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Desde 1º de janeiro de 2016, entraram em vigor, definitivamente, as regras do Novo Acordo Ortográfico, apesar das mudanças terem começado em 2009. HISTÓRICO: É A PRIMEIRA VEZ QUE ISSO ACONTECE? Mudanças ortográficas não são novidade no Brasil! Ao longo dos anos já tivemos três acordos oficiais, aprovados pelos países falantes do idioma, que promoveram mudanças na língua portuguesa. Em 1943, foram realizadas as primeiras mudanças oficiais. Na época, nossa grafia era mais próxima de Portugal, mas diferente da utilizada oralmente no dia a dia. Em 1971, ocorreu a segunda reforma oficial com um período de transição de dois anos, pois foram poucas as alterações. História da Ortografia do Português (Fonte: Instituto de Linguística Teórica e Computacional) Séc XVI até séc. XX - Em Portugal e no Brasil a escrita praticada era de cariz etimológico (a raiz latina ou grega determinava a forma de escrita das palavras com maior preponderância). 1885 – Até esta altura a grafia é essencialmente etimológica. Nesta data publica-se as Bases da Ortografia Portuguesa, de Gonçalves Viana 1907 – A Academia Brasileira de Letras começa a simplificar a escrita nas suas publicações. 1910 – Implantação da República em Portugal – é nomeada uma Comissão para estabelecer uma ortografia simplificada e uniforme a ser usada nas publicações oficiais e no ensino. 1911 – Primeira Reforma Ortográfica – tentativa de uniformizar e simplificar a escrita, mas que não foi extensiva ao Brasil. 1915 – A Academia Brasileira de Letras resolve harmonizar a sua ortografia com a portuguesa. 1919 – A Academia Brasileira de Letras revoga a sua resolução de 1915. 1924 – A Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras começam a procurar uma grafia comum. 1929 – A Academia Brasileira de Letras altera as regras de escrita.

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Desde 1º de janeiro de 2016, entraram em vigor, definitivamente, as regras do Novo Acordo

Ortográfico, apesar das mudanças terem começado em 2009.

HISTÓRICO: É A PRIMEIRA VEZ QUE ISSO ACONTECE?

Mudanças ortográficas não são novidade no Brasil! Ao longo dos anos já tivemos três acordos

oficiais, aprovados pelos países falantes do idioma, que promoveram mudanças na língua

portuguesa. Em 1943, foram realizadas as primeiras mudanças oficiais. Na época, nossa grafia

era mais próxima de Portugal, mas diferente da utilizada oralmente no dia a dia. Em 1971,

ocorreu a segunda reforma oficial com um período de transição de dois anos, pois foram

poucas as alterações.

História da Ortografia do Português

(Fonte: Instituto de Linguística Teórica e Computacional)

Séc XVI até séc. XX - Em Portugal e no Brasil a escrita praticada era de cariz etimológico (a raiz latina ou grega determinava a forma de escrita das palavras com maior preponderância).

1885 – Até esta altura a grafia é essencialmente etimológica. Nesta data publica-se as Bases da Ortografia Portuguesa, de Gonçalves Viana

1907 – A Academia Brasileira de Letras começa a simplificar a escrita nas suas publicações.

1910 – Implantação da República em Portugal – é nomeada uma Comissão para estabelecer uma ortografia simplificada e uniforme a ser usada nas publicações oficiais e no ensino.

1911 – Primeira Reforma Ortográfica – tentativa de uniformizar e simplificar a escrita, mas que não foi extensiva ao Brasil.

1915 – A Academia Brasileira de Letras resolve harmonizar a sua ortografia com a portuguesa.

1919 – A Academia Brasileira de Letras revoga a sua resolução de 1915.

1924 – A Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras começam a procurar uma grafia comum.

1929 – A Academia Brasileira de Letras altera as regras de escrita.

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1931 – É aprovado o primeiro Acordo Ortográfico entre o Brasil e Portugal, que visa suprimir as diferenças, unificar e simplificar a língua portuguesa. Contudo, este acordo não é posto em prática.

1938 – São sanadas algumas dúvidas quanto à acentuação de palavras.

1943 – É redigido o Formulário Ortográfico de 1943, na primeira Convenção Ortográfica entre Brasil e Portugal.

1945 – Um novo Acordo Ortográfico torna-se lei em Portugal, mas não no Brasil, por não ter sido ratificado pelo Governo; os brasileiros continuam a regular-se pela ortografia do Vocabulário de 1943.

1971 – São promulgadas alterações no Brasil, reduzindo as divergências ortográficas com Portugal.

1973 – São promulgadas alterações em Portugal, reduzindo as divergências ortográficas com o Brasil.

1975 – A Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras elaboram novo projeto de acordo, que não é aprovado oficialmente.

1986 – O presidente do Brasil, José Sarney promove um encontro dos então sete países de língua oficial portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe -, no Rio de Janeiro. É apresentado o Memorando Sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O Acordo Ortográfico de 1986, que resulta deste encontro, é amplamente discutido e contestado pela comunidade linguística, nunca chegando a ser aprovado.

1990 – A Academia das Ciências de Lisboa convoca novo encontro, juntando uma Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. As duas Academias elaboram a base do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O documento entraria em vigor, de acordo com o seu artigo 3º, no dia "1 de Janeiro de 1994, após depositados todos os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto do Governo português".

1995 – O Acordo Ortográfico de 1990 é apenas ratificado por Portugal, Brasil e Cabo Verde, embora o texto previsse a sua implementação em toda a Lusofonia no início de 1994.

1996 – O Acordo Ortográfico é apenas ratificado por Portugal, Brasil, e Cabo Verde.

1998 – Na cidade da Praia é assinado o Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, retirando-se do texto a data de implementação. Mantém-se a condição de que todos os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) devem ratificar as normas propostas no Acordo Ortográfico de 1990 para que este seja implementado.

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2002 – Timor-Leste torna-se independente e passa a fazer parte da CPLP.

2004 – Os ministros da Educação dos vários países da CPLP reúnem-se em Fortaleza, no Brasil, para a aprovação do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Fica assim determinado que basta a ratificação de três membros para que o Acordo Ortográfico possa entrar em vigor e Timor-Leste passa a integrar a CPLP.

2006 – Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ratificam o documento, possibilitando a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.

2008 – O Acordo Ortográfico de 1990 é aprovado por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Brasil e Portugal, sendo esperada a sua implementação no início de 2010.

2009 – Entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 no Brasil e em Portugal. Além de

Portugal e do Brasil, também São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor-Leste e Guiné-Bissau já

ratificaram o Segundo Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico de 1990, embora estes

últimos não o tenham ainda aplicado. Fica apenas a faltar a ratificação de Angola e

Moçambique.

POR QUE MUDOU?

O principal objetivo da mudança é econômico: facilitar a integração comercial entre as nações.

Mas, sem dúvida, as mudanças trazem outros benefícios, como facilitar o intercâmbio cultural

e científico, já que fica muito mais fácil a comunicação e caem os custos de produção e

adaptação dos materiais impressos. É uma forma de ajudar na inserção dos países que falam a

língua, na comunidade das nações desenvolvidas, visto que algumas publicações deixam de

circular internacionalmente, porque dependem de versões.

Internamente, os países que assinaram o acordo terão que arcar com os custos de toda

reimpressão de livros para se adequar às novas regras estabelecidas.

O ACORDO

As conversas começaram entre Brasil e Portugal, em 1990. Diversas reuniões foram realizadas

e os outros países que têm o português como seu idioma oficial, passaram a participar. Mesmo

tendo tomado a iniciativa, Portugal foi o mais resistente às mudanças, pois a quantidade de

alterações lá são muito maiores que aqui: acção, acto, baptismo são escritas agora como no

Brasil: ação, ato, batismo. Mais de 10 mil palavras dos nossos colonizadores serão impactadas.

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A proposta apresentada em 1990 foi aprovada pelo Congresso Brasileiro pelo Decreto

Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, seguido de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, em

2006. Até 2004, era preciso que todos os países membros da CPLP ratificassem as novas

normas. Um acordo feito nesta data estabeleceu que bastaria que três países fizessem a

ratificação para valer.

Curiosidades:

1- Quantos países falam a língua portuguesa?

São 8 países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: Brasil,

Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e

Timor Leste.

2- Todos os países que falam a língua portuguesa aderiram ao Novo Acordo?

Brasil, Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe são os 4 primeiros países que

passam a seguir as mesmas regras para escrever desde 1º de janeiro de 2016,

oficialmente. Os outros 4 países, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste,

aguardam a aprovação formal do tratado para também seguir as novas regras.

3- O que a reforma pode impactar na economia desses países?

O custo para reimpressão de livros é um dos principais problemas que os países

enfrentarão. Mas, por outro lado, ajudará a inserção dos países que falam a língua na

comunidade das nações desenvolvidas, visto que algumas publicações deixam de

circular internacionalmente, porque dependem de versões.

4- Por que é preciso padronizar o português?

Segundo estudos, nosso idioma é a sexta língua mais falada do mundo! Porém, como

existem duas formas oficiais de grafia, dificulta o estabelecimento da língua como um

dos idiomas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU). Ter uma ortografia

padrão irá padronizar o ensino do português ao redor do mundo e facilitará o

intercâmbio cultural entre os países que falam a língua.

Livros, inclusive os científicos, e materiais didáticos poderão circular livremente entre

os países, sem necessidade de revisão.

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5- As mudanças também alteram a pronúncia?

Não. Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não

afetando nenhum aspecto da língua falada.

VOLP – VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA

A Academia Brasileira de Letras elaborou em 1981, sob coordenação de Antonio Houaiss, a

primeira edição do VOLP. É um levantamento das palavras da língua portuguesa com indicação

da sua grafia, pronúncia correta das palavras, acentuação correta, classe gramatical e outras

informações úteis, tais como formas irregulares do feminino de substantivos e adjetivos,

plurais de nomes compostos etc.

Em 2009, com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico no Brasil, o presidente da Academia

Brasileira de Letras, Cícero Sandroni, entregou os primeiros exemplares da 5ª edição revista e

atualizada do VOLP, com 349.737 palavras.

O Acordo Ortográfico de 1990 determina a publicação de um VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO

COMUM, que será o vocabulário oficial da língua, válido para todos os países que tem o

português como seu idioma oficial. Este Vocabulário Ortográfico Comum encontra-se em fase

de elaboração.

No site da Academia Brasileira de Letras é possível buscar vocábulos para conferir se a

escrita está correta: http://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-

vocabulario?sid=23

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AS NOVAS REGRAS ORTOGRÁFICAS

ALFABETO

Será formado agora por 26 letras, cada uma delas com sua representação em minúscula e

maiúscula. As letras K, W e Y passam a ser consideradas integrantes do alfabeto e serão

usadas em unidades de medida, nomes próprios, siglas, palavras estrangeiras, derivados de

palavras estrangeiras e outras palavras em geral.

Exemplos: Franklin, frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista.

Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano.

Siglas, símbolos de unidades de medida e escrita de palavras e nomes estrangeiros: KLM,

TWA, Kg (quilograma), Km (quilômetro), Kw (kilowatt), Watt, Yd-jarda (yard), show, playboy,

playground, windsurf etc.

TREMA

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser

pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.

Como era Como ficou

agüentar aguentar

argüir arguir

bilíngüe bilíngue

cinqüenta cinquenta

delinqüente delinquente

eloqüente eloquente

ensangüentado ensanguentado

freqüente frequente

lingüiça linguiça

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qüinqüênio quinquênio

seqüestro sequestro

tranqüilo tranquilo

Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos:

Müller, mülleriano.

ACENTUAÇÃO

1- As palavras paroxítonas terminadas com os hiatos “oo(s)” e “ee(s)” não serão mais

acentuadas.

Como era Como ficou

abençôo abençoo

crêem (verbo crer) creem

dêem (verbo dar) deem

dôo (verbo doar) doo

enjôo enjoo

lêem (verbo ler) leem

magôo (verbo magoar) magoo

perdôo (verbo perdoar) perdoo

vêem (verbo ver) veem

vôos voos

zôo zoo

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Recordando:

HIATO > quando duas vogais estão juntas na mesma palavra, mas em sílabas diferentes.

2- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim

como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos:

Ela tem muitas joias. / Elas têm muitas joias.

Ele vem de Jundiaí. / Eles vêm de Jundiaí.

Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.

O acordo convém aos trabalhadores. / Os acordos convêm aos trabalhadores.

Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.

Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.

3- Os ditongos abertos “ei” e “oi” não serão mais acentuados em palavras paroxítonas.

Como era Como ficou

alcatéia alcateia

andróide androide

apóia (verbo apoiar) apoia

apóio (verbo apoiar) apoio

bóia boia

celulóide celuloide

colméia colmeia

epopéia epopeia

estréia estreia

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geléia geleia

heróico heroico

idéia ideia

jibóia jiboia

jóia joia

paranóia paranoia

platéia plateia

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser

acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói,

heróis, troféu, troféus.

Recordando:

DITONGO > o ditongo acontece quando dois sons vocálicos estão juntos na mesma sílaba:

peixe, saudade, apaixonado.

PAROXÍTONA > palavra cuja sílaba tônica (a mais forte) é a penúltima. Exemplo: lamentável,

lápis, gato, enrolado, saúde.

4- Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem

depois de um ditongo.

Como era Como ficou

baiúca baiuca

bocaiúva bocaiuva

feiúra feiura

Atenção 1: se a palavra for oxítona e o “i” ou o “u” estiverem em posição final (ou seguidos de

s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

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Atenção 2: Nos demais “i” e “u” tônicos, formando hiato, o acento também continua: saúde,

saída, gaúcho.

5- Não existirá mais o acento diferencial em palavras homônimas.

Como era: pára/para, péla/pela, pêlo/pelo, pêra/pera, pólo/polo.

Como é agora: para, pela, pelo, pera, polo.

Atenção 1: O acento diferencial permanece no verbo poder e no verbo pôr:

Pôde – 3ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo.

Ontem, ele estava machucado e não pôde jogar bola.

Pode – 3ª pessoa do singular do Presente do Indicativo.

Hoje, ele está recuperado e pode jogar bola.

Eu vou pôr o livro na mesa. (verbo)

A lição foi feita por mim. (preposição)

Atenção 2: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma.

Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma

de bolo?

Recordando:

PALAVRAS HOMÔNIMAS > palavras com a mesma grafia e a mesma pronúncia, mas com

significados diferentes.

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6- O acento é eliminado em determinadas formas dos verbos arguir e redarguir.

É eliminado o acento no U tônico de GUE e GUI.

Arguir - arguo, arguis, argui, arguímos, arguís, arguem.

Redarguir - redarguo, redarguis, redargui, redarguímos, redarguís, redarguem.

Atenção: Quando, na sequência do hiato UI, a vogal mais forte for I, este é acentuado.

Exemplo: Arguí todas as circunstâncias do fato. (Tu arguíste, nós arguímos)

7- O uso do acento é determinado pela pronúncia no caso de alguns verbos. Os verbos do tipo

aguar, apaniguar apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar e delinquir

podem ser escritos de duas formas, de acordo com a pronúncia.

Veja, por exemplo, a conjugação dos verbos aguar e averiguar.

Se o verbo for pronunciado com as vogais A ou I mais fortes, estas são acentuadas.

Aguar Averiguar

(eu) águo/(que eu) águe (eu) averíguo /(que eu) averígue

(tu) águas/(que tu) águes (tu) averíguas /(que tu) averígues

(ele) água/(que ele) águe (ele) averígua /(que ele) averígue

(nós) aguamos/(que nós) aguemos (nós) averiguamos/(que nós) averiguemos

(vós) aguais/(que vós) agueis (vós) averiguais/(que vós) averigueis

(eles) águam/(que eles) águem (eles) averíguam/(que eles) averíguem

Se o verbo for pronunciado com a vogal U mais forte, esta NÃO é acentuada.

Aguar Averiguar

(eu) aguo/(que eu) ague (eu) averiguo/(que eu) averigue

(tu) aguas/(que tu) agues (tu) averiguas/(que tu) averigues

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(ele) agua/(que ele) ague (ele) averigua/(que ele) averigue

(nós) aguamos/(que nós) aguemos (nós) averiguamos/(que nós) averiguemos

(vós) aguais/(que vós) agueis (vós) averiguais/(que vós) averigueis

(eles) aguam/(que eles) aguem (eles) averiguam/(que eles) averiguem

USO DO HÍFEN

1- Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:

anti-higiênico

pré-histórico

macro-história

mini-hotel

sobre-humano

super-homem

ultra-humano

Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).

2- Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r

ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:

antirrábico

antirrugas

antissocial

biorritmo

contrarregra

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contrassenso

microssistema

minissaia

neorrealismo

semirreta

ultrarresistente

ultrassom

3- Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela

mesma vogal. Exemplos:

anti-ibérico

anti-inflacionário

anti-inflamatório

auto-observação

contra-ataque

micro-ondas

micro-ônibus

semi-internato

4- Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia

o segundo elemento. Exemplos:

aeroespacial

agroindustrial

anteontem

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antiaéreo

antieducativo

autoafirmação

autoescola

autoestrada

autoinstrução

coautor

coedição

extraescolar infraestrutura

plurianual

semiaberto

Exceção: o prefixo “co” aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se

inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante

etc.

5- Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por

consoante diferente de r ou s. Exemplos:

anteprojeto

antipedagógico

autopeça

autoproteção

coprodução

microcomputador

pseudoprofessor

semicírculo

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semideus

seminovo

ultramoderno

Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.

6- Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar

pela mesma consoante. Exemplos:

hiper-requintado

inter-racial

inter-regional

sub-bibliotecário

super-racista

super-reacionário

super-resistente

super-romântico

Atenção:

• Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal,

superinteressante, superproteção.

• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-

raça etc.

• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:

circum-navegação, pan-americano etc.

7- Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento

começar por vogal. Exemplos:

hiperacidez

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hiperativo

interescolar

interestadual

interestelar

interestudantil

superamigo

superaquecimento

supereconômico

superexigente

superinteressante

superotimismo

8- Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen.

Exemplos:

além-mar

aquém-mar

ex-aluno

ex-prefeito

ex-presidente

pós-graduação

pré-história

pré-vestibular

recém-casado

recém-nascido

sem-terra

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9- Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, gua- çu e mirim.

Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

10- Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam,

formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte

Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11- Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição.

Exemplos:

girassol

madressilva

mandachuva

paraquedas

paraquedista

pontapé.

12- Usa-se o hífen nas palavras compostas com elementos repetidos (mesmo que tenham uma

pequena variação na forma).

Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zigue-zague etc.

13- Usa-se o hífen Nas palavras compostas em que há o emprego do apóstrofo.

Exemplos: caixa-d’água, estrela-d'alva, mãe-d’água, olho-d’água, pau-d’alho, pau--d’arco.

14- Não se usa o hífen nas locuções de qualquer tipo.

Exemplos: à toa, à vontade, cão de guarda, cor de café com leite, dia a dia, fim de semana,

ponto e vírgula, sala de jantar, tão somente, bumba meu boi, disse me disse, maria vai com as

outras, tomara que caia.

Exceções: à queima-roupa, ao deus-dará, água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia.

15- Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de

palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:

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Na cidade, conta-

-se que ele foi viajar.

O diretor recebeu os ex-

-alunos.

DICAS PARA SE ADAPTAR AS NOVAS REGRAS:

1- LEIA: temos memória visual e, portanto, quanto mais lermos textos com a nova

ortografia aplicada, mais iremos nos familiarizar com a forma de escrita.

2- ESCREVA: pode parecer estranho escrever ideia sem acento mas, quanto mais

escrevermos da maneira correta, mais passará a ser natural para nós.

3- CONSULTE: As dúvidas serão frequentes e é importante manter material à mão, para

consulta fácil. Tem dúvida? Consulte e escreva correto! Uma vez consultado,

dificilmente irá precisar consultar o mesmo verbete futuramente. Ficará na sua

memória!

A ferramenta on-line da FLIP é excelente! Você digita a palavra como acha que ela é

grafada e o conversor checa se está de acordo com as novas regras ortográficas e

indica o correto. http://www.flip.pt/FLiP-On-line/Conversor-para-o-Acordo-

Ortografico

4- HÍFEN: de todas as regras, talvez a que mais causou impacto nas grafias das palavras

para nós, brasileiros, foram as modificações em relação ao hífen. Portanto, tenha

atenção redobrada com palavras que tinham o uso do hífen. Sempre consulte antes de

escrever, para ter certeza se não mudou algo em relação ao que você já estava

acostumado(a).

Disponibilizamos, aqui, a cartilha “TEM HÍFEN?” da FTD Educação que traz um

significativo número de palavras que geram maior dificuldade quanto à sua grafia e é

uma ótima ferramenta para rápidas consultas.

http://www2.ftd.com.br/cms/siteFTD/pdf/Cartilha_Tem_Hifen.pdf

Page 19: HISTÓRICO: É A PRIMEIRA VEZ QUE ISSO ACONTECE? …crm.aprofem.com.br/Arquivos/AnexosModulos/Original/... · latina ou grega determinava a forma de escrita das palavras com maior

5- DESAFIE-SE: Na internet há diversos testes on-line para você testar seu conhecimento.

É um ótimo jeito de praticar, consultando seus erros/acertos e já conferindo a regra

em questão.