13
Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 1854 HISTÓRIAS CRUZADAS: A INTERFERÊNCIA CATÓLICA NA CRIAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA NO BRASIL E EM SERGIPE Nayara Alves de Oliveira 1 No início do século XX, o campo eclesiástico da Igreja Católica se estruturou para reagir às mudanças impostas pelo novo regime político republicano 2 e continuar próxima ao poder no Brasil. Para isso, recrutou seus quadros entre a elite do país, tornou-se a principal entidade da rede de ensino privada, criou órgãos de imprensa e abriu novas dioceses. Entretanto, de acordo com Miceli (2009), as primeiras décadas do século XX foram apresentadas pela historiografia como uma espécie de idade das trevas da Igreja Católica, prensada entre a extinção das prerrogativas desfrutadas no império e a retomada de gás junto aos setores governamentais cujas políticas afetavam de perto os interesses corporativos. Segundo ele, A tese prevalecente na literatura especializada abordava tal conjuntura como retrocesso perante os privilégios eclesiásticos no chamado regime de padroado, no qual a subsistência do clero era garantida pelo erário imperial. Segundo essa ótica, o ressurgimento institucional católico viria a ocorrer apenas ao longo das décadas de 1930 e 1940, pela convergência de duas frentes: de um lado, no entusiasmo de uma inteligência militante, sob comando do triunvirato Jackson de Figueiredo, Alceu Amoroso Lima e o padre Leonel Franco; de outro, a reboque da ofensiva institucional e programática da Igreja na gestão do cardeal Leme (MICELI, 2009, p. 10). Nesse sentido, ao contrário do que diz a historiografia consagrada, Miceli (2009) revela como, durante os anos 1890-1930, a Igreja passou por um processo de “construção institucional” bastante similar ao atravessado pelas Forças Armadas, sobretudo o Exército. Além disso, apresenta as estratégias e os métodos usados pela alta hierarquia católica para se reorganizar e criar as bases de sua futura relação com o governo e o poder brasileiro depois da separação entre a Igreja e o Estado. De acordo, com o autor À medida que o estudo avançava, foi-se descortinando um panorama imprevisto, o cenário de um “despertar institucional” no decorrer da República Velha. A expansão territorial do poder eclesiástico, com a fundação de novas dioceses, seminários, escolas, irmandades, obras pias, 1 Doutora em Educação pela Universidade Federal Sergipe. E-mail: <[email protected]>. 2 Com a instalação da República no Brasil em 1891, as relações paternalistas entre a religião oficial e o Estado apresentaram algumas fissuras, fato que levou ao poder eclesiástico perder força nas decisões política da nação. Tal acontecimento, não era visto com bons olhos pelo alto escalão eclesiástico romano, que já idealizava uma reação.

HISTÓRIAS CRUZADAS: A INTERFERÊNCIA CATÓLICA NA … · instituições que apoiavam os atos da intelectualidade eclesiástica e leiga, a exemplo da revista ... sobrevir sua morte

Embed Size (px)

Citation preview

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1854

HISTÓRIAS CRUZADAS: A INTERFERÊNCIA CATÓLICA NA CRIAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA NO BRASIL E EM SERGIPE

Nayara Alves de Oliveira1

No início do século XX, o campo eclesiástico da Igreja Católica se estruturou para reagir

às mudanças impostas pelo novo regime político republicano2 e continuar próxima ao poder

no Brasil. Para isso, recrutou seus quadros entre a elite do país, tornou-se a principal

entidade da rede de ensino privada, criou órgãos de imprensa e abriu novas dioceses.

Entretanto, de acordo com Miceli (2009), as primeiras décadas do século XX foram

apresentadas pela historiografia como uma espécie de idade das trevas da Igreja Católica,

prensada entre a extinção das prerrogativas desfrutadas no império e a retomada de gás junto

aos setores governamentais cujas políticas afetavam de perto os interesses corporativos.

Segundo ele,

A tese prevalecente na literatura especializada abordava tal conjuntura como retrocesso perante os privilégios eclesiásticos no chamado regime de padroado, no qual a subsistência do clero era garantida pelo erário imperial. Segundo essa ótica, o ressurgimento institucional católico viria a ocorrer apenas ao longo das décadas de 1930 e 1940, pela convergência de duas frentes: de um lado, no entusiasmo de uma inteligência militante, sob comando do triunvirato Jackson de Figueiredo, Alceu Amoroso Lima e o padre Leonel Franco; de outro, a reboque da ofensiva institucional e programática da Igreja na gestão do cardeal Leme (MICELI, 2009, p. 10).

Nesse sentido, ao contrário do que diz a historiografia consagrada, Miceli (2009) revela

como, durante os anos 1890-1930, a Igreja passou por um processo de “construção

institucional” bastante similar ao atravessado pelas Forças Armadas, sobretudo o Exército.

Além disso, apresenta as estratégias e os métodos usados pela alta hierarquia católica para se

reorganizar e criar as bases de sua futura relação com o governo e o poder brasileiro depois

da separação entre a Igreja e o Estado. De acordo, com o autor

À medida que o estudo avançava, foi-se descortinando um panorama imprevisto, o cenário de um “despertar institucional” no decorrer da República Velha. A expansão territorial do poder eclesiástico, com a fundação de novas dioceses, seminários, escolas, irmandades, obras pias,

1 Doutora em Educação pela Universidade Federal Sergipe. E-mail: <[email protected]>. 2 Com a instalação da República no Brasil em 1891, as relações paternalistas entre a religião oficial e o Estado

apresentaram algumas fissuras, fato que levou ao poder eclesiástico perder força nas decisões política da nação. Tal acontecimento, não era visto com bons olhos pelo alto escalão eclesiástico romano, que já idealizava uma reação.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1855

sucedia em meio a uma empreitada de fôlego capitaneado pela Igreja, em busca de lastro em diferentes domínios de investimento. A criação de diocese, por exemplo, obedeceu a diretrizes instrumentais decorrentes de alianças com os dirigentes da oligarquia nos estados (MICELI, 2009, p. 11).

Desta forma, o novo projeto de expansão organizacional e territorial da Igreja significou

um processo de “estadualização do poder eclesiástico”3. Ao perder o status oficial de “ramo da

administração pública”, os detentores dos postos de decisão na alta hierarquia concentraram

esforços e investimentos na área mais próxima de influência. Assim,

[...] Ao brindar todos os estados brasileiros com pelo menos uma diocese, a Igreja passou a dispor de um sistema interno de governo pautado pelas linhas de força que presidiram a montagem do pacto oligárquico, vale dizer, o atendimento ao requisito mínimo de uma diocese, a Igreja passou a dispor de um sistema interno de governo pautado pelas linhas de força que presidiram a montagem do pacto oligárquico (MICELI, 2009, p. 66).

No rol das medidas estratégicas, adotadas pela Igreja Católica para o fortalecimento

organizacional e as condições mínimas de sobrevivência política no acirrado campo de

concorrência ideológica, cultural e religiosa, foram criadas na década de 1920, outras

instituições que apoiavam os atos da intelectualidade eclesiástica e leiga, a exemplo da revista

“A ordem” e o “Centro Dom Vital”4.

A criação do periódico e do Centro Dom Vital representava a intelectualidade católica

comprometida com a reconstrução de um Estado baseado na valorização social, política e

religiosa. Nesse sentido, o objetivo principal era atrair a intelectualidade leiga do país, e

mobilizá-la para o serviço da Igreja.

Os nomes escolhidos para as duas instituições reproduziam os ideais defendidos pelo

poder católico durante as primeiras décadas do século XX. O título da revista representava o

lema defendido pela Igreja brasileira, que buscava solucionar a desordem que se instalava no

Brasil, a batalha contra o comunismo e qualquer doutrina que estivesse de encontro aos

valores religiosos do catolicismo. Já a homenagem a Dom Vital, buscou reconhecer as

atitudes combativas do Bispo Pernambucano, em defesa do poder eclesiástico contrário

principalmente à maçonaria e ao protestantismo.

3 Assim, para cada estado seguiu-se um modelo de implementação político-religiosa para as Dioceses que dispunham de “estratégias diferenciadas conforme o peso político e a contribuição econômica de cada unidade federativa para a manutenção do pacto oligárquico” (MICELI, 2009, p. 67).

4 A revista “A Ordem” e o “Centro Dom Vital” foram criados respectivamente, nos anos de 1921 e 1922, pelo organizador do movimento católico leigo Jackson de Figueiredo.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1856

Ambas as instituições foram dirigidas inicialmente pelo sergipano Jackson de

Figueiredo. Com sua morte em 1928, o católico Alceu de Amoroso Lima assumiu a direção da

revista e do Centro Dom Vital. De acordo com Saviani

O Centro Dom Vidal, entendido pelo Cardeal Leme como ‘a maior afirmação da inteligência cristã em terras do Brasil’ (CASALI, 1995, p. 119), foi criado como um órgão destinado a aglutinar intelectuais leigos que desempenhariam o papel de elite intelectual da restauração católica. Sua liderança foi exercida por Jackson de Figueiredo, que foi sucedido, ao sobrevir sua morte prematura, em 1928, por Alceu Amoroso Lima, que assumiu a direção do centro tendo como assistente o padre Leonel Franca (SAVIANI, 2007, p. 181).

Diante dessa discussão, é importante enfatizar que além das disputas de poder no

campo político e religioso, os católicos também travaram diversas lutas no campo

educacional.

Nesse sentido, para compreender melhor o processo de disputas no interior de um

campo, Bourdieu explica a conduta dos agentes no seu funcionamento:

[...] os que estão envolvidos nesse jogo não podem jogar entre si sem fazer referência àqueles em nome de quem se expressam e perante os quais devem prestar contas, mais ou menos ficticiamente, de tempos em tempos. Os jogos internos encontram aí o seu limite. O que mais se aproxima do campo político é o campo religioso: nesse caso também, uma parte muito importante do que nele ocorre é efeito de relações internas. Foi isso que, sem a noção de campo, Max Weber descreveu muito bem; as relações entre o padre, o profeta e o feiticeiro são determinantes do essencial daquilo que se passa no campo religioso. O padre excomunga o profeta, o profeta desrotiniza a mensagem do clero... Passam-se inúmeras coisas entre eles, mas sob a arbitragem dos leigos, que podem ou não seguir um profeta, desertar as igrejas ou continuar a frequentá-las. Nesse sentido, o campo religioso se assemelha bastante ao campo político, o qual, apesar de sua tendência ao fechamento, permanece submetido ao veredito dos leigos (BOURDIEU, 2011, p. 9).

Diante das disputas, ainda na década de 1930, a maioria dos intelectuais católicos5

travou algumas lutas no campo da educação, ao divergir do modelo de ensino defendido por

um grupo de liberais, divulgadores dos ideais pedagógicos da Escola Nova no Brasil.

O representante católico “Alceu de Amoroso Lima” alegava que o projeto de ensino

escolanovista era anticristão e antinacional6, além disso, acusava os pioneiros de defenderem

o monopólio do Estado nas questões do ensino, o que, em sua visão, seria uma espécie de

5 Nesse período, os intelectuais católicos eram representados, principalmente por: Alceu de Amoroso Lima, o Padre Leonel Franca e o Cardeal Sebastião Leme. Entretanto, é importante salientar que existiam educadores católicos que defendiam e acatavam as propostas de ensino dos escolanovistas.

6 Os católicos alegavam que a defesa pelo ensino laico e a valorização ao pensamento de John Dewey, propagava uma educação anticristã e americanizada.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1857

absolutismo do Estado pedagogo, pois negaria às demais instituições, inclusive as religiosas,

o direito de participarem ativamente da formação educacional de seus membros.

A pedagogia da Escola Nova também se opunha ao modelo pedagógico da Escola

Tradicional Católica, classificando-o de mecânico, fragmentário e desarticulado. Além disso,

alegavam que seu projeto de ensino era orientado principalmente pelo formalismo, a

memorização, a repetição e a autoridade.

Os escolanovistas propunham que as questões educacionais fossem tratadas a partir de

princípios científicos, oriundos da biologia, da psicologia e da sociologia. Tratava-se de uma

proposta de ação pedagógica que se pretendia alinhar aos avanços científicos para o bom

desenvolvimento da aprendizagem (ESCOLA NOVA, 1932).

Para tanto, sustentavam que a escola no Brasil deveria ser pública, laica, gratuita e

obrigatória. A educação seria função do Estado, cabendo a ele o papel de organizar a escola e

torná-la acessível, em todos os seus graus, a todos os cidadãos, independentemente de suas

condições econômicas e sociais7.

Logo, a reação católica articulou-se ao redor de alguns pontos centrais, dentre eles a

criação de faculdades católicas em todo o país e a difusão do ideário pedagógico católico por

meio de impressos: livros, material didático, artigos em revistas e jornais.

Nessa época a criação dos núcleos de ensino superior foi vista como ampla

oportunidade para participação da intelectualidade católica no projeto recatolizador da

sociedade e de legitimação nacional. Para esse grupo, a universidade enquanto espaço de

socialização das elites dirigentes tinha necessariamente que ser católica. Daí sua

incompatibilidade com alguns projetos da Universidade do Distrito Federal, idealizada por

Anísio Teixeira, e da Universidade de São Paulo, apoiada por Fernando de Azevedo.

No campo das disputas, ambos os movimentos buscavam ampliar sua área de

influência, investindo especialmente em cursos de formação de professores, pois constituía o

principal ambiente para implantar e divulgar seus modelos pedagógicos.

Para Carvalho (1998), o grupo dos católicos e dos renovadores tinham interesses em

comum, o principal deles era a conformação da “alma nacional”. No entendimento de

Evangelista

7 É necessário ressaltar que nem todos escolanovistas pensavam da mesma maneira, e nem tiveram o mesmo destino: “Anísio Teixeira e, em menor grau, Fernando de Azevedo, atrairiam a ira da Igreja Católica, seriam chamados de comunistas, e passariam períodos de ostracismo; Lourenço Filho assumiria uma postura predominantemente técnica e se manteria como assessor próximo de Capanema até o fim de seu ministério. Francisco Campos não mais voltaria à área educacional depois de seu período de ministério, assumindo mais tarde posição no governo Vargas como seu ministro da Justiça e mentor intelectual do golpe de estado de 1937” (SCHAWATZMAN et al, 2000, p. 71).

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1858

De fato, ambos os grupos pretendiam construir a história e, nela, sua presença e de seu projeto político. Azevedo, memorialista dessa geração, registra suas vitórias – uma das quais foi o IEUSP – os católicos as suas – umas das quais pode ser a criação do Curso de Pedagogia no Brasil (EVANGELISTA, 2002, p. 25).

Enquanto, os escolanovistas inovavam em algumas instituições de formação de

professores em nível superior, com novas propostas científicas, novo arcabouço teórico e

prático acerca da educação, a exemplo do Instituto de Educação da Universidade de São

Paulo e da Escola de Educação da Universidade do Distrito Federal; os católicos definiam um

curso de Pedagogia em sintonia com as novas propostas teórico-metodológicas da pedagogia

moderna, sem abrir mão da doutrina difundida pela Igreja Católica. A sinalização desse

projeto foi anunciada por Alceu de Amoroso Lima, no Livro Debates Pedagógicos, publicado

em 1931:

O caminho da pedagogia católica deve ser justamente o estudo acurado de todos os métodos novos, introduzidos pela pedagogia moderna, de todos os fatos revelados pela psicologia experimental ou pelas experiências seculares do tema, - à luz de uma filosofia verdadeiramente católica da vida. E o sentido que damos aí ao termo – católico – é tanto de substantivo como de adjetivo, isto é, tanto de doutrina da verdadeira posição do homem na vida histórica, como de universalidade, integralidade de sua expansão (LIMA, 1931, p. XIX).

O uso do impresso compreendia uma estratégia de difusão doutrinária adotada pelos

membros do movimento de Reação Católica, no intuito de difundir o seu ideário e conter a

disseminação desenfreada dos escolanovistas entre o professorado. Alguns periódicos e livros

também foram utilizados para divulgar debates educacionais, instituir o projeto de formação

de professores e discutir a configuração do curso de Pedagogia no Brasil. Para Evangelista:

O curso de Pedagogia parece ter sido proposto pelas hostes católicas. Seu projeto de formação de professores e inspetores para o ensino secundário, de diretores, de professores primários e de professores de pedagogia foi publicado na Revista Brasileira de Pedagogia, em fevereiro de 1935. Denominado Faculdade de Educação, o modelo tinha maior influência da Escola de Pedagogia de Louvain, Belgica. Como ela, deveria oferecer tanto a formação específica quanto a pedagógica. Concederia a licença para o magistério e o título de doutor. Num sentido amplo, esta estrutura se assemelha à da Escola Normal Superior da Sorbonne (EVANGELISTA, 2002, p. 16).

No Brasil, os católicos hegemonizaram a formação superior do professor em

Faculdades de Filosofia, pois na concepção desse grupo essas instituições representavam por

natureza um campo católico. Além disso, detinha parte do corpo docente dessa área

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1859

constituído, já que a formação eclesiástica se estendia a diferentes ramos das ciências

humanas (Letras, Literatura, Línguas, Pedagogia, Filosofia, História, dentre outros).

No seu modelo universitário, também integrou o curso de Pedagogia8 às Faculdades

Católicas de Filosofia, e incentivou as Arquidioceses a criarem essas instituições em

diferentes estados brasileiros. Para esse grupo, isso facilitaria à formação das elites dirigentes

segundo os princípios cristãos.

A primeira Faculdade de Filosofia criada pela Igreja Católica e reconhecida pelo

Governo Federal, foi instalada oficialmente no Rio de Janeiro em 19409, tornando-se o

embrião da Pontifícia Universidade Católica10. Essa inciativa buscava respeitar os acordos

firmados entre a Igreja e o Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema, ainda na

década de 1930:

Mais significativas, no entanto, são as evidências que sugerem que Capanema assumiu o Ministério da Educação e Saúde como parte do acordo geral que então se estabelecera entre a Igreja e o regime de Vargas, proposto anos antes por Francisco Campos. A parte visível deste acordo foi a aprovação, pela Assembléia Constituinte de 1934, das chamadas "emendas religiosas". A parte não dita, mas certamente de conseqüências mais profundas, foi a entrega do Ministério da Educação a Capanema, como homem de confiança da Igreja e encarregado de levar à frente seu projeto educacional e pedagógico, tal como era expresso através de seu representante leigo mais autorizado, Alceu Amoroso Lima (SCHAWATZMAN et al, 2000, p. 65).

A rigor, Alceu de Amoroso Lima foi um verdadeiro porta-voz da intelectualidade

católica brasileira durante várias décadas, exercendo uma forte influência sobre o Ministério

da Educação e o Conselho Nacional de Educação11. De acordo com Schawatzman

Empossado no ministério, Capanema teria com Alceu Amoroso Lima seu principal conselheiro, que indicaria nomes, vetaria outros, proporia leis e trataria de dar conteúdo às principais iniciativas do ministro. A lealdade de Capanema a seu mentor se manteria tanto quanto possível inalterada nos próximos onze anos de ministério. "Tudo que combinei com você está na minha memória", escreveria Capanema a Alceu anos mais tarde, a propósito da Faculdade Nacional de Filosofia, "e nada deixará de ser cumprido (SCHWARTZMAN et al, 2000, p. 66).

Em Sergipe, a primeira iniciativa estratégica do movimento de reação eclesiástica no

período republicano foi à criação da Diocese de Aracaju em 1910. O seu primeiro bispo foi o

8 O mesmo aconteceu com a Universidade do Brasil, modelo federal universitário. 9 O funcionamento da Faculdade de Filosofia e de seus cursos só ocorreu em 1941. Em 1942, foi equiparada as

instituições oficias com o poder de expedir diplomas de igual valor. 10 Ao avaliar a Reforma Francisco Campos em 1931, Alceu de Amoroso Lima ressalta: “[...] não resta aos católicos

senão contar com suas próprias forças. Só eles estão em condições de organizar uma universidade de base verdadeiramente espiritual” (LIMA, 1931, p. 28).

11 O Padre Luciano Duarte, irá substituí-lo no Conselho Federal de Educação, em 1968.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1860

Monsenhor José Thomas Gomes da Silva, que assumiu o governo desta diocese em 1911,

interrompendo apenas com a sua morte, em 194812.

Ao assumir a Diocese de Aracaju, o Bispo Dom José Tomaz criou em 1913 o Seminário

Sagrado Coração de Jesus13 com o objetivo de formar padres e ampliar a influência da Igreja.

Essa instituição oferecia duas modalidades de ensino: o Seminário Menor, precedido dos

estudos preparatórios e o Seminário Maior, com os cursos superiores de Filosofia e

Teologia14. De acordo com Barreto

Em Sergipe, O Seminário Diocesano Sagrado Coração de Jesus foi criado em 1913, por D. José Thomas Gomes da Silva. Embora o que aconteceu em Sergipe também tenha acontecido nos outros Estados, ou seja, a instalação da Diocese e do Seminário, peculiaridades pertinentes a cada local precisam da devida atenção. No caso de Sergipe, três foram os motivos efetivos que levaram o Bispo D. José Thomas Gomes da Silva a instalar o Seminário. O primeiro estava atrelada à falta de clérigos na nova Diocese; o segundo, condicionado á obtenção de patrimônio para a manutenção da Diocese; o último, de caráter mais social e oficial, era o de proporcionar a manutenção de meninos pobres que revelem amor às letras e instrução (BARRETO, 2004, p. 38).

No entanto, o Seminário Sagrado Coração de Jesus não representava somente um

espaço de formação de padres para exercer o sacerdócio, representava também um ambiente

de intelectuais com diferentes formações e atuações em Sergipe. Segundo Barreto,

Nestes cursos, o seminarista não só adquiria a formação necessária ao sacerdócio, como era-lhe passado, embora com as restrições impostas pela Igreja, um constructo teórico que lhe favorecia tanto para a participação da vida sacerdotal quanto no campo educacional e intelectual (BARRETO, 2004, p. 89).

O Seminário também foi responsável pela formação de intelectuais sergipanos, de nível

superior, no Estado. Essa elite intelectual atuou principalmente na administração e

funcionamento de estabelecimentos educacionais, destacando-se na docência das escolas

ginasiais e nas faculdades isoladas que deram origem a Universidade Federal de Sergipe,

criadas a partir de 1940.

Outra iniciativa adotada pela representação da Igreja Católica em Sergipe foi a criação

da Faculdade de Filosofia, como embrião da Universidade Católica do Estado. Os

12 O segundo bispo, Dom Fernando Gomes dos Santos, assumiu a direção dos trabalhos da diocese em 1949 e permaneceu até 1957, quando foi transferido para Goiânia. Dom José Vicente Távora, o terceiro bispo assumiu a diocese em 1958. Em 1960, o Papa João XXIII, por meio da bula Ecclesiarum omnium, elevou a diocese à categoria de arquidiocese e sé metropolitana, sendo Dom José Vicente Távora o seu primeiro arcebispo. Com sua morte em 1970, Dom Luciano Cabral Duarte assumiu o cargo de arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Aracaju e permaneceu até 1998.

13 Mais informações, consultar Barreto (2004). 14 O Seminário Maior foi fechado em 1933.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1861

preparativos para a instalação ocorreram no final da década de 1940, em consonância com o

que vinha sendo difundindo pelos católicos em várias capitais do país. De acordo com uma

pesquisa realizada pelo Padre Luciano Duarte, no ano de 1956 funcionava no país:

[...] nada menos que 69 escolas superiores de orientação católica, ou seja, 29% da rede nacional. Dos vinte e quatro ramos atualmente ensinados nos cursos superiores brasileiros, os estabelecimentos católicos já estão estruturados em 12, ou seja, 50% do total. Estão funcionado atualmente 25 escolas de Filosofia, 10 de Serviço Social, 7 de Educação Física, 6 de Ciências Econômicas, 6 de Direito, 4 de Jornalismo, 3 de Engenharia, 2 de Medicina, 2 de Odontologia, 2 de Biblioteconomia, 1 de Educação Física e 1 de Música (A CRUZADA, 07/07/56).

Para a construção desse projeto, muitos contatos foram realizados entre o idealizador

da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe “Padre Luciano Duarte” e outros intelectuais

eclesiásticos e leigos. A intenção era analisar a experiência de outras Faculdades Católicas de

Filosofia em funcionamento no Brasil.

Diante das orientações, Padre Luciano Duarte seguiu fielmente o modelo da Faculdade

de Filosofia, Ciências e Letras Manuel da Nóbrega de Recife, administrada pelos jesuítas.

Essa instituição havia sido planejada pelo Arcebispo de Recife Dom Sebastião Leme (1916-

1921), mas a criação dessa Faculdade e da Universidade Católica no Recife não se concretizou

sob sua orientação15. Em carta, Dom Leme (1916) expõe a sua satisfação em receber a notícia

da autorização para a abertura da Universidade Católica do Recife, em 1916:

Foi com alvoroço que nos chegou ao conhecimento a resolução tomada pelos Senhores Arcebispos e Bispos das Províncias Eclesiásticas Setentrionais do Brasil, quando reunidos na Bahia sob a presidência do venerando e preclaro Sr. Arcebispo Primaz, acordaram em fundar na cidade do Recife uma Universidade Católica. [...] Supérfluo julgamos dizer que, da nossa parte, envidaremos todo esforço para secundar o voto e propósito dos nossos Veneráveis Irmãos no Episcopado. [...] Será mais uma glória para a nossa ilustre Sede Arquiepiscopal o ressuscitar daqueles tempos em que, ao lado das catedrais, se erguiam as mais respeitadas universidades. Quem nos dera transplantar para o Recife as relíquias preciosas da Universidade de Louvain! (CABRAL, 2013, p. 2).

Por outro lado, a Faculdade Católica de Recife havia construído seu projeto, de acordo,

com o modelo oficial da Faculdade Nacional de Filosofia. Essa instituição também respeitava

as diretrizes católicas, emanadas por Alceu de Amoroso Lima, o qual havia sido convidado

pelo Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema para ministrar aulas e dirigi-la, como

mostra Schwartzman,

15 A Faculdade Católica de Filosofia, Ciências e Letras Manuel da Nóbrega, foi criada em 1943.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1862

A Faculdade Nacional de Filosofia deveria ser criada nos moldes de sua antecessora paulista, mas sob tutela federal e estrito controle doutrinário da Igreja Católica. Capanema busca em Georges Dumas, que havia ensinado na Universidade de São Paulo, subsídios intelectuais para seu projeto (SCHWARTZMAN et al, 2000, p. 66).

No que se refere ao curso de Pedagogia, constatou-se que embora houvesse a presença

dessa graduação em seus regimentos, com suas respectivas disciplinas e tempo de duração,

não foi ofertado nos primeiros anos de funcionamento das três faculdades mencionadas.

Outro fato em comum refere-se à semelhança com relação ao tempo de duração dos

cursos, os currículos, os programas das disciplinas (baseada numa formação humanista) e a

regência exercida por professores padres ou católicos leigos. No caso da Faculdade Católica

de Filosofia de Sergipe, esse último ponto é bastante notório, como podemos visualizar no

quadro abaixo:

QUADRO 1 PROFESSORES DA 1ª SÉRIE DO CURSO DE PEDAGOGIA DA FAFI – 1968

DISCIPLINAS PROFESSORES

Psicologia Geral Padre João Augusto de Souza Leão

Língua Portuguesa João Costa

História da Educação Padre José Stanikowski e

Padre Juan José Rivas Páscua

Introdução à Filosofia Padre Luciano José Cabral Duarte

Sociologia Geral Padre Ovídio Valois Correia

Fonte: Relação das disciplinas do curso de Pedagogia da FAFI (1968).

De acordo com o quadro 1, podemos perceber que durante o primeiro ano de

funcionamento do curso, da totalidade de 6 professores, 5 deles eram padres16. A única

exceção era o professor de Língua Portuguesa João Costa, o qual havia sido indicado pelo

Padre Luciano Duarte. Esse fato mostra como o curso de Pedagogia da FAFI, estava

associado ao campo católico. Essa realidade permaneceu até a década de 1970, quando se

formou o primeiro grupo de egressos e foram divulgados os primeiros concursos públicos.

Dessa forma, é importante mencionar que algumas disciplinas inseridas no currículo

do curso de Pedagogia da FAFI, também adquiriam certa influência dos ideais católicos, a

16 Ovídio Valois Correia era padre salesiano; José Edgar Stanikowski era da Ordem Franciscana e João Augusto de Souza Leão de A. Bastos (também conhecido como Dom Ambrósio) era beneditino. Dom Luciano Duarte era clérigo secular (diocesanos).

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1863

exemplo das disciplinas Introdução à Filosofia e Filosofia da Educação, ambas sob a docência

do Padre Luciano Duarte; e da disciplina História da Educação lecionada pelo professor Juan

José Rivas Páscua.

De acordo com a ementa da disciplina História da Educação de 1968, podemos verificar

alguns conteúdos abordados:

4 – Cristianismo da Educação; 4.1 – Elementos novos da Educação Cristã; 4.2 – Doutrina e métodos da educação de Cristo; 4.3- Síntese entre a educação cristã e Greco-Romana; 4.4 – Educação monástica; 4.5 - Educação Escolástica; 4.6 – Significação histórica e cultural da escolástica;

4.6.1 – Instituições escolares; 4.6.2 – Representantes da educação escolástica;

4.7 – A Bíblia; 4.8 – As contribuições da Igreja Católica

(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, 1969).

Nesse sentido, apesar do curso permanecer sob o controle da Arquidiocese até maio de

1968, período de incorporação da FAFI à Universidade Federal de Sergipe, aquela unidade

permaneceu por algum tempo ainda sob forte influência da Igreja Católica. Por isso, muitos

festejos e eventos do curso continuaram sendo comemorados com a celebração de missas,

como: aula inaugural, formaturas, páscoa e dias santificados17.

Deste modo, conclui-se que essa referência à pedagogia católica se faz necessária

porque, apesar da influência da Escola Nova sobre os cursos de formação de professores, boa

parte dos cursos de Pedagogia permaneceu sob o controle da Igreja; e, mesmo nas

instituições públicas, o pensamento católico, por meio de seus representantes e dos manuais

por eles elaborados, se manteve presente.

Referências

BARRETO, Raylane Andreza D. Navarro. Os padres de D. José: O Seminário Sagrado Coração de Jesus (1913-1933). 2004. 130f. Dissertação (Mestrado em educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2004.

17 Entretanto, é importante mencionar que apesar da influência católica, alunos de outras religiões também estudaram no curso de Pedagogia da FAFI nesse período, a exemplo, dos alunos evangélicos Ester Fraga Vilas-Bôas e Gerson Vilas-Bôas.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1864

BONTEMPI JÚNIOR, Bruno. A cadeira de História e Filosofia da Educação da USP entre os anos 40 e 60: um estudo das relações entre a vida acadêmica e a grande imprensa. São Paulo/SP: PUC-São Paulo, 2001. (Tese de Doutorado em Educação). BONTEMPI JUNIOR. Bruno. A incorporação do Instituto de Educação pela FFCL – USP: hipóteses para entender um campo cindido. In: Reunião Anual ANPED, 30ª, 2007, Caxambú. http://www.anped.org.br/app/webroot/reunioes/30ra/trabalhos/GT022872pdf. Acesso em 10 abr. 2012. BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 5 ed. Tradução de Sergio Miceli. São Paulo/SP: Perspectiva, 1999. BOURDIEU, Pierre. Os usos da ciência: por uma Sociologia clínica do campo cientifico. São Paulo/SP: Editora da Unesp, 2004. BOURDIEU, Pierre. Razões Práticas: sobre a teoria da ação. Tradução de Mariza Corrêa. Campinas/SP: Papirus, 1996. BOURDIEU, Pierre. O campo científico. In: ORTIZ, Renato. (org.). Pierre Bourdieu. São Paulo/SP: Ática, 1983 (a). p. 122-155. BOURDIEU, Pierre. Algumas propriedades dos campos. In. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983 (b). p. 89-94. BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 11 ed. Tradução de Fernando Tomaz. Rio de Janeiro/RJ: Bertrand Brasil, 2007. BURKE, Peter. O que é história cultural? Tradução de Sérgio Goes de Paula. Rio de Janeiro/RJ: Jorge Zahar Editor, 2005. CABRAL, Newton Darwin de Andrade. Nascida do coração da Igreja no centro do Recife: Universidade Católica de Pernambuco, 70 anos de educação superior católica. In. Revista Paralellus, Nº 7, p. 79-94, jan.-jun. de 2013. CARVALHO, Marta Maria Chagas de. Molde nacional e fôrma cívica: higiene, moral e trabalho no projeto da Associação Brasileiro de Educação (1924-1931). Bragança Paulista/SP: EDUSF, 1998. CHAGAS, Valnir. “A Reforma Universitária e a Faculdade de Filosofia”. In. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro/RJ: INEP-MEC, Vol. XXXVI, Nº. 83, p. 38-80, jul.-set. 1961. CHAGAS, Valnir. “Faculdade de Educação e a renovação do ensino superior”. In. Documenta. Rio de Janeiro/RJ: MEC, Nº. 91, p. 92-93, set. 1968. CUNHA, Luiz A. A Universidade Temporã. O ensino superior da Colônia à Era de Vargas. Rio de Janeiro/RJ: Civilização Brasileira, 1980. CUNHA, Luiz A. A Universidade Reformada: o golpe de 1964 e a modernização do ensino superior. São Paulo/SP: Editora UNESP, 2007. ESCOLA NOVA: Manifesto dos pioneiros da Educação Nova (1932). Rio de Janeiro, Agosto de 1932. Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22e/doc1_22e.pdf>. Acesso em 19 set. 2014. EVANGELISTA, Olinda. A formação universitária do professor: o Instituto de Educação da Universidade de São Paulo (1934-1938). Florianópolis/SC: NUP/CED/UFSC/Editora Cidade Futura, 2002.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1865

FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. A universidade brasileira em busca de sua identidade. Petrópolis/RJ: Vozes, 1977. FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. A Universidade do Brasil: Guia dos Dispositivos Legais. Rio de Janeiro/RJ: Editora UFRJ/INEP, 2000 (a). FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. A Universidade do Brasil: Das Origens à Construção. Rio de Janeiro/RJ: Editora UFRJ/INEP, 2000 (b). HORTA, José Silvério Bahia. O hino, o sermão e a ordem do dia: regime autoritário e a educação no Brasil. Rio de Janeiro/RJ: Ed. UFRJ, 1994. LIMA, Alceu de Amoroso. A ordem. Rio de Janeiro, 1931. LIMA, Alceu de Amoroso. Debates Pedagógicos. Rio de Janeiro: Ed. Schidt, 1931. LIMA, Luís Eduardo Pina. Ideologias e Utopias na História da Educação (o processo de criação da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe – 1950/51). São Cristóvão/SE: Núcleo de Pós-Graduação em Pesquisa e Ciências Sociais/Universidade Federal de Sergipe, 1993. (Monografia de Pós-Graduação - lato sensu). LUDOVICO. Francisco. “A Faculdade de Medicina de Goiás”. In. Revista da Faculdade de Medicina. 2011. http://www.medicina.ufg.br/pages/25842-depoimento-francisco-ludovico. Acesso em 08 jun. 2014. MENDONÇA, Ana Waleska Pollo Campos. Anísio Teixeira e a Universidade de Educação. Rio de Janeiro/RJ: Ed. UERJ, 2002. MICELI, Sérgio. A elite eclesiástica brasileira (1890-1930). São Paulo: Companhia das Letras, 2009. NUNES, Clarice. Anísio Teixeira: a poesia da ação. Bragança Paulista/SP: EDUSF, 2000. OLIVEIRA, Nayara Alves de. A Faculdade de Educação da Universidade Federal de Sergipe (1967-1971): origens e contribuições. São Cristóvão/SE: Núcleo de Pós-Graduação em Educação/Universidade Federal de Sergipe, 2011b. (Dissertação de Mestrado em Educação) SAVIANI, Dermeval. História das idéias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007. (Coleção memória da Educação). SCHWARTZMAN, Simon; BOMENY, Helena Maria Bousquet; COSTA, Vanda Maria Ribeiro. Tempos de Capanema. São Paulo/SP: Fundação Getúlio Vargas e Editora Paz e Terra, 1984. SILVA, Carmem Silvia Bissolli da. Curso de Pedagogia no Brasil – história e identidade. Campinas/SP: Autores Associados, 2003. SUCUPIRA, Newton. “Conteúdo da Faculdade de Educação e organização departamental”. In. Documenta. Rio de Janeiro/RJ: MEC, Nº. 91, p. 83-84, set. 1968. SUCUPIRA, Newton. “Da Faculdade de Filosofia à Faculdade de Educação”. In. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília/DF: INEP/ MEC, Nº. 114, p. 260-275. Abr./jun. 1969. TANURI, Leonor Maria. História da formação de professores. Revista Brasileira da Educação – ANPED, São Paulo, Autores Associados, n. 14, p. 61-88, mai./ago. 2000.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 1866

TEIXEIRA, Anísio Spínola. Ensino Superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969. Coleção Anísio Teixeira, Organização da coleção Clarice Nunes. Rio de Janeiro/RJ: UFRJ, vol. 10, 2005. TEIXEIRA, Anísio Spínola. Escolas de educação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v. 51 n. 114, p. 239-259, abr./jun. 1969. VIDAL, Diana Gonçalves. O exercício disciplinado do olhar: livros, leituras e práticas de formação docente no Instituto de Educação do Distrito Federal (1932-1937). Bragança Paulista-SP: EDUSF, 2001.