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    Pe. Incio Medeiros, cssr

    CAMINHANDO

    PELA HISTRIA DA IGREJA

    I - HISTRIA ANTIGA

    Edio PDF - 2006-03-08Fl.Castro

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    1. O MUNDO JUDEU ANTES DE JESUS CRISTO

    Aprendemos desde muito que a chegada de J esus e sua pre-sena na histria e na vida dos seres humanos foi um divisorde guas. Hoje a histria dividida em duas grandes partes:Antes e depois de Cristo.J esus fruto de uma situao concreta, de uma realidade depovo e de pessoas. Em sua vida e em sua misso ele influen-ciou e tambm se deixou influenciar pela cultura do seu tempo.Ele era judeu e marcado pela vida, costumes e modo de serdos judeus, ainda que com sua misso vai transcender a hist-ria de sua gente, dando sua doutrina um carter de universa-lidade e transcendendo at mesmo aos critrios de tempo e de

    lugar.

    1. Situao scio-religiosa dojudasmo:Quando J esus nasceu o seu povoestava dominado pela grande po-tncia militar e econmica de en-to, Roma, O povo judeu, aindaque fizesse parte de uma provnciacom relativa autonomia, vivia nu-ma situao terrvel, pois o dom-nio romano se fazia a ferro e fogo.A cidade de J erusalm foi conquis-tada pelo general Pompeu no ano63 AC e, desde ento, a Palestina

    passou a fazer parte do crculo de dominao romana.

    Herodes, o grande, filho do Idumeu Antpatra, era amigo deCsar Augusto, imperador dos romanos e por isso fez-se coro-ar rei dos J udeus, tendo como obrigao garantir os interessesdos romanos em todo o seu reino. No poderia jamais oferecerresistncia, no sendo mais do que uma marionete nas mos

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    dos verdadeiros governantes. Mas como recebeu uma granderesistncia do povo, atravs do prncipe Asmoneu Antgono,entrou em J erusalm e submeteu a cidade no ano 37 AC.Deve-se a Herodes, o grande, a reconstruo do templo de

    s filhos, fican-

    o povo e a

    s os publicanos, arrecadado-

    sus.

    J erusalm, a construo de novas cidades, o incremento dasartes e das letras e o florescimento do comrcio. Mas apesarde tudo isto ele no ganhou a simpatia do povo.Aps a sua morte o reino foi dividido entre os seudo a J udia, a Samaria e a Idumia para Arquelau. Nenhum deseus filhos tinha habilidade para o governo e por causa das

    muitas revoltas e agitaes os romanos foram obrigados a de-por Arquelau no ano 06 AC. Em seu lugar passaram a reinar osprocuradores com os encargos de cuidar da segurana militar econtrolar a economia, sobretudo a arrecadao dos impostos.Dos procuradores o mais importante, que passou histria pe-lo seu gesto de lavar as mos, foi Pncio Pilatos. Os procura-dores romanos moravam na cidade de Cesaria, que ficava

    nas costas do Mar.Apesar de dominarProvncia, os romanos permitiama conservao das principaisinstituies do povo, at comoforma de manter a suadominao. Entre as principais

    instituies contamos: OSindrio, as festas, o templo, alei, as sinagogas e as tradies.Dentro do povo existiamalgumas categorias de pessoasque eram controlados pelosromanos, sendo considerados

    at mesmo traidores e cmplicesdos romanos. Entre estes contamores dos impostos. Um dos publicanos mais conhecidos foi Ma-teus, que passou a fazer parte do grupo dos apstolos de J e-

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    2. As insti tuies e a vida religiosa do povo judeu:Quando J esus Cristo veio ao mundo, o seu povo estava domi-

    ncias do

    do povo, responsvel pela apli-da lei, com todos os seus

    nado pelos romanos. Sua terra fazia parte das ProvImprio Romano, sendo que este domnio era mantido a ferro efogo. J esus Cristo nasceu no ano 06 de nossa era quando Ti-brio era Imperador (14 a 37). Quando o monge fez a padroni-zao de todos os calendrios, criando o calendrio cristohouve um erro de 06 anos, mas a tradio indica o nascimentode Cristo como o ano 0 de nossa era.Neste tempo o Imprio Romano abrangia todo o mundo conhe-

    cido da poca, sobretudo as regies que ficavam ao redor doMar Mediterrneo que era chamado por eles de MARE NOS-TRUM (Nosso Mar). Toda a Europa Ocidental, Ilhas Britnicas,Norte da frica, Oriente Mdio e parte da sia faziam partedeste imprio. Em cada Provncia do Imprio existiam os procu-radores que representavam os direitos de Roma. Na Palestinaos procuradores moravam na cidade de Cesreia e s nas

    grandes ocasies vinham a J erusalm.A autonomia era relativa e os romanos permitiram, no comofavor, mas como meio de manter o seu domnio que as institui-es do povo continuassem.

    3. Principais insti tuies do povo:3.1 SINDRIO: Era o senadocao da justia e pelo cumprimentoinmeros preceitos. Era composto por 71 pessoas (homens) econtrolava a vida interna dos judeus. Sindrio era presidido pe-lo Sumo Sacerdote, oriundo da famlia de Sadoc (Saduceus) ezelava com cuidado pela manuteno de seu poder. Na pocada condenao de J esus destacavam-se os Sumo Sacerdo-tes Ans e Caifs.Quando a Igreja comeou a sua caminhada histrica partiu do

    Sindrio a organizao das primeiras perseguies. Numa des-tas morreram os primeiros mrtires da Igreja: Estevo e Tiago,o menor (Cf At 6, 8-7, 60).Ans era o chefe da famlia e Caifs o Sumo Sacerdote emexerccio. Nada mais eram que criaturas dos romanos. Por isso

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    tanto os sacerdotes, como os saduceus eram hostis s mudan-as e inovaes, sobretudo na ordem religiosa porque temiamdesagradar os romanos ou ento perder o seu domnio sobre opovo.

    3.2 FESTAS: Eram o acontecimento na vida do povo, tendom carter no s religioso, mas social e econmico. Entre as

    s grandes festas sua po-

    voado, o templo de J erusalm, as tradi-

    RELIGIOSOS DOS JU-EUS:

    seu povo se distinguia dos demais existentes no Ori-

    ugrandes festas a mais importante era a da Pscoa, com o pre-ceito de ser celebrada em J erusalm.J erusalm na poca de Cristo era uma cidade de aproximada-mente 80 mil habitantes. Na poca dapulao chegava a triplicar, por isso os procuradores romanosvinham cidade, tambm para cuidar da segurana. Alm dafesta da Pscoa que era anual, temos ainda a festa das Ten-das, a Festa de Pentecostes (colheitas) e de sete em sete anoso jubileu, como festa do perdo. Foi uma destas ocasies,quando a famlia de J esus veio do interior capital que ele se

    perdeu no meio da multido e foi encontrado no templo que erao corao da cidade.Outras instituies importantes eram as Sinagogas existentesem cada aldeia ou poes religiosas como o cuidado com o sbado e o papel pre-ponderante da lei na vida do povo.

    3.3 0S PARTIDOS SCIO DQuando J esus nasceu, vindo ao mundo no meio da cultura dosjudeus, oente Mdio por algumas caractersticas: o Monotesmo rigorosoe absoluto e a Esperana Messinica. Em meio outros povos,mais ricos e poderosos os judeus criam num nico Deus vivo e

    verdadeiro que no aceitava nenhuma forma de idolatria e quepodia ser encontrado no Templo em J erusalm, lugar para on-de convergia toda a vida do povo. Este mesmo Deus havia ca-minhado com o povo pelo deserto at que este se estabeleceuna Terra Prometida, a Palestina ou Terra de Cana. Mesmo

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    tendo sido continuamente dominado por povos estrangeiros, aesperana messinica, alimentava continuamente a necessi-dade de se cumprir os termos da aliana assumida com Deusat que viesse o dia do Senhor. Parte importante na busca des-ta fidelidade era o cumprimento intransigente da Lei e de todosos seus preceitos, a Tora.Mesmo estando dominado pelos romanos, a grande potnciade ento, desde o ano 63 AC, o povo tinha a sua vida interna

    o povo. Eles seonsideravam os verdadeiros representantes do legtimo juda-

    om os doutores da Lei. Eles

    o fiel ao ideal sacerdotal do templo eas instituies religiosas. Zelavam muito pela sua influncia

    . Os sacerdotes se ocupavam da ordem do templo, do

    preservada e nela pontificavam os partidos Scio Religiosos,dos quais destacamos os 04 mais importantes:

    FARISEUS: Gozavam do maior prestgio entrecsmo. Pregavam a importncia do reto cumprimento da lei paraa conduta pessoal e comunitria.Os fariseus tinham, porm interpretaes casusticas da lei epor isso entravam em confronto c

    sempre ocupavam os primeiros lugares nas Sinagogas e ti-nham horror aos pecadores e publicanos. A eles ligavam-se osescribas. Os fariseus tem a sua origem na famlia dos Asmo-neus e consideram piedosos ou separados. No tempo de Cristoera um grupo de mais ou menos 07 mil pessoas de alta influn-cia na sociedade dos judeus. Como pregavam, mas no cum-priam a lei, entraram em conflito com J esus e mais tarde com

    as comunidades crists.

    SADUCEUS: Era o partiddsobre o povo e por isso mesmo eram hostis toda e qualquerinovao religiosa, para no perder o seu espao na sociedadedos judeus. Por causa disto eram contrrios idia de ressur-

    reio.A eles ligavam-se os grandes sacerdotes, originrios da famliade SETculto e do comando do Sindrio. Foram os primeiros a manifes-tar hostilidade J esus e comunidade crist, porque viam ne-

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    les a ameaa maior ao seu poder e influncia. Mas apesar detudo eles no gozavam de unanimidade no Sindrio, porque asua posio era mais doutrinal. Os fariseus eram seus maioresopositores.Tanto os fariseus como os saduceus se preocupavam muitocom a influncia da cultura helenista, pois segundo eles esta-

    tros de menor porte, mas tambm atuantes

    oltico militar dos romanos. Mas apesar disto

    a de uma certa autonomia, desde que suas

    postos, das quais ningum conseguia escapar. Quem co-

    res que controlavam a segurana militar e administra-

    Eram grupos de pessoas que se isolavam deda atividade pblica, fundando comunidades em reas isola-

    vam aos poucos desvirtuando a pureza dos costumes e dastradies judaicas.Alm destes dois, considerados os maiores e mais influentespartidos existiam ou

    entre o povo.Quando J esus nasceu o mundo conhecido de ento estava soba dominao pcultura era marcada pela influncia grega. O grego era a lnguacomum, chamada KOIN e a cultura helenista ultrapassavatodos os limites.A Palestina, terra de J esus era uma das Provncias do Imprio

    Romano e gozavautoridades no levassem o povo a se voltar contra este dom-nio.Esta dominao se fazia, no campo econmico, pela cobranade imbrava os impostos eram os publicanos e por isso mesmo odia-dos pelo povo por serem considerados colaboradores com os

    inimigos.No campo poltico a autoridade maior estava nas mos dosprocuradotiva. Ao seu lado, como instituies do povo ficavam o Sindrioe os partidos poltico religiosos. Dois deles ns j conhece-mos, os fariseus e os saduceus. Dos essnios e dos zelotasfalamos agora.

    OS ESSNIOS:todas e desrticas. Eram preocupados com a reta observncia e

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    com o cumprimento da Lei. Tem a sua origem no tempo doMacabeus.Em suas comunidades tomam as refeies em comum e parti-

    da luta contra os romanos nos anos 60 70

    l que alguns destas comunidades tenham se conver-

    ELOTAS: Era o grupo poltico mais radical do tempo de J e-

    .4 OUTROS GRUPOS:

    ue eram majoritrios existiam outros

    lhavam os bens. Tinham um interesse muito grande pela litera-tura apocalptica, pois esperavam o fim dos tempos e a vitriados filhos da luz.Eles participaramDC e por isso foram totalmente destrudos e no mais se orga-nizaram. possve

    tido ao cristianismo, pois alguns traos do essenismo e do cris-tianismo so bem parecidos.

    Zsus. Descendiam dos essnios e defendiam a implantao doreino do Messias pela fora. Usavam uma espada curva debai-xo das vestimentas e por isso eram tambm chamados de sic-

    rios. No tempo das grandes festas e da concentrao de pes-soas em J erusalm costumavam provocar atentados e provo-caes, sobretudo contra as autoridades. Existe uma tradiode que Barrabs, aquele que foi libertado em lugar de J esustenha pertencido a este grupo.

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    Alm destes 04 grupos qmenores ou mais localizados. Entre estes podemos citar osgalileus, os samaritanos, os herodianos e outros. Um outro e-lemento que precisa ser levado em considerao eram os ju-deus da Dispora, da disperso, que se espalharam por todo omundo conhecido da poca e se concentravam especialmentenas grandes cidades. Eram cerca de 06 milhes de pessoas

    que formavam comunidades isoladas (guetos) para poderemmanter a sua cultura e sua religio, mesmo em terras estran-geiras. Estes foram sempre os primeiros a serem procuradosquando do anncio do evangelho.

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    2. O NASCIMENTO E DESENVOLVIMENTODA COMUNIDADE CRIST APOSTLICA

    J esus nasceu no ano 06 de nossa era, quando Tibrio era ogovernador de Roma (14 a 37). O imprio romano abarcava amaior parte do mundo conhecido de ento. Esta era a chamadaPAX ROMANA. Roma no auge do imprio chegou a ter mais de01 milho de habitantes. O Imprio Romano era organizado emProvncias, sendo que em cada uma delas existia o procurador

    que cuidava dos interesses do imprio. Na Palestina eles mo-ravam na cidade de Cesaria que ficava prxima ao litoral esomente se deslocavam at J erusalm por ocasio das festase outras solenidades.Apesar de Roma dominar o mundo, por todo canto se sentia ainfluncia da cultura helnica. O grego era a lngua comercialde ento.J erusalm que era uma cidade de aproximadamente 50 milhabitantes era o corao do mundo judeu. L ficava o temploque deveria ser visitado ao menos uma vez por ano. Em todo opas se sentia a influncia do Sindrio, rgo mximo de go-verno e se visualizava a luta entre os grandes partidos poltico-religiosos de ento para manter sua influncia sobre o povo.

    1. SIGNIFICADO DE PENTECOSTES:

    Foi por ocasio de uma festa de Pentecostes que tudo come-ou. Pentecostes era celebrada 50 dias aps a pscoa, comofesta das Primcias. Era uma festa de primavera, onde as pes-soas ofereciam a Deus os frutos daquela estao.Com o nascimento da comunidade apostlica Pentecostes ga-nha um sentido novo. Torna-se a festa do nascimento da Igrejacomo um ato de histria sagrada, ou seja, a Igreja surge comoInstituio e passa a caminhar e se fazer presente na histriada humanidade, para nunca mais sair.Neste sentido o discurso de Pedro narrado no Livro dos Atosdos Apstolos querigmtico, ou seja, mostra os pontos fun-damentais sobre os quais a Igreja recm-criada comeou a seestruturar (At 2,5-22;36-41).

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    Aps a festa de Pentecostes tem incio a pregao do Evange-lho pelos apstolos, em especial Pedro, que fala em nome de-les. Escolhidos por J esus, revestidos de poder e conferidos emum mandato especial por J esus, passam a testemunhar sobreo acontecimento salvfico da redeno e sua irradiao nomundo, por meio da Igreja. O ponto central da pregao apos-tlica a ressurreio de J esus. Esta tradio ser remetida Igreja, sendo a partir de ento a Base fundante desta Institui-o. A conseqncia da Ressurreio e da pregao o cha-mado insistente converso, feito primeiro aos judeus e depois

    aos proslitos (Gentios).Para compreendermos e estudarmos a vida e o desenvolvi-mento da Comunidade Apostlica nestes primeiros tempos amelhor fonte que temos o Livro dos Atos dos Apstolos, ain-da que este texto sagrado no tenha uma finalidade de narraruma histria.A comunidade primeira era formada pelos apstolos, que se

    reuniram aps a ressurreio, pelos discpulos de Cristo e pe-los recm-convertidos pela pregao dos apstolos. Os estudi-osos indicam que no dia de Pentecostes no passavam de 120o nmero das pessoas reunidas.

    2. A VIDA DA COMUNIDADE:No incio de sua caminhada histrica os cristos no se dife-renciavam muito das demais pessoas do povo. A comunidadeparticipava da vida do povo, mas formava uma ECLESIA PAR-TICULAR, com vida prpria. Eles freqentavam o templo ou asinagoga, participavam do culto judaico e faziam suas oraesjunto com as demais pessoas.Pouco a pouco a comunidade vai se organizando, criando umapequena estrutura econmica de sustentao, tendo em vistaprincipalmente o sustento dos rfos e vivas. A prtica da fra-

    ternidade e a colocao dos bens em comum no eram umanorma obrigatria e sim um compromisso vindo da vivncia doEvangelho (At 2,42-47).Conforme o nmero de cristos vai aumentando a comunidadevai ganhando uma estrutura prpria, at mesmo no sentido do

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    governo, mas ainda no existe uma hierarquia. Funcionavamais ou menos assim a estrutura de governo da Igreja:APSTOLOS: Eram responsveis pela pregao e pelo cha-mado converso. Sua autoridade e primazia na comunidadedevia-se ao fato de terem sido testemunhas da ressurreio edepositrios dos poderes conferidos por Cristo.DICONOS: Servidores da comunidade, responsveis peloatendimento aos pobres, rfos e vivas. Mas so tambm e-vangelizadores.PRESBTEROS: Colaboradores dos apstolos na pregao e

    no cuidado com a comunidade.ANCIOS: So a alma da comunidade, pois representam atradio. Entre eles destacam-se os profetas.A comunidade crist vai ganhando uma fora muito grande eno poderamos entender a origem do cristianismo sem falar-mos da fora da comunidade, pois ela a responsvel pelamisso. Ele que envia quem parte em misso. Aquele que

    enviado prolonga a misso da comunidade. A comunidade serene, reza, impe as mos enviando os que partem em mis-so. Na volta a comunidade inteirada do resultado da misso.O ministrio missionrio foi um dos primeiros a se organizar na

    comunidadeapostlica.Desde o in-

    cio da Igrejavem tambmo costume deque as co-

    munidadesmais fortes ebem estrutu-

    radas ajudemaquelas queesto aindainiciando ou

    que sejam mais pobres.

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    importante salientar que nos primeiros tempos os cristos

    AR DE PEDRO NA COMUNIDADE:Pedro na comu-

    pregador e

    o se expandiu

    jornada missionria

    (pa-

    a do ano

    no tm nem mesmo um lugar de reunio. Suas reunies ecelebraes so feitas nas casas de famlias que davam umapoio para a comunidade nascente. O Novo Testamento, so-bretudo as cartas de Paulo falam de diversas pessoas, sobre-tudo mulheres, que cediam as suas casas para as reunies doscristos.

    3. O LUGDesde o incio se destaca a proeminncia de

    nidade. Ele o chefe dos apstolos. ele que convoca a reu-nio para escolher o substituto deJ udas Iscariotes, completando assimo grupo dos doze. ele que coordenaa escolha dos diconos.Ele se faz tambmmissionrio depois de Pentecostes. dele a pontuao dos fatos relevantesna histria de Cristo.Quando o cristianismpara fora de J erusalm, deixou o go-verno da comunidade-me da Igrejacom Tiago, o justo e saiu em misso,visitando e encorajando ascomunidades recm-fundadas. Nesta suaele evangelizar as cidades helenistas da costa do Mar Medi-terrneo fundar a 2 sede da Igreja em Antioquia (Turquia a-tual) e chegar at Roma, no corao do Imprio Romano.Foi tambm Pedro que abriu o cristianismo aos proslitosgos) convertendo e batizando o centurio Cornlio, superandoa questo do que era puro ou impuro para os judeus.No chamado Conclio de J erusalm, realizado por volt

    49 ou 50 de nossa era Pedro tem tambm uma funo de pri-mazia, levando a comunidade a tomar uma justa e sbia deci-so.

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    3. O UNIVERSALISMO DA MISSO E A RUPTURACOM O JUDASMO

    No incio, logo aps Pentecostes e at o ano 43 de nossa eraaproximadamente, toda a ateno da Igreja estava concentra-da em J erusalm. Ali, alm dos partidos poltico-religiosos en-contraram outros grupos sectrios como os herodianos, os ba-tistas, os galileus, os samaritanos e tantos outros.

    Estes tempos iniciais foram de suma importncia para que aIgreja nascente fosse se estruturando na sua vida interna e noseu agir missionrio.No seio da comunidade crist comearam a surgir algumasquestes que, mais tarde, devero ter uma soluo de consen-so como a questo dos judaizantes, o conflito com os helenis-tas e a tentao do milenarismo, com aqueles que aguardavamuma vinda imediata do Messias.Devido a ao missionria inicial o cristianismo atinge a Galiliae a Samaria. Na Samaria se depara com os batistas e com osMagos.Em J erusalm o crescimento do nmero de cristos comea aincomodar os judeus, sobretudo os integrantes do Sindrio. assim que surgem os primeiros casos de perseguies aos

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    ctevo e Tos judeus o cristianismo vai concentrar foras, a partir de en-o, na evangelizao do mundo no judeu. Desta forma que

    por diversas

    ristos;

    mais tarde a figura impres-

    primeira vez a comunidade crist foi chamada de ca-

    vadida pelas tropas romanas e destruda no ano 70 DC. A partirde ento tornou-se uma Cidade pag e teve o seu nome mu-dado para AEDES CAPITOLINA.Com a destruio de J erusalm os cristos se viram livres dasamarras do judasmo oficial e puderam desenvolver-se maislivremente no mundo helnico. O perodo que vai de 70 a 140DC constitusse num perodo de expanso e, segundo Eusbio

    de Cesaria, os apstolos se dividiram pelo mundo de ento.Pelo ano 100 os cristos j formavam umas 50 comunidadesespalhadas pela Palestina, sia Menor, Norte da frica e Itlia.

    ristos, quando so feitos os primeiros mrtires da Igreja (Es-iago). Motivado pelo ardor missionrio e pela presso

    dtAntioquia vai se tornar a 2 sede da Igreja e plo de evangeli-zao.

    1. IMPORTNCIA DE ANTIOQUIA:A cidade de Antioquia que fica na Turquia atual se destaca nocontexto da misso eclesial dos primeiros tempos

    razes:Foi l que pela primeira vez os seguidores de J esus Cristo re-ceberam o nome de cFoi tambm l que Pedro estabeleceu a sede do governo daIgreja e de l os cristos partiam em misso para atingir as co-munidades da sia Menor. Paulo e Barnab fizeram desta ci-dade o ponto de partida para as suas viagens apostlicas. Porfim a cidade de Antioquia nos darsionante de Sto Incio, primeiro escritor sagrado a refletir sobrea misso do bispo na comunidade. Foi tambm com Sto Incioque pelatlica.

    2. OS PASSOS DO UNIVERSALISMO MISSIONRIO:Por causa da revolta dos judeus a cidade de J erusalm foi in-

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    2.1 DISTRIBUIO DOS APSTOLOSPELAS REGIES:

    Pedro: Missionou a Samaria, Antioquia e chegou at Roma.Andr: Ficou nas regies da Acia e Scizia (sia menor).Tome: Missionou as regies de Edessa e tambm evangelizouos Partos (Ir Atual).

    Runas da cidade de Tarso, terra natal de So Paulo.

    Mateus: Foi primeiro para a Etipia, depois Prsia e Arbia.Bartolomeu: Foi para a Arbia e tambm Etipia.

    S.J udas Tadeu: Ficou com a Sria e com a Arbia.J oo: Concentrou-se mais na regio da sia Menor, destacan-do-se na evangelizao da prspera cidade de feso. Termi-nou seus dias em Patmos, ilha do mar Egeu.Felipe: Frgia (sia Menor).Ainda que os nmeros que falam das converses sejam muitorelativos, no se pode falar ainda de converso em massa. Se-

    gundo o historiador Harnack em fins do sculo I j tnhamoscristos em umas 20 cidades do ocidente e numas 70 cidadesdo Oriente.

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    ria de Pedro, Paulo e outros apstolos oci-

    pe-

    H uma tradio de que S. Tom tenha chegado at a ndia ea fundado comunidades crists. Os estudos mais recentes ealgumas provas materiais confirmam a sua estadia na regio,tendo sido martirizado na regio da Taprobana e seu corpo de-pois transladado para Edessa, pois havia uma rota comercialmuito ativa que unia estas regies. Ainda hoje os cristos dorito Malabar veneram Tom como seu padroeiro e confirmam oseu trabalho missionrio.Um fator que precisamos aqui lembrar que este desenvolvi-mento do cristianismo no se fez sem dificuldades, tanto inter-

    nas como externas. E uma das dificuldades que estavam cres-cendo e que aos poucos exigiriam uma tomada de posiomais sria da Igreja nascente seao menos dife pararo.Por isso mesmo a Igreja dever usar de vrios meios para re-

    osse-

    2.2 SO TOM E A NDIA:Com a obra missioncristianismo foi levado a toda a sia Menor, atingindo as prin

    Apais cidades e centros econmico-comerciais de ento.netrao do cristianismo no tinha ainda uma profundidademuito grande. Desta forma a Igreja nascente chegou tambm Europa (Roma) e norte da frica (Egito).

    riam as doutrinas errneas ourentes com as quais os cristos se de

    forar a formao de seus membros, coibindo erros e abusmportantena interpretao doutrinria.Entre estes o mais i

    ro sem duvida alguma os Conclios.

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    4. PAULO: VIDA, OBRA E MISSO

    Instituio presente

    J erusalm enfrentou

    Oriente Mdio, Norte dafrica e Europa.Entre as comunidades crists do primeiro sculo destacamosJ erusalm, Antioquia, Damasco e Roma, aonde, mesmo antesda chegada de Pedro e Paulo j havia uma comunidade decristos. Porm o cristianismo somente tomaria uma feio di-ferente e entraria de vez no mundo helnico com a misso de

    Paulo, o grande apstolo dos gentios.

    Desde que surgiucomo uma

    na histria humana aIgreja concentrouprimeiro a suaateno em J erusa-lm, cidade ondenasceu. A Igrejaprimitiva de

    a complexidade domundo judeu, no

    qual se desenvolveuem meio a uma srie de outros grupos, alguns at hoje poucoidentificados, pois representam correntes opostas ao judasmooficial.Graas ao trabalho dos apstolos e de seus sucessores a fcrist entrou na Samaria, na Transjordnia, na Galilia e foitambm levada e foi tambm levada para fora do contexto da

    Palestina, entrando na sia Menor,

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    1. FATOSUA VIDAaulo, aquele que estava presente noomento do martrio de Estevo,

    convertido que foi, passou deperseguidor a apstolo. Ele nasceupossivelmente na passagem do sculo,tendo a sua converso acontecida porvolta do ano 34 ou 35 DC.Sua vida nos bastante conhecida

    graas ao livro dos Atos dos Apstolos etambm devido as suas prprias cartas,algumas das quais conservadas no NT.Depois de sua converso ele passouuns 03 anos em Damasco (Sria atual) oncola de clebres rabino Gamaliel. Em J ecom Pedro e outros apstolos por volta do

    to volta sua terra natal, Tarso onde foi pr

    o apresentou aos apstolos. Depois de o procurar em

    Podemos

    misso:Nascimento:provavelmente na passagem do sculo, incio da era crist.Converso: Ano 34 ou 35.Assemblia dos Apstolos em J erusalm: Ano 49 ou 50.

    MAIS SIGNIFICATIVOS DE:S

    Sm

    de se formou na es-rusalm encontra-seano 41 e depois dis-

    ocurado por Barnabpor volta do ano 48, engajando-se de vez na misso.Barnab havia conhecido Paulo em J erusalm, sendo que foiele queTarso levou-o consigo para Antioquia, onde passam um ano

    juntos, sepreparando

    para a misso.

    apresentar umarpida

    cronologia desua vida e doprincipal de sua

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    de 49/50 e vero d

    2 a 55./56.

    e 56.8.

    anha: Anos 58 a 60.

    a Igreja entraria de cheio no mundo

    t estava na conver-ina, os resultados ti-tos seriam bem maisiria se irradiar pela

    cruzamentos das rotas comerciais. Para no smunidade ele trabalha, para se auto-sustentarsua estadia para trabalhar na converso das pezar a comunidade por ele fundada.- 1 VIAGEM: Ano 46. Paulo evangeliza ChipAnatlia na Turquia atual, a cidade de Antioquinio, Listra, Derbe e outras de menor importncia- 2 VIAGEM: Anos 50 a 52. Paulo evangeliz

    Galcia, Macednia, Filipos, Tessalnica, Bere

    de

    Paulo em Corinto: Por 18 meses, inverno51.

    e

    Paulo em feso: Por dois anos e meio, de 5ltima estadia na Macednia: Inverno de 55Viagem para J erusalm e Priso: Primavera dViagem para Roma, como prisioneiro: Ano 5Priso Domiciliar em Roma e viagem EspMartrio em Roma: Entre os anos 60 a 64.Graas a Barnab e Paulopago, grego ou romano.

    Enquanto os esforos da comunidade crisso dos judeus e das cidades da Palestnham sido bastante magros. Agora, os fruabundantes. De Antioquia o cristianismosia Menor e entraria de vez no continente europeu onde, maistarde, se deslocaria para o resto do mundo.

    2. AS VIAGENS MISSIONRIAS:Quando assumiu a organizao dos gentios, separando-se deBarnab, Paulo vai destacar-se pelo mtodo usado no seu tra-balho missionrio. Ao longo de sua vida missionria ele realiza-r ao menos 04 viagens missionrias, cada uma com a duraode vrios meses. Nestas viagens ele se estabelece especial-

    ue ficavam noser pesado co-e apr

    mente nas cidades mais importantes, aquelas q

    oveita dessoas e organi-

    re, a regio daa da Psdia, Ic-.

    a as regies da

    a, Atenas e Co-rinto.

    6. So evangelizadas as cidades- 3 VIAGEM: Anos 53 a 5feso e regies da sia Menor

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    - 4 VIAGEM: Ano 57 ou 58. Paulo viaja para Roma, como pri-sioneiro, onde passar tempos em priso domiciliar. Possivel-

    a Espanha,nos (Rom 15,

    ulo desenvolve mais

    avam a sua prega-.

    NIDADES PAULINAS:

    s companhei-

    icar alguns elementos comuns a todas elas:

    rtes e organizadas devem aju-dar as mais fracas, at mesmo no sentido material.

    mente ele tenha obtido autorizao para viajar parapois faz referncia a isto na sua carta aos Roma24 28).

    PROGRAMA DE SUAS VIAGENS:Em cada viagem missionria realizada Paou menos o mesmo programa, com variaes prprias de lugarpara lugar:

    A) Escolhe as cidades mais importantes, onde pode se colocarem contato com pessoas de vrias regies. Sua misso eraessencialmente urbana.B) Em cada cidade visitada pregava primeiro aos judeus daDispora, pois estes j conheciam as Escrituras e aguardavamo Messias. Mas como em geral estes recuso, dedicava-se ento aos gentios

    C) Em as pregao apresenta-se como o ultimo dos apstolose chama converso, fundando comunidades independentesdas Sinagogas dos judeus.D) Enquanto permanece na cidade ou na regio organiza acomunidade em servios e ministrios. Quando a comunidadej pode caminhar por si s, parte outras regies.E) Atravs de cartas e de visitas anima as comunidades por ele

    fundadas. Das muitas cartas que escreveu, algumas foram pre-servadas e esto hoje no Novo Testamento.

    3. CARACTERSTICAS DAS COMUAs muitas comunidades fundadas por Paulo em sua missovo dando uma caracterstica renovada Igreja. Podemos atmesmo afirmar que, se no fosse por Paulo e seuros a Igreja teria um rosto totalmente diferente.

    Tirando as diferenas prprias de cada comunidade, podemosidentif- Interdependncia e relacionamento entre as comunidadesfundadas, sendo que as mais fo

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    - Lugar central da eucaristia que se torna base da vida dacomunidade. A celebrao eucarstica precedida pelo gape,ceia fraterna onde todos colocam os alimentos em comum.- Evangelizao explcita tem carter convertedor. A conversoprecede a celebrao do Batismo que marca o ingresso da

    servios e ministrios,

    nidades existem tambm os dons e carismas que

    pessoa na comunidade.- A comunidade vai se organizando emcom a descentralizao dos servios e funes. No h hierar-quia de funes.- Nas comu

    so manifestao do Esprito Santo de Deus.

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    5. A IGREJA NASCENTE AMPLIAOS SEUS HORIZONTES

    Passo a passo estamos acompanhando a universalizao damisso crist pelo trabalho dos apstolos. Entre eles o desta-

    que fica para a pessoa de Paulo que, de perseguidor passa condio de apstolo, tornando-se o grande responsvel pelaentrada do cristianismo em vastas regies do mundo grego-romano.Na primeira etapa de sua caminhada missionria Paulo traba-lha com Barnab, sendo que este assume a condio de chefeda misso. Mais tarde assumir uma conduta prpria, abrindo

    as portas do mundo pago aos cristos e mensagem evang-lica.Muito do que hoje sabemos sobre ele deve-se ao livro dos Atosdos Apstolos, escrito por um de seus discpulos e pelas suascartas, algumas das quais preservadas no Novo Testamento.

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    1. A MISSO DE TODA A IGREJA:uando Paulo e barnab iniciaram a sua misso apostlicaartindo de Antioquia, logo associam a sua misso dos doze

    apstolos. nte comeles, reportando sempre o sucesso ou fracasso de cada mis-o. Eles passam ou doutores e ales so delegados os mesmos poderes dos apstolos, colo-

    cando-se acima da organizaolocal das comunidades.Uma coisa fica bem clara desde o

    incio. A misso da Igreja e osapstolos so aqueles que arealizam, da esta ligao entre osde Antioquia e o grupo dos dozeconstitudos por J esus.A misso iniciada por Barnab ePaulo dirige-se desde o incio para

    o mundo dos chamados proslitose a partida dos missionrios sempre precedida de umacerimnia especial. A comunidadese rene, impe as mos sobre

    Qp

    por isso que esto em contato permane

    s a ser chamados de profetase

    aqueles que esto sendo enviadosem misso, reza por eles e lhes

    confere os poderes dos apstolos.

    1.1 DISCURSO MISSIONRIO:Em cada lugar aonde chega Paulo procura primeiro pelos ju-deus, mas como se sente recusado volta-se para os pagos.Assim podemos afirmar que ele executa 03 tipos de discursos:Um para os judeus da Dispora, outro para os judeus de J eru-

    salm e outro para os pagos. Mas em todos eles existem al-guns elementos comuns:Primeiro vem Cristo e dele o mandato de evangelizar.- A evangelizao gera converso (Metnoia) que a adesocompleta a J esus Cristo e ao seu evangelho.

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    ecurso de testemunhos

    nascentehavia encontrado alguns obs

    porm estar preparada, poispela frente seriam bem mais

    2. O CONCLIO DE JERUSANas comunidades organizadbretudo em Antioquia comePessoas vindas da J udia ptidos ao cristianismo deveriajudaica, entre eles a circunccionalismo judaico. Como neentrar em atritos com Romaafirmar a sua identidade naconvertidos a esta prtica.

    com o destino temporal deo a comunidade de Anti-

    - O ensinamento direto feito com o rde vida e sinais sobrenaturais que confirmam as palavras dosapstolos.Em diversos lugares por onde Paulo e seus companheiros pas-saram j encontraram comunidades crists constitudas ou aomenos judeus-cristos. Isto facilitar o seu trabalho mission-rio. Mesmo em Roma, antes de sua chegada j havia sinais do

    o missionria, a Igrejacristianismo.At agora, em sua expans

    tculos sua expanso. Precisaria

    os inimigos e obstculos que teriafortes e vigorosos.

    LM:as nas regies evangelizadas, so-ou a surgir uma sria questo.

    assaram a ensinar que, os conver-m assumir os elementos da culturaiso. A explicao funda-se no na-ste tempo o judasmo comeava a, vem na circunciso um meio decional, forando os cristos recm-

    O grupo liberado por Paulo e Barnab compreende que noodia ligar o cristianismo nascentep

    Israel. Diante da gravidade da situaoquia decide enviar Paulo, Barnab e Tito J erusalm ondedeveriam encontrar os apstolos para tratar a questo.Em J erusalm so recebidos pelos apstolos e ancios e de-pois de uma profunda discusso chegam a um consenso. Oscristos recm convertidos do paganismo no so obrigados a

    aceitar os elementos prprios da cultura dos judeus, mas emcontrapartida devero abster-se de consumir carne imolada aosdolos, carne sufocada e devero tambm abster-se da fornica-o.

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    Este encontro conhecido ento como Conclio de J erusalme seus significados tem uma profunda ressonncia na Igrejadesde ento.

    prtica muito comum na Igreja at nos dias de

    seguintes.ostra uma primeira organizao da Igreja, indicando o papel

    stolos. Eles representam a

    ma grande expanso, percorrendo

    missio-

    de vista prtico como tambm doutrinal. Estas dificulda-des ressaltam a dificuldade de fazer a inculturao do evange-

    2.1 SIGNIFICADOS DO CONCLIO DE J ERUSALM:O Conclio de J erusalm aconteceu entre os anos 48 ou 50 daera crist. Adotando esta atitude de consenso, acima descritainaugura umahoje. Mas ele traz alguns significados que marcaro toda a ca-minhada na Igreja no perodo subseqente.

    Significa o rompimento definitivo da Igreja nascente com o ju-dasmo, ruptura esta que se acentuar nos anosMde destaque do grupo dos doze apunidade da Igreja.O Conclio regulamentou definitivamente a questo da circunci-so dos gentios, mas por muito tempo a questo do naciona-

    lismo judeu ainda apareceria em certas discusses.

    3. BALANO DA MISSO APOSTLICA DE PAULO:Neste ponto de nosso estudo j podemos fazer um balano daatividade missionria de Paulo e seus companheiros. Ele leva ocristianismo nascente a uno s lugares onde as comunidades crists j tinham sido im-plantadas, mas tambm regies totalmente inexploradas. Deve-se a ele e seus companheiros a introduo do cristianismo emvrias regies novas da Europa como a Macednia e a Grcia.Outro mrito de Paulo foi a introduo de tantos novosnrios que iniciaram o trabalho com ele e depois seguem emoutra direo. Entre estes podemos citar Tito, Timteo, Lucas,Marcos e tantos outros. Era uma fora nova servio da evan-

    gelizao.Suas cartas testemunham tambm o fato de que desde o incioas comunidades crists enfrentavam dificuldades, no s doponto

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    lho nas mais diferentes realidades sociais e culturais de suapoca.Porm uma coisa podemos afirmar categoricamente. Deve-se

    stamuito a Paulo este rosto da Igreja, rosto multicultural e diverso,tendo sempre a hierarquia como fonte da unidade. Mas ehierarquia no devia usar de sua posio para ter privilgio,mas deve ser sinal de servio.

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    6. UM MODO PRPRIO DE SER IGREJA

    A partir de Pentecostes a comunidade crist passa a se organi-zar em meio ao mundo, buscando cumprir a misso reservadaa ela por J esus Cristo, a de ser sinal transparente de seu reino.Como ele mesmo disse, cada cristo deve ser sempre o Salda Terra e a Luz do Mundo.A partir da comunidade primeira de J erusalm, a Igreja vai seorganizando e j no 1 sculo da era crist vai ganhando umrosto prprio, distinto da cultura e da religio dos judeus.

    1. MODELO DE IGREJA DE ENTO:Inicialmente os cristos participavam da vida comum dos ju-deus, tendo poucos sinais que os distinguiam dos demais. Porisso mesmo foram at identificados com uma seita, a seita dos

    nazarenos. Pouco a pouco a comunidade se organiza, ga-nhando uma estrutura prpria, buscando a vivncia da fraterni-dade, mas tendo uma organizao em funes e servios dife-rentes. bom ressaltar que ainda no havia uma organizaohierrquica como mais tarde vai se constituir.

    1.1 ORGANIZAO DA IGREJ A:A) COLGIO APOSTLICO: So os apstolos que dirigem ascelebraes do culto, administram o batismo, presidem a euca-ristia e asseguram a disciplina e a ordem. Porque estiveram emcontato direto com J esus e receberam dele a misso tem auto-ridade. Sua misso principal a de testemunhar J esus Cristopela palavra (Pregao Kerigma) ou pelos sinais que reali-zam (Milagres).B) DICONOS: escolhidos pela comunidade, por indicao dosapstolos, dedicam-se ao servio caritativo dos rfos e dasvivas. Mas a exemplo de Estevo, so tambm pregadores.C) ANCIOS: Formam um colgio consultivo da comunidade,porque a idade significa sabedoria. J ulgam e decidem as ques-tes mais importantes e participam das decises. Ajudam os

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    apsto s sai-o ma) PROFETAS: Pessoas responsveis pela colocao de dons

    ns e servios existentes nas co-

    inadoargo ou funo.

    estavam sendo criadas

    st, com a morte dos a-

    los na administrao da comunidade. Do meio deleis tarde os presbteros.r

    Despeciais na comunidade. Do meio dos profetas sairo tambmos missionrios que partiro em direes diferenciadas paraevangelizar.Alm destes ministrios acima descritos os textos das sagradasEscrituras falam de outros domunidades. O mais importante a gente lembrar que estasfunes no eram hierarquizadas e que a comunidade partici-

    pava na escolha das pessoas que iriam ocupar determcO forte das comunidades crists queera o esprito comunitrio. Considerava-se que a vida espiritualno era unicamente individual, mas tinha uma dimenso comu-nitria muito grande. Isto fica manifesto na escolha das pesso-as para ocupar os diversos servios e ministrios. Em geral a

    comunidade se reunia, discutia, rezava e escolhia a pessoa. Osapstolos e seus sucessores confirmavam a escolha impondoas mos e ordenando a pessoa ao servio. Esta vida de frater-nidade vivido em comunidade que leva os bens a serem co-locados em comum.No final do primeiro sculo da era cripstolos, a comunidade vai ganhando uma diversificao em

    sua organizao. A funo dos presbteros passa a ganhar ummaior destaque dia por dia. Os presbteros so pessoas esco-lhidas pela comunidade e encarregadas dos ministrios de pas-tores ou doutores. Neste tempo comea a se falar dos epsco-pos, porm s bem mais tarde ser feita a distino entre pres-btero e bispo. Agora esto mais ou menos em p de igualda-de.

    2. MARCAS FORTES DA IGREJA NO PRIMEIRO SCULO:Quando ns chegamos ao final do 1 sculo da era crist ocristianismo j havia penetrado, sem muita densidade no Egito,Oriente Mdio, sia Menor, regio dos Blcs, Grcia e Itlia.

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    Os nmeros indicam que por este tempo deveramos ter cercade 500 mil cristos nestas regies.

    portncia das reunies, sobretudo da celebrao

    e piedade dos cristos.

    pastoral dirige em primeiro lugar aos ju-

    E das comunidades ento formadas podemos destacar algunselementos marcantes:- A Igreja baseada fortemente na vida de comunidade.- Crescia a imda eucaristia (Frao do po).- A Igreja essencialmente missionria e da brota a sua fora.- A f levada at as ltimas conseqncias. O martrio forta-lece a f dos cristos.

    - Aos poucos vai se organizando a administrao dos sacra-mentos e a vida d- As comunidades so formadas essencialmente por pessoasdas camadas mais baixas da sociedade. Mulheres e escravosso a maioria dos que freqentam as reunies. Um pouco maistarde os nobres e militares aderiro a f crist.- A vida de f ainda muito espontnea, pois no se manifes-

    tou ainda a fora da instituio Igreja.

    2.1 SUJ EITOS DA PASTORAL:Neste perodo a Igreja desenvolve uma grande misso evange-lizadora e sua aodeus, depois aos judeus da Dispora (disperso) e por fim aospagos. Estes quando se convertem ao cristianismo recebem o

    nome de proslitos.O cristianismo deste primeiro perodo essencialmente urbanoe s mais tarde vai penetrar com intensidade na zona rural.

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    7. A COMUNIDADE CRIST E A MISSO:

    Atravs de Paulo e dos outros apstolos o cristianismo saiu do

    utrossim at mesmo uma organizao de

    Roma ser ento a 3 sede do governo da Igreja. Primeiro foiJ erusalm, depois Antioquia e por fim Roma, onde se encontraat hoje. Por isso dizemos que somos a Igreja catlica, porque universal; apostlica porque veio de J esus atravs dos aps-

    tolos e Romana porque tem a sua sede em Roma e assim or-ganiza a sua vida e a sua liturgia.

    1. O MUNDO GRECO-ROMANO:Quando o cristianismo entrou em Roma e no mundo pago,vrios elementos vieram contribuir na sua propagao. Porm,

    mundo judeu e entrou no mundo pago. Este mundo formadopor povos distintos era marcado pela cultura helnica e pelodomnio romano.Quando Pedro e Paulo chegaram a Roma j encontraram ele-

    mentos cristos e ocomunidade, passando a partir da a organizar a vida crist emsua plenitude.

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    no mu r osaiore ele-entos que vo facilitar a propagao do cristianismo citamos:

    A Unidade poltica,chamada de PAX ROMANA e a unidadecultural dada pela lngua e pelacultura helnica;O esvaziamento do politesmoGreco-Romano clssico pelainfluncia dos deusesestrangeiros introduzidos a partir

    dos povos conquistados. Opanteon romano, ou seja o seuconjunto de deuses seaproximava dos 30 mil na pocada propagao da f crist. Cadadeus com seu culto, templo,sacerdotes, festas...

    A Influncia do culto e dasreligies orientais. Em Roma

    a gente;

    que no ofere-

    princpio o culto cristo eratrios;

    ndo Greco-Romano a Igreja nascente iria encontras obstculos, as famosas perseguies. - Entre osm

    m

    existia uma comunidade dejudeus e o cristianismo, a prin-cpio, ser colocado como maisum elemento da suA poltica religiosa dos

    imperadores favorecia, pois oimprio era tolerante com asreligies, desdecessem perigo estabilidade. Os imperadores reorganizaram areligio tradicional, impondo tambm o culto a si mesmo. O im-perador era considerado deus, apesar de seus mandos e des-mandos;

    O desenvolvimento do culto mistrico oriental,dedicado deusaIsis tambm vai favorecer, pois tambm cercado de segredos e mis

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    a lngua comum.

    SO MISSIONRIA:uma presena cristas esta presena era

    as 10% da populao dos crists em Roma, Pom-

    omunicao no imprio,s e a segurana propiciada

    cristianismo.a e sobretudo o estilo deos romanos das classes

    Antes de Paulo eparalelo a ele jexistia uma ativi-dade missionriano Imprio, espe-cialmente nas re-gies do Ponto,Capadcia, Gal-

    gito. Antes do fim dosegundo sculo o cristianismo j havia chegado s Galias

    Existia entre o povo uma religio composta por supersties,crendices, magia e outros elementos como interpretao desonhos, orculos...O helenismo, por sua vez, vai provocar um sincretismo religiosoe cultural que vai ajudar na difusodo-se a filosofia e

    do cristianismo, destacan-

    2. O IMPRIO ROMANO E A EXPANAntes do fim do primeiro sculo j haviaem muitos lugares do imprio Romano, m

    muito difusa, pois no sculo IV apenimprio era crist. Havia comunidadepia e nos portos do sul.A unidade lingstica e a facilidade de cgraas a rede de estradas existentepelas legies ajudaram na difuso doApesar disto, a mensagem evanglicvida dos cristos no entusiasmavamsociais superiores.

    cia, Bitnia e ou-tras.Antes do fim dostempos apostlicos(final do sculo I e

    incio do sculo II)j havia uma presena crist na sia Menor, Pennsula Helni-ca (Balcs), Itlia Meridional, Espanha e E

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    (Frana), Norte da frica, Prsia (Ir), Arbia e muito prova-velmente at as ndias.

    2.1 Sentido da Expanso Missionria:Quando Pedro e Paulo chegaram a Roma, l j havia uma co-munidade crist. A pergunta que fica esta: Quem levou o cris-

    as

    da para inimigos muito m

    ciente para o imprio e nem havia ofereccausado problemas.Com a hostilidade aos judeus da Dispora entrou tambm a

    hostilidade aos cristos. No incio as hostilidas autoridades romanas, pois isto iria conde tolerncia. Roma era fundada sobre um estado de direito.As hostilidades primeiras partiram dos funcioalgumas autoridades menores de alguma Prque intervir nos conflitos entre cristos e judeAos poucos, sobretudo a partir do final do

    meam a aparecer, de forma organizada os

    tianismo para l? Seguramente pessoas que aproveitaramfacilidades de navegao entre Roma e o Egito ou entre Romae outras cidades da sia Menor. Ou talvez alguns judeus fugi-dos da destruio de J erusalm em fins do primeiro sculo.

    O certo que fim do primeiro sculo marca a expanso cristpor todo o Imprio Romano, de forma ainda difusa, a ascensode uma nova gerao no trabalho de conduzir a Igreja e o aper-feioamento de sua organizao eclesistica, com a unio dacomunidade ao redor do Bispo, cuja figura ganha agora proje-o.Passadas as primeiras dificuldades oriundas das perseguies

    das autoridades dos judeus e do Sindrio, a Igreja precisariaestar agora prepara ais poderosos vin-

    ferecia perigo sufi-ido dificuldades ou

    dades no partiramtra a poltica oficial

    nrios romanos ou

    dos do interior do prprio Imprio Romano.Nas primeiras dcadas a Igreja crist no o

    ovncia que tinhamus.

    primeiro sculo co-

    motivos que maistarde vo levar s grandes perseguies.As perseguies e as falsas doutrinas sero os dois grandesobstculos f crist dentro do Imprio Romano.

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    3. Motivos das perseguies:A primeira perseguio notificada por testemunhos de historia-

    rseguio dizendo

    lti-

    istos passam a ser apresentados como ateus, pois ne-

    ntes Lei Mosaica;

    geral. Neste tempo ir contra a religio era

    rma espordi-

    dos como Tcito e Suetnio aconteceu durante o governo doimperador Nero. Suetnio menciona a peassim: Nero entregou aos suplcios os cristos, raa entreguea uma superstio nova e culpada. Na sua narrativa Tcito vaidizer que os cristos so acusados de terem dio ao gnerohumano.Entre os motivos das perseguies podemos elencar:O cristianismo passou, aos poucos, a ser um obstculo po

    ca religiosa do Imprio, causando a sua desestabilizao. Emvez do politesmo pregado e admitido pelo Imprio Romanoprope a existncia de um nico Deus, vivo e verdadeiro;O carter proselitista do cristianismo quebrou a harmonia e aconvivncia entre as diversas religies aceitas no Imprio;Os crgavam a existncia dos outros deuses. So vistos por isso

    mesmo como inimigos da verdadeira f;Os prprios judeus ajudaram a fomentar o dio contra os cris-tos a quem consideravam como desobedieA questo tem tambm um fundo poltico, pois negando o cultoao imperador e negando base religiosa do imprio criavamuma desestabilizaoir contra o imprio e vice-versa.

    Aos poucos os cristos passam a ser tambm acusados doscrimes comuns como magia, sacrilgio, negao do serviomilitar. O crime mais grave que lhes era imputado era o crimede Lesa -Majestade que trata-se de negar ao Imperador o cultoque ele tinha por direito.Isto explica as perseguies que comeam de foca e pouco organizada at serem estruturadas como razo de

    buscar o fim do cristianismo.

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    8. AS RELAES ENTRE A IGREJA

    Imperador. Por isto,entre outrasacusaes, eramcriticados tambmpelo crime de Lesa-

    E O IMPRIO ROMANO:

    Nas primeiras dcadas de sua histria, a Igreja no constituauma realidade capaz de suscitar problemas no Imprio Roma-no.Foi por ocasio da QUESTO J UDAICA ocorrida em Romaque os funcionrios do Imprio, pela primeira vez, se defronta-ram com os cristos. E no reinado do Imperados Nero, em 64

    DC apareceram as medidas tomadas pela primeira vez contraos cristos. Primeiramente foram aplicadas as leis antigas con-tra os cristos, depois passaram ser reprimidos e finalmentepassaram a ser criadas leis especiais contra os cristos. Aindano comeo, os cristos so confundidos com os judeus e maistarde ganham uma identidade prpria.Depois de Nero, sob os imperadores seguintes no encontra-mos nenhum trao de perseguio aos cristos, sendo que es-ta s volta acontecer no tempo do Imperador Domiciano, entreos anos 81 e 96.Fica-nos a Pergunta: Porque os cristos eram perseguidos?A razo est baseada na soma de diversos fatores, mas sinte-tizando podemos dizer que o cristianismo causou uma de-

    sestabilizao aoImprio Romano,

    porque os cristosaceitavam o Imprio,mas combatiam ecriticavam seusvcios e costumes

    idoltricos,sobretudo o culto ao

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    Majestad

    1. FASES DAS P

    FASE: Perseguies espordicas e pouco organizadas a-ontecidas durante o reinado de Nero. Possivelmente neste

    or

    pertencem a umaseita que praticaatos contrrios moral. O mrtirmais celebre destetempo Santo Incio de Antioquia, morto p- 4 FASE: Acontecem perseguies gerasal com o fim de exterminar o cristianismo. Nesta faborados editos contra os cristos. O quart

    ser o tempo da grande perseguio, sobde Diocleciano (284-305).Este imperador ctornam a perseguio sistemtica em todario.

    e.

    ERSEGUIES:

    1ctempo morreram Pedro e Paulo.2 FASE: Perseguies individuais e espordicas como as a-contecidas no reinado de Domiciano (81 a 96). Neste tempo oImperador perseguia os intelectuais e membros da aristocraciaque se opunham a ele. Nesta perseguio atingiu cristos. Foi

    no seu tempo que as Igrejas da sia Menor, citadas no livro doApocalipse foram perseguidas e J oo escreveu exilado da Ilhade Patmos.3 FASE: Sob o reinado do imperador Trajano (98 a 117) acon-tecem ataques locais contra os cristos. So compiladas leisque depoisdeterminaro toda ajurisprudncia sobreo assunto. Nestetempo o historiadPlnio afirma que oscristos soperseguidos porque

    or volta do ano 117.is, de carter univer-

    se so ela-o sculo da era crist

    retudo sob o reinadoria leis especiais ques as partes do Imp-

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    as perseguies que se sucediam a Igreja gozavaperseguies. Os cristos

    rm que antes de Nero j aconteceram questes

    dos sobre as perseguies:galmente proibido, com a elaborao de

    greja nascente;a no eram gerais, mas onde aconteciamas;

    o dependia do Imprio, pormenncias devia ser aberto um processo.rovocar a apostasia, por meios diversos,do que pena capital s podia ser dada

    os magistrados de mais absolver que

    ndo entramos no 3 e 4 sculos da nossa era as persegui-es ganham outros elementos que demonstram uma ao

    Por causa dora momentos de paz, ora tempo deaprisionados sofriam ento diversos tipos de condenao ou depena: Encarceramento, flagelao, exlio, trabalhos forados ouat mesmo condenao pena capital que podia acontecer dediversos modos, decapitao, morte na arena, na fogueira ouna cruz.

    2. NMERO DAS PERSEGUIES:O escritor Orsio em sua obra intitulada HISTRIA CONTRA

    OS PAGOS enumera 10 imperadores como perseguidores,comparando as 10 perseguies com as 10 pragas do Egito.Sabemos, pocontra os cristos e mesmo com alguns Imperadores posterio-res a Constantino tivemos tambm casos de perseguies. An-tes de chegarmos ao 3 sculoj podem ser sintetizaO cristianismo era leleis especiais contra a IAs perseguies ainderam breves e violentA procura pelos cristos nquando aconteciam dO juiz devia primeiro pinclusive a tortura, senaos que no cediam;Havia uma tendncia dcondenar;A maior parte das condenaes se deu por causa de peties e

    da era crist alguns elementos

    tumultos pblicos, vrios deles por influxo dos judeus;No geral os crimes impostos aos cristos eram crimes de or-dem comum.

    Quando cristos da classe social elevada eram condenados emgeral a sua condenao era acompanhada do confisco de seusbens e propriedades.Qua

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    mais organizada do Imprio Romano contra a Igreja. Precisa-mos lembrar que esta fase marca j a decadncia do Imprio ecom isto a ira de vrios imperadores ou autoridades locais eregionais volta-se contra os cristos. Estes chegam em algunscasos a serem acusados de provocar a ira dos deuses e comisto vinha a explicao para as calamidades pblicas como se-cas ou destruio.

    UIES GERAIS:3. CARACTERSTICAS DAS PERSEGOs cristos so depurados do palcio imperial ou do exrcito;

    As igrejas so destrudas, livros sagrados so queimados e oscristos degradados;A perseguio ou a procura volta-se para os membros da hie-rarquia, pois acontece a inteno de intimidar as pessoas dopovo;Acontece ainda o confisco de bens e propriedades entreguesao culto pago.

    4. O NMERO DOS MRTIRES:Os testemunhos literrios que temos a respeito das persegui-es so muito irregulares e contraditrios. Alguns escritorescomo Eusbio de Cesaria e Santo Agostinho falam de milha-res de cristos perseguidos e mortos. Outros, como Orgenesfalam que foram muito poucos.Dos cristos que foram perseguidos e mortos alguns so co-

    nhecidos pelo nome, outros desde cedo recebem o culto daIgreja catlica. Existem testemunhos confiveis como cartas,escritos ou atas de martrio que atestam a veracidade de mui-tos deles. As prprias leis que foram redigidas pelas autorida-des contra os cristos so outro testemunho.Se levarmos em conta que no final do sculo III e incio do s-culo IV os cristos no imprio eram cerca de 06 milhes torna-

    se impossvel falar em milhes de mrtires.No incio do sculo IV tnhamos na Igreja cerca de mil sedesepiscopais e comunidades crists organizadas no Oriente M-dio, Norte da frica, sia Menor, Europa e algumas regiesmais extremas da sia, fazendo com que cerca de 10 a 15% dapopulao do Imprio fosse j cristianizada.

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    Desta forma podemos fazer uma aproximao minimalista emaximalista dos nmeros, aproveitando os testemunhos demuitos escritores. Podemos dizer que nos 04 sculos de per-seguio a Igreja perdeu entre 60 e 85 mil de seus membros,vtimas das perseguies que ora iam daquelas espordicasat aquelas sistemticas. Mas se para cada cristo perseguidoe morto tivermos 10 ou 20 presos, torturados, exilados ou muti-

    10 alados podemos afirmar, sem sombra de dvida que, de20% dos cristos sofreram com a perseguio.

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    9. O MARTRIO E A MISSO

    Pouco tempo depois de seu nascimento a Igreja j passou aenfrentar dificuldades na sua caminhada e na forma de organi-zar a sua misso. Estas dificuldades vieram dos judeus, sobre-tudo do Sindrio preocupado com o crescimento do nmero decristos.Por causa disto aconteceram os primeiros martrios na Igreja,destacando-se Estevo, martirizado por volta do ano 36 e Tia-go, o maior por volta de ano 43.Aos poucos a Igreja, graas ao trabalho missionrio de tantosevangelizadores, onde se destacam as figuras impressionantesde Pedro e Paulo, entrou no Imprio Romano, chegando at capital Roma, cidade de quase 01 milho de habitantes.No Imprio Romano a Igreja enfrentaria os seus piores obst-

    culos, dos quais falamos das perseguies movidas, primeirode forma espordica e depois de forma sistemtica, com a fina-lidade de extirpar o cristianismo da face da terra.As perseguies, porm no foram capazes de frear o avanodo cristianismo, at porque o Imprio Romano comear a servtima de sua prpria grandeza e entrar em crise, vindo a serderrotado no sculo V.

    Porque o Imprio Romano que era dotado de todo um aparatoblico-militar, poltico e dotado de uma fora econmica tre-menda no conseguiu derrotar a Igreja? As razes so vrias,mas podemos sintetizar desta forma:O cristianismo no se apresentava e nem se impunha pela for-a das armas ou das grandes personalidades, mas pela forada verdade. Este argumento moral, colocado diante da corrup-

    o generalizada do imprio tornou-se imbatvel;A prpria estrutura social, poltico - econmica e militar do Im-prio favoreceu a expanso do cristianismo;

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    A elevada moralidade dos cristos e sua conduta pessoal epblica se con de dentro do

    prio, sobretudo de muitos de seus governantes;testemunho e a fora do sangue de tantos que deram a vida

    a ser veneradose caso sofram e sobrevivam passam a gozar de um respeitoespecial pela comunidade.

    trapunham corrupo que jorravaImOpor Cristo, ao invs de enfraquecer, fortalecia ainda mais oscristos na sua luta.

    1. SENTIDO TEOLOGICO DO MARTRIO:Desde o comeo do cristianismo o martrio aparece como a

    forma mais eminente de santidade crist. Por isso mesmo oexemplo dos que morrem fortalece a coragem dos que lutam.Aquele que morre, derramando seu sangue por Cristo e pelaIgreja j tem a garantia de salvao porque, como diz o Livrodo Apocalipse II lavaram suas vestes no sangue do cordeiro(Ap 7,13).

    Esta teologia sobre o martrio vai dar origem ao culto aos mrti-res. Todos os que morriam por Cristo passam

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    Alm desta venerao aos mrtires passam a acontecer outrasmedidas de carter prtico e litrgico:Culto s relquias e reverncia s sepulturas dos mrtires com

    especiais narrativas, chamadas de ATASE MARTRIO que so cada vez mais divulgadas e propaga-

    lusive Atas Apcri-

    ente ao martrio, pensando estar assim garantindosua salvao. De outro lado acontecia a preocupao de se

    evitar a apostasia, sobretudo dos mais fracos na f, pois podi-am titubear na hora do perigo.Desta teologia acima descrita surgem algumas conseqncias.A primeira delas que o culto aos mrtires dar origem ao cul-to dos santos em geral, ficando o costume de celebrar deter-minado santo no diade sua morte. Outra

    conseqncia foi odesenvolvimento deuma literaturahagiogrfica muitopeculiar, pois omartrio e a vida deum santo qualquer

    passa a ser descrita

    as celebraes sendo feitas sobre elas;Celebrao do aniversrio do martrio;Composio de obrasDdas entre os cristos. Mais tarde surgiro incfas.O martrio passa a ser apresentado como a suprema luta entre

    o bem e o mal, entre Deus e satans. O que morre na perse-guio torna-se uma testemunha de Cristo e de seu reino. Porconta desta teologia os bispos e os demais responsveis pelaIgreja e pelas comunidades crists precisam lutar para evitardois perigos. De um lado havia aqueles que se apresentavamvoluntariam

    acompanhada defenmenos msticoscomo vises e ou-tros testemunhos.

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    com que as suas obras

    nas pelo seu testemu-tor, pois aquele que en-

    ridade e sobre ela que se edifica a Igreja. Assim que

    O herosmo de tantos mrtires no apenas prova a verdade docristianismo e ao do Esprito que fazsuperem o poder humano, levando seres frgeis a enfrentar amorte. O martrio no edifica a Igreja apenho, mas possui ainda um valor redentrega a sua vida, voluntariamente, pelo outro associa-se obraredentora de J esus Cristo.Clemente de Alexandria vai dizer que o martrio a plenitudeda caentendemos o fato da Igreja ser renovada, ainda hoje, pelo

    sangue de tantos mrtires que se entregam por J esus e peloseu reino. No tempo do Imprio Romano as perseguies enem os outros obstculos enfrentados foram capazes de esmo-recer a Igreja na sua caminhada. Aos poucos ela vai se estrutu-rando como que um Estado dentro de outro estado. Quando,mais tarde, as estruturas do Imprio Romano rurem, a Igrejaser a nica instituio vitoriosa sua queda.

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    9. PRIMEIRAS QUESTES DOUTRINAIS

    Nos primeiros tempos da sua histria a Igreja no constituauma organizao capaz de criar problemas para as instituies

    J esus Cristo foi

    se organizando,criando estruturas edefinindo competn-cias e poderes,passando a receberprimeiro presso,

    chegando depois ao estado de verdadeira perseguio contra

    seus quadros, especialmente sua hierarquia. O pensamento demuitos era este: Matando o cabea, o corpo morre por si mes-mo.Mas este foi o grande engano. Ao invs de colocar medo, asperseguies fizeram surgir um dos aspectos mais legtimos econfortadores de toda a sua histria: O Martrio, realidade pre-sente ainda hoje em muitas partes da Igreja.

    Alm das perseguies, a Igreja catlica ainda enfrentaria, den-tro do Imprio Romano, outros inimigos fortes e bem organiza-dos que eram as doutrinas errneas, sendo as primeiras oriun-das do gnosticismo.

    j existentes. Entre todas as instituies do tempo antigo, amais forte, semdvida alguma, era oImprio Romano queestendia seustentculos por todo omundo conhecido deento.Aos poucos, a Igrejade

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    1. A LUgnos

    ente no Neo-Platonismo e em outras correntes existentes noculo II da era crist.gnosticismo se desenvolveu em mais de 30 sistemas diferen-

    somar aos que j foram acima citados.

    1.1 ORIGEM DO GNOSTICISMO:O Gnosticismo vai se desenvolvendo aosalguns movimentos que passamos a citar. Estes surgem pri-meiro no seio do judasmo e mais tarde enEBIONISMO: Espcie de seita judaica,j

    por So J ustino e Por Orgenes, que permtos judaicos, mas aceita J esus como o CAgarram-se ainda a certas doutrinas esotmigrao. Acreditam tambm na oposiomal.ELCASAISMO: Seita fundada por Exsai

    certas prticas batistas. So considerados, como os ebi-

    os primeiros de seus propagadores. Entreestes podemos falar de:

    TA CONTRA O GNOSTICISMO:ticismo tem a sua origem na filosofia grega, especial-O

    msOtes, mas quase todos eles tratam da oposio entre f e razo,ou vice-versa. Ele mistura elementos da filosofia grega, comelementos da cultura oriental e at mesmo com elementos do

    lementos que vo se

    poucos, partindo de

    cristianismo.No meio do prprio judasmo h tambm e

    tre o helenismo.foram mencionadas

    anece fiel aos precei-risto e como homem.ricas como a trans-total entre o bem e o

    , que supostamentetenha recebido uma revelao de um livro que lhe foi dado por

    um anjo. Para ele Cristo apenas um profeta. Seus seguidoresrejeitam as epstolas de S. Paulo, rejeitam os sacrifcios e se-guemonitas, judeus-cristos heterodoxos. Nicolaitismo: Movimentosurgido na sia Menor, afetou inclusive algumas das comuni-dades citadas no Livro do Apocalipse. Prega uma liberdadetotal que leva por sua vez libertinagem.

    1.2 O MOVIMENTO GANHA FORA:A partir de alguns sinais iniciais o gnosticismo vai ganhandofora quando surgem

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    CERINTO: Era contemporneo de S. J oo Evangelista e, se-

    m reino terrestre que levaria restau-

    Cerinto liga-se ao milenarismo e messianismo,

    Samaria, praticava a

    le mesmo se apresenta-

    te-

    RNIL: Herdeiro de Menandro em Antioquia, torna-se a

    us no o filho de

    Samaria. Ele afirma que o mundo foi

    gundo Santo Irineu, ele e seus seguidores mantinham a circun-ciso, guardavam o sbado,mas esperavam para depois daressurreio de Cristo urao do culto em J erusalm. Para Cerinto e seus seguidores omundo no foi criado por Deus, mas por um poder muito distan-te de Deus. Prega ainda a diferena entre as naturezas huma-na e divina de J esus.A doutrina demuito comuns na sia Menor.

    MENANDRO: Era natural da regio damagia e levava os cristos ao descrdito. Segundo ele, os seusseguidores no haveriam de morrer. Eva como o Salvador, vindo do alto para salvar os homens.SIMO: Tambm era natural da Samaria e, como Menandro,tambm praticava a magia. Seu movimento tinha uma caracrstica ligada ao messianismo asitico.Para seus seguidores ele

    o primeiro deus e dele surgiu Helena, seu pensamento. Eleviria para libertar os homens dos anjos que criaram e governa-ram mal o mundo. Por isso condena o conceito de Deus do An-tigo Testamento e sua criao.SATOprimeira grande figura do gnosticismo. Para ele o casamentoderiva de satans. Alguns de seus discpulos no comem car-

    ne. Para ele existem duas raas de homens, os que tem partena luz celeste e os que no tomam parte dela. Para ele tam-bm a criao no obra de Deus e sim de certos anjos. Deusseria apenas uma espcie de chefe destes anjos.CRPCRATES: Outro expoente do gnosticismo,agora no Egi-to onde desenvolveu a sua doutrina por volta do ano 120. Paraele o mundo foi criado pelos anjos e J es

    Deus. Ele afirmava que a divindade foi um poder que baixousobre ele.BSILIDES: Contemporneo de Carpcrates foi o primeiro aorganizar a doutrina de todos os seus precedentes, sobretudodaqueles provenientes da

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    criado pelos anjos e que um destes o Deus dos judeus. Esteprocura submeter todos os demais ao seu poder. Ele afirmaainda que os vcios so demnios pessoais que se fixam naalma e ali fazem morada.

    2. REAO DA IGREJA:Para se opor a estas doutrinas que foram surgindo, criandogrande confuso entre os discpulos de Cristo, a partir do scu-lo II foram se organizando aqueles que se encarregavam dedifundir a doutrina crist, refutando os erros das doutrinas

    gnsticas e apresentando seus erros intrnsecos.Estes so chamados de polemistas cristos e entre os princi-pais podemos citar os nomes de Santo Irineu, Hiplito, Tertuli-ano (sculo II) e Hegesipo (sculo III ).Apesar de suas diferenas particulares estes polemistas tinhamalgumas caractersticas que lhe so comuns:Unidade de doutrina (ortodoxia) contra o pluralismo do gnosti-cismo;Refutao dos erros do gnosticismo mostrando suas contradi-es internas, usando os mesmos argumentos;Fixao dos pontos principais da doutrina crist.J unto com a APOLOGIA a Igreja tomou outras medidas paraconter o avano dos gnsticos, diminuindo tambm o prejuzocausado pela sua propagao:Excluso da comunidade crist os chefes dos gnsticos e seusprincipais seguidores;Firmou a sucesso apostlica, reforando o poder dos bisposcomo sucessores dos apstolos;Tomou medidas para incrementar a formao da f dos fiis ea sua instruo, defendendo ao mesmo tempo a ortodoxia;Definiu aos poucos o cnon das Sagradas Escrituras que che-gar a sua verso definitiva no ano 387.

    Alm disso destaca-se a importncia da pregao como formade catequizar o povo e sistematizar a doutrina crist, traduzin-do-a em termos acessveis ao povo. Em geral os apologetas edepois os polemistas foram bons pregadores.

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    Toda esta controvrsia literria e teolgica provocar aos pou-cos a evoluo e afixao dos dogmas e das verdades de f daIgreja Catlica.

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    11. AS HERESIAS E OS CISMAS:

    Um dos obstculos internos que a Igreja enfrentou na sua ca-minhada dos primeiros sculos foram as heresias. Sua gravi-dade est no fato de que, em geral, provocavam cismas na I-greja. Cismas o mesmo que diviso ou racha em partidos oualas diferentes. Algumas destas heresias eram provenientes dognosticismo, doutrina errnea ligada ao conhecimento, desen-volvida em mais de 30 sistemas diferentes.Porm desde a sua origem a Igreja foi enfrentando dificuldadese influncias de doutrinas errneas que colocavam em chequesobretudo a sua unidade.

    1. ANTECEDENTES: PRIMEIROS ERROS:Colocamos nesta ordem alguns dos erros que a Igreja Catlica

    enfrentou desde a sua origem, a partir de Pentecostes. Os pri-meiros foram originados do judasmo:Particularismo judeu: Doutrina que queria prender a Igreja leiMosaica, obrigando os cristos prtica da Circunciso e ou-tras determinaes da Lei. Este problema foi encaminhado peloConcilio de J erusalm (49-50), mas nunca totalmente resolvido.ANTINOMISMO: Rebeldia contra a Lei, buscando o uso deuma liberdade exagerada.EBIONISMO: Doutrina que no aceitava a divindade de Cristo,aceitando apenas o seu lado ou natureza humana. A divindadesegundo o ebionismo posterior ao nascimento de Cristo.MILENARISMO: Esperana no fim do mundo imediato pelavinda de Cristo. Segundo os que seguiam esta doutrina, Cristovoltar uma segunda vez para julgar o Anti-Cristo e instaurarum reino de mil anos. Somente depois disto que haver ojuzo final. Sua doutrina se justifica e se fundamenta na leiturae interpretao errnea de alguns textos das Sagradas Escritu-ras.Importante: O problema central da heresia a unidade da Igre-ja, sob a formulao teolgica. Desde o princpio se buscava

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    uma sntese teolgica e a universalidade do conhecimento. Namaioria das izao daoutrina por sua vez vai gerar concepo ou modelo de Igre-.

    har um papel preponderante.Sinope na Regi-

    tinncia uma obrigao.

    s,entre elas a de J ustino e de San-

    r a

    movimento logo se espalhou e arrastava atrs de si

    vezes a heresia leva ao cisma. A sistematdjaOutras questes sempre perduraram e tem conotaes diversi-ficadas at nos dias de hoje. Como fica o Batismo dos herejes,ou a compreenso dos anjos, o mistrio da Santssima Trinda-de, a criao do mundo ou a vida aps a morte?

    2. PRINCIPAIS HERESIAS:

    Tanto no mundo judeu,como tambm no mundo helnico e a-inda no Imprio Romano proliferavam grupos heterodoxos que,ao se afirmarem com maior vigor entravam em confronto com ocristianismo que, tambm ia se organizando e ganhando fora.Nesta luta Roma desempenMARCIONISMO: Marcio era filho do bispo deo do Ponto. Ele foi censurado por Tertuliano por permitir queas mulheres fizessem exorcismos e impusessem as mos so-bre os doentes. Ele tambm fez da conMas o problema maior foi o fato dele reduzir o cnon das Sa-gradas Escrituras, considerando apenas o Evangelho de Lucase as cartas de So Paulo como inspirados, rejeitando o AntigoTestamento. Como seus ensinamentos no foram aceitos, a-fastou-se da Igreja e passou a constituir uma seita que foi com-batida por diversas apologiato Irineu.MONTANISMO: Doutrina originria do pensamento de Monta-no, originrio da Frgia, na sia Menor. Ele queria reformaIgreja e preparar o novo e iminente reino de Deus. Por isso secolocava frente de toda e qualquer autoridade. Seu movimen-to tinha carter fantico, pois propunha a penitncia e o mxi-mo rigor no seu cumprimento. Ele se apresentava como o pa-

    rclito prometido por Cristo e usava de vises e revelaes pa-ra mostrar o seu poder.O seugrandes multides. Para combat-lo foi preciso convocar sno-dos e que fossem escritas apologias contra ele.

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    TERTULIANISMO: A partir do momento em que o pensadorTertuliano abraou o montanismo, deu-lhe caracterstica pr-pria. Ele se opunha autoridade catlica, tanto civil como ecle-sistica, apresentando o cristianismo em fases distintas at

    vimento de carter messinico e

    nde

    ngelizar o povo. Mas as heresias fizeram com que a

    entrar na perfeio.Tertuliano aparou as asperezas do montanismo, mas mantevea necessidade de penitncia e a reprovao aos que se escon-dem nas perseguies.Como o montanismo um moapocalptico e por isso mantm as caractersticas de exaltao

    da virgindade, a existncia do conflito entre o Bem e o Mal e aprocura do martrio.

    3. CONSEQUNCIAS DAS HERESIAS:Como sempre possvel encontrar algo de bom, mesmo oexiste o mal aparente, as heresias trouxeram algumas conse-qncias positivas para a Igreja dos primeiros sculos:Fizeram com que se organizassem as escolas catequticaspara formar e instruir os cristos, preparando pessoal habilitadopara refutar as heresias;Ajudaram a definir melhor a doutrina crist e promoveram oprimeiro estudo cientifico dos dogmas;Determinaram o reforo da autoridade da Igreja e de sua hie-rarquia, sobretudo do Pontfice Romano;- Provocaram a ao de pregadores e missionrios que passa-ram a evaIgreja, em ultimo caso, tivesse que usar de argumentos maisfortes como a excomunho e o afastamento dos lderes destesmovimentos herticos. Mas claro que, isto somente aconteciaem caso de serem renitentes e permanecerem no erro.

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    12. OS ESCRITORES ANTICRISTOSE SUAS OBRAS:

    Aos poucos, conforme foi se organizando, a Igreja foi enfren-tando inimigos cada vez mais fortes, tanto no seu interior, comotambm fora de seus quadros.Contra a filosofia helnica, neo-platnica do gnosticismo surgi-ram os polemistas cristos entre os quais os nomes mais co-

    nhecidos so os de santo Irineu de Lyon e o de Hiplito.Contra as heresias e suas conseqncias agiram nos primeirostempos os Santos Padres que criaram a Literatura Crist e aju-

    estaque fica por con-

    estabe-

    e que enfrentar os escritores anticris-

    esta forma a organiza-

    ado deMarco Aurlio (161-180). Primeiro foi o pensador Froton e prin-cipalmente Celso e Luciano que ridicularizavam e refutavam adoutrina crist. Celso escreveu uma obra contra os cristos porvolta do ano 177 e nela agride os cristos e oferece uma seriede objees contra J esus e contra os cristos. Celso procurafazer uma sistemtica demolio do cristianismo, propondo a

    daram a definir a doutrina. Entre estes o dta de Santo Incio de Antioquia, So Clemente Romano, SoPolicarpo e tantos outros.Quando a Igreja entrou pra valer no Imprio Romano,lecendo-se de vez na sua capital que se tornou a 3 sede daIgreja, surgiu um inimigo bem mais organizado. Ali, alm dasperseguies a Igreja tevtos que tentavam a todo custo, usando de muitos argumentosderrotar a doutrina catlica e destruir do da Igreja.

    1. O APOLOGISMO:

    As perseguies no Imprio Romano passaram de espordicaspara organizadas. Os escritos tiveram tambm a sua gnese.ESTOICISMO: Os filsofos oriundos do estoicismo foram osprimeiros a se colocarem contra os cristos. Entre estes con-tamos Epicteto, Marco Aurlio, Galiano e Aristides.ATAQUES SISTEMTICOS: Comearam durante o rein

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    adeso r umasria crise.

    omente 70 anos mais tarde haveria a refutao a esta obratravs de Orgenes.

    que entendemos as apologias

    dos cristos ao Imprio, pois este passava po

    SaEntre os principais argumentos usados pelos escritores anticris-tos nestes primeiros tempos podemos elencar:O cristianismo considerado uma superstio, oposta religi-o verdadeira;Como superstio nova indigno de ser levado em considera-o;

    Dizem que o cristianismo malfico, execrvel e perigoso so-cialmente;Ainda por cima acusam tambm os cristos de no se interes-sarem pela vida pblica, e de terem impiedade para com osdeuses.A partir do segundo sculo quando o cristianismo comea ademonstrar a sua vitalidade e fora os escritores anticristos se

    despertam e aumenta o movimento de reao f crist. Poreste mesmo tempo surgem novos argumentos contra o cristia-nismo.Mas ao mesmo tempo os intelectuais que abraaram o cristia-nismo se encarregam de fazer a sua defesa e de esclarecer asua natureza. Neste contextocomo defesa da f e da doutrina crist.

    2. A APOLOGTICA CRIST NOS SCULOS II E III:Entre os anos 125 e 180 foram escritas 12 apologias, das quaisa maioria ainda hoje conservada. Entre todas elas possvelpercebermos algumas caractersticas que lhes so comuns:DESTINATRIOS: so dirigidas s autoridades, ao imperadorou ao governador da provncia. So tambm dirigidas ao povoem geral ou a uma pessoa determinada.

    MATRIA DAS APOLOGIAS: J URDICAS: Reclamaes con-tra as injustias e maus tratos recebidos pelos cristos ou pelasincompreenses da parte do povo e do estado.

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    J USTIFICATIVAS: Tentam demonstrar a falta de fundamenta-o das acusaes, mostrando o cristianismo como a nica

    XTERNAS: Reao, defesa e justifica-

    expanso externa e

    ade de dar uma explicao racional

    STICAS:

    s. Ao mesmo tempo defende-se

    empo do imperador A-

    prprios cris-

    religio verdadeira.ORIGENS: CAUSAS Eo contra as diversas formas deacusaes, calnias ou perseguies.CAUSAS INTERNAS: Vocao essencialdo cristianismopropaganda. O proselitismo se junta ne-cessid

    f crist.CARACTEROriginalidade no modo de expor adoutrina, refutando ao mesmo tempo asacusaeo monotesmo e se demonstra asuperioridade moral dos cristos.

    Estabelecimento de uma ponte entre afilosofia e a f crist, entre a cultura antigae a f.

    2.1 PRINCIPAIS APOLOGETAS CRISTOS:GREGOS:Aristides - Escreveu a sua apologia no t

    driano, por volta do ano 124 ou 126.J ustino - Viveu no tempo dos imperadores Antonino Pio e Mar-co Aurlio. Sua obra fala da sua converso ao cristianismo.Atengoras - Escreveu uma obra intitulada legao ou splicapelos cristos. LATINOS: Tertuliano - Talvez o mais famosodos apologetas.Mincio Felix - Era contemporneo de Tertuliano.

    CONCLUSO: Sem muita originalidade nas suas obras os apo-logetas foram importantes porque fizeram a primeira sistemati-zao da doutrina crist, dando segurana aos

    Maroutr

    por

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    es foram superficialidade e a exposi-

    odo de ser Igrejapo.

    tos. Ajudaram tambm a difundir a f crist, manifestando-secomo uma dimenso da atividade missionria da Igreja.Suas principais limitao s vezes contraditria.Mas cumpriram os seus objetivos, dentro do me dentro das possibilidades daquele tem

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    13. LTIMOS OBSTCULOS SO SUPERADOS:

    A Igreja no seu processo de expanso missionria foi encon-trando e superando obstculos cada vez mais fortes.No contexto externo foram as perseguies feitas ora de formasistemtica ora de forma mais branda pelo Imprio Romano.No contexto interno foram as heresias ou falsas doutrinas quesempre criavam o risco de separaes ou divises na Igreja.Estas so chamadas de cismas.Graas ao trabalho dos apologetas e polemistas cristos a Igre-ja foi conseguindo, aos poucos, superar todos estes obstcu-los, chegando desta forma ao incio do sculo IV.

    1. A ULTIMA GRANDE PERSEGUIO E A PAZDA IGREJA:

    Quando chegamos ao final doterceiro e incio do quartosculo o Imprio Romano jno mais mostrava o mesmovigor e a fora de antes. Tinhasido vtima de sua prpriagrandeza e de seus malesinternos como a corrupomoral, sobretudo das classesdirigentes. Claro que, aindalevaria mais de um sculopara que o Imprio russe,mas alguns sinais j estavamtornando-se visveis.

    Podemos resumir desta forma a situao:Os povos germnicos j estavam comeando a entrar no imp-rio. Agora de forma pacfica iam adentrando as suas fronteiras;Os imperadores continuavam a perseguir os cristos, porm oImprio j demonstra aceitao de alguns de seus princpios,entre eles a autoridade de alguns bispos;

    Galeria da Baslica de So Clemente em

    Roma. No seu subsolo foram encontradas

    runas da 1 Igreja construda no sculo I.

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    A Igreja j estava radicada em todo o Imprio, sobretudo naos camadas mais privilegiadas da sociedade romana;s escolas teolgicas continuavam a sua obra de sistematiza-

    cativas contamos feso, Ale-

    mos ao final do sculo III a Igreja ainda enfrenta

    perseguies se expandindo pormo tempo, apesar do cristianismse pode perceber um certo recoos seus cemitrios, subterrneossas de culto e o nmero de crmais.

    2.1 EXPANSO GEOGRFICSaindo da Palestina no decorrerhavia atingido a Prsia, apesar dcu mazdNo ano 300 j cobria todo o Impdensidade evidentemente.

    elizadas e agora o

    z na urbana. Crescia muito o nmero de cristos, mesmo entreaAo da doutrina crist, aparecendo grandes nomes tanto noOcidente como no Oriente;Em termos de organizao a Igreja vai melhorando a sua estru-tura, tornando-se aos poucos como que um estado dentro deoutro estado, o Imprio Romano. Neste perodo comeam a seformar os grandes grupamentos de igrejas ao redor de uma

    sede central. Entre as mais signifixandria, Cartago, Cesaria, Lyon e Roma;A vida litrgico-sacramental vai se estabilizando e firma-se ca-da vez mais a autoridade do bispo de Roma.

    2. A CONSOLIDAO DA IGREJA:Quando chegaalguns obstculos como o ataque do poder central, com as

    todo o Imprio. Mas ao mes-o ser uma religio proibida, jnhecimento: A Igreja podia terou ar livre; podia ter suas ca-

    istos ia crescendo cada vez

    A:do III sculo o cristianismo je l encontrar um srio obst-eismo.rio Mediterrneo, sem muita

    lo na religio nacional, o

    As metrpoles continuavam sendo evang

    cristianismo atinge tambm a zona rural. J penetrou em todasas classes sociais e diversas igrejas se firmam cada vez mais.

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    2.2 PRINCIPAIS IGREJ AS:CARTAGO: Apresenta uma grande vitalidade e uma forte ati-

    vidade missionria eliterria com Arnbio,Lactncio e Comodiano.LYON: o corao daIgreja nas Glias onde sedestaca a figura deS.Gregrio. Neste mesmo

    tempo o cristianismo jpenetrou nas IlhasBritnicas onde seconstituram as Diocesesde Londr

    es e York. Seusodos em Roma.

    os a ateno para Eusbio de Cesaria, S.Pedro deAlexandria, So Luciano de Antioquia e So Metdio de Olim-

    ndo diversos historia-

    stos.

    o Romano.

    bispos j participavam inclusive de snNa Espanha reuniu-se um Conclio em Elvira com grande parti-cipao das Igrejas. Este conclio um dos mais antigos daIgreja ocidental e vrios de seus cnones passaram Igrejacatlica como lei.No Oriente, apesar de um cisma provocado por Malcio, conti-nuava a ao das Escolas Catequticas de Alexandria e Antio-quia. Entre os personagens de destaque da Igreja Orientalchamam

    po.Ao chegar ao ano 300 mais ou menos, os cristos j formavamumas 450 comunidades e suas ramificaes, espalhadas portodo o mundo conhecido da poca. Segudores deu-se assim a expanso numrica do cristianismo:Sculo I: meio milho de criSculo II: 02 milhes.

    Sculo III: 05 a 06 milhes.Sculo IV: 10 milhes, ou coisa de 8% da populao do Imp-ri

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    nada por cerca de 1.800 bispos,

    demos indicar:O desenvolvimento das escolas teolque aparecem tanto no Ocidente, comO aumento continuado do nmero dImprio que se volta para outros inimA melhoria da organizao eclesis

    poder dos bispos;A penetrao do cristianismo nas cldas, mesmo no meio de pessoas qudo Imperador e na guarda pretoriana.

    Neste tempo a Igreja era goverdos quais cerca de 800 no Ocidente (Hoje na Igreja existemcerca de 4200 bispos - a ttulo de comparao).

    ram este crescimento po-Entre os fatores que mais favorece

    gicas e os grandes nomeso no Oriente;

    e cristos e a ateno doigos;tica e o fortalecimento do

    asses sociais mais eleva-e trabalhavam no Palcio

    Desta forma a Igreja vai se preparando para a ultima grandeperseguio, acontecida no reinado do Imperador Dioclecianoe por fim a liberdade religiosa conseguida no reinado do Impe-

    rador Constantino, a partir do Edito de Milo do ano 313.

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    14. A LITERATURA CRIST DAS ORIGENS:

    Desde que surgiu como entidade histrica, presente na histria

    e pecado,

    eja enfrentou dificul-

    is a sua organizao, ao ponto de chegar a

    ligiosa e da oficializao

    t dosprimeiros sculos.

    1. ESCOLAS E DOUTORES CRISTOS:Nos tempos imediatamente sucessivos paixo e ressurreiode Cristo a Igreja nascente quase no desenvolveu atividadede cunho literrio, pois a sua ateno estava centrada em ou-tras preocupaes. Os apstolos, seus colaboradores imedia-tos e seus sucessores escreveram somente o indispensvel,pois eles tinham sido testemunhas oculares de tudo o que ha-via ocorrido. No era necessrio ainda registrar por escrito.Os escritos mais importantes deste perodo so aquelas frmu-las que vo dar origem ao chamado Smbolo Apostlico. Istoaconteceu por volta do sculo II da era crist.Esta falta de sistematizao da doutrina crist justamente umdos fatores que vo provocar certas interpretaes errneas ecertos desvios geradores das primeiras heresias e cismas.

    e no caminhar da humanidade podemos dizer que, a histria daIgreja se fez num misto de luzes e sombras, graasantidade e pecado.No processo de expanso da f crist a Igrdades internas e outras externas, mas apesar disto foi aprimo-rando cada vez mase constituir como um estado, dentro de outro estado.Quando chegamos ao final do sculo III e incio do sculo IVestvamos a um passo da liberdade redo cristianismo como a religio do Imprio.Por isso podemos agora fazer uma pausa para estudar e co-nhecer alguns aspectos especficos de sua vida interna e de

    sua organizao. Vamos comear a falar da literatura cris

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    Cidade antiga de Esmirna, vendo a atual

    cidade ao fundo. Diocese de S.Policarpo

    uma obra intitulada Carta comunidade crist deCorinto.Outras obras lhe soatribudas, mas no existe muitacerteza sobre sua autoria.

    SANTO INCIO DEANTIOQUIA: Foi O 3 bispo da .

    2. EIDAnsinamentos dos apstolos e ritos litrgicos deste tempo. Erama sntese de tudo aquilo que devia ser ensinado aos que

    crita na segunda metade do sculo II.

    , governando-

    sc-pulo de S. J oo Evangelista. Muito do que sabemos dele e deseus escritos nos vem de Santo Irineu que, quando jovem, ou-via seus sermes. Santo Irineu foi morto entre 155 a 169.

    SCRITOS IMPORTANTES:QUE: Catecismo e resumo da moral crist, bem comoD

    euseriam batizados. Seu autor ou compilador desconhecido,mas sabe-se que esta obra foi redigida pelo final do sculo I.DIDASCLIA: Doutrina dos doze apstolos e dos santos disc-pulos do Salvador. Es

    3. OS PADRES APOSTLICOS:

    So tambm chamados de Santos Padres, titulo que ficaramais tarde restrito ao papa.Foram homens ilustres queestiveram em contato direto comos apstolos e deles recebe ramo contedo da f.Entre os principais deste perododestacamos:SO CLEMENTE ROMANO: Foio 32 papa da Igrejaa entre os anos 90 e 99. Escreveu

    importante Igreja de Antioquiaque fica na Sria atual. Sofreu o martrio em Roma, durante oreinado do Imperador