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Arquiteto Maurício Kogan PESQUISA SOBRE ARQUITETURA PAULISTA Sobre o juízo da arquitetura paulistana Luis Espallargas Gimenez – CAU-EESC-USP Em 1993 é publicado um texto com o título ”Arquitetura pequena” 1 , ainda intuitivo em que não se escolhe os melhores exemplos nem argumentos, uma primeira tentativa que investiga a possibilidade de confirmar critérios de julgamento e avaliação da arquitetura com premissas independentes das consagradas na catalogação oficial que controla e abaliza a opinião da grande maioria dos arquitetos. Naquele momento, reconhece-se outra arquitetura respeitável de bom 1 ESPALLARGAS GIMENEZ, Luis. “Arquitetura pequena: quando simplicidade e correção substituem a genialidade”. Óculum 3 – Revista de Arquitetura, Arte e Cultura - Faupuccamp, março de 1993, pp. 72 - 80. O ensaio chama a atenção para a impreterível espetaculosidade da arquitetura do final do milênio. Esse fenômeno direciona a ação dos arquitetos que passam a projetar com a obrigação de inventar, de provocar, até extasiar, não mais um observador, mas uma multidão tão desinformada e alienada que só quando chocada ou submetida a gritos e ao exagero admite estímulo. Esse fenômeno também propicia a escolha na história da arquitetura de um catálogo de exemplos que confirma essa ideologia e identifica resultados diferenciados, como defende, devem ser as obras dos arquitetos. Em conseqüência, o arquiteto despreza o artefato simples, econômico, eficiente e correto, pois não lhe cabe mais acreditar que a concepção concisa e discreta seja oportuna, ou portadora de atributos estéticos importantes, daí o pouco caso pela arquitetura “pequena”. Isso é favorecido porque a noção estética manejada é a mais retrógrada e inacabada, pretende medir arquitetura moderna como se historia a arquitetura do século XVIII ou XIX, segundo as dúvidas do gosto. Deve ser por isso que a arquitetura da segunda metade do século XX retorna ao estilo e reproduz equívocos análogos aos do antigo ecletismo artístico, com suas inúmeras “vertentes” acobertadas por essa insuspeita e comemorada “diversidade” do fim do século fin de siècleXX.

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Arquiteto Maurício Kogan

PESQUISA SOBRE ARQUITETURA PAULISTA

Sobre o juízo da arquitetura paulistana

Luis Espallargas Gimenez – CAU-EESC-USP

Em 1993 é publicado um texto com o título ”Arquitetura pequena” 1, ainda intuitivo em que não se

escolhe os melhores exemplos nem argumentos, uma primeira tentativa que investiga a

possibilidade de confirmar critérios de julgamento e avaliação da arquitetura com premissas

independentes das consagradas na catalogação oficial que controla e abaliza a opinião da grande

maioria dos arquitetos. Naquele momento, reconhece-se outra arquitetura respeitável de bom

1 ESPALLARGAS GIMENEZ, Luis. “Arquitetura pequena: quando simplicidade e correção substituem a genialidade”. Óculum 3 – Revista de Arquitetura, Arte e Cultura - Faupuccamp, março de 1993, pp. 72 - 80. O ensaio chama a atenção para a impreterível espetaculosidade da arquitetura do final do milênio. Esse fenômeno direciona a ação dos arquitetos que passam a projetar com a obrigação de inventar, de provocar, até extasiar, não mais um observador, mas uma multidão tão desinformada e alienada que só quando chocada ou submetida a gritos e ao exagero admite estímulo. Esse fenômeno também propicia a escolha na história da arquitetura de um catálogo de exemplos que confirma essa ideologia e identifica resultados diferenciados, como defende, devem ser as obras dos arquitetos. Em conseqüência, o arquiteto despreza o artefato simples, econômico, eficiente e correto, pois não lhe cabe mais acreditar que a concepção concisa e discreta seja oportuna, ou portadora de atributos estéticos importantes, daí o pouco caso pela arquitetura “pequena”. Isso é favorecido porque a noção estética manejada é a mais retrógrada e inacabada, pretende medir arquitetura moderna como se historia a arquitetura do século XVIII ou XIX, segundo as dúvidas do gosto. Deve ser por isso que a arquitetura da segunda metade do século XX retorna ao estilo e reproduz equívocos análogos aos do antigo ecletismo artístico, com suas inúmeras “vertentes” acobertadas por essa insuspeita e comemorada “diversidade” do fim do século ⎯fin de siècle⎯ XX.

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Arquiteto Maurício Kogan

desenho e qualidade, mas descartada pelos critérios vigentes que avalizam o projeto. Só muito

mais tarde é possível entender que essa diferença de avaliação corresponde ao interesse

estimulado pelo olhar ⎯visualidade⎯ e a uma definição mais estrita da acepção reservada ao

moderno.

Desta vez, com exemplos selecionados aleatoriamente pela atenção visual que despertam,

exemplos em alguma medida ainda contaminados por esse teimoso preconceito que impregna,

complica e insiste em confirmar a transcendência da produção do arquiteto segundo essa

perturbadora aura criativa que, dessa maneira, acaba também por confundir, subestimar ou obviar

o genuíno artefato moderno, sempre discreto e impassível.

Esta última seleção explicita como se acentua o interesse por obras em que pese tanta reserva

sobram atributos, mas que algum enigma faz com que passem despercebidos, sem seduzir os

arquitetos. Não se descarta que a razão desse desencontro, dessa hesitação, possa ser atribuída

a uma percepção excêntrica ou solitária, a uma atenção desentrosada da arquitetura mais

conforme com o entendimento da maioria, em todo caso, quer se sustentar o contrário: que essa

apreensão, longe de ser isolada2, é desencadeada com eloqüência e pela desconfiança das

2 Ver nas três compilações dos Documentos de arquitectura moderna en América Latina, 1950-1965, organizadas pela professora Teresa Rovira, da disciplina Proyectos Arquitectónicos “La forma moderna”, do curso de pós-graduação da ETSAB-UPC. Esse importante trabalho aproveita a demanda de alunos latino-americanos pelo curso do terceiro ciclo em Barcelona e a conseqüente emergência de teses sobre a arquitetura desses países para apresentar inesperada quantidade de destacada arquitetura moderna que está à margem dos livros oficiais de história ou não se encaixa nos critérios de avaliação dominantes. Também o professor Helio Piñón do mesmo grupo de pesquisa tem publicado diversos livros de arquitetos modernos latino-americanos esquecidos em seus países.

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Arquitetos Roberto Aflalo e Plínio Croce

eleições e critérios confusos que conduzem à predileção e prestigio da arquitetura moderna

brasileira3.

Diversos são os problemas na avaliação de arquitetura. Ocorre com freqüência em pesquisas de

arquitetura o recurso à alegação informal, associativa, externa ou paralela como é o caso da

notável pesquisa coordenada pela professora Maria Ruth Sampaio4, em que o critério de

apresentação refere-se ao levantamento histórico e documental de empreendimentos

habitacionais, com breve apresentação ou descrição dos edifícios listados. A definição de

habitação econômica, as relações do estado com os promotores e com as leis que regulamentam

essas atividades, a história dos fatos urbanos, políticos e econômicos atuantes em cidades

brasileiras dispersas esgota e recompensa todo esforço dos pesquisadores. Tal critério ⎯método

histórico⎯ tem a vantagem da exaustão ao listar indistintamente tudo que possa ter sido

construído em um determinado período ou região, segundo variáveis estabelecidas, mas é ineficaz

com respeito à narração dos atributos que essa arquitetura possa apresentar, mesmo porque, ao

pressupor consenso não especifica o que se deve entender pela camaleônica expressão

3 BRUAND, Yves. Arquitetura Contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1981. Corresponde ao modelo interpretativo mais celebrado, acatado e reproduzido para explicar a arquitetura moderna brasileira. Nele o cenário carioca e o paulistano partilham méritos e originam “escolas” para acomodar a vasta e imprecisa noção moderna brasileira. A preferência pela empatia e por uma arquitetura espetaculosa e expressiva é explicita. Essa versão costura divergências locais com hipóteses artísticas originadas no ambiente crítico internacional para acomodar personagens muito diversos, além de afirmar uma hipótese progressiva para a condição moderna que inibe qualquer desconfiança quanto ao seu retrocesso ou afastamento dos princípios modernos fundamentais. Impressiona que essa emaranhada epopéia tenha sido concebida em tão pouco tempo por um paleógrafo francês. 4 SAMPAIO, Maria Ruth Amaral de (org.). A promoção privada de habitação econômica e a arquitetura moderna 1930-1964. São Carlos: RiMa, 2002.

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Arquitetos Roberto Aflalo e Plínio Croce

“arquitetura moderna”. Comum é que a crônica da arquitetura moderna pressuponha a autoria e

algum movimento constante de superação e atualização da arquitetura moderna, tal presunção

torna desnecessário ocupar-se com uma avaliação atenta do artefato. Na mesma linha, o

professor Nabil Bonduki5, detentor de extensa pesquisa dedicada aos modelos, programas e

empreendimentos habitacionais de interesse social em todo o país tampouco se ocupa com ajuizar

o valor estético de construções e por isso deixa em aberto o ponto de vista arquitetônico. Esses

levantamentos originais têm importância inquisitiva e histórica inegável, mas não constituem

trabalhos voltados para o aperfeiçoamento da arquitetura. Podem tropeçar com autores

competentes, como podem listar obras medíocres.

A idéia que se faz da arquitetura, longe de constituir juízo, apenas disfarça consenso e aplaca

divergências, por isso constitui um dos grandes entraves da arquitetura contemporânea brasileira,

pode considerar-se que desde a década de 1960, auge da ideologização do projeto com

conseqüente expulsão do juízo estético moderno, até os dias de hoje a arquitetura brasileira

encontra-se à deriva sem avaliação consistente e fecunda. Tal condição, descuidada ou inevitável,

é responsável pela babel e pela escassez de resultados nas décadas recentes. É o que acontece

ao ressuscitar a crença que vê na reação “brutalista” desses anos sessenta a atualização da

atitude moderna e nela delira uma saída factível e promissora para a profissão, ao invés de

encará-la como evasão ou retrocesso artístico: a inegável degradação e subterfúgio do artefato

moderno. Recorrente ideologia que ajuda a perpetuar o impasse brasileiro. A confusão com

critérios de avaliação não é apenas local, o fenômeno assola todo ambiente internacional e pode

5 BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. Estação Liberdade / FAPESP, São Paulo, 1998,

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Arquitetos Roberto Aflalo e Plínio Croce

ser compreendido quando considerados os imperativos a que se submete a produção de

arquitetura. Na verdade, já faz tempo, a validação da arquitetura deixa de atender o juízo estético

e resulta do prejuízo moral ou da conveniência publicitária e jornalística. Isso vem de longe se for

aceito que grande parte da operação de Brasília emana da campanha promocional e política que

precisa favorecer6.

Também a arquitetura sensível à mudança social e que mitiga a vida dos segmentos desatendidos

da população é aquela que recebe mais adesões e a que se torna mais fácil de elogiar. Por isso

não é difícil entender porque a arquitetura de baixa renda tem constantes prerrogativas, mesmo

quando fica a dever um resultado formal e construtivo aceitável.

A sujeição ética da arquitetura pode ser vista como um dos grandes obstáculos à avaliação formal

do artefato de arquitetura e serve também de fonte para o argumento que denuncia formalismo e

alienação ao mesmo tempo em que omite preconceito e alheamento equivalentes aos alegados.

Nas publicações, em nome da conscientização e segundo o discurso mais politizado, constata-se

o critério publicitário: a necessidade de popularizar novidades e espetáculos: feitos desconhecidos

e surpreendentes que apenas iludem e entorpecem o ”common man”. Condições absurdas

impostas ao objeto achacado pelo heroísmo e pela autoria, porém aceitas como naturais da ação

contemporânea e estimuladas há muito tempo no comportamento do arquiteto brasileiro.

6 Stanislaus von Moos emprega a perspicaz expressão “gigantesca operação midiática” para referir-se ao canteiro de obras de Brasília na palestra intitulada “Notas sobre a retórica do canteiro: a cidade como processo” no 7º seminário DO.CO.MO.MO - Brasil na UFRGS- Propar, Rio Grande do Sul, outubro de 2007. O palestrante chama a atenção para a impressionante quantidade de fotógrafos famosos que documentam o canteiro de Brasília. Moos sustenta que a propaganda estatal desse canteiro tenha sido uma das mais ostensivas da arquitetura moderna no século XX.

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Arquiteto Abelardo de Souza

Edifícios selecionados

Os edifícios reunidos pela pesquisa chamam a atenção do olhar num primeiro momento porque

possuem elementos de fachada desenhados segundo uma estrutura ordenadora clara e precisa,

também porque costuma essa estrutura formal funcionar como pauta de um fechamento em

painéis leves e modulados, ora em esquadrias de madeira, ora em esquadrias metálicas. Esses

painéis costumam constituir grandes caixilhos do tipo piso-teto que encerram quartos e salas com

mecanismos do tipo “guilhotina”, com sistemas de cabos e polias que deslocam folhas

contrapesadas. (colocar imagem da propaganda dos caixilhos Ideal da revista Acrópole).

Não parecem comparecer decisões de fachada que permitam fazer associação com estilo, figura,

a priori ou modelo. Tem-se impressão que os elementos estão referidos ao arcabouço que constrói

a forma abstrata e a forma material como quando não se consegue distinguir a ação de formar da

de construir. Não há elementos desnecessários, nem tampouco arbitrariedade. Não há mediação

entre as partes porque há precisão construtiva e as medidas correspondem a múltiplos, assim

como os ambientes compartilham uma sucessão de quadriláteros regulares íntegros a partir da

laje que é seu retângulo maior. Critérios distributivos, sempre notáveis e inteligentes, que além de

solucionar bem o problema funcional, explicitam critérios elevados de construção da forma.

Também suas implantações são decisivas e adequadas para a cidade. As construções escolhidas

não provocam a atenção por qualquer exagero, discordância ou provocação, mas pelo destaque

que adquirem pelo olhar que nelas detecta e reconhece solvência estética moderna.

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Arquiteto Abelardo de Souza

As construções escolhidas correspondem àquelas concebidas segundo critérios estéticos

modernos de conformação independentes da tradição clássica de modelos de configuração e

organização, também explicitam implantação notável em seus terrenos.

Sempre se pode demonstrar que essa arquitetura corresponde ao resultado de um período

determinado na história da cidade de São Paulo. É possível que essa arquitetura resulte da

combinação específica de fenômenos e condições favoráveis e capazes de constituir uma hipótese

consistente e convincente de arquitetura, com fortuna para conquistar o mercado pela sua ordem,

clareza, eficiência e custo. A pujança produtiva de São Paulo e a conseqüente emergência de uma

indústria de esquadrias baseada em réguas de madeira, o impressionante desenvolvimento de

know-how construtivo e técnico para edifícios verticais em estruturas de concreto e o estágio mais

elevado alcançado pelo desenvolvimento do projeto moderno que se aperfeiçoa e desenvolve

segundo uma pauta visual e formal estritamente moderna e que, neste caso, despreza inspiração

e inventividade.

A arquitetura que interessa quase sempre está nos bairros paulistanos formados na década de

1950 quando no mundo inteiro a arquitetura moderna constituída pelo esforço dos arquitetos

empenhados no projeto moderno culmina finalmente. Uma arquitetura admirada por todos e

responsável por conjuntos urbanos excelentes, mas que, no entanto, não é lembrada como

exemplo, menos ainda considerada ponto de partida do projeto contemporâneo que arroga auto-

suficiência sem apresentar resultado comparável.

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Arquiteto Daniel Lafer

Metodologia

Escolhidos os edifícios segundo atributos reconhecidos visualmente. Desses edifícios que se

sobressaem pelas relações formais que explicitam e que dispensam qualquer apelo expressivo

são procuradas as plantas nas pastas dos processos legais em arquivo da PMSP7.

Invariavelmente o que se encontra são plantas, elevações e cortes definidos segundo critérios

ordenadores precisos e convincentes. As formas perimétricas são íntegras e os esquemas

distributivos das unidades são concisos e ascendem a distribuição organizada e metódica do

programa a uma condição estética irrecusável. É evidente que cumprem as exigências funcionais

e dimensionais de unidade habitacional, mas surpreende como superam a simples organização da

planta para apresentar uma resposta de arquitetura por intermédio de um processo de

estruturação da forma que pode ser reconhecido e que coincidem com a acuidade visual que o

olhar reconhece de imediato no objeto. Interessa ressaltar que esse processo é coletivo e que

essa arquitetura não precisa de memoriais explicativos nem de considerações conceituais para

fazer entender com clareza as condições que ordenam e sintetizam.

Sobre o critério de implantação desses edifícios é possível fazer considerações no mesmo sentido.

O posicionamento dos edifícios, muitos anos antes das teorias do “inclusivismo”, desmente a

7 Em períodos diferentes, são colaboradores desta pesquisa: o arquiteto Jaime Cunha Júnior, formado pela Escola de Arquitetura e Urbanismo da UNIP e Leonardo Musumeci, aluno da graduação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da EESC-USP. O primeiro cuida da obtenção de todos os processos com os desenhos de prefeitura nos arquivos da PMSP e monta a primeira parte dos projetos com programa de arquivo DWG. O segundo completa os desenhos e faz as correções e edição final de todos os desenhos e da apresentação.

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Arquiteto Daniel Lafer

alegada incapacidade da ação moderna para relacionar o artefato na cidade existente. Atende a

construção formal segundo o reconhecimento da estrutura formal da cidade e constituem

experiências coletivas e visuais de ajuste, correção e inovação dos espaços definidos entre os

objetos. A um maior gabarito corresponde um espontâneo recuo suplementar.

Estrutura e vedação: a esquadria Ideal

Entre os argumentos historiográficos mais difundidos da arquitetura moderna do século XX

encontra-se aquele que afirma ser a nova estrutura dos edifícios um dos feitos mais inovadores,

característicos e distinguidos dessa fase. Reproduzida ad nauseum em livros e aulas, a figura de

Le Corbusier (1887-1965) com a perspectiva de um protótipo da patente “dom-ino” de 1915 é

conhecida por todos os alunos e é suficiente para ilustrar essa fixação. Mais raro é que um

professor explique que Le Corbusier precisou de mais dez anos para descobrir como transformar

essa invenção construtiva em alguma coisa que alcançasse um sentido moderno autêntico. Ao

contrário da estrutura “dom-ino”, o Purismo de Amédée Ozenfant (1886-1966), a revista L’Esprit

Nouveau (1920-1924) e a definitiva residência Cook de 1925 parecem ter pouca ou nenhuma

importância para a história moderna.

A estrutura que recua e se descola da parede de fechamento, a possibilidade de compartimentar

com independência ⎯liberdade⎯ da atribuição portante e a conseqüente e ininterrupta

horizontalidade da “fenêtre en longueur” são os atributos mais festejados dessa aparência que,

quase sempre, é rebaixada à condição estilística mais frívola dessa proposta estrutural. Em todo

caso, parece que a estrutura se torna protagonista dessa arquitetura e por isso ninguém estranha

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Arquiteto Daniel Lafer

quando os arquitetos, em sua homenagem e distinção, praticam uma sorte de expressionismo

estrutural análogo ao observado em engenheiros neogóticos do século XIX.

Le Corbusier com seu convincente desenho enfatiza a patente do construtor, ou a tarefa do

engenheiro, e reforça a impressão de que o que aparece é a essência da arquitetura, aquilo que a

metáfora torna fundamental, tal conjectura não é disparatada para quem rememorar a quantidade

de construções desenhadas por arquitetos que como obras inacabadas, parecem ser

interrompidas no instante em que constituem a estrutura8. Contudo, pode se sugerir que é

arquitetura aquilo que falta na figura do arquiteto franco-suíço. Tem sentido a observação, porque

além do lapso de decisões arquitetônicas, naquele momento após estagiar com Auguste Perret

(1874-1954) ele sabe como fazer a estrutura, mas ainda não sabe como preenchê-la com

arquitetura, basta ver os desenhos de casas em “redents” que documentam a apresentação9.

Ainda faltam: a estrutura formal que confere ordem e sentido urbanos, o esquema distributivo e

ordenado da planta, os fechamentos e as aberturas horizontais a partir de sistema construtivo

preciso, eficiente, econômico e seguro.

Por isso, passa despercebido o que a prática ⎯a história⎯ transforma no grande tema da

arquitetura moderna: a conseqüente possibilidade de industrializar, seriar e montar fechamentos

8 Por exemplo, a residência de praia Lovell, em Newport Beach, Califórnia, de 1926 do arquiteto Richard M. Schindler. 9 BOESIGER, W. e STONOROV, O. Le Corbusier et Pierre Jeanneret. Œuvre compète 1910-1929. Zurique: Girsberger, 1937, pp. 23-6. Os desenhos que se seguem à descrição do célebre sistema estrutural de 1915: o “loteamento dom-ino”, as inábeis plantas das unidades e as perspectivas classicistas mostram evidente dificuldade do arquiteto para elaborar uma solução moderna. A “Villa Cook”, pp. 130-35, em Boulogne-sur-Seine em Paris, de 1926, é considerada por muitos a primeira solução moderna de Le Corbusier.

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Arquiteto João Kon

leves de fachada, com equipamento e critérios modernos de construção. As técnicas de “cladding”

cuja desatenção do meio construtivo brasileiro e de seus projetistas não recomenda sequer a

busca de um termo técnico que expresse essa ação no país. Não se deve descartar que a crítica

preconceituosa e contrária ao uso da cortina de vidro, uma solução em “cladding” por excelência,

associada com certo preconceito ou preguiça do arquiteto com a produção industrial, tenha

colaborado para o menoscabo desse destacado tema construtivo no Brasil.

Alguns podem ficar horrorizados ao se afirmar que não corresponde à estrutura do edifício o

momento mais importante da arquitetura moderna, mesmo porque não estão previstas a

grandiloqüência nem tampouco a solenidade entre as tarefas modernas. Dada sua característica

dimensional, seu peso e tantas condicionantes e circunstâncias, a estrutura aceita menos o

desenho e a intervenção industrial com suas concomitantes técnicas de montagem. Há limites

intransponíveis para a pré-fabricação de estruturas, com exceção feita à técnica metálica de perfis

amparada na soldagem.

Ao contrário, os fechamentos leves e modulados para edifícios, correspondem àquilo que melhor

se sujeita à industrialização, pré-fabricação e montagem no canteiro. Correspondem, portanto, às

etapas construtivas que se destacam da construção convencional e arcaica e, por esse motivo,

são a resposta mais autêntica que o arquiteto pode dar ao projeto de um edifício moderno.

O eixo deste argumento não é hipotético ou condicional, do tipo que imagina como as coisas

devem ser. Na verdade, um número grande de arquitetos paulistanos na década de 1940 e 1950

entende com naturalidade e convicção a procedência dos fechamentos leves e vêem nessa

organização do projeto a atitude moderna aderente e conforme que confirma a arquitetura como

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Arquiteto João Kon

um feito baseado em pauta universal que todos podem entender. De um lado, a indústria de

esquadrias de madeira ⎯Ideal⎯ e, do outro lado, a notável interpretação da parte dos arquitetos

corresponde a essa irreprimível e fecunda resposta coletiva e moderna em que formar e construir

torna-se ações congruentes.

Apesar do resultado extraordinário e conseqüente que esses painéis apresentam e prometem,

mais tarde, os mesmos arquitetos que os utilizam, voltam seu interesse para a estrutura exposta,

torcida e musculada10, como quem reconsidera o desenho “dom-ino”, para dele, extrair conclusões

posteriores à Segunda Guerra Mundial que não estão previstas na arquitetura branca das “villas”

corbusianas. A causa pode ser encontrada na evidência de que arquitetura brasileira da década de

1950 atesta completo êxito e recepção favorável ao malabarismo e ao excesso figurativo que

popularizam e difundem a acepção moderna aplanada e pretensiosa que culmina na cidade de

Brasília. Não é difícil sustentar que após detectar a fortuna expressiva da arquitetura moderna

10 Artigas e Cascaldi desenham importante elevação nordeste no Edifício Louveira, em 1946. Apesar disso, chama a atenção quando cronistas preferem referir-se à fachada oposta de serviço com galeria em que uma escada dupla corrige e expõe níveis desencontrados. Apesar de não serem compostas por esquadrias de madeira as precisas fachadas do edifício Eiffel de Oscar Niemeyer, de 1951-52, dão testemunho desse deslocamento ao considerar que nessa época se iniciam experiências com pilares “V” e “W” na cidade de Belo Horizonte e também na Galeria Califórnia, de 1952-54, na cidade de São Paulo. De qualquer maneira a experiência com caixilho modular de mecanismo compensado e intrincado não se esquece: as esquadrias da FAUUSP de Artigas e Cascaldi, de 1961, e a engenhosa janela da residência Butantã de Paulo Mendes da Rocha, de 1960, servem como exemplo.

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Arquiteto João Kon

brasileira, sua popularização11 e a fama de seu precursor, a maioria dos arquitetos, sejam cariocas

ou paulistas, se bandeia para essa modalidade12.

Nesses edifícios, antes da debandada, o resultado estético dos painéis segundo estruturas

lineares que compõem as fachadas, e como é de se esperar também as plantas, correspondem a

um projeto de arquitetura elevado, representa o que de melhor a arquitetura paulistana tem para

mostrar.

Os edifícios escolhidos pelas proporções, estrutura formal e ajustes que a visão identifica e eleva

na paisagem não decepcionam em seus aspectos formais internos. As plantas apresentam

solvência estética compatível com a dos demais atributos do artefato. O processo de decisões dá

conta de todos os aspectos do projeto.

O tipo de esquadrias Ideal mais difundido é aquele que funciona com abertura do tipo “guilhotina”

com folhas deslizantes e contrapesadas. Por esse motivo sua dimensão vertical está ajustada à

medida piso-teto disponível entre as lajes dos edifícios de apartamentos nos que se verifica o

maior índice de utilização. Essa característica do mecanismo com cabos de aço faz com que

bandeira e peitoril das janelas façam parte do conjunto e sejam executados em venezianas ou com

placas cegas de aglomerado de madeira e assim constituam painéis regulares ajustados com

11 ORTEGA Y GASSET, José. A desumanização da arte. Lisboa: Codex, 1996. 12 As experiências expressivas, cariocas ou paulistanas, atraíram quase todos os arquitetos. Poucos resistem à pressão do traço brasileiro sedutor ou heróico, nem mesmo o arquiteto Rino Levi que mantêm por muito tempo uma trajetória autônoma e coerente com princípios mais escrupulosos da arquitetura acaba por capitular em suas últimas obras e seu escritório desenha os edifícios habitacionais Gravatá, 1964, e Araucária, 1965, ambos na Avenida Nove de Julho, na cidade de São Paulo, influenciados pela hegemonia da expressão estrutural combinada com o puritanismo heróico.

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Arquiteto João Kon

precisão entre os vãos. Essa condição encerra vantagens formativas excepcionais para as

fachadas dos edifícios, pois iludem a figura da janela e da conseqüente perfuração da parede e

oferecem elementos fabricados como painéis que definem planos quadriláteros regulares com

alvenarias íntegras e, quase sempre, constituem o terceiro elemento de um sistema construtivo

definido pelas espessuras da estrutura vertical e horizontal, pelos planos de alvenaria revestidos

com pastilhas e pelos próprios painéis de madeira pintada ou envernizada. Raras vezes um

conjunto construtivo alcança um resultado estético tão convincente, raro é contar resultados

impróprios com a integração desses elementos juntos.

Considera-se determinante dedicar a pesquisa a um fenômeno construtivo considerado relevante

para o campo da arquitetura. Uma vez que da pesquisa, além de organizar informação e

apresentar evidências que confirmam hipóteses, espera-se que preencha a constante necessidade

de encontrar, estudar e aprender sistemas formais superiores e comprovados, capazes de suprir

as condições de projeto contemporâneas com boa chance de acerto e controle.

Defende-se que a pesquisa deve propiciar a oportunidade de educar a cognição visual, treinar a

perspicácia do olho, para ampliar o desempenho frente a novas demandas de projeto e ao

obrigatório exercício de julgamento daquilo que se vê.

O abandono das esquadrias Ideal, de solução industrializada para arquitetura, não retirou a

importância dos desenhos de caixilharia entre os arquitetos. Continuaram a ser propostos

desenhos engenhosos para os caixilhos, porém é provável que as vantagens ordenadoras fossem

se perdidas para dar lugar a propostas mais intrincadas e certamente mais artesanais. A caixilharia

de folhas gigantescas da segunda residência Bittencourt, a caixilharia da FAUUSP ambas dos

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Arquiteto desconhecido

arquitetos Artigas e Cascaldi, além das folhas gravitacionais de Paulo Mendes da Rocha nas

residências do Butantã são os melhores exemplos.

(fotografar a residência PMR em Alto de Pinheiros)

O edifico de moradia

Uma parte importante dos exemplos selecionados casualmente corresponde a edifícios verticais.

Um tema de arquitetura que os arquitetos evitam e de imediato são associados à produção voltada

para o lucro, sem qualquer atributo artístico e interesse arquitetônico. É evidente que existem

péssimos edifícios e é certo que ao perder esse tipo de encargo para esquemas de projeto mais

pragmáticos e menos exigentes, há grande quantidade de construções sem qualquer atributo. Por

outro lado é notável o aumento da quantidade de edifícios desenhados por arquitetos

reconhecidos que procuram diferenciar-se do lugar comum acabam por propor edificações

inadequadas, caras e até ineficientes. Arquitetos simplificam o problema quando defendem que a

banalidade da arquitetura comercial corresponde à baixa estima estética e constitui o principal

problema a ser combatido com inventividade ou soluções plásticas excessivas, exageradas, quase

sempre em desentendimento com aspectos construtivos e materiais do projeto. É comum retornar

a uma acepção estética comprometedora e precoce, de aparência pomposa e magnificente para

marcar a intervenção e destacar o profissional arquiteto.

Há preconceito por parte dos arquitetos com respeito ao tema dos edifícios de moradia verticais,

talvez essa crítica se estenda para todos os tipos de edificação vertical invariavelmente entendida

como interesse do mercado imobiliário ou como programa comercial que não permite uma

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Arquiteto desconhecido

resposta isenta do arquiteto. Parecem raros os cursos de projeto das escolas de arquitetura

dedicados a edifícios em altura que estudam e solucionam problemas específicos de estrutura, de

transporte vertical, de segurança, de conforto e de fechamento das fachadas. Dá a impressão que

para os acadêmicos das escolas de arquitetura os edifícios verticais danificam com seus gabaritos

as cidades e que seus projetos são providos por profissionais levianos ou mercantilistas.

Os edifícios relacionados e construídos entre as décadas de 1940 e 1950 expõem um panorama

diverso. Um conjunto importante de arquitetos bem preparados, com muito sentido profissional e

postura anônima, é encarregado por promotores para atuar no mercado de projetos habitacionais.

São arquitetos que aplicam uma noção de arquitetura moderna ponderada, mas potente e nova,

mas conseqüente, com reconhecido e invejado êxito estético e prático. Anos em que bons

arquitetos trabalham no mercado sem que isso caracterize concessão ou aviltamento. Bairros

paulistanos inteiros resultam desse tempo e causam admiração. Não é ingênuo considerar que o

sucesso e a demanda de tantos arquitetos estejam relacionados com uma proposta de arquitetura

apropriada, factível e respeitada por empreendedores e compradores. É improvável que essa

relevância coletiva e profissional dependa de sorte ou de outra circunstância que não seja essa

experiência tão oportuna e desenvolvida, a mesma que coincide com o período em que a

arquitetura moderna internacional alcança seu patamar mais alto. É impressionante também que

tantos arquitetos reconheçam o valor artístico e superior dessa produção, ao mesmo tempo em

que argumentam com a moda para convencer clientes e tocar seus escritórios.

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Arquiteto desconhecido

Comentários dos edifícios

Repassar a lista dos edifícios algum tempo depois para fotografá-los, proporciona a chance de

verificar as escolhas e reconsidera-las, já que a foto corresponde a uma seleção escrupulosa, a

um ponto de vista e a um recorte para explicitar atributos da forma e solvência construtiva.

Fotografar exige todavia mais empenho visual. Por isso, alguns edifícios escolhidos vistos depois

não resistem ao esclarecimento formal que o maior apuro visual impõe. O edifício da esquina da

Rua Ministro Rocha Azevedo com Rua Lorena é um desses. Encanta à primeira vista a ordem

moderna das fachadas com estruturas de abertura diversa e sem qualquer menção à simetria e

hierarquia clássicas. No entanto a construção do objeto deixa a dever e o térreo explicita

descontinuidades e desproporção com o corpo do edifício. A espessura da laje insinuada pela

moldura horizontal da fachada da Rua Ministro Rocha Azevedo revela-se falsa numa comparação

oblíqua com a marcação da estrutura verdadeira e mais alta da fachada adjacente. A altura da

marquise de acesso e a escadaria em leque são suficientes para reiterar a constante

incompetência dos andares térreos da arquitetura brasileira, também a mudança de revestimento

nos cantos vivos das fachadas destrói a consistência visual dos planos e volumes. Visto por trás, o

mesmo edifício tem uma fachada secundária e desclassificada, construída sem qualquer cuidado,

confirma a atitude moderna mais imediata e descarada que se impõe no meio da arquitetura e

insinua uma compreensão precoce ou irresponsável do fenômeno moderno, mais preocupada com

o que diz respeito à aparência do objeto e menos ocupada da construção escrupulosa e

irrecusável do artefato.

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Arquiteto Jorge Wilheim

Balcões

Os desenhos dos balcões estão integrados com a espessura das lajes e constituem um acréscimo

no retângulo principal da laje. É difícil encontrar exemplos em que os balcões das salas

correspondam a escavações da laje. Em todo caso os arremates dos elementos de fechamento e

de estrutura estão resolvidos com máxima integração.

Bibliografia

BILL, Max. Le Corbusier & P. Jeanneret- Œuvre complete 1934-1938. Zurique: Les editions

d’Architecture, 1964.

FUSCO, Renato de. La idea de Arquitectura, História de la crítica desde Viollet-le-Duc a Pérsico.

Barcelona: Gustavo Gili, 1976.

GASTÓN, Cristina & ROVIRA, Teresa. El proyecto moderno. Pautas de investigación. Barcelona:

UPC, 2007.

KANDINSKY, Wassily. Punto y linea sobre el plano, contribuición al análisis de los elementos

pictóricos. Barcelona: Barral, 1986.

____________ . De lo espiritual en el arte. Barcelona: Barral, 1986.

HITCHCOCK, Henry-Russell & JOHNSON, Philip Cortaluou. The International Style: Architecture

since 1922. New York: W. W. Norton & Company, 1932.

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Arquiteto Jorge Wilheim

MONDRIAN, Piet. Realidad natural y realidad abstracta. Barcelona: Barral, 1973.

PIÑÓN, Helio. El formalismo esencial de la arquitectura moderna. Barcelona: UPC, 2008.

ROVIRA, Teresa (org). Documentos de Arquitectura Moderna em América Latina 1950-1965.

Primera, Segunda y Tercera Recopilación. Barcelona: UPC, 2004, 2005 e 2006.

SAMPAIO, Maria Ruth Amaral de (org). A promoção Privada de Habitação Econômica e a

Arquitetura Moderna 1930-1964. São Carlos: RiMA, 2002.

XAVIER, Alberto & LEMOS,Carlos & CORONA, Eduardo. Arquitetura Moderna Paulistana. São

Paulo: Pini, 1983.

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Lista com informações dos projetos da Pesquisa

01- Edifício Abramo Kropp

Av. Rebouças, s/nº, Jardim América.

Arquiteto: Maurício Kogan

Desenhos: planta térreo; planta pavimento tipo; planta pavimentos

1 e 2; planta subsolo; corte AA; corte BB

02- Edifício Albert Safdie e Outros, Edifício Perla

R. Pamplona – esq. Al. Lorena, 632, JardimPaulista.

Arquiteto: Jorge Wilheim

CAD: planta subsolo; planta térreo; planta mezanino; planta

escritório; planta pavimento tipo; casa de máquinas; corte AA;

corte BB; elevação sudeste; elevação nordeste.

03- Edifício Banco Hipotecário Lar Brasileiro S/A, Edifício Biaça

R. 2, lotes 4, 5, 6, 7 e 8 na Rua Professor Aristides de Macedo, 77,

Vila Mariana.

Arquiteto: Roberto Aflalo

CAD: planta térreo (garagem); planta – pavimento tipo; corte AA;

corte BB; corte CC; elevação sudeste; elevação nordeste

04- Edifício Camillo Sallum e Outros

R. Pamplona – esq. R. Batataes, 602, Jardim Paulista.

Arquiteto: Maurício Kogan

CAD: planta subsolo, planta térreo, planta escritório; planta

pavimento tipo; planta 6º pavimento; planta cobertura; corte AA;

corte BB; elevação sudoeste; elevação noroeste

05- Edifício Faes Hossini Neto e Wilson Hossini

Av. Heitor Penteado – esq. Luiz Xavier, Jardim Vera Cruz.

Arquiteto: Maurício Kogan

CAD: planta térreo; planta garagens; planta pavimento tipo; corte

AA; corte BB; elevação noroeste (2 desenhos)

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06- Edifício Filip Citron

Al. Lorena, s/nº, Jardim América.

Arquiteto: David Libeskind (Jacob Lerner)

CAD: planta pavimento tipo; planta cobertura; planta térreo; planta

subsolo; corte AA (transversal); corte BB (longitudinal); elevação

nordeste.

07- Edifício Izidor Kleinberger

R. das Palmeiras, 144-150-160 – esq. Al. Glette, 1071, Santa Cecília.

Arquiteto: Victor Reif

CAD: planta porão; planta térreo; planta pavimento tipo; planta

cobertura; planta casa de máquinas; corte AA; corte BB; elevação

sudoeste; elevação noroeste

08- Edifício Lauro Cardozo de Almeida, Edifício Três Marias.

Av. Paulista, 2243 – esq. R. Hadock Lobo (Cerqueira César)

Arquiteto: Abelardo de Souza

CAD: planta subsolo; planta térreo; planta pavimento tipo; planta

cobertura; corte AA; corte BB; elevação nordeste; elevação

noroeste

09- Edifício Lúcio Martins Rodrigues Filho

Av. 9 de Julho – esq. R. Bibi

Arquiteto: F. J. Pinotti

CAD: planta casa de máquinas; planta cobertura; planta pavimento

tipo; planta térreo; corte AA; corte BB; elevação nordeste; elevação

sudeste; elevação sudoeste; elevação noroeste

10- Edifício Marcos Wasserman

R. Pamplona, 1090, Jardim Paulista.

Arquiteto: Daniel Lafer

Material: planta subsolo, planta pav. Térreo, planta 10º pavimento,

elevação sudeste, corte AA, corte BB

11- Edifício Mendel Wolak, Edifício Primavera

R. Peixoto Gomide, 1526, Cerqueira César.

Arquiteto: Romano Eitelberg (Samuel Beel)

CAD: planta térreo; planta pavimento térreo; planta casa de

máquinas e cobertura; corte AA; corte BB; elevação sudeste

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12- Edifício Dr. Otaviano de Moraes Sampaio

Av. 9 de Julho – esq. R. Galileu, Jardim Europa.

Arquiteto: desconhecido

CAD: planta térreo; planta pavimento tipo; planta cobertura; corte

AA; corte BB; elevação noroeste; elevação nordeste

13- Edifício Renato da Fonseca e Outros

R. Antonio Carlos, 180, Bela Vista.

Arquiteto: desconhecido

CAD; planta subsolo; planta cobertura; planta pavimento tipo;

planta térreo; corte AA; elevação sudeste; elevação sudoeste

14- Edifício Sebastiana Barros Martins

R. Artur de Azevedo – esq. R. Pedroso de Moraes, Pinheiros.

Arquiteto: Plínio Croce

CAD: planta térreo; planta pavimento 2; planta pavimento tipo;

planta pavimento 8; planta cobertura; corte AA; corte BB;

elevações 1 e 2

15- Edifício Umbral Engenharia

Av. Angélica, 1116 – 1128, Santa Cecília.

Arquiteto: Israel Gaiman

CAD: planta térreo, planta 1º subsolo, planta 2º subsolo; planta

pavimento tipo; planta 10º e 11º pavimentos; planta cobertura;

planta casa de máquinas; corte AA; corte BB; elevação sudeste;

elevação sudoeste

16- Edifício Sr. Vicente Maradei e Outros

R. Cardeal Arcoverde, s/nº, Alto de Pinheiros.

Arquiteto: desconhecido

CAD: planta pavimento inferior; planta térreo; planta pavimento

tipo; planta cobertura; corte AA; corte BB; elevação noroeste

17- Malharia Binem Wrona e Outros

R. dos Italianos – esq. R. Sérgio Thomas (Bom Retiro)

Arquiteto: desconhecido

CAD: planta térreo; planta pavimento 1; planta pavimento 2; planta

pavimento 3; planta casa de máquinas e caixa d’água; corte AA;

corte BB; elevação noroeste; elevação nordeste

18- Edícula – Residência Clóvis Galante

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R. Pedroso de Moraes, 1145 (Alto de Pinheiros)

Arquiteto: desconhecido

CAD: implantação; corte AA (longitudinal); corte BB (transversal); 2

elevações

19- Residência Alexandre Sotos

Av. Prof. Fonseca Rodrigues – esq. R. Orobó

Arquiteto: Sidônio Pôrto

CAD: planta térreo; planta pavimento 1; corte AA; corte BB;

elevação noroeste; elevação sudoeste

20- Residência Antonio Ferraz

Av. Pedroso de Moraes s/nº, Alto de Pinheiros.

Arquiteto: Antonio Ferraz de Andrade Filho

CAD: planta térreo; planta pavimento 1; elevação sudoeste;

elevação noroeste; corte AA; corte BB

21- Residência Carlos Pinheiro

R. João Lourenço, 79, Ibirapuera.

Arquiteto: Felipe Wroblewsky

CAD: planta térreo; planta pavimento 1; planta subsolo; elevação

nordeste; elevação nordeste 2; elevação sudoeste; corte AA; corte

BB

22- Residência Clóvis Galante

Av. Pedroso de Moraes, 1145, Alto de Pinheiros.

Arquiteto: Gilberto Muylaert

CAD: planta térreo; planta pavimento 1; elevação nordeste;

elevação noroeste 1; elevação noroeste 2; corte AA; corte BB

23- Residência Domingos Aliperti

Av. Pedroso de Moraes, 2120

Arquiteto: Paulo de Andrade Costa

CAD: planta térreo e subsolo; planta pavimento 1; elevação

noroeste; elevação sudeste; elevação sudoeste; corte AA; corte

BB

24- Residência José Locchi

Av. Diógenes Ribeiro de Lima, s/nº (Alto de Pinheiros)

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Arquiteto: José Pinto

CAD: planta térreo; planta pavimento 1; corte AA; corte BB;

elevação sudoeste

25- Residência Marti Llopis

R. Amazonas s/nº

Arquiteto: Lenine Ravarino

CAD: planta térreo; planta pavimento 1; elevações nordeste,

elevação nordeste 2; elevação sudeste; elevação noroeste; corte

AA; corte BB; corte CC

26- Residência Tarcillo Toledo Filho

R. Graúna – esq. R. Araguari

Arquitetos: Benedito Lima de Toledo e Melanias Nagamine

CAD: planta térreo; planta pavimento 1; elevação nordeste;

elevação noroeste; elevação nordeste2; corte AA; corte BB

27- Residência Tobias Fortunato Avino

Av. Heitor Penteado, 482, Sumaré.

Arquiteto: desconhecido

CAD: planta térreo; planta nível 1; planta nível -1; corte AA; corte BB

28- Edifício Dinah Moraes Barros

R. Avanhandava, 416, Consolação.

Arquiteto: Oswaldo Bratke

Material: planta térreo; planta pavimento 1; planta pavimento 6; planta

subsolo; elevação sudeste; corte AA

29- Edifício Godel Kon

Al. Lorena, 1057, (esquina Rua Peixoto Gomide) Jardim América.

Arquiteto: João Kohn

Material: planta térreo; planta pavimento 1; planta subsolo; elevação

nordeste; corte AA; corte BB

30- Edifício David Lerner

R. Joaquim Eugênio de Lima, 1196, Jardim Paulista.

Mordko Herszfirer

Material: planta pavimento térreo; planta pavimento 1; planta pavimento 2;

planta subsolo; corte AA; elevação noroeste; elevação sudoeste; elevação

nordeste; elevação sudeste

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