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Teologia Escolástica por Algeir, Kátia, Renan e Wilson colaboração especial - Railma Séc. XI - XIV

Historia Do Cristianismo Teologia Escolastica

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Teologia Escolástica

por Algeir, Kátia, Renan e Wilsoncolaboração especial - Railma

Séc. XI - XIV

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Fase Inicial ■ Considerações Gerais■ O termo escolástica refere-se à teologia que tomou forma

nas universidades ocidentais, principiando em meados do século XI, alcançando seu apogeu no século XIII, e deteriorando na Baixa Idade Média, sendo finalmente destruída pelo humanismo e pela Reforma.

■ O caráter distintivo da escolástica foi seu emprego do método filosófico.

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A Ceia do SENHOR

■ A controvérsia doutrinária

• Berengário de Tours – não concordava que os elementos fossem transformados pelas palavras de consagração; apenas recebem conteúdo novo (espiritual); •Lanfranc (arcebispo de Cantuária) – opositor de Berengário; os elementos se transformam, Cristo presente na hóstia para crentes e ímpios; não aceitava a impanação; •Teoria da consubstanciação – o pão retém sua substância e o corpo glorificado de Cristo desce ao pão pela consagração, uni-se, mas completo em cada partícula do pão sacramental;• Doutrina da transubstanciação – a substância do pão e do vinho é transformada pela consagração no corpo e sangue de Cristo.

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Nominalismo x Realismo

■ Nominalismo – sustentava que os conceitos universais do homem nada são além de figuras, palavras ou nomes, que usamos para identificar o que é comum a vários objetos da mesma categoria.

■ Contradizia a doutrina da igreja sobre Trindade e Cristologia – “se não é possível distinguir entre um objeto e suas qualidades, então também não se pode distinguir entre Deus e suas relações...”

■ Realismo – os conceitos que não são percebidos pelos sentidos mas que são formados pelos nossos poderes racionais, representam algo real, uma espécie mais elevada da realidade, que só a razão entende.

■ A doutrina da Trindade - pressupõe uma distinção entre a substância de Deus e as três pessoas da Divindade, e assim, conclui-se que se atribui realidade à própria substância.

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■ Acerca da Cristologia, Anselmo argumentou:

Se uma pessoa não distingue entre o homem individual e o conceito universal de homem, como é possível crer que o Filho de Deus assumiu a natureza humana? Pois Cristo não assumiu uma pessoa humana, mas apenas uma natureza humana.

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O Desenvolvimento do Método Teológico A Igreja Oriental contentou-se em preservar as decisões dogmáticas

dos pais eclesiásticos; Anselmo - foi o responsável pelo desenvolvimento escolástico da

tradição herdada. Seu ponto de partida para o pensamento teológico era uma fé viva “Quem não crer não pode compreender”. Empregou os poderes da razão para em seu exame das bases racionais da verdade revelada.

Pedro Abelardo - introduziu o método dialético e tentava combinar autoridade e razão, fé e erudição independente;

Hugo e Ricardo de S. Vitor – combinaram especulação racional com envolvimento contemplativo. Hugo escreveu De sacramentis christianae fidei e Ricardo sobre a Trindade (6 volumes).

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FÉ E RAZÃO

Anselmo e Agostinho, com respeito á relação entre fé e razão, representava a posição que se caracterizava pela expressão: “Creio para que possa compreender”, baseando suas opiniões nas palavras encontradas em Is 7.9 (Vulgata): “Se não creres, não compreenderás”, enfatizam que a fé é o pressuposto para a percepção racional da verdade revelada. “Compreender é a recompensa da fé” (Agostinho).

Segundo Anselmo o homem não chega á fé através da razão; mas, pelo contrário, a compreensão vem pela fé. O papel da razão é simplesmente o de esclarecer, que as verdades da fé são necessárias mesmo quando consideradas do ponto de vista da lógica e da razão.

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A Teoria da Expiação segundo Anselmo A questão empregada como ponto de partida por Anselmo foi a seguinte: Com que fundamento ou por quais razões urgentes Deus tornou-se homem, de modo que, por sua morte, como cremos e confessamos, ele deu vida ao mundo? Por que fez ele isto, uma vez que podia ter sido feito ou através de outra pessoa, anjo ou homem, ou simplesmente por sua vontade?

Cristo que é tanto Deus como homem e, portanto o único que podia remir a culpa dos homens. Esta satisfação foi feita, segundo Anselmo, não mediante a vida de Cristo, pois sua obediência era apenas aquilo que devia a Deus, mas antes por intermédio de sua morte. Cristo não estava sujeito a morte, mas sujeitou-se voluntariamente a ela, adquirindo desta maneira o mérito que para todo o sempre remirá os pecados de todos os homens.

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O PROBLEMA DA GRAÇA E NATUREZA

O escolasticismo da fase inicial baseava sua exposição da graça e da justificação na herança agostiniana, nessa época não havia uma distinção entre graça e natureza. Anselmo e Pedro Lombardo descreviam a obra da graça especialmente como restauração da natureza.

Como resultado da queda, o homem perdeu a retidão de sua vontade e, portanto lhe falta a possibilidade de ser justo em virtude de seu próprio poder. A justiça depende da retidão da vontade, não pode ser alcançada por ação da vontade do homem. Assim ocorre que o homem só pode ser justificado pela graça.

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Alta Escolástica – Tomás de Aquino■ A filosofia neoplatônica (ou agostiniana) e a aristotélica

= doutrina da alta escolática■ Escola Franciscana■ Alexandre Hales (1180-1245): Fundador da alta

escolástica; aceitava a Teoria da Iluminação de Agostinho, introduziu certas categorias aristotélicas.

■ Boaventura (1221-1274) também aceitava a Teoria da Iluminação; Deus cria o mundo material e coloca as rationes seminales; tudo, mesmo o conhecimento natural , tem sua origem divina, reuniu erudição escolástica com algum misticismo.

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Escola DominicanaAlberto Magno (1193 ou 1206-1280), o “Doctor Universalis”, tenta conciliar filosofia platonista e aristotélica; procurou harmonizar o aristotelismo com a doutrina da fé; lançou os fundamentos para Tomás de Aquino.

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Tomás de Aquino■ Origem Nascido em 1224 ou

1225, no castelo perto de Roccasecca, Itália; Na Universidade de Nápoles teve contato com a filosofia aristotélica e, mais tarde, entrou para a ordem dominicana; estudou filosofia e teologia em Colônia; morre em 07 de março de 1274, em Paris, aos 50 anos. Foi conhecido como o principal expoente do escolasticismo tendo como sua maior e mais conhecida obra a Suma Teológica.

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O método teológico Aristóteles, uma autoridade, com relação à lógica e a metafisica, e um problema, quanto a doutrina cristã; uma relação entre o conhecimento natural e a revelação divina, para buscar algum conhecimento sobre Deus; teologia e ciência estavam em harmonia, bem como fé e razão, afinal teologia é uma ciência.

Conceito de fé e da teologia natural Tomás de Aquino: “A imagem de Deus não se encontra nem na criatura racional, a não ser na mente”. O homem pode conhecer a Deus e compreendê-lo examinando a ordem natural da criação. Cinco maneira de demonstrar a existência de Deus, baseado na filosofia de Aristóteles: movimento, causa eficiente, necessidade, perfeição e a ordem das coisas.

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A doutrina de Deus A essência e a existência de Deus são idênticas; não existe nada que Deus deveria ser ou poderia se tornar, que já não seja agora; é o Deus do teísmo cristão clássico, Aquino: “Deus é a própria existência subsistente por si mesma. Consequentemente, ele precisa conter dentro de si a absoluta perfeição da existência”; também, “Deus é imutável e assim permanece, embora seja verdade que existam criaturas que são criadas e sustentada por ele”; .a vontade de Deus = ordem que ele estabeleceu.

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Doutrina da Graça Prioridade da graça em relação ao livre arbítrio: o homem é incapaz, por sua própria força, de preparar-se para receber a graça; a justificação é obra sobrenatural: graça infusa. Gratia elevans - a graça eleva a natureza humana a um nível superior; a graça justificante coincide com o amor infuso; não há mérito na justificação: só é necessário reter os dons da graça e alcançar a bem-aventurança (beatitudo).

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Duns Scotus

•Filósofo e teólogo • Nasceu em 1265, em Maxion, na Escócia.• Aos 15 anos ingressou na Ordem dos Franciscanos e iniciou seus estudos na Escócia.• Foi para a Universidade de Oxford, na Inglaterra, vindo a ser professor de Teologia. • Foi para a França fazer doutorado em Teologia, vindo a concluí-lo em 1305. •1307 mudou-se para Colônia/Alemanha, morrendo prematuramente, em 1308 (43 a).

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■ Doutrina da Graça: mérito e recompensa. Existem dois tipos – a graça incriada e a graça criada (graça infusa). Esta é transmitida pelos sacramentos, realiza a justificação e produz boas obras. A Graça é poder interno que acentua as qualidades naturais do homem e lhe confere virtudes sobrenaturais. Pode se perdida, mas é reconquistada pela penitência.

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SACRAMENTOS 

■ Sinais físicos destinados a proteger e realçar a vida do espírito. Era portadores da graça que resultava do sofrimento substituto de Cristo e externalizados e justificados através de dois aspectos: matéria e forma.

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Batismo – é o novo nascimento. Matéria: a água Forma - Ego te baptizo in nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti.

Confirmação – é a força para o crescimento espiritual. •Matéria: óleo de bálsamo•Forma – Consigno te signo crucis et confirmo te chrismate salutis in nome Patris.

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■ Ceia do Senhor – é a nutrição espiritual. ■ Aquino: Transubstanciação■ Scotus: Consubstanciação ou impanação

Penitência – remove a enfermidade do pecado. • Matéria: contrição do coração, confissão com a boca e a satisfação prescrita pelo sacerdote (orações, jejuns e esmolas).• Forma – absolvição: Ego te absolvo (as chaves do céu nas mãos dos sacerdotes).

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Extrema unção – toma conta dos restos dos pecados. Matéria: óleoForma – as orações.

Ordenação – direito de governar os outros pelo ofício clerical. Proporciona graça santificante por intermédio de sinal visível.

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Matrimônio – visa aumentar numericamente a igreja e está relacionado à instância espiritual e civil.

■ Simbolizava o amor de Cristo pela igreja (Ef. 5).

■ A forma: consensus expresso verbalmente

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A FASE FINAL DA ESCOLASTICA

■ O OCAMISMO

■ O fundador e principal representante desta escola foi Guilherme de Occam, desenvolveu sua epistemologia para tratar do problema do conhecimento teológico. Sua critica se dirigia contra a assim chamada prova da existência de Deus, pressupunha que podemos perceber a existência de Deus devido a nosso conhecimento do elemento universal das coisas que vemos. Para Occam não se pode provar racionalmente que Deus é a primeira causa de todas as coisas, o fato que Deus é infinito, devem ser considerados confissões de fé e nada mais.

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■ Diferentemente de Tomás de Aquino, Occan não considerava a teologia uma ciência. De acordo com Occam, a teologia deve basear-se na fé infusa. O que queria ele dizer com fé? Acima de tudo, a inclinação de crer na verdade bíblica.

■ Toda a ética ocamista era marcada pelo mesmo ponto de vista. O que é bom é bom porque Deus assim o considera. Não há mandamentos eternos, e aqueles que existem são válidos por causa do poder da vontade de Deus.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

■ CAIRNS, Earle E. O cristianismo através dos séculos: uma história da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, 1995.

■ HÄGGLUND, Bengt. História da teologia. Porto Alegre: Concórdia, 2003.

■ MCGRATH, Alister E. Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução a teologia cristã. São Paulo: Shedd Publicações, 2005.

■ OLSON, Roger E. História da teologia cristã: 2000 anos de tradição e reformas. São Paulo: Vida, 2001.