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    HISTÓRIAS DE NOSSA HISTÓRIAASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA FILHOS DA SENZALAASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA NOVA GERAÇÃO-QDC

    Sementes que GerminamCAPOEIRA O COMEÇO SEM FIMAutor: Adony Querubino de Andrade Sobrinho

    Professor de Capoeira (BARAÚNA)ASSOC. DE CAPOEIRA NOVA GERAÇÃO - QDC

    MESTRE PASTINHA O Sr. Vicente Joaquim

    Ferreira Pastinha, Nascidoem 05/04/1989 e falecidoem 13/11/1981, foi um dosmais importantes Mestresde Capoeira da Bahia àfrente da Capoeira angola aconvite do Mestre Amorzinho, em uma rodaem que foi convidado peloMestre Aberrê que já erabastante conhecido naépoca a dar a honra de suapresença em uma roda dedomingo no BAIRRO DA

    Liberdade, especificamentena ladeira de Gengibirra,local onde grandes Mestrescostumavam se encontrarpara prática da Nobre Arte.

    MESTRE ABERRÊTudo acontecia na

    baixada do Matatu Pretoonde o Sr. AntônioRaimundo, o saudoso Aberrê, e o grande MestrePastinha, desenvolvia acapoeira juntamente comoutros grandes capoeiristasda época como TotonhoMaré, Pedro Paulo

    Barroquinha dentre outros. Os Mestres Canjiquinha eCaiçara foram formados por ele. Foi ali no Bairro doMatatu que tudo começou para essa linhagem deGrandes Capoeiristas que hoje são referências parasnovas gerações que guardam preservam e difundem anobre arte da Capoeira no Brasil e no Mundo. 

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    MESTRE CAIÇARAO Mestre

    Caiçara, o AntônioConceição Moraes,

    nascido em 1923 efalecido em26/08/1997, exímiocantador e contadorde histórias, Mestreda Capoeira Angola,um lutador rígidopela manutenção eresistência dastradições africanas,

    descendente do também lendário Mestre Aberrê, tinha

    sempre uma reza na ponta da língua para seus amigose os inimigos, sempre presente nos festejos deSalvador.

    MESTRE ZÉ MARIOEm Santo Amaro

    da Purificação noRecôncavo Baianoseguindo a linha dosaudoso BesouroMangangá, Mestre

    Zé Mario ousimplesmente SeuZé como seus alunosgostam de chama-lo,começou a sua

    História na CAPOEIRA ainda adolescente, maslogo se mudou para a Capital Salvador ondeconheceu o seu MESTRE (CAIÇARA), que oensinou e doutrinou por muito tempo até que

    resolveu abrir sua própria academia no intuito delevar a frente os ensinamentos recebidos pelo seuMestre e pelo mundo da capoeira, Mestre Zé Mariocontribuiu muito com a divulgação da nobre artefazendo apresentações culturais em todo país e noexterior.

    MESTRE TCHELO O Sr. Carlos

     Alberto Tavares eFreitas, O HonrosoMestre Tchelo, de

    Salvador-BA, fundadorda Associação deCapoeira Filhos daSenzala, que o temcomo Presidente edefine como Vice-Presidente o Sr.Jozenil Melo, o MestreNininho que

    desenvolve um trabalho em

    nome da Associação Filhos daSenzala em Santo Antônio deJesus-BA, sempre muitorespeitoso e disseminador dotrabalho do seu Mestre e seus

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    ensinamentos, aluno do Mestre Tchelodesde criança. O Mestre Nininho é umexímio jogador e mantenedor dosfundamentos da Capoeira.

    O Mestre Tchelo se iniciou naCapoeira ainda na adolescência por voltados 14 anos de idade, na Capoeira de Rua,sob a orientação do Mestre Zênio,conhecido por todos no mundo daCapoeira e fora dele como PIPOCA,exímio voador, saltava como ninguém,como diziam chegava a pipocar, nesta

    época ainda, o Mestre Zênioque foi formado do Mestre Suassuna dofamoso e eficiente Grupo Cordão de Ouro

    na manutenção dos fundamentos dacapoeira, mas também na inovação erenovação da Arte perante a evolução e amodernidade do mundo em que vivemos ese desenvolve, Mestre Suassuna quedescende do Mestre Bimba, mas quemesmo se renovando e criando a todoinstante mantem suas raízes.

    O Mestre Tchelo ainda na Capoeirade Rua, foi convidado a frequentar aEscola de Capoeira do Mestre Zé Marioque passou a se chamar posteriormente Angola Senzala, onde foi como visitante,gostou e nunca mais saiu, Mestre Tchelo

    conta que na época o seu amigo e mentor Mestre Zênio

    foi convidado para realizar atividades relacionadas aCapoeira em outros municípios do estado e até foradele, se ausentando por algum tempo de Salvador, eque assim ele conheceu o Mestre Mario, chamado

    pelos seus alunos de Seu Zé, esse que é suareferência desde então e que o formou, o Mestre ZéMário que descende do Mestre Caiçara, e que o MestreTchelo tem a honra e a satisfação em carregar na suaorigem e formação, o Mestre Tchelo fala de Seu Zésempre com muito carinho, respeito e devoção,levando seus ensinamentos de capoeira e de vida poronde passa.

    O Mestre Tchelo enumera com muito orgulhoseus Discípulos que com muito carinho e dedicação osformou, dentre eles estão, Mestre Zé Pitbull, Mestre

    Nininho, Mestre Patua, Mestre Gilbertinho, Mestre LÚCabeção, Mestre Vermelho, Mestre Marrom, MestreMundinho, Mestre Rege de Valença, Mestre Zé, MestreDuda, Mestre Lenca, Mestre Berto, Mestre Zana,Mestre Tili, Mestre Chuchu , Mestre Nando, MestreLéo, Mestre Crente de Valença, Mestre Biziu deItaberaba e Mestre Kall Reis de Ruy Barbosa, essessão apenas alguns dos formados do Mestre Tchelodentre outros que ele continua supervisionando ostrabalhos e ensinando e aprendendo com a capoeira eos demais que seus discípulos continuam difundindo eformando seres humanos competentes na execução edesenvolvimento da Capoeira e da vida, sempre sobseus olhares atentos a pratica correta e respeitosadessa arte.

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    Muitos dos seus alunos já formados e emformação, já desenvolvem trabalhos relacionados acapoeira a algum tempo, abrindo novas associações,escolas, centros de treinamento etc, com o intuito de

    continuar possibilitando o crescimento da Capoeira,sempre levando o nome do Mestre Tchelo comoreferência de formação e direcionamento.

    O Mestre Tchelo foi Certificado Mestre emHomenagem e reconhecimento a sua dedicação eserviços prestados a Capoeira e seus fundamentosdurante toda sua vida, pela FECABA  – Federação deCapoeira da Bahia, no ano de 2014, juntamente omoutros Grandes Mestres, momento este que aFederação faz uso de sua outorga e responsabilidadesem prestigiar capoeiristas que dedicaram ou dedicam

    sua vida a resistência e manutenção da Capoeira.O Mestre é responsável por desenvolver

    atividades culturais e movimentações folclóricas nalocalidade da Pedra Da Sereia Itapuã e no Alto DoCoqueirinho, em Salvador-BA, momentos marcadospor caminhadas, manifestações culturais e rodas decapoeira, agraciadas por diversos capoeiristas daCapita e região, sempre rodeada de uma multidão deturistas e populares.

    MESTRE BIZIU O Sr. Cosme, o MestreBiziu de Itaberaba-BA,começou a praticar

    Capoeira aos 9 anosde Idade, inspirado porum grande Capoeiristada época o MestreOrlando que se iniciouna Capoeira emSalvador com o MestreJoão Pequeno aindana adolescência,discípulo do Mestre

    Pastinha, o Mestre Orlando relata que

    conheceu o Mestre João Pequeno noDique do Tororó em Salvador-BA, e que omesmo o levou para treinar na Academiado Mestre Pastinha, onde se formou, masque ainda em Salvador, por vezesparticipou de rodas de capoeira do MestreBimba, mas na juventude por motivosamorosos e pessoais, foi embora deSalvador, indo morar em Itaberaba, ondereside até hoje, e lá fundou o grupo ACOCO – Academia de Capoeira OrlandoCordeirino, que hoje resiste sob ocomando do seu discípulo MestreZebrinha, o Mestre Orlando ainda formouos Mestres Calango que hoje reside no

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    Pará, Mestre Miliconto ainda em Itaberaba, MestreChina de Rio das Ostras e o Mestre José Rebouçastambém de Itaberaba mas que hoje se dedica a outraarte o Karatê. O Mestre ainda na juventude foi

    responsável por alegrar muitas festas de largo emItaberaba com sua escola de samba chamada NãoTem Dengo. O Mestre Orlando foi responsável por boaparte da disseminação da Capoeira naquela Região daChapada Diamantina na Bahia.

    O Mestre Biziu em 01/01/2002 lançou o seuprimeiro projeto para desenvolvimento da Capoeira sobo nome Associação de Capoeira Nova Geração,quando se formou Professor através do Mestre Ninjade Cruz das Almas, com quem treinou e desenvolveuseu trabalho por 8 anos. O Metre Ninja foi Formado

    pelo Mestre Nininho de Santo Antônio de Jesus, Vice-Presidente da Associação de Capoeira Filhos daSenzala, aluno do Mestre Tchelo fundador da Associação. Em suas caminhadas pelo mundo daCapoeira o Mestre Biziu acumulou boas amizades e oMestre Nininho foi uma delas. Foi através do MestreNininho que o Mestre Biziu passou a ter maisconhecimento e contato com o Mestre Tchelo que odirecionou, doutrinou e fundamento no exercício dacapoeira e da vida, o Mestre Tchelo foi quem o formoua Contramestre e Posteriormente a Mestre.

    O Mestre Biziu fala sempre com muito Carinhodo Mestre Tchelo, carrega seu nome em todos ostrabalhos que desenvolve, e demonstra granderespeito, admiração e honra por tê-lo como Mestre, e

    desenvolve seu trabalho com total responsabilidade,tendo a consciência de que é discípulo de um grandeMestre, ser humano e amigo.

    Hoje o Mestre Biziu tem como seus discípulos

    mais graduados e que estão em frequentedesenvolvimento da Capoeira, lado a lado,disseminando seus ensinamentos e carregando seusprincípios e fundamentos por onde passam:

    O Professor Adony Querubinode Andrade Sobrinho tendo comoapelido de Capoeira (BRAÚNA). OProfessor Baraúna que já temserviços prestados aodesenvolvimento da Capoeira em RuyBarbosa-BA, através de espaços de

    atividades sociais mantidos pelaprefeitura nos anos de 2012, 2013, 2014 e 2015, alémde atividades culturais desenvolvidos de formaparticular e também voluntária, o Professor Baraúna seconsidera um amigo eterno das APAE, Associação dePais e Amigos dos Especiais, contribuindo com aprática da capoeira por onde passa, sempre de formavoluntária, acreditando no potencial da capoeira para odesenvolvimento psicomotor e demais possibilidadesde interação com seus assistidos que ele com muitocarinho chama de minha família, ele fala ainda nacapacidade do amor como remédio capaz de amenizare até curar em determinadas situações se não paratodas as situações, e assim ele diz ame, sempre amee a vida será melhor para você e para todos que o

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    cercam. O Professor Baraúna hojereside em Vitória da Conquista-BA,onde trabalha como funcionáriopúblico do estado e concilia suas

    ocupações com a prática da capoeirae seu desenvolvimento, semprepresente em Eventos Culturais

    relacionados a Capoeira na cidade e região, e temcomo seu principal discípulo o Monitor Paulo Esquioque se mantem desenvolvendo trabalhos sociais comCapoeira em Ruy Barbosa-BA, e dando continuidade

    ao trabalho voluntário na APAE,nesse Município.

    O Monitor Renildo Niquinhaque o Mestre Biziu tem como seu fiel

    escudeiro, é seu aluno desde ainfância, e é o seu braço direito naorganização e desenvolvimento deatividades culturais na cidade, oMonitor Niquinha trabalha com artes

    gráficas em Itaberaba e concilia suas ocupações como desenvolvimento da capoeira em projetos sociais nomunicípio sob a supervisão e acompanhamentofrequente do Mestre Biziu sempre ajudando nasatividades da associação contribuindo de forma diretano crescimento sustentável e responsável da Associação Nova Geração.

    O Monitor Jhon Alexandrinoque reside na cidade de RuyBarbosa, exímio cantador, encantacom suas cantigas e contagia os

     jogadores nas rodas de capoeira,Jhon Alexandrino trabalha hoje emRuy Barbosa em atividades deproteção do meio ambiente através

    dos órgãos públicos locais e concilia suas atividadesprofissionais com a prática da Capoeira,desenvolvendo eventos relacionados a Capoeira e amúsica na Cidade de Ruy Barbosa e região.

     Além da cidade de Itaberaba-BA, o Mestre Biziudesenvolve atividades Culturais relacionadas aCapoeira em outras localidades da região onde

    continua formando discípulos e difundindo ainda maisos valores que a capoeira proporciona, dentre estaslocalidades estão, Rafael Jambeiro, Barro Duro, CouroSeco, Alto Vermelho e Santa Helena, nesses núcleoso Mestre Biziu já mantem discípulos dandocontinuidade à os trabalhos culturais, dentre elesestão, os alunos graduados Sergio, Pedro, Ninho eFrequeson.

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    Filosofia de Vida

     A capoeira nos leva e nós levamos a capoeira, é

    como bagagem, nós caminhamos pelas estradas davida, por onde a capoeira nos guia, com a proteção deDeus assegurados pela fé de um poder maior que nosprotegem das mazelas da vida, mas que também nospreparam para adversidades maiores, a capoeira éuma fonte inesgotável de conhecimento, e essa é anossa bagagem, o conhecimento, a busca incessantepor nossa ancestralidade aliada a evolução natural domundo, é um conflito incessante do antigo e do atualque evolui desenfreadamente, o capoeirista passa avida à alicerça saberes dentro de uma realidade

    racional, logica e fundamentada do que é passado, doque é presente e do que pode ser futuro.É a manutenção da história que se foi, mas que

    ainda vive, no coração, na mente e no corpo de quema pratica, ou melhor a desenvolve, é como eu costumodizer “a capoeira vive em mim e eu vivo na capoeira”,realidade vivida e difundida por muitos praticantesdessa bela arte que remete a história de um povo,história muitas vezes perdida no passado, mas que seacha no futuro, na vivencia do povo, no sofrer de quemainda vive para contar seus flagelos, mas também,

    seus tempos de glória. A capoeira hoje, está espalhada pelo mundo,

    difundida no Brasil, e em constante evolução, tem sidolevada para os quatro cantos do mundo, com a

    finalidade de divulgar essa prática cultural e esportiva, juntamente com seus valores e ideais de vida.

     A Capoeira é uma atividade genuinamentebrasileira, que atrela a sua prática a história de um

    povo, o Brasil viveu duros anos de Escravidão, emesmo após a abolição, ainda vivenciava por muitotempo essa realidade, com o olhar passivo dasautoridades racistas que mantivera na sua essência oolhar e a alma de uma sociedade opressora. Com oracismo e a discriminação latente durante décadas, oBrasil, país de miscigenação visível, e porque não dizertotal, mesmo nos dias de hoje, se realiza com suavoracidade de definições, alguns se alto denominamnegros, outros brancos, pardos, amarelos, as coressão definidas na sociedade como se tivéssemos

    gêneros por raças, mas a verdadeira verdade é que osangue é vermelho para todos, e não falo isso apenasliteralmente, pois, sabendo-se da condição cultural,que é de uma riqueza estupenda, que esse gigante da América Latina tem, o Brasil poderia ser definido emuma só palavra, mestiço, já que não há a mínimapossibilidade de um sangue imprescindivelmente“puro” nas atuais condições, desta forma, os Negrostambém são brancos, e os brancos também sãonegros, e nessa mistura os índios a essa altura docampeonato, somos todos nós.

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    Realidade Insana

    MESTRE BIMBA

      Faleceu em 5 de fevereirode 1974 em Goiânia, Goiás,abandonado, sem muitosrecursos. Mestre Bimba foi

    embora da Bahia em 1973, porquestões financeiras, o Mestre Bimbaalegava que não tinha apoio das

    Alteridades Públicas, que emmomento algum o ajudaram.

    MESTRE PASTINHA

      Faleceu em 13 de novembrode 1981 aos 92 anos, muitoenfermo, cego e abandonado noAbrigo para Idosos Dom Pedro II.

    Mestre Pastinha dedicou toda  

    suavida ao provimento e manutenção danossa cultura.

    Adversidades

    &

    Diversidade

     A capoeira que vivenciamos hoje, está emconstante processo de evolução, sua prática émiscigenada por natureza, vivemos em um paíscontinental, onde temos culturas diversas sendovividas em uma mesma nação, cada estado serelaciona, fala e vive histórias diferentes e ecléticas,devido a sua obvia ocupação colonial por todos oslados e por povos distintos e culturas distintas que se

    enraizaram e se misturaram de tal forma que seoriginou uma identidade social, econômica e culturalpara cada região do país.

     A Capoeira está espalhada pelo Brasil, assimcomo, pelo mundo, desta forma é compreensivo quehajam questionamentos relacionados a sua prática emodelos de atuações tanto burocráticas no que dizrespeito a seus fundamentos e organização quantopelas atividades e origem de cada entidademantenedora dessa arte, partindo do ponto de vista,que os hábitos e costumes em Manaus, não são os

    mesmos do Acre, assim como também, não são osmesmos da Bahia, e estes não são os mesmos de SãoPaulo, como também não são os mesmos do Rio deJaneiro ou Curitiba, um bom exemplo destadiversidade de informações e costumes são as

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    graduações implantadas na capoeira em todos oslugares, não há uma padronização destes elementos,nem mesmo um controle uniforme de formação doprofissional Capoeirista, no geral, cada grupo ou

    associação seguindo seus costumes e tradições locaisdefinem cores e modelos de graduação, em algunslugares são utilizadas cordas, em outros cordéis oucordões, ou até mesmo faixas a exemplo do Mestre ZéMário que usava faixas para graduar seus alunos, e emalguns lugares ainda se faz o uso de lenços, seguindoa tradição dos mais antigos, as cores também sedivergem de região para região, temos cores paragraduações desde o branco até as mais curiosasdiferentes opções, vermelho, preto, marrom, lilás, roxae rosa, são alguns exemplos de graduações

    encontradas por ai.Não podemos dizer que é certo ou que é errado,

    seja o que for, na capoeira, uma arte que se modificase constrói, se reconstrói, reinventa-se a todo instante,patrimônio cultural Brasileiro Tombado pela UNESCO,

     A Capoeira é uma arte pertencente a um povoque à teve e tem como instrumento de libertação, cadauma dessas pessoas, praticantes, tem de suaancestralidade a herança viva de uma resistência quevive neles mesmos, o seu corpo fala em toda suaessência, somos todos negros, fomos escravizados,mas nunca fomos escravos, estivemos escravos, e nãomais seremos, somos livres, sempre fomos, somosfortes, somos um só, somos a capoeira viva da nossahistória.

    Se fala muito em institucionalizar a Capoeira, noentanto, do ponto de vista histórico, a capoeira já éinstitucionalizada, a capoeira é instituição públicaimaterial e irrevogável de quem a traz no sangue e nas

    lembranças de outrora.

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    A Capoeira que corre, mas

    não caminha

    Vivemos em um momento da história queestamos cercados de cobranças, se fala muito emtermos raízes, de onde viemos, para onde vamos, comdiversos interesses abertos, mas também, muita coisaoculta, os interesses pessoais se afloram, seja por autobeneficiamento ou de outros, muito se almeja, delibera,propõe e ainda se impõe por ideias individuais eoportunista, dentro de um mundo globalizado, mas queas informações são manipuladas o tempo todo,algumas vezes com idoneidade, outras vezes nemtanto, ou de toda forma, com benevolência nenhuma, e

    sim por posições mesquinhas e autoritárias a maioriadas vezes, a Capoeira vive um momento de defesaincessante da verdadeira e honesta prática, buscandose libertar e se proteger de verdadeiros usurpados,inescrupulosos que estão a todo momento na espreitado oportunismo e charlatanismo de uma arte querepresenta nossa história, a vida de nosso povo.

    Vivência

     A capoeira vive uma guerra de valores, de certose de errados, de poderosos e desapoderados, de quem

    é o dono do gunga ou de quem é o jogador, geralmenteestamos em uma condição de que, quem tem o gungatoca e canta o quanto quiser, e para a roda se quiser,deste modo o jogador só joga se o gunga deixar, poisse o gunga comanda a roda, a hora que ele quiser, o jogo, ele pode parar, por isso geralmente não é umaboa ideia, um possível desafeto com o gunga, suaamizade e companheirismo de certa forma é primordialpara o jogador, assim, eu pergunto; quem é ou o que éo gunga? Seria o Mestre, o C.Mestre, o Professor, seilá, até mesmo o jogador! A depender de quem seja o

    gunga seu futuro se traça naquele momento, o cantopode lhe matar, te punir ou então te dar vida, e emalguns momentos até lhe ressuscitar, quem sabe,talvez um aviso, um alerta, ou até lhe ensinar a jogar.É preciso cuidado, a capoeira vem como magia e nostoma para o centro da roa ou para o comando dela,cada dia é uma história, que vem como derrota oucomo vitória, a diferença é, que a capoeira lhe da aopção de recomeçar, de querer novamente, de fazerdiferente, de entender diferente, ser diferente, mas, aomesmo tempo que, ela seleciona, modela, dirige,

    conduz, transforma, assim, deste modo, não é vocêque a escolhe, e sim, é a capoeira que lhe mantem ali,dentro dela, os que ela quer, os que ela deseja, almeja,o que ela, a capoeira, entende que é capoeira, que fazparte dela, que é um dos seus membros, é

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    como um órgão que dá vida ao seu corpo, com essaconotação, você está para capoeira, como a capoeiraestá para você em um só corpo, vivendo a mesmahistória, sendo uma só forma, fazendo parte do seu

    legado, sangue que corre na veia e na cultura de umpovo, como uma raiz, que se imaginasse, de umaarvore sem fim, com raízes que correm o mundo,irrigando uma nação de descendentes, pulsando nocoração de um só corpo, fonte de vida de um povo,Capoeira!

    MÚSICAS

    Associação de Capoeira

    Nova Geração - QDC

    Filhos da Senzala

    Autor: Prof. Adony Andrade

    (BARAÚNA)

    MÚSICA: Nossa História

    Vou te contar uma história

    Vou te contar uma históriaVocê tem que parar para ouvirTe falo do meu coração

    É com muita emoçãoNão dá para resistir

    Eu vou viver o presenteSem deixar o passado morrer

    Vou levar meu Mestre pro futuroEm nossos corações seu nome vai viver

    CORO: Tem dendê no tachoFrita aí que eu quero vêTem dendê no tacho

    A roda é de seu Aberrê

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    Tem dendê o tachoEntra aí que eu quero vê

    Tem dendê no tacho

    Joga aí que eu quero vêEu tô falando do seu Aberrê, do seu Caiçara, doMestre Zé Mário

    Da Sereia de ItapuãDo Mestre TcheloE filhos da senzala

    CORO: Tem dendê no tachoFrita aí que eu quero vê

    Tem dendê no tacho

    A roda é de seu AberrêTem dendê o tachoEntra aí que eu quero vê

    Tem dendê no tachoJoga aí que eu quero vê 

    A roda já começouA família já tá reunida

    Com Mestre Tchelo no berimbauO corpo arrepia e a senzala ginga

    CORO

    Autor: Prof. Adony Andrade

    (BARAÚNA)

    MÚSICA: Nascido na Senzala(Lamento)

    Sou nascido na senzala, que minha mãe se chamavasinhá, eu sou filho de negro com branco, do meu pai já se via falar, branco, feudal e maldoso, de outronão vi comentar, lembro-me de uma pergunta a JesusCristo nosso Salvador, de onde vim, pra onde vou soudos negros o mais sofredor, filho de senhor de

    engenho, de um lado meu pai criador, do outro meupovo morrendo, clamando, sofrendo de dor, eu contocom muito lamento, a história de um negro senhor.

    CORO: Mamãe sinhá me chamou pra jogarCapoeira na beira do mar

    Mamãe sinhá me chamou pra jogarCapoeira não pode parar

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    Autor: Prof. Adony Andrade

    (BARAÚNA)

    MÚSICA: Eu Canto e AgradeçoEu canto e agradeço

    Os mestres que reconheçoQue minha vida fez mudar

    Me ensinou a capoeiraMe ensinou a gingar

    Me ensinou a malandragemMe ensinou a balançar

    Me ensinou que o tombo é feioMas, bonito é levantarCORO: Vem pra roda camará

    Mais bonito é levantarVem pra roda camaráMais bonito é jogar

    Vem pra roda camaráMais bonito é amizade

    Em pra roda camará

    Mais bonito é vadiar

    Autor: Prof. Adony Andrade

    (BARAÚNA)

    MÚSICA: Tava na casa de mãe

    Tava na casa de mãeCanarinho cantando dizia

    Tô ouvindo berimbau tocandoÉ o toque de Santa Maria

    CORO: Berimbau tocou, coral cantouA roda da APAE começou

    Berimbau tocou, coral cantouCadeirante na roda jogou

    Berimbau tocou, coral cantouPode chegar que o axé começou

    Você pode não acreditarMas tô vendo da minha janelaCadeirante descendo andando

    Andando com as mãos, balançando as pernasBerimbau tocou, coral cantou

    A roda da APAE começouBerimbau tocou, coral cantou

    Cadeirante na roda jogouBerimbau tocou, coral cantou

    Pode chegar que o axé começouObs: Música em homenagem a os trabalhos com capoeira

    na APAE de Vitória da Conquista-BA

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    Autor: Prof. Adony Andrade

    (BARAÚNA)

    MÚSICA: Sou da APAE sou capoeira

    CORO: Sou da Apae, sou capoeira, tocoberimbau, atabaque e pandeiro, não sou

    brincadeiraSou de Ruy Barbosa, sou oroboseiro, criado na serra

    de mata rasteira, conheço cada pedra, pedaço depau, nascente de água eu sou capoeira, quero ver no

    futuro, meu filho jogar, capoeira na Serra do

    Orobó, preserve essa mata, pra no futuro vivermelhor.

    CORO: Sou da Apae, sou capoeira, tocoberimbau, atabaque e pandeiro, não sou

    brincadeira

    Obs: Música em homenagem a os trabalhos com capoeirana APAE de Ruy Barbosa-BA

    Autor: Prof. Adony Andrade

    (BARAÚNA)

    MÚSICA: Clonagem do fruto de ouro

    Clonagem do fruto de ouro, renasce o tesouro que éfenomenal, se eu não falo, você não sabia, que láteve um dia coronel do cacau, hoje em dia é com

    muita alegria que me contagia, que eu posso falar, avassoura que lá teve um dia, hoje é fantasia do povode lá, Camacan tem cacau todo dia, bem-vindo é oprogresso, não vai acabar, todo ano tem roda na

    praça, em toda barcaça, em qualquer lugarCORO: Na fazenda do senhorDiz que tem berimbau, diz que tem agogô

    Na fazenda do senhor foi seu Benicio que mandou

    Obs: Música feita para o grande amigo senhorBenício de Camacan-BA, em homenagem a eternaterra do cacau e da Capoeira do Grupo Raça, domeu amigo Geladeira e toda família que ginga.

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    Autor: Prof. Adony Andrade

    (BARAÚNA)

    MÚSICA: Madeira de LeiEscuta menino tudo que tenho pra te falar

    Fiquei sabendo de uma capoeiraNem motor serra pode derrubar

    É madeira de leiSua raiz pela terra expandiuEssa família tem espalhado

    Capoeira por todo BrasilDar gosto de vê

    Sua raiz fincada no chãoBaraúna é madeira de lei

    É filhos da senzalaSão todos irmãos

    Nosso Mestre BiziuCom o Gunga na mão

    Regional tocouMestre Tchelo cantando na rodaNova Geração o Jogo começou

    CORO: Sou Quilombo eu souSou CapoeiraSou Quilombo eu sou

    Sou Capoeira Verdadeira

    Autor: Prof. Adony Andrade

    (BARAÚNA)

    MÚSICA: Ê berimbau

    Ê berimbau vem tocando conforme o coral berimbau

    Ê berimbau vem tocando acompanha o coralQuando armado tem som de violaDesarmado é pedaço de pau

    Berimbau

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    Autor: Prof. Adony Andrade

    (BARAÚNA)

    MÚSICA: Luanda (Lamento)

    Que vem de Luanda aê...Quem vem de Luanda a...

    Vem montado no seu cavalo alado, vem de corpofechado, trazendo no peito o seu patuá

    Vem em busca de sua prenda, vendida na fazenda,levada da senzala pelo capataz

    Esse amor é ancestral, vivido nos canaviais

    Não morre já mais, já viveu nesse e noutro mundo,abençoado pelos orixásVou em busca do meu amor

    Filho da senzala eu souVou em busca do meu amorMinha história só começouVou em busca do meu amor

    Seja onde forVou em busca do meu amor

    Filho da senzala eu sou

    Formação do Capoeira

    x

    Integridade e Honra

    O que nos define é a estrada que

    percorremos durante uma vida, uma vida,

    que não há nossa, mas sim, a vida da

    capoeira, o capoeira que se encantou e

    ainda se encanta com essa bela arte, o

    capoeira que se intitula por suas atitudes e

    não por graduações, a capoeira é um

    caminho, caminho que abre caminhos,

    que molda e transforma caminhos, cria

    oportunidades, ao mesmo tempo, em que

    desfaz armadilhas, no tempo em que arma

    outras para os que dela vos provem de

    maneira escusa, essa é a capoeira, mais

    malandra que o malandro, mas

    mandingueira que o mandingueiro,

    arteira, cheia de malicia, feitiço e

    mistérios, a capoeira proporciona o

    capoeirista, o capoeirista é apenas mais

    um instrumento da capoeira, ela o

    comando, o conduz, o coloca e o tira, o

    aceito e o desfaz, decisiva em seus

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    comandos, o berimbau fala, o chão fala,

    tudo fala, mas ela só escuta o que é dela,

    só reflete o que é dela, e nada mais, o

    capoeirista é apresentado a capoeira, e ela

    o enxerga em toda sua verdade, sua

    essência, mas também o percebe em toda

    sua falsidade, é ela, a capoeira que é

    incisiva, possuidora do saber e do manter,

    ai do capoeirista que se acha na condição

    de usurpá-la, ou meramente usá-la, a

    capoeira é soberana no olhar, e com um

    percentual de destreza e exatidão ela

    cobra, aniquila, elimina, não há

    capoeiras de verdades ou de mentiras, a os

    que se pintam e se intitulam, mas não

    ficam, não há permissividade no que não

    à pertence, e sim paridade, conformidade,

    homogeneidade no que é ela, sempre foi

    dela, é sangue, é raça, é ancestralidade, é

    capoeira, é ela inteiramente de verdade

    Autor: Prof. Adony Andrade

    (BARAÚNA)

    MÚSICA: Peça licença para entrarTem mistério no terreiroTem mistério no terreiroMelhor você não cutucar

    Caldeirão meche pro lado contrárioBorbulha pra fora, pode te queimar

    Tem dendê fritando no tachoTem dendê fritando no tacho

    A fervura é forte tem que respeitar

    Tem negro com flecha na mão, e índio jurunafalando Ioruba

    A madeira que queima no fogoE não deixa o dendê esfriar

    É madeira de baraúnaTrês forças unidas no mesmo lugar.

    Tá tudo conectadoTá tudo conectado

    A natureza responde pode perguntar

    Toda riqueza tem um donoTem que ter permissão para usar

    A energia que nos guiaÉ a mesma que nos faz parar

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    Do mesmo jeito que ela nos uneNada pode separar

    Pela Santa TrindadePeço proteção e permissão para jogar

    Peça licença para entrarCapoeira da APAE já vai começar

    Peça licença para entrarBaraúna chegou acabou de jogar

    Peça licença para entrarSandro Capoeira chegou pra jogar

    Peça licença para entrar

    Paulinho Juruna acabou de jogar...

    Autor: Adony Querubino de Andrade SobrinhoProfessor (BARAÚNA)/VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

    ASSC. DE CAPOEIRA NOVA GERAÇÃO – QDCAluno do Mestre Cosme (BIZIU)/ITABERABA-BADiscípulo do Mestre (TCHELO)/SALVADOR-BAASSOC. DE CAPOEIRA FILHOS DA SENZALA