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PRIMEIRO TESTAMENTO HISTORIA DA SALVACAO

HISTORIA DA SALVACAO - Paróquia Santa Rita de …paroquiasantarita.org.br/download/historia_da_salvacao.pdf · HISTORIA DA SALVACAO . Linha do tempo: Primeiro Testamento Jesus Patriarcas

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PRIMEIRO TESTAMENTO

HISTORIA DA SALVACAO

Linha do tempo: Primeiro Testamento

Jesus

Patriarcas (ABRAÃO /

ISAAC / JACÓ)

1850

1250

Êxodo

1030-931

Reis (SAUL / DAVI / SALOMÃO

Profetas (NATÃ / GAD / AÍAS)

587-538

Exílio da Babilônia (ISAIAS II / EZEQUIEL

AGEU)

333-63

Período Grego

Ptolomeus/Lágidas

(MACABEUS)

63

Período

Romano

538-333

Período Persa (ISAIAS III / NEEMIAS

ESDRAS)

Origem do

Universo:

12 a 20

bilhões de

anos atrás

931-587

Reino de Judá

Babilônia (ISAÍAS I / MIQUÉIAS

JEREMIAS)

Reino de Israel

Assíria (ELIAS / ELISEU

AMÓS / OSÉIAS)

931-722

Juízes

1200-1030

PENTATEUCO – Penta (Cinco) / Teuchos (estojo

de papiro ou pergaminho)

um único livro dividido em cinco partes

Tradução hebraica: “No princípio” / “Nomes”

/ “Chamou” / “No deserto” / “Palavras”

Tradução Grega: Gênesis / Êxodo / Levítico /

Números / Deuteronômio

Moisés como autor

1. Aparece no início do Êxodo e a partir daí é quase a história

de sua vida

2. Êxodo, Levítico e Números – falam dele em terceira pessoa,

como se fosse o ator principal

3. O Deuteronômio apresenta-o como autor, colocando uma

série de discursos em sua boca

4. Depois do Exílio começa-se a mencionar a autoria de Moisés

(Esdras, Neemias, Crônicas)

5. O S.T também atribui a Moisés a autoria (Mt 19, 7ss; Mc

12, 26; Jo 5, 46) 6. Escritos judaicos extra bíblicos (vida de Moisés, de Fílon de Alexandria

45 d. C. / Antiguidades judaicas, de Flavio Josefo 95 d. C

Moisés não é o autor do Pentateuco

1.Exemplos de repetições

• dois relatos da criação (Gn 1, 1-2, 4 a e Gn 2, 4b-25) • Dois raptos de Sara (Gn 12, 10-20 e 20, 1-18) • Duas expulsões de Agar (Gn 16, 4-16 e 21, 9-21) • O Maná e as codornizes (Ex 16, 2-36 e Nm 11, 4-34) • A água que sai da rocha (Ex 17, 1-7 e Nm 20, 1-13

2. Exemplos de Contradição

• em Gn 6, 19 um casal apenas, e em Gn 7, 2 sete casais

3. Exemplo de diversidade de Vocabulário

• Deus é chamado de Elohim e de yahweh • Ex 19, 11.18 fala do Sinai e em Ex 3, 1; 17, 6 do Horeb • O sogro de Moisés se chama Jetro em Ex 3, 1; 4, 18, porém, em Ex 2, 18 e Nm 10, 29 seu nome é Raguel

Também é impossível Moisés escrever sua própria morte (Dt 34)

JAVISTA foi escrito no séc. IX ou X d.C no

Reino de Judá

ELOISTA escrito no séc. VIII a. C. no Reino de

Israel

DEUTERONOMISTA foi composto séc. VII

no Reino de Israel

SACERDOTAL foi composto durante o exílio

séc. VI a.C.

São documentos independentes e não foram

unidos de uma só vez 1. A primeira uniu Javista e Eloísta – no reino de

Judá após a destruição de Israel em 722 a.C 2. A segunda redação aconteceu depois da reforma

de Josias em 622 a.C. que acrescenta o deuteronomista

3. E a terceira durante o exílio (589-539) elaborada pelos sacerdotes - sacerdotal

O Pentateuco não é obra de uma só pessoa, mas de muitas que durante séculos foram escrevendo a

história da Salvação

o JAVISTA

1. Está presente em Gênesis, Êxodo e Números

2. Começa em Gn 2, 4b e se estende até Nm 32

3. Uso do nome JAVÉ

4. Descreve Deus com forma e sentimentos

humanos: Deus anda com Adão, se irrita, se

arrepende...

5. Gosta de Narrar a vida dos patriarcas

(nascimentos, casamentos, costumes)

o ELOÍSTA 1. Se encontra no Livro do Gn, Ex e Números

2. O primeiro texto Eloísta é Gn 15 e o último é a perícope de

Balaão, em Nm 22

3. Deus é chamado Elohim

4. Evita antropomorfismos – Deus se serve de sonhos ou de

mensageiros

5. Interessa-se pelas tribos de Manassés e Efraim

6. Dá grande importância as Leis (Ex 20, 1-7 decálogo e Ex

20, 22-23, 33 código da aliança)

7. Está centrada na aliança de Deus com Abraão (Gn 15) e

com Moisés (Ex 19-24)

8. Maior pecado é a idolatria (aliança)

o DEUTERONOMISTA

1. Presente apenas no deuteronômio

2. Centralização do culto em Jerusalém e combate

aos santuários locais

3. O ponto central da teologia é a eleição divina:

Deus escolheu Israel como seu povo – gesto

gratuito – e Israel deve responder concretamente,

sobretudo na fuga a idolatria

o SACERDOTAL 1. Começa em Gn 1, 1 e se estende até Dt 34 – é quem une os outros

documentos

2. Sua imagem de Deus é bastante transcendente – nada de

sentimentos humanos –

3. Deus nunca entra em contato direto com o homem

4. Mostra sua glória nas teofanias

5. Gosta de listas, genealogias, datas

6. Valoriza o sábado e a circuncisão

7. Descreve os ritos mosaicos da Páscoa, dos sacrifícios

8. Seu ponto central é a aliança do Sinai com todas a leis que faz de

Israel uma comunidade santa

9. Valoriza também, a promessa divina a Abraão da posse da terra

Saudade ou esperança?

2. Reflexões de Gênesis 1-11 2.2. Paraíso Terrestre (Gn 2, 4b-25)

A Serpente (1. 4b-5)

A Mulher (2-3.6-7)

O Homem(10.12.20)

Deus (8-9.11.13-19.21-24)

2. Reflexões de Gênesis 1-11 2.3. ...vocês morrerão... (Gn 3)

Conflito entre Sedentários e Nômades (agricultores X pastores)

2. Reflexões de Gênesis 1-11 2.4. Caim X Abel (Gn 4, 1-16)

E Caim gerou (17-18)

Lamec (23-24)

Deus continua na história ... (25-26)

2. Reflexões de Gênesis 1-11 2.5. O Progresso da Violência (Gn 4, 17-26)

De Adão a Noé (5) / idade dos patriarcas

Descendência de Noé – Sem, Cam e Jafé (10)

Descendência de Sem até Abrão (11, 10-32)

2. Reflexões de Gênesis 1-11 2.6. Genealogias (Gn 5. 10. 11, 10-32)

O auge da Corrupção (6, 1-7) Noé: amigo de Deus (6, 8) A arca (6, 9-16) O Dilúvio purifica (6, 17) Os que serão salvos (6, 18-21 –primeira

versão / 7, 1-5 segunda versão Quarenta dias e quarenta noites (7, 12.17;

8, 6) A nova criação / aliança (8-9)

2. Reflexões de Gênesis 1-11 2.7. Relatos do Dilúvio (Gn 6-9)

Uma única língua e a dispersão

Deus desce e o homem quer subir

Babel e Pentecostes

2. Reflexões de Gênesis 1-11 2.8. A Torre de Babel (Gn 11, 1-9)

Saia de sua terra... (Gn 12, 1)

A promessa (Gn 12, 2) De Abrão à Abraão

(17, 4-6) Os filhos de Abraão

(15, 5; 16, 3; 21, 1) A prova de Abraão

(22)

3. Os Patriarcas 3.1. Abraão

Javé mantem sua promessa (Gn 26, 3-6)

O casamento de Isaac (Gn 24)

O Nascimento de Esaú e Jacó / Israel e Edom (25, 19-28)

3. Os Patriarcas 3.2. Isaac

JACÓ

LIA ZELFA BALA RAQUEL

RÚBEM

SIMEÃO

LEVI

JUDÁ

ISSACAR

ZABULON

DINA

NEFTALI

GAD

ASER

JOSÉ

BENJAMIM

3. Os Patriarcas 3.3. Jacó ou Israel (Gn 32, 23)

José e seus irmãos

José anda na presença de Deus

Os sonhos de José

Israel vai para o Egito

3. Os Patriarcas 3.4. História de José (Gn 37-50)

Moisés conhece YHWH (Iahweh) Ex 3, 1-6

4. Moisés 4.1. Javé ou Jeová (Ex 3, 14)

Eu vi a miséria do meu povo ... desci para libertá-los (Ex 3, 7-9)

Moisés aceita o chamado de Deus (Ex 3, 10)

Iahweh X Faraó (as pragas)

4. Moisés 4.2. A libertação (Êxodo)

Quarenta anos no deserto?

4. Moisés 4.4. O deserto

Um código de Leis sagradas (Ex 20; Dt 13-24)

4. Moisés 4.5. Os Mandamentos

As conquistas (Js 1-12) e a divisão (13-24)

5. Juízes 5.1. Josué e a Terra Prometida

Sempre a mesma coisa... (Jz 3, 7-11)

5. Juízes 5.2. De Otoniel a Samuel

1. Desobediência 2. Javé fica irado 3. Israel se arrepende 4. Deus suscita um Juiz 5. Juiz Morre 6. Desobediência

Desorganização (Jz 21, 25)

Um rei e suas despesas (1Sm 8, 4-22)

5. Juízes 5.3. Queremos um Rei!

Saul Samuel

Davi

Salomão

2 Sm 7, 16

6. O Reino unido 6.1. Saul / Davi / Salomão

6.2. Reino Dividido

6. O Reino unido

Israel (reino do Norte)

Judá (Reino do Sul

Deixa de Existir em 722

Exílio em 586

Muitos Exílios

Muitos Lamentos

Os remanescentes

Dar novas respostas a situação

8. O Exílio da Babilônia

O Edito de Ciro (2 Cr 36; Esd 1)

Esdras (Esd 7, 6) e a reforma religiosa (10, 1-15)

Neemias (Ne.1,1) e a reforma política (Ne 1, 2-4; 3, 14-17)

9. A Volta do Exílio

9.1. Esdras e Neemias

Reconstrução do Templo (Esd 5, 1-2)

9. A Volta do Exílio

9.2. Um Novo Templo

PROFETISMO • Para o Povo da Bíblia existem três tipos

de profetas:

1. Profetas do templo e da

corte (Natã e Gad)

2. profetas críticos - distantes da

corte e do templo (Elias e Eliseu)

3. profetas radicais - que visam ao

fim do rei e do Estado (Amós,

Isaías, Jeremias, etc..)

MENSAGEIRO

DE DEUS

Profeta é o homem

que vê para onde a

história vai.

PROFETISMO • Os Antigos Profetas (não escritores)

Moisés – Mediador da Aliança (Dt 5.23-28; Ex 20.19-21)

Samuel - o segundo maior profeta (At 3.24; Sl 99.6; Jr

15.1)

Elias – problema da Idolatria (Elias pregava que Javé, e

não baal, era o dono da chuva e da fertilidade)

Eliseu - se empenhou a destruir a dinastia omrita e o

culto a Baal

Gad - relaciona-se com o culto ( 2 Sm 24.18); aconselha

o rei ( 1 Sm 22.5) e condena o mesmo (2 Sm 24.11-12).

Natã - Proclama a eternidade do reinado de Davi (2 Sm

7); e condena o pecado do rei ( 2 Sm 12.1-15).

Aías - Seus discursos condenam a realeza salomônica.

(1Rs 11.29-40)

PROFETISMO • Os Profetas Clássicos (Escritores)

1) Os profetas do 8º século (760 . 700 a.C.):

Amós; Oséias; Isaías; Miquéias; Jonas.

2) Os profetas dos 7º e 6º séculos (640 . 587

a.C.): Sofonias; Naum; Jeremias; Habacuc;

Ezequiel.

3) Os profetas do 6º e 5º séculos (539 . 443 a.C.):

Ageu; Zacarias; Abdias; Daniel; Joel; Malaquias.

PROFETISMO • Os Profetas Clássicos (Escritores)

PROFETAS MAIORES

Isaias

Jeremias

Ezequiel

Daniel

PROFETAS MENORES

Amós

Oséias

Miquéias

Abdias

Jonas

Baruc

Lamentações

Malaquias

Joel

Ageu

Zacarias

Naum

Habacuc

Sofonias

A Palavra ganha destaque

A inexistência de Templo no Exílio

A necessidade dos da Diáspora cultuar a Deus

9. A Volta do Exílio

9.3. As Sinagogas

10. Os Macabeus

10.1. Influência Grega

ALEXANDRE O

GRANDE

FILETAIROS ANTIGÔNIDAS PTOLOMEUS

SELEUCIDAS

Israel dominado (1 Mc 1)

A luta armada (1 Mc 2, 27-28)

A aliança com Roma (1 Mc 12, 1-23)

Expansão ao Território vizinho

10. Os Macabeus

10.2. Os Irmãos Macabeus

Saduceus Aristocracia Sacerdotal – ligado ao templo

Opositores dos Fariseus – interpretacao de leis, doutrina

e culto

A Torah ao pe da letra

Sem ressurreicao dos mortos, nem anjos, nem

imortalidade da alma

Arrogantes com as classes populares

Fariseus Lei entregue a Moises no Sinai– profetas – aos escribas

e sabios

Estudo e interpretacao da lei em favor da educacao

religiosa do povo

A Sinagoga e as leis de Moises – principais respons’aveis

acreditam na ressurreicao dos mortos, em anjos, em

imortalidade da alma

Essenios Manuscritos de Qunran em 1947

Flavio Josefo (texto pag. 165)

Surgimento: as perseguicoes na ‘epoca macabaica

moram no deserto – vida rigida de abstinencias –

cumprimentos de regras comunitarias severas – regras de

pureza e muita oracao

preparam para a vinda final do enviado de Deus – Deus

vai separar os Filhos de Deus e os Filhos das trevas

Zelotes ou Sicarios

Judeus que combatiam as forcas da

ocupacao romana na palestina

O Reino de Deus deveria ser provocado

pela luta armada e nao esperado

pacificamente

provinham em sua maioria da Galileia

Morte e Ressurreição

de Jesus

Fatos da vida, feitos e

ditos de Jesus

Narrações das aparições do

ressuscitado e da infância de Jesus

A ordem vivida – Narrada nos Evangelhos

A ordem escrita nos Evangelhos

Narrações da infância

de Jesus

Fatos da vida, feitos e

ditos de Jesus

Narrativas da morte, ressurreição,

aparições e envio do Espírito Santo

4\8-30 d.C

Redação do Evangelhos

70-100

Pregação do Evangelho nas comunidades

30

27 8-4 a.C 0

Nascimento Batismo

51-61 70 80-90 100

Paulo Mc Mt\Lc João

Redação dos Evangelhos

Momento histórico dos Evangelhos

MARCOS

MATEUS

FONTE Q

Pregação apostólica + Tradição oral

Material próprio LUCAS

Material próprio

Datas prováveis da redação dos livros do Segundo Testamento

Ano 51 57-58 54-57 Antes de 67

80-90 90-100 95-105

Livros 1Ts

____

52-60

2Ts ?

1Cor

2Cor ?

Ef ?

Fl ?

Cl ?

Rm

Gl

At ?

Fl ?

Fm

Hb

1Pd

------ Mc ?

Depois de 70

At ?

Mt

Lc

Jo

Tg ?

1Pd ?

Ap

1Tm 2Tm Tt

2Pd

1Jo 2Jo 3Jo

Jd

EVANGELHO “EUANGELION”

“eu” = indica algo bom Eucaristia = ação de graças

Eutanásia = boa morte “angelion” = o que é próprio do “ângelos”

(mensageiro) – a noticia. “Euangélion” = Boa noticia

Existe um único Evangelho escrito

por quatro evangelistas em

quatro livros diferentes.

Por isso falamos de:

Evangelho segundo (escrito por) Marcos, Mateus, Lucas, João.

Na liturgia:

“Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo escrito por...”

Ordem canônica: Mt. Mc. Lc. Jo.

Ordem cronológica: Mc. Mt. Lc. Jo.

Mateus ocupou o primeiro lugar por ser mais usado na liturgia e catequese.

Lucas e Atos dos Apóstolos formavam um único livro.

Mateus

=

Anjo

(Homem)

Marcos

=

Leão

Lucas

=

Touro

João

=

Águia

SINÓTICO syn + ótikos

Visão de conjunto

J.J. Griesbach publicou em 1776 a

primeira Sinópse:

Os evangelhos de Mt, Mc, Lc em três

colunas paralelas.

Semelhanças • Marcos – 661 versículos.

61 vv exclusivos

• Mateus – 1068 versículos

238 vv. exclusivos

600 = Marcos

230 = Lucas

• Lucas – 1149 versículos

330 = Marcos

230 = Mateus

589 vv exclusivos

Os Sinóticos mesma ordem de

conteúdo: 4 partes 1. Preparação para o ministério público

Mt 3,1-4,11 Mc 1,1-13 Lc 3,1-4,13

2. Ministério de Jesus na Galiléia.

Mt 4,12-18,35 Mc 1,14-9,50 Lc 4,14-9,50

3. Viagem de Jesus para Jerusalém

Mt 19,1-20,34 Mc 10,1-52 Lc 9,51-18,43

4. Paixão, morte e ressurreição

Mt 21,1-28-20 Mc 11,1-16,20 Lc 19,1-24,54

Diferenças

As maiores são entre Mateus e Lucas.

Por exemplo:

genealogia: Mt 1,1-17; Lc 3,23-38

nascimento: Mt 1-2; Lc 1- 2

tentações: Mt 4,1-11; Lc 4,1-13

bem-aventuranças: Mt 5,1-12; Lc 6,20-23

Entre Marcos e Mateus ou Lucas.

Por exemplo:

Mc e Lc – um possesso em Gerasa:

Mc 5,1-29; Lc 8,26-39

- um cego em Jericó:

Mc 10,46-52; Lc 18,35-43

Mt – dois possessos: 8,28-34

dois cegos: 20,29-34.

Alguns episódios são colocados em

lugares diferentes.

Por exemplo:

a expulsão de Jesus de Nazaré:

Mc e Mt colocam no final do ministério

na Galiléia (Mc 6,1-6; Mt 13,53-58);

Lc coloca no início: (Lc 4,15-30).

Solução

Marcos é o mais antigo.

Mateus e Lucas se serviram de Marcos.

Mateus não conheceu o texto de Lucas,

nem Lucas conheceu o texto de

Mateus.

Além de Mc, Mt e Lc utilizaram outra

fonte escrita chamada

“Fonte QUELLE”

Provavelmente feita de coleções de

ensinamentos de Jesus.

Tiveram ainda suas fontes próprias.

Jesus

Pedro

Marcos Quelle

Mateus Lucas

O EVANGELHO DE JOÃO

A ESTRUTURA DO QUARTO EVANGELHO

Prólogo: 1,1-18

Livro dos sinais: 1,19—12,50

Livro da glorificação ou exa1tação: 13,1—20,29

Epílogo (conclusão): 20,30—31

Adições canônicas: Jo 21,1—25 (um apêndice escrito por um

discípulo do autor).

J0 7,53-8,11.

• Autor

Encontramos quatro referências ao Discípulo Amado

no evangelho:

—— na última ceia (Jo 13,23-26);

— ao pé da cruz junto à mãe de Jesus (Jo 19,26-

27);

— no relato da ressurreição, avisado por Maria

Madalena, o Discípulo Amado corre junto com

Pedro ao sepulcro de Jesus: “Viu e creu” (Jo 20,2-

10);

— no mar da Galiléia reconhece o Senhor

Ressuscitado (Jo 21,7.20-24).

O redator menciona ainda duas vezes um discípulo

anônimo (Jo 1,35; 18,15).

O objetivo do evangelho está bem claro na sua primeira conclusão:

“Jesus fez, diante de seus discípulos, muitos outros sinais ainda, que não se acham

escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para crerdes que Jesus é o Cristo, o

Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida eterna em seu nome” (Jo 20,30-31).

O evangelho foi escrito para narrar alguns SINAIS realizados por

Jesus, que se tomaram significativos na história da comunidade, a

fim de levar a própria comunidade e os leitores a crer em Jesus

Cristo e, participar da VIDA em seu nome. Pretende assim a

integração entre FE e VIDA, a partir de SINAIS concretos.

É importante notar ainda que o anúncio da Boa Nova, narrada na

forma de evangelho, nasceu, dentro da comunidade joanina, como

memória de Jesus por obra do Espírito/Paráclito (cf. Jo 14,26). Foi

escrito como uma forma de resistência, sobretudo, em duas

situações decisivas para a vida da comunidade:

POR QUE FOI ESCRITO O

EVANGELHO?

O LIVRO DOS SINAIS

• 1) Bodas de Caná (Jo 2,1-11) = falta de vinho x vinho em

abundância = Nova Aliança

• 2) Cura do filho de um funcionário real (Jo 4,46-54) = doença x

saúde/vida

• 3) Cura de um enfermo na piscina de Betesda (Jo 5,1-18) =

paralisia x liberdade

• 4) Multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) = fome x pão em

abundância

• 5) Jesus anda sobre o mar (Jo 6,16-21) = Medo, ausência x

coragem, encontro

• 6) Cura de um cego de nascença (Jo 9,1-41) = cegueira, trevas

x visão, luz

• 7) Ressurreição de Lázaro (Jo 11,1-44) = morte x vida,

ressurreição

O NOME DE JESUS: EU

SOU Jesus se auto-apresenta, no evangelho de João, com o mesmo

nome de JHWH: “EU SOU” (cf. Ex 3,14). Como Javé, Jesus não

se deixa enquadrar em esquemas, imagens ou nomes fixistas.

Ele é o Deus conosco.

“Eu sou”, na forma absoluta, como em Ex 3,14, aparece em Jo

4,26; 6,20; 8,24.27.57; 13,19; 18,5.6.8”.

O “Eu Sou” com predicativo introduz sete discursos de Jesus:

1. Jo 6,35: “Eu sou o pão da vida” (cf. tb. 6,48.51)

2. Jo 8,12: “Eu sou a luz do mundo” (cf. tb. 9,5)

3. Jo 10,7: “Eu sou a porta das ovelhas” (cf. tb. 10,9)

4. Jo 10,11: “Eu sou o bom pastor” (cf. tb. 10,14)

5. Jo 11,25: “Eu sou a ressurreição e a vida”

6. Jo 14,6: “ Eu sou o Caminho, a verdade e a vida” ( cf. 14,6)

7. Jo 15,1: “Eu sou a videira verdadeira” (cf. tb. 15,15)

Para Nicodemos, Ele diz que é preciso nascer

de novo (3,3- 8). Para o novo germinar, é

preciso que, como o grão de trigo, ele morra

(18,24).

Jesus nos dá um

novo mandamento (13,34). Na cruz, Ele sela uma nova e definitiva Aliança com a humanidade.

A presença das mulheres

também é grande em

João. A Mãe de Jesus, é

quem lhe pede o

primeiro sinal, que vai

suscitar a fé dos

discípulos (2,3-11).

A samaritana é a primeira mulher a quem Jesus dirige a palavra e que Ele transforma em apóstola de seus compatriotas, que levam Jesus para passar dois dias com eles e crêem nele (4,1-42).

A mulher adúltera é perdoada por Jesus, que,

com isso, contraria a Lei (8,1-11).

Junto à cruz de Jesus estavam Maria, Mãe de

Jesus, sua irmã, Maria de Cléofas, e Maria

Madalena (19,25). Foi à sua Mãe que Ele

entregou o discípulo amado e, nele, toda a

humanidade (19,27).

Maria Madalena foi, após a morte

de Jesus, procurá-lo no túmulo

(20,1), viu-o e dele recebeu a

missão de anunciar aos

discípulos que Ele ressuscitara

(20,11-18).

Quem foi PAULO? • Nasceu em Tarso, na Cílicia --Ásia Menor (At 9,11;

21,39; 22,3). Era filho de judeus, da tribo de Benjamin e como era o costume foi circuncidado ao oitavo dia. São Jerônimo informa que seus pais eram de Giscala, na Galiléia.

• Estudou em Jerusalém, na Judéia - Palestina (At 23,3; 26,4).

• Converteu-se no caminho para Damasco, na Síria (At 9,11-19). )

• Antioquia da Síria foi a comunidade em que estabeleceu sua base para as viagens missionários (At 11,25-26; 13,1-3)

• Em Roma, na Itália, concluiu sua missão e ali foi mártir (At 16,37; 22,25-29; 28,30-31).

• Visitou muitas cidades no trabalho missionário, como Corinto e Éfeso.

AS CARTAS PAULINAS

• As cartas brotam das necessidades das

comunidades. Não são reflexões

teóricas e, sim, conselhos, orientações,

reflexões ligadas à vida da comunidade

a quem a carta está endereçada. Então,

é necessário conhecer as motivações

que levaram Paulo a escrever tais

palavras, para aquela comunidade.

• Quando Paulo escreve, ele não está

sozinho, sentado num escritório

confortável. Está em viagem, talvez

numa hospedaria junto com seus

companheiros e suas companheiras de

equipe. Por isso, seu pensamento,

muitas vezes, é como torrente que

transborda e não um lento e calmo

correr de águas.

• Não escreve a uma pessoa, mas a uma comunidade. Então, devemos prestar atenção às situações que a comunidade vive e que Paulo orienta, à luz da Palavra do Senhor.

• Ele conhece muito bem o Primeiro Testamento, pois formou-se aos pés de Gamaliel, um grande rabino. Então, as cartas estão recheadas desse conhecimento das Escrituras, as quais reinterpreta à luz de Jesus Cristo. Paulo não conheceu Jesus pessoalmente, mas o conheceu numa experiência espiritual muito profunda.

• Fundamentalmente, as cartas são um

convite à abertura ao Espírito,

colocando-se a serviço da comunidade.

Elas exigem uma postura frente à

sociedade, tanto no tempo em que Paulo

escreveu, como nos dias de hoje.

CARTAS PAULINAS

AUTÊNTICAS Romanos

1 e 2 Coríntios

Gálatas

Filipenses

1 Tessalonicenses

Filemon

Cartas escritas por discípulos de

Paulo na 2ª geração cristã:

2 Tessalonicenses

Colossenses

Efésios

Cartas escritas por discípulos de

Paulo na 3a geração cristã:

CARTAS PASTORAIS

Tito

1 e 2 Timóteo

CARTAS DO CATIVEIRO

Efésios

Colossenses

Filipenses

Filemon

O APOCALIPSE DE SÃO JOÃO

Pode-se dividir o livro em três partes:

1. Preâmbulo e cartas às sete

comunidades (Ap. 1,4-3,22).

2. Primeiro Cenário (Ap. 4,1-11,19).

3. Segundo Cenário (Ap. 12,1-22,5).

A moldura é a apresentação (Ap. 1,1-3)

e a conclusão (Ap. 22,6-21).

• Autor

O autor se apresenta: “Eu, João, vosso irmão e companheiro

na tribulação” (Ap 1.9). Ele não invoca nenhum título: nem

de apóstolo, nem de evangelista, nem de presbítero, nem

de profeta. E apenas “irmão e companheiro na tribulação”.

Sendo ele mesmo um perseguido, conhece o drama dos

companheiros e companheiras e, por isso, tem condições

de animá-los. O nome ‘João’’ aparece quatro vezes: três

vezes na introdução (Ap 1,1.4.9) e uma vez na conclusão

(Ap 22,8).

1. PREAMBULO E CARTAS: 1,4-3,22 1,4-20 Preâmbulo

1,4-8 Saudação às sete comunidades

1,9-20 Visão inaugural de Jesus

2,1-3,22 Cartas às sete comunidades

1. 2,1-7 a Éfeso

2. 2,8-11 a Esmirna

3. 2.12-17 a Pérgamo

4. 2.18-29 a Tiatira

5. 3,1-6 a Sardes

6. 3,7-1 3 a Filadélfia

7. 3.14-22 a Laodicéia

AS CARTAS ÀS SETE IGREJAS O esquema das cartas

1. “Ao anjo ... ” Todas as cartas são dirigidas “ao anjo da comunidade” ( segue o

nome da comunidade), provavelmente, o coordenador ou da coordenadora.

2. “Assim diz...” Todas elas se apresentam como palavra de Jesus: “Assim

diz...” ( segue um título de Jesus) 2, 1.8.12.18; 3,1.7.14).

3. “Conheço...” Em todas as cartas, Jesus começa dizendo: “Conheço...”

4. O positivo Descreve as Qualidades positivas da comunidade. Laodicéia

não tem nada de positivo, não é fria nem quente ( 3,15-1 6).

5. O negativo Descreve as qualidades negativas da comunidade. Esmirna e

Filadélfia não tem nada de negativo. Em Sardes, o negativo vem antes do

positivo ( 3,1).

6. “Quem tem Todas as comunidades têm o mesmo aviso final: “Que tem

ouvidos...” ouvidos ouça o que o Espírito diz às comunidades”.

7. “Ao vencedor” Todas terminam com uma promessa final “ao vencedor” (

2,7.11.17.26; 3,5.12.21)

O esquema das cartas

1. Destinatário.

2. Responsável pela carta.

3. Conhecimento a situação.

4. Aspectos positivos.

5. Aspectos negativos.

6. Alerta.

7. Uma promessa.

Os títulos tirados da visão inaugural

1. Aquele que segura as sete estreias e anda entre os sete

candelabros (Ap 1,13-16).

2. O primeiro e último, aquele que morreu e voltou a viver (Ap

1,17-18).

3. Aquele que tem a espada afiada de dois gumes (Ap 1,16).

4. Aquele que tem olhos de fogo e pés de bronze (Ap 1,14-15).

5. Aquele que tem os sete espíritos e as sete estrelas (Ap 1.16:

5,6).

6. Aquele que tem a chave de Davi para abrir e fechar (Ap 1,18).

7. O amém. A testemunha fiei e verdadeira. O princípio da

criação Ap 1,5).

As promessas

1. Comer da árvore da vida (cf. Ap 22,2-14).

2. A vitória sobre a segunda morte (cf. Ap 20,6; 21,8).

3. Nome novo que ninguém conhece (cf. Ap 19,12).

4. Cetro de ferro e estrela da manhã (cf. Ap 12,5; 22,16).

5. Veste branca e nome no livro da vida (cf. Ap 6.11; 20,15),

6. Ter o nome na Jerusalém celeste (cf. Ap 22,2ss.).

7. Lugar no trono do Pai (cf. Ap 20,4).

AS SETE BEM-AVENTURANÇAS DO APOCALIPSE

1ª - ‘‘Feliz o leitor e os ouvintes das palavras desta profecia se observarem o

que nela está escrito, pois o tempo está próximo!” (Ap. 1,3).

2ª - “Felizes os mortos, os que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o

Espírito, que descansem de suas fadigas, pois suas obras os acompanham’’

(Ap 14,13).

3ª - “Feliz aquele que vigia e conserva as suas vestes para não andar nu e

deixar que vejam a sua vergonha” (Ap. 16,15).

4ª - “Felizes aqueles que foram convidados para o banquete das núpcias do

Cordeiro” (Ap. 19.9).

5ª - “Feliz o santo, aquele que participa da primeira ressurreição’’ (Ap. 20,6).

6ª - “Feliz aquele que observa as palavras da profecia deste livro” (Ap. 22,7).

7ª - ‘‘Felizes os que lavam suas vestes para terem poder sobre a árvore da vida

e para entrarem na cidade pelas portas’’ (Ap. 22,14).