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HISTÓRIA NAS IMAGENS ARQUITETURA DE DUAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES i PARA CRIANÇAS PEQUENAS EM FLORIANÓPOLIS Adriana de Souza Broering - Udesc ii ([email protected]) RESUMO O presente artigo apresenta e analisa duas imagens de instituições escolares edificadas no município de Florianópolis: uma construída no final do século XIX, para receber a elite da cidade; a outra, na década de 1970, para atender às crianças pequenas das famílias pobres. Tem por objetivo investigar a história da educação infantil pública no município, interpretando a cultura material escolar. Reflete sobre os dois encaminhamentos e oferece uma análise da arquitetura e dos espaços escolares como caminhos para uma investigação da história da educação. Pelas imagens, apresenta a Vista Panorâmica da Capela e do Colégio Coração de Jesus no início do século XX e a Vista da Capela de Santo Antônio e Maria Gorete, em 1976. Dá relevância às fotografias e as considera documentos, evidenciando suas potencialidades na investigação, organização e compreensão acerca da cultura material escolar desses períodos. Destaca fronteiras percebidas nos dois tipos de atendimento. O do Colégio Coração de Jesus, como a primeira instituição particular de Florianópolis a oferecer educação para crianças pequenas das classes mais favorecidas, com a abertura do jardim de infância em 1914. A imagem permite perceber a suntuosidade da construção: parece "um castelo", e, por essa linguagem não-verbal, remete a valores e significados simbólicos mais ou menos aparentes. A segunda imagem a da velha igreja de madeira, adaptada para ser um novo espaço educativo acolhe o nascimento da primeira instituição pública de educação infantil do município de Florianópolis, no bairro Coloninha, para atendimento de classes populares. Imagem que à primeira vista impacta, mas atende à recomendação do aproveitamento de espaços ociosos da comunidade prescrita no documento Educação Pré-Escolar: uma nova perspectiva nacional, publicado pelo MEC em 1975, por ocasião da implantação da educação pré- escolar em massa no Brasil. Embora nas fotos as imagens sejam contrastantes, as histórias dessas duas instituições se cruzam quando o Colégio Coração de Jesus forma as primeiras professoras e a coordenadora que irão compor, em 1976, o quadro inicial para trabalhar na educação infantil pública do município. Na sequência, o artigo também reflete sobre os tipos de construção, espaço e materiais oferecidos na rede municipal para atender institucionalmente às infâncias. Destaca que, diferentemente das professoras que trabalhavam no “castelo”, as novas professoras da rede pública teriam que ajudar a “construir um castelo” para as crianças pobres na velha igreja de madeira, adaptada para ser o seu “novo” espaço educativo. As imagens estabelecem a relação entre rede particular e rede pública em seus inícios. Ao cruzar outras fontes, evidenciam-se, numa e noutra, os propósitos que as orientavam. Por fim, questiona se essas escolhas repercutiram no atendimento prestado às crianças e se as construções, as de ontem e as de hoje, permitem ver as concepções de infância constituídas histórica e socialmente. Palavras-chave: Instituições Escolares. Arquitetura e espaço escolar. Criança.

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HISTÓRIA NAS IMAGENS ARQUITETURA DE DUAS INSTITUIÇÕES

ESCOLARESi PARA CRIANÇAS PEQUENAS EM FLORIANÓPOLIS

Adriana de Souza Broering - Udescii

([email protected])

RESUMO

O presente artigo apresenta e analisa duas imagens de instituições escolares edificadas

no município de Florianópolis: uma construída no final do século XIX, para receber a

elite da cidade; a outra, na década de 1970, para atender às crianças pequenas das

famílias pobres. Tem por objetivo investigar a história da educação infantil pública no

município, interpretando a cultura material escolar. Reflete sobre os dois

encaminhamentos e oferece uma análise da arquitetura e dos espaços escolares como

caminhos para uma investigação da história da educação. Pelas imagens, apresenta a

Vista Panorâmica da Capela e do Colégio Coração de Jesus no início do século XX e a

Vista da Capela de Santo Antônio e Maria Gorete, em 1976. Dá relevância às

fotografias e as considera documentos, evidenciando suas potencialidades na

investigação, organização e compreensão acerca da cultura material escolar desses

períodos. Destaca fronteiras percebidas nos dois tipos de atendimento. O do Colégio

Coração de Jesus, como a primeira instituição particular de Florianópolis a oferecer

educação para crianças pequenas das classes mais favorecidas, com a abertura do jardim

de infância em 1914. A imagem permite perceber a suntuosidade da construção: parece

"um castelo", e, por essa linguagem não-verbal, remete a valores e significados

simbólicos mais ou menos aparentes. A segunda imagem – a da velha igreja de madeira,

adaptada para ser um novo espaço educativo – acolhe o nascimento da primeira

instituição pública de educação infantil do município de Florianópolis, no bairro

Coloninha, para atendimento de classes populares. Imagem que à primeira vista

impacta, mas atende à recomendação do aproveitamento de espaços ociosos da

comunidade prescrita no documento Educação Pré-Escolar: uma nova perspectiva

nacional, publicado pelo MEC em 1975, por ocasião da implantação da educação pré-

escolar em massa no Brasil. Embora nas fotos as imagens sejam contrastantes, as

histórias dessas duas instituições se cruzam quando o Colégio Coração de Jesus forma

as primeiras professoras e a coordenadora que irão compor, em 1976, o quadro inicial

para trabalhar na educação infantil pública do município. Na sequência, o artigo

também reflete sobre os tipos de construção, espaço e materiais oferecidos na rede

municipal para atender institucionalmente às infâncias. Destaca que, diferentemente das

professoras que trabalhavam no “castelo”, as novas professoras da rede pública teriam

que ajudar a “construir um castelo” para as crianças pobres na velha igreja de madeira,

adaptada para ser o seu “novo” espaço educativo. As imagens estabelecem a relação

entre rede particular e rede pública em seus inícios. Ao cruzar outras fontes,

evidenciam-se, numa e noutra, os propósitos que as orientavam. Por fim, questiona se

essas escolhas repercutiram no atendimento prestado às crianças e se as construções, as

de ontem e as de hoje, permitem ver as concepções de infância constituídas histórica e

socialmente.

Palavras-chave: Instituições Escolares. Arquitetura e espaço escolar. Criança.

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1 INTRODUÇÃO

O campo da pesquisa histórica, desde a década de 1950, tem passado por um

grande processo de renovação teórica e metodológica. Com outra abordagem dos

aspectos da realidade social, a história passa a ser vista como um campo que deve

abranger diferentes aspectos da existência humana – social, econômico, político,

cultural, educacional. Talvez a maior contribuição desse momento tenha sido a de

colocar em xeque a ideia de que a história produzia verdades e saberes absolutos.

A história cultural, como nova vertente, ganha espaço nas últimas décadas do

século XX. Na abordagem dos eventos, procura dar relevância também aos aspectos

subjetivos que compõem a realidade de um sujeito ou de um tempo histórico,

privilegiando objetos, domínios e métodos bem diferentes, envolvendo temáticas

ligadas ao cotidiano, à micro-história, às sensibilidades, ao imaginário e às

representações. Desdobramentos que motivaram os estudos em história da cultura

escolar, compreendida por Frago (1995)iii

como conjunto de práticas e condutas, modos

de vida, hábitos e ritos, objetos materiais e modos de pensar, assim como significados e

ideias compartilhadas.

Com os estudos da cultura escolar, a renovação na área e a preocupação

crescente dos historiadores em relação às fontes de pesquisa e da memória educacional,

definiu-se um domínio que será próprio da cultura material escolar. A essa área vai

interessar os artefatos, as edificações, o mobiliário, os materiais didáticos, os recursos

audiovisuais, as novas tecnologias relacionadas à educação escolarizada, como

“também a intrínseca relação que os objetos guardam com a produção de sentido e com

a problemática da reprodução social” (SOUZA, 2007, p. 170).

No diálogo com os referenciais aqui indicados, é importante observar o que esse

espaço ocupado social e culturalmente por um grupo de adultos e crianças indica, ao

compreender o espaço como “um constructo cultural que expressa e reflete, para além

de sua materialidade, determinados discursos” (ESCOLANO, 1998, p. 26). Pelo mesmo

motivo, a pesquisa sobre as instituições escolares se caracteriza como importante

estratégia para estudar a história e a filosofia da educação, uma vez que estão

impregnadas pelos valores da cada época. A arquitetura e o espaço escolar definido a partir

de concepções, leis, decretos e demais atos normativos, bem como as apropriações,

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carregam uma linguagem que, justamente por seus múltiplos usos, assumem diferentes

significados e sentidos ao longo dos tempos (BENCOSTTA, 2007).

1.1 HISTÓRIA DA INFÂNCIA: INSTITUIÇÕES PARA CRIANÇAS RICAS E

POBRES

A partir da mudança de percepção que a sociedade veio desenvolvendo acerca

da criança e sua infância, passa-se a entender que a escola destinada aos pequenos

deveria ser diferente daquela destinada às outras crianças e aos adultos. Nesse processo,

a Educação Infantil, como modalidade de atendimento, nasce na Europa somente na

metade do século XIX. No Brasil, a educação das crianças pequenas surgiu no final do

século XIX, com a criação dos jardins de infância, marcadamente para atender às

classes abastadas. Tizuko Kishimoto (1988, p. 91) ao escrever sobre estas instituições

afirma que a gênese da Educação Infantil brasileira se volta para o atendimento às

crianças de classes mais favorecidas, que tinham acesso a um programa de caráter

pedagógico e educacional que vinha ao encontro dos discursos de civilidade da época e

das necessidades de modernização da escola.

Foi assim que o modelo europeu dos jardins de infância, criado por Froebeliv

,

acabou destinado às crianças das classes mais favorecidas no Brasil. As crianças das

classes populares só tiveram acesso a ela com a criação das creches, no século XX, em

instituições com a finalidade de atender a uma clientela bastante diferenciada, filhos da

classe trabalhadora e desassistidos econômica e socialmente (FARIA, 1997). No

percurso do cuidado com as crianças pequenas, como estratégias para “salvar” as

crianças carentes, também tivemos os asilos e a roda dos expostos, que por mais de um

século foi a única instituição de assistência à criança abandonada. Este tipo de

atendimento se prolongou até meados de 1950. Por meio da roda dos expostos, um

número significativo de creches foi criado por conta de organizações filantrópicas, com

enfoque no cuidado e na guarda das crianças (OLIVEIRA, 2002). O assistencialismo, de

acordo com Kuhlmann Jr. (2005), tem-se configurado como concepção ou proposta

educacional desde a constituição das instituições destinadas à infância pobre.

Observa-se que a institucionalização desse tipo de educação e para esse público

é constituída por muitas histórias. Seja em nível mundial, nacional, municipal ou nos

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espaços educativos, cada experiência, estando elas interligadas ou não, são histórias que

vão ajudando a compor, como “quadros”, uma imagem. Grandes ou pequenas ações e

projetos, determinações legais, diretrizes governamentais, programas educacionais, são

também formas e matizes, conteúdos, enfim, que entram naquela imagem. Fazem parte

da história!

Pode-se pensar em uma imagem que vai sendo construída em diferentes tempos

e espaços, por várias mãos, uma vez que a trajetória histórica da educação infantil vai

sendo composta com a participação de todos - desde governantes até a sociedade civil,

dos trabalhadores da educação aos teóricos da área. Incluam-se nessa imagem tanto as

histórias dos sujeitos quanto toda a materialidade requerida pelo processo, uma vez que

os materiais para uso escolar são observados como importantes instrumentos de ensino

e aprendizagem há bastante tempo. Já os textos de Comenius, no século XVI, indicavam

tal preocupação. Neste sentido, podem-se destacar, no século XVIII, a invenção da

lousa e a utilização de novos artefatos no ensino mútuo. Já no século XIX destacam-se a

construção de prédios escolares, o surgimento de moderno mobiliário escolar e novos

materiais de ensino. A partir do século XIX, potencializa-se o processo de constituição

dos sistemas nacionais de ensino. Com o desenvolvimento do capitalismo, há uma

ampliação e proliferação diferenciada dos materiais de ensino, juntamente com uma

moderna pedagogia (SOUZA, 2007).

1.2 COMPONDO A CENA: IMAGENS QUE CONTAM HISTÓRIAS

Como já sinalizado, a institucionalização da infância é composta por histórias

não-lineares, constituídas em diferentes tempos e espaços. As questões que envolvem

tal trajetória nos levam a pensar que, para além das histórias macro, há pequenas

histórias e sem considerar cada uma delas, não seria possível constituir uma história

dessa área.

As imagens fotográficas do universus scholaris, utilizadas como fonte de

pesquisa histórica das instituições educacionais, “têm demonstrado potencial analítico

suficiente para colaborar na busca e organização de compreensões e explicações acerca

da cultura escolar manifestada nos ambientes em que ela interage” (BENCOSTTA,

2002, p. 24). Trata-se de um instrumento relativamente novo como fonte de

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investigação para a história. Ainda são poucos os estudos preocupados com a história e

a memória através das imagens, embora algumas pesquisas na História da Educação, no

desafio para a reconstrução de memórias, venham associando as imagens, como fontes

de pesquisa, aos documentos textuais, orais, arqueológicos e arquitetônicos.

Ultrapassando seu aspecto ilustrativo, essa fonte nos ajuda a olhar através das

imagens, pois, como afirma Ana Maria Mauad (2004, p. 22), parafraseando Jacques Le

Goff, cabe “considerar a fotografia, simultaneamente, como imagem/documento e como

imagem/monumento”.

As imagens apresentadas nesse artigo foram recolhidas em diferentes arquivos.

A figura 1, obtida em pesquisa realizada na internet, apresenta uma tomada panorâmica

de um conceituado colégio situado no centro da cidade. A figura 2, “garimpada”,

segundo suas próprias palavras, pela professora Luciana Ostetto nos arquivos do jornal

O Estado, está disponibilizada no livro Educação Infantil em Florianópolis, 2000.

Teremos, nas duas imagens capturadas, outros ângulos, novas interpretações e a

possibilidade de refletir sobre as realidades vividas por duas diferentes infâncias no

município de Florianópolis. Acreditamos que, cruzadas com outras fontes, possam

fornecer pistas para pensar em que medida a história que elas ajudam a contar pode

contribuir para a construção das concepções sobre os sujeitos envolvidos e para

compreender a trajetória da educação das crianças pequenas no referido município.

Considerar as relações entre a arquitetura das instituições educativas e as classes

sociais a que se destinam pode elucidar fatos, tanto sobre as políticas educacionais

quanto sobre as concepções que teriam contribuído para a efetivação e/ou para a

alteração na forma da estrutura física oferecida. Caberia avaliar em que medida essa

arquitetura pode influenciar na constituição bio, psicossocial, cultural e educacional dos

sujeitos envolvidos. O que teria motivado o aparecimento de um e de outro formato são

fatos que passaremos a observar na continuidade da presente reflexão.

Fundado no final do século XIX pela Congregação das Irmãs da Divina

Providência, o Colégio Coração de Jesus está situado, desde 1898, no centro da cidade

de Florianópolis, representado por uma imponente obra arquitetônica. “Tratava-se de

uma instituição destinada à formação das elites e dirigida por freiras de ascendência

germânica, que traziam da Alemanha vasta experiência na educação de jovens e de

meninas” (GARCIA, 2007, p. 113). Ao longo dos anos, o colégio expandiu-se, tanto na

estrutura física quanto pedagógica, e transformou-se em um dos mais importantes

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estabelecimentos escolares de Santa Catarina, inclusive incorporando as funções de

Curso Normal - equiparado à Escola Normal Catarinense em 1919 -, formando a

primeira turma de normalistas em 1921 (BOPPRÉ, 1989).

Figura 1: Vista Panorâmica da Capela e do Colégio Coração de Jesus, no início do século XX

Fonte: Disponível em: http://floripendio.blogspot.com/2010/05/florianopolis-antigo.html Acesso em: 5

jul. 2011

Chama a atenção, na imagem, a suntuosidade da construção. Ela, de fato,

corresponde à preocupação da época, pois, no Brasil, a partir da segunda metade do

século XIX, há uma preocupação com um lugar ou espaço específico para a construção

de escolas. Na imagem, destaca-se a imponente arquitetura, situada em área alta, que se

destaca na paisagem da cidade. Se olharmos sem a devida contextualização, a imagem

poderia muito bem corresponder à representação de um castelo, mas é uma instituição

de ensino.

Sabemos que toda construção é portadora de uma identidade arquitetônica que

comunica, traz mensagens. Tanto a arquitetura quanto sua localização podem compor

elementos portadores de discursos. Também a arquitetura escolar tem sido observada

por seu discurso material, por essa linguagem não-verbal que transmite hierarquias,

valores, significados simbólicos mais ou menos aparentes (VINÃO, 2005). Seria a

mensagem desta instituição que atendia às camadas mais abastadas da sociedade? Quem

olha vê um lugar nobre. A pergunta, lógica, é sobre a relação: haveria relação entre

lugar nobre e função nobre para pessoas nobres?

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Este colégio foi a primeira instituição da cidade, com a abertura do jardim de

infância em fevereiro de 1914, a oferecer educação a crianças pequenas de 4 a 7 anos.

Em alguma medida, cerca de 40 anos após a criação inicial no Rio de Janeiro, aqui

também nasce o jardim de infância, que não foge à sua origem, voltado ao atendimento

das crianças de classes mais favorecidas, seguindo o mesmo caráter pedagógico e

educacional.

Já a educação infantil pública teve aqui início no ano de 1976, com a criação do

Projeto Núcleos de Educação Infantil, pelo Departamento de Educação da então

Secretaria de Educação, Saúde e Assistência Social (Sesas).

A “nova escola” nasceu numa velha igreja cedida para atender às crianças

pequenas da periferia. A velha igreja de madeira, adaptada para ser um novo espaço

educativo, acolhe o nascimento da primeira instituição de educação infantil do

município de Florianópolis, o Núcleo de Educação Infantil – NEI –, no bairro

Coloninha, situado no continente.

Figura 2: Vista Frontal da Capela de Santo Antônio e Maria Gorete em 1976

Fonte: Ostetto, 2000 (contracapa).

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Vemos, ao fundo, uma construção de madeira com duas janelas pequenas na

parte superior e uma porta bem no centro da edificação. Há uma cruz fixada no centro,

no ponto mais alto do telhado. Na frente dessa construção, há crianças pequenas

brincando - ao que tudo indica – livremente, em um “tanque de areia” sob a observação

de um adulto.

Tomamos como ponto de partida, para a análise, a presença da cruz que, mesmo

não sendo muito grande, marca a posição do fotógrafo em mantê-la no enquadramento

da sua máquina na hora do registro, e que o espaço, mesmo não sendo mais o de uma

igreja, mantém afixada a cruz. O detalhe nos remete ao conceito de punctum de Barthes

(1987). Para o autor punctum é aquilo que desperta a subjetividade sem uma explicação

palpável, neste “extracampo sutil” podemos afirmar que a cruz chama a atenção.

Mesmo sem um motivo específico, o olho é atraído para a pequena cruz. Por que ela nos

toca?

Fernando Azevedo (1943, p. 244) ao afirmar que a cultura brasileira é construída

sob a égide da cultura católica destaca que a religião teve, no período colonial, uma

influência sem dúvida preponderante, e quase exclusiva, na organização do sistema de cultura

que, tanto no seu conteúdo como nas suas formas e instituições, acusa fortemente essas relações

de estreita dependência entre cultura e religião .

Ainda na década de 1970, essa intrínseca ligação continuava explícita no

município de Florianópolis, tanto porque foi a igreja católica, através da Congregação

das Irmãs da Divina Providência, que conduziu a formação das professoras contratadas

para trabalhar na educação infantil, quanto por ter cedido o espaço ao poder público,

“temporariamente, mediante pagamento simbólico”, para o atendimento das crianças

(OSTETTO, 2000, p. 48). Desta forma, é possível constatar que a educação infantil no

município de Florianópolis ainda estava, naquela época, imbricada com uma cultura

cristã. Não se trata de avaliar, neste momento, se isso foi importante ou não; trata-se tão

somente de constatar que esse período histórico teve essa marca.

Ao observar a imagem, percebemos que há múltiplos caminhos para entendê-la,

sendo preciso, antes de tudo, considerar sua vinculação com o contexto sócio, político,

cultural e pedagógico do período. Para tanto, quando se investiga a expansão das

creches e pré-escolas no Brasil, outros dados precisam ser considerados. Como aponta

Zilma de Oliveira, (2002), não se podem desconsiderar fatores como a crise do regime

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militar, o crescimento urbano, a participação crescente das mulheres no mercado de

trabalho e a reconfiguração do perfil familiar.

Hoje, olhar para esta imagem pode causar certo estranhamento, mas o

aproveitamento desse tipo de espaço – “lugares ociosos da comunidadev – era

estimulado pelo então Ministério da Educação e Cultura (MEC), já que, além de ociosa,

a estrutura física era considerada suficiente para atendimento de crianças em idade pré-

escolar, cumprindo o que propunha a nova perspectiva nacional para a educação pré-

escolar (MEC, 1975, p. 13-14) de utilizar sempre os espaços físicos disponíveis na

comunidade, evitando a construção de prédios específicos.

Acompanhando a trajetória do Brasil, que na década de 1970 vivia uma rápida

expansão dessa cobertura e o discurso corrente era o de encontrar soluções a curto prazo

para os problemas da infância, como podemos observar, a orientação foi recebida e

posta em prática em Florianópolis.

Acreditamos que tais práticas, em muitos sentidos, são encaminhadas pelas

condições materiais apresentadas. Assim, concordamos com Rosa Fátima de Souza

quando enfatiza que “o estudo histórico dos materiais pode ser um instrumento valioso

para decifrar a cultura escolar” (2007, p. 179).

1.3 ONDE AS DUAS HISTÓRIAS SE CRUZAM

O Colégio Coração de Jesus, primeira instituição de Florianópolis a oferecer

educação a crianças pequenas no município, também formava professores. Ostetto

(2000, p. 45) aponta o lugar de destaque do referido colégio em relação à formação de

professores na década de 1970:

Ao que tudo indica, é conveniente ressaltar, o Colégio Coração de

Jesus era uma referência forte em termos de educação privada no

município e, portanto, frequentar seu curso magistério, praticamente o

único de Florianópolis, colocava em evidência as alunas que nele se

formavam.

A pesquisadora ainda destaca outra “novidade”, oferecida por essa instituição,

um curso de férias, portanto, não-regular, que formava para a educação pré-escolar já na

década de 1960. Na década de 1970, época da criação da Rede Municipal de Educação

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Infantil (RMEI), o Colégio Coração de Jesus já era referência na formação de

professoras.

O colégio, que se destaca na paisagem, na vida social e cultural da cidade

atendendo às crianças das famílias mais abastadas, forma também as primeiras

professoras e a coordenadora que vão compor o quadro inicial para trabalhar na

educação infantil pública do município. Este fato era tão relevante, na época, que, ao

noticiar a criação de um espaço para atender a crianças carentes, o jornal O Estado, do

dia 22 de fevereiro de 1976, esclarece que “a elaboração do projeto contou com a

colaboração da professora Telma de Souza, que trabalhava no Colégio Coração de

Jesus” (OSTETTO, 2000, p. 45).

Ostetto (2000) traz indicativos de que o livro “Vida e Educação no Jardim de

Infância”,vi

de Heloisa Marinho, era utilizado no Colégio Coração de Jesus. Embora o

livro não fosse referenciado no projeto de 1976 da Secretaria de Educação, Saúde e

Assistência Social (Sesas), em entrevista, a coordenadora da educação infantil do

município cita o livro que, segundo suas palavras, “era a nossa Bíblia” (p. 110).

Com isso, vamos constatando que tanto as professoras que trabalhavam no

Colégio Coração de Jesus, quanto as que de lá saíram para trabalhar com as crianças

dessa nova rede municipal tiveram a mesma formação. As semelhanças param por aí.

Enquanto “no castelo” as professoras trabalhavam com as crianças ricas, as novas

professoras da rede teriam que ajudar a “construir um castelo” para as crianças pobres,

na velha igreja de madeira, adaptada para ser o seu “novo” espaço educativo.

Não é por acaso que já naquela época a história apresenta um dualismo

demarcado entre rede pública e rede particular. Considerando os encaminhamentos do

governo federal nesse período, o tipo de estrutura física apresentada na segunda imagem

era considerado “suficiente”, para atender às crianças em idade pré-escolar, à vista dos

termos do documento referido, que expressamente visa, entre outros objetivos, diminuir

de modo significativo as despesas do programa, além de permitir o mais rápido início de

sua implantação.

É preciso transitar pela história da educação para compreender e, quem sabe, a

partir daí, trazer novos significados e perspectivas para o cenário atual da educação; por

isso, é importante estudar as determinações legais e os encaminhamentos adotados na

implantação dessa rede.

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Em alguma medida, a trajetória da rede pública de educação infantil do

município de Florianópolis (RMEI) não foge ao fluxo seguido pela história da educação

infantil no Brasil. As orientações eram de que os recursos financeiros alocados para

despesas de capital seriam mais bem aplicados na adaptação de prédios e em sua

ampliação, de acordo com o documento (BRASIL, 1975, p. 13 e 14), determina que, se

algumas construções fossem necessárias, deveriam caracterizar-se pela simplicidade e

funcionalidade.

Aplicadas as orientações à velha igreja, nada mais pareceu necessário, no

propósito do atendimento, além da reorganização do espaço físico. Mesmo assim, há

outros dados já levantados que indicam que a rede de Educação Infantil da Prefeitura

Municipal de Florianópolis se diferencia, no cenário nacional, desde o projeto inicial de

sua criação, por dois aspectos bastante significativos: primeiro, por sua vinculação

direta à Secretaria de Educação;vii

segundo, apontado por Ostetto (2000), pelo fato de os

profissionais contratados serem professoras por formação. Deve-se considerar também

que naquele período ainda não havia uma legislação que assegurasse os direitos das

crianças – reconhecendo-as como cidadãs de direitos –, conquistas legais estabelecidas

pela Constituição Federal de 1988viii

.

A intenção de atender na velha igreja era “salvar” as crianças carentes, mas cabe

evidenciar que, no que tange a origem, regulamentações legais, diretrizes, currículos e

programações, o edifício, ainda que aparentemente precário, tenha “inicialmente

cumprido com a função primordial de atendimento às crianças chamadas „carentes‟,

guardando-as e alimentando-as enquanto suas mães trabalhavam fora do lar”

(OSTETTO, 2000, p. 28).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É necessário olhar a educação como fenômeno complexo, e procurar

contextualizar os encaminhamentos, inter-relacionando-os às realidades políticas,

econômicas, socioculturais do tempo. A história da educação é construída por escolhas e

pelos saberes dos sujeitos que a produzem. Colocamos aqui, em perspectiva, a análise

sobre o início da história da Educação Infantil em Florianópolis, embora reconheçamos

não existir uma única história. Ela será sempre uma representação do passado contada e

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lida a partir de objetivos, princípios, concepções, critérios, escolhas do sujeito que a

escreve.

Considerando os dois registros imagéticos, embora não possam por si só

expressar os acontecimentos, puderam alavancar reflexões acerca do tema. Acreditamos

que também contribuíram para pensar em que medida a arquitetura oferecida às crianças

tenha contribuído para a construção das concepções de educação, de sociedade, de

mundo para estes sujeitos de pouca idade. A cultura material escolar não deixa de ser

uma importante ferramenta teórica que permite vislumbrar tensões, contradições e

inovações presentes na relação entre sociedade, cultura, política, educação.

Outra reflexão possível é a de que todas as ações realizadas com as crianças,

para elas e junto com elas, devem ser consideradas num projeto educacional, pois tudo,

dentro de um espaço educacional, educa e imprime uma identidade, tanto a partir dos

sujeitos envolvidos, quanto da cultura escolar estabelecida. Desta forma, fica

evidenciado que uma construção pobre, em recursos e em estrutura física, não é um

espaço ideal para educar crianças. Que, independente das classes econômicas a que

pertençam, as crianças merecem e precisam ter condições dignas para viver suas

infâncias. Constamos, igualmente, que, embora a rede municipal tenha iniciado sua

trajetória seguindo encaminhamentos nacionais, tomou algumas decisões bastante

significativas que podem ter influído nessa história.

Inegavelmente, muito já se caminhou, mas, apesar de toda a trajetória de lutas da

sociedade civil, dos estudos específicos para a área nos últimos anos, das conquistas de

ordenamento legal, ainda vemos um tipo de educação para crianças de classes abastadas

e outra para crianças de classes menos favorecidas. De lá para cá, ao longo desses 36

anos, nesse processo de inserção da Educação Infantil na história da educação pública

do município, muitos foram os posicionamentos assumidos, seja na formação e

qualificação dos profissionais, seja na aquisição dos materiais, em arquitetura, no

tamanho e diversificação dos espaços das instituições para fins de expansão da rede.

Cada um desses encaminhamentos traz significados e contribuições para a constituição

das respectivas infâncias.

Deste modo, continuar a pesquisa e a luta para que a educação destinada

às crianças pequenas nessa rede seja um espaço que as conduza à inserção social só

contribuirá para que possam fazer parte de uma história da infância que será contada

muito mais pelo que conseguiu avançar e realizar do que por suas deficiências e falhas.

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NOTAS DE FIM DE TEXTO

i Adjetivo escolar está sendo utilizado aqui para ajudar a evidenciar o desejo dessas instituições “em

prestar determinado tipo de educação”. Prosseguindo com a argumentação de Kuhlmann Jr., 1999, p.

61/62, o entendimento passa pela indicação desse autor, quando indica que: “o adjetivo escolar não

definiria de antemão um modelo de organização pedagógica para a instituição. Definiria a natureza da

mesma – educacional -, no interior da qual se encontrariam estruturas e objetivos de ordens diversas: a

creche, a pré-escola, a escola de ensino fundamental, a escola técnica (de processamento de dados, de

análises laboratoriais, de construção civil e outras), etc.”

ii Aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), do Centro de Ciências Humanas e da

Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), na Linha de História e Historiografia

da Educação. E-mail: [email protected]

iii [...] práticas e condutas, modos de vida, hábitos e ritos – a história cotidiana do agir escolar -, objetos

materiais – função, uso, distribuição no espaço, materialidade física, simbologia, introdução,

transformação, desaparecimento... -, e maneiras de pensar, assim como significados e ideias

compartilhados. Alguém dirá: tudo. Sim, com certeza, a cultura escolar é toda a vida escolar [...]

(Tradução nossa).

iv O pedagogo alemão Friedrich Wilhelm August Froebel (1782 – 1852) foi o fundador dos Jardins da

Infância – os Kindergartens – que serviram de modelo para a educação pré-escolar, propagado

internacionalmente (KULHMANN JR., 2010).

v Educação Pré-Escolar: uma nova perspectiva nacional. MEC, 1975.

vi

Este livro teve sua primeira publicação em 1952, sendo revisto e ampliado numa terceira edição em

1966. Heloisa Marinho foi formadora de educadoras dos jardins de infância do Rio de Janeiro, no

período de 1934 até 1978. Defensora dos ideais da Escola Nova, considerava-se discípula de Lourenço

Filho e de Anísio Teixeira (LEITE FILHO, 1998).

vii

Inicialmente denominada Secretaria de Educação, Saúde e Assistência Social (Sesas), a partir de 1986

mudará para Secretaria Municipal de Educação (SME).

viii

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é um marco histórico para a educação

infantil, pois prevê a educação como direito de todos e a coloca como um dever do Estado. A partir da

Constituição de 1988, sucederam-se outras importantes conquistas legais.

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