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Hélder Luís Alves de Castro · 2019. 11. 15. · Torneio inter-escolar de futsal para crianças com necessidades especiais ... recente, onde a presença nesta turma surgiu de um

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II

DIREITOS DE AUTOR E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DO TRABALHO POR TERCEIROS

Este é um trabalho académico que pode ser utilizado por terceiros desde que respeitadas as

regras e boas práticas internacionalmente aceites, no que concerne aos direitos de autor e

direitos conexos. Assim, o presente trabalho pode ser utilizado nos termos previstos na licença

abaixo indicada. Caso o utilizador necessite de permissão para poder fazer um uso do trabalho

em condições não previstas no licenciamento indicado, deverá contactar o autor, através do

RepositóriUM da Universidade do Minho

Atribuição CC BY

https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

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III

AGRADECIMENTOS

Com o término da minha formação académica faz sentido agradecer a todos aqueles que, de

várias formas, me ajudaram a cumprir os objetivos traçados por mim. Todos eles foram bastante

importantes no meu crescimento académico, mas também no aspeto social, sobretudo na

aquisição de valores como respeito, compromisso, dedicação e empenho.

O primeiro agradecimento é dedicado à minha família, que me permitiu realizar este objetivo e

me orientou durante toda a vida académica, preparando-me para o futuro que se aproxima,

fornecendo várias ferramentas para que eu posso ser uma pessoa proativa, dinâmica e com

capacidade de iniciativa.

À Francisca pela paciência e companheirismo demonstrados durante estes anos, sendo uma

ajuda importante no concluir desta etapa académica.

À minha Professora Supervisora, Professora Doutora Beatriz Pereira, pelo acompanhamento e

disponibilidade durante este mestrado, ajudando no meu crescimento académico, possibilitando

novas aprendizagens e ensinamentos

Ao meu Professor Orientador, o Professor Filipe Guimarães, pelos conhecimentos transmitidos,

pela sua vontade e dedicação com que me ajudou e transmitiu toda a sua experiência no

processo de ensino.

À escola secundária pelas experiências proporcionadas e por permitir esta oportunidade de

aprendizagem. Aos meus alunos pelo excelente ano letivo, com várias experiências positivas.

Foram cruciais para o meu sucesso durante o estágio, pois tiveram sempre um comportamento

exemplar e muita dedicação

Aos meus colegas de Mestrado em Ensino de Educação Física no Ensino Básico e Secundário,

em especial ao meu colega de estágio, Rui Fernandes, pelos momentos de companheirismo e

entreajuda vividos durante o estágio.

Aos prof. Thiago Rogel, pela ajuda e atenção prestada, que me permitiu terminar esta etapa.

A todos, muito Obrigado!!

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IV

DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Declaro ter atuado com integridade na elaboração do presente trabalho académico e confirmo

que não recorri à prática de plágio nem a qualquer forma de utilização indevida ou falsificação

de informações ou resultados em nenhuma das etapas conducente à sua elaboração. Mais

declaro que conheço e que respeitei o Código de Conduta Ética da Universidade do Minho.

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V

ASSOCIAÇÃO ENTRE ATIVIDADE FÍSICA E O DESEMPENHO ESCOLAR EM ALUNOS DE UMA

ESCOLA SECUNDÁRIA PÚBLICA

RESUMO

O relatório de estágio pretende retratar o processo de ensino-aprendizagem e o seu

consequente planeamento, realização e avaliação relativo à minha participação como professor

de Educação Física (EF) no ano letivo 2017/2018. A estruturação do realatório engloba para

além do enquadramento pessoal, o enquadramento do meio onde todo o processo decorreu,

onde posteriormente é abordado todo o planeamento e organização da prática pedagógica

inerente à carreira de docente e a participação nas atividades desenvolvidas pela comunidade

escolar. Por fim é apresentado o trabalho de investigação, que se realizou em 76 alunos ( 55

rapazes e 22 raparigas) do secundário de uma escola pública em Guimarães (28 alunos do 10º

ano, 18 do 11º e 30 do 12º ano), tendo como objetivo principal caracterizar a amostra,

segundo o nível de Atividade Física (AF) obtido através do questionário IPAQ-S, para classificar os

alunos em ativos ou não ativos utilizando as recomendações da Organização Mundial de Sáude e

verificar a associação entre a classificação do nível de AF, com o desempenho escolar,

observado através da nota classificativa final do ano letivo, analisando posteriormente as

disciplinas nucleares de Português, Matemática e Educação Física (EF). Foram encontradas

diferenças significativas relativamente à nota de EF (p=0,0), género (p=0,023 ) e ano de

escolaridade (p=0,016) comparativamente com a classificação do nível de AF. Correlacionando

todas as variáveis em estudo, foram econtradas correlações positivas da nota de EF com as

atividades moderadas a vigorosa, onde os alunos ativos possuem melhor classificação a EF. O

género obteve uma correlação negativa muito forte, onde as raparigas apresentaram uma nota

menor de EF comparativamente aos rapazes.

Foi constatada uma correlação positiva entre as disciplinas observadas e a média

escolar mas com correlações diferentes, o que vai de encontro ao defendido por vários autores,

reforçando a maior influência da Matemática e de Português na média escolar obtida.

Palavras – chave: Atividade física, desempenho escolar, Educação Física, Matemática,

Português.

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VI

ASSOCIATION BETWEEN PHYSICAL ACTIVITY AND ACADEMIC ACHIEVMENT IN STUDENTS OF

A PUBLIC SECONDARY SCHOOL

ABSTRACT

The internship report intends to portray the teaching-learning process and its subsequent

planning, realization and evaluation regarding my participation as a Physical Education (PE)

teacher in the 2017/2018 school year. The report’s structuring encompasses apart from the

personal framing, the context in which the whole process took part, where it is later addressed

the entire planning and organization of the pedagogic practice inherent to the teaching career

and the participation in activities developed by the school community. Lastly it is presented the

research work, which was carried out in 76 high school students (55 boys and 22 girls) from a

public school in the Guimarães area (28 tenth graders, 18 eleventh graders and 30 twelfth

graders). The main goal was to characterize the sample, according the Physical Activity (PA)

measured through the IPAQ-S, to classify the students as active or inactive using the World

Health Organization’s recommendations and verify the connection between the PA and academic

achievement observed through the school year final grades; analyzing afterwards the core

curriculum – Portuguese, Mathematics and Physical Education (PE). Significant differences were

found relatively to the PE grades (p=0,0), gender (p=0,023) and year of school (p=0,016) in

comparison with the PA classification. Correlating all the variables under study, there were found

positive correlations of the PE grades with moderated to vigorous activities, whereas the active

students have highest grades at PE. Gender obtained a very strong negative correlation, in which

girls show a lower PE grade in comparison with boys.

It was verified the positive correlation between the observed disciplines and the

academic’s mean value but with different correlations, which meets what is advocated by many

authors, reinforcing the greater influence of Mathematics and Portuguese in the obtained

academic mean value.

Key-Words: academic achievement, Mathematics, Physical Activity, Physical Education,

Portuguese.

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VII

Índice

Agradecimentos ......................................................................................................................... II

Resumo ..................................................................................................................................... V

Abstract .................................................................................................................................... VI

Índice de abreviaturas e siglas .................................................................................................. IX

Índice de tabelas .......................................................................................................................X

Introdução ................................................................................................................................ 1

Enquadramento pessoal ....................................................................................................... 2

Enquadramento do meio e instituicional ................................................................................ 3

Caraterização da turma ........................................................................................................ 6

Área I - Intervenção pedagógica no processo de ensino-aprendizagem ....................................... 8

Conceção ............................................................................................................................. 8

Planeamento ...................................................................................................................... 10

Realização .......................................................................................................................... 15

Avaliação do processo pedagógico ...................................................................................... 18

Área II – Participação na escola e relação com a comunidade educativa .................................. 21

Dia do professor ................................................................................................................. 21

Torneio inter-turmas de basquetebol ................................................................................... 22

Corta-mato e mega sprint ................................................................................................... 22

Torneio inter-turmas de voleibol .......................................................................................... 23

Torneio inter-escolar de futsal para crianças com necessidades especiais ............................ 23

Xico em movimento ............................................................................................................ 24

Área III – Formação e investigação educacional em educação física ........................................ 25

Título .................................................................................................................................. 25

Enquadramento teórico ...................................................................................................... 25

Objetivos ............................................................................................................................ 28

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VIII

Metodologia ........................................................................................................................ 28

Procedimentos ................................................................................................................... 33

Tratamento dos dados ........................................................................................................ 34

Resultados ......................................................................................................................... 34

Discussão de resultados ..................................................................................................... 40

Conclusões ........................................................................................................................ 43

Reflexão Final ......................................................................................................................... 44

Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 45

Anexos ................................................................................................................................... 48

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IX

ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACSM - American College of Sports Medicine

AF – Atividade Física

API – Aplicações Informáticas

CSA - Computer Science and Application

DEF – Departamento de Educação Física

EF – Educação Física

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

IOM - Institute of Medicine

IPAQ – Questionário Internacional de Atividade Física

IPAQ-S – Questionário Internacional de Atividade Física versão curta

OMS – Organização Mundial de Saúde

PNEF – Programa Nacional de Educação Física

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

UD – Unidade Didática

UM – Universidade do Minho

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X

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Síntese das definições das principais recomendações mundiais para atividade física,

2014 (Fonte: Lima et al., 2014) .............................................................................................. 32

Tabela 2. Classificação da amostra segundo o nível de AF ....................................................... 35

Tabela 3. Classificação dos indivíduos ativos e não ativos em função do ano de escolaridade e do

género .................................................................................................................................... 35

Tabela 4. Frequência semanal (dias/semana) de AF vigorosa, moderada e caminhada ........... 36

Tabela 5. Valor médio do volume diário de AF vigorosa, moderada, caminhada e do tempo

sentado durante a semana e fim de semana ........................................................................... 36

Tabela 6. Influência do nível de AF no desempenho escolar, género e ano de escolaridade ...... 37

Tabela 7. Influência entre as variáveis do desempenho escolar com todas as variáveis em estudo

.............................................................................................................................................. 38

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1

INTRODUÇÃO

O relatório de estágio aqui apresentado foi realizado no âmbito do Mestrado de Ensino

em Educação Física no Ensino Básico e Secundário, com sede no Instituto de Educação da

Universidade do Minho. O Estágio supervisionado assume-se como o fecho de uma etapa da

minha vida académica e o início de uma etapa profissional como docente. Neste período de

estágio, propus-me a aprender e retirar o máximo de aprendizagens e experiências positivas para

a minha vida pessoal, mas também profissional.

Neste documento irei expor o estágio realizado, analisar e refletir sobre as situações

vividas durante todo o processo letivo, assim como o meu enquadramento pessoal, meio

institucional e também a caracterização das turmas a que estive presente na prática docente,

para além do projeto de investigação realizado, resultante do período em que estive presente no

contexto escolar.

Durante o ano letivo, estive ao encargo da docência de uma turma Secundário e a

coajudar o professor Cooperante numa turma de 1º ciclo. O contraste entre turmas, foi uma

experiência enriquecedora, pois oponha a turma principal de 12º ano de escolaridade e por

outro lado, uma turma do 1º ano de ensino. A presença na turma de 1º ano surgiu devido a um

projeto a realizar numa escola básica do agrupamento de escolas, no âmbito de um projeto

recente, onde a presença nesta turma surgiu de um projeto introduzido no agrupamento de

escolas, no qual são atribuídas horas a lecionar aos professores de EF, em escolas primárias do

seu agrupamento.

No projeto educativo da escola foram apresentadas várias atividades para o decorrer do

ano letivo, com repartição pelos vários períodos, sendo as atividades previstas vários torneios em

diversas modalidades como Basquetebol, Voleibol, Futsal, corta-mato escolar e distrital,

atividades ao ar livre, como o Xico em Movimento, entre outras. A minha participação ocorreu

em várias destas atividades, distribuídas pelos três períodos como previsto no plano de estágio,

como forma de enriquecer e preparar para o futuro como docente de Educação Física, mas

também como forma integradora na comunidade escolar.

O seguinte documento está organizado segundo os parâmetros apresentados pelo

Documento Orientador do Estágio Curricular, sendo por isso dividido em três áreas, com

respetiva ligação entre elas: Área I - Intervenção pedagógica no processo de ensino-

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aprendizagem; Área II - Participação na escola e relação com a comunidade educativa; Área III -

Formação e Investigação Educacional em Educação Física.

Na área I são abordados os temas Conceção, Planeamento, Realização e Avaliação do

processo de ensino-aprendizagem.

A área II diz respeito à minha participação e envolvência com o meio escolar, todas as

relações estabelecidas com a escola e participação nas diversas atividades realizadas.

Por fim, na área III - Formação e Investigação Educacional em Educação Física, surge o

estudo de investigação realizado: “Associação da Atividade Física e o Desempenho Escolar - em

alunos de uma escola secundária pública”. Este estudo traduz-se numa associação entre a

atividade física dos alunos, assim como a sua vigorosidade durante o seu quotidiano, ao

desempenho escolar, o qual é observado através da média escolar obtida durante o ano letivo.

Desta forma, foi possível responder a várias questões sociais, nomeadamente sobre se atividade

física pode e deve ser conciliada com o rendimento escolar e se poderá trazer benefícios em

ambos os fatores.

Contudo, é pretendido que este documento demonstre o percurso realizado durante o

ano letivo, analisando e refletindo sobre os vários parâmetros presentes no complexo processo

de ensino-aprendizagem a que estive presente. O estágio curricular foi um passo importante no

meu percurso como futuro profissional da Educação Física, onde me desafiei e coloquei em

prática os vários conhecimentos teóricos e práticos que fui adquirindo ao longo da minha

formação académica e da minha vida. Aprendi e melhorei nos aspetos importantes para a

gestão e clima de aula, aprendendo bastante com o professor cooperante, que me transmitiu

vários dos seus saberes e valores, pelo que se tornou numa peça fundamental não só para a

melhoria do meu desenvolvimento na prática docente, mas também como pessoa.

ENQUADRAMENTO PESSOAL

Nascido e criado na cidade de Guimarães, foi desde as idades mais precoces, sobretudo

na infância e pré-adolescência, que desenvolvi o meu gosto pela prática desportiva. Desde muito

cedo estive ligado ao desporto, praticando e participando em várias atividades desportivas, onde

o maior destaque vai para o futebol.

Durante a minha vida sempre participei em atividades desportivas como corta-mato,

corridas de velocidade, natação, sendo uma presença constante em torneios escolares das mais

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diversas modalidades, no entanto o futebol sempre foi a atividade desportiva predileta. Tive

presente nesta modalidade durante vários anos de forma federada, no entanto tanto a vida

académica como a presença de lesões proporcionaram uma aliança entre o gosto pelo ensino e

pelo futebol. Sou treinador de jovens atletas há mais de cinco anos, sendo que no presente

encontro-me a treinar na escola de futebol Dragon Force – Braga (ADC Aveleda).

Durante o meu percurso letivo sempre tive orientação para a vertente desportiva e, por

isso, no ensino secundário ingressei no curso de ciências e tecnologias, como forma de obter

provas de ingresso para um curso superior de desporto. O percurso universitário começou com a

minha licenciatura em Educação Física e Desporto no Instituto de Estudos Superior de Fafe e,

mais tarde, o mestrado de Ensino de Educação Física no Ensino Básico e Secundário na

Universidade do Minho, no âmbito do qual realizei o presente relatório de estágio.

No meu currículo já constam algumas experiências bastante enriquecedoras, positivas e

promotoras da atividade física e de hábitos desportivos, onde destaco os diversos momentos em

que lecionei expressão físico-motora a crianças do pré-escolar, os quais se inserem num projeto

existem na cidade de Guimarães e onde estive como professor em férias desportivas. Este

caracterizava-se por ser uma ocupação de tempo livre, nos quais foram realizadas várias

atividades como: orientação urbana, atividades na piscina e na praia, futebol, mini-golfe, tênis,

etc.

ENQUADRAMENTO DO MEIO E INSTITUICIONAL

O concelho de Guimarães possui características muito próprias, sendo um lugar com

muito relevo na História de Portugal. Esta cidade, segundo os CENSOS 2011, conta com uma

população aproximada de 160 mil habitantes, repartidos por uma zona urbana com 23,5 km2,

distribuídos por 20 freguesias e com uma densidade populacional de 2223,9 hab/km2.

A cidade de Guimarães apresenta-se bem provida em termos de instalações para prática

desportiva, onde regista uma grande evolução a nível de estabelecimentos, mas também se

destaca pelos diversos projetos de promoção de habitos desportivos e de saúde,

correspondentes às mais diversas especificações. A existência de vários projetos conjuntos da

Câmara Municipal com a empresa Tempo Livre, permite fazer de Guimarães uma cidade

proativa e com uma vasta oferta desportiva. De realçar o feito de em 2013 ter sido a Cidade

Europeia do Desporto e em 2012 Capital Europeia da Cultura.

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4

Na cidade de Guimarães existem 3 escolas secundárias. O agrupamento de escolas no

qual lecionei é composto por uma escola Secundária, duas escolas primárias e, ainda, uma

escola do 2º e 3º ciclos.

A Escola Secundária foi criada por um decreto régio a 20 de dezembro de 1884, tendo

entrado em funcionamento no ano seguinte com a designação de Escola Industrial. A sua

criação surgiu de forma a dar resposta a alguns dos bloqueios à industrialização identificados no

inquérito industrial de 1881, mas também às necessidades evidenciadas na 1ª exposição

industrial de Guimarães. A Escola assumiu, desde o seu início, uma parceria com a região,

nomeadamente com as atividades económicas, onde existiu a necessidade de dar resposta à

falta de preparação do pessoal operário, sendo uma das missões existentes ainda hoje no plano

educativo.

A escola, até aos anos setenta tinha um ensino forte na componente prática, com

currículos menos teóricos e com objetivos específicos de profissionalização e da consequente

satisfação das necessidades de trabalho para operários qualificados ou de quadros médios. Após

a revolução de 25 de abril, surgiram algumas alterações na estrutura do ensino secundário,

surgindo em 1975 a unificação do curso geral. Em 1978 a distinção entre escolas e liceus e

com a criação de ensino técnico profissional em 1983, conectado com a criação de escolas

profissionais, em 1989, foi possibilitado o aumento e alargamento da oferta formativa da Escola,

o que influenciou a evolução curricular desta escola e a oferta da mesma, mantendo a sua as

suas carcaterisiticas iniciais com uma oferta mais próxima e orientado para o mercado

profissional mas também diversos cursos que visam uma progressão académica.

Com aprovação da resolução de concelhos de Ministros nº1/2007, relativa ao Programa

de Modernização do Parque Escolar, a Escola Secundária sofreu obras de melhoria e

requalificação em 2009 (Projeto Educativo, 2017).

Quanto aos espaços para a realização das aulas, a Escola Secundária conta com: um

Pavilhão dividido em 3 espaços (P1, P2, P3), um espaço exterior e um auditório, espaços esses

que são atribuídos às turmas segundo o roullement da escola (Anexo 1), onde a sequência dos

espaços era na lógica continua desde o P1 até ao espaço exterior, o espaço correspondente era

alterado em cada semana por exemplo se na 1ª semana o local atribuído pelo organigrama era o

P1, na segunda semana seria o P2, na terceira o P3, na quarta semana o auditório e na quinta

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semana o espaço exterior. Na escola primária os espaços destinados às aulas foram: um campo

exterior e uma sala interior, que se encontravam sempre disponíveis, já que no horário de aula

não existiam mais turmas em atividade.

No projeto educativo (2017) do agrupamento constam os vários pressupostos definidos,

onde são esclarecidas as seguintes missões:

“- Oferecer um ensino de qualidade que prepare os alunos para a vida, facilitando o

prosseguimento de estudos e a inserção no mercado de trabalho e na sociedade, enquanto

cidadãos ativos e responsáveis;

- Implementar uma política de educação, orientada para as diversas necessidades e ritmos de

aprendizagem ao longo da vida;

- Acompanhar a vida escolar dos alunos, potenciando as suas expectativas educacionais e

sociais, nomeadamente através de atividades curriculares e de complemento curricular;

- Desenvolver um ensino assente na inovação, na experimentação e no recurso a novas

metodologias e tecnologias;

- Subordinar os procedimentos instrumentais e administrativos aos procedimentos pedagógicos e

científicos;

- Evitar a funcionalização, desmotivação e acomodação profissional do pessoal docente e não

docente;

- Promover hábitos de vida saudáveis, responsáveis, autónomos e solidários;

- Estimular o exercício dos direitos e deveres de cidadania em diálogo e no respeito pelos outros,

com espírito democrático, pluralista, crítico e criativo;

- Aprofundar as relações entre a escola e a comunidade;

- Promover a equidade, criando condições para a igualdade de oportunidades;

- Reforçar a liderança dos professores, entendida como a capacidade de decisão pedagógica.”

O projeto educativo define-se sobretudo em dois eixos: Educar para o conhecimento e

Educar para a Cidania. O primeiro caracteriza-se pela necessidade de fornecer aos alunos uma

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formação académica atualizada, rigorosa e diversificada para a consequente progressão nos

estudos e para a inserção no mercado de trabalho, valorizando, também, a especificidade

individual de cada aluno e o desenvolvimento pessoal ao longo da vida. Relativamente ao

segundo eixo, este revê-se na construção de valores fundamentados na solidariedade,

autonomia, liberdade, tolerância, mas também na promoção de hábitos de vida saudáveis e

ativos.

Após a análise dos objetivos, metas e missão do projeto educativo, é possível perceber

as principais características da escola de forma a antecipar os vários cenários e adaptar ao

contexto existente. Os contactos iniciais com a instituição foram muito positivos, a comunidade

recebeu-me de bom grado e com simpatia, desde a apresentação inicial e correspondente início

do ano letivo. O ambiente vivido na escola, quer pelo pessoal docente quer pelo pessoal não

docente, foi sempre em clima agradável e apelativo à convivência e ao trabalho. Relativamente

aos alunos, o seu comportamento foi exemplar, tendo-se mostrado empenhados, concentrados,

cooperantes e participativos, a fim de melhorar e adquirir novas aprendizagens nas aulas de

Educação Física.

O departamento de Educação física (DEF), do ano letivo 2017/2018, era composto por

10 professores e ainda 8 professores-estagiários. A minha integração perante este grupo foi

facilitada, sobretudo pela forma acolhedora e tutorial que os professores me integraram.

Disponibilizaram-se para colaborar connosco, estagiários, mas também partilharam ideias, o que

permitiu que a experiência de ensino se tornasse muito enriquecedora.

CARATERIZAÇÃO DA TURMA

A turma que lecionei no estágio curricular era composta por 30 alunos do 12º ano de

escolaridade do Curso de Ciências e Tecnologias e caracterizada por ser constituída por 28

rapazes e 2 raparigas, com idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos. 14 destes alunos

praticavam desporto federados repartidos por as mais diversas modalidades: Futebol, Futsal,

Karaté, Basquetebol, Kickboxing e Rope Skipping.

Os dados fornecidos no inquérito sociobiográfico realizado aos alunos, permitiram a

recolha de algumas informações úteis. Onde podemos constatar que apenas 7% dos alunos não

residiam no concelho de Guimarães, os restantes 93% viviam no concelho, sendo que desses

apenas 20% viviam no centro da cidade e os restantes na periferia. O meio de deslocação para a

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escola para 50 % dos alunos era preferencialmente de transporte público, com 40% dos alunos a

deslocar-se para a escola com os progenitores de automóvel para o estabelecimento de ensino,

de realçar a existência de 10% dos alunos a deslocar-se a pé para a escola. O tempo gasto na

deslocação em 53% dos casos situava-se num intervalo de tempo de 10 a 20 min, com 20% dos

alunos a demoram mais de 20 min a chegar ao local de ensino e 27% demoram menos 10 min

a chegar ao estabelecimento de escolar.

O Diretor de turma, questionado sobre o grupo de alunos, transmitiu que se tratava de

uma turma com um comportamento exemplar, muito dedicada, empenhada e com excelentes

resultados nas mais diversas disciplinas. A abordagem dos alunos (12º ano) foi muito positiva,

onde procuraram com afinco realizar os exercícios propostos, demonstrando várias

competências técnicas. A frequência e a assiduidade nas aulas foram sempre muito altas e

como prova dessa determinação e empenho a turma obteve uma média na disciplina de EF de

18,4 valores.

A turma do 1º ciclo pertencente ao professor cooperante tinha como local de ensino

uma escola primária do agrupamento, correspondendo ao 1º ano de escolaridade e era

composta por 26 alunos, 17 elementos do sexo feminino e 9 do sexo masculino, com idades

compreendidas entre os 5 e 6 anos. A presença nesta turma surgiu pela implementação de um

projeto recentemente introduzido no agrupamento de escolas, no qual eram atribuídas horas

para lecionar em escolas primárias do seu agrupamento. Os professores ficavam responsáveis

pela docência da sua especialidade, garantindo assim uma melhoria e maior presença no

processo de ensino-aprendizagem nas escolas do seu agrupamento.

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ÁREA I - INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

CONCEÇÃO

A visão tradicional do currículo e o seu modelo linear, são alvo de várias questões

críticas, relativamente ao seu contributo para a formação do estudante, onde este se traduz em

saberes isolados. Isto faz-nos refletir acerca da nossa realidade e organização curricular, pois

vivemos numa sociedade cada vez mais complexa que busca inovação, mudança e

imprevisibilidade e que ambiciona que os indivíduos sejam criativos, flexíveis e eficazes em

desempenhos nas mais diversas áreas (Martins et al., 2014). Segundo Martins et al. (2014) a

escola através dos seus currículos e modelos curriculares assume um papel muito importante na

promoção de competências e desenvolvimento das capacidades, onde é necessário desenvolver

os alunos com um plano transversal a várias áreas, através de um currículo transdisciplinar

como forma de preparar os jovens para o mundo que está em constante evolução.

Para Lopes & Cunha (2007), a fase da adolescência assume-se como um período difícil

e com muitas mudanças no desenvolvimento físico e social, onde os programas de Educação

Física devem ir de encontro com as necessidades dos jovens, procurando motivar para a

atividade física e as suas vantagens. Para os objetivos serem atingidos, os docentes de Educação

Física devem ter consciência da forma como os jovens veem essa disciplina (Tannehill et al.

1994).

Na conceção do processo de ensino é necessário estabelecer e priorizar os conteúdos

abordar de forma a programar e ajustar as bases seguintes do processo, como a Planeamento, a

Realização e Avaliação, pois através de uma conceção pensada e hierarquizada conseguimos

prever muitos dos contextos abordar e as possíveis oportunidades ou ameaças ao processo de

ensino e aos objetivos pré-estabelecidos.

Para estar preparado para um ano letivo é necessário conhecer os Programas de

Educação Física e quais os objetivos pretendidos a partir dos mesmos. Este documento é um

orientador na prática pedagógica da disciplina, auxiliando no planeamento e preparação de todo

o processo de ensino.

O PNEF (2001), descreve que:

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“No 11. ° e no 12. ° anos, admite-se um regime de opções no seio da escola, entre as turmas

do mesmo horário, de modo que cada aluno possa aperfeiçoar-se nas seguintes matérias

(conforme os objetivos gerais): duas de Jogos Desportivos Coletivos, uma de Ginástica ou uma

de Atletismo, Dança e duas das restantes. (p.17)”

O PNEF apresenta como finalidades:

• “Visando a aptidão física, na perspetiva da melhoria da qualidade de vida, saúde e

bem-estar:

- Consolidar e aprofundar os conhecimentos e competências práticas relativos aos

processos de elevação e manutenção das capacidades motoras;

- Alargar os limites dos rendimentos energético-funcional e sensório-motor, em trabalho

muscular diversificado, nas correspondentes variações de duração, intensidade e complexidade.

• Favorecer a compreensão e aplicação dos princípios, processos e problemas de

organização e participação nos diferentes tipos de atividades físicas, na perspetiva da animação

cultural e da educação permanente, valorizando, designadamente:

- a ética e o espírito desportivo;

- a responsabilidade pessoal e coletiva, a cooperação e a solidariedade;

- a consciência cívica na preservação das condições de realização das atividades físicas,

em especial a qualidade do ambiente.

• Reforçar o gosto pela prática regular das atividades físicas e aprofundar a

compreensão da sua importância como fator de saúde ao longo da vida e componente da

cultura, quer na dimensão individual, quer social:

- Assegurar o aperfeiçoamento dos jovens nas atividades físicas da sua preferência, de

acordo com as suas características pessoais e motivações, através da formação específica e

opcional, num conjunto de matérias que garanta o desenvolvimento multilateral e harmonioso da

aptidão física, considerando nesse conjunto os diferentes tipos de atividades físicas:

- as atividades físicas desportivas nas suas dimensões técnica, tática, regulamentar e

organizativa;

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- as atividades físicas expressivas (danças), nas suas dimensões técnica, de composição

e interpretação;

- as atividades físicas de exploração da Natureza, nas suas dimensões técnica,

organizativa e ecológica; - os jogos tradicionais e populares” (PNEF, 2001).

Dentro de cada agrupamento escolar existe um grupo disciplinar de Educação Física,

onde este atribui aos seus professores flexibilidade e capacidade de cumprir o programa

nacional adaptando-o à realidade da escola e dos alunos, cumprindo, assim, os objetivos

nacionais atendendo à especificidade da turma e do contexto onde estão inseridos. Com isso,

estabelece algumas tarefas, como a realização de um questionário sócio biográfico, uma ficha de

anamnese e os testes de aptidão física. Este último previsto no PNEF através da bateria de

testes do Fitnessgram, para poder ajustar a sua organização e planeamento de acordo com as

orientações nacionais.

Como forma de conhecer os alunos e prever os comportamentos, foi realizada a recolha

dos dados das turmas e a sua caracterização, visto ser um fator fundamental para a elaboração

dos objetivos e planeamento das estratégias a adotar. Esta recolha foi realizada através da

elaboração de um inquérito sócio biográfico e ficha de anamnese fornecido pelo Professor

orientador. Este inquérito foi realizado com intuito de obter o máximo de informações a vários

níveis: social, cultural, económica, desportivo e escolar. Desta forma, foi possível identificar os

pontos fortes e menos fortes dos alunos e toda a caracterização do seu meio escolar, social e a

relação entre ambos.

PLANEAMENTO

No decorrer do ano letivo fui responsável pela turma de 12º e de auxiliar na turma de 1º

ano de escolaridade. Na turma do ensino superior estive presente em duas aulas semanais com

duração de 90 minutos por cada aula, já na turma do 1º ano foram lecionadas aulas uma vez

por semana, tendo duração de 60 minutos. O número total de aulas para as duas turmas foi de

97, com 63 destas a corresponder ao Ensino Secundário e 34 correspondentes ao 1º Ciclo.

No 12 º ano foram realizadas 24 aulas no 1º período, 23 aulas no 2º período e 16 no 3º

período. No 1º ciclo foram realizadas 14 aulas no 1º período, 10 aulas no 2º período e o mesmo

número de aulas também para o 3º período.

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Todo o processo de ensino-aprendizagem se rege por objetivos pré-definidos pelo PNEF

e, com isso, o DEF da escola elaborou uma planificação dividida por três níveis (planeamento

anual, por unidade didática e de aula), de forma atingir os objetivos estabelecidos pelas normas

nacionais. Relativamente ao planeamento anual, a escola, segundo as orientações do PNEF,

definiu:

1º Período- 1º Desporto Coletivo Opcional (Basquetebol); Treino Funcional (Melhoria das

capacidades físicas); Atletismo-Resistência

2º Período- 2º Desporto Coletivo Opcional (Futsal); Treino Funcional (Melhoria das capacidades

físicas); Ginástica de Aparelhos

3º Período- 1º e 2º Desporto Coletivos opcionais (Consolidação)/ Râguebi; Desportos de

Combate e Orientação Urbana

“O modelo de organização curricular adotado permite que os alunos se aperfeiçoem nas

matérias da sua preferência, mas também que, no seu conjunto, essas atividades apresentem,

globalmente, um efeito de elevação da aptidão física geral e desenvolvimento multilateral do

aluno, nos diferentes modos de prática, de operação cognitiva e de interação pessoal,

característicos das áreas de Educação Física representadas no quadro de extensão curricular”

(PNEF, 2001).

Foi possibilitada a escolha dos Desportos coletivos à turma, a qual surgiu após votação

democrática. Foi realizada uma votação na aula de apresentação e da mesma resultaram os

desportos: Futsal e Basquetebol.

Com o Planeamento Anual efetuado, assumiu-se como necessário efetuar o

Planeamento por período, o qual possui uma condicionante o Roullement (Anexo 1), isto é, a

divisão dos espaços para a realização das aulas de EF. Após consulta do Roullement e de reunir

com o professor Cooperante foi definido o número de aulas para cada Unidade Didática a

abordar, sendo que das 24 aulas do 1º Período (Anexo 2), a primeira destinou-se à apresentação

à turma, a segunda foi relativa à avaliação da turma através da bateria de testes Fitnessgram,

nas 14 seguintes foi lecionada a unidade didática de Basquetebol (Anexo 3), de seguida 4 aulas

de treino Funcional e melhoria das capacidades física, mais 3 aulas de Atletismo-Resistência e

na última aula do período foram realizadas a auto e hétero avaliação dos alunos. No segundo

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período, das 23 aulas lecionadas, 5 corresponderam ao treino funcional e melhoria das

capacidades físicas, 5 a ginástica de aparelhos, 12 para a modalidade de Futebol/Futsal e, por

fim, uma aula correspondente ao processo de auto e hétero avaliação. No terceiro período, as 16

aulas foram divididas por 3 aulas de Orientação Urbana, 8 aulas de Consolidação dos desportos

coletivos abordados nos períodos transatos (Basquetebol e Futebol/Futsal) com 4 aulas a

corresponder a cada modalidade, 3 aulas destinadas ao ensino de Desportos de Combate, a

penúltima aula correspondente à avaliação da turma através da bateria de testes Fitnessgram e

a última aula a corresponder ao processo de auto e heteroavaliação.

O número de aulas por Unidade Didática e disposição entre aulas, esteve sobretudo

conectada com o espaço semanal atribuído no Roullement, pois assumiu-se como necessário

abordar as modalidades de atletismo-resistência e orientação urbana no espaço exterior, mesmo

assim existindo a possibilidade de as condições climatéricas não o permitirem a realização da

aula, o que não ocorreu durante o processo letivo, mas que foi necessário prever um possível

contexto adverso, onde foram preparadas aulas teóricas da modalidade abordar como forma

fornecer aos alunos uma contexto alternativo, teórico. As unidades didáticas de Treino Funcional,

Ginástica de Aparelhos tem um número de 5 aulas cada devido às caraterísticas do espaço, pois

apenas o auditório era indicado para a abordagem das mesmas, devido aos materiais existentes

no mesmo.

Na primeira aula, a apresentação aos alunos assumiu-se diferente dos contextos mais

práticos das restantes aulas, tratando-se de uma aula teórica onde foi efetuada uma

apresentação individual dos alunos, preenchimento da ficha de anamnese e do inquérito sócio

biográfico, prestadas informações acerca do regulamento interno da disciplina de EF, as regras

de segurança e saúde, os objetivos gerais da EF, os parâmetros e critérios de avaliação, a

sensibilização dos alunos para a participação de atividades extracurriculares promovidas pelo

grupo disciplinar de EF e desporto e também a votação para as modalidades coletivas a abordar.

A segunda aula do primeiro período e a penúltima aula do terceiro período

corresponderam a uma avaliação através da bateria de testes Fitnessgram, onde, após a

realização dos mesmos, foram disponibilizadas fichas individuais a cada aluno com os seus

resultados e sugestões para a melhoria ou manutenção. A realização da mesma avaliação no

final do ano letivo permitiu verificar as melhorias gerais obtidas nos vários parâmetros como:

resistência, força e flexibilidade.

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As aulas destinadas à auto e hétero avaliação processaram-se de forma simples. Nestas

aulas, os alunos preencheram um quadro geral, disponibilizado pela escola, onde se avaliaram

em vários aspetos definidos no processo de avaliação. Após esse preenchimento foi realizada

uma reflexão individual dos alunos, minha e do professor cooperante como forma de corrigir,

melhorar ou reforçar os vários comportamentos vivenciados.

Com a definição dos espaços de aulas e o número de aulas por unidade didática,

assumiu-se como prioritário criar a UD para cada disciplina com uma progressão complexa, que

tivesse em conta a constante melhoria da modalidade abordada numa lógica crescente em

termos de complexidade. As UD’s caracterizam-se peça associação entre os conteúdos

distribuídos e os objetivos gerais para cada modalidade e que devem servir de guia ao professor

durante o período letivo, onde devem possuir um caracter prático e com “plasticidade”, para que

sejam possíveis de alterar e/ou ajustar, sem perda da coerência entre conteúdos.

É necessário ajustar os objetivos do PNEF para com as modalidade abordar, tendo em

conta o contexto existente, o espaço de aula, o material existente, do número de alunos,

relativamente à turma, o seu nível de desenvolvimento e percepção da modalidade, onde foram

estabelecidas progressões pedagógicas para para cada UD, de forma adequar esta aos objetivos

pré-estabelecidos, como podemos observar a UD de basquetebol (Anexo 3). Tal progressão

pode ser observada e encontra-se estruturada de forma a criar um contexto de evolução e

superação em cada aula, mas também uma progressão pedagógica para o ensino, conforme

corroboram as frases abaixo, retiradas do PNEF, para a modalidade de Basquetebol e que foram

principais orientações durante a planificação da mesma.

“Dribla progredindo rapidamente pelo corredor central para finalizar debaixo do cesto ou, na

impossibilidade de o fazer, e se não tem linha de passe imediata, procura enquanto dribla uma

linha de passe que aproxime a bola do cesto”

“Explora situações de 3x2 ou 2x1, conjugando as suas ações com a dos companheiros para

uma finalização rápida, optando por passe ou drible consoante a posição dos defesas e

companheiros e utilizando a técnica de lançamento mais adequada à situação”

“Se é ultrapassado pelo jogador em drible, recupera rapidamente o enquadramento e posição

defensiva básica”

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“Colabora na organização ofensiva da sua equipa, e na reposição do equilíbrio ofensivo (se

necessário), ocupando, em corte ou desmarcação, os espaços deixados livres pelos

companheiros nas suas ações.”

“Ao lançamento, coloca-se entre o adversário direto e o cesto para participar com vantagem (em

antecipação) no ressalto defensivo, dificultando e, se possível, impedindo a participação do

adversário no ressalto (bloqueio defensivo)”

“Realiza com correção e oportunidade, no jogo e em exercícios-critério, as ações técnicas: a)

drible, b) passe-receção, c) lançamento, d) ressalto, e) bloqueio direto e indireto, f) desfazer do

bloqueio e g) aproveitamento do bloqueio, h) sobre marcação, i) enquadramento, j) desvio, l)

pressão, m) defesa do bloqueio e n) bloqueio defensivo.”

Em cada UD é necessário avaliar o nível inicial da turma, de forma a ajustar ou repensar

os objetivos pré-estabelecidos para a progressão de cada modalidade, desta forma, na primeira

aula de cada nova UD foi realizada uma avalição diagnóstica da turma em relação à modalidade

a abordar e no final de cada UD foi efetuada uma avaliação com parâmetros similares à

avaliação inicial, servindo até como forma de comparação entre abordagem inicial da

modalidade e a abordagem final. Assim, foi possível constatar e retirar conclusões acerca das

melhorias e do desenvolvimento dos alunos, servindo até como parâmetro para avaliação.

Na execução de cada plano de aula existiu a necessidade de seguir o planeamento

realizado anteriormente, de forma a criar uma progressão pedagógica no processo de ensino. No

entanto, existiram alguns cuidados específicos na realização de cada aula. A prescrição dos

exercícios dentro da própria teve uma lógica progressiva entre os mesmos e um aumento da

complexidade e dificuldade ao longo do tempo, onde a transição entre exercícios foi feita de

forma rápida, com práticas estimulantes e motivadoras para os alunos, de forma que estivesse

sempre presente um sentimento de superação, empenho, competição e de desafio constante,

com percentagens altas de empenhamento motor e de situações de aprendizagem.

Como forma de promover maior tempo de empenhamento, foram criadas várias

estratégias, entre as quais: a divisão antecipada das equipas no momento pré-aula; a colocação

de quadros com a divisão dos atletas por equipa; a forma como as equipas foram dividas (onde

foram colocados como capitães os alunos com melhor avaliação inicial, de forma a promover

maior equidade entre jogos e exercícios). Outras estratégias utilizadas foram a criação de

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exercícios complementares, como: exercícios de melhoria das capacidades técnicas, trabalhos

de força e melhoria das capacidades físicas através do treino funcional. Por outro lado, também

a colocação de alunos como árbitros, sendo que esta estratégia utilizada surgiu de forma a

puder lidar com o elevado número de alunos e a promover bastante empenhamento motor,

mesmo num espaço reduzido para a realização da aula.

“Adequa a sua atuação, quer como jogador quer como árbitro, ao objetivo do jogo, à

função e modo de execução das principais ações técnico-táticas e às regras do jogo.” (PNEF,

2011). O Programa nacional corrobora uma das estratégias utilizadas onde era pedido aos

alunos para arbitrarem os jogos e onde no final das aulas e até mesmo durante as aulas eram

colocadas perguntas como forma de auferir a perceção, da modalidade e as suas regras, pelos

alunos.

O material existente na Escola não foi um condicionante nem no processo de ensino

nem na planificação. A escola mostrou estar bem preparada e equipada, apresentando um

material vasto em qualidade e quantidade. Mesmo em termos de material para trabalhos de

força, treino funcional, a escola possui diversos materiais, desde plataformas de equilíbrio,

cordas navais, halteres, barras, bola suíça, cordas, etc.

REALIZAÇÃO

Segundo Pereira et al. (2015), durante a realização das aulas, as decisões interativas

dos professores são poucos reflexivas e de carácter imediato. Por vezes incluem modificações à

planificação prevista para melhorarem as interações vividas, onde a fase interativa do ensino é

influenciada pela preparação prévia e pelas rotinas interiorizadas. Os professores tendem alterar

os seus planeamentos de forma a melhorar as situações de exercitação ou aprendizagem. Estas

alterações devem-se sobretudo à gestão e controlo da aula, sobretudo nos professores menos

experientes.

No momento pré-aula foram criadas algumas estratégias, sobretudo por indicação do

Professor Cooperante. Desta forma, foi estabelecido com a turma que esta, no início da aula, se

reunia na bancada correspondente ao espaço de aula, onde de forma prévia visualizavam a

divisão das equipas e vestiam os coletes correspondestes à sua equipa. Também antes de iniciar

a ação prática foi explicada de forma pragmática à turma os objetivos gerais da aula e dos

exercícios correspondestes. Todas estas estratégias permitiram ganhar tempo para ação. De

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forma a promover a responsabilidade dos alunos, todo o material utilizado durante a aula foi

conferido e guardado com o auxílio dos mesmos.

Num estudo realizado por Cerezo e Camacho (2001), onde foram analisados 5

estagiários de Educação Física, os autores concluíram que no início da prática letiva uma parte

significativa das decisões que os estagiários tomaram tinham orientação para a manutenção do

controlo e ordem da aula. Em termos de clima de aula e de gestão da mesma, é de realçar o

carater da turma lecionada, onde se mostrou ser muito proativa, empenhada, dedicada,

responsável, com uma assiduidade e pontualidade considerável, sendo o clima propício a novas

aprendizagens e muito agradável ao processo de ensino.

Num estudo realizado por Pereira et al. (2015), as decisões interativas têm como fator

principal os alunos, em que as decisões relacionadas com os mesmos são devido aos seus

comportamentos desviantes ou para os seus comportamentos técnicos realizados de forma

incorreta, incompleta ou demorada. Outro fator com relevo nestas decisões é a instrução,

devendo esta ser precisa, prévia e centrada nos critérios de êxito para determinada ação a

estimular nos alunos. Como forma de melhoria, adequei a minha interação com os alunos tendo

em conta os vários fatores para manter o bom clima e gestão da aula, preparando-me

antecipadamente e dominando não só os aspetos de gestão da turma, mas também os

conteúdos a abordar, como os critérios de êxito para as várias execuções técnicas, melhorando,

assim, a qualidade da instrução. Sendo estas algumas das estratégias utilizadas por mim,

aconselhadas também pelo professor orientador, fizeram com que no decorrer do ano letivo os

alunos fossem expostos a várias situações de aprendizagem, novos estímulos e a promoção de

hábitos desportivos.

Para Pereira et al. (2015), os pensamentos dos professores guiam e orientam o seu

comportamento e distinguem-se em três categorias: a Planificação, os pensamentos/decisões

interativas e as teorias e crenças. Os pensamentos e as tomadas de decisão interativas são

aquelas que decorrem no desenvolvimento durante o ato de docência, ou seja, descrevem-se

como as ações tomadas para orientar o processo de ensino durante o mesmo. O estudo

realizado pelos autores mostra que a decisão interativa tem como principal fator os alunos e os

seus comportamentos, sendo fundamental guiar os estudantes para os objetivos pré-

estabelecidos.

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Na demonstração dos exercícios foram adotadas algumas estratégias, tal como a

utilização de alguns alunos praticantes da modalidade, os quais apresentavam gestos técnicos

muito ecléticos e corretos fruto das várias repetições que a prática constante promoveu. Por

exemplo, na modalidade de Basquetebol foram utilizados alunos que praticavam a modalidade

num contexto elevado, sendo um destes atletas de Basquetebol do Vitória Sport Clube.

Relativamente aos desportos de combate também foram utilizados alunos praticantes de Karaté

e Kickboxing. De uma forma generalizada os gestos técnicos eram realizados pelo docente, no

entanto na demonstração de um exercício com vários elementos foi utilizado um grupo de alunos

como forma de privilegiar a demonstração prática à demonstração teórica.

No momento de aula é necessário ter cuidados de forma a adequar as melhores

estratégias para gerir a turma, obtendo uma boa dinâmica de aula e uma gestão adequada do

espaço e do tempo para obtenção de um bom clima, isto é, ambiente propício à aprendizagem.

Deste modo, foi necessário adotar estratégias, tais como: juntar os alunos nas explicações dos

exercícios com o intuito de ter pouco tempo de transição entre os mesmos e promover o maior

empenhamento motor aos alunos; a disposição da turma em “U”, como forma de todos

observarem o exercício pretendido e a colocação das bolas à frente dos mesmos, de forma a

facilitar a explicação, não criando possíveis distrações.

Nas aulas existiu uma diferenciação entre géneros como forma de proteger as duas

meninas da turma e de promover autonomia, sucesso e bem-estar. Para isso foram criadas

condicionantes/regras nos exercícios para proteger os contactos físicos e promover o sucesso e

consequente realização, onde em casos de confrontação as duas meninas realizavam marcação

individual entre ambas e os restantes colegas uma marcação zonal.

Assume-se como imprescindível o bom ambiente de aprendizagem, com feedback e

reforço positivo adequado, proporcionando motivação para o gosto da disciplina de Educação

Física. Assim, o feedback assume um papel orientador e de correção da ação e, por isso,

procurei utilizar o feedback positivo para reforçar as ações bem sucedidas e um feedback

descritivo com forma de corrigir e melhorar as execuções técnico-táticas menos conseguidas.

Durante as aulas, existiu uma preocupação com o sucesso e autonomia dos alunos,

para a consequente motivação e predisposição dos alunos para a EF. Bento (1990) refere que a

Educação Física é uma das disciplinas à qual os alunos atribuem maior preferência. Um estudo

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realizado por Lopes & Cunha (2007), mostra que os alunos possuem uma disposição favorável

para esta disciplina, onde a diversão na aula e as atividades diversificadas são os fatores mais

importantes para aceitação pelos alunos. No contexto nacional atual e no presente ano letivo, a

disciplina de Educação Física não conta para a média escolar. Este fator deve ser tido em conta

na realização e planificação das aulas de forma a orientar e motivar os alunos para esta.

No término da aula, os alunos reuniam-se em “U”, onde de forma breve, foram

reforçados e corrigidos alguns comportamentos e realizada uma saudação de despedida.

Também, existiu sempre uma reflexão da aula, realizada com o Professor Cooperante e com o

professor estagiário, também a realizar o processo de estágio, de forma a melhorar e analisar os

vários parâmetros que estiveram em destaque durante a aula, refletindo sobre possíveis

alterações e melhorias a realizar durante a duração da aula ou até na planificação da mesma.

Este processo de reflexão serviu para melhorar como docente, onde inicialmente, primeiras

aulas do 1º período fui alertado pelo professor Cooperante sobre a minha colocação e

visualização/instrução dos exercícios e para a colocação da voz, que fruto das muitas aulas em

simultâneo e com vários barulhos das aulas nas proximidades, devia ser corrigida de forma a

fazer-me ouvir de forma clara. Estes aspetos foram corrigidos e melhorados durante o estágio,

tendo recorrido à utilização de um apito para a paragem dos exercícios e de colocar a voz num

tom mais alto e percetível. A minha colocação nos exercícios foi prevista de forma antecipada,

no momento de planificação da aula, de forma a visualizar o máximo dos alunos no decorrer dos

exercícios, conseguindo intervir em várias direções.

AVALIAÇÃO DO PROCESSO PEDAGÓGICO

“Em Portugal, a Direção Geral da Educação, estabelece metas curriculares que em

todas as escolas, sejam privadas ou públicas, devem cumprir para uniformizar o sistema

educativo, no entanto as metodologias utilizadas ficam sempre à responsabilidade de cada

escola e professor. A avaliação dos alunos permite não só o acompanhamento do progresso dos

mesmos, mas também do processo ensino-aprendizagem” (Oliveira, 2017).

No processo de ensino-aprendizagem é necessário avaliar o mesmo com as finalidades

de perceber se os objetivos estabelecidos estão a ser cumpridos. A avaliação deste processo

está dividida em 3 momentos:

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- Avaliação diagnóstica que é feita numa fase inicial de cada unidade didática de forma a

perceber o nível inicial da turma relativo a essa modalidade, onde foi abordar em todas as UD’s

com exceção para Orientação Urbana e Desportos de Combate, pela falta de conhecimento

gerais da turma para com os desportos de combate e pela ausência de critérios quantitativos e

qualitativos para avaliar inicialmente os alunos na UD de Orientação Urbana. Esta avaliação

inicial das modalidades, permite observar/analisar os principais gestos técnicos associados à

modalidade bem como a aplicação “tática” em modalidades que envolvem jogo. Assume-se

como importante e prioritário, percecionar os conhecimentos da turma para com a modalidade

abordar, assim como uma comparação para com os objetivos estipulados no PNEF, onde

permite orientar a planificação para objetivos passíveis de serem cumpridos tal como as

estratégias para os alcançar.

Para os desportos coletivos abordados os conhecimentos da turma, permitiram auferir

um bom nível da turma para com as modalidades o que obrigou a estratégias, para motivar e

promover o desenvolvimento intelectual e físico dos alunos que já possuíam um nível alto em

relação à modalidade, para modalidades com Ginástica de Aparelhos, o nível da turma,

demostrou-se num patamar mais intermédio o que obrigou a repensar o processo e ajustar os

exercícios para com as dificuldades da turma.

A observação realizada em cada avaliação inicial foi registrada numa escala classificativa

crescente de 1 a 5, com a esta a ir “Não Executa” (1) a “Executa bem” (5), avaliando os vários

gestos técnicos, táticos e também a perceção das regras da modalidade por parte dos alunos.

- Avaliação formativa, que permite realizar uma avaliação do processo em vários

domínios, traduz-se sobretudo na avaliação da prestação, empenho e comportamento do aluno.

Esta é marcada pelo caracter continuo não apresentando um momento declarado de

avaliação. E a avaliação deste processo centra-se nas estratégias utilizadas na panificação e

realização das aulas, observando o efeito significativo que estas auferiam nos alunos.

Esta avaliação permitiu retirar informações importantes para o processo de ensino, onde

foi criada a estratégia de no final de cada aula, juntar os alunos e reforçar a importância de

certos comportamentos, reforçando positivamente os comportamentos mais adequados, tal

como o empenho e respeito dos alunos para com a aula, onde existia uma valorização do

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comportamento individual do aluno, e que como possui um caracter individual apenas depende

deste para obter uma valorização ou elogio perante o grupo.

- Avaliação sumativa, que se caracteriza por ser uma avaliação final do processo de

ensino-aprendizagem, tem aplicação no final de cada UD, onde é atribuída uma classificação aos

alunos, perante os seus domínios técnicos, táticos nas sobretudo nas modalidades coletivas mas

também cognitivos e a valores intrínsecos dos mesmos, como o empenho, a responsabilidade,

autonomia, pontualidade, assiduidade, etc.

Em cada momento de classificação do aluno foram comparadas as prestações inicial do

aluno e a prestação final do aluno, como forma de constatar a evolução do mesmo, o que

demonstrava o empenho e trabalho realizado pelo aluno durante as aulas. Este processo é um

contexto complicado, pois avaliar diversos alunos com diferentes vivências para com

determinadas modalidades, origina vários momentos de reflexão para promover uma “justiça

classificativa” entre alunos.

Esta avaliação assume uma conexão entre o “saber fazer” e o “saber estar”. Onde a

escola divide a sua avaliação interna para a disciplina de Educação Física (EF) em três domínios:

Psicomotor, Sócia Afetivo e Cognitivo. Ao domínio psicomotor é atribuído 70% da avaliação, em

que os alunos são avaliados pela execução de determinados gestos técnicos e táticos, “saber

fazer” mas também pela sua progressão durante a unidade didática, sendo comparados, por

isso, as avaliações diagnóstica inicial e da modalidade ou modalidades em causa; o domínio

cognitivo corresponde a 5% do momento avaliativo, em que os alunos são avaliados pelo uso

correto da linguagem e do conhecimento das regras e procedimentos das modalidades

abordadas; o domínio Sócia Afetivo corresponde a 25%, onde os alunos são avaliados pelas suas

atitudes e valores, como a pontualidade, assiduidade e participação, o “saber estar”.

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ÁREA II – PARTICIPAÇÃO NA ESCOLA E RELAÇÃO COM A COMUNIDADE

EDUCATIVA

No decorrer do ano letivo participei em várias atividades que comtemplavam o plano de

atividades definido pelo grupo disciplinar de EF:

1º Período: Dia do Professor e Torneio inter-turmas de Basquetebol;

2º Período: Corta Mato escolar, Mega Sprint e Torneio inter-turmas de Voleibol;

3º Período: Torneio inter-escolar de futsal para crianças com necessidades especiais e Xico em

movimento;

DIA DO PROFESSOR

Atividade realizada no dia 6 de outubro de 2017, teve como principal objetivo

proporcionar ao pessoal docente da Escola Secundária uma forma diferente de celebrar este dia,

dando-lhes oportunidade de conhecer a sua composição corporal, através de avaliação feita com

balança Tanita, promoção de hábitos desportivos e alimentares, promoção da saúde e bem-estar

e, também, dar a oportunidade de conhecer e integrar os núcleos de estágio à comunidade

educativa.

Nesta atividade foram colocadas ao dispor dos professores uma pesagem numa balança

de bio impedância, oferta de comida saudável através de parceria com a marca LEV e atividades

físicas através da experimentação de vários exercícios de treino funcional, criando circuitos de

treinos para experimentação. Nesta atividade participaram 30 pessoas, onde a adesão foi

superior para a composição corporal e para a estação com os produtos alimentares, que

suscitaram maior interesse e curiosidade no pessoal docente. Pelo contrário, as estações de

treino funcional foram pouco requisitadas pelos professores.

Em suma, a atividade correu de forma muito positiva, com boa adesão por parte dos

docentes, os quais demonstraram interesse, sobretudo, em questões relacionadas com

composição corporal e alimentação saudável. De referir que a utilização de um espaço reservado

para as pesagens foi uma estratégia que resultou muito bem.

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TORNEIO INTER-TURMAS DE BASQUETEBOL

O torneio de Basquetebol finalizou o 1º período e realizou-se no dia 15 de dezembro de

2017. A organização desta atividade ficou a cargo do núcleo de estagiários da FADEUP, ainda

que com a colaboração do núcleo de estágio da UM, os quais foram responsáveis pelas

arbitragens dos jogos no decorrer do torneio. Esta atividade teve como principal objetivo a

promoção da atividade física e do bem-estar, requerendo a envolvência de toda a comunidade

escolar. Este torneio registou uma forte participação por parte das mais variadas turmas dos

diversos cursos, em resultado da possibilidade de a mesma turma inscrever várias equipas.

Cada equipa era constituída por 6 elementos, em que um deles pertencia à delegação que

estava presente na mesa.

De uma forma geral, a atividade correu de forma positiva, ressalvando as boas

estratégias adotadas, tais como: a divisão do espaço em vários campos, a projeção do quadro

competitivo e a utilização de professores estagiários na arbitragem dos jogos. A sua organização

apenas foi dificultada pela falta ou tardia comparência de algumas equipas.

CORTA-MATO E MEGA SPRINT

Devido às condições climatéricas que se fizeram sentir no mês de dezembro, a

realização desta atividade foi adiada para o início do 2º período, tendo decorrido no dia 12 de

janeiro de 2018. A sua organização esteve a cargo do corpo docente de Educação Física com o

auxílio dos professores estagiários. Teve como principais finalidades não só a promoção de

hábitos desportivos, mas também a obtenção dos melhores classificados para, posteriormente,

em provas distritais representarem a Escola Secundária Francisco de Holanda.

A atividade decorreu de forma muito organizada, com vários papéis a ser atribuídos aos

responsáveis pela organização, desde a logística até ao controlo do percurso e chegada dos

atletas. Como novidade em termos tecnológicos, o controlo do foto-finish ficou ao encargo do

Professor de API e dos seus alunos da turma do 12º CT3. Foram instalados dispositivos nas

placas de identificação dos atletas o que permitiu obter uma classificação online e em tempo

real do tempo da prova e também da classificativa geral.

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TORNEIO INTER-TURMAS DE VOLEIBOL

O torneio Escolar de Voleibol finalizou o segundo período letivo e realizou-se nos dias 20

e 23 de março de 2018. A organização desta atividade ficou ao encargo dos estagiários de

Educação Física do núcleo da Universidade do Minho com a colaboração dos colegas estagiários

da FADEUP. Esta atividade teve como objetivo a promoção da atividade física e do bem-estar,

tornando possível a envolvência de toda a comunidade escolar. Os alunos estagiários da

Universidade do Minho, definiram a organização da atividade, onde todos trabalharam na

organização e conceção do trabalho. Diferentes tarefas foram distribuídas pelos organizadores,

entre as quais: arbitrar jogos, presença na mesa de jogo, gestão das equipas, etc.

Este torneio registou boa participação por parte das mais variadas turmas dos diversos

cursos. Foram inscritas 21 turmas, ficando um pouco aquém das espectativas uma vez que a

adesão poderia ter sido maior, não fosse a realização, quase em simultâneo, do torneio de futsal

escolar. Cada turma podia inscrever 10 elementos, sendo obrigatória a presença de pelo menos

2 elementos do género em menor número. No dia 20 realizaram-se eliminatórias por ano

escolar, apurando-se, assim o campeão de cada ano. Já no dia 23 de março realizou-se a

finalíssima entre a turma vencedora do 10º, 11º e 12º anos. A divisão do torneio por anos

escolares facilitou a organização do mesmo e promoveu um maior equilíbrio entre jogos, uma

vez que a diferença de idades pode constituir um handicap para os alunos mais novos.

De forma equivalente a outros torneios realizados, também neste foram adotadas boas

estratégias, as quais passaram pela divisão do espaço em vários campos, a projeção do quadro

competitivo, a divisão das variadas tarefas pelos organizadores e alunos da associação de

estudantes e a colocação dos professores estagiários na arbitragem dos jogos, o que permite

uma boa dinâmica, visto que revelam conhecimentos das regras e são figuras que colocam

respeito na função a desempenhar. Excetuando o início algo demorado, o torneio correu de

forma positiva.

TORNEIO INTER-ESCOLAR DE FUTSAL PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES

ESPECIAIS

O torneio inter-escolar de Futsal para crianças com necessidades especiais decorreu no

3º período e revelou especial importância, uma vez que assumiu um papel relevante para a

integração destes alunos. Esta atividade permitiu, também, a promoção de hábitos desportivos,

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de bem-estar e melhoria da autoestima e satisfação. Envolveu 12 escolas do concelho de

Guimarães e participaram vários alunos com diferentes faixas etárias. Servindo como convívio

entre escolas e alunos, o fator social adquiriu maior importância relativamente ao fator

competitivo, não existindo alusão a um vencedor.

Nesta atividade a presença de professores estagiários foi essencial, não só na

arbitragem dos jogos, mas também na gestão da atividade, uma vez que a presença de crianças

com necessidades especiais requer maiores cuidados, quer de atenção e linguagem adequada

quer de compreensão e ajuda. A atividade decorreu de uma forma muito organizada e

cuidadosa, cumprindo-se sempre os tempos previstos nos jogos e as transições entre estes,

sendo esta uma excelente participação e convivência entre alunos.

XICO EM MOVIMENTO

A atividade “Xico em movimento”, realizada na última semana do ano letivo,

caracterizou-se por ser o convívio final, onde os alunos e o pessoal docente puderam conviver,

caminhar e conhecer determinados pontos da cidade. A promoção de atividade física, através de

uma caminhada, a promoção e valorização dos espaços verdes, através da plantação de uma

árvore, e o conhecimento de diversos pontos turísticos e culturais da cidade foram os principais

objetivos da realização da presente atividade. A sua realização decorreu de forma muito positiva

e culminou com alunos e docentes a conviver e praticar diversas atividades no parque da cidade.

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ÁREA III – FORMAÇÃO E INVESTIGAÇÃO EDUCACIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TÍTULO

Associação da Atividade Física e o Desempenho Escolar em alunos de uma escola secundária

pública.

ENQUADRAMENTO TEÓRICO

A definição de AF na literatura atual reúne consenso, sendo definida por por qualquer

movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que se traduz num aumento do

dispêndio energético, englobando os movimentos realizados no trabalho, nas atividades

domésticas, nos tempos livres, entre outras. A AF pode ser descrita, quanto à sua intensidade

absoluta ou relativa, volume total de actividade física ou como dispêndio energético associado a

uma AF num período de tempo específico. A intensidade de AF é geralmente descrita como

baixa/ligeira, moderada, vigorosa/forte ou muito vigorosa (Ekelund, 2002).

A prática de AF é uma componente importante na saúde, onde a promoção de hábitos

saudáveis e desportivos assume-se como um fator importante para o bem-estar, autoestima,

saúde e combate a doenças de vários níveis, influenciado o nível de densidade ossea, o risco de

doenças cardiovasculares, o melhoria da capacidade aeróbia, da força e resistência muscular

mas também da sáude mental. (Peralta et al., 2014). Um importante foco na fase de

adolescência onde os jovens em desenvolvimento necessitam de hábitos e padrões desportivos

como forma de promoção do bem-estar e desenvolvimento em toda a sua plenitude. A

Organização Mundial de Saúde recomenda que os jovens pratiquem atividade física de carácter

moderado a vigoroso por 60 minutos diários, com as atividades com carácter mais intenso

devem corresponder a uma frequência semanal de três vezes (Organização Mundial de Saúde,

2010; Verloigne et al., 2012).

Para Gonçalves, 2016 apesar das pesquisas demonstram que as recomendações de 60

minutos diários de AF moderada a vigorosa estão longe de serem cumpridas, existindo não só

diferenças entre os países, mas também dentro do próprio pais. Para Baptista et al. (2012) e

Currie et al. (2012), os jovens, na sua maioria, não praticam AF suficiente para obter os seus

benefícios.

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Para Lima et al. (2014) as diretrizes adotadas, de forma global, pelo ACMS orientam

para a realização de 30 minutos ou mais de AF com intensidade moderada pelo menos 5 dias

por semana, ou 20 minutos de AF vigorosa pelo menos 3 dias por semana, além das atividades

quotidianas. Outra alternativa para alcançar a recomendação do ACSM é uma combinação de

exercícios moderados e vigorosos com um dispêndio energético de 450 a 750 MET-minutos por

semana (considera-se que 1 MET corresponde ao consumo de 3,5 mL de oxigênio para cada kg

de massa corporal a cada minuto).

Oliveira (2017), citando dados do relatório da OMS de 2016, onde refere que estes

apontam, que as “nossas” crianças situadas na faixa etária dos 11 aos 17 anos, possuem

resultados, superiores a 90% para as raparigas e superiores a 80% para os rapazes, um baixo

nível de AF, ou sejam a serem considerados insuficientes ativos. Onde para a faixa etária de 15

anos ou mais, a AF diminui em ambos os sexos e que apenas 18% dos rapazes e 5% das

meninas atingem o tempo recomendado, existindo ainda diferenças entre os géneros, com as

raparigas a serem menos ativas comparativamente aos rapazes.

O programa nacional de Educação Física prossupõe nos seus objetivos o gosto pela

prática e aquisição de hábitos desportivos por parte dos alunos, onde a disciplina de Educação

Física assume um papel importante nessa transmissão de hábitos e culturas desportivas. Para

Ardoy et al. (2014) e Telford et al. (2012), a aula de EF é um espaço priveligiado para praticar

AF, pois este permite a todos os estudantes a participação em AF supervisionada por

profissionais qualificados na área das ciências do desporto.

Segundo Frade (2012), a prática desportiva deve ser organizada e estruturada,

preenchendo os tempos livres, onde ocupação dos tempos extracurriculares tem uma influência

positiva no rendimento dos alunos, ou seja no desempenho escolar obtido. Para Saavedra

(2001), o sucesso e o insucesso escolar não têm uma relação direta com a classificação obtida,

mas que é através delas que se analisa o desempenho escolar. As classificações têm uma

influência determinante no futuro escolar dos alunos e que é com base nas notas que uns

continuam no sistema de ensino e outros são excluídos.

“No nosso sistema educativo, o desempenho escolar é expresso por uma classificação

final, geralmente de forma quantitativa, e determinada pelo professor da disciplina em questão”

(Oliveira, 2017).

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Crestani (2015), refere que esta classificação é determinada por diversos fatores, não

exprimindo o desempenho cognitivo, mas também valores e atitudes intrínsecas do aluno em

questão.

A influência social existente exerce demasiadas pressões, o que se traduz numa

sociedade cada vez mais competitiva, onde o desempenho e o sucesso escolar assumem

extrema relevância, surgindo, por isso, cada vez mais estudos nesse sentido (Oliveira, 2017).

Alguns estudos (Bastos et al., 2015; Donnely et al., 2016) apontam para uma possível

associação entre a AF, a aptidão cardiorrespiratória e saúde metabólica com o desempenho

escolar.

Para Oliveira (2017), o desempenho escolar tem uma importância crescente na política

educativa e com consequências nas dinâmicas da organização escolar, tendo um impacto direto

nos diversos contextos educativos onde é retirada importância às aulas de EF, fragilizando as

oportunidades de os alunos possuirem comportamentos de vida saudáveis e ativos. Em Portugal,

e como forma de responder às várias pressões e questões económicas para a melhoria do

desempenho escolar, as oportunidades de AF durante os períodos letivos estão a ser reduzidas

ou eliminadas em detrimento de outras disciplinas (Coelho, 2015). Como exemplo disso mesmo,

surge a atribuição de maior carga horária às disciplinas “nucleares” (Português e Matemática)

comparativamente a EF, sendo que todas são transversais ao processo de ensino e estão

presentes em toda a escolaridade obrigatória, isto é, até 12º ano (Oliveira, 2017).

Segundo Peralta et al. (2014), apesar do esforço realizado para melhorar o rendimento

académico dos alunos nas disciplinas téoricas e de cálculo, por exemplo na disciplina de

matemática, português (lingua materna) e nas ciências, através do aumento do tempo dedicado

a estas, prejudicando outras disciplinas. Onde o tempo disponibilizado para EF e a prática de AF

diminuiu nas escolas, o que agravou o contexto e oportunidades dos jovens na promoção de

hábitos desportivos e saudáveis através da prática de AF supervisionada, não foram encontradas

evidências que a redução das aulas de EF promova a melhoria dos desempenho escolar (Coe et

al., 2006).

A aprendizagem e o desempenho escolar são resultantes de uma interação de vários

fatores, com influência mútua e que, embora analisados individualmente, dependem das

características intrínsecas e extrínsecas de cada individuo. Fatores cognitivos como a atenção,

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memória e fatores emocionais, como autoestima e motivação , são fatores internos e que afetam

o desempenho escolar, o que reforça o papel ativo e preponderante de cada individuo em todo o

processo de aprendizagem, onde este também se encontra influenciado pelo meio em que se

encontra inserido (Ferreira, 2005).

Segundo Howie & Pate (2012), os benefícios da AF não se restringe apenas à saúde

física, estando também relacionados com o desempenho escolar e com a melhoria deste. Frade

(2012), refere que a disciplina e organização do tempo são fator importantes na relação da

atividade física com o desempenho escolar. Segundo Sampaio (2013), a prática de atividade

extracurricular contribui para um melhor rendimento escolar.

OBJETIVOS

Objetivo Geral

O presente estudo visa analisar a relação entre a prática de atividade física (vigorosa,

moderada e leve) e o desempenho escolar, verificando o volume e intensidade de atividade

física, através do questionário IPAQ-S, versão curta (2014) e sua associação com a média

escolar obtida no final do ano letivo, mas também individualmente das disciplinas base do

currículo nacional, como a Matemática, Português e a Educação Física (EF).

Objetivos Específicos

- Verificar a distribuição do nível de AF através dos parâmetros descritos na OMS, de forma a

caracterizar os alunos em ativos e não ativos.

-Constatar se existe relação entre a AF e o Desempenho Escolar na média classificativa obtida no

final do ano letivo;

-Constatar a relação existente entre a AF com disciplinas transversais ao ano letivo como o caso

de Matemática, Português e EF.

METODOLOGIA

Tipo de Estudo

Quantitativo descritivo

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Variáveis

Independentes: Ano escolaridade e género

Dependentes: Volume e intensidade de atividade física vigorosa, moderada e leve/caminhada;

períodos sentados/inatividade durante a semana e o fim de semana; desempenho/média

escolar; nota classificativa de matématica, português e Educação Física.

Caraterização da amostra:

A amostra era constituída por 76 alunos, com 72,4 % (n=55) a corresponderem ao sexo

masculino e 27,6% da amostra do sexo feminino (n=22), com idades compreendidas entre 15 e

os 19 anos. Dos alunos inquiridos, 36,8% (n=28) eram do 10º ano de escolaridade, 23,7% (

n=18) correspondiam ao 11º ano e para o 12º ano 39,5 % (n= 30).

Relativamente aos alunos do 10º ano, 64,3% (n=18) eram rapazes e 35,7% (n=10) eram

raparigas, já para o 11º ano, 61,1% (n=11) correspondia ao sexo masculino e 38,9% (n=7) ao

sexo feminino, por fim, para o 12º ano a distribuição de 93,3% (n=28) eram rapazes e 6,7%

(n=2) eram raparigas.

O estudo foi realizado numa escola pública secundária, no concelho de Guimarães.

Instrumentos

Os instrumentos utilizados na recolha de dados foram:

✓ Inquérito sobre a atividade física IPAQ (2014) versão curta;

✓ Análise documental de pautas para recolha da média classificativa do ano letivo

e da Disciplina de Português, Matemática e EF.

Para determinação do nível de AF, foi aplicada a versão validada para Portugal do

Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ-S), a versão curta do IPAQ (Anexo 4).

Segundo Campaniço (2016), o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) foi

desenvolvido por um grupo de trabalho visando a estandardização da atividade física, num

encontro na Suíça, em Abril de 1998 em que o propósito do questionário é fornecer um

instrumento comum que possa ser utilizado internacionalmente para comparar os níveis de

atividade física entre diversas populações e contextos, sendo desenvolvido para compreender e

obter respostas relacionadas com a atividade física, promotora da saúde, em vários domínios da

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vida, onde até há pouco tempo apenas existiam questionários focados num único domínio, a AF

de lazer/recreação.

Num estudo realizado por Campaniço (2016), foram utilizado o questionário IPAQ e um

acelerómetro CSA (Computer Science and Application, modelo 7164), o processo de validação

opôs o dois métodos que se registrou um correlação forte entre o CSA e a versão curta do

inquérito, e uma correlação entre a versão longa e o acelerómetro. Concluindo que os resultados

corroboram outros estudos realizados e que validam a utilização do IPAQ.

A maioria dos estudos realizados entre as variáveis AF e Desemepnho escolar, utilizam

medidas de autorrelato da AF, como forma de potenciar o tempo gasto em AF moderada a

vigorosa (Oliveira, 2017). Apesar de muitos estudos transversais com recurso a medidas

objetivas da AF este apresentam resultados contraditório, no estudo realizado por Oliveira (2017)

foram encontradas associações positivas entre a AF avaliada através de questionário e o

desempenho escolar, por oposição, na utlização de acelerómetro para avaliar a AF não foram

encontradas associações entre as variáveis de estudo.

O IPAQ, na versão curta, apresenta nove itens, já a forma longa apresenta trinta e um

itens para avaliar aspetos da atividade física relacionados com a saúde e comportamentos

sedentários. A versão curta questiona sobre a atividade física total numa forma muito geral sem

diferenciar a atividade física nos vários domínios.

Os 9 itens apresentados nos questionários estão divididos em 4 grandes questões,

sendo estas:

Questão 1a. - Habitualmente, por semana, quantos dias faz atividades físicas vigorosas

como levantar e/ou transportar objetos pesados, cavar, ginástica aeróbica ou andar de bicicleta

a uma velocidade acelerada?

Questão 1b. - Quanto tempo costuma fazer atividade física vigorosa por dia?

Questão 2a. - Normalmente, por semana, quantos dias faz atividade física moderada

como levantar e/ou transportar objetos leves, andar de bicicleta a uma velocidade moderada ou

jogar ténis? Não inclua o andar/caminhar.

Questão 2b. - Quanto tempo costuma fazer atividade física moderada por dia?

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Questão 3a. - Habitualmente, por semana, quantos dias caminha durante pelo menos

10 minutos seguidos? Inclua caminhadas para o trabalho e para casa, para se deslocar de um

lado para outro e qualquer outra caminhada que possa fazer somente para recreação, desporto

ou lazer.

Questão 3b. - Quanto tempo costuma caminhar por dia?

Questão 3c. - A que passo costuma caminhar?

Questão 4a. - Quanto tempo costuma estar sentado num dia de semana?

Questão 4b. - Quanto tempo costuma estar sentado num dia de fim-de-semana?

As questões do IPAQ-S carecem de respostas abertas, no entanto são de um cariz

simplificado, onde em cada item marcado com letra a, até à questão 3 inclusive, diz respeito ao

volume semanal da prática de AF vigorosa para primeira questão, moderada para a segunda

questão e leve para a questão número 3, onde é necessário quantificar o número de dias em

que pratica a atividade questionada. Caso não pratique em nenhum dia o tipo de atividade

questionada, devem prosseguir para a questão seguinte não respondendo ao item b. Este item,

até à questão número 3, diz respeito ao volume em termos diários relativos à AF colocada na

questão. Na questão número 4, quer o item a quer o item b, dizem respeito aos períodos

sentados ou de inatividade durante a semana ou fim de semana, onde é necessário assinalar o

tempo médio diário.

Todas as questões devem ser respondidas de forma independente, respeitando a ordem

numérica das mesmas, onde o inquirido deve assinalar apenas uma resposta para a questão

colocada. Posteriormente, os inquéritos foram analisados de forma a classificar os indivíduos

como ativos ou não ativos. O IPAQ-S, para o seu nível de classificação, define os inquiridos

como: Muito Ativos, Ativos, Irregularmente Ativos A, Irregularmente Ativos B e sedentários.

Devido ao nível de estratificação criado pelo inquérito para a amostra selecionada (n=76), tal

como os requisitos para uma classificação em indivíduos ativos serem facilmente cumpridos

pelo IPAQ ,para alunos com 180 minutos de aulas de EF por semana, ao contrário das

recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e pelo ACSM (American College of

Sports Medicine) o levou optar por outra estratégia para classificação dos alunos em ativos ou

inativos.

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As recomendações da OMS para jovens entre os 5 e os 17 anos, generalidade da

amostra analisada, necessitam da prática de 60 min diários de AF moderada a vigorosa

(Oliveira, 2017; Gonçalves, 2016, Peralta et al., 2014).

Tabela 1. Síntese das definições das principais recomendações mundiais para atividade física, 2014 (Fonte: Lima et al., 2014)

Recomendação Definição das metas recomendadasa

American College of Sports Medicine (ACSM)/2007

30 minutos de atividade física moderada, 5 dias por semana; ou 20 minutos de atividade física vigorosa, 3 dias por semana, em sessões de pelo menos 10 minutos de duração

Organização Mundial da Saúde (OMS)/2010 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física vigorosa por semana em sessões de pelo menos 10 minutos de duração

Institute of Medicine (IOM)/2004 60 minutos de atividade física moderada todos os dias da semana

União Europeia/2008 30 minutos de atividade física moderada todos os dias da semana

Advisory Committee on International Physical Activity Questionnaire (IPAQ)/2005

30 minutos de atividade física moderada 5 ou mais dias por semana; 20 minutos de atividade física vigorosa 3 ou mais dias por semana; ou qualquer combinação de intensidade, desde que atinja o mínimo de 600 MET-minutos/semana

Na Tabela 1, observamos as diferentes recomendações para adultos. Segundo Lima et

al. (2014), as diferenças das orientações/recomendações das diversas instituições, colocam a

hipótese de existir diferenças no resultado para classificar o nível de AF conforme a

recomendação utilizada, o que interfere no estudo em si mas também na comparação entre

diferentes estudos, vem como nas politicas de incentivo à prática de AF.

Os alunos foram classificados em apenas dois grupos, ativos ou não ativos, segundo as

orientações de IOM/OMS (60 min x 7 dias da semana), em que caso os alunos cumpram 420

minutos por semana de AF moderada a vigorosa devem ser classificados como ativos, caso

contrário, alunos que não cumprem as recomendações, são considerados não ativos. Para essa

classificação foi criado o somatório da AF vigorosa + AF moderada através de: (questão 1b. x

questão 1a.) + (questão 2b. x questão 2a.).

a Inativo: para todas as recomendações, foram consideradas inativas as pessoas que não praticam nenhuma quantidade de

atividade física. Ativo insuficiente: quando realiza atividade física abaixo do nível recomendado; para cada diretriz, o nível

recomendado é diferente, conforme descreve a definição. Ativo: quando alcança as metas recomendadas. Muito ativo: quando

ultrapassa as metas recomendadas.

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O desempenho escolar foi obtido através da classificação escolar do 3º período, ou seja,

a classificação média do ano letivo, para as turmas de 10º, 11º e 12º ano de Escolaridade

pertencentes ao mesmo curso, Ciências e Tecnologias.

PROCEDIMENTOS

O presente estudo teve inicialmente na sua aplicação um pedido de autorização formal e

um consentimento informado. O primeiro pedido foi endereçado à Sra. Diretora do agrupamento

de escolas, já o segundo foi dirigido aos alunos incluídos na amostra e aos respetivos

encarregados de educação, de forma a formalizar/aprovar a aplicação da investigação realizada

no relatório de estágio.

Posteriormente às autorizações e consentimentos, foram estabelecidas as datas para a

realização do inquérito, em parceria com o professor cooperante para as turmas de 10º e 12º

ano e com a professora de EF da turma de 11º ano. O inquérito IPAQ-S foi realizado nas três

turmas durante o período letivo e no início de uma aula de EF, sempre com uma explicação

breve acerca do mesmo.

Para todas as questões do IPAQ-S, os indivíduos apenas podiam optar por uma resposta,

evitando erros e omissão da questão em particular.

O inquérito realizado não possui caracter anónimo, mas sim confidencial, onde após a

receção dos resultados e o colocar na base de dados, foi atribuído a cada aluno um código

pessoal de forma a preservar a confidencialidade dos mesmo e para posterior associação com o

desempenho escolar.

O desempenho escolar foi obtido através da média do final do ano, ou seja, obtida no 3º

período, que corresponde ao somatório dos períodos anteriores. Foi realizado em três turmas do

mesmo curso (Ciências e Tecnologias) mas em anos de escolaridade diferentes (10º, 11º e 12º

ano de escolaridade), existindo, assim, similaridade curricular entre as disciplinas

correspondentes aos diferentes anos de escolaridade, o que permitiu uma análise objetiva e

precisa para as disciplinas observadas. Para o 10º ano foi obtida a média das disciplinas de EF,

Matemática A, Português, Filosofia, Inglês, Físico-Química A e Geometria Descritiva. Para o 11º

ano foi retirada a média das disciplinas de EF, Matemática A, Português, Biologia e Geologia ,

Inglês, Filosofia e Físico-Química. No 12º ano a média classificativa obtida diz respeito às

disciplinas de EF, Matemática, Português, Física e API. Posteriormente foi analisada a nota

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classificativa nas disciplinas transversais ao ano de escolaridade, sendo estas: EF, Português e

Matemática.

“As disciplinas abordadas variam de acordo com ciclo de estudos, contudo, as únicas

que acompanham toda a escolaridade obrigatória são as disciplinas de Educação Física,

Português e Matemática” (Oliveira, 2017).

TRATAMENTO DOS DADOS

Com a recolha dos dados, procedeu-se à análise e discussão dos resultados com

recurso estatístico ao programa SPSS. Inicialmente foi analisada a distribuição da amostra

através do teste Kolmogorov-Smirnov, posteriomente, posteriomente foi realizada a análise

descrita e de frequências das questões assinaladas no questionário tal como as váriáveis

independentes. Com a classificação dos alunos a ser efectuada, segundo o nível de AF, em

Ativos ou Não Ativos, tendo em conta as recomendações da OMS, para a prática de 60 min por

7 dias da semana, com um total de 420 min/ semana. Foi efetuado o cálculo, somatório da AF

vigorosa + AF moderada através de: (questão 1b. x questão 1a.) + (questão 2b. x questão 2a.),

onde os alunos eram classificados em:

- Ativos: Caso cumpram 420 ou mais minutos por semana de AF moderada a Vigorosa;

- Não Ativos: Quando obtem um volume de AF moderada a vigorosa inferior a 420 min/

semana.

Posteriormente foi utilizado o teste não paramértico, o Teste T para variáveis

independentes, como forma de comparar a média escolar obtida, a nota classificativa das

disciplinas nucleares (EF, português e Matemática), sexo, idade e ano de escolaridade com o

nível de AF dos alunos.

Por fim, foi utilizado o teste também não paramétrico de correlação de pearson de forma

a correlacionar todas as variáveis em estudo.

RESULTADOS

Classificação do nível de AF

O nível de AF foi obtido através do número de minutos de AF moderada a vigorosa,

praticados pelos alunos durante uma semana, sendo consideradas as recomendações da OMS.

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Assim, indivíduos que cumpriram 420 min/semana foram classificados como Ativos, em caso

contrário, ou seja, indivíduos que não atingiram os 420 min/semana de AF, foram classificados

como Não Ativos. Como podemos comprovar na Tabela 2, para a amostra em estudo (n=76),

44,7% (n=34) dos alunos foram considerados Ativos e 55,3% (n=42) foram classificados como

indivíduos Não Ativos.

Tabela 2. Classificação da amostra segundo o nível de AF

Frequência %

Ativo 34 44,7

Não Ativo 42 55,3

Total 75 100,0

Classificação do nível de AF em função do género e do ano escolaridade

Como podemos observar na Tabela 3, 28,6% (n=8) dos alunos do 10º ano de

escolaridade foram classificados de Ativos, enquanto 71,4% (n=20) foram considerados Não

Ativos. Para o 11º ano, 44,4% (n=8) obtiveram uma classificação de ativo e, pelo contrário, os

restantes 55,6% (n=10) foram classificados de não ativos. Já para o 12º ano, 60% (n=18)

cumpriram as recomendações da OMS e atingiram os 420 min/semana de AF, os 40% (n=12)

restantes não cumpriram as recomendações. Relativamente ao género, 52,7% dos rapazes e

23,8% (n=5) das raparigas foram considerados Ativos enquanto que 47,3% (n=26) dos rapazes e

76,2% (n=16) foram classificados de Não Ativos.

Tabela 3. Classificação dos indivíduos ativos e não ativos em função do ano de escolaridade e do género

Ativo Não Ativo Total

Em função do ano de escolaridade % (n) % (n) % (n)

Alunos do 10º ano 28,6 (8) 71,4 (20) 100 (28)

Alunos do 11º ano 44,4 (8) 55,6 (10) 100 (18)

Alunos do 12º ano 60 (18) 40 (12) 100 (30)

Em função do Género % (n) % (n) % (n)

Género Feminino 23,8 (5) 76,2 (16) 100 (21)

Género Masculino 52,7 (29) 47,3 (26) 100 (55)

Frequência semanal de AF vigorosa, moderada e Caminhada

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Tabela 4. Frequência semanal (dias/semana) de AF vigorosa, moderada e caminhada

Questões IPAQ Frequência semanal de AF

Questão 1a. % (n)

Questão 2a. % (n)

Questão 3a. % (n)

Nenhum 21,1 (16) 18,4 (14) 3,9 (3) 1 3,9 (3) 6,6 (5) 1,3 (1) 2 21,1 (16) 28,9 (22) 2,6 (2) 3 15,8 (12) 15,8 (12) 2,6 (2) 4 13,2 (10) 5,3 (4) 3,9 (3) 5 10,5 (8) 10,5 (8) 36,8 (28)

6 11,8 (9) 1,3 (1) 11,8 (9)

7 2,6 (2) 13,2 (10) 34,2 (26)

Total (n) 76 76 74

Média 2,88 2,86 5,39 Desvio-padrão 2,09 2,23 1,74

Na Tabela 4 é possível observar a frequência semanal de AF vigorosa, moderada e

Caminhada, onde se constatou que 21,1% (n=16) dos inquiridos não praticam AF vigorosa

durante a semana, 18,4% (n=14) não realizam AF moderada e 3,9% (n=3) não realizam

caminhadas de pelo menos 10 min durante a semana. A média da frequência semanal de AF

vigorosa e também moderada aponta para próximo dos 3 dias por semana, já para a caminhada

a média é superior, uma vez que foi obtida uma média de 5 dias de caminhada por mais de 10

min.

Média do Volume diário de AF vigorosa, moderada e Caminhada, Tempo sentado durante a

semana e durante o fim de semana

Tabela 5. Valor médio do volume diário de AF vigorosa, moderada, caminhada e do tempo sentado durante a semana e fim de semana

N Média Desvio-padrão

Questão 1b. 74 78,92 60,32

Questão 2b. 76 65,46 50,31

Questão 3b. 75 47,67 47,15

Questão 4a. 73 416,15 132,58

Questão 4b. 72 395,71 208,42

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Na Tabela 5 observamos a média do volume diário de AF vigorosa, onde foi obtido um

valor de 79 min, o qual é superior ao recomendado para a classificação do nível de AF. Para AF

moderada o valor foi de 65 min/dia, o qual também vai de encontro às recomendações da OMS,

IOM e ACSM. A prática de Caminhada obteve um valor de 48 min/dia para o volume diário

praticado.

Os períodos de inatividade física, que dizem respeito ao tempo que os inquiridos passam

sentados durante a semana e o fim-de-semana, teve um valor médio de 416 min durante a

semana, o que corresponde aproximadamente a 7 h (6 h e 56 min). Já durante o fim-de-semana

o valor médio encontrado foi de 396 min, o que corresponde a 6 h e 36 min que os inquiridos

passam sentados.

Comparação da média escolar obtida, nota classificativa de Português, Matemática e EF, Género

e ano de escolaridade com o nível de AF (Ativo ou Não Ativo)

Na Tabela 6 foram comparados os resultados obtidos nas variavéis de estudo como a

média escolar obtida no final do ano letivo, nota de Português, Matemática e EF, género e ano

de escolaridade com o grau de AF, Ativo ou Não Ativo.

Onde foram encontradas diferenças significativas p=0,0 para um grau de confiança de

95% (p≤0,05) entre a nota de EF com o nível de AF. Relativamente à média escolar (p=0,6), nota

de matemática (p=0,6) e nota de Português (p=0,6) não foram encontradas diferenças

significativas.

Relativamente ao género (p=0,023) foram encontradas diferenças significativas, pois

p≤0,05, tal como comparando o ano de escolaridade com o nível de AF com p=0,016.

Tabela 6. Influência do nível de AF no desempenho escolar, género e ano de escolaridade

N Média Desvio-padrão

Erro Padrão da Média

Sig. (bilateral)

Português Ativo 34 12,62 2,606 0,447 0,607

Não Ativo 42 12,95 2,963 0,457 0,602

Educação Física Ativo 34 18,56 1,260 0,216 0,0

Não Ativo 42 17,38 1,413 0,218 0,0

Matemática Ativo 33 14,03 4,276 0,744 0,614

Não Ativo 37 14,51 3,709 0,610 0,617

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Média Escolar Ativo 34 15,47 2,596 0,445 0,628

Não Ativo 42 15,18 2,669 0,412 0,627

Género Ativo 34 1,15 0,359 0,062 0,023

Não Ativo 42 1,38 0,492 0,076 0,019

Ano Escolaridade

Ativo 34 2,29 0,836 0,143 0,016

Não Ativo 42 1,81 0,862 0,133 0,016

Correlação entre as todas as variáveis de estudo com nota de EF, Matemática, Português e

Média Escolar

Através da observação da tabela abaixo (Tabela 7) e após análise da mesma foram

constadas correlações positivas da nota de EF com a nota de Português (p=0,04) com o tempo a

caminhada realizada (p=0,021) e uma correlação muito forte com a média escolar (p=0,01) com

frequência semanal de AF vigorosa (p=0,0) com o volume diário de AF vigorosa (p=0,01), com

os periodos sentados durante a semana (p=0,01) e durante o fim de semana (p=0,009),

também foi obtida uma correlação com o ano de escolaridade (p=0,0) e idade (p=0,2) ,por fim

foi constatada uma correlação negativa entre o género e a nota de EF (p=0,037).

A nota de Matemática teve uma correlação positiva muito forte com a nota de Português

(p=0,0) e com a média escolar (p=0,0) mas também com o ano de escolaridade (p=0,001) e

idade (p=0,003).

A nota de Português obteve uma correlação muito forte com a nota de Matemática e a

média escolar, mas também com o ano de escolaridade (p=0,001) e idade (p=0,002).

Por fim, a média escolar teve uma correlação muito forte com as disciplinas observadas

no estudo, mas com a disciplina de Português (p=0,0) e Matemática (p=0,0) com maior

influência do que a disciplina de EF (p=0,01).

Tabela 7. Influência entre as variáveis do desempenho escolar com todas as variáveis em estudo

Educação Física Matemática Português

Média Escolar

Educação Física Coeficiente de Correlação

1 0,2 0,235* 0,369**

Sig. (bilateral) - 0,098 0,041 0,01

Matemática Coeficiente de Correlação

0,2 1 0,849** 0,886**

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Sig. (bilateral) 0,098 - 0,0 0,0

Português Coeficiente de Correlação

0,235* 0,849** 1 0,901**

Sig. (bilateral) 0,041 0,0 - 0,0

Média Escolar Coeficiente de Correlação

0,369** 0,886** 0,901** 1

Sig. (bilateral) 0,01 0,0 0,0 -

Questão 1a. Coeficiente de Correlação

0,479** 0,059 0,089 0,156

Sig. (bilateral) 0,0 0,625 0,445 0,179

Questão 1b. Coeficiente de Correlação

0,370** -0,132 -0,061 -0,38

Sig. (bilateral) 0,01 0,281 0,608 0,748

Questão 2a. Coeficiente de Correlação

0,239* -0,70 -0,076 0,008

Sig. (bilateral) 0,038 0,563 0,515 0,943

Questão 2b. Coeficiente de Correlação

0,138 -0,172 -0,148 -0,051

Sig. (bilateral) 0,234 0,156 0,204 0,659

Questão 3a. Coeficiente de Correlação

0,221 0,113 0,06 0,146

Sig. (bilateral) 0,058 0,354 0,610 0,215

Questão 3b. Coeficiente de Correlação

0,266* -0,079 -0,029 0,035

Sig. (bilateral) 0,021 0,519 0,802 0,764

Questão 3c. Coeficiente de Correlação

-0,046 -0,047 -0,158 -0,054

Sig. (bilateral) 0,695 0,702 0,18 0,650

Questão 4a. Coeficiente de Correlação

0,463** 0,155 0,091 0,072

Sig. (bilateral) 0,0 0,209 0,442 0,079

Questão 4b. Coeficiente de Correlação

0,305** 0,192 0,271* 0,302**

Sig. (bilateral) 0,009 0,123 0,021 0,01

Ano de Escolaridade Coeficiente de Correlação

0,396** 0,388** 0,382** 0,630**

Sig. (bilateral) 0,0 0,001 0,001 0,0

Género Coeficiente de Correlação

-0,239* 0,064 0,139 -0,023

Sig. (bilateral) 0,037 0,6 0,230 0,84

Idade Coeficiente de Correlação

0,265* 0,346** 0,352** 0,535**

Sig. (bilateral) 0,02 0,003 0,002 0,0

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DISCUSSÃO DE RESULTADOS

No estudo foi verificada a distribuição dos alunos pelo nível de atividade física (Ativo ou

Não Ativo), caso cumpram 420 min/semana de AF moderada a vigorosa, onde 44,7% foram

classificados como Ativos e 55,3% como Não Ativos, o que supera os resultados do relatório da

OMS de 2016, para individuos após os 15 anos, cujo os valores de AF dimuniem e só 18% dos

rapazes e 5% das raparigas cumprem o tempo diário recomendado (Oliveira, 2017). Onde foram

registados 23,7% das raparigas como sendo ativas e 52,7% dos rapazes classificados como

ativos, o que corrobora Oliveira (2017) onde a AF declina com a idade em ambos os géneros,

mas mais acentuada nas raparigas, que na sua maioria são menos ativos que os rapazes.

Foram encontradas diferenças significativas entre o género e o nível de AF, com p=0,02, onde

podemos afimar o maior nível de AF nos rapazes comparativamente com as raparigas,

corroborando diversos estudos, que referem que os rapazes tendem a ser mais ativos do que as

raparigas, praticando desportos organizados e orientados, enquanto que as raparigas preferem

desportos de recreação ou artísticas (Marques et al., 2016.).

Oliveira 2017, refere que a idade influencia a AF, apresentando esta um decréscimo

com a idade, mas para a amostra analisada o nível de AF teve um aumento porpocional com o

ano de escolaridade, o que contraria vários estudos que referem o decrescimo de AF com a

idade. O 12º ano apresentou 60% de indivíduos ativos, um maior número comparativamente ao

11º ano, o qual contemplou 44,4%, e para 28,6% para o 10 º ano de escolaridade. Foram

encontradas diferenças sgnificativas entre o nível de AF e o ano de escolaridade (p=0,01), sendo

que a AF teve maior prática nos alunos mais velhos.

Para Batista (2011), a AF varia com a idade, género, fatores ambientais, sociais,

culturais e psicológicos, tornando-a um contexto de abordagem multidisciplinar. O autor suporta

os resultados obtidos, onde constatamos as diferenças entre ano de escolaridade, genéro e o

grau de influência da AF nestas variáveis.

Em termos de frequência semanal verificamos que para as AF vigorosa e moderada

apenas 2,6% e 13,2%, respetivamente, cumprem os 7 dias semanais na realização destas

atividades. Onde 21,1% não cumpre um único dia de AF vigorosa e 18,4% não pratica nenhum

dia de AF moderada. Já a realização de caminhada por mais de 10 min, verificou-se valores

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mais homogéneos para os inquiridos, tendo sido verificado que 36,8% realizam caminhada em 5

dias por semana e que 34,2% caminham nos sete dias semanais.

Após análise comparativa entre o nível de AF e o Desempenho Escolar, analisado através

da média final do ano letivo mas também pela nota de Português, EF, e Matemática, verificamos

que existiram diferenças significativas (p=0,0) entre a nota de EF e o nível de AF, onde os alunos

mais ativos possuem melhor nota de EF comparativamente aos alunos não ativos. Grande

maioria dos estudos incluídos concluíram que existe uma relação positiva entre a Educação

Física e o rendimento académico dos alunos (Peralta et al., 2014). Não foram encontradas

diferenças significativas no nível de AF e nota de Português, Matemática e na média escolar.

Relativamente às correlações encontradas no estudo, verificou-se que as 3 disciplinas

nucleares possuem influência directa na média escolar no entanto, correlações mais fortes para

Português (p=0,901) e Matemática (p=0,886) comparativamente com a disciplina de EF

(p=0,306). Estes factos vão de encontro a várias estudos analisados, onde o esforço para

melhorar o rendimento académico nas disciplinas teóricas e de cálculo tem sofrido alterações,

com a sua carga horária a aumentar em detrimento de outras disciplinas, como o caso de EF

que a sua carga horária vem a descrecer (Coe et al., 2006; Oliveira, 2017; Peralta et al., 2014).

Apesar destas iniciativas não foram encontradas evidências que a redução das aulas de EF

promova a melhoria do desempenho escolar (Peralta et al., 2014). Foi encontrada uma

correlação muito forte entre a disciplinas de Matemática e Português, (r=0,849) para p=0,00, o

que suporta a importância destas disciplinas nucleares no currículo nacional. Foram encontradas

correlações positivas entre estas disciplinas comparativamente ao ano de escolaridade e à idade

dos individuos.

A Nota de EF mereceu mais destaque no estudo e foram verificadas diferenças

significativas (p=0,01) entre a nota de EF para com as AF moderadas a vigorosa, existindo uma

correlação muito forte, o que permite concluir que os individuos que praticam regularmente AF

moderada a vigorosa tem uma melhor nota de Educação Física. Sobre esta associação a

literatura parece não estar em consenso, uma vez que Oliveira (2017) concluiu, num estudo

longitudional espanhol com mais 1700 crianças e adolescentes, que a AF moderada a vigorosa

esta inversamente porpocional com o desempenho escolar pelo contrário, Coe et al,. (2006)

demonstra que a AF moderada não influencia o desempenho escolar. Oliveira (2017) refere que

apenas a AF vigorosa pode produzir melhorias no desempenho escolar, onde as crianças com

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AF com intensidade superior ao recomendado alcançam um nível de escolaridade mais elevado.

O mesmo autor afirma que vários estudos apontam para que a aptidão cardiorespiratório está

relacionada positivamente com o desempenho escolar, onde a relação entre estes fatores não é

linear, apesar de apresentarem resultados positivos os estudos são pouco claros.

Por outro lado foi encontrada uma correlação negativa entre a Nota de EF e o género,

onde as raparigas possuem uma menor classificação a esta disciplina comparativamente aos

rapazes. Em relação à nota de EF foram encontradas associações positiva (p=0,01) entre esta e

os períodos que os inquiridos passam sentados na semana e no fim de semana, ou seja,

períodos de inatividade física, onde os alunos com menor tempo de inatividade, isto é, alunos

que detêm menores hábitos sedentários, possuem uma melhor classificação na nota de EF. Para

Verloigne et al. (2012), não basta apenas a prática de AF, assumindo como necessário reduzir o

número de horas de sedentarismo.

De modo geral, a literatura atual, aponta para uma associação positiva entre o

rendimento escolar e a AF (Oliveira, 2017; Peralta et al., 2014, Gonçalves, 2016). No presente

estudo, apenas foi verificada a associação positiva entre a nota de Educação Física para com a

média escolar, no entanto vários estudos apresentam associações positivas para a disciplina de

Português e Matemática com a AF, o que não se verificou no presente estudo.

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CONCLUSÕES

O presente projeto de investigação teve como finalidade uma associação entre a AF e o

Desempenho Escolar, de forma a constatar a influência exercida entre diferentes variáveis.

Foram encontradas diferenças significativas (p≤0,05) entre género e nível de AF, onde os

rapazes comparativamente às raparigas possuem resultados mais elevados em termos de

atividade física. Também a relação ano de escolaridade e AF obteve diferenças significativas

(p≤0,05), no entanto ao contrário de vários estudos que indicam o decréscimo de AF com a

idade, foi verificado um maior número de alunos ativos com a progressão no ano de

escolaridade, ou seja, foram classificados mais alunos ativos no 12º ano comparativamente ao

10º e 11º anos.

Relativamente às variáveis do desempenho escolar, foram encontradas diferenças

significativas entre a nota classificativa de EF com o nível de AF, em que os alunos ativos

possuem melhor classificação nesta disciplina comparativamente aos alunos não ativos. A nota

de EF obteve uma correlação positiva forte com AF moderada a vigorosa, onde os alunos com

maior frequência semanal e volume diário destas atividades obtiveram melhor nota na disciplina

de EF. Também entre a nota de EF e os períodos de sendentarismo durante a semana e no fim

de semana obtiveram uma correlação positiva, onde os inquiridos com menor tempo de

inatividade durante esses períodos conseguiram melhor nota classificativa da disciplina de EF.

Por fim, foram encontradas correlações fortes entre as disciplinas transversais a toda a

escolaridade obrigatória, no entanto com forças diferentes. As disciplinas de Matemática e

Português possuem uma correlação mais forte para com a média escolar relativamente à

disciplina de EF. Estes resultados corroboram vários autores, os quais reforçam as pressões

exercidas para o aumento da carga horária das duas disciplinas nucleares (Matemática e

Português) em detrimento da redução do tempo de EF.

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REFLEXÃO FINAL

Este momento final do relatório traduz-se num caminho arduo e longo, que será

certamente recordado como um grande momento de aprendizagem, onde me permitiu

enquadrar e situar melhor no contexto real do ensino e, por isso, como futuro professor de EF,

me encontro mais preparado e dotado de estratégias/ferramentas para o meu futuro.

Os momentos de partilha para com o colegas de curso, com o colega de estágio, com os

professores, com o professor cooperante foram fulcrais no meu desenvolvimento pessoal e

profissional. O Estágio profissinal assumiu uma elevada importância na minha vida, pois permitiu

uma visão e vivência da realidade no processo educativo, onde a relação do professor-aluno se

assumiu como pedra basilar muito importante, pois agora como docente quis proporcionar aos

alunos o máximo de experiências e aprendizagens positivas de forma a os enriquecer e

porporcionar o gosto pela disciplina de Educação Física, demonstrado também a importância de

determinados valores sociais, mas sobretudo passando hábitos desportivos e saudáveis.

Numa fase inicial, inerente a todos os processos de adaptação, senti alguma

preocupação em vários parâmetros, uma vez que, estar do lado docente, requer maiores

responsabilidades, já que este assume um papel importante e modelador para os alunos. Com o

decorrer das aulas a confiança e segurança nas minhas capacidades foram aumentando, onde

procurei absover o máximo de aprendizagens passadas pelo professor, mas também corrigir os

meus aspetos menos positivos e procurar o meu constante desenvolvimento.

O presente ano letivo foi um ano de superação, onde a experiência e conhecimentos

adquiridos reforçaram a minha confiança para as etapas futuras, onde melhorei em aspetos

importantes inerentes à realização de uma aula, mas também durante a planificação da mesma

ou até na planificação de todo o processo de ensino relativo à turma. O professor mestre Filipe

Guimarâes e a Professora Doutora Beatriz Pereira, foram fundamentais neste processo, com os

seus conhecimentos e sabedoria, onde me ajudaram a ultrapassar as adversidades e na procura

da melhoria constante.

Por fim, destaco a turma na qual estive presente neste processo de estágio, onde o meu

sucesso foram facilitados pela dedicação, entrega, empenho e trabalho que estes alunos

demonstraram para comigo.

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1 6ª D 4ª 6ª

2 S 2ª 5ª S

3 D 3ª 6ª D

4 2ª 4ª S 2ª

5 3ª 5ª D 3ª

6 4ª 6ª 2ª 4ª

7 5ª S 3ª 5ª

8 6ª D 4ª 6ª

9 S 2ª 5ª S

10 D 3ª 6ª D

11 2ª 4ª S 2ª

12 3ª 5ª D 3ª

13 4ª 6ª 2ª 4ª

14 5ª APRESENTAÇÃO S 3ª 5ª

15 6ª D 4ª 6ª

16 S 2ª 5ª S

17 D 3ª 6ª D

18 2ª 4ª S 2ª

19 3ª FITNESSGRAM (P2) 5ª D 3ª

20 4ª 6ª 2ª 4ª

21 5ª BASQUETEBOL (P1) S 3ª 5ª

22 6ª D 4ª 6ª

23 S 2ª 5ª S

24 D 3ª 6ª D

25 2ª 4ª S 2ª

26 3ª BASQUETEBOL (P3) 5ª D 3ª

27 4ª 6ª 2ª 4ª

28 5ª BASQUETEBOL (P3) S 3ª 5ª

29 6ª D 4ª 6ª

30 S 2ª 5ª S

31 3ª D

BASQUETEBOL (P1)

BASQUETEBOL (P2)

TOLERÂNCIA DE PONTO

BASQUETEBOL (P3)

BASQUETEBOL (P1)

BASQUETEBOL (P1)

BASQUETEBOL (P2)

BASQUETEBOL (P2)

Planeamento 1ºPeriodo (12ºCT3)

FERIADO

AUTO E HETERO AVALIAÇÃO (A)

TREINO FUNCONAL (A)

ATLETISMO (EXT)

ATLETISMO (EXT)

BASQUETEBOL (P1)

TREINO FUNCIONAL (A)

TREINO FUNCIONAL (A)

SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

ATLESTIMO (EXT)

BASQUETEBOL (P3)

TORNEIO ESCOLAR

AVALIAÇÃO BASQUETEBOL

BASQUETEBOL (P1)

ATLESTIMO (EXT)

CORTA-MATO

ANEXOS

ANEXO 1 – ROULLEMENT

ANEXO 2 – PLANEAMENTO DO 1º PERÍODO

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ANEXO 3 – UD DE BASQUETEBOL

Unidade Didática (Basquetebol)

Objetivo Geral

Para o 12º ano, em contexto de jogo formal (5 vs. 5), o aluno deve intervir na organização coletiva, executando as tarefas

tático-técnicas adequadas ao objetivo do jogo. Os alunos devem também adquirir um conhecimento das regras do jogo de

modo ajustar as suas ações técnicas e/ou táticas a essas regras que compõem o jogo, é prossuposto também um

aproveitamento das situações de transição defensiva ou ofensiva, beneficiando das situações de superioridade numérica, tal

como mudança rápida de atitude, reação ao ressalto e ainda a diferença entre a marcação individual e defesa à zona e as

suas vantagens e desvantagens.

Relativamente às posições dos jogadores em campo, os alunos devem conhecer as dinâmicas e as caraterísticas táticas

(Base, Poste, Extremo).

Objetivo

Sócio- Afetivo

Como modalidade desportiva coletiva o Basquetebol pressupõe: A interajuda entre colegas, a cooperação, controlo das

emoções, concentração e atenção, cumprimento de regras, o espírito desportivo, participação e empenho.

Competências

Esperadas

As competências que serão esperadas que o aluno realize no final da unidade didática são, o passe de peito, passe picado,

drible de proteção, drible de progressão, lançamento em apoio, lançamento em suspensão, lançamento na passada, posição

base ofensiva e defensiva, aspetos táticos como as transições (ofensiva e defensiva) e conhecimento das regras do jogo

Critérios de

Êxito

Passe de Peito: Cabeça levantada e olhar dirigido para o alvo, Cotovelos junto ao corpo, bola à altura do peito, extensão dos

membros superiores na direção do alvo e rotação externa dos pulsos, um membro inferior mais à frente

Passe Picado: Cabeça e olhar dirigidos para a frente, bola à altura do peito, extensão completa do M.S. para a frente e para

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baixo

Passe de Ombro: Rotação do Tronco, Extensão do M.S que lança a bola, flexão do pulso, força no apoio mais atrás

Receção: Manter olhar na bola, ir ao encontro da bola, estender os M.S, na sua direção e fletir para amortecer o impacto

Drible de Progressão: olhar dirigido para a frente, formato da mão concavo, drible ao nível da cintura, Flexibilidade de pulso

Drible de Proteção: Proteção da área com M.S livre, empurrar a bola, drible ao nível da cintura

Lançamento em apoio: M.I à largura dos ombros, realizar flexão M.I, segurar a bola com as duas mãos, uma delas mais

lateral, extensão dos M.S. no final, flexibilidade de pulso

Lançamento em suspensão: M.I fletidos, à largura dos ombros, com o pé do lado da mão que lança ligeiramente avançado;

segurar a bola com as duas mãos, à altura da testa

Lançamento na passada: A corrida em drible é oblíqua em relação ao cesto, O primeiro apoio é longo, sendo o segundo apoio

mais curto, 2 Apoios (Direita-Esquerda e Vice-Versa), membro que lança, no final encontra-se em extensão

Posição Base Defensiva: Ligeira flexão dos M.I. com um pé colocado à frente de outro e à largura dos ombros; adotar uma

posição dinâmica com cabeça levantada, baixar o centro de gravidade

Aspetos táticos: Ocupação racional dos espaços, movimento de passa e corta, mudança de atitude nas transições

Erros mais

frequentes

Passe de Peito: Afastar exageradamente os cotovelos, extensão incompleta dos membros superiores, ausência da flexão dos

pulsos para direcionar o passe para mais próximo do recetor

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Passe Picado: Ausência da Flexão dos pulsos, Aplicação de pouca força, afastar exageradamente os cotovelos

Passe de Ombro: Não dar continuidade ao movimento, afastar demasiado a bola, não rodar o tronco

Receção: Recuar, M.S. fletidos antes do contacto, receção com as palmas das mãos

Drible de Progressão: Bater na bola em vez de empurrar, não realizar flexão do pulso, altura do drible alta ou baixa

Drible de Proteção: Bater na bola em vez de empurrar, não realizar flexão do pulso, drible do lado do defensor

Lançamento em apoio: Extensão incompleta do Membros, ausência de flexão do pulso, estar desenquadrado com o cesto

Lançamento em suspensão: Extensão incompleta dos segmentos, Lançamento efetuado ao nível da cabeça

Lançamento na passada: Troca dos apoios, Falta de coordenação entre M.S. e M.I., Infração na regra dos apoios

Posição Base Defensiva: Apoios muito próximos, olhar para o solo;

Aspetos Táticos: Aglomeração, Falta de desmarcação, reação tardia

Nº de Aula Espaço Função Didática Conteúdos Objetivo Específico Avaliação

1 P1 Avaliação diagnostica Todos os conteúdos a abordar na UD

Avaliação inicial dos

alunos relativamente aos

aspetos técnicos e táticos

Diagnóstica

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2 P3 Transmissão e

Exercitação

Passe de Peito, Passe Picado, Lançamento

em apoio, lançamento em suspensão,

ressalto, drible de progressão, drible de

proteção, Jogos Reduzidos

Trabalho de técnica

individual, relativa ao

passe de peito e picado,

drible de progressão e

proteção, reação ao

ressalto, aspetos táticos

Formativa

3 P3 Transmissão e

Exercitação

Passe de peito, passe de frente, Drible de

progressão, Lançamento em apoio e em

suspensão, Diferença entre defesa

individual e zonal

Trabalho de técnica

individual (passe e

Lançamentos), Jogos

Reduzidos, Diferença

entre marcação

individual e defesa à

zona

Formativa

4 P1 Transmissão e

Exercitação

Passe, Passa e Corta, Lançamento em

suspensão, Ataque em superioridade

numérica, Posição Base Defensiva, Defesa

Posicional

Trabalho de

Lançamentos,

Movimento de Criss

cross, Domínio do

Ataque em

superioridade, Jogos

Reduzidos

Formativa

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5 P1 Transmissão e

Exercitação

Passe de peito, passe picado, lançamento

na passada, Desmarcação, Posição Base

Defensiva, Defesa Posicional

Trabalho de Lançamento

na passada, Defesa

posicional, Jogos

Reduzidos

Formativa

6 P2 Transmissão e

Exercitação

Drible de progressão e proteção, passe de

peito e picado, Defesa Posicional, Posição

Base Defensiva

Trabalho de técnica

individual (Drible), Jogos

Reduzidos, Domínio da

defesa posicional

Formativa

7 P2 Transmissão e

Exercitação

Técnica individual, Drible de progressão e

de proteção, Posição Base Defensiva,

Defesa posicional

Ataque em igualdade

numérica, Jogos

Reduzidos 3 vs.3 e 5vs 5

Formativa

8 P3 Exercitação

Técnica Individual (Passe e Drible),

Transição Ofensiva e Defensiva, Ataque em

Superioridade e Igualdade numérica,

Posição Base Defensiva, Defesa Posicional

Trabalho técnica

Individual, Ataque em

superioridade numérica,

Transição em igualdade

numérica, Jogos

Reduzidos 3vs3 e 5 vs. 5

Formativa

9 P3 Exercitação Passe de peito, passe picado, drible, passa

e corta, lançamento na passada, Defesa e

Domínio do passa e

corta, Jogos Reduzidos Formativa

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Ataque posicional

10 P1 Exercitação e

Consolidação

Passe de Peito, Passe Picado, Drible de

Progressão, drible de Proteção, Transições

em superioridade numérica, Ataque

posicional

Técnica Individual,

domínio do ataque em

superioridade na

transição, Jogos

Reduzidos

Formativa

11 P1 Exercitação e

Consolidação

Drible de Proteção e drible de progressão,

turn over, Transições em igualdade

numérica, Defesa e ataque posicional

Trabalho técnica

individual (Drible),

Transição Ofensiva e

Defensiva, Jogos

Reduzidos 3vs3 e Jogo

Formal

Formativa

12 P2 Exercitação e

Consolidação

Drible de progressão, Lançamento em

suspensão e na passada, Transição

ofensiva e Defensiva, Defesa Posicional

Domínio do Ataque e

Defesa Posicional

Jogos Reduzidos

Formativa

13 P3 Consolidação Passe de Peito, picado, Passa e Corta,

Lançamento em suspensão e na passada,

Transição Ofensiva e Defensiva, Ataque e

Jogos reduzidos 3 vs. 3 e

Jogo Formal

Formativa

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Defesa Posicional

14 P3 Avaliação Sumativa Todos os conteúdos adquiridos na UD Avaliação final dos

alunos

Sumativa

Grelha de Vickers

Função

Didática/ Aula

Aula

nº1

Aula nº2 Aula nº3 Aula nº4 Aula nº5 Aula nº6 Aula nº7 Aula nº8 Aula nº9 Aula

nº10

Aula

nº11

Aula

nº12

Aula

nº13

Aula

nº14

Avaliação

diagnostica x

Transmissão x x x x x x

Exercitação x x x x x x x x x x x

Consolidação x x x x

Avaliação Final x

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ANEXO 4 – PLANO DE AULA

Unidade Didática: Basquetebol Conteúdos: Atletismo - Técnica de corrida, Basquetebol- técnica individual e jogo formal

Período: 1º Data: 02/11/2017

Nº da aula da U. D.: 9 de 14 Ano: 12º Turma: CT3

Função Didática: Exercitação Material: Bolas Basquetebol, tabelas, coletes, sinalizadores, Bolas Voleibol, rede

Hora: 08:25 até às 09:55

Duração: 90 min (70 minutos tempo útil)

Local: Espaço p3, Pavilhão Francisco de Holanda

Nº de alunos: 30

Objetivo Geral: Trabalho de técnica de corrida através de vários exercícios de Skipping, trabalho de elementos técnicos e táticos na modalidade de basquetebol

Par

te

Conteúdos Objetivos específicos

Organização didática / metodológica dos exercícios

Organização F. D.

Critérios de êxito

INIC

IAL

3’

Chamada e Introdução dos

conteúdos abordar na aula

Registar a assiduidade e a pontualidade.

Professor realiza a chamada por

ordem alfabética, onde é

registrada a assiduidade e

pontualidade dos alunos numa

folha de registo de presenças.

Diálogo sobre os exercícios

abordar durante a aula.

Os alunos sentados à frente do professor, ouvem as considerações.

Ser pontual e assíduo.

Atenção às

indicações do professor

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5’

Corrida continua Promover o aumento da temperatura corporal e

diminuir o risco de lesão

Os alunos devem correm num

sentido giratório, cujo a

intensidade da corrida vai

aumentando

Exer

cita

ção

e C

onso

lidaç

ão

Tronco direito

Olhar em frente

Coordenação entre membros

superiores e membros inferiores

Técnica de

corrida

12’

Mobilidade articular, variedades

de Skippings e coordenação

motora através de deslocamentos

Realizar mobilidade articular, de forma a

promover o aquecimento do corpo e das

articulações e prevenir o risco de lesão e várias

formas de trabalho para a técnica de corrida

Os alunos realizam vários

exercícios de acordo com a

indicação do professor, sendo

este:

-Corrida com alternância de

braços

- Skipping (baixo, médio, alto,

nadegueiro, alternado)

-Vários tipos de deslocamentos

Exer

cita

ção

e C

onso

lidaç

ão

Skipping baixo, médio, alto

Rotação dos

braços

Coordenação entre braços e

pernas

Elevação dos joelhos

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FUN

DAM

ENTA

L

12’

Exercício de técnica individual (passe de peito, picado e de ombro) e técnica de corrida, movimento de criss-cross

Realizar trabalho de técnica individual com vários tipos de passe, quer específicos do

basquetebol

Os alunos em grupos de quatro,

com 2 em cada linha lateral

realizam passe entre si e

deslocam-se para a coluna à

frente, numa metade do campo

uma parte da turma trabalha na

unidade didática de basquetebol

e a oura metade trabalha

voleibol, posteriormente passam

para a frente e deslocam-se

para a sua diagonal

Exer

cita

ção

Passe de Peito

Passe Picado

Braços seguem a trajetória da bola

Mãos formam um

triângulo

Passa e diagonal

12’ Passa e corta para

o cesto

Promover a movimentação de criss cross (passa e corta) e lançamento na passada

Turma dividida em duas, em

que cada ocupa uma metade do

campo, e encontram-se dividida

em duas filas, em que alunos

realizam situação de criss cross

e lançam ao cesto (Lançamento

na passada)

Exer

cita

ção

Passa e corta

Lançamento na passada

2 Apoios Após agarrar a bola

Direita, esquerda

e vice-versa

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20’ Situação real de

Jogo com sistema de rotação

Observação dos alunos

na unidade didática de

Basquetebol e na unidade

didática de voleibol,

analisando vários

elementos técnicos e

táticos e trabalho de

condição física

Alunos que ficam de fora

do contexto jogo, realizam

exercício técnica

individual ou arbitram os

jogos

Observação em contexto real de

jogo, observar comportamentos

técnicos e táticos quer no jogo

formal de basquetebol 5 vs. 5

Exer

cita

ção

e C

onso

lidaç

ão

- 5 vs 5

-Reação à perda

-Defesa zonal

-Transição

Defensiva

-Reação à perda

da bola

-Reação ao

ressalto

FIN

AL

3’ Diálogo sobre a

aula e alongamentos

Retorno à calma, e diálogo acerca da aula e

alongamento

Alunos colocados em frente ao

professor, realizam alongamento

Diálogo sobre os aspetos a

corrigir, quer a nível técnico e

tático

Atenção às instruções do

professor

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ANEXO 5 – INQUÉRITO IPAQ

Estamos interessados em conhecer os níveis de atividade física habitual dos Portugueses. As suas

respostas vão ajudar-nos a compreender o quanto ativo somos. As questões referem-se ao tempo que

dispende na atividade física numa semana. Este questionário inclui questões acerca de atividades que faz

no trabalho, para se deslocar de um lado para outro, atividades referentes à casa ou ao jardim e

atividades que efetua no seu tempo livre para entretenimento, exercício ou desporto. As suas respostas

são importantes. Por favor responda a todas as questões mesmo que não se considere uma pessoa ativa.

Obrigado pela sua participação!

Nome: _______________________________________________________________________

Idade: _____

Marque com X no espaço___ a resposta que pretende assinalar

Sexo: Masculino_____ Feminino _____

Ano de Escolaridade: 10º Ano ______ 11º Ano_______12º Ano _____

Ao responder às seguintes questões considere o seguinte:

Atividade física vigorosa refere-se a atividades que requerem muito esforço físico e tornam a respiração

muito mais intensa que o normal.

Atividade física moderada refere-se a atividades que requerem esforço físico moderado e torna a

respiração um pouco mais intensa que o normal.

Ao responder às questões considere apenas as atividades físicas que realize durante pelo menos 10

minutos seguidos.

1a. Habitualmente, por semana, quantos dias faz atividades físicas vigorosas como levantar e/ou

transportar objetos pesados, cavar, ginástica aeróbica ou andar de bicicleta a uma velocidade acelerada?

___ dias por semana

___ Nenhum (passe para a questão 2a.)

1b. Quanto tempo costuma fazer atividade física vigorosa por dia?

____ horas ___ minutos

2a. Normalmente, por semana, quantos dias faz atividade física moderada como levantar e/ou

transportar objetos leves, andar de bicicleta a uma velocidade moderada ou jogar ténis? Não inclua o

andar/caminhar.

_______ dias por semana

_______ Nenhum (passe para a questão 3a.)

2b. Quanto tempo costuma fazer atividade física moderada por dia?

____ horas ___ minutos

3a. Habitualmente, por semana, quantos dias caminha durante pelo menos 10 minutos seguidos? Inclua

caminhadas para o trabalho e para casa, para se deslocar de um lado para outro e qualquer outra

caminhada que possa fazer somente para recreação, desporto ou lazer.

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____ dias por semana

____ Nenhum (passe para a questão 4a.)

3b. Quanto tempo costuma caminhar por dia?

____ horas ___ minutos

3c. A que passo costuma caminhar?

_____ Passo vigoroso, que torna a sua respiração muito mais intensa que o normal;

_____ Passo moderado, que torna a sua respiração um pouco mais intensa que o normal;

_____ Passo lento, que não causa qualquer alteração na sua respiração;

As últimas questões referem-se ao tempo que está sentado diariamente no trabalho, em casa, no

percurso para o trabalho e durante os tempos livres. Estas questões incluem o tempo em que está

sentado numa secretária, a visitar amigos, a ler ou sentado/deitado a ver televisão.

4a. Quanto tempo costuma estar sentado num dia de semana?

____ horas ___ minutos

4b. Quanto tempo costuma estar sentado num dia de fim-de-semana?

____ horas ___ minutos