
Nº absoluto: 178.332 a 145.106 ( -33.226)
Variação da Tx de internação: 43,6 a 24,3(< 19,3 )
%
0
20
40
60
80
1976-80 1988- 91 1991- 94 1999- 2000
51
7368 70
31
55 54 59
10
29 2734
Conhecimento
Tratamento
Controlado
Hipertensão: Tendência do Conhecimento, Tratamento e Controle de Pressão (1976-2000)
National Health and Nutrition Examination Survey, %
7º JNC; Hypertension -- Chobanian et al. 42 (6) 1206, 2004
Hipertensão Arterial
Ano
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000
Homem Branco
Mulher Branca
Homem Negro
Mulher Negra
10
0
-10
-20
-30
-40
-50
-60
-70
Per
cen
tual
de
Dec
línio
60%
EUA
Percentual de Redução de Mortalidade Doença Cerebrovascular no EUA
Percentual de declínio ajustado por idade
7º JNC; Hypertension -- Chobanian et al. 42 (6) 1206, 20 04
Ano
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000
Homem Branco
Mulher Branca
Homem Negro
Mulher Negra
10
0
-10
-20
-30
-40
-50
-60
-70
Per
cen
tual
de
Dec
línio
53%
EUA
Percentual de Redução de Mortalidade Doença Arterial Coronariana no EUA
Percentual de declínio ajustado por idade
7º JNC; Hypertension -- Chobanian et al. 42 (6) 1206, 2004
Mortalidade por doença do aparelho circulatório para população adulta de 20 a 74
anos, Brasil e regiões, 1990 a 2006.
Sistemas de saúde/equipes
de saúde
Fatores socio-econômicos
Fatores relacionados à
doença
Fatores relacionados à
terapêutica
Fatores relacionados ao
paciente
Adesão: Fenômeno Multidimensional
Adherence to Long - Term Therapies - Evidence for action - World Health Organization – 2003. HCT, Health-care team
Abandono: 41%
Sob tratamento(com / sem controle)
59%
Liga de Hipertensão HC-FMUSP(547 hipertensos - 8 a 24 meses seguimento)
Adesão ao tratamento em hipertensão arterial
Giorgi DMA, Mion Jr. D et al - Rev. Bras. Med. 1985;IV (4):167-176
Hipertensão Arterial
DOENÇA %
Não tem sintomas 36
MÉDICO %
Não convence os pacientes daImportância do tratamento 51
Relação médico paciente ruim 22
Liga de Hipertensão HC-FMUSP – n = 353 HTVisão dos pacientes
Causas de baixa adesão
Hipertensão Arterial
Mion Jr. D et al - Am J Hypertens 1996;9(4-part2):170A
Liga de Hipertensão HC-FMUSP – n = 353 HTVisão dos pacientes
Causas de baixa adesão
Hipertensão Arterial
REMÉDIOS %
Caros 89
Tomar mais de uma vez ao dia 67
Não se sente bem com os remédios 54
Mion Jr. D et al - Am J Hypertens 1996;9(4-part2):170A
EUA 34% França 24%
Alemanha 27% Índia16%
Brasil??
Inglaterra 7% Escócia17%
Espanha 20%
Wilson PWF et al. Circulation 1998;97:1837-1847.
Pacientes com pressão controlada
Hipertensão Arterial
Abandono41%
Controlados(Pd < 90mmHg 50% + consultas)
23%
Não controlados(Pd > 90mmHg)
36%
Hipertensão Arterial
Adesão ao tratamento em hipertensão arterial
Liga de Hipertensão HC-FMUSP(547 hipertensos - 8 a 24 meses seguimento)
Giorgi DMA, Mion D et al - Rev. Bras. Med. 1985;IV(4):167-176
Hipertensão ArterialControle da Hipertensão Arterial
Locais PA < 140/90 mmHg (%)
UBS, Sorocaba, SP (n=247 HT) 33UBS, Mogi das Cruzes, SP (n = 130 HT) 35HU, São Paulo
Pronto Socorro 0Ambulatório (n=100 HT) 35
● Cabral AH. Caracterização dos Hipertensos Atendidos nas Unidades de Saúde da Cidade de Sorocaba. Dissertação de Mestrado, EE USP 2000
● Streleg MAM. A Influência do Conhecimento sobre a Doença e Atitude Frente à Tomada dos Remédios no Controle da Hipertensão Arterial. Dissertação Mestrado EE USP 2000
● Sanchez CG. Perfil do Hipertenso Atendido em OS: Comparação com Hipertensos em Tratamento Ambulatorial. Dissertação de Mestrado EE USP 2001
Mion Jr D.
• Indivíduos adultos
• 50,8% sabiam ser hipertensos
• 40,5% estavam em tratamento
• 10,4% tinham PA controlada
• Idade avançada, obesidade e baixo nível educacional mostraram associados a menores taxas de controle.
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipert vol. 13(4): 256-312, 2006
Conhecimento, controle e tratamento
Falta de conscientização médica da necessidade de medida da PA em
Salvador - BA
Medida da PA em primeiras consultas
1982 N = 1084 1991 N = 846
18,7% 18,7%
Lessa, I. et al. Rev Ass Med Brasil 1993;39(3):141-145.
•Meta-análise de 61 estudos prospectivos• Um milhão de adultos• 12,5 milhões de pessoas/ano
A redução de2 mmHg naPAS média
Reduz 7% amortalidade porisquemia coronariana
Reduz 10% amortalidadepor AVC
Lewington S. et al. Lancet 2002; 360: 1903-1913
A redução da pressão em 2 mmHg reduz o risco de eventos CV em 10%
Hemisfério OrientalHemisfério Ocidental
9 estudos de coorte
n=420.000
18 estudos de coorte
n=124.774
AVC
22%
DAC
13%
DAC
17%
AVC
29%
Efeitos Estimados da Redução de 3 mmHg na PAD em uma população
Estimado a partir de: MacMahon et al. Lancet 1990;335:765Eastern Stroke and Coronary Heart Disease Collaborative Research Group. Lancet 1998;352:1801
235
- 6- 8
- 14
- 4- 5- 9
- 3- 4- 7
AVC DAC Total
A Importância de Pequenas Diferenças da Pressão Arterial
Distribuições dos valores da PAS
Pós-Intervenção Pré-Intervenção
Redução na Pressão Arterial
Redução da PASmmHg
% Redução de Mortalidade
Whelton PK et al. JAMA 2002:288:1884.
Identificação: J.V.M.; Idade: 45 anos; Sexo: masculino Profissão: motorista;Estado civil: desquitado e casado pela segunda vez; Raça: negra; Residência:Aldeia dos índios; Bairro Feitosa.
HDA - paciente identificado como suspeito de ser hipertenso durante a visita do auxiliar de enfermagem; embora fosse totalmente assintomático, foi agendado para uma consulta de enfermagem.
Na consulta, informou que, eventualmente, sentia um pouco de tontura, mas não valorizava este fato já que também bebia e pensava que era alguma coisa relacionada com o “fígado”. A pressão arterial medida na consulta foi de 180 x 106 mmHg (média de 3 medidas).
Hipertensão Arterial
Caso Clínico
Hipertensão Arterial
ANTECEDENTES PESSOAIS
Fumante de 20 cigarros/dia (está querendo abandonar o vício). Fazuso moderado de bebida alcoólica. Sedentário no momento, mas até 6 meses atrás caminhava 2 x na semana. Não sabe se é diabético, masinforma que já teve colesterol alto.
ANTECEDENTES FAMILIARES
Pai diabético e hipertenso (falecido de AVC). Mãe morreu de infarto aos76 anos. Tem um irmão de 20 anos com problemas no coração.
EXAME FÍSICO DE ENFERMAGEM
Altura: Peso: 1,65cm / 86kg Pulso: 82bpm (cheio e irregular) PA: 180 x 106mmHg (média de 3 medidas) Mucosas: NDN (normocorada)
Hipertensão Arterial
•Confirma o diagnóstico de hipertensão arterial e como se trata de uma urgência hipertensiva (PA de 180 x 106mmgHg), encaminha para uma unidade de atendimento secundário ou para o hospital mais próximo?
•Imediatamente, autoriza a liberação de medicamentosanti-hipertensivos, conforme a rotina estabelecida pelo médico da equipe?
•Orienta que o paciente retorne para casa e permaneça em repouso até a data da consulta médica que deve ser agendada no período máximo de uma semana.
Hipertensão Arterial
* Leito dia
SimSimAvaliação de hipertensão secundária
Horas ou diasMinutos ou horasTempo de redução da PA
NãoSimPressão intra arterial
OralIntravenosaVia terapêutica
NãoSimCuidados intensivos
Não*SimHospitalização
NãoSimLesão aguda de órgão alvo
SimSimElevação Aguda PA
Não ou mínimoSimSintomas
Urgência HipertensivaEmergência Hipertensiva
Variáveis
Décio Mion Jr
Hipertensão Arterial
Condutas a serem seguidas pela enfermeira:
•Confirmar a elevação da pressão arterial;
•Identificar fatores de risco associados e orientar mudanças no estilo de vida.
•Solicitar exames complementares mínimos, quando possível.
•Agendar consulta com médico da equipe.
Hipertensão Arterial
1. História familiar de hipertensão arterial (pai), inclusive com complicação vascular.
2. Mãe teve IAM aos 76 anos (?) 3. Irmão com problemas de coração aos 20 anos (?) 4. Tabagismo. 5. Alcoolismo. 6. Sedentarismo. 7. Obesidade - IMC = 31,6. 8. Estresse. 9. Hábitos alimentares, como consumo de sal (?) 10. Dislipidemia.
Hipertensão Arterial
Que tipo de orientação pode ser sugerida mesmo antes da consulta com o médico da equipe?
• Iniciar caminhada diária? Por quê?
• Iniciar redução do sal adicionado no preparo dos alimentos? Por quê?
• Recomendação para cessar o hábito de fumar ? Por quê ?
• Reduzir o uso de bebidas alcoólicas? Por quê ?
• Orientar no sentido de reduzir o peso? Por quê ?
Hipertensão ArterialFontes de maior teor de sódio
Sal de cozinha (NaCI) e temperos industrializados.
Alimentos industrializados (”ketchup”, mostarda, shoyu, caldos concentrados).
Embutidos (salsicha, mortadela, lingüiça, presunto, salame, paio).
Conservas (picles, azeitona, aspargo, palmito).
Enlatados (extrato de tomate, milho, ervilha).
Bacalhau, charque, carne seca, defumados.
Aditivos (glutamato monossódico) utilizados em alguns condimentos e sopas de pacote.
Queijos em geral.
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Hipertensão ArterialPergunte e registre no prontuário
“Você fuma?” ou “Você continua fumando?”
“Há quanto tempo?” ou “Com que idade começou?”
“Quantos cigarros você fuma em média por dia?”
“Quanto tempo após acordar, você fuma o seu primeiro cigarro?”
“Você já tentou parar de fumar?”
“Você está interessado em parar de fumar?”
Hipertensão ArterialRecomendações a serem feitas a pacientesem processo de supressão do tabagismo:
Marque uma data para o abandono; o ideal é que seja dentro de duas semanas.
Avise amigos, familiares e colegas de trabalho e peça apoio.
Retire os cigarros de casa, carro e local de trabalho e evite fumar nesses locais.
Reflita sobre o que deu errado em outras tentativas de abandono.
Preveja as dificuldades, em especial a síndrome de abstinência.
Abstinência total é essencial; não dê nem mesmo uma tragada.
Bebida alcoólica está fortemente associada com recaídas.
A presença de outros fumantes em casa dificulta o abandono.
Hipertensão Arterial
Sim NãoPergunta:você fuma?
Mostre sua preocupação com o hábito de fumar.Fale sobre o mal que o cigarro causa à saúde.
Já fumou alguma vez?
Gostaria de parar nos próximos seis meses? Quando parou de fumar?
Não/ Neste caso, escreva em local visível.
Pensa em parar no próximo mês?
Menos de 6 meses
Mais de 6 meses
Não Sim
Pré-contemplaçãoObjetivo: ajudar o paciente para que
comece a pensar em parar de fumar.
ContemplaçãoObjetivo: reforçar a decisão de parar de fumar em um futuro
próximo.
Preparação/ açãoObjetivo: ajudar o
paciente a estar pronto a parar de fumar e usar as ferramentas necessárias para isso
ManutençãoObjetivo: ajudar o
paciente a se mostrar abstinente e se
recuperar das recaídas
Hipertensão Arterial
Consumo máximo diário de álcool / etanol
ETANOL
Homens 30g por diacerveja (4% álcool) - 30g = 720ml - 300 calorias (uma garrafa ou duas latinhas) vinho (12% álcool) - 30g = 240ml - 200 calorias (dois copos) destilados (40% álcool) - 30g = 60ml - 240 calorias (duas doses)
Mulheres 15g por diametade das quantidades acima
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Tratamento não-medicamentoso
Modificações do estilo de vida no controle da PA
4 a 9 mmHgHabituar-se à prática regular de atividade física aeróbica: caminhadas 30 min/dia, 3-
5x/ sem
Exercício físico
2 a 4 mmHgReduzir consumo a 30g/dia (homens), 15g/dia (mulheres)
Moderação do consumo de álcool
2 a 8 mmHgReduzir a ingestão de sódio para não mais de 6g sal/dia*
Redução do consumo de sal
8 a 14 mmHgConsumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade calórica e baixo teor de gordura saturada. Adotar
DASH
Padrão alimentar
5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
Manter o peso corporal na faixa normal (IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2)
Controle do peso
Redução aproximada da PAS
RecomendaçãoModificações
* 6g de sal/dia = 4 colheres de café rasas de sal = 4g + 2g de sal próprio dos alimentos
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Conduta seguida pelo enfermeiro depois do atendimento:
• Confirmou o diagnóstico de hipertensão arterial.
• Solicitou a rotina mínima de exames complementares.
• Orientou a diminuição do sal na alimentação.
• Orientou a diminuição do consumo de bebidas alcoólicas.
Conduta seguida pelo enfermeiro depois do atendimento:
• Identificou o paciente como no estágio de preparação / ação quanto àcessação do hábito de fumar.
• Identificou a obesidade e orientou mudanças nos hábitos alimentares (quando não houver nutricionista de apoio às equipes).
• Como havia horário disponível, agendou uma consulta com o médico da equipe para a tarde do mesmo dia.
• Agendou uma visita à família para conversar sobre hipertensão arterial, fatores de risco e mudanças nos hábitos de vida.
Consulta médica
Pressão arterial•200 x 110mmHg (média de 2 medidas)•Não houve diferença importante de um braço para o outro.
Exame dos pulsos periféricos•Palpados nos 4 membros, simétricos e de amplitude semelhante. O pulso era irregular e a freqüência estava em torno de 96 bpm.
•Na ausculta do coração foi observado que o ritmo era irregular em 2 tempos e que a segunda bulha estava aumentada no foco aórtico às custas do A2. Sopro sistólico do tipo ejetivo audível em foco aórtico e irradiado aos vasos do pescoço. Sopro sistólico do tipo regurgitação, em foco mitral e irradiado à axila esquerda.
Hipertensão Arterial
Que exames solicitados na consulta de enfermagem devem ser apresentados pelo paciente na consulta com o médico da equipe?
Hipertensão ArterialExames que fazem parte da rotina mínima do portador de
hipertensão arterial (quando possível):
• Análise de urina.
• Potássio plasmático.
• Creatinina plasmática*.
• Glicemia de jejum.
• Colesterol total, triglicérides plasmáticos.
• Ácido úrico plasmático.
•Eletrocardiograma convencional.
* Calcular a taxa de filtração glomerular estimada (TFGE) pela fórmula de Cockroft-Gault. TFGE (ml/min) = [140 –idade] x peso (kg) / creatinina plasmática (mg/dl) x 72 para homens; para mulheres multiplicar o resultado por 0,85.
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006
f fR R R
Hipertensão Arterial
Exames complementares apresentados pelo paciente:
ECG
Características eletrocardiográficas da fibrilação atriala) Ausência de onda Pb) Intervalo R-R irregular
Martinez Filho EE, Balestrini CS. Hipertensão 2003; 5: 92-6.
Aumento da voltagem do complexo QRS
Aumento na duração do complexo QRS
Desvio do eixo eletrico para esquerda
Alterações da repolarização ventricular
Anormalidades na ativação do átrio esquerdo
Índice de Sokolow-Lyon:
S em V1 + R em V5 ≥ 35 mm
Critério de Cornell :
S em V3 + R em AVL ≥ 28 mm (homens) e 20 mm (mulheres)
Eletrocardiograma para diagnóstico de HVE
Ortega KC , Unidade de Hipertensão HC-FMUSP
R
S
Índice de Sokolow e Lyon para avaliação de hipertrofia ventricular esquerda (HVE).
Neste exemplo, S em V1 = 19 e R em V5 = 21; total de 40 mm indicando HVE
Hipertensão Arterial
Hipertensão ArterialOutros exames laboratoriais
•Glicemia – 118 mg/dl.
•Colesterol total – 256 mg/dl.
•HDL colesterol – 35 mg/dl.
•Triglicérides – 250 mg/dl.
•LDL = T/5 + HDL – CT = 171 mg/dl.
•Creatinina – 1,0 mg/dl (normal entre 0,3 e 1,3 mg/dl).
•Potássio – 4,1 mEq/l (normal entre 3,5 e 5,5 mEq/l).
•Sumário da urina – sem alterações.
Níveis de colesterol e mortalidade
Fonte: Departamento de Saúde dos Estados Unidos da América
Sem doença
cardiovascular
prévia
Sem doença
cardiovascular
prévia
Com doença
cardiovascular
pré-existente
Com doença
cardiovascular
pré-existente
0
2
6
8
10
12
14
16
18
4
Hipertensão Arterial
•O diagnóstico de hipertensão arterial está confirmado? Por quê?
•Por que a pressão medida pelo médico foi maior do que a encontrada pelo enfermeiro?
•Confirmado o diagnóstico de hipertensão arterial e analisados os dados do exame clínico e dos exames complementares, há alguma evidência que faça suspeitar de uma causa secundária de hipertensão arterial?
•Em caso de resposta afirmativa, quais elementos levam a pensar nessa possibilidade?
PerguntasHipertensão Arterial
•Início de hipertensão antes dos 30 ou depois dos 50 anos.
•Hipertensão arterial grave (estágio 3) e/ou resistente à terapia.
•Tríade do feocromocitoma: palpitações, sudorese e cefaléia.
•Uso de medicamentos e drogas que podem elevar a pressão arterial.
•Fácies ou biotipo de doença que cursa com hipertensão:
doença renal, hipertireoidismo, acromegalia, síndrome de Cushing.
Principais indícios deHipertensão Arterial secundária:
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Hipertensão Arterial
•Presença de massas e sopros abdominais.
•Diminuição ou assimetria de pulsos.
•Aumento da creatinina sérica.
•Hipopotassemia espontânea (<3,8mEq/l).
•Exame de urina anormal (proteinúria ou hematúria).
Principais indícios deHipertensão Arterial secundária:
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
•Indícios de apneia do sono.
Hipertensão Arterial
1. A pressão medida pelo enfermeiro está incorreta.
2. A pressão medida pelo médico está incorreta.
3. Ambas as medidas estão incorretas, porque o equipamentoprovavelmente está descalibrado.
4. Ambas as medidas estão corretas e a diferença entre a realizada pelo médico e o enfermeiro, deve-se ao “efeito do avental branco”.
Considerando a diferença encontrada nos valores de pressão arterial medida pelo médico e pelo
enfermeiro, podemos dizer que:
Hipertensão Arterial
Pozzan R e col. Pocketbook Síndrome Metabólica; SBC-DHA 2004
Propostas para caracterização da Síndrome Metabólica
Não estabeleceTrês alteraçõesDM2 ou intolerância à glicose e mais
duas alterações
Condições
necessárias ao
diagnóstico
DM2 ou intolerância (excreção de
albumina em amostra noturna
> 20 mcg/min)
Outras
Glicemia de jejum
110-125 mg/dl no
TOTG > 140 mg/dl
Glicemia de jejum ≥ 110 mg/dlDM2 ou intolerância à glicose no
TOTG
Glicemia
Cintura > 102 cm (H) e > 88 cm
(M)
IMC ≥ 30Kg/m2 e/ou C/Q >0.9 (H) e
> 0,85 (M)
Obesidade
TG ≥ 150 mg/dl HDL< 40
mg/dl(H) e
<50mg/dl(M)
TG ≥ 150 mg/dl HDL< 40
mg/dl(H) e < 50mg/dl(M)
TG ≥ 150 mg/dl HDL< 35
mg/dl(H) e < 40mg/dl(M)
Dislipidemia
PA ≥130/85 mmHgUso de anti-hipertensivos ou PA ≥130/85 mmHg
Uso de anti-hipertensivos ou PA ≥140/90 mmHg
Hipertensão arterial
AACENCEP-ATPIIIOMSCaracterísticas
I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica
I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica: Arquivos Brasileiros de Cardiologia: Vol 84, Suplemento I, Abril de 2005.
Obesidade abdominal e resistência à insulina(Síndrome Metabólica)
Hipertensãoarterial
Dislipidemia
Intolerânciaà glicose
Acidentevascular cerebral
Doençacoronariana
Aneurisma
Insuficiênciavascular periférica
Hipertensão Arterial
Estamos diante de um hipertenso leve.
Estamos diante de um indivíduo com hipertensão arterial grave (estágioIII).
Estamos diante de um indivíduo apresentando hipertensão arterial (estágioII).
Estamos diante de um indivíduo apresentando hipertensão arterial sistólica isolada.
Trata-se de um caso típico de hipertensão do avental branco.
Quanto ao diagnóstico, podemos afirmar:
Hipertensão Arterial
Classificação da Pressão Arterial - Adultos
Classificação PA
Normal
Pré hipertensão
Hipertensão Estágio 1
Hipertensão Estágio 2
PAS mm Hg
< 120
120 -139
140 -159
≥≥≥≥ 160
PAD mm Hg
< 80
ou 80 - 89
ou 90 - 99
ou ≥≥≥≥ 100
e
7º JNC. Hypertension. 2003; 42:1206-1252
Classificação da PA (>18 anos)Hipertensão Arterial
Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg)
O valor mais alto de sistólica ou diastólica estabelece o estágio do quadro hipertensivo. Quando
as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada
para classificação do estágio.
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006
Ótima
<130Normal
Limítrofe
Hipertensão Estágio I
Hipertensão Estágio II
Hipertensão Estágio III
Hipertensão Sistólica Isolada
130-139
> 180
140-159
160-179
<120
> 140
<85
85-89
> 110
90-99
100-109
<80
< 90
Hipertensão Arterial
Objetivos da investigação clínico-laboratorial:
•Confirmar a elevação da PA e firmar o diagnóstico de hipertensão arterial.
•Identificar fatores de risco para DCV.
•Avaliar lesões de órgãos-alvo e presença de DCV.
•Diagnosticar doenças associadas à HA.
•Estratificar o risco cardiovascular do paciente.
•Diagnosticar a hipertensão arterial secundária.
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Dzau V, Braunwald E. Am Heart J. 1991;121:1244-163
DoençaCardiovascular
DoençaCardiovascular
Fatores de Risco:
� Hipertensão Arterial� Colesterol� Diabetes Mellitus� Resistência a insulina� Tabagismo� Fibrinogênio...
HVE
Mortesúbita
ArritmiaPerda de músculo
Doençacoronariana
Aterosclerose
Isquemiamiocárdica
Trombosecoronária Infarto do
miocárdio
Remodelamentoventricular
Dilatação ventricular
Insuficiência cardíaca
Estágio final da DCV
Contínuo Cardiovascular
Aumento do risco previsto, comparando individuos de 40 anos, masculino, não tabagista, com CT 4.7 mmol/L (185
mg/dL), PAS 120 mm Hg, glicemia de jejum normal, c/ ECG-S/ HVE, com a probabilidade de desenvolver doença
cardiovascular de 15/1000 (1.5%) em 8 anos.
Kannel W. In: Hypertension: Pathophysiology and Treatment. New York: McGraw-Hill, Inc.; 1977:888-909.
DislipidemiaCT 5.4 mmol/L(210 mg/dL)
X1.3
Hipertensão ArterialPAS 165 mm Hg
X1.9
Glicemia de jejum alteradaX1.8
X2.6
X4.5
X3.5 X2.3
DislipidemiaCT 6.1 mmol/L(235 mg/dL)
X1.7
Hipertensão ArterialPAS 195 mm Hg
X3.0
TabagismoX1.7
X5.3
X8.7X5.2 X2.9
O Tratamento do Risco -Cardiovascular Global
Soma dos PontosSoma dos PontosIdade = 2LDL-C = 1HDL = 1Pressão Arterial = 3Diabetes = 0Tabagismo = 2
TOTAL = 9
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Identificação de Fatores de Risco CVFatores de risco maiores
• Tabagismo
• Dislipidemias
• Diabete mellitus
• Nefropatia
• Idade acima de 60 anos
• História familiar de DCV em:
Identificação de Fatores de Risco CV
Outros fatores
• Relação cintura/quadril aumentada.
• Circunferência da cintura aumentada.
• Microalbuminúria.
• Tolerância à glicose diminuída/glicemia de jejum alterada.
• Hiperuricemia.
• PCR ultra-sensível aumentada.
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006
Identificação de lesões em Órgãos-alvo e DCV
• Hipertrofia do ventrículo esquerdo.
• Angina do peito ou infarto agudo do miocárdio prévio.
• Revascularização miocárdica prévia.
• Insuficiência cardíaca.
• Acidente vascular cerebral.
• Isquemia cerebral transitória.
• Alterações cognitivas ou demência vascular.
• Nefropatia.
• Doença vascular arterial de extremidades.
• Retinopatia hipertensiva.
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Estratificação do Risco individual do paciente hipertenso
Risco Muito Alto
Risco Muito Alto
Risco Muito Alto
Risco Muito Alto
Doença Cardiovascular
Risco Muito Alto
Risco AltoRisco AltoRisco Alto3 ou + FR ou Lesão de Órgão Alvo ou DM
Risco Muito Alto
Risco MédioRisco MédioRisco Baixo1 a 2 Fatores de Risco
Risco Alto Risco MédioRisco BaixoSem Risco AdicionalSem Fator de Risco
Fatores de Risco Pressão Arterial
Hipertensão estágio III≥180/ ≥110
Hipertensão estágio I
140-159/90-99
Normal<130/85
Limítrofe130-139/85/89
Risco Baixo
Risco Médio
Risco Alto
Hipertensão estágio II
160-179/100-109
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2006
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006
Hipertensão Arterial
Diante desse paciente, o que pode
ajudar o médico na decisão de usar um
medicamento anti-hipertensivo?
TNM + TMTNM + TMTNM + TMTNM + TM
TNM + TMTNM + TMTNM + TMTNM + TM
TMN + TMTMN + TMTMN + TM
TMN + TMTNM + TMTNM (6 meses) *TNM
Pressão Arterial
TNM (6 meses) *
TMN + TM
TNM + TM
V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL 2006
TM – Tratamento Medicamentoso
* Se não atingir meta adicionar TM
Estratégia terapêutica baseada na categoria de risco
Sem Risco Adicional
Risco Baixo Adicional
Risco Médio Adicional
Risco Alto Adicional
Risco Muito Alto Adicional
Doença Cardiovascular
3 ou + FR ou Lesão de Órgão Alvo ou DM
1 a 2 Fatores de Risco
Sem Fator de Risco
Fatores de Risco
Hipertensão estágio III≥180/ ≥110
Hipertensão estágio I
140-159/90-99Normal
<130/85Limítrofe
130-139/85/89
Hipertensão estágio II
160-179/100-109
TNM – Tratamento Não Medicamentoso
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Hipertensão Arterial
Neste caso específico a melhor conduta deve ser:
• Iniciar imediatamente o tratamento medicamentoso.
• Considerar inicialmente o tratamento não-farmacológico, e somente depois de algum tempo iniciar o tratamento medicamentoso.
• Só iniciar o tratamento medicamentoso após afastar uma causa secundária de hipertensão.
• Encaminhar para uma unidade de referência secundária.
Hipertensão ArterialQual a melhor opção terapêutica neste caso:
• Diurético em baixa dose.
• Betabloqueador em baixa dose.
• Diurético + betabloqueador.
• Diurético + Bloqueador de Canais de cálcio + βbloqueador.
• Inibidor da enzima de conversão da angiotensina.
• Alfametildopa
Hipertensão Arterial
Tratamento medicamentoso: princípios gerais
• O medicamento deve ser eficaz por via oral.• Deve ser bem tolerado.• Deve permitir a administração do menor número possível de tomadas diárias, com preferência para aqueles com posologia de dose única diária.• O tratamento deve ser iniciado com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação clínica, podendo serem aumentadas gradativamente e/ou associar-se outro hipotensor de classe farmacológica diferente (deve-se levar em conta que quanto maior a dose, maiores são as probabilidades de surgirem efeitos indesejáveis).• Respeitar o período mínimo de 4 semanas para se proceder ao aumento da dose e/ou à associação de drogas, salvo em situações especiais.• Instruir o paciente sobre a doença, sobre os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados e sobre a planificação e os objetivos terapêuticos.• Considerar as condições sócio-econômicas.
Hipertensão Arterial
Conduta adotada pelo médico da equipe depois da consulta:
1. Reforçou a orientação com respeito às mudanças nos hábitos de vida.
2. Orientou o paciente para iniciar caminhada de 30 minutos 3 vezes por semana.
3. Fez a seguinte prescrição:
a) hidroclorotiazida 25mg - tomar 1 comprimido ao dia
b) propranolol 40mg - tomar 1 comprimido 2x ao dia (manhã e noite)
c) besilato de Anlodipino 5 mg - tomar 1 comprimido à tarde
4. Marcou o retorno para uma semana.
Hipertensão Arterial
Por que a opção inicial foi por uma associação de 03 drogas?
Que outra conduta poderia ter sido tomada neste caso
específico?
46% (39-53)34% (29-40)19% (17-21)Redução DAC
63% (55-70) 49% (42-55)29% (26-31)Redução AVC
10,7 (9,1-12,4)7,3 (6,2-8,3)3,7 (3,1-4,3)PAD (mmHg)
19,9 (18,5-21,3)13,3 (12,4-14,1)6,7 ( 6,1-7,2)PAS (mmHg)
Efeitos do Controle da PA na Redução de Eventos CV Metanálise de 354 estudos
Terapia combinada versus monoterapia
Redução Atingida 1 Agente 2 Agentes 3 Agentes
Law MR et al, BMJ. 2003,326:1427-34
Hipertensão Arterial
Eficácia: Problemas com a Monoterapia
Seqüencial
Aumento de Dose
Retarda o controle pressórico adequado
Consome tempo
Não é eficaz em pacientes hipertensos por múltiplos mecanismos
Não há garantia de aumento de eficácia
Aumento do risco de evento adverso
Hipertensão ArterialRacional farmacológico para o uso de
associações de anti-hipertensivos
Maximizar eficácia
Adição de diferentes mecanismos antihipertensivos
Bloqueio de efeitos que antagonizam a diminuição dapressão arterial
Minimizar efeitos colaterais
Bloqueio de efeitos farmacologicamente previsíveis
Permitir o uso de menores doses - menos efeitos colaterais
ß-Bloqueadores
αααααααα -Bloqueadores
BRA
BCC
IECA
Diurético
Hipertensão Arterial
European Society of Cardiology Guidelines for the Management of Arterial hypertension- J Hypert. 2007; 25:1105-1187
Associação Sinérgicas de Fármacos
Doença Arterial
Coronariana
Insuficiência Cardíaca
Congestiva
Arritimias
HipertensãoComplicada
Aumento de Atividade
Simpática
100 %Uso de βBloqueador: 0%
Hipertensão Não Complicada
Messerli FH, Williams B, Ritz E. Essential hypertension,The Lancet, Vol 370. Nº 9587, 591-603, 2007.
Hipertensão Arterial
Hipertensão Arterial
Qual o objetivo definido para o tratamento desse
paciente?Que nível de pressão deve ser perseguido
neste caso?
< 130/ 80< 130/ 80< 130/ 80< 130/ 80Doença Cardiovascular
< 130/ 80< 130/ 85< 130/ 85< 130/ 853 ou + FR ou Lesão de Órgão Alvo ou DM
< 130/ 80< 140/ 90< 140/ 90< 140/901 a 2 Fatores de Risco
< 130/ 85< 140/ 90< 140/90
< 140/90
< 140/ 90
< 130/ 85
Sem Risco Adicional
Risco Baixo Adicional
Risco Médio Adicional
Risco Alto Adicional
Risco Muito Alto Adicional
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2006
Metas Mínimas da Pressão Arterial Baseadas na Categoria de Risco
Fatores de Risco Pressão Arterial
Normal<130/85
Limítrofe130-139/85/89
HipertensãoEstágio I
140-159/90-99
HipertensãoEstágio II
160-179/100-109
HipertensãoEstágio III
≥180/ ≥110
Sem Fator de Risco < 140/ 90
Meta de < 120/75 mmHg se proteinúria > 1,0 g/lSe o paciente tolerar recomenda-se reduzir a PA para
valores Ótimos < 120/80 mmHg
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Metas Lipídicas Propostas para Prevenção da Doença Aterosclerótica
Baixo risco Médio risco Alto risco Risco muito altoBaixo risco MBaixo risco Méédio risco Alto risco Risco muito altodio risco Alto risco Risco muito alto
<10% - 10a<10% - 10a 10-20%em 10a10-20%em 10a
>20% - 10a, ou DM ou ateroscl.
clínica
>20% - 10a, ou DM ou ateroscl.
clínica
Ateroscl. clínica associada a DM
Tabagismo persistente, HDL-C baixo, TG elevados, Col-não-HDL-c alto,
síndr. coronárias agudas
Ateroscl. clínica associada a DM
Tabagismo persistente, HDL-C baixo, TG elevados, Col-não-HDL-c alto,
síndr. coronárias agudas
<160*<160* <130(<100)**<130(<100)** <100<100 <70<70LDL-c (mg/dL)LDL-c (mg/dL)
> 40> 40 > 40> 40 >40(>45 se DM)>40(>45 se DM) >40(>45 se DM)>40(>45 se DM)HDL-c (mg/dL)HDL-c (mg/dL)
< 150< 150 < 150< 150 < 150< 150 < 150< 150TG (mg/dL)TG (mg/dL)
* Valor tolerado (recomenda-se LDL-c <130 no grupo de baixo risco)** Valor opcional, baseado na atualização do Adult Treatment Panel III* Valor tolerado (recomenda-se LDL-c <130 no grupo de baixo risco)** Valor opcional, baseado na atualização do Adult Treatment Panel III
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipertens vol.13(4): 256-312, 2006.
Hipertensão Arterial
Nova meta de redução da PA na Síndrome Metabólica
Abaixo de 130/80 mmHg
● Especialmente em pacientes diabéticos e de alto risco cardiovascular
Monoterapia (?)
Associação de hipertensos
● Não fica
● Fixa – Facilita a adesão ao tratamento
● Em pacientes de alto risco VALUE, Julius S. et al Lancet 2004 363 2022 - 31
UKPDS, BMJ, 317, 1998
Prevenção de AVC
● Du, X. et al.; BMJ, 314, 1997
Preservação de função renal
● Em diabéticos: Lewis, J. et al.; NEJM
● Em nefropatas: Peterson, J.C. et al.; MDRD Study, Ann Intern Med, 123, 1995
Prevenção e redução de progressão de ICC
● Krumholz, H.M. et al.; Arch Intern Med, 157, 1977
● Singer, et al.; Hypertension, 25, 1995
Redução de mortalidade
● Em diabéticos: HOT Study, Hannson, L.; et al.; Lancet, 351, 1998
Hipertensão ArterialBenefícios de menores níveis pressóricos
Estudos
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0105 100 95 90 85 80
Hipertensão ArterialEstudo HOT: diminuição do cardiovascular
PAD atingida (mmHg)%
de
red
uçã
o d
o r
isco
PAD ótima
The Lancet, volume 351 number 9118, june 13, 998:1755-1702
PAD alvo0
5
10
15
20
25
£ 90 mmHg £ 85 mmHg £ 80 mmHg
1000
% p
acie
ntes
/ano
Hipertensão Arterial
Estudo HOT: eventos cardiovasculares em diabéticos
The Lancet, volume 351 number 9118, june 13, 1998:1755-1702
“O doente ou seu responsável deve ficar sabendo com clareza e, a seu nível
de compreensão, o diagnóstico, as alternativas de conduta, os prognósticos esperados em cada uma delas, bem como a evolução natural da doença...é
preciso que o doente entenda o que deve obedecer”
Aforisma, Hipocrates, 460ac