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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos, Universidade Sénior Contemporânea Usc.no.sapo.pt Artursantos.no.sapo.pt 1 História da Cidade e dos Monumentos Portuenses

História da cidade e dos monumentos portuenses palacio dos terenas quinta da macieirinha

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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos,

Universidade Sénior Contemporânea

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1 História da Cidade e dos Monumentos Portuenses

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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos

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O Palácio dos Terenas é uma importante casa senhorial setecentista da cidade do Porto, em Portugal.

Erguido no final do século

XVIII pelos Marqueses de Terena, este palácio é um dos mais importantes da cidade do Porto.

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Marquês de Terena foi um título nobiliárquico criado em 1 de Julho de 1848 pela rainha D. Maria II de Portugal a favor de Sebastião Correia de Sá, 1.º Marquês e Conde de Terena e 1.º Visconde de São Gil de Perre.

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Sebastião Correia de Sá, 1º marquês de Terena

* 20.02.1766 + 04.07.1849

Fonte: Geneall

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Titulares {{Sebastião Correia de Sá]] (1766-1849), 1.º

Marquês e Conde de Terena e 1.º Visconde de São Gil de Perre

Maria Emília Jácome Correia de Sá (1793-1856), 2ª condessa de Terena, 2ª viscondessa de São Gil de Perre

Luís Brandão de Melo Cogominho Pereira de Lacerda (1815-1866), 2.º Marquês de Terena

Eugénia Maria Brandão de Melo Cogominho (1840-1900), 3.º Marquesa de Terena e 3.º Viscondessa de São Gil de Perre

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Em 1919 foi adquirido pela Diocese do Porto que lá instalou o seu paço episcopal na sequência das nacionalizações que se seguiram à implantação da República e que causaram o seu desalojamento do morro da Sé.

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O palácio foi restaurado entre 1999 e 2000, removendo-se um revestimento em azulejo colocado nos anos 30.

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A sua obra Nobres Casas de Portugal, António Lambert Pereira da Silva, abordando a agora denominada Torre da Marca, refere tratar-se de um edifício do século XVIII sem grande valor arquitectónico.

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Chamou-se-lhe, em eras campónias que o Tempo soterrou, Quinta da Boavista. Ainda o Porto se remetia à Sé e a S. Nicolau e à Vitória, situava-se aquela gran­ja no então Couto e Honra de Cedofeita. É um rosário de gerações até hoje, em que a localizamos na confluência das Ruas de D. Manuel II e de Júlio Diniz - cuja abertura, em 1934, lhe ratou um apreciável naco de terreno.

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Os Docem, ou do Sem, estirpe de doutores

Foi a partir de uma escritura datada de 1312 que se comprovou a passagem pelo mundo de Martim Docem, cavaleiro nobre de origem aragonesa radicado no Porto, ou talvez nas redondezas, visto a cidade ser então, consabidamente, pouco receptiva a fidalguias.

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Martim Docem, alvitra-se, teria entrado em Portugal integrando o séquito da Rainha Santa Isabel, de cuja Casa o seu filho Pedro Docem, ou Pêro do Sem, foi Cavaleiro. Este último há-de ter sido personagem grada na Corte de D. Afonso IV, onde exerceu as funções de Ouvidor (nomeado em 1327) e, posteriormente, de Chanceler-mor. E imputa-se-lhe ainda a construção da velha torre, naquela Quinta da Boavista, pelos anos de 1336 a 1341.

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Posteriormente, veio a ser conhecida com outras designações, nomeadamente Torre da Marca, por confusão com a estrutura de cariz militar, muito perto desta, mandada construir por D. João III em 1542 para orientação "dos navios que demandavam a barra do Douro”,.

Chamada ainda Torre do Palácio dos Terenas, em referência ao palácio que lhe foi associado em finais do século XVIII.

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João Afonso Machado, em O Tripeiro 7ª série 22/1 (2003) 6-8, afirma que “mais correcto seria chamar-lhe «Torre dos Brandões», pois papéis há em que assim é identificada”. Tudo devido a uma suposta alienação , aos pais do Dr. António Sanches Brandão e de Rui Brandão Sanches.

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Um depois do outro e a descendência do por último mencionado continuaram a Casa. Voam as gerações dos Brandões, muito ufanas do seu foro de Fidalgos da Casa Real (desde, pelo menos, 1583). No Sul vão enriquecendo os anais da sua estirpe com casamentos de peso e esse é o caminho por que entram na sua esfera patrimonial a Quinta de Carvalho de Arca (junto a Guimarães) e as imemoriais Torre dos Coelheiros (em Évora) e Honra de Farelães (no termo de Barcelos).

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Em 4 de Abril de 1743 nasce Luís Brandão de Melo Pereira de Lacerda, finalmente quem venha morar para a Torre da Marca. É ele que planeja e ordena a edificação da actual residência, sobre cujo portal de entrada é mais tarde colocado o brasão de armas, um escudo esquartelado de Brandões, Meneses (de Cantanhede), Portugal e Melos.

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De Luís Brandão foi primogénito e sucessor José Maria Brandão de Meio Cogominho Correia Pereira de Lacerda, que casou em 1814 com D. Maria Emília Correia de Sá, filha herdeira de Sebastião Correia de Sá, 1.º Conde e 1.ºMarquês de Terena e 1.0 Visconde de S. Gil de Perre. Também estes títulos, por isso, transitaram para os Brandões da Torre da Marca.

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Por sua vez, José Maria Brandão e D. Maria Emília Correia de Sá tiveram como filho Luís Brandão de Meio Cogominho Correia de Sá Pereira e Figueiroa, 10.0 Senhor do vínculo da Torre da Marca, 20.0 do da Torre dos Coelheiros (Évora), 15.º da Honra de Farelães, 8.0 do Morgado e S. Paio e Carvalho de Arca, Par do Reino e continuador dos títulos nobiliárquicos maternos: foi o 3.° Conde e o 2.° Marquês de Terena. Casou com D. Maria Ana de Sousa Holstein, filha dos 1.os Duques de Palmela.

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Está para breve o fim da dinastia Brandão. Os 2.os Marqueses de Terena têm apenas a D. Eugénia Maria Filomena Brandão de Melo Cogominho Correia de Sá Pereira de Lacerda do Lago Bezerra e Figueiroa que, prosseguindo aquela multissecular e nobre Casa, se consorcia com o seu tio, o 1.º Marquês de Monfalim, D. Filipe Maria José Pedro Estevão Evangelista Francisco Sales Xavier de Assis de Borja de Paula de Sousa Holstein.

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É uma união sem geração que conduz a Torre da Marca por meandros testamentários até uma sobrinha do casal, D. Eugénia de Jesus Maria José Ana Joa­quim de Sousa Holstein, que professará na Ordem das Irmãs de Santa Doroteia. Logicamente, são as Doroteias as futuras proprietárias da Torre, antes ainda do falecimento da irmãzinha D. Eugénia de Jesus, ocorrido em 1937. Atentemos na proclamação da República e na sequente posição de incomodidade, dela resultante, para o clero em geral e as Ordens religiosas em particular.

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O primitivo espaço, periférico em relação à cidade, estava já sob pressão urbanística e a antiga Quinta da Boa Vista (como era conhecida no século XV) transformou-se numa propriedade urbana, vinculada urbanisticamente ao Porto. É neste contexto que se inscreve a construção do Palácio setecentista, obra de arquitectura urbana, de fachada monumental a dois andares e abrindo para uma ampla praça.

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O impacto urbanístico do paço relegou a velha torre medieval para um plano secundário; em todo o caso, ela foi preservada pelo projecto tardo-barroco, sinal da sua importância simbólica (enquanto marca de prestígio residencial), muitos séculos depois de Pedro Sem..

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A torre, apesar das múltiplas adulterações por que passou, mantém um figurino geral medieval. A fachada principal, virada a nascente e única frente visível, está organizada em três andares, apreensíveis do exterior pela disposição das janelas, as do terceiro registo de feição neo-gótica, reflectindo as sucessivas alterações efectuadas. A entrada principal apresenta um arco apontado ao centro, e outra entrada secundária, em arco recto, foi aberta mais para Norte.

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Entre os dois primeiros andares, algumas janelas, dispostas assimetricamente, provam as diferentes organizações espaciais do interior, ao longo dos séculos. Infelizmente, pouco sabemos acerca da organização interior inicial.

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Em 1919, o imóvel foi adquirido pela Diocese do Porto, que aqui instalou o seu paço episcopal, por haver sido desalojada do morro da Sé pelas nacionalizações a seguir à implantação da República.

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Mais recentemente, em 1986, a torre foi adaptada a área residencial da diocese, por projecto do Arquitecto Abrunhosa de Brito, transformando-se integralmente toda e qualquer estrutura medieval ou moderna que, à época, ainda subsistisse. Em 1995, aqui veio a instalar-se a Fundação SPES, organismo criado por disposição testamentária de D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto de 1952 a 1982, para o desenvolvimento "de uma civilização do Amor e da Beleza" Cit. Testamento

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Aspectos curiosos: a primeira missa celebrada aplicou-se pela alma dos Marqueses de Monfalim. O empório comercial do Comendador Domingos Gonçalves de Sá & Filhos financiou a transacção, emprestando a quantia dopreço sem juros nem outras garantias além da palavra dos clérigos outorgantes. Houve que proceder a obras, ali ia residir o Bispo, ali se fixaram diversas repartições eclesiásticas, ali funcionou - o edifício quase rebentando pelas costuras ­ o Seminário de Estudos Preparatórios, depois levado para a Rua do Vilar.

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Somente em 1964 o Paço Episcopal tornou às origens. O que significa que a Torre da Marca acolheu sucessivamente D. António de Barbosa Leão, D. António Augusto de Castro Meireles, D. Agostinho de Jesus e Sousa, D. António Ferreira Gomes (enquanto não experimentou as agruras do desterro) e o seu substituto, D. Florentino de Andrade e Silva. Mas, quando a casa vagou, imediatamente houve que pensar na ocupação a dar-lhe.

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Somente em 1964 o Paço Episcopal tornou às origens. O que significa que a Torre da Marca acolheu sucessivamente D. António de Barbosa Leão, D. António Augusto de Castro Meireles, D. Agostinho de Jesus e Sousa, D. António Ferreira Gomes (enquanto não experimentou as agruras do desterro) e o seu substituto, D. Florentino de Andrade e Silva. Mas, quando a casa vagou, imediatamente houve que pensar na ocupação a dar-lhe.

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Desde o século XVII que o lugar de Massarelos foi muito procurado por negociantes, que aqui mandaram construir as suas quintas. Entre estes, destacaram-se os de origem estrangeira, sobretudo flamengos, alemães e ingleses.

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Nas suas quintas, acumulavam-se as caraterísticas de espaços de recreio e de produção económica, com os seus pomares, hortas, matas...

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A Quinta do Sacramento ou da Macieirinha, foi uma dessas antigas propriedades, pertencendo sempre a cidadãos nacionais. Por meados do século XVIII, era propriedade de Manuel de Sousa Carvalho, irmão da Confraria do Santíssimo Sacramento da Igreja Paroquial de Santo Ildefonso. Poderá vir desta associação um dos nomes por que a quinta também foi conhecida: Quinta do Sacramento.

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Em 1838, a Quinta do Sacramento estava na posse de António Ferreira Pinto Basto, destacado membro da grande burguesia do seu tempo.

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Na posse deste último, foi escolhida pelo Rei Carlos Alberto de Sabóia, que abdicara do Principado do Piemonte e Reino Sardenha e exilara-se no Porto. Aqui viveu dois escassos meses e aqui morreu, a 28 de Julho de 1849.

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A casa que o príncipe de Sabóia escolheu para sua residência era um edifício simples, com encantadora vista para o mar e rio Douro. Com o pátio à frente, e de um lado o bosque, e do outro os jardins e terrenos agrícolas. Não sabemos como poderá ter sido a primeira construção, nem quais os acrescentos e modificações que ao longo do tempo se fizeram.

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O Museu

Foi em 1967, depois de uma consulta feita ao então professor na Faculdade de Letras do Porto, Dr. Florido de Vasconcelos, que a Câmara Municipal desta Cidade deliberou organizar na casa da Quinta da Macieirinha um Museu de recordações do séc. XIX, para nele serem lembrados os grandes nomes do romantismo portuense

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O Museu

Sentia-se a falta, no panorama museológico português, de um museu que evocasse uma época ainda próxima do nosso espírito, mas demasiado afastada para podermos imaginar perfeitamente como então se vivia.

Muitas eram as razões para empreender a tarefa de organizar um museu romântico, no Porto, por isso a ideia foi aceite por parte da Câmara, sendo então seu Presidente o Dr. Nuno Pinheiro Torres.

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O Museu

Para além das razões de ordem cultural, havia um motivo próximo que vinha acrescentar grande força ao projeto: na Casa da Quinta tinha vivido os seus curtos dias de exilado, e aí falecido, o Rei Carlos Alberto de Itália, cuja odisseia se enquadrava no espírito da época, e fora bem sentida no coração das gentes do Porto. .

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O Museu

Pouco tempo depois de a Quinta da Macieirinha ter passado à posse da Câmara, Humberto de Sabóia, ofereceu para mobilar o quarto onde faleceu seu trisavô, uma réplica dos móveis que ali tinham servido ao Rei.

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O Museu Ao Dr. Florido de Vasconcelos

e à Dr.ª Maria Emília Amaral Teixeira, à data directora do Museu Nacional de Soares dos Reis, encarregados do projeto, não foi difícil dar corpo a um programa museográfico, idealizando uma casa com as suas salas, quartos e dependências, como se fora habitada.

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Para refazer os aposentos do Rei havia desenhos e aguarelas que os documentavam. Para os outros espaços, fez-se apelo a toda a documentação possível – jornais e revistas, ilustrações de livros e gazetas, pinturas, estampas e litografias da época.

Foram feitas aquisições de mobiliário português da época, embora denunciado a influência francesa, alemã, mas sobretudo inglesa, que como é sabido, dominava a região. .

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Foram depositadas peças pelo Estado (de núcleos existentes no Museu Nacional de Soares dos Reis), e oferecidas ou depositadas por particulares.

O Museu foi inaugurado a 27 de Julho de 1972. .

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Fonte: Porto de Agostinho Rebelo, em Quintas do Porto e Arredores http://portoarc.blogspot.pt/search/label/Quinta%20do%20Vilar

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"A Quinta do Vilar ou do Pacheco Pereira, que durante séculos esteve na posse desta família, constitui um importante espaço da memória da cidade, que hoje se conserva nas suas características oitocentistas integrado nos "caminhos do romântico".

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As mais antigas referências documentais conhecidas sobre a quinta do Vilar remontam ao século XVI, quando uma muito mais vasta propriedade, denominada Casal do Vilar, que integrava um grande senhorio pertencente à Colegiada de Cedofeita, começou a ser dividida (SERÉN, Maria do Carmo, DRP/IPPAR, Processo de Classificação, 2003).

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Esta desintegração do primeiro senhorio continuou na centúria seguinte, surgindo no século XVII várias quintas nesta zona, entre as quais a do Vilar.

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Os Pacheco Pereira possuíam um palacete na cidade do Porto (o palacete de Belomonte), pelo que a casa da quinta era mais modesta, com os espaços internos a prolongar-se pelos externos, principalmente no jardim que, em socalcos descia até à casa Tait. De acordo com uma descrição de 1715, o imóvel teria sido edificado entre 1709 e 1715, desenvolvendo-se em quatro frentes, com dois pisos e entrada ao centro da fachada principal

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No século XIX, João Pacheco

Pereira cedeu terrenos para o Palácio de Cristal, do qual foi um dos promotores, perdendo muito dinheiro. O seu filho construiu dois bairros operários, o de Entre Quintas em 1880 e o de Vilar em 1890, acabando também por não rentabilizar o investimento.

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Apesar dos problemas

financeiros a casa da quinta do Vilar foi objecto de várias alterações no decorrer do século XIX e, embora muitas deles não tenham sido concretizadas na totalidade, a verdade é que denunciam a preocupação dos proprietários em conservar e melhorar o imóvel.

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Apesar dos problemas

financeiros a casa da quinta do Vilar foi objecto de várias alterações no decorrer do século XIX e, embora muitas deles não tenham sido concretizadas na totalidade, a verdade é que denunciam a preocupação dos proprietários em conservar e melhorar o imóvel.

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Em 1865 João Pacheco Pereira

ergueu um corpo mais alto, a Nascente, uma espécie de torreão. Em 1889 tentou-se ampliar um piso, o que nunca veio a acontecer. Ao lado, e em frente do Bairro do Vilar, edificou-se em 1886 uma segunda habitação, que escondia o bairro. Assim, o imóvel não conheceu alterações significativas, conservando as suas características.

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Quanto à Quinta, esta segue a tipologia das quintas de recreio que reúnem simultaneamente uma função lúdica e outra de cultivo.

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A particularidade da Quinta do Vilar e da Quinta de Recreio Tait reside no facto de se inscreverem, hoje, na malha urbana do Porto, conservando ainda as suas estruturas, como o sistema hidráulico que não apenas serviu os espaços de produção mas também os jogos de água das fontes e canaletes que se encontram nos jardins, ou seja, nos espaços lúdicos que prolongam os espaços de habitar internos da casa.

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A quinta da família do 1º Barão de Vilar, Cristiano Nicolau Kopke (1763-1840), sofreu obras de melhoramento com a sua filha Dorothea Augusta Kopke, casada com Roberto van Zeller, tendo sido seu filho Cristiano van Zeller quem criou as armas (Kopke/van Zeller).

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Em 1984, os herdeiros da família Kopke van Zeller venderam a casa e parte da propriedade à congregação das Religiosas do Amor de Deus. Hoje encontra-se lá instalado o Colégio de Nossa Senhora de Lourdes, na Rua Raínha D. Estefânia.

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Na Rua de Vilar, onde hoje está a Casa Diocesana, existiu o Palácio do Barão de Lordelo, José Fonseca e Gouveia (1792-1863).

O edifício serviu de sede ao Mosteiro da Visitação de Santa Maria, criado no Porto em finais do século XIX, por iniciativa da Marquesa de Monfalim, que habitava o Palácio dos Terenas.

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Com a implantação da República, em 1910, e na sequência da lei da separação, as religiosas viram-se obrigadas a abandonar a casa. No mesmo local foi construído o Colégio das Salésias.

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Em 1922 foi comprado por D. António Barbosa Leão para ali instalar o Seminário de Nossa Senhora do Rosário. O edifício do seminário foi desenhado pelo célebre padre Himalaia, que se chamava Manuel António Gomes e tinha aquele apelido devido à sua altura. Foi uma notável figura com uma grande paixão pelas Ciências. A igreja do Seminário é da invocação do Sagrado Coração de Jesus.

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A Casa Diocesana de Vilar, cuja obra foi lançada em 1989 e concluída em 1993, foi construída nos terrenos do seminário de Vilar durante o mandato do Bispo do Porto D. Júlio Tavares Rebimbas, com a supervisão do cónego Dr. Virgílio Rezende, tornou-se no verdadeiro centro de actividades de todos os movimentos diocesanos e pólo de grande actividade cultural religiosa e profana no Porto.

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Rua. D. Estefânia Parte desta rua foi

chamada de Padrão de Vilar

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A Casa Tait, ou a Quinta do Meio, é um espaço de rara beleza, situado uma extensa e agradabilíssima área verde ajardinada, na zona central da Cidade do Porto.

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Protegida por muros altos, a Casa Tait mantém ainda uma profunda marca característica das famílias inglesas que a habitaram.

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Entre muitas é de destacar quem lhe deu o nome, William Tait, cidadão britânico, proprietário e morador nesta casa a partir de 22 de Abril de 1900, negociante abastado, ligado ao vinho do Porto, tornando-se pessoa relevante da época, estudioso que foi da fauna e flora, e autor de ""The Birds of Portugal"" - Londres 1924

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Era possuidor de uma excepcional colecção de ovos de pássaros e terá sido introdutor em Portugal de algumas espécies vegetais. “.

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A disposição da casa favorece a preservação do sossego, individualidade e gozo de condições naturais que sempre foram privilégio dos ingleses, encontra-se de costas voltadas para uma estrita viela, sem janelas, abrindo-se contudo francamente sobre os jardins, belos arranjos de intimidade e espécies vegetais neles conservadas, e, para a bela panorâmica no sentido da barra do rio Douro.

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Sucedeu a William Tait, Miss Muriel Tait, senhora de fino trato e cultura, que muito contribuiu para a vida cultural da cidade. Esta vendeu a sua propriedade ao município portuense, condicionando-lhe a função futura a espaço verde público onde podemos ainda hoje reviver um pouco esses tempos e admirar as belas colecções de rosas, camélias, de brincos de princesa, ou o majestoso «liriodendrum tulipifera», árvore classificada, a qual merece uma observação atenta.

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PLANTAS TOPOGRÁFICAS DO PORTO

http://doportoenaoso.blogspot.pt/2010/07/planta-topografica-da-cidade-do-porto.html

http://repositorio-tematico.up.pt/bitstream/10405/2532/1/17_1CP-16.png 1949

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MONUMENTOS DESAPARECIDOS http://monumentosdesaparecidos.blogspot

.pt

Porto Antigo http://www.portoantigo.org

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