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História da Educação no História da Educação no Brasil Brasil Principal Referência: SAVIANI, Principal Referência: SAVIANI, D. D. História das ideias História das ideias pedagógicas no Brasil pedagógicas no Brasil . 3 ed. . 3 ed. rev. Campinas, SP: Autores rev. Campinas, SP: Autores Associados, 2010. Associados, 2010.

História da Educação no Brasil Principal Referência: SAVIANI, D. História das ideias pedagógicas no Brasil. 3 ed. rev. Campinas, SP: Autores Associados,

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História da Educação no BrasilHistória da Educação no Brasil

Principal Referência: SAVIANI, D. Principal Referência: SAVIANI, D. História das ideias pedagógicas no História das ideias pedagógicas no

BrasilBrasil. 3 ed. rev. Campinas, SP: . 3 ed. rev. Campinas, SP: Autores Associados, 2010. Autores Associados, 2010.

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A Educação para os íncolas A Educação para os íncolas (indígenas)(indígenas)

• Das comunas primitivas à educação para os “gentios”: uma pedagogia formulada e praticada sob medida para as condições encontradas pelos jesuítas nas terras ‘descobertas’ pelos portugueses”.

• As diferentes ordens religiosas: franciscanos; beneditinos; jesuítas; entre outras.

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• A institucionalização da Pedagogia Jesuítica: Ratio Studiorum (1599-1759):

• a) Financiamento; Propriedades, bens materiais, escravos; extensa rede de Colégios nas povoações litorâneas;

• c) Pedagogia (modus italicus X modus parisientis).

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• Pedagogia Brasílica: (1os evangelizadores):

- Português (crianças);

- Doutrina Cristã;

- Escola de ler e escrever;

- Opcionalmente, canto orfeônico e música instrumental;

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• Culminava de um lado, com o aprendizado

profissional e agrícola; e de outro, com a

gramática latina para aqueles que se

destinavam à realização de estudos

superiores na Europa.

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• Anchieta: Contrarreforma: civilização pela palavra:

“teatro” (bem X mal: “O mal vem de fora da criatura

e pode habitá-la e possuí-la, fazendo-a praticar

atos-coisas perversos”; “Para os jesuítas a religião

católica era considerada obra de Deus, enquanto

as religiões dos índios e dos negros vindos da

África eram obra do demônio”.

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• Ética: Direito Natural das Gentes, que limitava o poder do colonizador; se opunham à escravização dos índios.

• Pedagogia modus italicus (jesuítas): não seguia um programa estruturado; sem pré-requisitos; discípulos eram reunidos independentemente das eventuais diferenças de idade e formação.

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Pedagogia modus parisiensis (jesuítas): divisão

de alunos em classes; exercícios escolares; incentivo

ao trabalho escolar. Aos alunos de mesma idade e

mesmo nível de instrução se ministrava um

programa previamente estabelecido e adequado ao

nível dos alunos, por meio da lectio (preleção por

meio da leitura), do exame das questões suscitadas

e da repetição.

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• Mecanismos de incentivo: castigos corporais

e prêmios, louvores, condecorações

(efeitos). Germe da organização que veio a

constituir a escola moderna (pedagogia

tradicional) e que se caracterizou a versão

definitiva do Ratio Studiorm (1599).

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Ratio Studiorum: conjunto de regras: visavam:

“organizar os estudos, orientar e dirigir as aulas,

de tal arte que os que as freqüentam, façam o

maior progresso na virtude, nas boas letras e

na ciência, para a maior glória de Deus”

[Escolástica; filosofia aristotélica; Tomás de

Aquino, tomismo].

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Ratio (Ensino Médio): retórica; humanidades

(dialética, retórica, latim, grego, história,

geografia); gramática (curso de humanidades,

com duração de 6 a 7 anos). A formação

continuava com os cursos de filosofia e teologia

(“estudos superiores”) para padres.

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• 1750 – 728 Casas de Ensino no Brasil. Obra

educativa : fator eficiente da contrarreforma; formação

de intelectuais: Descartes; Molière; Mantesquieu;

Rousseau; Diderot; Richelieu; Cervantes; Vico; etc.

Lema: “Em questões de alguma importância não se afaste de Aristóteles” (Clássicos da Antiguidade).

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. “Pedagogia ativa”: Para Durkheim os jesuítas se

situavam na linha de superação das práticas

educativas medievais em direção à pedagogia

moderna. O homem em geral e também o

homem cristão deve ser ativo, necessita

traduzir em ações a fé que professa, não lhe

bastando meditar e orar.

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• Daí o fervor missionário de caráter militante e

combatente que moveu os inacianos levando-

os a considerar a cruz e a espada como faces

de uma mesma moeda (mentalidade militar de

Inácio de Loyola). “Missões-revolução”.

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• Se em Antonio Vieira ainda se manifestam

escrúpulos motivados por sua formação

escolástica (a teologia implícita no Antigo Direito

Natural das Gentes limitava o poder do

colonizador) em Andreoni (também jesuíta

(1650-1716): contradição) a consciência moral

já estava inteiramente dobrada às razões do

mercantilismo.

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• Andreoni: Cultura e opulência do Brasil. Junto de Antonil: a favor de sujeitar os índios ao trabalho escravo [conflito interno]. Os jesuítas gerenciavam uma grande empresa moderna, conforme a lógica dos latifúndios monocultores (em sintonia com o capitalismo em ascensão). (Missões X São Paulo)

• Passam a ser acusados de concorrência desleal [mão de obra indígena gratuita]. Questão política das terras missioneiras.

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• 1759 – Expulsão dos Jesuítas do Brasil; supressão da Ordem pelo para Clemente XIV.

• Para Fernando de Azevedo: com a expulsão

dos jesuítas o que sofreu o Brasil não foi uma

reforma de ensino [reformas pombalinas], mas a

destruição pura e simples de todo o sistema

colonial do ensino jesuítico.

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• 1759-1827: Ideias pedagógicas: Despotismo Esclarecido: Marquês de Pombal (o iluminismo português)

• Projeto modernizador para retirar Portugal da dependência inglesa: educação precisava ser libertada do monopólio jesuítico, cujo ensino se mantinha preso à Aristóteles e avesso aos métodos modernos de fazer ciência. (aliança entre nobreza e burguesia);

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• Vinculou a Igreja ao Estado, tornando-a independente de Roma e secularizou a Inquisição, tornando-a um instrumento do Estado. Decretou o fechamento dos colégios jesuítas introduzindo as aulas régias a serem mantidas pela Coroa.

• Resultado: fracasso da reforma dos estudos menores; insuficiência de professores, falta de livros didáticos, escassez de verbas, baixos salários, etc. (1771)

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• Império: Bloqueio de Banaparte à Inglaterra (da

qual Portugal era nação amiga): vinda da

Família Real para o Brasil (1808).

• Contradições entre o “projeto civilizatório burguês e as lições do Capital”.

• Mandeville (1670-1733): ver p. 102 e 103.

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• 1759 a 1932: coexistência entre as vertentes religiosa e leiga da pedagogia tradicional. Ideias pedagógicas leigas: ecletismo, liberalismo e positivismo.

• A educação na Repúbica Velha (constituintes): ideias educacionais liberais (Revolução Francesa) não se concretizaram em um sistema de ensino ou uma rede de escolas públicas; tudo manteve-se na dimensão do discurso.

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• Governo Vargas: industrialização; modernização; implantação de escolas: higienização (Fordismo; Keynesianismo).

• 1932-1947: equilíbrio entre pedagogia tradicional e pedagogia nova.

• 1932: Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (Lourenço Filho; Fernando de Azevedo; Anísio Teixeira).

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• Governo JK: desenvolvimentismo (50 anos em 05).

• 1947-1961: Predominância da Pedagogia Nova. 1961: 1ª Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB.

• Década de 1960 início (1960-1964): Movimento Reformas de Base: saúde; educação; moradia; saneamento básico.

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• Paulo Freire (Direito): 1959: Concurso: doutor.Tese: Brasil: sociedade em crescente processo de

industrialização; descompasso da educação.• 1963: Conscientização e alfabetização

(experiências educação popular com jovens e adultos). 1963: Coordenação Nacional do plano Nacional de Alfabetização. Escola Nova Popular.

• 1964: exílio (Chile; EUA, Suíça). Retorno ao Brasil: 1980. Secretaria de Educação SP.

• 1968: Pedagogia do oprimido (existencialismo cristão; apoiado em algumas contribuições do marxismo).

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• As ideias pedagógicas no Brasil entre 1932 e 1969: predomínio da pedagogia nova. Intensas experiências pedagógicas (Ação Popular; JEC; JUC). Movimento Pedagógico Renovador. Consciência ingênua à consciência crítica.

• Avanços tecnológicos: escola não mais a principal agência educativa; não valia esforço renovação. 1971: Ivan Illitch: Sociedade sem escolas.

• 1964: Lourenço Filho: desilusão: “boa fé modernista da Escola Nova.

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• Guerra Fria: ascensão União Soviética. Escolas norte americanas acusadas de dar atenção excessiva às crianças e pouca importância aos conteúdos que lhes eram ensinados

• .

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• 1964-1984: Governo Militar: Pedagogia tecnicista: ênfase nos métodos e técnicas de ensino; influência da Psicologia norte americana (comportamentalismo).

• Plano de rápido desenvolvimento econômico para o país: demanda mão de obra qualificada.

• Ensino Médio Profissionalizante: divisão entre cursos técnicos para os economicamente pobres e o “científico” para a classe média.

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• Educação Básica: Preparar para o trabalho.

• Universidades: Formar mão de obra especializada e os quadros dirigentes do país.

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• Ensaios contra-hegemônicos:

• a) Pedagogias da Educação Popular: educação do povo e pelo povo, para o povo e com o povo (PT: prefeituras).

• b) Pedagogias da Prática: Miguel Arroyo: Escola Plural; Maurício Tragtenberg. Saber gerado na prática social = matéria-prima ensino.

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• c) Pedagogia crítico-social dos conteúdos: Libâneo (conteúdos-realidades sociais; Vigotski).

• d) Pedagogia histórico-crítica: Saviani (Materialismo histórico dialético; Psicologia Histórico Cultural: Vigotski): Educação: ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos seres humanos (singular-particular-universal).

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• As ideias pedagógicas no Brasil entre 1969 e 2001: Configuração da concepção pedagógica produtivista (teoria do capital humano) (neoescolanovismo; neoconstrutivismo; neotecnicismo).

• Relatório Jacques Delors (2006): aprender a aprender; aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a conviver; aprender a ser (Escola Popular; Escola Plural).

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• Inclusão excludente (qualidade precária; não

aprendizagem efetiva do aprender a pensar de

forma não cotidiana; consciência crítica; criativo

em detrimento do crítico, do teoricamente

consistente e coerente).