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História de BR Habitadas anteriormente pelos índios Jacutingas, as terras hoje pertencentes ao município de Belford Roxo foram assinaladas pela primeira vez no mapa elaborado por João Teixeira Albernaz II em 1566 entre os rios "Merith, Simpuiy e Agoassu." Na carta topográfica da capitania do Rio de Janeiro, feita por Manoel Vieira Leão em 1767, aparece claramente nesta região o Engenho do Brejo, que teve em Cristovão Mendes Leitão, desde 1739, um de seus primeiros ocupantes. Cortado pelo Rio Sarapuí e, como quase toda a Baixada Fluminense, cercado por pântanos e brejais, possuía em sua margem um porto para escoamento da produção: açúcar, arroz, feijão, milho, e aguardente, como lemos na primeira estatística realizada no Brasil, no governo do Marquês do Lavradio, entre 1769 e 1779, mostrando que este engenho fazia parte da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga. Pertencia ao "Capitão Apolinário Maciel e seu irmão, o padre Antonio Maciel, com 35 escravos, fabricando 25 caixas de açúcar e 9 pipas de aguardente." Sobre este rio de águas límpidas com trechos encachoeirados, escreve monsenhor Pizarro: "Da Serra da Cachoeira chamada Pequena, situada ao norte, por onde se divide a mesma Freguesia com a de Santo Antônio de Jacutinga, e forma junto à Fazenda de S. Mateus, um pântano, do qual nasce o Rio Pioim, cuja grossura por curvas águas, ou descida de lugares altos, ou depositadas pelas chuvas. Para esse pantanal aflui a Cachoeira Grande, que se fermenta na Serra do mesmo nome, e está nos limites da Freguesia de Jacutinga, e misturadas umas às outras águas, confluindo igualmente às dos lagos e campos por que passam, se ensoberbecem a ponto de negarem passagem a cavalo (em direitura da Matriz), e permitem entrada a barcos grandes, impedindo por isso o trânsito da Estrada Geral para o distrito da Freguesia do Pilar, por cujo caminho se vai à Serra dos Órgãos, mandou a Câmara fazer, em lugar que pareceu mais apto, uma ponte, para facilitar a comunicação dos moradores do continente, e também o comércio das Minas Gerais. Conservando a Cachoeira Pequena o seu nome, até se confundir com o Rio Pioim , aí o perde, substituindo-lhe a denominação desse rio, porque é conhecido até à estrada do território de Jacutinga, onde principia a ser Rio de Santo Antônio; mas a Fazenda do Brejo, em que há uma ponte, toma o apelido de Rio do Brejo e com ele chega à ponte do distrito de Serapuí de cujo sítio continua com o nome de Rio de Serapuí, até o mar." Após uma sucessão de proprietários, em 1815, o Padre Miguel Arcanjo Leitão, que era proprietário das terras, em apenas um ano vendeu-as ao Primeiro Visconde de Barbacena Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta, futuro Marquês de Barbacena. Em 1843 Pedro Caldeira Brandt, o Conde de Iguassú (filho do Primeiro Visconde e Marquês de Barbacena Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta) assume a Fazenda após o falecimento do pai, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro no dia 13 de julho de 1942. Pedro era casado com a Condessa de Iguaçu, Maria Izabel Alcântara Brasileira, filha do Imperador Pedro I com a Marquesa de Santos. Em 1851 A Família Caldeira Brant vende a Fazenda do Brejo para o Comendador Manuel José Coelho da Rocha. Na segunda metade do século XIX quando, devido a um surto das epidemias, que assolaram a Baixada durante a Segunda metade do século XIX, a fazenda entrou em decadência. O assentamento dos trilhos para a passagem da estrada de ferro

História de Belford Roxo

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Page 1: História de Belford Roxo

História de BRHabitadas anteriormente pelos índios Jacutingas, as terras hoje pertencentes ao município de Belford

Roxo foram assinaladas pela primeira vez no mapa elaborado por João Teixeira Albernaz II em 1566 entre os rios "Merith, Simpuiy e Agoassu." Na carta topográfica da capitania do Rio de Janeiro, feita por Manoel Vieira Leão em 1767, aparece claramente nesta região o Engenho do Brejo, que teve em Cristovão Mendes Leitão, desde 1739, um de seus primeiros ocupantes. Cortado pelo Rio Sarapuí e, como quase toda a Baixada Fluminense, cercado por pântanos e brejais, possuía em sua margem um porto para escoamento da produção: açúcar, arroz, feijão, milho, e aguardente, como lemos na primeira estatística realizada no Brasil, no governo do Marquês do Lavradio, entre 1769 e 1779, mostrando que este engenho fazia parte da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga. Pertencia ao "Capitão Apolinário Maciel e seu irmão, o padre Antonio Maciel, com 35 escravos, fabricando 25 caixas de açúcar e 9 pipas de aguardente."

Sobre este rio de águas límpidas com trechos encachoeirados, escreve monsenhor Pizarro: "Da Serra da Cachoeira chamada Pequena, situada ao norte, por onde se divide a mesma Freguesia com a de Santo Antônio de Jacutinga, e forma junto à Fazenda de S. Mateus, um pântano, do qual nasce o Rio Pioim, cuja grossura por curvas águas, ou descida de lugares altos, ou depositadas pelas chuvas.Para esse pantanal aflui a Cachoeira Grande, que se fermenta na Serra do mesmo nome, e está nos limites da Freguesia de Jacutinga, e misturadas umas às outras águas, confluindo igualmente às dos lagos e campos por que passam, se ensoberbecem a ponto de negarem passagem a cavalo (em direitura da Matriz), e permitem entrada a barcos grandes, impedindo por isso o trânsito da Estrada Geral para o distrito da Freguesia do Pilar, por cujo caminho se vai à Serra dos Órgãos, mandou a Câmara fazer, em lugar que pareceu mais apto, uma ponte, para facilitar a comunicação dos moradores do continente, e também o comércio das Minas Gerais. Conservando a Cachoeira Pequena o seu nome, até se confundir com o Rio Pioim , aí o perde, substituindo-lhe a denominação desse rio, porque é conhecido até à estrada do território de Jacutinga, onde principia a ser Rio de Santo Antônio; mas a Fazenda do Brejo, em que há uma ponte, toma o apelido de Rio do Brejo e com ele chega à ponte do distrito de Serapuí de cujo sítio continua com o nome de Rio de Serapuí, até o mar."Após uma sucessão de proprietários, em 1815, o Padre Miguel Arcanjo Leitão, que era proprietário das terras, em apenas um ano vendeu-as ao Primeiro Visconde de Barbacena Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta, futuro Marquês de Barbacena. Em 1843 Pedro Caldeira Brandt, o Conde de Iguassú (filho do Primeiro Visconde e Marquês de Barbacena Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta) assume a Fazenda após o falecimento do pai, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro no dia 13 de julho de 1942. Pedro era casado com a Condessa de Iguaçu, Maria Izabel Alcântara Brasileira, filha do Imperador Pedro I com a Marquesa de Santos. Em 1851 A Família Caldeira Brant vende a Fazenda do Brejo para o Comendador Manuel José Coelho da Rocha. Na segunda metade do século XIX quando, devido a um surto das epidemias, que assolaram a Baixada durante a Segunda metade do século XIX, a fazenda entrou em decadência. O assentamento dos trilhos para a passagem da estrada de ferro Rio D'ouro cortando a fazenda do Brejo em 1872, em terras doadas pelos descendentes de Coelho da Rocha, deram início a um movimento de reivindicação para transformá-la em linha de trem de passageiros, pois anteriormente esta ferrovia foi construída para a captação de água nas serras do Tinguá, Rio D'ouro e São Pedro, com colocação de aquedutos ao longo de sua margem.HISTORICO DA LINHA:   A Estrada de Ferro Rio do Ouro foi construída para construir e cuidar dos reservatórios e do abastecimento de parte da cidade do Rio de Janeiro e foi aberta ao tráfego de passageiros em 1883. Inicialmente saía do Caju e mais tarde passou a ter como início a estação de Francisco Sá. Depois dessa mudança o seu curso inicial foi alterado e ela passou a acompanhar de muito próximo a linha Auxiliar até a estação de Del Castilho, quando se separavam as linhas. Na estação da Pavuna elas voltavam a se encontrar. O trecho final, até Belford Roxo, era compartilhado com os trens metropolitanos da Auxiliar (depois da Leopoldina) em bitola mista. Em meados dos anos 1960 os trens da Rio de Ouro, ainda a vapor, embora tenham sido feito testes com locomotivas diesel, deixaram de circular. A Rio de Ouro, encampada pela Central do Brasil nos anos 1920, tinha vários ramais e três deles sobreviveram como trens de subúrbio até a mesma

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época da desativação da linha-tronco: os ramais de Xerém, do Tinguá e de São Pedro (Jaceruba). Parte de sua linha-tronco foi utilizada na construção da linha 2 do metrô do Rio de Janeiro.   A ESTAÇÃO: A estação de Belford Roxo foi aberta pela E. F. Rio do Ouro, provavelmente com a linha, em 1883. "Antiga fazenda do Brejo e anteriormente, Calhamaço, lembrando o antigo canal do calhamaço aberto pelo Visconde de Barbacena (seu antigo proprietário), e que formava um braço do Rio Sarapuy. Sua estação recebeu este nome em homenagem a Raimundo Teixeira Belford Roxo, chefe da 1ª divisão da inspetoria de águas. Havia em frente a esta estação um artístico chafariz de ferro jorrando água, que o povo denominou de "Bica da Mulata", cuja figura mitológica de uma mulher branca sobraçando uma cornucópia oferecia aos passantes o líquido precioso, que a oxidação do ferro transformou em "mulata", e era uma cópia da estátua existente na Pavuna" (Segundo Guilherme Peres, pesquisador e membro do IPAHB). Mais tarde, com a desativação da Rio de Ouro e sua incorporação de seus trechos pela Central do Brasil através da linha Auxiliar (que mais tarde foi passada para a Leopoldina, nos anos 1960, até a incorporação dos subúrbios pela RFFSA, em 1971), a estação foi ligada à estação da Pavuna, e a linha passou a ser contínua desde a linha principal da Auxiliar. Atualmente (2003), há trens metropolitanos da Supervias que seguem para Belford Roxo - que é estação terminal - direto desde a estação Dom Pedro II. Até meados dos anos 1960, saíam de Belford Roxo três linhas originárias da Rio de Ouro: os ramais deXerém e de Jaceruba. Destes hoje há pouquíssimos resquícios. A estação atual foi inaugurada pelo ministro dos Transportes, Gal. Dirceu Nogueira, em 04/04/1978.

HistóriaA- A A+

Origem do nome

O nome da cidade é uma homenagem ao engenheiro Raimundo Teixeira Belford Roxo, que colaborou com o também engenheiro Paulo de Frontin no chamado “Milagre das águas”, no qual este se comprometeu a captar 15 milhões de litros de água para a Côrte em apenas seis dias, durante uma estiagem que assolou a Baixada Fluminense, em 1888. 

História

Da velha Fazenda do Brejo, onde havia um engenho de açúcar no início do século XVII, nasceu o município de Belford Roxo. 

Em 1720, havia no rio Sarapuí um porto que fazia o transporte de mercadorias entre a Corte e as fazendas. Por causa do movimento das marés, os rios transbordavam alagando as terras próximas, formando mangues e brejos, tornando a região conhecida como "Brejo". Em 1843, o Visconde de Barbacena vendeu a Fazenda ao Comendador Manoel José Coelho da Rocha. 

Em 1888 aconteceu uma das mais fortes e longas estiagem na Baixada Fluminense. Entre várias soluções propostas ao governo, inclusive a do Engenheiro Paulo de Frontin, foi de em apenas seis dias captar 15 milhões de água para a Corte, façanha que ficou conhecida como "Milagre das Águas". Um ano depois morria um dos colaboradores de Paulo de Frontin, o Inspetor Geral de Obras Públicas - Raymundo Teixeira Belford Roxo, que doou o seu nome à Fazenda. 

Durante boa parte do Século XX o município era distrito do município de Nova Iguaçu. No dia 3 de abril de

Page 3: História de Belford Roxo

1990 a Lei Estadual no 1.640 foi aprovada, sendo assim, Belford Roxo foi desmembrada de Nova Iguaçu. O município de Belford Roxo foi instalado em 1 de janeiro de 1993 e seu primeiro prefeito foi Jorge Júlio da Costa dos Santos, o "Joca".

História

Alguns anos após a expulsão dos franceses, o governador do Rio de Janeiro, Cristóvão de Barros, concedeu ao capitão

Belchior de Azeredo uma sesmaria às margens do Rio Sarapuí, na antiga aldeia dos índios Jacutingas. Nesse local, ele

fundou o engenho de Santo Antônio de Jacutinga, que futuramente seria o atual município de Belford Roxo. Uma ermida

para Santo Antônio foi construída na encosta de uma colina a 750 metros da margem do rio Sarapuí, próximo ao local

estabelecido para atividades portuárias.

No limiar do século XVII, o engenho de Santo Antônio de Jacutinga foi desmembrado, surgindo, então, o engenho

Maxambomba (Nova Iguaçu) e o engenho da Poce (da Posse). No século XVIII, um novo desmembramento (dessa vez, nas

terras do engenho do Maxambomba) fez surgir o engenho Caxoeira (Mesquita), em terras que pertenceram ao governador

do Rio de Janeiro Salvador Correia de Sá e Benevides. Por mais de duzentos anos, as terras mentiveram-se, por sucessão

hereditária, sob o controle dos herdeiros de Salvador Correia de Sá e Benevides, a família Correia Vasques.

Em meados do mesmo século XVIII, as terras do engenho Santo Antônio voltaram a ser desmembradas para a formação de

novos engenhos: do Brejo e do Sarapuí. No mesmo período, as terras do engenho Maxambomba foram desmembradas para

formação do engenho do Madureira.

Em 1767, em uma carta topográfica da capitania do Rio de Janeiro, feita por Manuel Vieira Leão, aparece claramente nessa

região o engenho do Brejo. O seu primeiro ocupante foi Cristóvão Mendes Leitão, em 1739.

A Baixada Fluminense é cortada pelo Rio Sarapuí e era cercada por pântanos e brejais. Possuía, em sua margem, um porto

para escoamento da produção: açúcar, arroz, feijão, milho e aguardente.

Após uma sucessão de proprietários, em 1815, o padre Miguel Arcanjo Leitão, que era proprietário das terras, vendeu-as ao

primeirovisconde de Barbacena, Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta, futuro marquês de Barbacena.

Em 1843, Pedro Caldeira Brant, o conde de Iguaçu - filho do primeiro visconde e marquês de Barbacena - assumiu a fazenda

após o falecimento do pai, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro no dia 13 de julho de 1842.

Em 1851, a família Caldeira Brant vendeu a sua fazenda para o comendador Manuel José Coelho da Rocha.

Na segunda metade do século XIX, a fazenda entrou em decadência devido a um surto de epidemias. O assentamento dos

trilhos para a passagem da estrada de ferro Rio d'Ouro, cortando a fazenda do Brejo, em 1872, em terras doadas pelos

descendentes de Coelho da Rocha, deram início a um movimento de reivindicação para transformá-la em linha de trem de

passageiros, pois, anteriormente, essa ferrovia havia sido construída para a captação de água nas serras do Tinguá, Rio

d'Ouro e São Pedro, com colocação de aquedutos ao longo de sua margem.

As primeiras casas do Velho Brejo em 1872.

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A Vila de Belford Roxo em torno da estação do trem foi paulatinamente conquistando melhorias. Além da caixa-

d'água instalada em 1880 com capacidade para abastecer 500 pessoas em um chafariz, registra-se a instalação de luz

elétrica e o transporte ferroviário para passageiros. [7]

A expansão urbana neste século deu-se com a expansão das ferrovias. A venda de terras, outrora fazendas, retalhadas em

lotes e vendidas a preços baixos para moradia ou transformadas em sítios para o plantio de laranjais, foi estimulada pelo

governo. Assim como em outros distritos da Baixada Fluminense, o caráter rural da região foi sendo lentamente substituído

pelo perfil de cidade dormitório.[7]

A dinâmica de crescimento obedeceu à lógica de produção do espaço urbano metropolitano sem planejamento e desigual.

Envolvido com conflitos ambientais causados por um crescimento urbano pouco planejado, observa-se que o Município sofre

de problemas comuns a outras áreas da Baixada, especialmente a carência de infra-estrutura e serviços.[7]

O "Milagre das Águas"

Em 1888, uma grande estiagem arrasava a Baixada Fluminense. A corte também ficou sem água e o imperador Pedro

II ficou preocupado. A proposta que agradou a ele foi a do engenheiro Paulo de Frontin. Na proposta, o engenheiro se

comprometia à captar 15 000 000 de litros de água para a corte em apenas seis dias. Ele conseguiu realizar a promessa e o

fato ficou conhecido como "milagre das águas".

O engenheiro Paulo de Frontin tinha um grande amigo e colaborador, um outro engenheiro maranhense que muito trabalhou

a serviço dessas obras de abastecimento de água para o Rio de Janeiro. Ele se chamava Raimundo Teixeira Belfort Roxo e,

um ano depois do fato, veio a falecer. O Brejo, uma pequena vila, depois de se chamar Santo Antônio de Jacutinga, Ipueras

e Calhamaço Brejo, passou a chamar-se Belford Roxo, em homenagem a esse ilustre engenheiro.

A Implantação da Bayer

O período no qual houve a instalação da empresa em Belford Roxo, o Brasil estava vivendo um período de efervescência no

tocante a industrialização. O presidente Juscelino Kubitschek arregimentou um plano de 50 anos em 5, a fim de emplacar um

novo patamar para industrialização brasileira. E, foi o próprio presidente, que esteve presente no processo das negociações

em Leverkusen, junto com o Prof. Ulrich Haberland, negociaram e conversaram sobre os últimos ajustes para a vinda da

indústria para o Brasil. [8]

O resultado das negociações foi que no dia 10 de Junho de 1958, o complexo industrial foi inaugurado festivamente, com a

presença do Presidente Juscelino Kubischek, do governador do Rio de Janeiro, Miguel Couto Filho, entre outras autoridades,

e do prof. Ulrich Haberland. O fato foi noticiado pelas revistas e jornais contemporâneos como um acontecimento de grande

relevância não somente para o âmbito local e, sim de uma grande importância nacional para a indústria brasileira. Uma

matéria da revista O Cruzeiro que focaliza a inauguração da Bayer em Belford Roxo, relata na sua manchete em letras

garrafais - Novo conjunto de fábricas Bayer. Na matéria, é comentado que a instalação revelou-se como um importante

acontecimento para a indústria brasileira, e colocava a Bayer numa posição favorável no setor da indústria de base brasileira.

Uma vez terminada a primeira fase das instalações, a empresa iniciara o fornecimento de produtos com realçada importância

para a indústria e agricultura brasileira, como a produção de anilinas, inseticidas, formicidas, além de produtos intermediários

para as indústrias de papel, couro e farmacêuticas, tornaram-se alguns dos expedientes do novo conjunto de fábricas

Bayer. [8]

Emancipação

Durante boa parte do século XX, o município foi distrito do município de Nova Iguaçu. No dia 3 de abril de 1990, a lei

estadual número 1.640 foi aprovada, sendo assim, Belford Roxo foi desmembrado politicamente de Nova Iguaçu. O

Page 5: História de Belford Roxo

município de Belford Roxo foi instalado em 1 de janeiro de 1993 e seu primeiro prefeito foi Jorge Júlio da Costa dos Santos, o

"Joca", que foi eleito com mais de 70 mil votos no município.

Geografia

Da Serra da Cachoeira chamada Pequena,

situada ao norte, por onde se divide a mesma

Freguesia com a de Santo Antônio de

Jacutinga, e forma junto à Fazenda de S.

Mateus, um pântano, do qual nasce o Rio

Piaim, cuja grossura por curvas águas, ou

descida de lugares altos, ou depositadas

pelas chuvas. Para esse pantanal aflui a

Cachoeira Grande, que se fermenta na Serra

do mesmo nome, e está nos limites da

Freguesia de Jacutinga, e misturadas umas

às outras águas, confluindo igualmente às

dos lagos e campos por que passam, se

ensoberbecem a ponto de negarem passagem

a cavalo (em direitura da Matriz), e

permitem entrada a barcos grandes.

Impedindo por isso o trânsito da Estrada

Geral para o distrito da Freguesia do Pilar,

por cujo caminho se vai à Serra dos Órgãos,

mandou a Câmara fazer, em lugar que

pareceu mais apto, uma ponte, para facilitar

a comunicação dos moradores do continente,

e também o comércio das Minas Gerais.

Conservando a Cachoeira Pequena o seu

nome, até se confundir com o Rio Piaim , aí

o perde, substituindo-lhe a denominação

desse rio, porque é conhecido até à estrada

do território de Jacutinga, onde principia a

ser Rio de Santo Antônio; mas a Fazenda do

Brejo, em que há uma ponte, toma o apelido

de Rio do Brejo e com ele chega à ponte do

distrito de Serapuí de cujo sítio continua com

o nome de Rio de Sarapuí, até o mar.

Descrição feita por Monsenhor Pizarro

noséculo XIX.[9]

Ocupando uma área de 79,791 km², Belford Roxo conta atualmente com 469.261 habitantes, é a sexta cidade mais populosa

do estado. A sede municipal apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 22º 45' 50" Latitude Sul e 43º 26' 56"

Page 6: História de Belford Roxo

Longitude Oeste. Localizada na Baixada Fluminense, na microrregião do Rio de Janeiro, limita-se com os municípios

de: Nova Iguaçu e Mesquita (ao oeste); São João de Meriti (ao sul); e Duque de Caxias (ao leste).[10]

Relevo

A topografia do município se apresenta como suavemente acidentada, com muitos morros. A altitude média de Belford Roxo

é de 18 metros e a altitude máxima é de aproximadamente 121 metros. Na parte sul e norte da cidade, existem mais

elevações que na parte leste e oeste, tendo no norte a APA (Área de Proteção Ambiental) Maringá-Recantus, uma parte com

vários morros de vegetação preservada.[11]

Vegetação

Sua vegetação era formada por brejos e pântanos como em toda a Baixada Fluminense. Também nos moldes da Baixada,

foi quase tudo desmatado para dar lugar à cidade. Grande parte do norte de Belford Roxo é ocupado por extensas matas, na

divisa com os municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, e quando o Rio Botas deságua no Rio Iguaçu. É onde está

inserida a APA Maringá-Recantus.[12] Atualmente 3,34% do solo do município são vegetações secundárias; 5,62% são áreas

de campos e pastagens e 85,20% do território são área urbana. [13]

Hidrografia

A cidade está localizada na Região Hidrográfica 5 do Estado do Rio de Janeiro, abarcando as bacias dos rios que nascem

nas encostas da Serra do Mar, nas Colinas e nos Maciços Costeiros, desaguando na Baía de Guanabara. A bacia do rio

Iguaçu possui dois afluentes importantes para o município: os rios Botas e Sarapuí. [14]

Drenando uma área de 726 km² e abrangendo parte dos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Nilópolis, Nova

Iguaçu, Rio de Janeiro e São João de Meriti, a bacia hidrográfica do Rio Iguaçu tem suas nascentes localizadas na Serra do

Tinguá; seu curso se desenvolve no sentido sudoeste, com uma extensão total de 43 km e desaguando na Baía de

Guanabara. Os rios Capivari, Pati eTinguá, à margem esquerda, e Botas e Sarapuí à margem direita, são os principais

afluentes do rio Iguaçu. [14]

A qualidade dos rios Botas e Sarapuí, de acordo com a Resolução CONAMA, enquadram-se na Classe 2: são corpos d'água

que podem ser aproveitados para o abastecimento doméstico, caso sejam tratados convencionalmente. Com os devidos

cuidados, estas águas também são aptas para a proteção de comunidades aquáticas, recreação de contato primário, plantas

frutíferas e irrigação de hortaliças, e criação natural e/ou intensiva de espécies destinadas à alimentação humana. [14]

Todavia, tais rios encontram-se bastante poluídos, sendo comparados a valas de esgoto a céu aberto, com sérios indicativos

de poluição orgânica e fecal e metais pesados como o níquel e o chumbo. Segundo a FEEMA, verifica-se, também, a

presença de cádmio,cromo e ferro. [14]

Clima

O clima é Tropical apresentando temperaturas médias mensais entre 21 ºC e 27 °C, com média anual de 26 °C. A

precipitação anual fica em torno de 1.229 mm. O período mais chuvoso inicia-se em novembro e termina em março, e o mais

seco vai de junho a agosto.[15]

Por estar situada próxima ao Trópico de Capricórnio, a Baixada Fluminense sofre influência de ventos vindos da Amazônia e

do Oceano Atlântico. E por ser uma baixada, os ventos não batem muito na altura do chão, aumentando a sensação de calor,

com a temperatura passando frequentemente dos 30 ºC. [15]