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hipotonia e tratamento

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Cincias Agrrias

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Avaliao da Proteina Surfactante em Pulmes de Bezerros ClonadosRAFAEL GOUVEIA SANTOS(1) CAIO RODRIGUES DOS SANTOS(2),PAULO CESAR MAIORKA(3)(Orientadores)

Cincias Agrrias INTRODUO: A clonagem ou transferncia nuclear (TN) uma biotcnica que permite a gerao de um organismo geneticamente idntico a outro. Para isso, utilizado o ncleo de uma clula do individuo de interesse, o qual transferido para um ocito previamente enucleado (Campbell et al., 1996), para posterior implantao uterina. A maior limitao da clonagem de animais adultos a extrema ineficincia em produzir descendentes viveis (Edwards et al., 2003), depois de uma dcada aps a clonagem do primeiro mamfero clonado a taxa de sucessos na gerao de indivduos atravs de TN ainda muito baixa. Diversas espcies de mamferos foram clonadas, porm a taxa de insucesso muito grande, a maioria destes no conseguem sobreviver mais que 6 meses, sendo que malformaes a principal causa de bitos envolvendo estas animais (CHAVATTE PALMER et al.; 2004). Embora esteja claro que as alteraes placentrias estejam envolvidas pela grande perda de animais durante a fase gestacional, estudos envolvendo animais que vieram a bito no perodo ps-natal foram realizados a fim de esclarecer a causa mortis destes animais, dentre as diversas alteraes evidenciadas as cardiopulmonares foram as mais freqentes (santo, Cr). Hipertenso, atelectasia edema e congesto pulmonar so alteraes constantes em bovinos oriundos de TN. A deficincia de surfactante encontrase entre as principais suspeitas diagnsticas como causa de hipertenso pulmonar (Hill et al., 1999). O surfactante produzido pelos pneumcitos do tipo II e composto primariamente por fosfolpides e protenas, sendo os primeiros responsveis por diminuir a tenso superficial alveolar (Bleul, 2009). Quatro tipos proticos foram descritos em bovinos e designados como SP-A, SP-B, SP-C e SP-D (Takahashi et al., 1990; Danlois et al., 2000). Trabalhos envolvendo a produo, distribuio e quantificao de surfactante em bezerros oriundos de processos reprodutivos naturais ou por TN, ainda so escassos na literatura (Danlois et al., 2000; Danlois et al., 2003) bem como a correlao com as alteraes pulmonares descritas (CHAVATTE PALMER et al.; 2004). Alm de descrever histologicamente as principais alteraes pulmonares em bezerros clonados, foram realizadas reaes de imunoistoqumica para detectar a produo e a quantificao da protena Surfactante B nos pulmes dos12 Congresso de Iniciao Cientfica, 6 mostra de Ps-Graduao 1

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animais necropsiados.

OBJETIVO: Estabelecer o envolvimento da Proteina Surfactante nas altas taxas de mortalidae de fetos oriundos de TN no periodo ps natal, quantificando e detectando a sua produo atravs de reaes de imnuistoqumica.

METODOLOGIA: Animais Os animais so oriundos da fazenda Tamba, localizada no municpio de Tamba, estado de So Paulo. Foram gerados no total 21 animais atravs da tcnica de TN. Para este procedimento foram utilizadas clulas somticas de um animal adulto doador do patrimnio gentico, neste estudo a clula empregada foi o fibroblasto. Dentre os 21 animais gerados, 13 vieram a bito ainda no perodo perinatal. Os animais que vieram a bito foram encaminhados para o Laboratrio de Patologia Animal da Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia da Universidade de So Paulo onde foi realizado o exame necroscpico. Amostras Foram colhidas amostras de tecido pulmonar de 13 animais oriundos de TN as quais foram includas em parafina e seccionadas em cortes de 5 m de espessura, posteriormente transferidos para laminas de microscopia e para lminas prprias de reaes imunoistoqumicas. Para o exame histolgico padro foi utilizado o mtodo de colorao HE. Imunoistoqumica Para a reao de imunoistoqumica, foi utilizado pulmo proveniente de animais gerados por TN e como controles positivos e negativos foram utilizados pulmo e musculatura cardaca respectivamente, provenientes de um animal gerado por reproduo natural. A recuperao antignica foi feita com uma soluo de trisEDTA (pH 9.0) e aquecidos em microondas por 12 minutos seguido pelo bloqueio da atividade endgena a qual foi realizada com uma soluo de perxido de hidrognio (5%) em gua destilada. Reaes inespecficas foram bloqueadas com soluo de leite desnatado (5%) em PBS (1%), a 37 C por 30. O anticorpo primrio polyclonal anti-proteina B surfactant (Millipore Corporation, referncia AB3780) foi diludo na razo 1:2000 em PBS 1%, para ento realizar a incubao das amostras, a qual foi realizada a 4C overnight em cmara mida. Aps a primeira incubao as amostras foram lavadas em PBS (1%) com Tween 20 (0,05%) e incubadas com anticorpo secundrio biotinilado suno anti-coelho (Dakocytomation, USA, referncia K0690) por 30 minutos a temperatura ambiente em cmara mida. Procedeu-se 3 lavagens em PBS (1%)

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com Tween 20 (0,05%) e incubao com o complexo estreptovidina peroxidase (DakoCytomation, USA, referncia K0690) por 30 minutos em temperatura ambiente. A revelao foi feita com o cromgeno diaminobenzidina (DAB) (Dakocytomation, USA, referncia K3468) e a colorao de fundo com hematoxilina.

RESUMO: Histopatologia A avaliao histopatolgica revelou reas de atelectasia pulmonar difusa moderada caracterizadas por expanso incompleta dos sacos alveolares principalmente de regies perifricas, congesto capilar e distenso septal alveolar, edema alveolar difuso moderado caracterizado por material de colorao discretamente eosinoflica e aspecto homogneo, alm de enfisema pulmonar. Bronquolos terminais apresentaram moderada quantidade de exsudato supurativo luminal, depsito de fibrina, alm da presena de mecnio caracterizado por material amorfo, refringente, homogneo e de colorao amarelo-acastanhada delineando predominantemente estruturas alveolares. Trombos arteriais em organizao foram visualizados aderidos camada ntima de artrias e arterolas pulmonares, caracterizados por colorao fortemente eosinoflica, apresentando em seus interiores seqestro de neutrfilos degenerados, alm de mltiplos focos lobulares de imaturidade pulmonar caracterizada por ausncia de septao alveolar secundria, diminuio da quantidade de sacos alveolares e aumento de celularidade intersticial. Imunoistoqumica A reao de imunoistoqumica realizada demonstrou que os pneumcitos do tipo II esto produzindo a protena Surfactante B, reaes positivas envolvendo o anticorpo SPB foram visualizadas margeando sacos alveolares e alvolos, como controle positivo, utilizamos tecido pulmonar provenientes de um animal gerado por reproduo natural. A eficincia do anticorpo pode ser comprovada pela reao negativa apresentada pelo controle negativo, no caso musculatura cardaca provenientes de um animal gerado por reproduo natural. DISCUSSO Todos os animais clonados examinados neste trabalho apresentaram alteraes pulmonares significativas e semelhantes s encontradas por outros pesquisadores (Hill et al.,1999; Cibelli et al., 1998; Edwards et al., 2003). Variados graus de atelectasia foram observados nos animais necropsiados em nosso estudo e podem estar relacionados quantidade de surfactante disponvel (Reynolds et al., 1965; Cotran et al., 1999). O surfactante forma uma monocamada composta por fosfolipdeos e proteinas sobre bronquolos terminais e alvolos (Bleul, 2009). Atua diminuindo a tenso superficial alveolar permitindo a expanso e a ventilao dos pulmes do

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neonato. Segundo (Hill et al., 2000) a deficincia de surfactante foi o que provavelmente causou a incompleta expanso pulmonar em um dos bezerros clonados por sua equipe, porm nos animais examinados neste trabalho pode ser visualizado a presena de Surfactante no tecido pulmonar. A deficincia de surfactante pulmonar tem origem multifatorial. Pode ser causada por defeitos sintticos primrios (ausncia total ou parcial ou sntese anormal) ou existir em condies alheias a uma produo eficiente que alterem sua disponibilidade e/ou constituio. A aspirao de lquido amnitico (Hill et al.,2000), edema pulmonar, membrana hialina e aspirao de mecnio esto entre as mais comumente encontradas em bezerros clonados. A marcao positiva para a protena B surfactante em amostras de pulmes de bezerros clonados indica que h produo ativa da molcula por parte dos pneumcitos do tipo II, ou seja, a deficincia no causada por ausncia total de sntese e sim por uma diminuio na sua produo. Excetuando-se as causas no relacionadas sntese alterada, estudos envolvendo a composio e atuao do surfactante em bovinos normais (Hall et al., 1994) e apresentando sinais de estresse respiratrio so limitados. Segundo (Danlois et al., 2000), a concentrao e proporo relativa dos constituintes do surfactante em bezerros apresentando sndrome do estresse respiratrio encontravam-se alteradas. Em bezerros clonados no h estudos comprovando este fato. A atelectasia pode estar relacionada produo de surfactante ineficiente ou aspirao de fludo amnitico secundrio a hipxia fetal. As regies atelectsicas so inadequadas para a hematose gerando hipxia secundria e vasoconstrio local capaz de causar leso ao revestimento alveolar e gerar ou agravar condies pulmonares hipertensivas (Bleul, 2009). A condio hipxica gera dano celular com consequente edema pulmonar (Wauer, 1997). A presena de mecnio em bronquolos e alvolos de trs bezerros necropsiados altera a estabilidade da monocamanda surfactante, alm de induzir resposta inflamatria pulmonar aguda, encontrada em dois dos bezerros, simulando, portanto uma condio de sntese insuficiente e no disponibilidade (Lopez, 1992; Bleul, 2009), gerando ou agravando condies de deficincia e hipertenso (Jubb et al., 2007), pneumonia intersticial atpica (Hill et al., 1999) e reao inflamatria (Li et al., 2005). Sinais de hipertenso pulmonar elevada associada ao ducto arterioso patente tais como hipertrofia concntrica do miocrdio ventricular direito, banda moderadora e edema pulmonar, foram observados em nosso trabalho, semelhantemente as encontradas por (Cibelli et al., 1998). A hipertenso pulmonar decorre de anomalias cardiovasculares e pulmonares congnitas ou adquiridas, nas quais ocorre um aumento no regime de presso, fluxo e/ou resistncia arterial ou venosa na circulao pulmonar (Cotran et al.,

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1999). No feto fisiologicamente normal existe certo grau de vasoconstrio arterial pulmonar considerada normal. A resistncia pulmonar ps-natal reduzida pela expanso pulmonar com ar e pelo efeito vasodilatador direto do oxignio sobre as arterolas pulmonares (Hill et al., 1999). Condies hipxicas, tais como a atelectasia, podem induzir vasoconstrio arteriolar pulmonar (Flanagan et al., 1994) gerando ou agravando estados hipertensivos em uma espcie j susceptvel a baixa saturao de oxignio (Alexander et al., 1965). A persistncia do ducto arterioso (PDA), inicialmente no causa alteraes funcionais, porm, a exposio da circulao pulmonar a regimes volumtricos e pressricos aumentados e constantes gera um estado hipertensivo local e hipertrofia e/ou dilatao cardaca direita compensatria, alm do espessamento da banda moderadora (Cotran et al., 1999).

CONCLUSO: A realizao deste trabalho pode esclarecer que os animais oriundo de TN que vieram a bito no perodo ps-natal, produzem a protena surfactante, porm esta produo pode estar deficiente, culminando na grande quantidade de animais com comprometimento cardiorespiratrio. A grande quantidade de liquido amnitico inspirado, provvel causa de uma diluio do surfactante, continua sendo uma das suspeitas nos quadros de atelectasia pulmonar.

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(Germany): Thieme p. 220. ________________________________________________________________ Trabalho realizado em conjunto com o laboratrio de Neuropatologia Experimental e Comparada do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinra e Zootecnia da Universidade de So Paulo - USP, sob a supervio do Prof. Dr. Paulo Csar Maiorka.

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Digestibilidade aparente de raes contendo misturas em diferentes propores de milho (Zea mays) e polpa ctricaNATHLIA NOTARNICOLA DE MORAES(1), BRUNA DA SILVA MOREIRA(2) CARLOS DE SOUSA LUCCI(3)(Orientadores)

Cincias Agrrias INTRODUO: Misturas concentradas para ruminantes em confinamento contm na sua totalidade pelo menos 50% de suas composies ocupadas por milho em gros, como fonte de energia. Atualmente o custo destes gros tem aumentado substancialmente, o que vem conduzido os criadores a empregar substitutos como a polpa ctrica comercializada sob a forma de pellets. Levando em conta que a alimentao representa uma parcela significativa no custo total da produo de animais ruminantes, surge o interesse nos resultados deste trabalho. O milho h alguns sculos vem sendo utilizado diretamente na alimentao humana e de animais domsticos. Sua importncia no se restringe apenas ao fato do grande volume produzido, mas tambm, ao importante papel scioeconmico que representa. Constitui inestimvel fonte de matria-prima bsica para a expressiva gama de produtos industrializados. Devido ao alto contedo de carboidratos, principalmente amido, e de outros componentes como protenas, leos e vitaminas, tornou-se um produto de relevante importncia comercial. Existe grande variedade de cereais que podem ser utilizados na alimentao de ruminantes. Ao longo dos anos, esses cereais tm sido substitudos por ingredientes que constituem subprodutos da manipulao industrial. Sendo ricos em energia, e provenientes da indstria alimentcia, essa substituio justifica-se no somente pela disponibilidade de subprodutos de cereais convencionais empregados para a alimentao humana mas, principalmente, porque os ruminantes so capazes de usar esses subprodutos, muitas das vezes poluidores, em alimentos de elevado valor nutritivo para seus organismos . No Brasil, onde a dieta composta basicamente de forragem, sendo generalizado o sistema de criaes extensivas para os ruminantes, o fator limitante est na ingesto de energia, considerado preponderante para o baixo desempenho da pecuria nacional. Com a finalidade de melhorar tais resultados, indispensvel o fornecimento de concentrados, objetivando dessa forma maximizar a ingesto de energia digestvel pelo animal. A incluso de gros na rao comumente feita para elevar os requerimentos energticos, no entanto, estes diminuem o contedo de fibra da dieta. A polpa ctrica (PC) um subproduto da fabricao de suco concentrado,12 Congresso de Iniciao Cientfica, 6 mostra de Ps-Graduao 8

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constituda de casca, sementes, bagao e frutas descartadas disponibilizado no mercado desde 1993. Nos ltimos anos, tem sido utilizada como uma alternativa ao milho em raes para ruminantes em confinamento (Santos et al. 2004). Trata-se de um alimento energtico que apresenta menor teor de protena bruta que o milho em gro (13% inferior a do milho, segundo o NRC, 1996) que possui caractersticas diferenciadas quanto fermentao ruminal, caracterizando-se como um produto intermedirio entre volumosos e concentrados (Fegeros et al., 1995). Em geral, a polpa caracterizada pela alta digestibilidade da matria seca, sendo superior at a do milho laminado e por possuir caractersticas energticas de concentrado, e fermentativas ruminais de volumoso (Ezequiel, 2001). Bhattacharya & Harb (1973) e Schaibly & Wing (1974) encontraram menores coeficientes de digestibilidade aparente da protena bruta na polpa ctrica, do que no milho em gro. A eficincia da sntese de protena microbiana tambm foi menor com a utilizao da polpa ctrica na dieta conforme rresultados obtidos por Highfill et al., 1987. A polpa ctrica peletizada apresenta alto teor de pectina, que um componente da parede celular e a substncia que lhe confere alto valor energtico. Devido presena da pectina, a polpa ctrica proporciona um ambiente ruminal mais propcio degradao da frao fibrosa da dieta do que o milho em gro, que rico em amido (Wing, 1975; Van Soest, 1982; Fegeros et al., 1995). Assim, a pectina se comporta como um carboidrato no-estrutural, tendo rpida e extensiva degradao pelos microrganismos do rmen, embora, quando se trata de produtos finais da fermentao, assemelhe-se aos carboidratos estruturais, proporcionando um padro de cidos graxos volteis similar a dietas contendo nveis significativos de volumosos. Maiores relaes acetato/propionato e maiores valores de pH foram obtidos por Ben-Ghedalia et al. (1989), comparando dietas com polpa ctrica e cevada, ingrediente rico em amido. Estes autores observaram que a digestibilidade dos constituintes da parede celular arbinose, galactose, manose e xilose) 16% superior nas raes contendo polpa ctrica em relao quelas contendo cevada e constitudas de 80% de concentrado, o que pode explicar a melhora na digestibilidade da fibra. Por essas caractersticas, geralmente so obtidas maiores digestibilidades da frao fibrosa de dietas com a participao da polpa ctrica, segundo Bhattacharya & Harb, 1973; Pascual & Carmona, 1980; Fegeros et al., 1995 e Menezes Jr. et al., 2000). Fegeros et al. (1995) estimaram o contedo energtico da polpa ctrica em 1,66 Mcal de energia lquida de produo por quilograma de matria seca, sendo que esse valor foi inferior ao citado pelo NRC (1996). Pode ocorrer, no entanto, interferncia do tipo da fruta e do processamento utilizado na produo da polpa ctrica por pellets. A substituio total do milho pela polpa ctrica em dietas com altos teores de concentrados determinou diminuio das energias digestvel e metabolizvel, bem como na reteno de compostos nitrogenados , segundo Bhattacharya & Harb, 1973.

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Observa-se desta forma que a polpa trata-se de um alimento energtico que possui caractersticas que a tornam um produto intermedirio entre os alimentos volumosos e alimentos concentrados. Alm da vantagem econmica em seu emprego como substituto do milho, a sua poca de produo favorvel. A safra da laranja iniciada em maio e concluda em janeiro, perodo que coincide com a entressafra de gros como o milho e com a poca de escassez de forragem (CARVALHO, 1995). O ponto de importncia na alternativa de emprego da polpa em relao ao milho, como j visto, o fato da polpa ctrica peletizada apresentar elevado teor de pectina, que lhe confere alto teor energtico, em contraste com o elevado teor de amido presente nos gros de milho. Desta forma, a pectina comporta-se como se fosse um componente no estrutural, embora a sua fermentao no rmen implique em propores de cidos graxos volteis semelhante as encontradas com a digesto de fibras estruturais . Tanto assim que observaes prticas criatrias tem levado a idia que a adio de polpa raes de ruminantes tem resultado em menores incidncias de problemas metablicos, tais como a acidose lctica e meteorismo, que acontecem frequentemente com o emprego de elevadas quantidades de alimentos concentrados . Realmente em termos de rmen existem afirmativas de valor melhor para a polpa quando substitui o milho: VAN SOEST (1982) sugere melhor padro de fermentao no rmen, propiciando condies para a atuao das bactrias celulolticas em raes contendo polpa ctrica, facilitando a ao desses microorganismos digesto da parede celular de pores fibrosas das raes. Apesar dessas consideraes, experimentos que comparam a digestibilidade de raes com polpa em substituio ao milho tm mostrado desvantagens para a polpa: Martinez e Fernndez (1980), utilizando raes contendo zero, 30 e 60% de polpa ctrica na alimentao de cordeiros em confinamento, encontraram ganhos de peso de 312 gramas, 272 gramas e 234 gramas por animal e por dia , respectivamente. Esses autores concluram que os ganhos de peso e as converses alimentares decresceram com a incluso de polpa ctrica nas raes. BUENO et al. (2002) ao fornecerem quantidades crescentes de polpa ctrica (mxima incluso de 66,5%) para cabritos da raa Saanen, verificaram aumento linear na digestibilidade da fibra em detergente neutro, e por BHATTACHARYA & HARB (1973), que observaram aumento proporcional na digestibilidade da poro fibrosa at o teor de 60%, na rao de ovinos, medida que o milho foi substitudo pela polpa. FEGEROS et al. (1995), trabalhando com ovelhas recebendo raes constitudas de feno e 30% de polpa ctrica, encontraram valores de 87,2; 78,6; 52,7; 82,0; 93,2; e 83,1% para a digestibilidade aparente das fraes MO, MS, PB, EE, FB e ENN, respectivamente, verificando aumento na digestibilidade da fibra bruta em raes contendo at 30% de polpa ctrica. Muitos trabalhos apresentados na literatura no mostraram diferena na

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digestibilidade dos diversos nutrientes quando empregados polpa ctrica em comparao ao milho (Wing, 1975; Esteves et al., 1987; Brown & Johnson, 1991), mas os resultados ainda no so conclusivos. Schaibly & Wing (1974) encontraram aumento das digestibilidades da matria seca e da energia com a substituio de at 2/3 da silagem de milho pela polpa ctrica, enquanto Pinheiro et al. (2000) encontraram menores coeficientes de digestibilidade da matria seca, matria orgnica, protena bruta, energia bruta e fibra em detergente neutro nos nveis 60 e 80% de substituio do milho pela polpa ctrica, comparados com os nveis 40 e 100%, para bovinos recebendo dieta composta com 50% de volumoso.

OBJETIVO: Medir a digestibilidade de misturas concentradas contendo milho e polpa ctrica em diferentes propores no total do trato digestivo de ovinos. METODOLOGIA: Foram empregados seis ovinos machos, castrados, da raa Sulfock, com peso aproximado de 35 kg e idade de 1 ano, que serviram ao experimento em um delineamento estatstico de quadrado latino (change-over) (PIMENTEL GOMES,1985) com dois grupos de trs animais com os seguintes tratamentos: A) 75% milho, 25% polpa ctrica B) 50% milho, 50% polpa ctrica C) 25% milho, 75%polpa ctrica Foi empregado o seguinte esquema de distribuio de tratamentos aos seis animais, considerando-se trs subperodos experimentais de 21 dias cada: 123 456 IABC BCA II B C A A B C III C A B C A B No desenvolvimento do trabalho ao serem seguidos os trs subperodos experimentais de 21 dias cada, os primeiros 14 dias foram destinados a adaptao dos animais s diferentes dietas, e na ltima semana de cada subperodo foram feitas coletas totais de fezes para medir a digestibilidade aparente. Foram analisados (AOAC, 1980): protena bruta, extrato etreo, fibra bruta, matria mineral, extrativos no nitrogenados sendo calculadas as taxas de digestibilidade aparente dos seguintes grupos de nutrientes: protena, extrato etreo, fibra e extrativos no nitrogenados. As coletas de fezes foram executadas por cinco dias consecutivos. Ao final de

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cada dia 20% do total das fezes colhidas por animal foi mantido em freezer, fazendo-se uma amostra composta por indivduo ao trmino dos cinco dias. O arraoamento dos animais foi feito com feno de coast cross como nico volumoso, na proporo de 40% da MS da rao, sendo os restantes 60% compostos por misturas de farelo de soja como fonte protica alm de milho e polpa ctrica, em diferentes propores, como fontes energticas. A alimentao foi fornecida em duas partes: as 8:00h e as 15h. Durante as fases de colheita de fezes, a rao no seu todo (alimentos volumosos e concentrados ) foram restritos a 80% do consumido nos perodos de adaptao.

RESUMO: Os valores de digestibilidade obtidos para valores de matria seca foram: 84,500%, 79,667% e 76,500% respectivamente para os tratamentos A, B e C, sendo encontrada diferena estatisticamente significativa entre tratamentos (p=0,001) a medida em que a polpa ctrica entrou em maiores propores nas raes conforme a equao : 89,934- 0,130 X. As digestibilidades obtidas para protena bruta foram: 85,667% 82,000%e 75,833% respectivamente para os tratamentos A, B e C ,da mesma forma menores (p=0,004) com quantidades de polpa ctrica mais elevadas nas misturas, obedecendo equao : 91,333- 0,154 X. As digestibilidades obtidas para fibra bruta foram: 73,167%, 72,000% e 65,500% respectivamente para os tratamentos A, B e C e no diferiram significativamente entre tratamentos (p=0,059), seguindo a equao de regresso: 78,283 0,059X. Para valores de digestibilidade do extrato etreo, os coeficientes obtidos foram 87,667%, 85,333% e 80,167% respectivamente para os tratamentos A, B e C, sendo encontrada diferena estatisticamente significativa entre tratamentos (p= 0,011), obedecendo equao de regresso 92,935 - 0,109X e demonstrando que para a gordura tambm a digestibilidade diminuiu com o ingresso de quantidades mais elevadas de polpa ctrica. Os valores de digestibilidade obtidos para valores de extrativos no nitrogenados foram: 88,000%, 83,500% e 81,167% respectivamente para os tratamentos A, B e C, sendo encontrada diferena estatisticamente significativa entre tratamentos (p=0,027) a medida em que a polpa ctrica entrou em maiores propores nas raes conforme a equao : 92,933 0,109 X. Considerando-se que a digestibilidade aparente abrange os processos digestivos desenvolvidos no total do trato digestrio, abordando por isto a fermentao microbiana ruminal e a digesto enzimtica nos intestinos, o milho ao ingressar em maiores propores na composio das diferentes raes obteve maior sucesso em termos de digestibilidade. Um ponto a ser

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considerado seria o escape de maior ou menor parte do milho da degradao ruminal para a digesto nos intestinos atravs de amilase, quando alguns trabalhos registram uma eficincia mais alta quando o amido trabalhado enzimaticamente ao invs de por bactrias ruminais amilolticas.

CONCLUSO: Nas condies deste experimento a substituio em pores crescentes do milho pela polpa ctrica, em raes de ruminantes, conduziu a uma queda gradativa da digestibilidade da matria seca, extrato etreo, extrativos no nitrogenados e protena das raes empregadas. REFERNCIA BIBLIOGRFICA: AOAC. Official Methods of Analysis. 1 led. Washington D.C. A.O.A C 1980 1051p. BHATTACHARYA, A.N.; HARB, M. Dried citrus pulp as grain replacement for Awassi lambs. Journal of Animal Science, v.36, n.6, p.1175-1180, 1973. BUENO, M.S. et al. Effect of replacing corn with dehydrated citrus pulp in diets of growing kids. Small Ruminant Research, v.46, p.179-185, 2002. BEN-GHENDALIA et al. The effects of starch and pectin rich diets on quantitative aspects of digestion in sheep. Animal Feed Science and Technology, v.24, p.289-298, 1989. EZEQUIEL, J. M. B. Uso da polpa ctrica na alimentao animal. III Simpsio Goiano sobre Manejo e Nutrio de Bovinos, p. 329-346, 2001, Goinia-GO. FEGEROS, K.; ZERVAS, G.; STAMOULI, S.; APOSTOLAKI, E. Nutritive value of dried citrus pulp and its effect on milk yield and milk composition of lactating ewes. Journal of Dairy Science, v.78, p. 1116-21, 1995. SANTOS, F.A.P.; PEREIRA, E.M.; PEDROSO, A.M. Suplementao energtica de bovinos de corte em confinamento. In: SIMPSIO SOBRE BOVINOCULTURA DE CORTE, 5., Piracicaba, 2004. Anais. Piracicaba: FEALQ, 2004. p.261-297. VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. Corvallis: O& Books, 1982. 373p.

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Digestibilidade in situ de misturas em diferentes propores de milho (Zea mays) e polpa ctricaBRUNA DA SILVA MOREIRA(1), NATHLIA NOTARNICOLA DE MORAES(2) CARLOS DE SOUSA LUCCI(3)(Orientadores)

Cincias Agrrias INTRODUO: Misturas concentradas para ruminantes em confinamento contm normalmente elevadas propores de milho como fonte de energia. Atualmente os elevados custos deste gro tem conduzido ao emprego de substitutos, entre estes a polpa ctrica peletisada, considerando que a alimentao representa uma parcela significativa no custo total da produo de carne, leite e l obtida de ruminantes. Surge da o interesse deste trabalho. O milho h alguns sculos vem sendo utilizado diretamente na alimentao humana e de animais domsticos. Sua importncia no se restringe apenas ao fato do grande volume produzido mas tambm, ao importante papel scioeconmico que representa. Constitui inestimvel fonte de matria-prima bsica para a expressiva gama de produtos industrializados. Devido ao alto contedo de carboidratos, principalmente amido, e de outros componentes como protenas, leos e vitaminas, tornou-se um produto de relevante importncia comercial. No Brasil, onde a dieta composta basicamente de forragem, o fator limitante est na ingesto de energia, considerado preponderante para o baixo desempenho da pecuria nacional. Para melhorar tais resultados, indispensvel o fornecimento de concentrados, objetivando dessa forma maximizar a ingesto de energia digestvel pelo animal. A incluso de gros na rao comumente feita para elevar os requerimentos energticos, no entanto, estes diminuem o contedo de fibra da dieta. A polpa ctrica um subproduto da fabricao de suco concentrado, constituda de casca, sementes, bagao e frutas descartadas. Nos ltimos anos, tem sido utilizada como possvel alternativa ao milho em raes para ruminantes em confinamento (Santos et al. 2004). considerada um alimento fonte de energia (sua energia cerca de 13% inferior a do milho, segundo o NRC, 1996) que possui caractersticas diferenciadas quanto fermentao ruminal, caracterizando-se como um produto intermedirio entre volumosos e concentrados (Fegeros et al., 1995). Em geral, a polpa visualisada pela alta digestibilidade da sua matria seca, sendo superior at a do milho laminado.Ela torna-se interessante por possuir caractersticas energticas de concentrado, e fermentativas ruminais prximas dos alimentos volumosos (Ezequiel, 2001). Alm da vantagem econmica, a sua poca de produo muito favorvel ao seu emprego . Como a safra da laranja iniciada em maio e concluda em12 Congresso de Iniciao Cientfica, 6 mostra de Ps-Graduao 15

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janeiro, esse perodo coincide com a entressafra de gros como o milho e com a poca de escassez de forragem (CARVALHO, 1995). Martinez e Fernndez (1980), utilizando raes contendo zero %, 30 % e 60 % de polpa ctrica na alimentao de cordeiros em confinamento, encontraram ganhos de peso de 312 gramas, 272 gramas e 234 gramas por animal por dia , respectivamente. Esses autores concluram que o ganho de peso e a converso alimentar decresceram com a incluso de polpa ctrica na rao. Realmente em termos de rmen existem afirmativas de valor melhor para a polpa quando substitui o milho: VAN SOEST (1982) sugere melhor padro de fermentao no rmen, propiciando condies para a atuao das bactrias celulolticas em raes contendo polpa citrica, facilitando a ao desses microorganismos digesto da parede celular de pores fibrosas das raes. Apesar desseas consideraes, alguns experimentos que comparam a digestibilidade de raes com polpa em substituio ao milho tem mostrado desvantagens para a polpa: Martinez e Fernndez (1980), utilizando raes contendo zero, 30 e 60% de polpa ctrica na alimentao de cordeiros em confinamento, encontraram ganhos de peso de 312 gramas, 272 gramas e 234 gramas por animal e por dia, respectivamente. Esses autores concluram que os ganhos de peso e as converses alimentares decresceram com a incluso de polpa ctrica nas raes. Outros trabalhos no entanto demonstraram vantagens na adio de polpa misturas concentradas.BUENO et al. (2002) ao fornecerem quantidades crescentes de polpa ctrica (mxima incluso de 66,5%) para cabritos da raa Saanen, verificaram aumento linear na digestiblidade da fibra em detergente neutro, e por BHATTACHARYA & HARB (1973), que observaram aumento proporcional na digestibilidade da poro fibrosa at o teor de 60%, na rao de ovinos, medida que o milho foi substitudo pela polpa. FEGEROS et al. (1995), trabalhando com ovelhas recebendo raes constitudas de feno e 30% de polpa citrica, encontraram valores de 87,2; 78,6; 52,7; 82,0; 93,2; e 83,1% para a digestibilidade aparente das fraes MO, MS, PB, EE, FB e ENN, respectivamente, verificando aumento na digestibilidade da fibra bruta em raes contendo at 30% de polpa ctrica. Ainda muitos outros trabalhos apresentados na literatura no mostraram diferena na digestibilidade dos diversos nutrientes quando empregados polpa ctrica em comparao ao milho (Wing, 1975; Esteves et al., 1987; Brown & Johnson, 1991), mas os resultados ainda no so conclusivos. Schaibly & Wing (1974) encontraram aumento das digestibilidades da matria seca e da energia com a substituio de at 2/3 da silagem de milho pela polpa ctrica, enquanto Pinheiro et al. (2000) encontraram menores coeficientes de digestibilidade da matria seca, matria orgnica, protena bruta, energia bruta e fibra em detergente neutro nos nveis 60 e 80% de substituio do milho pela polpa ctrica, comparados com os nveis 40 e 100%, para bovinos recebendo dieta

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composta com 50% de volumoso. Procurando obter mais informaes sobre a digestibiidade da polpa quando medida no interior do rmen, notam-se algumas afirmativas interessantes quanto s variadas tcnicas empregadas para essas medies. Evidentemente a digestibilidade no uma medida igualmente til para todos os nutrientes; por exemplo no se determina a digestibilidade dos minerais nem das vitaminas. Neste caso realizam-se balanos minerais, determinando a ingesto total e a eliminao total com a finalidade de medir a frao que realmente ficou retida no corpo. Apesar destas variaes, a digestibilidade tem sido aceita como uma medida satisfatria do valor nutritivo dos alimentos, pois os dados obtidos so vlidos e nos do realmente subsdios importantes para alimentao. Vrios so os mtodos utilizados para serem determinadas as digestibilidades dos nutrientes contidos nos alimentos. Neste sentido, so empregados mtodos diretos e indiretos, mtodos in vivo e in vitro. Nas tcnicas in vivo conta-se a dos sacos de nilon contendo amostras do alimento a ser testado e incubao desses sacos no interior do rmen por diferentes perodos de tempo. Dentre as tcnicas in vitro ressalta-se a fermentao ruminal in vitro, dentre aquelas in vivo ressalta-se adigestibilidade verdadeira, a digestibilidade com indicadores, e a tcnica de proporo ou relao (ANDRIGUETTO, 1986). A metodologia de colocao de amostras de alimento no rmen, atravs de sacos, relativamente antiga, tendo sido provavelmente idealizada por QUIN et al. em 1938 , na frica do Sul(citado por ORSKOV, 1980) O objetivo de Quin e colaboradores foi estudar a desintegrao de alimentos no interior do rumen. Os autores usaram sacos cilncricos confeccionados com seda natural, bastante fina, que foram introduzidos atravs de uma fstula no rmen de carneiros adultos. A partir desta idia bsica outras tcnicas foram propostas, segundo o princpio de se utilizar o rmen para o estudo da ao dos microorganismos sobre diferentes substratos. Atualmente a tcnica "in situ" com sacos de nilon bastante utilizada e amplamente aceita, sendo um mtodo relativamente rpido par determinar a taxa de degradao dos constituintes dos alimentos no rmen. Tambm permite estimar a degradabilidade efetiva, corrigindo, pela taxa de passagem, os valores da degradao potencial obtidos, conforme relatado por ORSKOW e McDONALD (1979). Com essa metodologia mede-se o desaparecimento dos componentes dos alimentos aps serem incubados no rmen, em sacos de nilon, durante diferentes perodos. Assume-se que esse desaparecimento sinnimo de degradao pelas bactrias presentes no rgo. A tcnica tem por falha o fato dos alimentos contidos nas amostras incubadas no serem submetidos salivao, mastigao e ruminao pelo animal, NOCEK (1988).

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OBJETIVO: Os objetivos do presente trabalho foram determinar,com emprego de ovinos dotados de cnulas de rmen, as digestibiidades ruminais ( in situ) da mteria seca e protena de misturas concentradas contendo diferentes propores de fontes energticas milho e olpa ctrica, e matria seca do feno de Coast cross, nico volumoso das raes. METODOLOGIA: Foram empregados seis ovinos machos, castrados, da raa Sulfock, com peso aproximado de 35 kg e idade aproximda de 2 anos, todos os animais sendo providos de cnulas de rmen. O delineamento estatstico empregado foi quadrado latino (change-over) conforme PIMENTEL GOMES(1985) utilizando-se dois grupos de trs animais cada, com os seguintes tratamentos, ministrados de forma alternativa : A) 75% milho, 25% polpa ctrica B) 50% milho, 50% polpa ctrica C) 25% milho, 75%polpa ctrica Foi executado o o esquema apresentado a seguir, empregando-se os trs tratamentos em trs subperodos experimentais de 21 dias cada:

123456 IABC BCA II B C A A B C III C A B C A B Nos ltimos tres dias de cada subperodo experimental foi desenvolvida a tcnica de sacos de nilon com a colocao de cerca de cinco gramas de amostra das mistuas concentradas que corresponderam aos diferentes tratamentos. Incubaes dos sacos com amostras foram conduzidas no rmen por: zero h, 1 h, 3 h, 6 h, 12 h, 24 h e 48 h. AS analises foram realizadas conforme prescries de AOAC (1980) para : matria seca e protena bruta , sendo calculadas as taxas de digestibilidade in situ de cada um destes grupos de nutrientes. Paralelamente, em todos os animais foram incubados sacos de nilon contendo amostras do feno de Coast cross (Cynodon dactylon) empegado como nico volumoso nesta experimentao. Aproximadamente cinco gramas de amostra de feno, grosseiramente picado, foram introduzidas em cada saco.Nesta situao a analise laboratorial determinou os teores de matria seca, permitindo o calculo de sua degrdabilidade Para o feno, os tempos de incubao foram de zero h, 24 h., 48 h. e 72 horas. Em qualquer das situaes foi adotado o sistema de colocao, no rmen, dos sacos com amostras em tempos diferentes e retirada de todos simultaneamente.

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RESUMO: Os resultados obtidos referem-se a taxas de degradabilidade efetiva calculadas para valores de proteina bruta e mtria seca da mistura concentrada, bem como de matria seca do feno. Para a proteina da mistura concentrada as taxas de degradabilidade foram iguais a 62,32 %, 74,37% e 77,69 % respectivamente para os tratamentos A (25 % de polpa ctrica), B ( 50% de polpa ctrica) e C (75 % de polpa ctrica). Esses valores mostraram-se significativamente diferentes (p=0,000) sendo detectada regresso lineear com a equao 56,088 + 0,308 X). desta maneira, ficou patente que o ingresso de maiores teores de polpa ctrica nas misturas concentradas resultaram em taxas de degradabilidasde progressivamente mais elevadas para a proteina. No tocante matria seca das misturas concentradas foram detectadas, da mesma forma que para a protena, diferenas significantes entre tratamentos (p= 0,000) ,com as taxas de degradabilidade iguais a 62.36, 64.80%; e 78.23% respectivamente para os tratamentos A ( 25 % de polpa ctrica ), B ( 50 % de polpa ctrica ) e C ( 75 % de polpa ctrica). Foi detectada regresso linear com a equao : 52,60 + 0,317 X ) . Da mesma forma com o ocorrido com a protena das misturas concentradas, a degradabilidade efetiva da matria seca das misturas aumentou progressivamente com o ingresso de maiores propores de polpa nas misturas. No que se refere degradabilidade efetiva da matria seca do feno, empregado como nico volumoso da rao, os valores encontrados foram iguais a 44.56%, 47.31% e 47.91% respectivamente para os tratamentos A ( 25% de polpa ctrica na mistua concentrada), B (50% de polpa ctrica na mistura concentrada) e C ( 75% de polpa cytrica na mistura concentrada) Houve diferena significativa entre tratamentos ( p=0.086) detectgando regresso com a equao : 43,25 + 0,07 X . Observa-se assim que a matria seca do feno tambm foi melhor degradada quando as ropores de polpa ctrica foram progressivamente maiores nas misturas concentradas.

CONCLUSO: O ingresso de quantidades maiores de polpa ctrica em misturas concentradas , em substituio ao milho em gros, resultou em melhores digestibilidsades, no interior do rmen, no s para as fraes matria seca e roteina das misturas concentradas, como tambm para a maaateria seca do feno, este empegado como nico volumoso nas raes de ovinos. REFERNCIA BIBLIOGRFICA: ANDRIGHETO, 1.; BAILONI, L.; COZZI, G.; TOLOSA, H. F~.

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Observations on in situ degradation offorage ceil in alfalfa and italian rverass. Journal of Dair Science, v. 76, p. 2624-2631, 1993. AOAC. Official Methods of Analysis. 1 led. Washington D.C. A.O.A C 1980 1051p. EZEQUIEL, J. M. B. Uso da polpa ctrica na alimentao animal. III Simpsio Goiano sobre Manejo e Nutrio de Bovinos, p. 329-346, 2001, Goinia-GO. FEGEROS, K.; ZERVAS, G.; STAMOULI, S.; APOSTOLAKI, E. Nutritive value of dried citrus pulp and its effect on milk yield and milk composition of lactating ewes. Journal of Dairy Science, v.78, p. 1116-21, 1995. ORSKOV, E.R.; HOVELL, 1;'. D. DEB., MOULD, 1'. Uso de la tecnica de la bolsa de nylon para la avaluacion de los alimentos. Prod. Animal Trop.. v. n.. p213-233. 1980. ORSKOV, E.R.; McDONALD, 1. The estimation of protem degradabilitv in the rumen from incubation measurements weighted according to rate of passage. Journal Agriculture Science. v. 92. p.499-503 1979. SANTOS, F.A.P.; PEREIRA, E.M.; PEDROSO, A.M. Suplementao energtica de bovinos de corte em confinamento. In: SIMPSIO SOBRE BOVINOCULTURA DE CORTE, 5., Piracicaba, 2004. Anais. Piracicaba: FEALQ, 2004. p.261-297

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Programa de Controle Populacional Animal (PROCOPA): Extenso Universitria Contribuindo para o Bem Estar Animal e Controle de ZoonosesNATHLIA NOTARNICOLA DE MORAES(1) CELSO MARTINS PINTO(2),RAFAEL GARABET AGOPIAN(3),ADRIANA CORTEZ(4)(Orientadores)

Cincias Agrrias INTRODUO: Em grande parte dos centros urbanos essencial o controle populacional de ces e gatos, pois com o maior nmero de animais nas ruas o risco de zoonoses, acidentes de trnsito, agresso e danos a propriedade aumentam (CARDIN, 1969; CARTER, 1990; CIAMPI &GARCIA, 1996). As cadelas e gatas so animais plurparos e sua gestao curta, com potencial de produo de proles numerosas que podem atingir a maturidade sexual ao redor dos 6 meses de idade (Secretaria do Estado de Sade de So Paulo, 2006). Fatores que somados a falta de posse responsvel dos proprietrios contribuem para o aumento da populao de ces e gatos nas ruas de forma descontrolada, dificultando o controle das zoonoses (VIEIRA, 2008), tais como a Leishmaniose Visceral e Raiva canina, que apresentam grande impacto na Sade Pblica (REICHMANN, 2000, MINISTRIO DA SADE, 2003). Uma maneira de contribuir para o controle de populaes de ces e gatos diminuindo a natalidade destes animais, reduzindo assim os problemas decorrentes do aumento de suas populaes (REICHMANN, 2000). Muitas tcnicas para o controle populacional de pequenos animais esto sendo implantadas como os mtodos no-cirrgicos na expectativa de controlar a superpopulao, mas muitos fatores desfavorveis foram observados nestes mtodos, os quais no proporcionam resultados satisfatrios (ALEXANDRE & SHANE, 1994). Os mtodos no-cirrgicos geralmente utilizados incluem a domiciliao impedindo que o animal entre em contato com animais do sexo oposto, no ocorrendo, portanto o acasalamento e o mtodo qumico, que consiste na administrao de medicamentos hormonais que interferem no ciclo reprodutivo tornando, em geral, as fmeas infrteis. Segundo Reichmann (2000), nenhum desses mtodos tem se mostrado eficiente por exigirem responsabilidade e comprometimento dos proprietrios. A esterilizao cirrgica eficiente, definitiva e segura, permitindo o controle populacional imediatamente aps sua realizao (ALEXANDRE & SHANE, 1994). So geralmente procedimentos eletivos com o principal objetivo de evitar estros e crias indesejadas (FOSSUM, 2001).12 Congresso de Iniciao Cientfica, 6 mostra de Ps-Graduao 21

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A tcnica mais utilizada nas clnicas veterinrias para esterilizao cirrgica de fmeas a Ovariohisterectomia, onde os ovrios e o tero so removidos (SLATTER, 2007). Migliari e Vuono (2000) propuseram a tcnica de Ovrio Salpingo Histerectomia (OSH) modificada para diminuir o tempo cirrgico e melhorar a recuperao ps-operatria, condies fundamentais quando se trabalha com esterilizao em massa. Em machos a orquiectomia tem sido a tcnica mais utilizada para esterilizao cirrgica e ainda pode modificar ou eliminar padres de conduta caractersticos dos machos, como por exemplo, diminuir a agressividade (NAVARRETE, 1997). Em decorrncia de novas legislaes que impedem ou dificultam a utilizao de animais para fins didticos (Lei n 12.917, 2008; Lei n 13.943, 2004) os programas de esterilizao cirrgica de pequenos animais podem ser uma oportunidade para a participao dos alunos de graduao com a finalidade de coloc-los em situaes prticas reais melhorando o processo de ensino e aprendizagem.

OBJETIVO: 2.1 OBJETIVO GERAL Descrever as atividades realizadas pelo Programa de Controle Populacional Animal (PROCOPA), vinculado ao Ncleo de Atividades de Extenso da Veterinria (NATEV) da Faculdade de Medicina Veterinria da Universidade de Santo Amaro (UNISA). 2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS Contribuir com o controle populacional de ces e gatos na comunidade adjacente ao Campus I da UNISA. Aprimorar profissionalmente residentes do setor de cirurgia de pequenos animais do Hospital Veterinrio da Faculdade de Medicina Veterinria da UNISA. Aprimoramento da formao acadmica dos alunos de 1 a 9 semestres do curso de medicina veterinria da UNISA.

METODOLOGIA:

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3.1 PROCOPA O PROCOPA um programa permanente e gratuito de esterilizao cirrgica realizado nas dependncias do Campus I da UNISA que foi implementado em Maro de 2009. As atividades descritas no trabalho correspondem ao 1 Semestre de 2009. 3.2 EQUIPES A equipe para realizao das atividades foi composta por: a) Docentes, responsveis pela coordenao e superviso das atividades. b) Residentes do setor de Clnica Cirrgica de Pequenos Animais do Hospital Veterinrio da UNISA, responsveis pela realizao do ato cirrgico. c) Discentes fixos, responsveis pela organizao da sala, equipamentos e materiais utilizados nas atividades e participao das atividades programadas. d) Discentes rotativos participantes, na forma de revezamento, das atividades programadas. 3.3 ESPAO FSICO As atividades foram realizadas numa sala equipada e preparada para atendimento cirrgico. Este local foi dividido em 3 setores: pr-cirrgico, transcirrgico e ps-cirrgico. 3.4 ATIVIDADES As atividades foram compostas por: cadastros dos animais, agendamento do procedimento cirrgico que compreendeu o pr-cirrgico, trans-cirrgico e pscirrgico. 3.4.1 Cadastro dos animais Os cadastros dos animais foram realizados durante o programa UNISA em Ao na Comunidade", que ocorreu no dia 28 de Maro de 2009 no Campus I. 3.4.2 Agendamento dos procedimentos cirrgicos O agendamento e orientaes pr-cirrgicas foram realizados na semana do procedimento cirrgico. Os itens 3.4.1 e 3.4.2 foram realizados por alunos do 1 ao 4 semestres.

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3.4.3 Pr-cirrgico Foi realizada a anamnese e exame fsico do animal. Os animais considerados hgidos foram submetidos ao protocolo anestsico para o ato cirrgico. 3.4.3.1 Protocolo anestsico Medicao pr-anestsica (MPA): - Caninos: Foi administrado a MPA composta por Acepran 0,2% e Meperidina (50mg/mL) nas doses de 0,1mg/Kg e 5mg/Kg , respectivamente, por via intramuscular. - Felinos: Foi administrado a MPA composta por Meperidina (50mg/mL) na dose de 5mg/Kg, por via intramuscular. Induo Anestsica: Foi realizada induo anestsica, tanto para macho como para fmea utilizando Ketamina (50mg/mL), Midazolan (5mg/mL) e Fentanil com doses de 5 mg/kg; 0,5 mg/kg e 0,5 g/kg respectivamente, por via intravenosa e a manuteno anestsica por reaplicao em bolus de 20% da dose dos frmacos utilizados para induo no caso de machos, e no caso de fmeas com anestesia inalatria a base de Isoflurano e Oxigenioterapia. Nos machos foi realizado bloqueio local intratesticular com lidocana 2% sem vasoconstritor. 3.4.3.2 Preparao dos animais para ato cirurgico Foi realizado tricotomia e higienizao das regies de acesso cirrgico e venoso, bem como canulao da veia ceflica para fluidoterapia e entubao traqueal. O item 3.4.3 foi realizado por alunos do 5 ao 9 semestres 3.4.4 Trans-cirrgico As fmeas foram submetidas ao procedimento de OSH pela Tcnica do Gancho Modificada (Migliari e Vuono, 2000) e os machos Orquiectomia aberta (Fossum, 2005). O item 3.4.4 foi realizado por residentes do Hospital Veterinrio da UNISA,

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auxiliados por alunos do 9 semestre. 3.4.5 Ps-cirrgico Foi realizada medicao analgsica e antibitica nos seguintes protocolos: Fmeas: Cloridrato de Tramadol (50mg/mL) na dose de 2mg/Kg e Penicilina Benzatina (1200000UI) na dose de 48000 UI/Kg, por via subcutnea. Machos: Dipirona Sdica (500mg/mL) na dose de 25mg/kG e penicilina como acima descrito. Foi realizado proteo da ferida cirrgica atravs de gaze e malha tubular. O item 3.4.5 foi realizado por alunos do 3 ao 8 semestres. 3.5 ANLISE DOS RESULTADOS A partir do cadastro dos animais que foram preenchidos pelos proprietrios foi realizada a epidemiologia descritiva das seguintes variveis: Total de animais esterilizados, total de fmeas e machos esterilizados por espcie animal e idade e participao dos alunos e residentes nas atividades.

RESUMO: O PROCOPA foi idealizado para atender de maneira permanente e gratuita uma demanda crescente, por esse servio, da populao carente do entorno do Campus I da UNISA que era contemplada por Campanhas de Castraes realizadas pelo menos uma vez por semestre pelo NATEV da FMV/UNISA desde 2002. Devido experincia acumulada durante estes anos de trabalho junto comunidade, percebemos que o crescimento populacional de ces e gatos era maior que a capacidade de atendimento dessa demanda, exigindo que a freqncia e o nmero de animais atendidos nessas campanhas fosse cada vez maior. Alm disso, a necessidade de alternativas pedaggicas para melhorar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos da FMV e a adequao s Leis que regulamentam a utilizao dos animais em aulas prticas fez com que um Programa permanente com a participao de alunos e residentes fosse implementado. Durante o Primeiro Semestre de 2009 foram atendidos um total de 62 animais, sendo 32 machos e 30 fmeas como sumariados no Quadro 1, dados que corroboram o trabalho de PARANHOS (2002) que estudou a dinmica

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populacional desses animais no Municpio de So Paulo. Esses dados sugerem a no interferncia cultural dos proprietrios nessa comunidade quanto a esterilizao cirrgica de machos, visto que em atividade semelhante realizada no interior do Estado de So Paulo o procedimento em machos era associado ao comprometimento da virilidade masculina fazendo com que os proprietrios fossem mais resistentes a realizao do ato cirrgico. Quadro 1: Nmero de fmeas e machos esterilizados cirurgicamente pelo PROCOPA na UNISA no 1 semestre de 2009. ESPCIE MACHOS FMEAS TOTAL CANINOS 12 (19,35%) 15 (24,20%) 27 (43,55%) FELINOS 20 (32,25%) 15 (24,20%) 35 (56,45%) TOTAL 32 (51,60%) 30 (48,40%) 62

Foi observado no Quadro 2 que 53/62, ou seja, 85,4% dos animais foram esterilizados at os 2 anos de idade, ou seja, na sua fase inicial da vida reprodutiva, o que contribui para uma maior efetividade no controle populacional de ces e gatos. Esses dados diferem daqueles encontrados por Crceres (2004), que analisou o programa de esterilizao canina e felina do Municpio de So Paulo entre os anos de 2001 e 2003, e pode indicar uma conscientizao maior dos proprietrios entorno do Campus I da UNISA quanto ao problema da superpopulao dos animais de companhia, j que essa atividade direcionada a essa comunidade j realizada h vrios anos. Quadro 2: Idade dos animais esterilizados cirurgicamente pelo PROCOPA na UNISA no 1 semestre de 2009. IDADE CANINOS FELINOS (MESES) MACHO FMEA MACHO FMEA TOTAL N/C 3 3 3 9 31 1 2 41 2 3 5 1 12 613138 7 448 8 2 2 9 11 11 1 1 12 1 3 6 2 12 24 4 1 5 36 1 1 2

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48 1 1 2 60 1 1 72 1 1 1 3 84 1 1 TOTAL 12 15 20 15 62 No houve diferena quando foi comparado o nmero de animais atendidos pelo PROCOPA com a mdia atendida em Campanhas promovidas pelo NATEV (dados no mostrados), mas devido as atividades desenvolvidas pelo PROCOPA serem realizadas de forma contnua houve um estreitamento das relaes entre a universidade e a comunidade adjacente. No Quadro 3 esto descritos o nmero de alunos participantes das atividades por semestre. Foi observada maior participao de alunos de 5 e 9 semestres, isso pode estar associado ao maior interesse pelo programa por discentes que esto cursando disciplinas correlacionadas com as atividades do PROCOPA, tais como Semiologia, Tcnica Cirrgica, Anestesiologia, Patologia Cirrgica e Epidemiologia, transpondo o aprendizado terico para uma aplicao prtica, permitindo maior vivncia com a profisso e com o atendimento ao pblico. Isto faz com que estes se tornem mais capazes de lidar com situaes que requerem conhecimento tcnico e aes efetivas. A participao dos Residentes Ingressantes do Setor de Cirurgia de Pequenos Animais do HOVET/UNISA se torna fundamental a medida que esses podem contribuir com o aprendizado tcnico dos graduandos e cria uma oportunidade de aprimoramento profissional pois eles adquirem maior destreza no procedimento cirrgico, j que na rotina do HOVET o nmero de cirurgias realizadas com essa finalidade menor. A dinmica de trabalho num programa de esterilizao em massa explora a capacidade dos alunos e residentes em trabalhar em equipe respeitando as diferenas individuais e curriculares de cada um, auxiliando na formao de profissionais e cidados diferenciados. Considerando que cada vez mais o poder pblico est envolvido em Programas dessa natureza, estes tero a capacidade de futuramente estabelecerem parcerias com as Prefeituras Municipais, assim como ocorre no Municpio de So Paulo. Quadro 3: Nmero de alunos separados por semestre que participaram das atividades do PROCOPA na UNISA no 1 semestre de 2009. GRADUANDOS PARTICIPANTES DO PROCOPA SEMESTRE 1 3 5 7 9 TOTAL DISCENTES FIXOS 0 2 3 0 2 7 DISCENTES ROTATIVOS 2 4 12 1 7 26

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TOTAL 2 6 15 1 9 33

CONCLUSO: O Programa de Controle de Populacional Animal se mostrou vivel envolvendo a participao da estrutura acadmica (professores, residentes e alunos) e a comunidade promovendo a conscientizao da populao ao mesmo tempo em que auxilia na formao de jovens profissionais. Nessa atividade ocorreu o estreitamento da relao docente-discente melhorando o processo de ensino-aprendizagem. O PROCOPA deve ser aprimorado visando uma maior capacidade de atendimento populao e atrelando programas educacionais de posse responsvel, bem estar animal e promoo de sade com a finalidade de contribuir efetivamente com o controle de natalidade da populao de ces e gatos.

REFERNCIA BIBLIOGRFICA: ALEXANDER, S. A., SHANE, S. M. Characteristics of animals adopted from an animal control center whose owners complied with a spaying / neutering program. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 205, n. 3, p, 472-6, 1994. CARDING, A.H. The significance and dynamics of stray dog populations with special reference to the U.K. and Japan. Journal Small Animal Practice, v. 10, p. 419-446, 1969. CARTER, C.N. Pet population control: another decade without solutions? Journal of the American Veterinary Medical Association, Schaumburg, v.197,p, 192-195, 1990.

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Operacionais. Cincia Veteterinria nos Trpicos. Recife-PE, v. 11, suplemento 1,p.102-105, abril, 2008 ________________________________________________________________ [email protected]

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Reticulocitose e Reticulocitopenia CaninaAMANDA EVELYN CECCONI DA SILVA(1) ELIZABETH BOHLAND(2)(Orientadores)

Cincias Agrrias INTRODUO: Os reticulcitos so clulas eritrides imaturas anucleadas com resqucios de ribossomos e cido ribonucleico (RNA) (COTTER, 2001). Foram descritos pela primeira vez em 1865 por Wilhelm Heinrich Erb que detectou a presena de grnulos intraeritrocitrios (COWGILL, NEEL e GRINDEM, 2003). Possuem um tamanho maior do que o eritrcito maduro (RILEY et al, 2001), porm somente apresentam 20% de hemoglobina total quando comparado a uma hemcia (GONZLEZ e SILVA, 2008). Segundo Fernandez e Grindem (2006) estas clulas so periodicamente liberadas na circulao a cada 14 dias permanecendo por dois a trs dias na Medula ssea antes de entrar na corrente sangunea por diapedese. (JAIN, 1993) Quando liberadas na circulao, essas clulas contm uma agregao de RNA, sendo chamandas de reticulcitos agregados. Com o tempo, a quantidade de RNA diminui a pequenos pontos ou manchas e essa clula mais velha denominada reticulcito ponteado (BUSH, 2004). Ces respondem vigorosamente com reticulcitos agregados em anemias regenerativas. Os reticulcitos ponteados so encontrados em uma porcentagem to inferior que no se torna necessrio a sua diferenciao (FERNANDEZ e GRINDEM, 2006). Anemia a diminuio da habilidade do sangue em suprir as necessidades adequadas de oxigenao para o funcionamento metablico. caracterizada pela reduo do valor de hemoglobina, hematcrito ou contagem de eritrcitos abaixo da referncia em animais normalmente hidratados. A causa da anemia determinada pela evoluo histrica do paciente, exame clnico e fsico juntamente com os resultados hematolgicos laboratoriais. A determinao da causa base da anemia fundamental para o tratamento teraputico e prognstico do paciente. (AIRD, 2000) As anemias so classificadas quanto ao aspecto morfolgico em: Macrocticas (hemcias de volume maior), Microcticas (hemcias de volume reduzido) e Normocticas (hemcias de volume regular). Quanto s propriedades tintoriais da hemoglobina: Normocrmicas (normal) ou Hipocrmicas (plida) (LORENZI, 2006). Em relao resposta medular, esssas podem ser regenerativas, quando a medula esta respondendo, ou seja, lanando clulas jovens (reticulcitos) na circulao, ou arregenerativa, quando no se observa resposta medular face a

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anemia. As anemias regenerativas so assim classificadas por uma perda excessiva de hemcias, porm a sua produo medular est preservada (GARCIANAVARRO, 2005). A reticulocitose (aumento do nmero de reticulcitos na circulao perifrica) ocorre somente nas anemias de causas extra-medulares (BUSH, 2004); como nas hemorragias com evoluo superior a trs dias ou hemlise, onde a reticulocitose ocorre de forma mais acentuada (BROCKUS e ANDREASEN, 2003) porque existem recursos de ferro e protena para a eritropoiese (FERNANDEZ e GRINDEM, 2006). Anemias arregenerativas so extra ou intra-medulares (BROCKUS e ANDREASEN, 2003). Normalmente so anemias medianas para severas com complicao sistmica secundria associada (WEISS e TVEDTEN, 2004) entre elas: doena renal, doena heptica, perda crnica de sangue, endocrinopatias, deficincias nutricionais (FERNANDEZ e GRINDEM, 2006). A anemia da doena inflamatria (ADI) a etiologia mais comum, sendo que compreende vrias afeces: doenas inflamatrias no geral, Infeces ou neoplasias. (CANADO e CHIATTONE, 2002). As causas intra medulares podem ocorrer por depresso ou falha total de sua funo. (FERNANDEZ e GRINDEM, 2006).

OBJETIVO: Justificativa: O objetivo geral do presente estudo foi avaliar o nmero de reticulcitos do sangue de ces com valores do hemograma dentro da faixa de normalidade e de ces anmicos atendidos no no Hospital Veterinrio da Universidade de Santo Amaro no perodo de maro a maio de 2009. Objetivos especficos: Avaliar o nmero relativo e absoluto de reticulcitos de ces anmicos ou no Avaliar o ndice de produo de reticulcitos de ces anmicos ou no Avaliar a reticulocitose em funo da classificao hematimtrica das anemias Avaliar a reticulocitose em funo do grau de anemia

METODOLOGIA: Foram utilizadas 480 amostras sanguneas de ces (machos e fmeas de vrias raas e idades sendo hgidos ou enfermos) que foram atendidos no Hospital Veterinrio da Faculdade de Medicina Veterinria da Universidade de Santo Amaro em um perodo de 3 meses. As amostras sanguneas foram coletadas atravs da puno da veia jugular externa com auxlio de seringa e agulha e transferidas imediatamente para tubos com anticoagulante EDTA em um volume final de meio (0,5) ml ou trs ml

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de acordo com o tamanho do tubo utilizado. Aps a coleta as amostras eram enviadas rapidamente ao Laboratrio de Anlises Clnicas da Faculdade de Medicina Veterinria da Universidade de Santo Amaro onde foi realizado o hemograma completo e contagem de reticulcitos. O hemograma completo era realizado pelo mtodo manual: a contagem de hemcias foi realizada aps a diluio da amostra com lquido de Gower (1:200) utilizando Cmara de Neubauer; o volume globular foi determinado pela tcnica do microhematcrito e a hemoglobina foi mensurada pelo mtodo da cianometahemoglobina. A partir desses dados pode-se obter os ndices Hematimtricos: Volume Corpuscular Mdio (VCM), Hemoglobina Corpuscular Mdia (HCM) e Concentrao de Hemoglobina Corpuscular Mdia (CHCM) e a classificao das anemias. Para a contagem de reticulcitos as amostras sanguneas foram colocadas em um tubo com azul de cresil de brilhante 1% na proporo de 1:1 sendo mantidas em repouso em temperatura ambiente por vinte minutos. Aps este perodo foi realizado um esfregao sanguneo que foi corado pelo mtodo rpido (pantico). Aps a secagem das lminas foi realizada a contagem de reticulcitos em microscpio ptico utilizando a objetiva de imerso (x100). Para obter o valor relativo dos reticulcitos, essas clulas imaturas foram diferenciadas sobre mil hemcias em campos microscpicos homogneos e expressos em porcentagem. O valor absoluto de reticulcitos foi calculado atravs da multiplicao do percentual de reticulcitos encontrados com o nmero total de hemcias (BIRGEL et al, 1982). O grau de reticulocitose relativa e absoluta foi estimado em normal, baixo, moderado a marcado (WEISS e TVEDTEN, 2004; FELDMAN, 2000) Para a determinao do ndice de produo de reticulcitos (IPR) inicialmente foi obtido o percentual de reticulcitos corrigidos, ou seja, percentual de reticulcitos vezes o volume globular encontrado dividido pelo volume globular mdio da espcie (co - 45%). O IPR foi calculado dividindo-se o percentual de reticulcitos corrigidos pelo nmero de dias que o reticulcito permanece na circulao perifrica (cuja variao de um a dois dias e meio em funo do valor de hematcrito obtido). Valores de IPR menores ou iguais a um foram associados a processos no regenerativos, valores entre 1 e 2 levemente regenerativos e superiores a 2 foram associados a processos regenerativos (NELSON e COUTO, 2001). Para a classificao dos animais quanto ao grau de anemia, foi utilizado o valor do volume globular obtido, conforme FELDMAN (2000). Assim, os animais foram classificados e divididos nos seguintes grupos: Grupo I - no anmicos (ht 37%), Grupo II - anemia leve (30 37 %), Grupo III anemia moderada (20 29 %), Grupo IV anemia severa a muito severa (menor ou igual a 19%).

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RESUMO: Das 480 amostras avaliadas, 17 foram excludas do estudo pois os animais apresentavam valores de hematcrito superior a 54%. O grupo de animais com anemia severa a muito severa foi assim constitudo devido ao pequeno nmero de animais que apresentaram anemia muito severa (nove animais). Das amostras analisadas, 253 eram provenientes de ces no anmicos (ht 37) GRUPO I, 97 de animais com anemia leve (30 -37) GRUPO II, 67 com anemia moderada (20 29) GRUPO III e 46 de anemias severa a muito severas (=25. Em seguida foi realizado o teste de Qui-Quadrado para comparar as distribuies etrias de

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mulheres e de homens nos grupos de IMC 25 ou IMC >= 25. Posteriormente, foi aplicado teste exato de Fisher, com a finalidade de comparar os gneros feminino e masculino em relao a presena de HAS, separando-se por grupos em IMC 25 e IMC >=25. O nvel de seqncia foi fixado em 0,05 ou 5%.

RESUMO: A partir da coleta de dados realizada em Setembro de 2009, participaram do estudo 303 (46,2%) alunos de um total de 655 alunos matriculados. As amostras variaram entre 1 e 8 semestres dos horrios matutino (n=105/ 34,7%) e noturno (n=198/ 65,3%). No 1 semestre (n=20/ 6,6%), 2 semestre (n=45/ 14,9%), 3 semestre (n=20/ 6,6%), 4 semestre (n=110/ 36,3%), 5 semestre (n=36/ 11,9%), 6 semestre (n=34/ 11,2%), 8 semestre (n=38/ 12,5%). No havendo coleta de dados entre os graduandos 7 semestre por inacessibilidade destes, devido atividade externas instituio no perodo da coleta de dados. Com idade entre 20 at 40, com predominncia do sexo feminino em todas as faixas etrias (Feminino n=255/ 84,2% e Masculino n=48/ 15,8%). De acordo com dados antropomtricos (peso e altura) obtivemos os valores de IMC, que foi >=25 em mais de da populao estudada (n= 79/ 26,40%). Conforme os dados verifica-se que houve uma distribuio uniforme de IMC 25 em todas as faixas etrias, considerando que nas faixas etrias maiores (36 a 40 e 41 anos) o representatividade de estudantes menor. E nestas faixas houve equilbrio entre IMC 25 e 25. Quanto Raa/etnia a soma entre homens e mulheres, houve predomnio da raa branca (n=159/ 52,5%), seguido dos pardos (n=103/ 34,0%), posteriormente os negros (n=35/ 11,6%), e em menor quantidade os amarelos (n=06/ 2,0%). Quanto HAS; houve presena na minoria dos pesquisados (n= 11/ 3,6%) entre homens e mulheres, a correlao entre os sexos no foi significativa (p=0,214 e 0,3083 respectivamente). A incidncia de DM, foi considerada baixa quanto fator associado ao risco de DAC, com apenas um (n=1) graduando do sexo feminino(0,03%); o que se pode considerar um fator de pouca relevncia para esta populao. O sedentarismo foi observado na maioria dos graduandos. 243 equivalente a 80,20% so sedentrios, contra 60 o que equivale a 19,8%. O tabagismo no obteve prevalncia de relevncia conforme sexo e idade, com o total de 20 fumantes, o que equivale a 6,6% da populao pesquisada, com mdia de consumo de 7,4 cigarros por dia (valor obtido atravs da diviso do total de cigarros/dia citados por todos os fumantes, divididos pelos mesmos). Sobre estes resultados, h que se destacar que a atividade fsica o fator de risco de maior prevalncia para ambos os gneros (M e F), independentemente

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do valor do IMC (25 ou 25). Entre os participantes da pesquisa, 89,4% (271 alunos) tem mais de um fator de risco. Na associao de fatores de risco para DAC, foi verificado que a idade e o IMC 25 representaram um valor significante como probabilidade para o desenvolvimento de DAC. Entre os estudantes do gnero masculino da faixa etria de 21 a 25 anos houve uma associao com o IMC 25 significante (p=0,043). Em seguida, os estudantes do gnero masculino da faixa etria de 26 a 30 anos uma associao significante de 40,0% (p=0,034). Entre os estudantes do gnero feminino com IMC 25 na faixa etria 31 a 40 anos, houve uma associao significante de 26,3% (p=0,011). Em termos gerais, entre os estudantes com IMC 25, uma significncia de 25,0% (p=0,025). Mais da metade dos alunos consideram-se estressados, (n=200/ 66,0%). Contra (n=103/ 34,0%). E quanto ao padro de sono, a maioria dos graduandos consegue manter o padro ideal de descanso de 06 08 horas por noite (n=181/ 59,7%). Na questo histrico familiar, 71 graduandos responderam que algum familiar prximo (Pai, me ou irmos) com menos de 55 anos tem DAC ou IAM. Destes familiares as mes somam a maioria com 43,7% seguido dos pais com 36,6% das ocorrncias. DISCUSSO A partir dos resultados apresentados, os fatores de risco modificveis so os mais significantes para o desenvolvimento de DAC entre os participantes do estudo. Dentre estes fatores, destacou-se o sobrepeso (IMC 25). De acordo com a prevalncia de obesidade, a mesma est relacionada a vrios outros determinantes como fatores genticos, consumo de acar, alimentao desequilibrada e falta de exerccio fsico. A obesidade pode ser desencadeada pela m alimentao. Neste caso, vale ressaltar que o fato de que o estudante, dependendo do turno em que estuda e de outras atividades desenvolvidas durante o dia, como o trabalho, tende ter prejudicado o seu hbito alimentar. Junta-se a isto o fato de que o estudante ainda gasta muito tempo em seu deslocamento para a universidade, considerando as caractersticas do transporte metropolitano. Estes fatores corroboram o desenvolvimento da obesidade e merecem ser investigados em outros estudos. A correlao/associao de fatores conduziu ao dado de maior significncia deste estudo. O IMC 25 associado faixa etria e gnero produziu o resultado p=0,043 para a faixa etria de 21 a 25 anos. Este resultado tem significncia pelo fato de que esta a faixa com maior de maior representatividade (36,0%) entre as observadas no estudo. O valor p para todas as faixas etrias foi de 0,025. De uma maneira geral, necessrio que o estudante de enfermagem, saibam reconhecer os seus limites para um desenvolvimento mais equilibrado de si

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mesmo. preciso reconhecer que para se tornar um cuidador, antes preciso saber cuidar-se. E isso inclui a tomada de deciso com respeito s questes individuais de sade, que incluem uma alimentao equilibrada, absteno de substncias nocivas sade, observncia de horas de sono, realizao de atividades fsicas, etc. Sobre os fatores de risco isolados de maior significncia, ressaltou-se a falta de realizao de atividade fsica entre 76,9% dos estudantes. Apenas 19,8% dos estudantes realizam regularmente a atividade fsica. O sedentarismo um dos fatores de risco que est diretamente relacionado a outros fatores como o estresse, obesidade e HAS.

CONCLUSO: Este estudo identificou o perfil de fatores de risco associados a DAC. Os fatores associados de maior significncia foram: IMC 25 na faixa etria de 21 a 25 e de 26 a 30 anos em indivduos do gnero masculino. O fator de risco isolado de maior prevalncia foi o sedentarismo. Nos fatores modificveis para os estudantes de enfermagem, a viso voltada vida acadmica e as responsabilidades transformam o cotidiano dos estudantes em uma corrida contra o tempo em que a praticidade como transporte, alimentos industrializados, e cuidados apenas paliativos com sinais e sintomas de doenas podem ter um peso nos resultados encontrados neste estudo. Estes resultados levam reflexo de que o auto cuidado tem sido colocado em segundo plano. Novos estudos so necessrios para evidenciar as causas do sobrepeso entre os estudantes de enfermagem. importante que haja a conscientizao de que quanto melhor for o controle dos hbitos de vida com reduo do nmero de fatores modificveis associados, maior a reduo dos riscos a DAC.

REFERNCIA BIBLIOGRFICA: 1. Porto CC; Porto AL. Doena do corao: preveno e tratamento. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. 2. Caramelli B; Ballas D; Ramires JAF. Doena Coronria e Aterosclerose: clnica, terapia intensiva e emergncias. So Paulo: Atheneu; 1998. 3. World Health Organization. Noncommunicable diseases and mental health, integrated management of cardiovascular risk: report of a WHO meeting. Geneva 9-12, July 2002. Geneva: World Health Organization; 2002. ________________________________________________________________ Estudante do 8. Semestre do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro.

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Mestre em Enfermagem. Professor Adjunto do Curso de Enfermagem da Universidade de Santo Amaro. Orientador.

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Fisioterapia em grupo e a melhora da qualidade de vida dos pacientes com sequelas de AVEILDETE DE JESUS REIS(1), EGLE ALVES RODRIGUES(2) DALVA MARIA DE ALMEIDA MARCHESE(3)(Orientadores)

Cincias da Sade INTRODUO: O acidente vascular enceflico (AVE) uma das doenas neurolgicas incapacitantes mais comuns e um importante problema de Sade Pblica. Em 2001 ocorreram 20,5 milhes de casos de AVE no mundo; 5,5 milhes foram fatais, sendo que dois teros destes casos ocorreram em pases menos desenvolvidos segundo estimativas internacionais. definido como o rpido desenvolvimento de sinais clnicos de distrbio focal (por vezes global) da funo cerebral, com durao de mais de 24 horas ou levando a morte sem outra causa aparente que a origem vascular. O Acidente Vascular Enceflico classificado pela durao e pela patologia da leso cerebral, em isqumico ou hemorrgico. As hemorragias intracranianas so divididas de acordo com o local e origem vascular do sangue: subaracnide e intracerebral. As isquemias podem ser classificadas em subgrupos, levando em conta o mecanismo, tipo e topografia da leso. A localizao e o tamanho da leso definem os sinais e sintomas do AVE. Pequenos danos ao crtex podem no causar sintomas, porm, no tronco enceflico podem causar a morte. Os maiores danos so causados por edemas secundrios que comprimem estruturas vitais. Os sintomas neurolgicos tpicos incluem cefalia, vmitos, depresso e confuso mental, paresia ou plegia de um ou mais segmentos ou facial, alterao da marcha, incoordenao, quedas, crises convulsivas, perda parcial ou total da viso, afasia sensitiva, motora ou global, disartria, vertigem, diplopia, disfagia e reteno urinria. Os distrbios vasculares cerebrais ocorrem independentemente da idade, ocasio, sexo, famlia e raa, sendo que aumentam de maneira exponencial com a idade, ocorrendo comumente em pessoas acima de 65 anos, sendo raro antes dos 40 anos, nestes casos causam preocupao pela incapacidade precoce. Decorrem geralmente de condies predisponentes que tiveram origem anos antes do evento. Os fatores de risco de maior nfase so: hipertenso arterial, risco familiar, hiperlipidemia, diabetes melito, alteraes cardacas, etilismo, uso de anticoncepcionais orais, tabagismo, obesidade e estresse. As principais incapacidades e dificuldades a serem enfrentadas so referentes marcha e mobilidade do membro inferior e movimento do membro superior e espasticidade; esto tambm afetados atividades de vida diria, condicionamento cardiovascular, continncia urinria e fecal, atividades domsticas e atividade sexual; cursa com depresso e distrbios psiquitricos, da profisso e vocao, na conduo de veculos e no12 Congresso de Iniciao Cientfica, 6 mostra de Ps-Graduao 909

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lazer que comprometem as atividades de vida diria, alm de distrbios cognitivos, perceptivos, comportamentais e de vida sexual. Por se sentirem e serem considerados incapazes de realizarem atividades teis, os hemiplgicos desenvolvem um sentimento de autodesvalorizao, e em contato com outros hemiplgicos, aumentam seus esforos fsicos frente a obstculos motores, ganhando confiana nas habilidades remanescentes. Por sua vez o fisioterapeuta tem o importante papel de conduzir e melhorar o desempenho de cada um. Na atividade em grupo a pessoa dispe de tempo para encontrar sua prpria maneira de trabalhar, respeitando os seus limites. No grupo, descobrese maneiras diferentes para executar diferentes tarefas. As observaes mtuas destas tarefas fazem com que o grupo reconhea espontaneamente que cada participante revela a sua individualidade. Essas tarefas demonstram que o paciente hemiplgico um ser em constante reconstruo e deve ser visto como tal, independentemente do tempo de leso do Sistema Nervoso Central (SNC). A terapia em grupo tem crescido acentuadamente em nossa realidade, determinada por presses de ordem econmica e modificaes nas concepes das formas de tratamento, fazendo com que ocorra maior aceitao entre os profissionais e entre os prprios pacientes. A busca por reabilitao aps eventos geradores de impedimentos ou incapacidades, temporrios ou permanentes, encontra grandes dificuldades no acesso ao tratamento, com as listas de pessoas aguardando chamada nos poucos locais onde a reabilitao oferecida sem custos diretos a espera sempre muito longa; no incomum o chamado chegar quando o paciente no mais precisa dele. O grupo de tratamento fisioteraputico, embora no possa responder necessidade de todos os pacientes com seqelas de AVE, pode reduzir essas listas e oferecer servio de qualidade a pacientes que esto em condio menos grave e com prognstico de melhora de marcha, de melhora de funo do membro superior afetado e, principalmente, de melhora no seu relacionamento social e familiar atravs do resgate de sua autoestima. A regio do entorno do Campus I da Universidade de Santo Amaro (UNISA) concentra uma alta desigualdade socioeconmica, com nichos de alta renda vizinhos a imensas reas de extrema pobreza. Realizar tratamento em grupos, reduzindo as listas de espera, reduz essa desigualdade. Saber quem realmente o paciente recebido e atendido melhora o servio que se presta a essa comunidade. E justifica a realizao desta pesquisa. OBJETIVO: Este trabalho teve por objetivo verificar a eficincia da terapia em grupo para pacientes com seqelas de AVE na melhora do desempenho funcional e da qualidade de vida. METODOLOGIA:

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O pblico alvo a populao de pessoas com seqelas neurolgicas por Acidente Vascular Enceflico, moradoras no entorno da Universidade de Santo Amaro (UNISA), regio da Subprefeitura de Capela do Socorro. A amostra foi composta pelos pacientes que participaram do grupo de fisioterapia especfico para sua condio, chamado de grupo de AVE, ligados ao Ambulatrio de Fisioterapia Neurolgica do Curso de Fisioterapia da UNISA, com funcionamento semanal. Foram usados como critrios de incluso pacientes com capacidade de deambulao, com ou sem assistente de marcha, que apresentaram encaminhamento mdico para a fisioterapia e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Alm do cumprimento dos critrios anteriores, foram excludos da amostra aqueles com um nmero de faltas superior a 25% ou faltas seguidas no justificadas. Dos pacientes avaliados 8 eram do gnero masculino e 3 do gnero feminino, com idade mdia de 56 anos. Foram considerados todos os pacientes includos at o incio da coleta de dados. O tratamento foi realizado uma vez por semana, com durao de uma hora, durante o ano letivo de 2009, havendo pausa de um ms para frias acadmicas. Antes do incio de cada terapia realizava-se aferio da presso arterial de cada paciente. Foram realizados alongamentos, exerccios de fortalecimento muscular, treino de marcha, melhora da propriocepo, orientaes de Atividades de Vida Diria (AVDs) e cuidados com a sade. As avaliaes iniciais consideradas foram as j existentes no Ambulatrio, complementados seus dados a partir da obteno do consentimento dos pacientes na participao no estudo. Para a coleta de dados foram utilizadas as mesmas fichas de avaliao dos grupos do Ambulatrio de Fisioterapia Neurolgica. Foi utilizada a Escala Modificada de Barthel (Escala de Barthel), e a verso em portugus validada do Questionrio de Qualidade de Vida SF-36 (SF-36), que foram aplicados no incio (junho-2009) e no final (outubro-2009) deste trabalho. O acompanhamento e a coleta de dados foram realizados a partir da aprovao do Projeto pelo Comit de tica em Pesquisa da UNISA (CEP). Para anlise dos resultados aplicou-se o Teste de Wilcoxon para comparar o perodo inicial com o final das 10 categorias da Escala de Barthel e dos oito domnios do SF-36. Fixou-se em 0,05 ou 5% o nvel de rejeio da hiptese de nulidade. RESUMO: Na Escala de Barthel os resultados foram estatisticamente significativos indicando melhora na condio funcional final, de acordo com o Teste de Wilcoxon, com p