28
PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

PRÉ-VESTIBULARLIVRO DO PROFESSOR

HISTÓRIA

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 2: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico

Disciplinas Autores

Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima BezerraLiteratura Fábio D’Ávila Danton Pedro dos SantosMatemática Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba CostaFísica Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. SaquetteQuímica Edson Costa P. da Cruz Fernanda BarbosaBiologia Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério FernandesHistória Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa SilvaGeografia DuarteA.R.Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer

I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]

696 p.

ISBN: 978-85-387-0574-1

1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 3: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 4: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 5: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

1EM

_V_H

IS_0

27

Sociedade colonial em crise

Estudamos o Brasil Colonial a partir das prin-cipais características políticas e econômicas. Os aspectos sociais foram vistos de forma superficial. Nesse momento, aprofundaremos a compreensão da sociedade brasileira.

Quais eram os grupos indígenas e o que aconte-ceu com eles? De que maneira os brancos exerceram a dominação sociocultural? Como os negros foram inseridos em nossa história?

Essas são algumas questões que serão abor-dardas nesse capítulo.

A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os índios, os brancos e os negros. O conjunto das relações entre esses grupos determina as regras de sociabilidade que variavam de acordo com os aspectos geográficos locais e, principalmente, da atividade econômica implantada na região.

Os índiosAs comunidades indígenas contribuíram, e

muito, para a formação da sociedade colonial. Como analisamos outrora, a Coroa portuguesa optou por realizar, no início da colonização, uma relação amis-tosa com as comunidades indígenas, pois pretendia utilizar o seu apoio para efetivar a colonização. Cria-ram-se medidas de proteção ao índio para protegê-lo da ação dos colonos e para buscar o apoio do índio tanto ao escambo do pau-brasil, quanto à resistência diante dos ataques estrangeiros. Com a chegada dos jesuítas em 1578, os gentios foram colocados sob pro-teção dos missionários jesuítas, cientes de sua ação na expansão do catolicismo no Novo Mundo.

Porém, os primeiros colonizadores enfrentavam um grande dilema: a necessidade de mão-de-obra barata para estruturar os primeiros núcleos de po-voamento. Isso fez com que muitos colonizadores

utilizassem a escravização indígena. O que justificou a determinação real que constava no Regimento do Governo-Geral de 1548, que informava ao represen-tante do rei na colônia a necessidade de tratar os índios de maneira “amistosa”. Entretanto, o mesmo regimento invocava o conceito de “guerra justa” expressão utilizada para justificar a escravização do gentio que resistisse à dominação portuguesa. Ou seja, o índio optava por ter a sua cultura destruída e se submeter a uma sociedade hierarquizada e dife-rente da sua, ou ser escravizado. Diante de tão injusta escolha, muitas comunidades indígenas buscaram áreas no interior do Brasil de difícil acesso, como a região amazônica.

Den

ise

Rom

an.

Encontro entre colonizadores e índios.

O indígena adquiriu vários nomes no Brasil co-lonial, dentre eles, podemos citar: ameríndio, autóc-tone, gentio, silvícola, “negro da terra” e bugre.

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 6: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

2 EM

_V_H

IS_0

27

O ideal de guerra justa passou a ser utilizado indiscriminadamente pelos colonizadores, acusando tribos inteiras, que se submetiam ao domínio portu-guês, de falsas hostilidades, apenas para legitimar a escravização. Esse processo acentuou-se com a implantação da economia açucareira devido à ne-cessidade inicial de mão-de-obra, no Brasil e em Portugal, uma vez que muitos índios eram enviados como escravos para trabalharem em Portugal. Não tardaram os conflitos entre jesuítas e colonos que invadiam as missões para aprisionar o silvícola, bandeirismo apresador.

Entretanto, a escravização indígena mostrou-se com o tempo incompatível com a empresa mercan-tilista, diminuindo a produtividade da produção em larga escala pois, a produção agrícola em larga escala era desconhecida das comunidades indígenas, sem contar que muitas tribos ou não praticavam a agri-cultura organizada, ou tinham no trabalho feminino a base da atividade, causando estranheza ver um homem praticando atividades rurais. O aumento no fluxo de escravos africanos determinou a gradual substituição dos índios pelos escravos, sem contar a ação da Companhia de Jesus que buscava livrar o índio da escravidão com fins econômicos, reservando sua alma à conversão.

Apesar do declínio da escravidão indígena, essa continuou sendo uma atividade importante.

Os negrosApesar das diferenças culturais que inviabiliza-

vam a utilização do índio na lavoura, o principal fator que motivou a gradativa substituição da escravidão indígena pela africana foram os lucros do tráfico negreiro, obtidos pelos traficantes, que geralmente eram membros da burguesia portuguesa que rece-biam a licença para a atividade. Dessa maneira, a Coroa portuguesa lucrava duplamente: na revenda do açúcar brasileiro na Europa e na venda do escravo a alto preço para o latifundiário. Assim, os primeiros escravos africanos entraram em Portugal, em 1444, e logo passaram a se integrar à lógica mercantilista.

Dom

ínio

púb

lico.

Feitores castigando negros.

Integrado à política mercantilista, devemos considerar que o uso da mão-de-obra escrava con-solidava a produção latifundiária, pois se ao invés do escravo fosse utilizado o trabalhador livre, haveria a possibilidade deste ascender socialmente, tornando-se pequeno produtor e descaracterizando a estrutura da plantation escravista. Mesmo que Portugal pre-tendesse utilizar a mão-de-obra do colono português, não seria possível devido à crise demográfica que o país enfrentava desde o século XV.

Os negros, em seu território africano, muitas vezes já tinha desenvolvido habilidades referentes à agricultura e mineração, tornando-os extremamente vantajosos em relação ao povo indígena. Os prin-cipais pontos do tráfico na África eram a Costa da Angola e São Paulo de Luanda, sendo que os negros que vieram para o Brasil geralmente pertenciam a dois grandes grupos étnicos: os bantos, originários da Guiné, Congo e Angola e os sudaneses, prove-nientes da costa oriental africana.

Os escravos eram adquiridos em feitorias litorâ-neas em troca de produtos como tabaco e aguarden-te, produzidos no Brasil. Muitas vezes, os escravos eram capturados por tribos africanas mais fortes e essas comercializavam com os traficantes negreiros portugueses. Estes transportavam os escravos em condições precárias nos navios negreiros (tumbeiros), muitas vezes sem água, comida, e condições sanitá-rias adequadas. O resultado era a morte de muitos escravos ainda na viagem para o Brasil.

O negro não só participou da produção açuca-reira, como também atuou na produção de tabaco, algodão, café, cacau, além da atividade mineradora. Transportava os brancos em liteiras, ferrava cavalos, limpava a casa-grande, atuava como ama-de-leite, transportava os dejetos, enfim, foi a base da socie-dade colonial. Segundo o jesuíta André João Antonil, eram “as mãos e os pés do senhor”. Os jesuítas que não se opuseram à escravidão negra, apenas se limitaram a questionar os abusos cometidos pelos la-tifundiários, que traziam prejuízos econômicos e am-pliavam a possibilidade de levantes de escravos.

Durante muito tempo afirmou-se que o escravo não resistiu à escravidão, o que é um erro se eviden-ciarmos a prática do suicídio, aborto, fuga e rebeliões. Para fazer com que seu culto politeísta resistisse à violência dos latifundiários, que procuravam violen-tamente cercear seus ritos em prol do catolicismo, conseguiram articular de forma sincrética suas divin-dades africanas às católicas (principalmente santos). A correlação entre os dois grupos de divindades foi tão bem-sucedida, que até hoje elas existem e são feitas, inclusive, por católicos.

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 7: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

3EM

_V_H

IS_0

27

O Quilombo de PalmaresEntretanto, a principal forma de resistência do

escravo se deu por meio da formação de quilombos, núcleos que abrigavam escravos fugitivos. O qui-lombo de maior projeção foi o de Palmares, situado na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, no atual território de Alagoas. A região possuía muitas palmeiras (daí o nome Palmares) e relevo acidentado, constituindo espaço ideal de resistência escrava devido ao difícil acesso.

Em 1602 já existiam relatos da sua existência, mas a partir de 1630 é que se intensificou a ida de es-cravos para a região, devido às invasões holandesas que ao desarticular momentaneamente a produção açucareira nordestina, facilitaram a fuga dos negros em direção a Palmares. Segundo estimativas, Pal-mares chegou a ter cerca de 30 mil escravos fugidos ou mesmo capturados pelos próprios quilombolas que invadiam as fazendas escravistas, espalhando o temor entre a população vizinha. Alguns desses escravos capturados eram feitos escravos dentro da comunidade de Palmares. Os escravos que por ventura tivessem mostrado fidelidade aos brancos também eram feitos escravos no quilombo.

O quilombo era formado por aldeias chamadas de mocambos, onde a produção agrícola de milho, feijão e cana era bastante desenvolvida, chegando inclusive a comercializar o excedente com as comu-nidades próximas. Também tinham uma grande pro-dução artesanal em cerâmica e ferro. Desenvolveram uma religião sincrética, associando cultos africanos a aspectos da religião católica, e os reis eram eleitos pela sua coragem, astúcia e poder de mando. O pri-meiro deles foi Ganga Zumba, que depois de várias tentativas frustradas das autoridades coloniais de acabar com os quilombos, acabou assinando um acordo com o governador Aires de Souza e Castro no ano de 1678. O acordo previa que em troca do reconhecimento da posse de suas terras e do direito de comercializar com as regiões vizinhas, os quilom-bolas deveriam parar com os ataques às fazendas.

Porém, muitos quilombolas não aceitaram o armistício e após a morte de Ganga Zumba, tomou o poder seu sobrinho Zumbi, partidário da perma-nência dos ataques. Para destruir o quilombo, foram enviadas tropas comandadas por Bernardo Vieira de Melo e pelo sertanista Domingos Jorge Velho, que em 1694 conseguiu tomar o mocambo do Macaco (capital de Palmares) e capturar Zumbi que foi morto e teve sua cabeça exposta, numa praça pública do Recife.

Elz

a Fi

úza

AB

r.

Zumbi dos Palmares.

Brancos, livres e mestiços na sociedade colonial

Para o Brasil veio um grande contingente de brancos. Entre eles pessoas humildes que viam no Brasil alguma possibilidade de ascensão social e econômica através do acesso à propriedade fundiá-ria. Tomé de Souza, o primeiro governador-geral do Brasil, trouxe dezenas de degredados para colonizar o Brasil, pessoas julgadas por crimes em Portugal e obrigadas a se retirar do reino.

Também era comum a vinda de cristãos-novos, de religiões diversas, apesar da predominância do judaísmo. Esses cristãos recém-convertidos fugiam das perseguições da Inquisição europeia e se bene-ficiavam do afrouxamento das inspeções religiosas no Brasil. Muitos cristãos-novos se tornaram grandes proprietários de terra e donatários.

Em termos gerais, a sociedade colonial foi for-mada pelos três elementos identificados: brancos, negros e índios. Desde cedo, a ausência de mulheres portuguesas e o intenso contato entre os grupos étnicos promoveram uma intensa miscigenação no Brasil. Entre os principais grupos de mestiços encontramos:

Mulato: mestiço de branco com negro. Muitas •vezes o mulato era fruto de relações sexuais forçadas entre o branco latifundiário e a negra escrava, gerando uma massa de mulatos que não se livraram da situação de escravos.

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 8: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

4 EM

_V_H

IS_0

27

Mameluco (caboclo): mestiço de índio com •branco, muito comum em áreas como São Vicente, que praticou por muito tempo a escravização indígena.

Cafuzo: mestiço de negro com índio. •

Dom

ínio

púb

lico.

Mameluco.

Dom

ínio

púb

lico.

Mulato.

Solidamente estratificada, a sociedade colonial tinha nos brancos proprietários de escravos, terras, engenhos e lavras, o topo da pirâmide social, além de grandes comerciantes, altos funcionários públicos e autoridades militares e religiosas. Pouco abaixo estavam os brancos com propriedades de menores proporções, além de funcionários de baixo escalão, artistas e profissionais liberais, compondo o que chamaríamos hoje de classe média. Mais abaixo estavam os trabalhadores livres, sejam brancos, negros, mestiços ou índios. Realizavam vários tipos de tarefas – desde a produção em pequenas lavouras de cana-de-açúcar e gêneros de subsistência como a mandioca e o feijão, além de atividades de prestação de serviços nas cidades e faiscação1 na região das Minas Gerais.

Dentro desta sociedade estratificada, os índios eram vistos pelos brancos como indolentes, preguiço-sos e incapazes de assimilar os valores civilizacionais que os colonos procuravam difundir. Os negros eram vistos como seres inferiores e impuros, de pouca in-teligência e de costumes primitivos, o que justificava práticas como a escravidão.

A sociedade colonial tinha como uma de suas características fundamentais o patriarcalismo, em que o elemento masculino mais velho, geralmente o grande proprietário de terras, minas e escravos, pos-suía o poder de empreender investimentos produti-vos, conduzir o desbravamento do solo e a instalação de fazendas e até mesmo o direito de vida e morte sobre àqueles que estão sob seus préstimos.

O patriarcalismo revela a tentativa da metrópole de estruturar na colônia um tipo de sociedade pró-xima à europeia, com casamentos regulamentados

pelas leis dos Estados, costumes acompanhados de perto pelos jesuítas e direito de herança para o filho primogênito, sem contar o conservadorismo, avesso às transformações estruturais.

A sociedade açucareiraNo topo desta sociedade, encontram-se os

senhores-de-engenho, de grande poder social (pa-triarcalismo), econômico e político, participantes nas câmaras municipais. Essa participação estava assegurada pelo título de distinção social que rece-biam por serem proprietários de terras e escravos: eram os “homens bons”.

Segundo o jesuíta Antonil, “o ser senhor-de- -engenho é título que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por muitos”.

Pouco abaixo dos senhores-de-engenho na hierarquia social, encontravam-se os grandes comer-ciantes que cuidavam da exportação e da importação de gêneros. Geralmente reinóis, que procuravam ze-lar pelos interesses mercantilistas da Coroa, cuidan-do da exportação de escravos e do tráfico negreiro. Ao enriquecerem com a expansão da colonização no século XVII, muitos destes passaram a adquirir terras, tornando-se também latifundiários. Eram co-muns os conflitos entre comerciantes e latifundiários, uma vez que esses últimos constantemente pediam empréstimos aos comerciantes.

Com

stoc

kCom

ple

te.

Negro e branco.1 Faiscação: procura de ouro nos cursos d’água.

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 9: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

5EM

_V_H

IS_0

27

Caminhando no sentido descendente da pirâmi-de social identificamos os plantadores das fazendas obrigadas. Estes não possuíam engenhos próprios e acabavam processando a cana que plantavam em engenhos vizinhos, deixando parte da cana como pagamento pelo serviço.

Mais abaixo, havia entre a população livre e branca um grande número de funcionários dos engenhos. Entre eles estão os mestres de açúcar, capatazes, vaqueiros, artesãos, pastores, entre ou-tros. Outro segmento de trabalhadores livres eram os fazendeiros, que geralmente produziam gêneros de subsistência como feijão e mandioca. Com a expansão da colonização no século XVII, passaram a ampliar sua renda, vendendo, inclusive, para os engenhos os gêneros que produziam.

Na base dessa sociedade estão os escravos ne-gros, que como já vimos neste capítulo, constituíam a base da produção colonial. Tipicamente rural, a sociedade açucareira possuía vilas que geralmente atuavam como entrepostos comerciais para a venda do açúcar. Entretanto, o núcleo de vida social era o engenho, onde as festas, casamentos, missas, reuni-ões políticas e até conspirações contra as autoridades coloniais se organizavam.

O predomínio do latifúndio em grande parte tornava bem difícil a mobilidade social, uma vez que a concorrência desleal da produção em larga escala dos senhores de engenho abaixava o preço do produ-to, impossibilitando a concorrência de proprietários menores. Além disso, a incipiente vida urbana não só restringia a possibilidade de ascensão social a partir das atividades de prestação de serviço (médicos, advogados, entre outros), como, consequentemente, reduzia os setores médios da sociedade.

A sociedade pecuáriaPrimeiramente, devemos identificar duas im-

portantes regiões que durante o período colonial vão se destacar como áreas pecuaristas: o Nordeste, com o deslocamento do gado a partir do litoral açucareiro por rios como o São Francisco, e o Sul, com produção de charque voltado ao abastecimento das regiões mineradoras.

As fazendas de gado no Nordeste, muitas vezes eram comandadas por bandeirantes que organiza-vam expedições contra povos indígenas e quilom-bos, ganhando no século XVII, terras no Nordeste. Outros eram de classes intermediárias da sociedade açucareira (peões, lavradores, entre outros), que acumulavam alguma renda e passavam a se dedi-car à criação de gado, que necessitava de pequeno investimento inicial.

Dom

ínio

púb

lico.

Vaqueiros.

Trabalhadores livres e escravos também atua-vam na pecuária, onde os vaqueiros juntavam, marca-vam o gado e combatiam os parasitas. Eram inúmeros os mestiços e até índios atuando como vaqueiros que eram pagos em espécie, ou seja, depois de determi-nado período de trabalho, o vaqueiro recebia animais como parte do produto, o que fez com que muitos passassem a ter sua própria fazenda.

No Sul do Brasil, colonizado, em partes, por aço-rianos e paulistas, as fazendas de gado (estâncias) se desenvolveram domesticando gado selvagem, oriundo de antigas missões jesuíticas destruídas. A qualidade do pasto e da água tornava a produção sulista muito mais desenvolvida que no Nordeste. Inicialmente, a mão-de-obra era livre, formada por índios e mestiços pagos em crias (cabeças de gado). O desenvolvimento da produção de charque no sé-culo XVIII e XIX, integrou a região sul ao restante da colônia modelo, produzia carne, sebo, couro, entre outros produtos. O gado foi essencial à ocupação do interior brasileiro.

A sociedade mineradoraA primeira transformação na sociedade provo-

cada pelo advento da mineração no século XVIII foi a elevação demográfica. Ao contrário da dispersão populacional das sociedades açucareira e pecua-rista, na região das gerais houve sensível aumento da densidade demográfica diante da chegada de escravos para o trabalho nas minas e portugueses, numa taxa de cerca de 10 mil por ano, até 1760. Tal imigração levou Portugal a criar leis restritivas à vinda de sua população para o Brasil, em 1720. Os imigrantes eram atraídos pela possibilidade de enriquecimento. Esse processo imigratório acabou gerando a Guerra dos Emboabas (1707), opondo bandeirantes paulistas e imigrantes portugueses na disputa pela exploração aurífera.

A elevação demográfica facilitou o desenvolvi-mento de cidades como Sabará, Ribeirão do Carmo (atual Mariana), Vila Rica (atual Ouro Preto), São João del Rey, Diamantina, entre outras. O caráter urbano é uma das principais características dessa sociedade.

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 10: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

6 EM

_V_H

IS_0

27

Muitas fortunas surgiam não apenas de atividades mineradoras, mas também do comércio na região, o que nos faz concluir que a possibilidade de ascensão social era maior do que na sociedade açucareira.

Cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto - MG).M

orio

.

Apesar da prosperidade local, a maior parte dos que chegavam à região morriam na pobreza, uma vez que as riquezas concentravam-se nas mãos de uma reduzida elite de mineradores e comerciantes. Entretanto, o caráter urbano ampliou a quantidade de pequenos comerciantes, funcionários públicos, comerciantes, agricultores, artesãos, artistas, entre outros, fazendo com que a classe média fosse signi-ficativamente maior que na sociedade açucareira. A presença dos faiscadores também contribuiu para ampliar este setor nas Minas Gerais. Na base da sociedade encontramos um grande número de escra-vos que exerciam um trabalho extremamente árduo, fazendo com que sua expectativa de vida oscilasse entre sete e doze anos.

A organização urbana estimulou as atividades artísticas, com destaque para as representações barrocas de santos e outros mitos católicos, por meio da arte barroca de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Os filhos da classe média muitas ve-zes se dirigiam para universidades na Europa onde assimilavam conhecimentos literários e ideológicos. Dessa maneira, puderam difundir o arcadismo como estilo literário, destacando-se as obras de Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, que em sua obra Cartas Chilenas, criticava os abusos do “Fanfarrão Minésio”, pseudônimo do governador de Minas Gerais.

A classe média também foi responsável pela propagação do Iluminismo na colônia, gerando movimentos contestadores como a Inconfidência Mineira, em 1789.

A cultura mestiça brasileiraA Companhia de Jesus teve importância fun-

damental na consolidação dos aspectos e valores

culturais europeus, seja na religião, língua, costumes e relações familiares.

Porém, não ocorreu uma simples transposição da cultura europeia para o Brasil. O que se produ-ziu foi uma cultura mestiça, base dos caractéres culturais atual. Essa cultura é oriunda da mescla do escravo negro, com o índio “indolente” e com o branco “cristão”.

A música brasileira, por exemplo, é cheia de influência negra, a começar pelo samba, que surge da mistura de ritmos europeus como a polka e a valsa das tradicionais ruas do centro do Rio de Janeiro, com o som dos tambores do Candomblé dos bairros periféricos. Na culinária temos o vatapá, mocotó e feijoada. Sem contar na religião, que consolidou entre os “brancos católicos” a oferenda à Iemanjá no final do ano. Na língua, palavras como neném, bumbum, quizumba, cafuné, são oriundas do linguajar dos escravos das senzalas.

Feijoada.

IESD

E B

rasi

l S.A

.

Dos indígenas, a cultura brasileira assimilou o hábito de comer mandioca, de tomar banhos diários ao invés dos banhos semanais, mensais, ou mesmo anuais dos europeus. Quem nunca dormiu em uma rede? Das línguas indígenas, o português herdou palavras ligadas à flora e à fauna (abacaxi, mandio-ca, caju, tatu, piranha), bem como nomes próprios (Ubirajara e Iracema) e nomes de lugares (cidades com ita no nome, ita = pedra).

O mito da democracia racial

Na década de 1930, o escritor Gilberto Freyre, no livro Casa Grande e Senzala, defendeu a teoria de que o Brasil teve uma “escravidão branda”, ou seja, havia uma boa relação entre brancos e negros e praticamente não existiram maus-tratos.

Essa teoria foi facilitada pela ausência de informações sobre revoltas escravistas, visto que

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 11: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

7EM

_V_H

IS_0

27

era comum omitir essas notícias para não gerar o mau-exemplo.

Criou-se um “mito da democracia racial” na qual o Brasil não teria racismo.

É importante observar que o racismo no Brasil é velado ou tratado nas entrelinhas. Um exemplo disso é quando afirmamos que um negro bem- -sucedido possui “alma branca”.

A comprovação de que a democracia racial é um mito encontra-se na desigualdade de oportu-nidades entre brancos e negros, presentes ainda na sociedade atual.

O frágil equilíbrio da sociedade colonial

A sociedade colonial, como qualquer sociedade, foi marcada por insatisfações e conflitos.

Começaremos com as revoltas locais, conheci-das como “nativistas”. Em seguida, veremos o início da crise colonial, os movimentos de contestação à exploração, chamadas de revoltas “separatistas”.

Durante o período colonial, o Brasil enfrentou uma série de revoltas da população, características das tensões do sistema colonial. Essas revoltas podem ser classificadas em dois tipos: as revoltas nativistas e as revoltas separatistas. As revoltas nati-vistas – Aclamação de Amador Bueno (1641), Revolta de Beckman (1684), Guerra dos Emboabas (1707-09), Guerra dos Mascates (1710-11) e Revolta de Vila Rica (1720), caracterizaram-se por defender interesses lo-cais dos setores mais destacados, diante da elevação da exploração, por parte de Portugal, a partir do fim da União Ibérica. Não contestavam a existência do Pacto Colonial, exigindo apenas o abrandamento das medidas opressivas metropolitanas.

A partir da difusão do Iluminismo durante o sé-culo XVIII, ideologia que defendia o direito de resistir a opressão, os colonos passaram a questionar o pacto colonial, principalmente após o exemplo do primeiro movimento de libertação colonial: a Independência das 13 Colônias, em 1776. Surigiram então revoltas separatistas como a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Carioca (1794), a Conjuração Baiana (1798) e a Insurreição Pernambucana de 1817 que revindicavam a separação das áreas de conflito em relação ao Império Português e não do Brasil como um todo, revelando a insuficiente consciência nacio-nal no Brasil.

Revoltas nativistas

IESD

E B

rasi

l S.A

.

Revoltas nativistas.

Aclamação de Amador Bueno (SP-1641)

Amador Bueno da Ribeira, conhecido como o Aclamado, era um grande proprietário de terras e escravos indígenas e figura de muito prestígio na so-ciedade do século XVII em São Paulo de Piratininga. Este prestígio fez com que Amador Bueno se tornasse “homem-bom” e presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Com o fim da União Ibérica em Portugal, em 1640, e a posterior restauração da dinastia portu-guesa, na figura de D. João IV de Bragança (1604-56), restringe-se as pretensões da comunidade espanhola estabelecida em São Paulo, de ampliar o território do Vice-Reino do Peru até o Atlântico, o que favoreceria seus interesses comerciais na região.

Procurando impedir que São Paulo prestasse fidelidade a D. João IV, a comunidade espanhola acla-mou Amador Bueno rei, com a pretensão de separar São Paulo de Piratininga (nome de fundação de São Paulo). No próprio ano de 1641, o movimento finalizou-se, uma vez que Amador prestou lealdade a D. João IV, subordinando-se à metrópole.

Revolta de Beckman (MA-1684)

No século XVII, a situação dos colonos do Es-tado do Maranhão era bastante desfavorável, pois

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 12: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

8 EM

_V_H

IS_0

27

faltava-lhes recursos para organizar a produção e para a aquisição de mão-de-obra escrava. Por isso resolveram escravizar os índios, entrando em conflito com os jesuítas. Outro fator que revoltou os colonos do Maranhão foi a criação da Companhia de Comércio do Maranhão (1682), que passou a ter o monopólio do comércio com a região, se comprometendo a abastecê-la de mão-de-obra escrava, além de for-necer produtos importados da Europa e de comprar a produção local para vender no mercado europeu. A Companhia de Comércio não cumpriu os acordos, dificultando a vida dos colonos maranhenses, o que gerou descontentamento, culminando numa revolta chefiada pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman.

O movimento explodiu em 24 de fevereiro de 1684, e além de contestar o monopólio e os abusos da Companhia, saquearam seus armazéns, expulsaram os jesuítas e depuseram o governo local, organizando um governo provisório composto pelos líderes da revolta. Tomás Beckman foi enviado à Portugal para demonstrar a fidelidade dos revoltosos à Coroa lusa, mas foi preso e reenviado a Portugal sob a guarda de Gomes Freire de Andrade, responsável pela repressão ao movimento, com o auxílio das autori-dades do Maranhão. Diante da repressão, Manuel Beckman fugiu, mas ao tentar libertar o irmão foi preso e executado.

Essa foi a primeira revolta organizada da colônia e não tinha propósitos separatistas, apenas pretendia alterar a ação monopolista metropolitana. Um de seus objetivos acabou sendo alcançado, pois a Companhia de Comércio do Maranhão foi extinta, pouco tempo após o conflito.

Guerra dos Emboabas (MG-1709)

A descoberta de ouro em Minas Gerais provocou uma verdadeira “corrida do ouro”, quando multidões de aventureiros de todas partes da colônia e também da metrópole se deslocaram para a região minera-dora. Isso provocou a insatisfação dos paulistas e vicentinos, que como descobridores das jazidas de ouro, se sentiam com direitos maiores sobre elas, ainda mais porque se encontravam em território da capitania de São Vicente. Reivindicavam, assim, o monopólio sobre a extração de minérios.

Os forasteiros portugueses eram chamados pe-los vicentinos de emboabas (em Tupi “pé enfeitado”), diante do habito de usar calçados, contrariando o andar descalço dos paulistas e índios. As hostilidades ampliaram-se quando os forasteiros passaram não só a concorrer com os paulistas na extração aurífera, mas também explorar comercialmente a região, vendendo

produtos a preços elevados. Os emboabas tinham em Manuel Nunes Viana sua maior liderança. Esse era responsável por uma rota de escoamento de produ-ção aurífera via Bahia, que burlava as autoridades do fisco metropolitano. A sonegação chamou a atenção do Intendente das Minas Manuel de Borba Gato, que ordenou a expulsão dos envolvidos. Manuel Nunes Viana, liderando os emboabas se levantou contra o intendente, que contava com o apoio dos bandeiran-tes paulistas.

As rivalidades e a violência foram crescendo cada vez mais e, em 1707, dois paulistas foram lincha-dos por emboabas. Esse foi o estopim do conflito. Os emboabas avançaram, passando a controlar as áreas mineradoras, ficando os paulistas restritos a região do rio das Mortes, em 1708. Manuel Nunes Viana, foi aclamado governador das Minas Gerais.

Um dos fatos marcantes desta luta ficou co-nhecido como “Capão da Traição”, quando muitos paulistas foram friamente assassinados, após terem se rendido no rio das Mortes, sob a promessa que seriam libertados.

A região foi pacificada por meio da retirada dos paulistas, que passaram a buscar novas jazidas em Goiás e Mato Grosso. Dessa maneira, a Guerra dos Emboabas acabou contribuindo para a interiorização da ocupação do território. A Coroa portuguesa criou a Capitania real de São Paulo e Minas, e elevou Ri-beirão do Carmo, Sabará e Vila Rica à condição de Vila para ampliar o controle sobre a região, evitando novas sedições.

Guerra dos Mascates (PE-1710)

No século XVIII a rivalidade entre as cidades pernambucanas Recife e Olinda, tomavam dimensões cada vez maiores, expressando a contradição entre os interesses do setor produtor colonial (senhores de engenho), que controlava Olinda, e o setor mer-cantil-exportador (comerciantes portugueses), cujo centro era Recife. Esses comerciantes se sentiram atraídos a residir em Recife, principalmente após as obras de modernização e urbanização propostas por Maurício de Nassau, durante os anos de ocupação holandesa.

Olinda era uma vila, com câmara municipal e pelourinho (símbolo do poder da administração municipal), enquanto Recife não passava de uma “freguesia”, dependente politicamente de Olinda. Desta maneira, os senhores de engenho controlavam politicamente os comerciantes portugueses, cha-mados pejorativamente de mascates. Entretanto, a crise açucareira provocou o crescente endividamento

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 13: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

9EM

_V_H

IS_0

27

dos senhores de engenho para com os comerciantes de Recife, tornando-os cada vez mais dependentes economicamente. Os comerciantes cresciam em pres-tígio e poder, pois além de financiarem a produção açucareira, manipulavam os preços das mercadorias, pagando os menores preços possíveis pelo açúcar produzido.

A tensão entre as duas cidades crescia e acabou explodindo quando a Coroa Portuguesa atendeu a reivindicação dos mascates, elevando Recife à con-dição de vila, em 1709, o que a emancipou da vila de Olinda.

Os fazendeiros de Olinda reagiram e invadi-ram Recife liderados por Bernardo Vieira de Melo e Leonardo Bezerra Cavalcanti, destituindo seu gover-nador, destruindo o pelourinho e exigindo o tabela-mento do preço dos escravos, a quebra do monopólio comercial português e a garantia de suas terras, independente de suas dívidas. Os conflitos armados entre as duas vilas se arrastaram até 1712, quando um novo governador nomeado por Portugal, Félix Machado de Mendonça, mandou prender os princi-pais envolvidos no conflito. A burguesia mercantil (mascates) recebeu o apoio da metrópole, e Recife manteve sua autonomia em relação à Olinda.

Revolta de Vila Rica ou Filipe dos Santos (MG-1720)

O controle metropolitano e a opressão fiscal sobre as áreas mineradoras sempre foram bastante rígidos, com o propósito de evitar o contrabando, garantindo a produção que a Coroa precisava para equilibrar sua balança comercial. Em 1720, Portu-gal decidiu apertar o cerco sobre os mineradores, criando as Casas de Fundição, por onde todo o ouro deveria passar para ser quintado, transformado em barras e selado.

Os protestos foram gerais, culminando numa revolta armada, sob a liderança de Filipe dos San-tos. Os revoltosos exigiam a extinção das Casas de Fundição e o perdão para os participantes da rebe-lião. As Casas de Fundição, além de sistematizar a cobrança do quinto, também geravam um problema grave de deslocamento, uma vez que mineradores de várias áreas deveriam levar seus metais para serem fundidos, muitas vezes, a dias de distância, sujeitando-os a saques e a elevados gastos de transporte. Os cerca de dois mil rebeldes marcharam sobre Ribeirão do Carmo (atual Mariana), sede do governo de Minas Gerais.

O Conde de Assumar, governador da capitania, após pedir algum tempo para analisar a questão, recebeu reforços e ordenou uma violenta repressão

contra o movimento. Muitos foram degredados e Felipe dos Santos foi enforcado e teve seu corpo amarrado à cauda de um cavalo para ser arrastado pelas ruas da vila.

Dom

ínio

púb

lico.

Filipe dos Santos.

Revoltas separatistas

IESD

E B

rasi

l S.A

.Revoltas separatistas.

Inconfidência Mineira (1789)A mais marcante revolta durante o Brasil co-

lonial foi a Inconfidência Mineira, por seu caráter contestador ao próprio sistema colonial e por ter envolvido vários setores da população (intelectuais, padres, militares, profissionais liberais, funcionários da administração, mineradores e comerciantes).

Entre as causas da Inconfidência Mineira po-demos citar:

as opressões administrativas e fiscais, de- •terminando que o quinto deveria alcançar no mínimo 100 arrobas anuais de ouro, o que equivalia a 1468 quilos. Com o declínio da mineração essa cota não era preenchida. Isso levou Pombal a criar a Derrama, cobrança

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 14: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

10 EM

_V_H

IS_0

27

forçada do imposto atrasado, por meio do confisco de bens;

o Alvará de 1785 de D. Maria I, proibindo as •manufaturas no Brasil;

a difusão das ideias iluministas entre os •intelectuais brasileiros e as notícias da inde-pendência dos EUA;

a restrição à instalação de imprensas no •Brasil.

Os inconfidentes defendiam a livre-produção, o livre-comércio, o estímulo à produção agrícola, a cria-ção de manufaturas e de uma universidade em Vila Rica. Estavam divididos quanto à forma de governo que pleiteavam: República Federativa ou Monarquia Constitucional.

Um dos grandes limites do projeto inconfidente era a questão do escravismo colonial. O envolvimento de proprietários de escravos no movimento fez com que os inconfidentes não chegassem a um consenso se iriam ou não abolir a escravidão. Desta maneira, a Inconfidência acabou por não propor a libertação de todos os escravos. Também não chegaram a um consenso se iriam ou não matar o Visconde de Bar-bacena, governador de Minas Gerais.

O dia da derrama foi escolhido para o início da rebelião, que não chegou a acontecer, pois foi de-nunciada por um traidor, Joaquim Silvério dos Reis. Esse denunciou o movimento em troca do perdão dos impostos devidos, prática comum e estimulada pelas autoridades reais.

O governador das Minas Gerais decretou a ime-diata prisão dos líderes, tendo início os processos. Após três anos de devassa, os participantes mais ricos e poderosos foram omitidos ou perdoados, por meio de um processo fraudulento. Tomás Antônio Gonzaga foi degredado e Cláudio Manoel da Costa acabou morrendo na prisão. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi condenado à morte na forca e a posterior esquartejamento. Tiradentes, o incon-fidente mais pobre e menos letrado do movimento, foi considerado como líder do movimento, servindo como “bode expiatório” e exemplo para que outros não ousassem contestar o domínio metropolitano.

A Inconfidência Mineira foi, na verdade, um movimento elitista, desvinculado das aspirações e participações populares, inspirado nos ideais burgueses do Iluminismo e na Independência dos Estados Unidos. Isso facilitou sua aniquilação por parte da repressão portuguesa.

O lema da Inconfidência Mineira está presente na bandeira do Estado de Minas Gerais: libertas quae sera tamen (liberdade ainda que tardia).

Dom

ínio

púb

lico.

Bandeira de Minas Gerais.

Dom

ínio

púb

lico.

Tiradentes esquartejado.

Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1798)

Ao contrário da Inconfidência Mineira, a Con-juração Baiana contou com uma grande mobilização popular, fortemente influenciada pelas ideias mais radicais da Revolução Francesa, principalmente da República Jacobina (1792-94) e também pela revo-lução dos escravos no Haiti, em 1791. Um fator que demonstra esta participação das camadas mais bai-xas foi a mobilização de vários alfaiates pobres, o que faz com que a revolta também possa ser chamada de Revolta dos Alfaiates.

Como causas dos movimentos podemos des-tacar a crise econômica no Nordeste devido à crise de lavoura açucareira, agravada com a transferência do eixo econômico para o Centro-Sul, com o advento da economia mineradora. Com isso, as condições de vida da população mais humilde tornavam-se cada vez mais precárias, reforçando sua contestação à concentração de riquezas e de terras.

Indivíduos das camadas privilegiadas tam-bém tiveram papel importante, como é o caso dos membros da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz, res-ponsáveis pela propagação das ideias iluministas

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 15: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

11EM

_V_H

IS_0

27

e da Revolução Francesa. Um dos participantes da loja foi o Jornalista Cipriano Barata. A circulação de panfletos convocando a população a participar da revolta deu início à conjuração. Entre as exigências dos conjurados estavam:

separação de Portugal e proclamação da •República Baiense;

a luta pela liberdade, pelo fim da escravidão •pela igualdade racial;

aumento de soldos para oficiais e praças; •

liberdade de comércio com outros países, ou •seja, o fim do pacto colonial.

A maçonaria é uma sociedade de acesso res-trito, de caráter mundial, baseada nos princípios da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Formada a partir da associação dos pedreiros livres (maçom = pedreiro), atuou nas principais revoltas liberais, como a Independência dos EUA e a Revolução Francesa.

A repressão foi imediata. Quarenta e nove pes-soas foram presas, entre elas nove escravos e três mulheres. Muitos foram condenados ao exílio e a açoites. Os alfaiates João de Deus e Manuel Fausti-no (de apenas dezessete anos), e os soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens, foram condena-dos à morte. Os intelectuais e homens de projeção social, membros da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz foram poupados.

Tanto a Inconfidência Mineira como a Conjura-ção Baiana foram derrotadas, mas a crise do sistema colonial era irreversível.

Conjuração Carioca (1794)Ocorreu no Rio de Janeiro, em 1794, uma mani-

festação da influência do Iluminismo. A Academia de Ciências do Rio de Janeiro, organizada em 1777 pelo Marquês do Lavradio, tinha o objetivo de realizar trabalhos científicos importantes, chegando mesmo a organizar a observação de um eclipse.

Em 1786, a Academia transformou-se em socie-dade literária, passando a realizar debates artísticos e políticos. Nas reuniões discutia-se a importância do pensamento científico, críticas à religião e aos privilégios do poder absoluto do rei. O vice-rei, Vis-

conde de Resende, suspendeu o funcionamento da Sociedade, e procedeu-se às investigações, que não levantaram provas concretas contra os presos, que foram então libertados.

Insurreição Pernambucana de 1817

Mais uma vez, a população de Pernambuco se insurgiu contra as autoridades reinóis. E esta não seria a última das revoltas na região que, desde a expulsão dos holandeses, em 1654, havia assimi-lado o espírito nativista de luta contra a opressão, espírito que manifestou em episódios marcantes da História do Brasil.

A situação da região era difícil e contribuiu para a propagação da ideia de levante. Como determinan-tes dessa conjuntura podemos indicar:

crise da produção algodoeira e açucareira, •devido à concorrência, respectivamente, dos Estados Unidos e das Antilhas;

a exploração monopolista dos comerciantes •portugueses que continuava, após a Guerra dos Mascates, gerando um forte sentimento de lusofobia;

em 1816, o Nordeste foi assolado por uma •forte seca, que agravava ainda mais a dura condição de vida da população local;

elevação dos impostos para manutenção do •luxo da vida da Corte de D. João VI, que es-tava no Brasil desde 1808, devido à invasão napoleônica à Portugal. Impostos que tam-bém sustentavam as campanhas militares de D. João VI – invasão da Guiana Francesa e da Província Cisplatina (atual Uruguai);

a presença da Família Real também ampliou •a centralização política, por meio da criação de vários órgãos de administração sediados no Rio de Janeiro, restringindo ainda mais a autonomia regional de Pernambuco.

As ideias liberais foram disseminadas em so-ciedades secretas, como o Areópago de Itambé, que em 1801 articulou a Conspiração dos Suassunas. O termo Suassuna faz referência ao engenho dos Cavalcantes, tradicional família de latifundiários que ajudou a conspirar a favor da separação de Per-nambuco em relação ao Brasil, mas o movimento foi descoberto antes de ser colocado em prática. É im-portante mencionar a ação do Seminário de Olinda, onde padres também discutiam as ideias liberais.

Da revolta participaram grandes proprietários rurais, homens livres não-proprietários, militares e

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 16: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

12 EM

_V_H

IS_0

27

membros do clero. Entre os líderes do movimento es-tão o comerciante Domingos José Martins, os padres João Ribeiro e Miguel Joaquim de Almeida (Migueli-nho). Desconfiando dos boatos sobre a conspiração, o governador Caetano Pinto Montenegro, decidiu pela prisão dos insurgentes, inclusive o capitão José Barros Lima, que reagiu contra a prisão, dando início ao movimento.

Rapidamente os revolucionários venceram as tropas oficiais e organizaram um governo provisório, formado por representantes do comércio, do clero, do exército da agricultura e da justiça. Enviaram a todas as comarcas uma “Lei Orgânica” (protótipo de Constituição) que afirmava:

a liberdade de consciência e imprensa; •

a abolição dos impostos criados por D. João •VI;

o novo governo seria republicano e os estran- •geiros que aderissem seriam considerados “patriotas”;

manutenção da escravidão, devido a grande •participação de latifundiários escravistas.

Os revoltosos ainda buscaram ajuda da Ingla-terra, dos Estados Unidos e de outras províncias como Rio Grande do Norte e Ceará. A repressão não tardou e partiu da Bahia e do Rio de Janeiro, sob o comando do Conde dos Arcos, governador da Bahia. Após algumas batalhas, os revolucionários foram vencidos. Os principais líderes foram fuzilados ou enforcados, a exemplo do padre Miguelinho. Entre as medidas tomadas por D. João, após sufocar o mo-vimento, estava a criação da capitania de Alagoas, separada de Pernambuco.

(UFMG) Leia os versos.1.

“Seiscentas peças barganhei

- Que pechincha! - no Senegal

A carne é rija, os músculos de aço,

Boa liga do melhor metal.

Em troca dei só aguardente,

Contas, latão - um peso morto!

Eu ganho oitocentos por cento

Se a metade chegar ao porto”.

(HEINE, Heinrich apud BOSI, Alfredo. Dialética da

Colonização. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.)

Identifique a atividade a que se referem esses versos.a)

Cada uma das estrofes desenvolve uma ideia cen-b) tral. Identifique essas ideias.

Solução: `

O tráfico escravista.a)

A primeira tem como ideia central o tráfico em si e b) a segunda, sua alta lucratividade.

(UFMG) Leia o texto.2.

“A língua de que [os índios] usam, toda pela costa, é uma: ainda que em certos vocábulos difere em algumas partes; mas não de maneira que se deixem de entender. (...) Carece de três letras, convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não tem Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente (...).”

(GÂNDAVO, Pero de Magalhães. História de

Província de Santa Cruz, 1576.)

A partir do texto, pode-se afirmar que todas as alternati-vas expressam a relação dos portugueses com a cultura indígena, exceto:

A busca da compreensão da cultura indígena era a) uma preocupação do colonizador.

A desorganização social dos indígenas se refletia b) no idioma.

A diferença cultural entre nativos e colonos era atri-c) buída à inferioridade do indígena.

A língua dos nativos era caracterizada pela limita-d) ção vocabular.

Os signos e símbolos dos nativos da costa marítima e) eram homogêneos.

Solução: `

O texto afirma que os indígenas usam uma língua com diferenças em certos vocábulos, portanto a exceção está na alternativa “E”, que afirma que os signos e símbolos eram homogêneos.

(Enem) Observe as duas afirmações de Montesquieu 3. (1689-1755), a respeito da escravidão:

A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao escravo: a este porque nada pode

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 17: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

13EM

_V_H

IS_0

27

(Fuvest)4.

“Atrás de portas fechadas,

à luz de velas acesas,

entre sigilo e espionagem

acontece a Inconfidência.”

(MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência)

Explique:

Por que a Inconfidência, acima evocada, não obteve a) êxito?

Por que, não obstante seu fracasso, tornou-se o mo-b) vimento emancipacionista mais conhecido da histó-ria brasileira?

Solução: `

Os personagens envolvidos na conspiração foram a) denunciados e presos antes do início do movimento.

Trata-se do primeiro movimento emancipacionista b) para o Brasil inteiro. Os anteriores tiveram caráter regional.

(Cesgranrio) A colonização brasileira foi sempre marcada 5. por confrontos que refletiam a diversidade de interes-ses presentes na sociedade colonial, como pode ser observado nos(as):

conflitos internos, sem conteúdo emancipacionista, a) como as Guerras dos Emboabas e dos Mascates.

ideais monárquicos e democráticos defendidos pelos b) mineradores e agricultores na Conjuração Mineira.

projetos imperiais adotados pela Revolução Per-c) nambucana de 1817, por influência da burocracia lusitana.

reações contrárias aos monopólios, como na Conju-d) ração Baiana, organizada pelos comerciantes locais.

características nacionalistas de todos os movimen-e) tos ocorridos no período colonial, como nas Revol-tas do Rio de Janeiro e de Beckman.

Solução: `

A única alternativa correta é a letra“A”. Estão incor-retas: a “B” que afirma ideais monárquicos na Conjuração Mineira; “C” que trata de projetos imperiais na Revolução Pernambucana; “D” que organiza a Conjuração Baiana pelos comerciantes e “E” ao afirmar que todos os movi-mentos coloniais foram nacionalistas.

(UFSM) “A Guerra Guaranítica foi a revolta dos mis-6. sioneiros guaranis contra as imposições do Tratado de Madrid, que os obrigava a abandonar suas terras, mora-dias, plantações e rebanhos. O acordo de 1750 favorecia as monarquias ibéricas, defendendo seus interesses na região, mas prejudicava gravemente os indígenas.”

(QUEVEDO, Júlio. A Guerra Guaranítica.

São Paulo: Ática, 1996. p. 29.)

Com base no texto, é correto afirmar:

Os índios reagiram à dominação colonial, porque a) defendiam exclusivamente o Império Teocrático or-ganizado pela Igreja Católica, que se sobressaía na América, por intermédio da Companhia de Jesus.

Os missioneiros guaranis estavam desaculturados b) do “ser” índio devido à tirania jesuíta, portanto de-fendiam somente os interesses dos padres.

fazer por virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sorte de maus hábitos e se acostuma insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, brusco, duro, colérico, voluptuoso, cruel.

Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os negros, eis o que eu diria: “tendo os povos da Europa exterminado os da América, tiveram que escravizar os da África para utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos que escravos cultivassem a planta que o produz.”

(Montesquieu. O Espírito das Leis.)

Com base nos textos, podemos afirmar que, para Montesquieu:

o preconceito racial foi contido pela moral religiosa.a)

a política econômica e a moral justificaram a es-b) cravidão.

a escravidão era indefensável de um ponto de c) vista econômico.

o convívio com os europeus foi benéfico para os d) escravos africanos.

o fundamento moral do direito pode submeter-e) se às razões econômicas.

Solução: `

O pensador Montesquieu, ao defender a necessi-dade do uso do escravo para manter bons preços do açúcar na Europa, submete a moral do direito às razões econômicas, exatamente como demonstra a alternativa “E”.

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 18: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

14 EM

_V_H

IS_0

27

A guerra expressou a luta dos missioneiros guara-c) nis que não queriam se transformar numa espécie de “sem terra” do século XVIII, visto que suas terras foram doadas aos soldados espanhóis.

A guerra representou um dos raros momentos de d) reação indígena, organizada contra as imposições da Coroa e dos colonizadores luso-espanhóis.

Os missioneiros guaranis enfrentaram os exércitos e) luso-espanhóis, porque estavam organizando uma confederação indígena antiespanhola.

Solução: `

A Guerra Guaranítica foi provocada pelo Tratado de Madrid, que concedeu o território de Sete Povos das Mis-sões aos portugueses em troca da Colônia de Sacramento aos espanhóis. Os índios das missões revoltaram-se devido ao temor de serem atacados e escravizados pelos bandei-rantes. A reação luso-espanhola massacrou os indígenas da região. Portanto, a alternativa correta é a “D”.

(Enem) A primeira imagem abaixo (publicada no século 7. XVI) mostra um ritual antropofágico dos índios do Brasil. A segunda mostra Tiradentes esquartejado por ordem dos representantes da Coroa portuguesa.

Dom

ínio

púb

lico.

Theodor De Bry - século XVI.

Dom

ínio

púb

lico.

Pedro Américo.Tiradentes esquarteja-do, 1893.

A comparação entre as reproduções possibilita as seguintes afirmações:

I. Os artistas registraram a antropofagia e o esquarte-jamento praticados no Brasil.

II. A antropofagia era parte do universo cultural in-dígena e o esquartejamento era uma forma de se fazer justiça entre luso-brasileiros.

III. A comparação das imagens faz ver como é relativa a diferença entre “bárbaros” e “civilizados”, indíge-nas e europeus.

Está correto o que se afirma em:

I apenas.a)

II apenas.b)

III apenas.c)

I e II apenas.d)

I, II e III.e)

Solução: `

A primeira imagem retrata um ritual de antropofagia (ato de se alimentar de carne humana) praticado por indíge-nas, enquanto a segunda imagem retrata o esquarteja-mento de Tiradentes como punição dada pelo governo português. As duas imagens podem ser consideradas “bárbaras” e realizadas tanto por indígenas, quanto por portugueses, relativizando a noção “bárbaro” e “civiliza-do”. Portanto, as três afirmativas estão corretas, o que nos leva a assinalar a alternativa “E”.

(Fuvest)”...algumas escravas procuram de propósito 1. aborto, só para que não cheguem os filhos de suas entranhas a padecer o que elas padecem”.

(ANTONIL, André João. Cultura e Opulência do Brasil, 1711.)

Relacione outras formas de resistência do escravo africano, além do mencionado no texto.

(Fuvest) A sociedade colonial brasileira “herdou concep-2. ções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) As distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concre-tizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de cate-

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 19: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

15EM

_V_H

IS_0

27

gorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígenes e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor.”

(SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos.)

A partir do texto pode-se concluir que:

a diferenciação clássica e medieval entre clero, no-a) breza e campesinato, existente na Europa, foi trans-ferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira colonial.

a presença de índios e negros na sociedade bra-b) sileira levou ao surgimento de instituições como a escravidão, completamente desconhecida da so-ciedade europeia nos séculos XV e XVI.

os índios do Brasil, por serem em pequena quanti-c) dade e terem sido facilmente dominados, não tive-ram nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.

a diferenciação de raças, culturas e condição social d) entre brancos e índios, brancos e negros, tendeu e diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade colonial.

a existência de uma realidade diferente no Brasil, e) como a escravidão em larga escala de negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções me-dievais dos portugueses durante os séculos XVI e XVII.

(UFPE) Sobre a formação da sociedade brasileira, analise 3. as alternativas abaixo.

1) A mulher gentia, além da base física da família bra-sileira, foi um valioso elemento da cultura material.

2) Os curumins e as cunhatãs foram, ao mesmo tem-po, discípulos e mestres dos jesuítas.

3) O colonizador português, familiarizado com valores tropicais da Ásia e da África, amenizou a imposição de hábitos estranhos ao clima e à terra.

4) A presença negra na formação social brasileira de-ve-se unicamente ao grupo nigeriano, responsável pelo desenvolvimento da agricultura no Brasil.

5) Os bantos e sudaneses foram os principais grupos de africanos que participaram da formação social brasileira.

Está(ão) correta(s) apenas:

1, 2, 4 e 5.a)

2, 3 e 4.b)

1, 2, 3 e 4.c)

5.d)

1, 2, 3 e 5.e)

(UERJ) O lugar de maior perigo que há no engenho é 4. o da moenda, porque, se por desgraça a escrava que mete a cana entre os eixos, ou por força do sono, ou por cansada, ou por qualquer outro descuido, meteu desatentadamente a mão mais adiante do que devia, arrisca-se a passar moída entre os eixos, se lhe não cortarem logo a mão ou o braço apanhado, tendo para isso junto da moenda um facão, ou não forem tão ligeiros em fazer parar a moenda.

(ANTONIL, André João. Cultura e Opulência do Brasil.

Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EdUSP, 1982.)

Com base no texto, identifique duas características do trabalho escravo no Brasil do período colonial.

(Fuvest) Nos movimentos denominados Inconfidência 5. Mineira, de 1789, Conjuração Baiana, de 1798, e Revo-lução Pernambucana, de 1817, identifique:

os setores sociais neles envolvidos.a)

os objetivos políticos que possuíam em comum.b)

(Unicamp) A execução de Tiradentes teve um sentido 6. bem mais amplo que o de um enforcamento. Tratava-se de uma punição exemplar: esquartejar, exibir o corpo nos locais onde os “crimes” foram praticados, salgar terrenos e demolir casas faziam parte do esforço de apagar a memória do “criminoso” e reavivar a memória da punição de seus crimes. Por estas práticas, afirmava-se o poder do soberano e incutia-se temor em seus súditos.

(Adaptado da série Registros, nº 15, DPH, 1992.)

Por que as reivindicações dos participantes da a) Conjuração Mineira foram consideradas “crimes”, em 1789?

O que quer dizer castigo exemplar?b)

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 20: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

16 EM

_V_H

IS_0

27

(Unesp) As contradições, amplas e profundas, do 7. processo histórico das Minas Gerais, acabaram ge-rando relações que podem ser entendidas através dos antagonismos: colonizador/colonizado; dominador/do-minado; confidente/inconfidente; opressão fiscal/reação libertadora. Nesse contexto, a Coroa Portuguesa, em seu próprio benefício, desenvolveu uma ação ‘educativa’ compreendendo:

o estabelecimento de condições adequadas ao a) controle democrático da máquina administrativa.

a realização de programas intensivos de prevenção b) dos súditos contra os abusos das autoridades.

o indulto por dívida fiscal e o estímulo à traição e à c) delação entre os súditos.

o arquivamento do inquérito e queima dos autos d) contra os inconfidentes.

a promulgação de um novo regime fiscal que aca-e) bava com a prática da sonegação.

(Fuvest) O ideário da Revolução Francesa, que entre 8. outras coisas defendia o governo representativo, a liberdade de expressão, a liberdade de produção e de comércio, influenciou no Brasil a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, porque:

cedia às pressões de intelectuais estrangeiros que a) queriam divulgar suas obras no Brasil.

servia aos interesses de comerciantes holandeses b) aqui estabelecidos que desejavam influir no gover-no colonial.

satisfazia aos brasileiros e aos portugueses, que c) desta forma conseguiram conciliar suas diferenças econômicas e políticas.

apesar de expressar as aspirações de uma minoria d) da sociedade francesa, aqui foi adaptado pelos po-sitivistas aos objetivos dos militares.

foi adotado por proprietários, comerciantes, profis-e) sionais liberais, padres, pequenos lavradores, liber-tos e escravos, como justificativa para sua oposição ao absolutismo e ao sistema colonial.

(PUC) A sociedade do açúcar que se constituiu no de-1. correr dos dois primeiros séculos após o descobrimento das terras brasileiras foi marcada:

pela ocupação da região central da colônia, levan-a) do à interiorização do povoamento.

pela diversidade de segmentos sociais e pela mobi-b) lidade social dos seus integrantes.

pelo domínio do trabalho escravo, reforçando o seu c) caráter discriminatório e autoritário.

pelo desenvolvimento de um mercado interno di-d) versificado, permitindo um maior fluxo da renda.

pela integração harmoniosa de componentes cultu-e) rais tanto dos colonizados quanto dos colonizadores.

(UEL) Sabe-se que as missões jesuíticas foram quase 2. todas instaladas além do raio de ação dos estabelecimen-tos coloniais, fato que propiciou aprofundar a iniciativa catequética, ainda que o isolamento das missões tenha contribuído para uma vida material mais precária, segu-rança mais difícil e sobrevivência problemática a longo prazo. Sobre as reduções ou missões jesuíticas no planal-to paulista no século XVI e XVII, é correto afirmar:

as missões fortaleceram as aldeias indígenas, res-a) peitando as suas relações sociais no controle da terra e na distribuição dos trabalhos.

as reduções foram caracterizadas pela mistura de b) povos e culturas indígenas, o que contribuiu para a política jesuítica de homogeneização e desarticula-ção das comunidades preexistentes.

os jesuítas preservaram a organização espacial das c) aldeias e os ritos nativos, utilizando-se dessa es-tratégia a fim de transformar os índios em escravos disciplinados para a agromanufatura do açúcar.

as reduções especializaram-se em fornecer índios d) catequizados aos bandeirantes para serem vendi-dos como escravos às plantações de subsistência paulistas.

as missões surgiram à margem da administração e) colonial, e seus rendimentos, provenientes da agri-cultura e do artesanato, foram empregados na pro-teção militar dos indígenas.

(Unesp) As interpretações a respeito da ação dos 3. jesuítas no período colonial têm sofrido consideráveis alterações ao longo do tempo.

Indique as duas versões básicas a respeito do as-a) sunto.

Cite dois problemas enfrentados pelas nações indí-b) genas contemporâneas.

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 21: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

17EM

_V_H

IS_0

27

(UFRN)4.

O documento a seguir apresenta aspectos ligados à condição da mulher no Brasil colonial:

Documento IMulheres sem ter, às vezes, o que fazer. A não ser dar ordens estridentes aos escravos; ou brincar com papagaios, saguis, mulequinhos. Outras, porém, preparavam doces finos para o marido; cuidavam dos filhos.

(FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. 25 ed.

Rio de Janeiro: J. Olympio, 1987 p. 349.)

A análise desse documento I permite afirmar que, no período colonial:

as mulheres brancas administravam os negócios a) da família; as mulheres negras dedicavam-se aos cuidados do lar.

o comércio era uma atividade restrita às mulheres b) brancas; as mulheres negras dedicavam-se à agri-cultura e ao artesanato.

as atividades das mulheres brancas eram exercidas c) no interior da casa; as mulheres negras dedicavam- -se também a atividades no espaço público.

o poder de comando, na família branca, era dividido d) igualmente entre o homem e a mulher; na família escrava, a mulher ocupava um papel proeminente.

(UFF) Na década de 1930, as obras de Gilberto Freyre 5. redirecionaram os estudos sobre negros e cultura afri-cana quanto à questão da identidade racial brasileira, pois, contradiziam as afirmativas segundo as quais a miscigenação tinha causado um dano irreparável à nossa sociedade.

Gilberto Freyre, em seus estudos:

trata da confluência do cotidiano rural e urbano no a) Brasil, o que se destaca em sua primeira obra: So-brados e Mocambos.

detém-se na análise das relações multirraciais vi-b) gentes na sociedade baiana do século XVIII.

enfatiza o cunho intensamente patriarcal da socie-c) dade brasileira.

profunda as teorias raciais vigentes no Brasil na se-d) gunda metade do século XIX.

responsabiliza a sociedade derivada da mestiça-e) gem pelos vícios sociais do povo brasileiro.

(Unicamp) “E se o castigo for frequente e excessivo, 6. ou se irão embora, fugindo para o mato, ou se mata-rão por si, como costumam, tomando a respiração ou enforcando-se, ou procurarão tirar a vida aos que lhe dão tão má, recorrendo se for necessário a artes diabólicas, ou clamarão de tal sorte a Deus, que os ouvirá e fará aos senhores o que já fez aos egípcios, quando avexavam com extraordinário trabalho aos hebreus, mandando as pragas terríveis contra suas fazendas e filhos.”

(ANTONIL, Padre. Cultura e Opulência do Brasil,1710.)

Quais eram as formas de resistência dos negros à a) escravidão citadas por Antonil?

Qual o tipo de argumento utilizado por Antonil para b) convencer os senhores a não se excederem nos castigos?

(Unicamp) No Brasil colonial, além da produção 7. açucareira escravista, o historiador Caio Prado Júnior (em Formação do Brasil Contemporâneo) enumera outras atividades econômicas importantes como, por exemplo, a mineração do século XVIII, que era também uma atividade voltada para o comércio externo.

Caracterize a mineração no século XVIII em ter-a) mos de região geográfica, organização do tra-balho e desenvolvimento urbano.

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 22: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

18 EM

_V_H

IS_0

27

Trabalhando nas ruas das cidades brasileiras, no século 8. XIX, os escravos de ganho conheciam uma vida diferente daqueles que trabalham na zona rural.

O que eram escravos de ganho e que atividades a) desempenhavam nas cidades?

Quais as diferenças, nas relações senhor/escravo, b) entre o escravo de ganho e o escravo das fazen-das?

(Fuvest) A Inconfidência Mineira foi um episódio mar-9. cado:

pela influência dos acontecimentos de julho de a) 1789, como a tomada da Bastilha.

pela atitude antiescravista, consensual entre seus b) participantes.

pelo intuito de acabar com o predomínio da Com-c) panhia de Comércio do Brasil.

pela insatisfação ante à cobrança do imposto sobre d) bateias.

pelas ideias ilustradas e pela Independência dos e) Estados Unidos.

(Fatec) A abertura dos portos, realizada por D. João 10. (1808), teve amplas repercussões, pois na prática significou:

o aumento sensível das exportações sobre as im-a) portações, com a restauração da balança de pa-gamentos.

o estabelecimento de maiores laços comerciais b) com Lisboa, conforme o plano de Manuel Nunes Viana, paulista de grande prestígio.

manutenção da política econômica mercantilista, c) segundo defendia José da Silva Lisboa.

o rompimento do pacto colonial, iniciando um novo d) processo que culminou com a Independência.

a intensificação do processo da independência eco-e) nômica do Brasil, em face da liberdade industrial.

(PUC) A franquia dos portos teve um alcance histórico 11. profundo, pois deu início a um duplo processo:

o do desenvolvimento do primeiro surto manufatu-a) reiro no Brasil e o crescimento do transporte fer-roviário.

do arrefecimento dos ideais absolutistas no Brasil e b) a disseminação de movimentos nativistas.

da emancipação política do Brasil e o seu ingresso c) na órbita da influência britânica.

da persistência do Pacto Colonial no Brasil e o seu d) ingresso no capitalismo monopolista.

do fechamento das fronteiras do Brasil aos estran-e) geiros e a abertura para as correntes ideológicas revolucionárias europeias.

(Fuvest) “Atrás de portas fechadas,12.

à luz de velas acesas,

entre sigilo e espionagem

acontece a Inconfidência.”

(MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência.)

Explique:

por que a Inconfidência, acima evocada, não obte-a) ve êxito?

por que, não obstante seu fracasso, tornou-se o b) movimento emancipacionista mais conhecido da história brasileira?

(Unesp) Leia o texto referente à Conjuração Baiana e 13. responda.

“Não eram os norte-americanos que serviam de exemplo a João de Deus e aos seus companheiros. Eram os sans culottes. A 12 de agosto de 1798, apareceram por toda a cidade manifestos manuscritos. Dirigidos ‘ao povo republicano da Bahia’ em nome do ‘supremo tribunal da democracia baiana’ apelavam ao extermínio do ‘detestável jugo metropolitano de Portugal.”

(KENNETH, Maxwell; SILVA, Maria Beatriz N. da.

O Império Luso-Brasileiro - 1750-1822.)

Como pode ser caracterizada a Conjuração Baiana?a)

Cite e caracterize duas outras atividades econô-b) micas do Brasil colonial que não eram voltadas para o comércio externo.

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 23: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

19EM

_V_H

IS_0

27

Indique o nome da outra conjuração do século b) XVIII, cujos líderes conspiraram em segredo e, to-mando como exemplo os Estados Unidos, advoga-ram governo republicano.

Na segunda metade do século XIX, o Brasil passou 14. por um processo de modernização, expresso por construções de ferrovias e avanços em outros seto-res da comunicação. Contudo, essa modernização não atingiu igualmente todo o território.

Quais as áreas abrangidas por essas inovações a) tecnológicas?

Explique um dos motivos da desigualdade re-b) gional no processo de modernização.

”O conceito de independência surge mais nítido nas Mi-15. nas Gerais: a situação colonial pesa para esses homens proprietários; o problema é mais colonial que social. Já na Bahia de 1798, a inquietação é orientada por elementos da baixa esfera e a revolução é pensada contra a opu-lência; o problema é mais social que colonial.”

(MOTTA, Carlos Guilherme. Ideia de Revolução

no Brasil. São Paulo: Cortez, 1989. p. 115. Adaptado.)

Comparando os movimentos da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana, responda:

O que aqueles dois movimentos tinham em comum?a)

Em quais aspectos se diferenciavam?b)

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 24: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

20 EM

_V_H

IS_0

27

Rebeliões, sabotagens, fugas, suicídios, infanticídios e 1. alcoolismo, eram as principais formas de resistência à escravidão no Brasil.

D2.

E3.

Duas dentre as características:4.

longas jornadas; •

realização repetitiva; •

execução de trabalhos manuais; •

inexistência de qualquer tipo de segurança nos locais •de trabalho.

5.

Inconfidência Mineira: bacharéis, intelectuais, fun-a) cionários administrativos da colônia, elementos do exército e do clero.

Conjuração Baiana: alfaiates e soldados, muitos de-les negros e mulatos.

Revolução Pernambucana: aristocracia açucareira em crise causada pela perda de mercados.

Os objetivos políticos em comum nos três movi-b) mentos foram: republicanismo, separatismo e con-testação aos privilégios dos elementos ligados à corte ou à nobreza.

6.

Pois eram insurgentes à Coroa portuguesa.a)

Fazer de exemplo para se evitar outros movimentos b) iguais.

C7.

E8.

C1.

B2.

3.

A visão tradicional da ação jesuítica junto aos indí-a) genas na América Latina considera que a cateque-

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 25: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

21EM

_V_H

IS_0

27

se lhes assegurou a salvação das almas e que os jesuítas os protegeram da escravização.

Há a interpretação de que os jesuítas promoveram a desaculturação dos indígenas.

As comunidades indígenas atuais na América Lati-b) na enfrentam a invasão de suas terras por possei-ros garimpeiros e projetos estatais, é a difusão de doenças da civilização branca.

C4.

C5.

6.

Quilombos, suicídio e a capoeira.a)

Compara os escravos negros com os escravos he-b) breus do Egito e a possibilidade de obras malfeito-ras (crenças/religião).

7.

Escravos de ganho eram empregados em peque-a) nas atividades urbanas produtivas ou de prestação de serviços.

Estes gozavam de uma vida menos desumana. Tinham b) várias concessões e até pequenas recompensas.

8.

Escravos que realizavam atividades remuneradas a) entregando uma porcentagem a seus donos. Car-regadores, pequenos consertos, atividades urba-nas em geral.

Geralmente o escravo de ganho dispõe de maior b) liberdade e menor controle do patrão.

E9.

D10.

C11.

12.

Os personagens envolvidos na conspiração foram a) denunciados e presos antes do início do movimento.

Trata-se do primeiro movimento emancipacionista b) para o Brasil inteiro. Os anteriores tiveram caráter regional.

13.

Movimento emancipacionista de caráter popular.a)

Inconfidência Mineira.b)

14.

Rio de Janeiro e São Paulo.a)

O cultivo do café foi o principal motivo dos investi-b) mentos em infraestrutura nessas regiões.

15.

Eram republicanos e emancipacionistas.a)

O primeiro era elitista, enquanto o segundo era b) popular.

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 26: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

22 EM

_V_H

IS_0

27

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 27: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

23EM

_V_H

IS_0

27

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Page 28: HISTÓRIA · 2013. 9. 5. · LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA ... dardas nesse capítulo. A sociedade colonial sintetizou as característi-cas de três principais grupos étnicos: os

24 EM

_V_H

IS_0

27

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br