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CENTRO DE ARBITRAGEM Orgulhoso dos 444 casos resolvidos PÁGINA 5 GRANDE TEATRO NACIONAL Cinco anos de um ícone da modernidade CENTRAIS ASCENSÃO TRAVADA A FUNDO Queda do “príncipe” Bo Xilai agita mapa político chinês PÁGINA 7 TEMPO MUITO NUBLADO MIN 17 MAX 22 HUMIDADE 70-95% • CÂMBIOS EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 16 DE MARÇO DE 2012 ANO XI Nº 2572 PUB Ter para ler h Bei Dao UM HOMEM É MESMO UMA ILHA Deputado considera essencial esta aprendizagem, até porque faz parte da formação cívica dos residentes saberem mais de política. “Não só a Lei Básica, como algumas noções sobre organização da administração pública.” PÁGINA 3 Leonel Alves defende ensino obrigatório na escola Não sejas básico, aprende a Lei Básica

Hoje Macau 16 MAR 2012 #2573

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Edição do Hoje Macau de 16 de Março de 2012 • Ano X • N.º 2573

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Page 1: Hoje Macau 16 MAR 2012 #2573

CENTRO DE ARBITRAGEM

Orgulhosodos 444 casos resolvidos

PÁGINA 5

GRANDE TEATRO NACIONAL

Cinco anosde um íconeda modernidade

CENTRAIS

ASCENSÃO TRAVADA A FUNDO

Queda do “príncipe” Bo Xilai agita mapa político chinês

PÁGINA 7

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 17 MAX 22 HUMIDADE 70-95% • CÂMBIOS EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

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MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 16 DE MARÇO DE 2012 • ANO XI • Nº 2572

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Ter para ler

h• Bei Dao

UM HOMEMÉ MESMO UMA ILHA

Deputado considera essencial esta aprendizagem, até porque faz parte da formação cívica dos residentes saberem mais de política. “Não só a Lei Básica, como algumas noções sobre organização da administração pública.” PÁGINA 3

Leonel Alves defende ensino obrigatório na escola

Não sejasbásico,aprendea Lei Básica

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2 política sexta-feira 16.3.2012www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

SE há algo em que os repre-sentantes de associações estão de acordo é que a reforma política tem de

ser feita de forma adequada e “sem agressividade”. Mas ontem - na primeira sessão da segunda ronda de consulta pública sobre a reforma política -, houve quem pedisse melhor distribuição para os sectores representados na As-sembleia Legislativa e até quem se debruçasse na necessidade de limitar mandatos.

A sessão, que contou com a presença de associações de fun-cionários públicos, instituições jurídicas e órgãos consultivos da área da Administração e Justiça, mostrou que a maioria continua a preferir o aumento de deputados no hemiciclo – de 29 para 33 – com os lugares a serem preenchidos por dois deputados eleitos pela via directa e dois indirectamente, além da manutenção dos nomeados. As opiniões das cerca de duas dezenas de pessoas que tiveram hipótese de falar não diferem muito das manifestadas na primeira ronda de opiniões e as sugestões deixadas ontem perante Florinda Chan, secretária para a Administração e Justiça, entram em concordância com uma das duas propostas apre-sentadas pelo Governo.

Após a autorização de Pequim para que seja alterada a metodo-logia de eleição da Assembleia Legislativa e do Chefe do Executi-vo – em 2013 e 2014 -, o Governo

Reforma política Opiniões mantêm-seagarradas à proposta inicial

Mandatos na mira

apresentou duas propostas, sendo uma delas o aumento de apenas um deputado por cada via. Esta não recebeu uma única opinião favorável.

SECTORES De acordo com o manifestado ontem, os representantes de asso-ciações querem mesmo que sejam mais duas as pessoas a entrar no plenário. Para a maioria, os secto-res que devem ter mais representa-

ção são profissional, educacional e cultural e dos serviços sociais.

Um dos representantes do Conselho Consultivo dos Assuntos Comunitários da Zona Central, por exemplo, lembrou que o sector social é o que deve contar com uma representação mais alargada, devido a Macau ter muitos traba-lhadores desta área.

Mas a educação é outro dos sec-tores que merece as preferências, até por ser um dos factores mais

importantes para a formação de uma sociedade.

Paulino Comandante, secre-tário-geral da Associação dos Advogados de Macau, foi dos que pediu também mais vozes jovens, algo que foi também muito falado na primeira sessão de auscultações. “É precisa mais representatividade jovem na AL, porque estes são os sucessores no futuro.”

A ele juntou-se um dos re-presentantes da Associação dos Universitários, que além de mais jovens na AL, pediu mesmo um sector juvenil na comissão que elege o Chefe do Executivo.

CONCORDÂNCIA PARA COMISSÃO Os aumentos na comissão que elege o Chefe do Executivo atin-gem um consenso que tem vindo a ser apontado desde o início da reforma política: mais cem pessoas. Este número representa também a maioria das sugestões ontem deixadas e faz parte da proposta feita na semana passada pelo Governo.

A distribuição dos membros da comissão – que, ao receber mais cem pessoas fica com um total de 400 – divide-se.

Os sectores cultural, profissio-nal e do trabalho são os preferidos

Pereira Coutinho critica Assembleia Legislativa Diz que não sabe como surgiram as opiniões predominantes apresentadas pelo Governo sobre a reforma política e critica a Assembleia Legislativa. José Pereira Coutinho, deputado, esteve ontem presente na primeira sessão da segunda ronda de auscultação pública sobre a reforma política e aproveitou a presença de Florinda Chan para justificar porque considera necessário mais deputados directos no hemiciclo. “Não é necessário aumentar todos. Só os directos - mais quatro - o mesmo número que deve ser retirado dos nomeados. Isto é o mais adequado à sociedade, porque a AL está a perder o seu poder de fiscalização.” Pereira Coutinho diz que o Executivo não dá respostas “como devem ser” e, dando o exemplo do caso das sepulturas e de Ao Man Long, afirma haver falta de veracidade da parte do Governo.- J.F.

para receber mais membros, mas há quem insista nos jovens, ao lado de Paulino Comandante. Uma dessas pessoas representa os estudantes universitários. “Para a escolha do Chefe do Executi-vo como se pode atrair jovens, quando a sociedade pode não os acolher? Cada sector deve ter um representante jovem ou haver até um sector só para jovens.”

MANDATOS ANALISADOSA maioria não se mostra muito favorável ao sufrágio universal, especialmente porque o método actual de Macau tem demonstrado sucesso.

Os pedidos contínuos da im-plementação do voto por cidadão no imediato - que são feitos por algumas associações e individu-alidades - parece, aos olhos da maioria, uma forma demasiado repentina. “Já estamos habituados ao actual regime político, não po-demos alterar de forma agressiva e de um dia para o outro”, referiu Iao Teng Pin, da associação de Direito, Administração Pública e Tradução.

Também a senhora Ho, mem-bro da comissão das mulheres, utiliza a palavra “agressivo” para descrever o que seria a implemen-tação do sufrágio universal. “Se pensarmos nas consequências seria problemático. O regime está bem implementado no hemiciclo.”

A representante assegura mes-mo que o mais do que aumentar o número de membros da AL, é importante conseguir ver se o man-dato poderá ser renovável apenas uma vez para que mais pessoas possam ser deputadas.

Kou Kin Man, representante do Conselho Consultivo dos Assuntos Comunitários das Ilhas, é outra das vozes que se levanta sobre a possibilidade de diminuir os man-datos e apela ainda a uma melhor distribuição. “Quando escolhemos os deputados temos de ver se eles levam realmente as vozes do povo à AL. Quando ao indirecto e à sua distribuição, temos de especificar de forma mais clara quem é que merece sectores.”

Paulino Comandante – que de-fende mais medidas para combater os casos de corrupção eleitoral -, concorda também com a limitação de mandato, algo que, diz, foi su-gerido algumas vezes, mas nunca implementado.”

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3políticasexta-feira 16.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Lei Básica deve ser ensinada nas escolas, defendem peritos

Conhecer o que rege o território Joana Freitas [email protected]

LEI Pui Lam, vice-presi-dente da Associação de Divulgação da Lei Bási-ca, admitiu haver dificul-

dades em despertar interesse sobre a mini-constituição do território na população de Macau. Ontem, na apresentação das actividades a ser realizadas no 19º aniversário de promulgação da Lei Básica, Lei Pui Lam mostrou-se receptivo à introdução desta lei como matéria escolar, objectivo defendido por outras individualidades da política.

Leonel Alves é uma dessas pes-soas. O advogado e deputado da As-sembleia Legislativa afirmou ao Hoje Macau que a introdução da Lei Básica como disciplina sempre foi uma ideia sua, até porque faz parte da formação cívica dos residentes saberem mais de política. Mas Leonel Alves diz mais: “não só a Lei Básica, como algumas noções sobre organização da administração pública”.

O que é a Assembleia Legisla-tiva, qual o poder do Executivo e porquê a separação de poderes e a independência dos tribunais são alguns dos exemplos que o repre-sentante de Macau na Assembleia Nacional Popular cita.

PERSISTÊNCIA NA DIVULGAÇÃO Numa altura em que a reforma política está nas bocas do mundo,

Propostasdos representantes de MacauOs representantes de Macau no encerramento do Congresso Nacional Popular deixaram algumas sugestões sobre o desenvolvimento da região e do país. Leong Vai Tac sugeriu a criação de um “Fórum Internacional de Turismo”, de acordo com as orientações do Plano Quinquenal. Segundo o deputado, esta seria uma boa maneira de desenvolver e promover as capacidades do sector. Já Lau Ngai Leong preferiu dar destaque à educação e à cultura, como áreas a ser reforçadas de modo a estabelecer padrões éticos que atinjam patamares tão elevados como os alcançados pela economia. Leong Iok Wa and Chui Sai Peng salientaram a necessidade de proteger os recursos hídricos e Chio Ngan Ieng apelou ao aceleramento do desenvolvimento da Ilha da Montanha. – V.L.

Deputados insatisfeitosOs deputados da Assembleia Legislativa Ng Kuok Cheong, Au Kam San and Paul Chan Wai Chi assinaram um documento para denunciar ao Congresso Nacional Popular o seu desagrado pela exclusão, por parte do Chefe do Executivo, de algumas das propostas a ser apresentadas àquele Congresso. Os deputados apelaram ao Congresso Nacional Popular para uma participação interessada no desenvolvimento do sistema político de Macau, que, segundo eles, deve gradualmente caminhar para a democracia. Ng Kuok Cheong afirmou que iria propor um debate sobre a reforma do sistema político à Assembleia Legislativa e exigiu ao governo a inclusão do “relatório” e de outras duas propostas de alterações nos documentos apresentados ao Congresso. – V.L

Governo instado a intervir nos restaurantesA União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) apelou ao Governo a implementação de legislação clara para uniformizar as chaminés dos restaurantes. A UGAMM pede que os respectivos departamentos governamentais intervenham nesta matéria para promover a qualidade do ambiente. O barulho, os cheiros e os fumos dos restaurantes afectam de forma acentuada a qualidade de vida dos cidadãos que vivem perto deles, garantem os membros da associação. – V.L

Seminário para festejar a Lei Básica Depois de 19 anos em vigor, o Governo organiza uma série de actividades para festejar o aniversário da promulgação da Lei Básica. A intenção não é, contudo, apenas essa, mas também promover o conhecimento da lei entre a população. O seminário “Um país, dois sistemas e o caminho para o boa governação da RAEM” é uma das mais importantes, já que conta com mais de três dezenas académicos de Pequim, Macau, Taiwan e Hong Kong, no dia 30, no World Trade Center. O 23º curso de formação sobre a Lei Básica destinado a toda a população vai ser outra das actividades e a inscrição pode ser feita no site da Associação de Divulgação da Lei Básica. Mas há mais, e para os mais pequenos, que passam por jogos de tendinhas, concursos de desenhos coloridos sobre a lei e concursos de perguntas e respostas. Todas as actividades em www.macaolaw.gov.mo/19/.

associação que dirige, mas afirma que a implementação desta como disciplina obrigatória é algo que não pode acontecer. “Cabe à deci-são de cada escola, porque esta é uma matéria independente. Sempre insisti que a Lei Básica é importante e há toda a necessidade de fazer chegar aos estudantes este tipo de estudos desde cedo.”

Enquanto Lei Pui Lam defende que o ensino deve ser feito do ensino primário ao universitário, fazendo parte dos currículos gerais das escolas, Au Kam San discorda do ensino total da mini-cons-tituição do território. Ao Hoje Macau, o deputado afirmou que a formação cívica é necessária e que a Lei Básica poderá ser usada como ferramenta, mas considera irrazoável forçar os alunos a saber e conhecer toda a lei.

Leonel Alves dá o seu próprio exemplo enquanto estudante do secundário que teve uma cadeira se-melhante e apoia a implementação desta disciplina nas instituições de ensino de Macau. O deputado deixa apenas como sugestão que o ensino desta lei seja feito consoante o grau de exigência dos alunos e descarta a necessidade de se começar nas escolas primárias.

Se seria difícil tornar a Lei Bá-sica numa cadeira escolar, Leonel Alves diz que não, sendo apenas necessária a formação de docentes neste sentido.

ainda há muitos cidadãos que des-conhecem a Lei mais importante da RAEM. Lei Pui Lam é quem o diz, explicando porquê. “As pessoas pensam que como é um assunto jurídico deve ser tratado pelos juristas.”

O vice-presidente da Associa-ção da Divulgação da Lei Básica não se mostra, contudo, derrotado no seu papel. “Através da educa-ção, os cidadãos vão, pouco a pou-co, conhecendo mais do assunto. O esforço que temos vindo a fazer nestes últimos 19 anos já levou a muitas pessoas a conhecer a Lei Básica e nunca descuramos a sua importância desde 1993.”

A pergunta que se coloca, agora que Macau entra num processo de reformulação dos métodos de eleição tanto para a AL como para o Chefe do Executivo, será se, com o desconhecimento da Lei Básica

– admitido por Lei Pui Lam -, faz sentido conduzir esta reforma. Sim, na opinião do vice-presidente da Associação de Divulgação da Lei Básica. “Não podemos esperar que toda a sociedade saiba sobre um determinado assunto para poder-mos iniciar uma reforma. Quando chega o prazo temos de iniciar os trabalhos.”

Diz ainda fazer o melhor que pode o seu papel. “Até podemos estar a falar perto de determinada pessoa [sobre a Lei Básica] todos os dias durante um ano e, mesmo assim, o que dizemos entra por um ouvido e sai por outro. Mas nós insistimos e prosseguimos com este esforço, fazendo o melhor possível.”

DEPENDENTE DA VONTADELei Pui Lam explica que há já escolas a ensinar a Lei Básica, com livros produzidos pela própria

ANTÓNIO FALCÃO

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5sociedadesexta-feira 16.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

A entidade Consu-mers Internatio-nal decretou o dia 15 de Março

como o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor e, para celebrar a efeméride, o Conselho de Consumidores (CC) celebrou ontem, no mercado do Iao Hon, um Bazar de Sensibilização

sobre a Arbitragem de Conflitos de Consumo, por forma a chamar a atenção da população sobre a questão.

Este ano, a actividade é feita em parceria com a Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), dada a componente jurídica que muitas vezes estas situações comportam. “As actividades deste ano estão mais ligadas à parte jurídica, e o objectivo é

levar os consumidores a terem mais conhecimento sobre a arbitragem de con-flitos, e também para que possam saber mais sobre o Centro de Arbitragem e os seus direitos na área do consumo”, explicou ao Hoje Macau Wong Hon Neng, presidente do CC.

JOGO DÁ PRÉMIOCriado em 1998, o Centro de Arbitragem de Conflitos

de Consumo de Macau resolveu, até ao ano passa-do, 444 casos, através da arbitragem ou conciliação, disse Wong Hon Neng.

Face às queixas ou sugestões recolhidas pelo CC, foram acolhidas um total de 6850, das quais 450 dizem respeito a comunica-ções móveis. Por norma, as queixas, reclamações ou sugestões enviados pelos cidadãos ao CC são

posteriormente entregues pelo organismo à respec-tiva empresa ou entidades governamentais, se for o caso. Depois, o consumidor recebe uma carta em casa.

Depois do bazar, a população pode testar os seus conhecimentos sobre o consumo num jogo online, que estará disponível até 14 de Abril. Os 20 premiados recebem um prémio de MOP 1000.

Taxista indiciado pelo Ministério PúblicoO Ministério Público (MP) decidiu aplicar a um taxista o termo de identidade e residência e a obrigação de pagamento de uma caução. O indivíduo, de apelido Kou e com a idade de 54 anos, terá entrado em confrontos verbais com um passageiro. Terminada a investigação preliminar, o MP considerou existirem “fortes indícios dos crimes de sequestro e insulto”, tendo o caso sido devolvido à polícia para mais investigação. O caso ocorreu no passado dia 7. Kou terá recusado transportar uma mulher, funcionária pública, junto à Alameda Dr. Carlos D’Assumpção. Depois da recusa, a mulher terá permanecido dentro do táxi, tendo ocorrido “conflitos verbais”, com o condutor “a disparar palavras de insulto enquanto dava voltas na zona”. Posteriormente, a vítima pediu ajuda à policia, que deteve o condutor.

Fundo do Fórum Macau explicado dia 27O vice-ministro chinês do Comércio chega dia 27 a Macau para realizar uma sessão explicativa sobre o fundo de mil milhões de dólares do Fórum Macau, para promover a cooperação entre a China e os países de Língua Portuguesa. De acordo com a Rádio Macau, a sessão será aberta a convidados, onde se incluem membros do sector bancário e financeiro. A sessão deverá servir para mostrar os detalhes de funcionamento e os regulamentos de acesso ao fundo anunciado por Pequim. Em afirmações recentes, Chang Hexi, secretário-geral do Fórum Macau, disse que esta tranche de investimento deverá servir “principalmente para apoiar empresas chinesas e dos países integrantes do fórum em projectos que serão implementados nos países de língua portuguesa”. Anunciado por Wen Jiabao em Novembro de 2010, na abertura da terceira conferência ministerial do Fórum Macau, o fundo deverá ser lançado oficialmente no final deste mês.

Passe de regresso a casa vitalícioO Presidente da Assembleia Legislativa, Lau Cheok Va, e os representantes de Macau ao Congresso Nacional Popular ouviram o Ministro da Segurança Pública da China afirmar que o passe de regresso a casa foi pensado sobretudo no interesse dos habitantes de Macau e de Hong Kong que têm de ir ao Continente tratar de assuntos e de negócios. O ministro mostrou-se de acordo com a implementação do passe vitalício, mas declarou que o assunto ainda terá de ser melhor estudado para evitar problemas, acrescentando que os departamentos responsáveis estão a dar andamento à questão. – V.L.

Muito dinheiro, muitos funcionáriosO coordenador do programa de administração pública do Instituto Politécnico de Macau, Lou Shenghua, afirmou que o emagrecimento das estruturas do aparelho governamental se poderia fazer através de recrutamento central, de outsourcing, da unificação de funções e da promoção de estágios. O rápido crescimento do número de funcionários do aparelho do estado deve-se, segundo Lou Shenghua, ao crescimento da economia e à consequente falta de pressão financeira. Para o académico falta uma legislação que evite que os vários departamentos do Governo firmem diferentes tipos de contratos de trabalho, como acontece actualmente. Lou Shenghua afirmou ainda que a prestação de contas por parte do Governo deveria ser mais efectiva. – V.L.

Centro de Arbitragem já resolveu 444 casos de consumo

Sensibilizar para melhor consumir

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6 publicidade sexta-feira 16.3.2012www.hojemacau.com.mo

ANÚNCIO [N.º 63/2012]

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares da lista de candidatos a habitação económica abaixo indicados, no uso das competências delegadas pela alínea 10) do n.º 1 do Despacho n.º 32/IH/2011, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 32, II Série, de 10 de Agosto de 2011 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do boletim de candidatura

Nome N.º do boletim de candidatura

LEONG LAI PENG 66713 CHAN SUT IN 56421LEI MAN KUAI 99848 SIO NGAI WAN 81428LOI LAI MEI 26470 TANG IN CHI 56768TAM KUOK SAN 53483

Após as verificações deste Instituto, notamos que os elementos dos agregados familiares de candidatos a habitação económica acima mencionados são promitentes-compradores ou proprietários de prédio urban ou fracção autónoma com finalidade habitacional ou terreno na Região Administrativa Especial de Macau, desde à data da apresentação de candidatura e até à data de celebração da escritura pública de compra e venda da fracção, pelo que, estes não reúnem os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos do n.º 3 do artigo 14.º da Lei n.º 10/2011.

De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, devem apresentar, por escrito, as suas contestações e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou as demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio.

Se não apresentarem as contestações no prazo fixado ou as mesmas não forem aceites por este Instituto, os elementos dos agregados familiares forem retirados dos agregados familiares e o novo agregado vai reordenado na lista do concurso, caso a nova pontuação seja inferior à inicial, por não reunirem os requisitos para a aquisição de habitação económica, nos termos do n.º 1 do artigo 16.º do Regulamento de acesso à compra de habitações construídas no regime de contrato de desenvolvimento para a habitação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, revisto pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002.

No caso de dúvidas, poderão dirigir-se ao IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102. Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar Srª. Chan, através o tel. n.º 2859 4875 (Ext. 210), para consulta do processo.

O Chefe do Departamento deAssuntos de Habitação Pública,

Cheang Sek Lam 12 de Março de 2012

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7nacionalsexta-feira 16.3.2012 www.hojemacau.com.mo

O vice-primeiro-ministro, Zhang Dejiang, subs-tituiu o carismático Bo Xilai na chefia do

Partido Comunista em Chonqging, sudoeste da China, ilustrando a im-portância que a liderança chinesa atribuiu ao insólito episódio que envolveu o seu adjunto e antigo chefe da polícia local, Wang Lijun.

O afastamento de Bo Xilai foi anunciado ontem, um dia depois de o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, ter afirmado que a liderança do partido em Chongqing devia “reflectir seriamente sobre o incidente de Wang Lijun” (o braço direito de Bo Xilai, há cerca de um mês e meio terá tentado pedir asilo político no Consulado dos Estados Unidos em Chengdu).

Aparentemente Wang Lijun estará envolvido num escândalo de corrupção com membros da máfia local. As autoridades já tinham detido um empresário de Chongqing, Zhang Mingyu, que afirmava ter informações sobre o ex-chefe da polícia.

Zhang Mingyu, que tinha rela-tado no seu blog o suicídio de um funcionário público de Chongqing ligado à máfia local, afirmou que iria publicar mais informações so-bre Wang Lijun e as suas ligações com o crime organizado.

Entretanto, Wang Lijun terá denunciado, primeiro ao consulado dos EUA em Chengdu (Sichuan) e depois em Pequim, onde está em liberdade vigiada, o lado obscuro do “modelo Bo” e de Chongqing como um laboratório político.

FOI TRAIÇÃO?Segundo disseram ontem à Agên-cia Efe fontes ligadas ao PCC, Pequim viu um risco iminente de confrontação entre o Exército e o partido se os militares do sudoeste do país oferecessem protecção a Bo por serem amigos do seu pai, uma antiga figura de destaque do PCC.

Wang, que também foi destituí-do, pode ser acusado de traição por revelar “ao inimigo” - os Estados Unidos - segredos do PCC, e pode ser até condenado à morte, dizem os analistas consultados pela Efe.

Segundo o diário South China Morning Post, o presidente da nação asiática, Hu Jintao, disse aos membros da Conferência Con-

Eleições marcadasem Hong KongAs eleições para o Conselho Legislativo de Hong Kong vão realizar-se no próximo dia 9 de Setembro, anunciou o Gabinete de Assuntos Constitucionais e do Interior da China. A actual legislatura (a quarta) termina a 18 de Julho, data em que será aberto o período de candidaturas para o órgão legislativo da antiga colónia britânica para garantir uma “competição justa”, refere um comunicado oficial. Actualmente, o Conselho Legislativo da Região Administrativa Especial de Hong Kong é composto por um total de 60 deputados, dos quais metade é eleita por sufrágio directo e universal e os restantes 30 por associações. Para 2012, foi aprovada a criação de dez novos lugares no hemiciclo, cinco dos quais a serem eleitos por sufrágio universal.

Investimento a descer há quatro mesesA China atraiu cerca de MOP 62 mil milhões de investimento estrangeiro directo (IED) em Fevereiro, um valor 0,9% inferior ao mesmo mês do ano anterior, informou esta quinta-feira o Ministério do Comércio. Estes números marcam o quarto mês consecutivo de quedas do IED, segundo os dados do ministério. O índice caiu 0,3% em termos anuais em Janeiro, 12,73% em Dezembro e 9,76% em Novembro. O IED total nos primeiros dois meses deste ano chegou às cerca de MOP 133 mil milhões, diminuindo 0,56% no total anual, disse o porta-voz do ministério Shen Danyang em conferência de imprensa. Nos primeiros dois meses, o país autorizou o estabelecimento de 3.005 empresas com investimento estrangeiro, uma queda de 11,59% na média anual. O mês de Fevereiro registou 1.603 novas empresas de investimento estrangeiro, afirmou Shen.

Ministério nega interesse na LíbiaO porta-voz do Ministério do Comércio da China, Shen Danyang, esclareceu esta quinta-feira que a China não planeia investir na Líbia. Danyang acredita, no entanto, que a participação dos chineses na reconstrução do país africano tem um futuro promissor. O ministro do Comércio, Chen Deming, tinha confirmado no dia 7 deste mês que a China está a desenvolver um projecto de construção num valor de cerca de MOP 80 mil milhões em território líbio. Shen Dangyang veio agora a público explicar que o investimento directo e a participação em projectos de construção são conceitos diferentes (o primeiro envolve a transferência de dinheiro suportada pelo investidor, o segundo uma colaboração na divisão dos custos).

Bo Xilai substituídopor vice-primeiro-ministrona chefia do PC em Chonqging

A queda deum príncipe

sultiva Política do Povo da China (CCPC), o principal órgão asses-sor, que Wang cometeu traição.

Uma fonte de Chongqing ci-tada pelo diário revelou que “os funcionários foram informados que Wang traiu o país cometendo vários crimes de corrupção e de-generação moral”.

A ambição de Bo Xilai de chegar ao núcleo de direcção do Partido Comunista Chinês e talvez um dia a “número um” foi agora definitivamente aniquilada, apenas 20 horas depois de o primeiro--ministro, Wen Jiabao, ter pedido reformas políticas para evitar uma nova Revolução Cultural.

HERANÇA DE PESOBo Xilai passou cinco anos pre-so por pertencer a uma família considerada intelectual e crítica ao sistema durante a Revolução Cultural. O seu pai, Bo Yibo, era um importante líder do PCC e companheiro de Mao Tsé-tung, tendo sido perseguido na época. A sua mãe acabou por cometer suicídio.

Depois de ser reabilitado pelo regime, Bo tentou marcar a sua ascensão política com a recupe-ração de tradições maoístas que o levaram a ser apelidado de “ver-melho”, enquanto fazia reformas e lutava contra as poderosas máfias da região.

A destituição de Bo, um “peso pesado” e “príncipe” da quinta ge-ração, filho de um líder revolucio-nário tal como o futuro presidente chinês, Xi Jinping, pode abrir uma séria crise política no PCC.

“O seu protagonismo acabou”, disseram à Efe as mesmas fontes. “Ele não queria ser um ‘irmão’ mas sim um ‘chefe’ e isso não é bem visto.”

Bo Xilai fica conhecido por ser o arquitecto da espectacular transformação de Chongqing num dos mais importantes centros eco-nómicos da China.

Chongqing, situado na con-fluência de dois rios, o Yangtze e o Jialing, é o maior município chinês, com mais de 30 milhões de habitantes e, tal como Pequim, Xangai e Tianjin, tem um estatuto igual ao de uma província.

O novo secretário do PCC na região, Zhang Dejiang, já diri-

giu a organização do partido em três províncias (Jilin, Zhejiang e Guangdong), entre 1995 e 2007.

Zhang Dejiang, de 65 anos, é membro do Politburo do PCC desde 2002 e em 2008 entrou para o Conselho de Estado, com o posto de vice-primeiro-ministro.

A sua nomeação para Chon-

gqing ocorre cerca de seis meses antes do XVIII Congresso do PCC, que irá escolher a liderança da China para a próxima década.

Formado em economia numa universidade da Coreia do Norte, e conotado com o sector mais conservador do Partido, Zhang Dejiang filiou-se no PCC em 1971.

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8 nacional sexta-feira 16.3.2012www.hojemacau.com.mo

FAMOSA pela austeridade aplicada na educação da juventude, a China vive hoje um momento de

discussão sobre os métodos apli-cados no ensino. Enquanto que os defensores da severidade garantem que as regras baseadas na proibi-ção e no elitismo são superiores à “permissividade” ocidental, as famílias chinesas parecem já não estar tão disponíveis para apoiar esse discurso.

No ano passado, um livro escrito por uma professora da universidade de Yale, de origem chinesa, que louvava as medidas de repressão, foi recebido com muita polémica e deu origem a reacções de indignação nos Estados Unidos, onde foi comparada a um “tirano”. Na obra, intitulada O Grito de Guerra da Mãe-Tigre, Amy Chua enumerou algumas coisas que as suas filhas nunca tiveram direito de fazer: festa do pijama com as colegas; actuar numa peça de teatro na escola; ter um companheiro de jogos; ver televisão; brincar no computador.

Na China, contudo, o livro não foi motivo de qualquer debate. Os alunos passam longas horas nas sa-las de aula e a autoridade é exercida com frequência de forma severa. As crianças com quatro anos, por

O homem intermédioCientistas descobrem na China homem desconhecido que conviveu com o moderno. Fósseis encontrados em duas cavernas do sudoeste da China revelaram a existência de um homem até agora desconhecido, da Idade da Pedra, com uma insólita mistura de traços físicos arcaicos e modernos, fornecendo uma nova pista sobre a precoce evolução humana na Ásia. Com idades entre 14,5 mil e 11,5 mil anos, os fósseis são de homens que conviveram com seres humanos modernos (homo sapiens), numa época em que a agricultura estava a dar os primeiros passos na China. A reconstrução artística e o estudo foram publicados na revista PLoS One.

A China apresentou dois no-vos ecrãs planos de LCD

no imponente Grande Salão do Povo, em Pequim, que subs-tituirão os produzidos por um concorrente japonês, como sinal da determinação do país de levar ao mundo as marcas chinesas, e não apenas produtos “made in China”.

Os ecrãs foram produzidas pela TCL, uma das gigantes chinesas de produtos electróni-cos. Com 110 polegadas, são as maiores telas LCD 3D de alta definição produzidas no mundo, ligeiramente maiores do que as telas de 108 polegadas da Pana-sonic, que irão substituir.

“Conseguimos romper o mo-nopólio do Japão e da Coreia do Sul sobre os grandes televisores de ecrã plano”, disse Li Dong-sheng, presidente do conselho da TCL, na cerimónia de apresenta-ção dos novos ecrãs, recebendo os aplausos dos representantes

Excesso de disciplina sobre as crianças começa a ser questionado

Educação privada em expansão

China substitui ecrãs planos japoneses para fortalecer as suas marcas

O que é nacional é bom

exemplo, têm uma carga horária diária na escola de oito horas, podendo chegar às 12 horas para os mais velhos.

OPÕES EM CAUSAEsta intensidade, porém, começa a preocupar os chineses. Os de-putados reunidos para a sessão anual do parlamento debateram esta semana algumas mudanças para aliviar a pressão sobre as crianças, disse à AFP o professor

e deputado Zhu Yongxin. “A edu-cação chinesa poderia ser mais descontraída. A educação deve ser uma experiência feliz.”

O debate ganhou força, recen-temente, com o aparecimento, na internet, de um vídeo amador que mostra uma criança chinesa de quatro anos obrigada pelos pais a correr na neve em Nova York, vestida apenas com calções e sa-patos. A curta sequência filmada despertou reacções indignadas

estrangeira e à aprendizagem, e as escolas estão mais inclinadas a introduzir uma cultura e um pensamento inovadores.”

ALTERNATIVA WALDORFNos últimos anos, a China registou uma grande expansão dos estabe-lecimentos de ensino alternativos, adoptando, principalmente, os princípios do polémico pensador austríaco Rudolf Steiner (1861-1925), criador das escolas alterna-tivas Waldorf , a primeira das quais abriu as portas na China em 2004, tendo outras seis sido inauguradas no ano passado.

Nestas escolas, o ensino da leitura, da escrita e da matemática começa numa idade mais avançada do que na maior parte dos estabele-cimentos tradicionais, acompanha-do do reforço de outras disciplinas, como a música e o desenho.

Yu Shufen decidiu colocar a sua filha de sete anos, Duo Duo, numa escola Waldorf nos arredores de Pequim, por considerar que esta tinha sofrido muita pressão no sistema estatal clássico. “Este sistema pode ser muito intenso para as crianças; há sempre muitas lições e testes. As crianças sofrem muito, física e mentalmente nestes estabelecimentos de ensino, pelo que nunca pensei matricular a minha filha numa escola pública.”

O sector da educação privada está em plena expansão na China, devendo alcançar um montante de cerca de MOP 630 mil milhões este ano, contra os cerca de MOP 470 mil milhões em 2009, segundo o Bank of America Merrill Lynch.

entre cibernautas. Os pais justifi-caram o gesto extremo, alegando a necessidade de fortalecer o carácter e a saúde do filho.

Porém, segundo o professor Zhu, os pais chineses desejam hoje para seus filhos uma educação “menos severa” - em parte devido à política de filho único, mas tam-bém graças à maior possibilidade de acesso a escolas ocidentais. “A China está mais aberta, em particu-lar no que diz respeito à educação

dos ministérios do Comércio, da Ciência e Tecnologia, da Indústria e Informação (MIIT) e do governo de Shenzhen, cidade onde a TCL está sediada.

O governo está a encorajar as empresas chinesas a subir no mercado de valores e a desen-volver produtos que propiciem mais lucros, não só por motivos de orgulho nacional, mas tam-bém para permitir que a segunda maior economia do mundo ultrapasse a fase de fabricação de produtos simples e de baixa margem de lucro. No entanto, a criação de marcas reconhecíveis não tem sido fácil.

AS EXCEPÇÕESCom a possível excepção do fabricante de computadores Lenovo e da Haier, que produz electrodomésticos, a China conta com poucas marcas que os compradores estrangeiros reconhecem. Mesmo dentro

do país, os fabricantes nacio-nais vêem-se constantemente ultrapassados pelas marcas estrangeiras.

“Esse é um grande obstáculo, especialmente no que diz respei-to aos automóveis”, disse James Roy, analista sénior da consul-toria China Market Research

Group, de Xangai. “As marcas nacionais quase não existem em grandes cidades como Xangai ou Pequim, porque ninguém quer ser visto ao volante de um carro inferior aos japoneses ou sul-coreanos.”

Mas Pequim está a tentar ajudar. Este mês o MIIT publicou novas regras que determinam que as autoridades, que em geral preferem as marcas de luxo ale-mãs como a Audi, só comprem carros chineses.

Outros esforços, como o apoio do governo a empresas nacionais que promovam a “inovação autónoma”, gera-ram protestos da concorrência, alegando que a China está a interferir de forma desleal para beneficiar as suas empresas, através de normas que garantem compras pelo governo e padrões que favorecem as companhias locais em detrimento dos líderes sectoriais estrangeiros.

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9regiãosexta-feira 16.3.2012 www.hojemacau.com.mo

O acordo de comércio livre entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos entrou ontem

em vigor, cinco anos depois de ter sido assinado, e prevê-se que possa gerar para a economia daquele país asiático um cres-cimento de 5% a longo prazo.

O acordo, assinado em Julho de 2007 e aprovado pelos parla-mentos de ambos os países no final do ano passado, eliminará num prazo de cinco anos as taxas sobre 95% dos produtos comercializados entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

Este é o maior acordo de comércio livre assinado pelos Estados Unidos desde 1994, quando foram estabelecidos acordos semelhantes com o Canadá e o México, e a sua implementação tinha vindo a ser adiada desde 2007 devido a alte-rações dos governos de ambos os países, à crise financeira global e às preocupações dos Estados

AS autoridades tailandesas blo-quearam nos últimos três meses

o acesso a mais de 5.000 portais na Internet por considerarem que tinham conteúdos insultuosos para com a monarquia, informou ontem a polícia.

O bloqueio das páginas faz parte de uma campanha do Governo da Tailândia para proteger a imagem do rei Bhumihol Adulyadej e dos membros da família real, protegidos pela lei de lesa-majestade.

O porta-voz da polícia tailandesa, Pita Utayo, afirmou ontem em confe-rência de imprensa que as autoridades

bloquearam o acesso a essas páginas na Internet no primeiro trimestre do ano por apresentarem conteúdos “inapropriados ou insultuosos”.

Em Novembro, as autoridades tailandesas pediram ajuda à rede social Facebook para eliminar mais de 10 mil sítios com conteúdos consi-derados ofensivos para a monarquia.

Os processos judiciais por alegada lesa-majestade dispararam nos últimos anos e já atingem as centenas, de acordo com os dados do Grupo de Conscien-cialização do Artigo 112, organização que se opõe à aplicação desta lei.

Kim Jong-un comanda com fogo realO novo líder norte-coreano, Kim Jong-un, comandou exercícios militares com fogo real que envolveram os três ramos das Forças Armadas de Pyongyang, informou a imprensa oficial da Coreia do Norte. De acordo com a agência noticiosa oficial de Pyongyang, Kim Jong-un liderou os exercícios na presença de conselheiros políticos e militares de topo do regime. Kim Jong-un assumiu a liderança da Coreia do Norte em Dezembro, após a morte do seu pai, Kim Jong-il, e nas últimas semanas tem realizado várias visitas a bases militares do país.

OS católicos de Díli, capital de Timor-

-Leste, têm uma oração específica a pedir a Je-sus Cristo que os ajude a escolher de forma correcta o próximo Presidente do país, nas eleições que se realizam no sábado.

A oração, que está a ser distribuída pela Dio-cese de Díli juntamente com um pequeno livro com reflexões sobre a paz, diz: “Jesus Cristo, pedimos-Te para olhar por nós, teus servos, mulheres e homens, porque dentro de pou-co tempo iremos ter eleições gerais para es-colher o chefe da nossa Nação”.

“Concede-nos o teu Espírito Santo para nos guiar, abrir a mente e o coração para escolher-

mos bem o nosso líder de maneira a quem quer que seja o nosso líder tenha responsabilidade pelo nosso futuro”, pode ler-se ainda no panfleto.

A oração pede para que o futuro líder de Timor-Leste construa uma vida pacífica para todos e que liberte os ti-morenses da “pobreza”.

No âmbito das elei-ções presidenciais e legislativas, que devem realizar-se em Junho, o bispo de Díli, Alberto Ricardo, enviou tam-bém uma mensagem aos eleitores e aos políticos católicos.

Aos eleitores, o bis-po recomendou que criem um ambiente de paz e sossego, que se afastem dos conflitos e que participem livre-mente nas eleições.

O bispo Alberto Ri-cardo disse também aos eleitores para ana-lisarem as informações transmitidas pelos po-líticos para que não “sejam vítimas de falsas promessas”.

“Votem com respon-sabilidade, em consci-ência e não se curvem às intimidações e mani-pulação”, sublinhou na missiva, acrescentando que os eleitores devem respeitar os resultados eleitorais. Aos políticos, o bispo de Díli pediu para mostrarem “matu-ridade e ética política”.

Cerca de 90% da população timorense é católica. No sábado, mais de 600 mil eleito-res vão escolher entre 12 candidatos para o cargo de Presidente da República.

Acordo de comércio livre entre Coreia do Sul e Estados Unidos entrou em vigor

Prós e contrasAutoridades tailandesas bloquearam

acesso a mais de 5.000 portais

“Inapropriadosou insultuosos”

Católicos timorenses criam oração para as presidenciais

Com a ajuda de Deus

Unidos com os desequilíbrios no comércio de automóveis.

Este pacto enfrenta, porém, a resistência da oposição sul--coreana, que já disse pretender renegociá-lo se vencer em De-zembro as eleições presidenciais, e de activistas, que reclamam a sua anulação por entenderem que beneficia mais os Estados Unidos do que a Coreia do Sul.

Os analistas prevêem que o acordo permitirá um crescimen-to a longo prazo da economia da Coreia do Sul, de 5%, que depende em 70% das exporta-ções, e a criação de cerca de 350 mil postos de trabalho.

Neste sentido, os analistas consideram que Seul verá cres-cer o seu superávit comercial face a Washington em cerca de MOP mil milhões por ano nos próximos 15 anos.

SOBE E DESCENo ano passado, a Coreia do Sul vendeu aos Estados Unidos

produtos no valor de MOP 450 mil milhões e importou bens norte-americanos avaliados em cerca de MOP 410 mil milhões.

As empresas sul-coreanas do sector automóvel, como a Hyundai e a Kia, esperam aumentar as suas exportações para os Estados Unidos com este acordo, que eliminará em quatro anos a taxa de 2,5% do imposto sobre veículos.

Por outro lado, espera-se que este pacto provoque uma redução do negócio dos sec-tores da agricultura, pecuária e pescas de cerca de MOP 86 mil milhões nos próximos 15 anos, segundo informou ontem o Ministério da Agricultura de Seul, devido à alta competi-tividade dos produtos norte--americanos.

Esta situação levou o sector primário da Coreia do Sul a manifestar a sua oposição ao acordo.

O presidente norte-ame-ricano, Barack Obama, e o homólogo sul-coreano, Lee Myung-bak, falaram ontem ao telefone para assinalar a implementação do pacto.

Na conversa telefónica de cerca de 10 minutos, Lee sa-lientou acreditar que o acordo será um bom modelo para o comércio livre global, segundo um comunicado oficial, e Oba-ma disse esperar que o mesmo impulsione o investimento, o comércio, as exportações e o emprego nos dois países.

Cerca de mil activistas re-alizaram na quarta-feira uma vigília com velas numa praça de Seul, apelando à anulação do acordo e à demissão do pre-sidente sul-coreano, estando previstas iniciativas semelhan-tes até ao dia 25, enquanto que alguns activistas pró Estados Unidos se juntaram em frente à embaixada norte-americana em Seul para saudar a imple-mentação do acordo.

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10 sexta-feira 16.3.2012www.hojemacau.com.moarquitectura

O Grande Teatro Na-cional, também conhecido como Centro Nacional de

Artes Cénicas, está a comemo-rar os cinco anos de existência.

Desenhado pelo arquitecto francês Paul Andreu e erguido no coração de Pequim, o edifí-cio tem capacidade para 5452 pessoas nos seus 12.000 metros quadrados de área construída.

A estrutura, que tem sido palco de diversos espectáculos, consiste numa grande cúpula de titânio que parece estar cortada ao meio e rodeada por um lago artificial. A obra foi idealizada com o objectivo principal de contrastar com as construções antigas ao seu redor.

A cúpula ergue-se a 46 metros de altura e localiza-se a oeste do conjunto formado

pela Praça da Paz Celestial e pela Cidade Proibida.

A escolha do local surgiu num depois de diversas conver-sas entre Paul Andreu e o Go-verno chinês. Andreu considera que a localização é perfeita pois o arquitecto acredita que Pe-quim deve abrigar construções modernas que justifiquem o seu desenvolvimento económico.

O Grande Teatro Nacional está divido em vários espaços que mesclam arte e arquitec-tura. O lago que o envolve é cercado por jardins e ciclovias. Os principais auditórios são o Salão de Ópera, a maior sala do teatro e possui os mais avançados equipamentos uti-lizados em casas de ópera, e o Salão de Teatro que abriga as apresentações da Ópera de Pequim.

Paul Andreu desenhouuma das pérolas da China

Cinco anos de cultura

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11sexta-feira 16.3.2012 www.hojemacau.com.mo arquitectura

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sexta-feira 16.3.2012www.hojemacau.com.mo12 vida

O World Wildlife Fund (WWF) apresentou, na segunda-feira passada, os Líderes para o Pré-

mio Planeta Vivo para o Governo de Hong Kong, como prova de reco-nhecimento pela contribuição para a conservação da vida marinha através da proibição da pesca de arrasto em águas de Hong Kong.

York Chow, o secretário para a Alimentação e Saúde, disse que “Hong Kong está entre as primei-ras economias do mundo a dar o passo decisivo para a proibição do arrasto em águas locais.” “Ao tra-balhar com o objectivo de trazer a nossa indústria de pesca de volta a um caminho sustentável, estamos a introduzir alterações legislati-vas para controlar o esforço de pesca nas águas de Hong Kong e proteger da importante desova dos peixes e viveiros. “

A política de proibição do arras-to define as bases para mais inicia-tivas de conservação marinha - que são cruciais para salvar o ecossistema marinho - ajudando a restaurar po-pulações de peixes devastadas e começando uma unidade para a gestão sustentável das pescas.

A proibição vai trazer uma série de  benefícios  significativos,  por exemplo, em 25 anos estima-se que o benefício líquido seja de mais de MOP540 milhões gerados se a proibição do arrasto, o controle sobre a frota de pesca e outras me-didas de gestão das pescas sejam correctamente implementadas.

O GANHO DO GOLFINHO O  golfinho  branco  chinês  tam-bém irá beneficiar desta po-

ESTUDO revela que 15% do genoma do go-

rila, de nome Kamilah, está mais próxima dos humanos do que os chimpanzés. O teste foi feito com numa fêmea  de  uma  subespécie Gorila, conhecida como “Gorila-do-ocidente”.

Foi a primeira vez que os cientistas compararam os genomas dos quatro grandes primatas: humanos, chimpanzés, gorilas e oran-gotangos. “O genoma do gorila é importante, porque nos dá mais informação sobre o momento em que os nossos antecessores se diferenciaram dos nossos parentes mais próximos. Também nos permite ex-plorar as semelhanças e diferenças entre os nossos genes e o gorila, o maior pri-mata vivo”, explica Aylwyn

Hong Kong foi pioneiro, em Dezembro vai proibir pesca de arrasto

WWF alerta para a gestão sustentável de pescas

Homem e gorila separaram-se muito mais tarde

Genomas revelam maior proximidade

questões. No seu discurso de política de 2010-2011, o gover-no Tsang finalmente seguiu o conselho e introduziu legislação que proíba a pesca de arras-to em águas inteiras de Hong Kong. A nova política entrará em vigor em 31 de dezembro de 2012.

Além do governo, as empre-sas também são poderosos alia-dos nos esforços de conservação do WWF. O WWF acredita que somente ao trabalhar com todas as partes interessadas, pode ofe-recer uma solução para um planeta vivo. No jantar de apre-sentação  do  prémio,  três  de nossos parceiros corporativos, fundos e fundações serão reco-nhecidos pela sua paixão pela construção de um planeta sus-tentável. Os premiados in-cluíram o Hong Kong Jockey Club Charities Trust, a HSBC, apoiante do programa de forma-ção de zonas húmidas de gestão para mais de 10 anos, e O Swire Grupo Charitable Trust, parcei-ro em educação, e a WWF de Hong Kong, peça fundamental também na educação ambiental.

lítica, já que a ameaça de excesso de pesca da sua pre-sa deve ser gradualmente reduzida. Trevor Yang, presidente do WWF de Hong Kong afirmou que “o prémio é um reconhecimen-to de uma importante conquista de conservação; a proibição da pesca de arrasto em Hong Kong. Este é um passo incrível na protecção do nosso ecossistema marinho e de recuperação de populações de peixes. “

Desde 2004, a campanha “Save Our Seas” da WWF alerta para uma legislação que elimine pro-gressivamente as actividades de arrasto em Hong Kong e para a proibição da pesca comercial em todos os quatro parques marinhos existentes.

Em Março de 2008, quase 60 mil pessoas assinaram a peti-ção desta campanha para mostrar apoio, tornando-se a maior peti-ção de sempre do meio ambiente em Hong Kong. Em Junho de 2008, o WWF apresentou a pe-tição ao Chefe do Executivo Do-nald Tsang e a vários membros do Conselho Executivo, solicitando a sua acção imediata sobre estas

subespécie e um da subes-pécie do oriente. “A nossa investigação consegue o retrato final que possibili-ta a comparação entre os grandes primatas”, resume Richard Durbin, outro dos autores do artigo. Os homens e os chimpanzés foram os primeiros primatas a terem a sua informação genética analisada letra a letra. O trabalho do ge-noma do macaco Rhesus, realizado por um consórcio internacional de cientistas e publicado na revista Scien-ce em 2007, revelou que os homens, os chimpanzés e os macacos partilham 97,5% dos seus genes. Uma nota da Universidade de Washington adiantava ainda nessa altura que, se confrontássemos o genoma humano com o do macaco Rhesus - um primata usado como modelo animal em diversas investigações -, podíamos constatar que as diferenças genéticas são da ordem dos 7%.

anos. Além dos dados ob-tidos com a descodificação do genoma de Kamilah, os investigadores quiseram fazer comparações nesta espécie e também reuniram informação sobre outros três gorilas, dois da mesma 

referem ainda que estes primatas se separaram dos humanos e chimpanzés há 10 milhões de anos. Já a separação do gorila nas duas subespécies (da ocidente e do oriente) terá ocorrido há apenas 1,75 milhões de

Scally, do Wellcome Trust Sanger Institute, Hinxton, Reino Unido.

Estudos prévios mos-traram que os humanos são mais próximos dos macacos africanos do que dos oran-gotangos e que somos mais próximos dos chimpanzés do que dos gorilas. No en-tanto, os autores revelam que em 15% do genoma do gorila as semelhanças com os humanos são maiores do que se nos compararmos aos chimpanzés. “Analisá-mos mais de 11 mil genes em humanos, chimpanzés e gorilas à procura de alterações importantes na evolução da espécie. Os humanos e chimpanzés são geneticamente mais próximos na generalidade do genoma, mas a equipa encontrou excepções a essa

regra. Em 15% do genoma os humanos são mais pró-ximos do gorila do que dos chimpanzés e em 15% do genoma os chimpanzés são mais próximos do gorila do que dos humanos”, acres-centa Scally, numa nota de imprensa divulgada sobre este trabalho.

EVOLUÇÃO ACELERADAO estudo revela ainda que há cerca de 500 genes que mostram uma evolução acelerada nas linhagens do gorila, humanos e chim-panzés e defendem que é possível  afirmar  que,  em determinados aspectos, este processo de evolução aconteceu de forma muito semelhante, especialmente nos genes responsáveis pela audição.

Os autores do artigo

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sexta-feira 16.3.2012 www.hojemacau.com.mo 13vida

QUANDO se trata da perfura-ção árdua e imprevisível de

petróleo no Árctico, a Shell equa-cionou o potencial dos cães, das raças border collies e dachshund.

A capacidade dos cães para farejar derrames de petróleo de-baixo da neve e do gelo foi testado e pago pela Shell - e outras empresas petrolíferas e organizações de pes-quisa do governo - que preparam a entrada da indústria no terreno proibitivo do Árctico.

A empresa espera começar a extracção de petróleo ao largo da costa noroeste do Alasca, em Junho. O projecto, realizado por pesquisadores noruegueses, fora do arquipélago de Svalbard, no norte da Noruega, em 2009, partiu em busca de uma solução que não envolva alta tecnologia para um cenário de perfuração no Árctico. A tecnologia para detecção e se-guimento de óleo derramado no Árctico está ainda nos estágios iniciais. As áreas no mar de Chukchi serão perfuradas até 1.000 milhas a partir da base mais próxi-ma da guarda costeira.

Como o próprio estudo ob-serva: “Hoje, não existe nenhum sistema operacional para detectar o vazamento de óleo, debaixo de neve ou gelo ou escondida sob os sedimentos de praia.” O desafiante mundo do ambiente ártico  dificultou  a  fiabilidade  de equipamentos tecnológicos sensí-veis, acrescentou.

No entanto, a campanha do Árctico da organização mundial do ambiente Greenpeace disse que os cães farejadores “dachshund” não eram a resposta.

“A ideia de que os cães peque-nos podem controlar o vazamento de óleo nas profundezas do gelo do Árctico no meio do inverno é

um absurdo”, disse Ben Ayliffe, activista do Greenpeace da cam-panha do Árctico. “O fato de eles pagarem uma grande quantidade de dinheiro para usar isso como uma opção séria mostra o quanto eles estão à procura de uma solu-ção.”

EMBARAÇO PARA A INDÚSTRIA?Outros disseram que o estudo deveria ser um embaraço para a indústria. “Este é outro exemplo de como não temos ainda ciên-cia e tecnologia adequada para perfurar no Oceano Árctico - par-ticularmente no gelo”, declarou Marilyn Heiman, director do Pro-grama dos EUA no Árctico para o Pew Environment Group.

“É embaraçante usar cães para cheirar como sendo a melhor tec-nologia que temos para perfurar o óleo debaixo do gelo. A indústria precisa de investir numa pesquisa para determinar como perfurar óleo debaixo do gelo, bem como melho-rar significativamente a capacida-de de resposta de derramamento no gelo, antes de ser permitido perfurar em condições de gelo. “ Um porta-voz da Shell disse que a empresa tinha feito uma pesqui-sa adicional sobre cães farejadores de petróleo desde o estudo de 2009, mas “nada importante”. Cur-tis Smith, porta-voz, disse que a Shell não tem planos para arran-jar os cães no Alasca.

O plano de resposta da em-presa responsável, aprovado pelo departamento do Interior no mês passado, prevê uma frota de navios para estar à espreita em todos os momentos, bem como para a construção de um sistema espe-cial de nivelamento que seria capaz de capturar e armazenar até 80.000 barris de petróleo por dia.

Clickecológico

GOLFINHOS AVISTADOS NO TEJO• Foram vinte golfinhos e vieram do mar à procura de alimento, mas não são os únicos a voltar ao Tejo. Garante quem sabe que o rio está mais limpo.

A Shell quer começar a perfurarcom base em testes caninos

Cães farejamóleo no Árctico

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14 publicidade sexta-feira 16.3.2012www.hojemacau.com.mo

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15culturasexta-feira 16.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

A compilação para a exposição “Deep from the source”, patente no Museu

das Ofertas sobre a Trans-ferência da Soberania de Macau, levou Wu Tai a reunir obras que definem quatro

O Centro de Artes Per-formativas Shen Yun, a

maior companhia de dança clássica do mundo, foi pre-miado com o Montblanc de la Culture Art Patronage Award na segunda, dia 12 de Março, na Lucent Dansthe-ater, em Haia, na Holanda.

Fundada em 1992, a Fundação Cultural Mont-blanc celebra “o fascinante mundo das artes em todo o mundo, através de entidades que dedicaram tempo, ener-gia, experiência e recursos financeiros para a promoção das artes e culturas”, diz o site da empresa .

O Centro de Artes Per-formativas de Shen Yun, sediado em Nova Iorque, foi fundado em 2006 com a missão de reviver 5 mil anos de cultura chinesa, e tudo o que foi destruído em 60 anos de domínio comunista na China.

“Estamos muito orgu-

lhosos de premiar o Centro de Artes Performativas de Shen Yun com a nossa Mon-tblanc de la Culture Arts Patronage Award. Como um símbolo do nosso reco-nhecimento e respeito pelo património cultural chinês que o público vai descobrir durante esta actuação mag-nífica. Cinco mil anos de história encantadora trazida pelos artistas incrivelmente talentosos de Shen Yun “, disse Jan van Holten, direc-tor da Montblanc Interna-tional num comunicado de felicitações.

Tia Zhang, a empresa gerente do Centro de Artes Performativas Internacio-nais Shen Yun, recebeu o Montblanc de la Culture Award numa cerimónia que se seguiu à estreia europeia da tournée do Centro de Artes Performativas Internacionais Shen Yun de 2012, no Lucent Danstheater, em Haia.

Com a dança clássica chinesa como marca regis-tada da companhia, Shen Yun está a liderar um renas-cimento das artes clássicas chinesas. Em apenas três anos após a sua criação, em 2006, Shen Yun cresceu como uma das três com-panhias de artes cénicas, incluindo orquestras, ac-tuando em todo o mundo. Os seus artistas incluem muitos vencedores de com-petições internacionais de dança e vocais.

A dança clássica chine-sa é um sistema de dança que tem uma história de milhares de anos e é construído sobre uma profunda base da estética tradicional.

O Centro de Artes Per-formativas Internacionais Shen Yun tem três empre-sas de tournées que fazem espectáculos simultanea-mente em todo o mundo.

• Foi ontem apresentado o 9.º Festival de Cinema de Macau que terá lugar nos próximos dias 23 e 25 deste

mês. O festival, que será inaugurado no dia 22 no Galaxy, mostrará filmes como “A Big Deal”, “The Star

and the Sea” ou “Love for Life”.

A cultura ancestral chinesa pode sofrer “refinamento” e “renovação”

Adornar o convencionalismo

Danças clássicas chinesas homenageadas pela Montblanc

Academia Shen Yun premiada na Europa

FESTIVAL DE CINEMA NO GALAXY

décadas de carreira, cujos pri-meiros passos foram dados logo cedo aos oito anos. O seu ambiente familiar artístico, por influências do pai e das amizades deste, levaram-no a aprender caligrafia preco-cemente. O que o levou a arriscar emular criações de antigos mestres, como Shou Jin Ti - e o estilo “Ouro

Esbelto” - e tantos outros da dinastia Song.

“O meu pai teve grande influência em mim, porque nasci no fim da época da re-volução cultural da China, e na altura o Governo da China não prestou muita atenção à educação, por isso muitas crianças ficavam em casa.”

Segundo conta, o pai, que

ensinava em casa, convivia muito com outros artistas, alguns dos quais professores universitários. Um em parti-cular, onde passou boa parte da sua juventude, conservava mais de 100 mil pinturas, o que o fez interessar-se por esta arte, começando a arriscar os primeiros esboços.

“Aos 15 anos, dediquei--me a sério ao estudo da pintura” e, mais tarde, “aos 25 já tinha emulado praticamente a maior parte das pinturas fa-mosas dos mestres da História da Arte da China”.

A ARTE ANCESTRAL E O MODERNISMOSão precisamente algumas destas emulações que com-põem uma das duas secções da exposição, “Refinamen-to”. A essência da pintura e cultura tradicional chinesa podem assim ser descobertas em “Flor de Alperce”, uma emulação de Zhao Chang, “Primavera Precoce”, uma emulação de Guo Xi ou “Mar-gens do Rio”, uma emulação de Dong Yuan. Obras que pri-vilegiam paisagens e pinturas de montagens, que pertencem ao estilo “Shuan Shui”.

“Renovação”, é a parte II “Da Fonte” (nome da exposição em português), onde apresenta obras ori-

ginais, agarrando o espírito da pintura antiga que funde com “uma reflexão pessoal mais modernista, sem perder serenidade e complacência”, segundo palavras do curador e director do Museu das Ofer-tas sobre a Transferência de Soberania de Macau, Chan Hou Seng.

Wu Tai explica que as impressões modernas, entre as quais últimas figuras cria-das, representam a sua mulher e as crianças, pois “sempre que achava que ela tinha comportamentos que puxa-vam sentimentos”, sentia-se inspirado e pintava.

Hoje em dia nada o retrai. Tanto pinta flores, como fi-guras, porque o importante, é continuar as tradições mas inventando o futuro. “Pres-cindir das raízes dar-nos-ia

uma árvore pouco sólida e uma seiva de origem dúbia.” Por essa razão, assume que, apesar dos esforços em in-troduzir novos materiais e técnicas, de modo a introduzir inovação nas regras, não se consegue “libertar dos clichés e do convencionalismo para se tornar altamente criativo”.

O curador Chan Hou Seng decidiu que faria sentido uma exposição com obras mais chinesas, porque, “as pessoas aqui de Macau bem como os ocidentais, sentem-se mais cativados a ver estas”. Mas o seu sucesso é inegável e a sua visão é especial, e a fruição destas obras confirmam “o contributo de Wai Tai para a arte clássica, bem como a sua reflexão pessoal sobre a natureza e a beleza sublime da vida”.

HOJE

MAC

AU

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16 desporto sexta-feira 16.3.2012www.hojemacau.com.mo

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Marco [email protected]

O onze do Organismo Autónomo Desportivo da Casa de Portugal em Macau mantém-

-se na corrida por um lugar no principal Campeonato de futebol do território, depois de ao início da noite de ontem ter levado a melhor sobre o Grupo Despor-tivo Artilheiros pelo rotundo parcial de cinco bolas a zero.

Sem margem de manobra para novos descuidos depois de na se-mana passada não ter conseguido melhor do que um empate frente ao Lai Chi, a formação orientada por Pelé não acusou a pressão e ontem massacrou o mais frágil dos adversários que tinha pelo caminho. Mais estruturada, a Casa de Portugal não demorou muito tempo a tomar conta da partida e inaugurou o marcador na

Sérgio [email protected]

HOJE, em Melbourne, mais precisamente

no circuito de Albert Park, arranca mais uma tempo-rada do Campeonato do Mundo de Fórmula 1. E pela primeira vez na histó-ria da disciplina rainha do automobilismo mundial, estarão frente-a-frente, nada mais, nada menos, que seis campeões do mundo: Sebastien Vettel, Michael Schumacher, Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Jenson Button e o regres-sado Kimi Raikkonen.

Chao Pak Kei a um triunfo da Liga de Elite

Casa goleia e mantém-se na corrida

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 126/AI/

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se 黃巧枝, que na sequência dos Auto de Notícia n.º 35/DI-AI/, de 24.., levantado pela DST e por despacho do signatário de 12.03., exarado no Relatório n.º 134/DI/, de 24.., foi desencadeado procedimento sancionatório, com vista ao seu alojamento na fracção autónoma situada na Avenida da Amizade, Edf. Hung On Center, Bloco 3, 5º andar S e utilizada para a prestação ilegal de alojamento.--------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 da artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.º da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n°. 1 do artigo 10.º da Lei n.° 3/2010.--------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licen-ciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d'Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, em Macau, aos 12 de Março de 2012. O Director dos Serviços, João Manuel Costa Antunes

F1 Temporada 2012 arranca hoje em Melbourne

O circo com seis campeões

sequência de uma grande jogada individual do médio Nicholas Friedman. O atleta francês voltou a mostrar dentro de campo que é uma das principais referências da equipa, ao marcar o primeiro golo do desafio com um potentíssimo

remate, desferido de fora da área do conjunto adversário.

A formação de matriz por-tuguesa dilatou a vantagem de que dispunha no placard pouco depois, com Carlos Fernandes a concluir uma boa jogada de

ataque, ao rematar colocado de fora da área do Pau Peng.

MAIS DO MESMOA Casa de Portugal chegou ao inter-valo a vencer por duas bolas a zero e nem a vantagem alcançada durante os primeiros 45 minutos levou os pupilos de Pelé a refrear o ritmo na segunda metade. O conjunto de matriz portuguesa tirou proveito da ausência do habitual titular das redes do Artilheiros e aumentou a contagem para os três a zero pouco depois do desafio ter sido reatado. Gaspard Laplaine, jogador gaulês que reforçou o plantel do Orga-nismo Autónomo Desportivo, foi o autor da façanha, antes da nova “coqueluche” da Casa de Portugal – o jovem artilheiro Diogo Cernadas – ter inscrito também o nome nos anais da partida, ao apontar o quarto golo do onze orientado por Pelé.

A perder por uma margem co-piosa, o Pau Peng viu a tarefa que

tinha pela frente complicar-se mais ainda, mercê de uma entrada dura de um defesa sobre Cuco, à entrada do último reduto dos Artilheiros. Pouco complacente, o árbitro do desafio mostrou o cartão verme-lho directo e a Casa de Portugal jogou a recta final da partida em superioridade numérica.

Com mais um jogador em campo, os “lusos” não tiveram dificuldades para expandir a van-tagem de que gozavam no placard e o sul-africano Liam acabou por vestir a camisola de grande figura do encontro, ao fazer o gosto ao pé por duas ocasiões. Com o triunfo ontem alcançado, a Casa de Portugal mantém-se na corrida por um lugar entre os grandes do futebol do território, a três pontos do Chau Pak Kei. O líder da tabela classificativa está a uma vitória de garantir a ascenção à Liga de Elite, depois de na quarta-feira ter derrotado o Lai Chi por 4 -1.

apontada como a possível “revelação do ano”. As mais fracas, a Marussia (ex--Virgin) e a espanhola HRT, vão fazer certamente o papel de figurantes, sendo que ambas as equipas irão estrear os seus novos monolugares apenas nos treino-livres de hoje. Após se ter revelado como uma das principais responsáveis pelo regresso dos desfechos imprevisíveis ao “Grande Circo”, a Pirelli, na sua segunda época de F1, colocou ênfase ainda mais firme na estratégia de corrida e na redução da diferença de performance entre os compostos e em estender a possibilidade de performance de cada pneu, apimentado à sua maneira o espectáculo.

Como é da praxe, este ano os regulamentos técni-cos e desportivos voltaram a ser retocados. As suspensões activas foram banidas, mas em contrapartida apareceu o degrau que agora se encontra no bico dianteiro dos mono-lugares. Outra novidade é o facto dos concorrentes não poderem agora fazer mais de uma mudança de direcção para defender a sua posição. Os direitos das transmissões televisivas da F1 para Ma-cau continuam entregues à ESPN Star Sports, canal 31 da grelha da TV Cabo Macau.

Depois de ter recuperado audiências com uma época de 2011 repleta de corri-das interessantes, apesar do domínio da Red Bull, os milhões de seguidores da F1 encaram esta nova temporada com bastante entusiasmo. Se Vettel esteve avassalador nos últimos dois anos, os Red Bull estiveram longe de o ser nos testes de Inverno, muito por causa de irritantes problemas téc-

nicos, no entanto, a crítica especializada não hesita em colocar o jovem alemão no topo da lista dos favoritos, visto que o australiano e seu companheiro de equipa, Mark Webber, não foi até aqui capaz de demonstrar a indispensável “garra de campeão”.

Após ter sido a maior dor de cabeça para a equipa do gigante austríaco das bebidas energéticas, a Mcla-

ren, de Button e Hamilton, mostrou estar hoje a um nível que não estava a doze meses atrás. O novo carro nascido em Woking deu boa conta de si na pré-época e, muito embora talvez não tenha ainda a velocidade do Red Bull RB8 Renault, demonstrou um andamento muito próximo do monolu-gar de Milton Keynes e uma fiabilidade assinalável.

Já a Ferrari, apesar dos resultados modestos nos testes, que fizeram imedia-tamente soar os alarmes em Maranello, é sempre favorita, tendo em Alonso o seu maior trunfo, pois o futuro do brasileiro Felipe Massa na “scuderia” poderá não passar deste ano.

A Mercedes e a Lotus (ex-Renault) mostraram na pré-temporada que podem também ter uma palavra a dizer. A marca de Estugarda apresentou-se tarde, mas “Schumi” e Nico Rosberg rapidamente encontraram o andamento necessário para colocar os “Flecha de Prata” no topo das tabelas de tempo. Já a Lotus, que este ano foi buscar o retirado e mediá-tico Raikkonen ao mundial

de ralis e o jovem francês Romain Grosjean à GP2, surpreendeu com resultados acima das expectativas.

NA CAUDA DO PELOTÃOSem meios para enfrentar as equipas de topo, quatro outras equipas - Sauber, Toro Rosso, Williams, que contratou Bruno Senna no defeso, e Force India - vão tentar aproveitar os erros dos adversários para amealhar preciosos pontos que valem milhões. Por seu lado, a Caterham (ex-Team Lotus), propriedade do empresário da aviação e luso-descen-dente Tony Fernandes, é

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17futilidadessexta-feira 16.3.2012 www.hojemacau.com.mo

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1A SIMPLE LIFE [A]Um filme de: Ann HuiCom: Andy Lau, Deannie Yip14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 2JOHN CARTER [B] [3D]Um filme de: Andrew StantonCom: Taylor Kitsch, Lynn Collins, Mark Strong14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3A SEPARATION [B](Falado em Persa legendado em chinês e inglês)Um filme de: Asghar FarhadiCom: Leila Hatami, Peyman Moaadi14.30, 16.45, 19.15, 21.30

[Tele]visão

Aqui há gato

Su doku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Tome como alimento. Casta de uva preta, do Minho. 2-Amimar muito a criança (Bras.). Margem elevada do rio. 3-Rim (Ant.). Conta de existência. Inferioridade (Pref.). 4-Tornar-se loiro. Que diz respeito à tua pessoa. 5-Gente do povo, comunal. 6- Dialecto que outrora se falou no norte da França. Nor-nordeste (abrev.). 7-Pessoa sectária do idealismo. 8-Níquel (s.q.). Natural de Macau. 9-Outorgar. Terceiro. O m. q. ionte. 10-De cobre. O m. q. araca. 11-O m. q. enxaimel. Trajar.

VERTICAIS: 1-Nome de mulher. Catálogo dos livros condenados pela Igreja. 2-Preguiça, inacção. Desprezara. 3-Vício, moleza. Principal peça do xadrez. 4-Do corrente ano (abrev. lat.). Fazem avançar girando. Onda Média (abrev.). 5-Apertem com atilho. Pequeno poema medieval. 6-Nocivo, danoso. 7-Ilha de Inglaterra. Ir de dentro para fora. 8-Doutor (abrev.). Encostado, cerce. Ruténio (s.q.). 9-Sorris. Bagatelas. 10-Comilão (Fig.). Chinela com planta de pau (Prov.). 11-Cada um dos bordos da boca. Causar pena ou dor.

HORIZONTAIS: 1-COMA. PADRAL. 2-ACOCAR. RIBA. 3-RIL. TEM. SUB. 4-LOIREJAR. TI. 5-A. COMUNEIRO. 6-OIL. D. NNE. 7-IDEALISTA. P. 8-NI. MACAENSE. 9-DAR. III. ION. 10-EREO. ARRACA. 11-XAIMEL. USAR.VERTICAIS: 1-CARLA. INDEX. 2-OCIO. ODIARA. 3-MOLICIE. REI. 4-AC. ROLAM OM. 5-ATEM. LAI. E. 6-PREJUDICIAL. 7-A. MAN. SAIR. 8-DR. RENTE. RU. 9-RIS. INANIAS. 10-ABUTRE. SOCA. 11-LABIO. PENAR.

NÃO PRECISAMDE CINCO MINUTOS O Boss AC – que, para quem não sabe, é um rapper português, menos escuro do que eu – tem uma música chamada “Só preciso de cinco minutos”. Eu não a conhecia, confesso que gosto muito mais de ouvir coisas clássicas nestas minhas orelhitas de gato. No outro dia calhou ouvi-la aqui na redacção, num destes computadores onde os meus tios passam a vida agarrados. Bem, mas isto porquê? Hoje, quando uma das minhas tias chegou de um trabalho, ouvi-a reclamar que as consultas públicas sobre a reforma política são, deixem-me ver se me recordo, “sempre a mesma chachada”. Explicou ela que, nos cinco minutos que têm para falar, os intervenientes usam três para recapitular pela milionésima vez tudo o que já aconteceu desde que nasceu a Assembleia Legislativa. Portanto, em vez de irem directos ao assunto que lá os leva a frequentar estas sessões, dizem “que Macau decidiu iniciar o processo de reforma política, fazendo uma primeira auscultação pública” – um minuto. Depois, que “o Governo da RAEM formulou então o documento que reúne todas as opiniões da população e enviou a Pequim, que foi quem deu autorização para reformular os métodos da eleição” – mais um minuto. E, por fim, “que estamos então agora a dar opinião sobre o documento que surgiu depois da autorização de Pequim, que deu autorização para Macau alterar os métodos de eleição e cujo Governo decidiu dar início ao processo de consulta pública”. – E ora, no relógio some-se mais um minuto. É aqui, depois dos tais três minutos de “chachada” que dão a sua opinião. Esta começa sempre por “já foram dadas muitas opiniões, mas eu também vou falar” ou “como já foi dito, eu concordo com o Governo, blá blá blá”. E, nisto, eis que senão quando, puff, ouve-se o alarme a dar sinal da mudança para o último minuto da intervenção e pronto, lá vem o pedido de mais ou menos deputados. Há mesmo quem diga ainda – ao invés de aproveitar os resquícios do tempo que ainda lhe resta – “ah, o tempo está a acabar mas eu ainda queria dizer que...” E, pelo que me consta, este exemplo multiplica-se pela quantidade de opinadores e depois da Dr.ª Florinda, a quem cabe realmente esse papel, fazer a retrospectiva que se repete na boca destes senhores. Ora bem. Eles só precisam de dois minutos. Poupavam o trabalho aos meus tios jornalistas e era tudo mais fácil. O Boss diz que só precisa de cinco. E que em cinco nascem imensas crianças no mundo e que cinco chegam para se saber se se gosta ou não de alguém. Eu acredito que ele precise de cinco minutos, mas estes senhores não precisam. De todo. Eles não precisam de cinco minutos.

Pu Yi

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO16:45 Liga Europa: Manchester City - Sporting (Repetição)18:30 Lost Sr.4 (Perdidos Sr.4)19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 Ásia Global21:30 Desperate Housewives (Donas de Casa Desesperadas)22:15 Passione23:00 TDM News23:30 Resumo Liga Europa23:45 Quiz Show (A Verdade dos Bastidores)01:30 Telejornal (Repetição)02:30 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Couto & Coutadas15:00 Sexta às 916:00 Bom Dia Portugal17:00 Portugal de Negócios 17:30 TEC@NET17:45 Um Amor de Perdição19:00 Estado de Graça20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Ler +, Ler Melhor22:15 Prova dos 322:45 Portugal no Coração

ESPN 3013:00 US Open 9-Ball C’ship 201115:00 Btn Men’s Wrestling Championship17:30 Asian Olympic Qualifiers Uzbekistan vs. UAE19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012 20:00 Football Asia 2011/12 20:30 Spirit Of London 21:00 Beijing Golden Moments 2 21:30 Vancouver Golden Moments 1 22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 Football Asia 2011/12

23:00 Barcelona 1992

STAR SPORTS 3113:00 Tour De Taiwan 2012 Highlights 13:30 Total Rugby 14:00 Rolex FEI World Cup Jumping 2011/1215:00 Laureus Spirit Of Sport Awards 201217:00 Swisse Mark Webber Tasmania Challenge18:00 Masters Official Films 2009 19:00 European Mixed Team Championship21:00 (Delay) Tour De Taiwan 2012 Highlights21:30 (LIVE) Score Tonight 2012 22:00 Spirit Of London 22:30 Total Rugby 23:00 Inside Grand Prix 2012 23:30 F1 Classics - 2002 Australian Grand Prix

FOX MOVIES 4012:05 Limitless13:50 The Code15:35 Stealth17:40 The Expendables19:25 Black Swan21:10 The Walking Dead22:00 The Walking Dead22:50 Starship Troopers 300:35 Tron: Legacy

HBO 4112:00 Invictus14:10 Up In The Air16:00 Undercover Blues17:30 Free Willy 219:10 The Other Guys21:00 Luck22:00 Xxx00:05 Candyman

CINEMAX 4212:15 Tank Girl14:00 The Rookie16:00 High Noon17:30 To Catch A Thief19:45 Rocky21:45 Epad On Max22:00 Xiii23:35 Red Faction

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A GRANDE ARTE • Rubem Fonseca«O assassinato de duas prostitutas, no Rio de Janeiro, que, de início, parece obra de um maníaco sexual, abre uma caixa de Pandora de onde vão brotando, no decorrer de uma ação trepidante, as complexas ramificações de um tenebroso sindicato do crime. A história passa-se em boîtes e bares sórdidos, em sumptuosas mansões do Rio, em vilarejos da fronteira entre a Bolívia e o Brasil, onde reinam a cocaína e o crime, bem como na interminável viagem de um comboio que percorre metade do Brasil com couchettes que rangem sob o peso de casais fazendo sexo.» (Do posfácio de Mario Vargas Llosa).

PROJETO OPRAH - UM ANO A VIVER SEGUNDO OS CONSELHOSDA MULHER MAIS INFLUENTE DO MUNDO • Robyn OkrantOprah Winfrey: provavelmente a mulher mais rica, mais influente e mais conhecida do mundo. As suas recomendações, sugestões e conselhos são seguidas tão lealmente pelo seu público que quase se impõe perguntar: será possível seguir à letra tudo o que é uma «sugestão de Oprah»? Foi esta questão que ocorreu a Robyn Okrant, espectadora casual do programa de Oprah Winfrey. Sempre disposta a desafiar-se e dotada de uma curiosidade infindável, Robyn passou o ano de 2008 a dedicar-se a uma experiência invulgar: seguir o mais fielmente possível todos os conselhos oferecidos pela rainha dos talk-shows.

A SEPARATION

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perspect ivasJorge Rodrigues Simão

18 opinião sexta-feira 16.3.2012www.hojemacau.com.mo

“UK air pollution causes 50,000 early deaths a year”

Environmental Audit Committee - Fifth Report - Air Quality

House of Commons - 16 March 2010

S acidentes rodoviários cobram um alto preço devido aos mortos e feridos que provocam. Mais de meio milhão de pessoas morreram na União Europeia (UE), entre 1985 e 1995 e 10 milhões ficaram

feridas. A “Organização Mundial de Saúde (OMS)” calcula que o total de vítimas mortais em acidentes de viação no mundo, ultrapas-sará um milhão nos próximos quinze anos.

Segundo os cálculos da Cruz Vermelha, morrem cerca de 650 mil pessoas no mundo, em acidentes de viação, pelo que se pode considerar uma catástrofe silenciosa à escala mundial. Considerando todos os acidentes de tráfego, pelo menos 95 por cento ocorrem nas estradas. Os iniciais mais de meio milhão de mortos nas estradas europeias, decresceu drasticamente a partir do início de 2001, que passaram na UE de 54 mil mortos, para 36700 mortos em 2006, e para 27 mil mortos em 2010, com tendência a diminuir. Entre 2001 e 2010, Portugal reduziu o número de mortos em 49 por cento, sendo na UE de 43 por cento, e tendo a Letónia o maior sucesso com uma diminuição de 61 por cento, e a Roménia o pior com 3 por cento.

A Suécia teve 28 mortes por acidentes ro-doviários por milhão de habitantes, enquanto a UE apresentou 61, Portugal 79, a Roménia 111 e a Grécia 112. O número de feridos resultantes de acidentes graves ou ligeiros ultrapassa os 1,8 milhões. O “Conselho Europeu de Transportes” considera, todavia, que este número se encontra muito aquém da realidade, dada a falta de regis-tos suficientes e prevê que o número de feridos anualmente é o dobro. O Estado-membro da UE que regista o maior número de mortes por acidente de viação, relativamente à população, é Portugal com 245 pessoas anualmente e por milhão de habitantes. É precedido pela Grécia com 215 mortos.

Em 2009, o número de mortos nas estradas europeias voltou a diminuir para cerca de 35 mil pessoas, que constitui uma redução de 36 por cento em relação a 2001, ano em que a Comissão Europeia estabeleceu pela primeira vez, o objectivo de reduzir para metade o número anual de mortes na estrada. Os jovens e os motociclistas são os utentes mais expostos a acidentes. A velocidade excessiva, a condução sob efeito do álcool e a não utilização do cinto de segurança são algumas das principais causas dos acidentes rodoviários. Por outro lado, veículos pouco seguros e estradas em más condições, tam-bém, colocam riscos desnecessários.

O novo programa da UE a favor da se-gurança rodoviária aborda algumas destas questões com a introdução no espaço euro-peu e duração de dez anos de novas normas

É paradoxal que todo o sistema rodoviário dos países desenvolvidos e de economias emergentes se baseie no conceito de economia de tempo, quando o contrário tem tanto para dar

Morte e poluição nas estradasque exigem entre outras situações, que mais veículos estejam equipados com sistemas automáticos de alerta que limitam, por exemplo, a velocidade e mantêm o veículo na respectiva faixa. O financiamento da UE só será concedido a projectos de construção de estradas que estejam em conformidade com as suas regras em matéria de segurança rodoviária. A UE colaborará com as autori-dades nacionais para conceber uma estratégia comum de ensino e de formação para os utentes das estradas e serão desenvolvidos mais esforços para melhorar a segurança dos motociclistas. Nos últimos anos, registou-se uma diminuição das mortes para todos os tipos de veículos com excepção dos motociclos.

Todos os anos, cerca de 17 por cento das vítimas mortais são condutores de motociclos, apesar de estes apenas representarem cerca de 2 por cento dos utentes das estradas. Recentes sondagens realizadas na UE, os europeus pensam que se deve fazer mais esforços para reduzir os acidentes. A maioria dos in-quiridos defende que a acção dos governos deveria incidir na melhoria das estradas e num controlo mais estrito da aplicação do código da estrada.

por ano. Por cada morte, 10 crianças feridas dão entrada no hospital. Os “airbags” na sua maioria apenas conseguiram reduzir os ferimentos dos condutores que causaram os acidentes. A velocidade ao serviço da pou-pança de tempo é uma das principais causas dos acidentes graves e fatais, pouco estudada e menos contabilizada. A redução aparente do número de mortos e feridos nos últimos anos foi conseguida na realidade à custa da utilização dos espaços públicos.

As crianças foram particularmente pre-judicadas, visto que a utilização das ruas sofreu uma forte restrição com o objectivo de se arranjar espaço para os automóveis mais numerosos e velozes. A relação entre a velocidade e a gravidade dos acidentes é bem conhecida. Os riscos de ferimento e morte a uma velocidade de 50 km/hora são mais do dobro do que se verificam a uma velocidade de 30 km/hora. A relação empírica entre a velocidade e a gravidade dos ferimentos re-sultantes de um acidente rodoviário é muito nítida. Um exemplo notável de solução de compromisso tão característico das socie-dades, é de se aceitar rotineiramente, que morram crianças para conseguirmos chegar cinco minutos mais depressa ao emprego, ou irmos de automóvel a um acontecimento social e pouparmos dez minutos.

As velocidades mais altas são mais po-luentes em termos de emissões que as mais baixas, embora estes efeitos negativos da poluição do tempo sejam insignificantes, quando comparados com as consequências para a vida humana de velocidades superio-res a 20 km/hora. Conseguem-se reduções significativas no número de acidentes e no número de mortos e feridos pela redução pura e simples da velocidade. Reduzir a velocidade num contexto de abrandamento do trânsito numa cidade de um país desenvolvido ou de economia emergente (velocidade máxima de 30-40 km/hora), ou impor limites de veloci-dade de 60 km/hora dentro de determinadas zonas da cidade, e de 100 km/hora nos troços de auto-estradas, equivale a inverter a nossa concepção do tempo e de conveniência, mas revela com muita clareza que o facto de os automóveis serem obrigados a levarem mais tempo para fazerem uma viagem, se traduz em poupanças substanciais de vidas, de custos de recursos e de poluição.

É paradoxal que todo o sistema rodoviário dos países desenvolvidos e de economias emergentes se baseie no conceito de economia de tempo, quando o contrário tem tanto para dar. Os projectos alemães de abrandamento de trânsito mostram reduções de 100 por cento em casos fatais e mais de 75 por cento em feridos para uma economia de custos em larga escala. As velocidades reduzidas (por exemplo, impor deliberadamente uma pena-lização de tempo aos condutores), diminuem a quantidade de espaço necessário ao tráfego. As velocidades mais altas, é necessário manter intervalos maiores entre os automóveis e os

camiões, para terem em atenção o tempo de paragem e o tempo de reacção. Numa análise do ciclo de vida de um automóvel, o “Natural Environment Research Council” do Reino Unido, num recente estudo, deu exemplos das graves penalizações de tempo impostas pela auto-dependência. A análise do ciclo de vida é particularmente importante nos debates sobre o ambiente, devido ao acom-panhamento detalhado dos impactos sociais e ambientais em todas as fases de vida de um produto. Considerar apenas o impacto ambiental provocado por um automóvel em movimento, é concentrarmo-nos numa parcela ínfima de tempo.

Se iniciarmos a contagem quando aque-las matérias-primas que eventualmente irão integrar um automóvel, são extraídas do solo e mantivermos o relógio a funcionar até che-garmos ao momento em que os resíduos dos pneus, os sistemas de exaustão, as baterias e os próprios automóveis tiverem acabado de poluir as reservas de água e os aquíferos e tiverem libertado todos os seus poluentes na biosfera, então os danos totais serão enormes. O consumo de recursos à escala revelada pelos nossos níveis de dependência dos motociclos, automóveis e autocarros ensombra as gera-ções futuras e polui o ambiente do futuro.

Afectou a saúde daqueles, que foram crian-ças na década de 1990 e 2000 e com maior acuidade na presente década, dado estarem expostos à poluição atmosférica que, sem qualquer margem para dúvidas, lhes afecta o aparelho respiratório. Talvez sejam muito poucos os indicadores de não sustentabilidade que são mais nítidos, que os danos respiratórios causados às crianças e idosos pelos níveis de tráfego actuais. Esses níveis duplicarão na UE nos próximos 15 a 20 anos e talvez ultrapassem mesmo o dobro, em consequência da libertação da procura reprimida na Europa de Leste e nos países da Ex-União Soviética.

O compromisso que alguns Estados--membros da UE fizeram há 35 anos de des-truírem o sistema ferroviário e de efectuarem 90 por cento dos transportes por estrada, tornou inevitável a poluição presente e futura, e inviabilizou a realização de convenções internacionais no sentido de reduzir ou es-tabilizar as emissões de NOx e de CO2. A análise do ciclo de vida do automóvel revela que é responsável pela perda de 820 horas de vida humana e por danos incalculáveis no resto da biosfera.

Um automóvel é responsável por 2800 horas de vida de uma pessoa afectada por um acidente de viação, do qual tenha resultado qualquer tipo de deficiência. Ao longo da vida, uma pessoa em cada cem morrerá num acidente rodoviário e duas em cada três ficarão feridas. No domínio da produção e apesar da crise sistémica ocidental e da subsequente recessão, de 50 em 50 minutos é fabricado um automóvel que matará alguém, e de 50 em 50 segundos é fabricado um automóvel que ferirá alguém.

O

Só a Letónia, Espanha, Estónia e Portugal, em relação a 2001, conseguiram reduzir para metade o número anual de mortes na estra-da. Em contrapartida, o número de mortes aumentou na Roménia e em Malta. O Reino Unido, os Países Baixos e a Suécia registaram o menor número de mortes em 2009, e a Grécia e a Roménia o mais elevado. As vítimas são quase sempre lentas e vulneráveis, enquanto que os veículos que as matam são velozes e tecnologicamente bem equipados, para prote-ger os seus ocupantes (airbags, por exemplo).

A média de crianças mortas em cada Estado-membro da UE é de cerca de 150

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crepúsculo dos ídolosArnaldo Gonçalves

19opiniãosexta-feira 16.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Joana Freitas; José C. Mendes; Virginia Leung; Rita Marques Ramos (estagiária) Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Carlos Picassinos; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

crise económica na Europa tem conduzido a diversas modifi-cações do puzzle político no Velho Continente e à queda de vários governos da Internacio-nal Socialista, designadamente

em Portugal, na Grécia e em Espanha. Em sequência desta emergiram governos do centro-direita cuja responsabilidade tem sido restabelecer a confiança dos agentes económicos, reequilibrar as contas nacio-nais, pagar aos credores internacionais e diminuir significativamente o Estado--Providência. Um Estado que o imaginário de alguns políticos importantes da história da Europa ficcionou poder importar do Norte para os países do Sul, sem ter em conta que a estrutura produtiva é diferen-te, a produtividade no trabalho menor e a ideia da “concorrência” um vocábulo que decora o discurso político mas não é para levar a sério.

Neste verdadeiro “tsunami” político ficaram a ganhar as agências de rating que se tornaram um indesejável mas indispen-sável companheiro de viagem dos mercados bolsistas e dos investidores privados. A perder ficaram vários milhões de cidadãos enganados pela demagogia fácil de políticos que lhes prometeram o Céu na Terra, sem esforço, suor ou dor. Cidadãos que hoje se aglomeram nas bichas para os centros de emprego, com reduzidas expectativas de algum dia virem a ser contratados, outra vez. A perder ficaram algumas milhões de jovens que não encontram colocação no mercado de trabalho e hoje parecem não ter outra hipótese que não seja embarcarem, na primeira oportunidade, para fora das suas terras, como gerações anteriores o fizeram a salto para Paris ou Bruxelas.

O capitalismo vive a sua maior crise do pós-Segunda Guerra Mundial. O momento traz-nos à memória as profecias da sua im-plosão inevitável que Karl Marx adiantou há quase cento e setenta anos, durante o seu exílio voluntário em Bruxelas. Uma época em que Marx escreveu duas das suas obras mais emblemáticas: a “Ideologia Alemã” e o “Manifesto do Partido Comunista”. Escrevia então Marx no seu “Manifesto” que “as relações burguesas de produção e de troca, o regime burguês de propriedade, a sociedade burguesa moderna, que conjurou gigantescos meios de produção e de troca, assemelha-se ao feiticeiro que já não pode controlar as potências infernais que pôs em movimento com suas palavras mágicas”. E daí passava à constatação que “há dezenas de anos, a história da indústria e do comércio não é senão a história da revolta das forças

Neste verdadeiro “tsunami” político ficaram a ganhar as agências de rating que se tornaram um indesejável mas indispensável companheiro de viagem dos mercados bolsistas e dos investidores privados

Marx e o McDonald’s

produtivas modernas contra as modernas relações de produção e de propriedade que condicionam a existência da burguesia e seu domínio”. “Basta mencionar” concluía o raciocínio “as crises comerciais que, repe-tindo-se periodicamente, ameaçam cada vez mais a existência da sociedade burguesa”.

Essa é a questão que esta crise pespon-ta. Em que medida a crise que a Europa burguesa vive, neste momento, ameaça a existência da sociedade nas suas próprias fundações e mecanismos de reprodução?

Qual a capacidade de recuperação das elites que governam a política europeia? Onde está a classe revolucionária – o proletaria-do – capaz de incendiar cidades e campos e marchar gloriosa em direcção ao seu Palácio de Inverno, como a mistificação bolchevique o imaginou há quase cem anos?

Na boa verdade, a crise é relativa; o abismo ainda tarda algum tempo a ser al-cançado. O proletariado não se vê em lado nenhum, ou pelo menos anda escondido. O operariado europeu vive em bairros peque-

no-burgueses, tem um ou dois carros que paga em prestações, faz férias de Verão nas praias da moda, tem os filhos a estudar nos colégios dos ricos. O campesinato joga nos alçapões da legislação comunitária fruindo os subsídios uma vez por causa da chuva, outra vez pela seca nos campos.

Barafustando contra os políticos e a “perda dos direitos”, punindo-os nas elei-ções, mas não se coibindo dos pequenos luxos a que se foram habituando, os cida-dãos europeus reproduzem mecanismos sociais próprios de sociedades onde não existe verdadeira fome, nem verdadeira carência. O mercado, afinal, encontra-se complementado por políticas sociais de combate à exclusão, os impostos fazem a redistribuição possível, os fundos estruturais vão cumprindo o seu papel, apesar de tudo. A Europa subsiste como metanarrativa onde os europeus encontram o seu conforto, sob a asa protectora do Nanny State.

A Europa não perdeu o seu “appeal” como o comprovam os ricos e abastados do “socialismo de características chinesas” que rapidamente põem as suas fortunas a salvo nos bancos europeus ou compram as melhores propriedades à venda em Lon-dres, Paris ou Bruxelas, prevenindo-se da explosão da bolha imobiliária que alguns observadores (Gordon Chang, The Coming Collapse of China) consideram eminente. O capital é pária, como ensinou o filósofo de Trier, e o capital “vermelho” é ainda mais pária que os outros.

O repescar da imagem das greves e tumultos da década de 1930 para caracteri-zar a presente situação europeia é por isso fantasiosa como o é a imagem das marchas de “indignados” e dos “ocupas”, os filhos da burguesia ansiosos de protagonismo e saudosos de uma vida confortável e sem responsabilidades, entre dois charros e um hamburger no McDonald’s.

Entre Marx e Adam Smith é o econo-mista inglês que continua a ter razão. Como há cem anos. O capitalismo tem em si me-canismos que lhe possibilitam reerguer-se das crises mais difíceis e aparentemente insolúveis. A política social das nações civilizadas ajuda a debelar as dificuldades dos que vão passando pior mas não é com nacionalizações e mais Estado que a crise se ultrapassa, mas sim com políticas geradoras de crescimento e emprego. Chegou o tempo para uma coordenação efectiva de políticas económicas dos países europeus ainda que em prejuízo de uma noção estrita, gaullista de soberania nacional.

Hoje exige-se mais Europa e melhores lideranças europeias.

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Page 20: Hoje Macau 16 MAR 2012 #2573

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sexta-feira 16.3.2012www.hojemacau.com.mo

car toonpor Steff SUU KYI NA TV

Otelo Forças Armadas têm de actuarO antigo coronel Otelo Saraiva de Carvalho discursou sobre o estado do País, defendendo uma acção militar para derrubar o Governo, perante a perda de soberania. Numa palestra no Instituto de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC) sobre “As Forças Armadas na Defesa da República e da Democracia Portuguesa”, Otelo respondeu aos apelos sobre um novo 25 de Abril, dizendo que “sem dúvida que era necessário”. O “Capitão de Abril” traçou também o actual cenário de perda de soberania portuguesa, face à “submissão grande em relação à grande potência actual da Europa que é a Alemanha”: “Esta perda de soberania é tão marcante que, foi por isso que eu disse, estão a ser atingidos limites. Quando esses limites forem ultrapassados. E aqui, nesta ligação constitucional das Forças Armadas ao povo, com as Forças Armadas ao lado do povo, em defesa do povo português, aí de facto as Forças Armadas terão de actuar”, o que passaria por “uma operação militar que derrube o Governo”, defendeu. Esta não é a primeira vez que Otelo Saraiva de Carvalho se manifesta favorável a uma intervenção militar, semelhante a um golpe de Estado, que vise destituir o Governo. Algumas das suas declarações valeram-lhe, inclusivamente, a abertura de um inquérito por parte do Ministério Público.

Morreu o cineasta Pierre SchoendoerfferO cineasta francês Pierre Schoendoerffer morreu esta quarta-feira de manhã no hospital militar de Percy, em Clamart após uma intervenção cirúrgica. O anúncio da morte de Pierre Schoendoerffer, que tinha 83 anos de idade, foi feito ontem pela família do também escritor, em comunicado. Lançou o seu primeiro romance em 1963, “La 317ème section”, sobre a sua experiência na guerra da Indochina, que viria a adaptar ao cinema com o apoio de Bruno Cremer e Jacques Perrin. Schoendoerffer foi distinguido com o prémio de melhor argumento no Festival de Cannes de 1965, com este filme, vencendo posteriormente um óscar para melhor documentário (“La Section Anderson”).

Furto de detergentes relacionado com drogaAs autoridades norte-americanas estão a investigar furtos de detergentes líquidos para lavar roupa, detectados em vários estabelecimentos. O “alvo” é o detergente Tide, com um valor comercial a rondar os 20 dólares. A investigação da polícia decorre para apurar a relação entre estes roubos e o narcotráfico. Entre as suspeitas está a possibilidade de servir de moeda no mercado negro. Em causa pode estar também a criação de um novo produto.

Polémica em tornode “Ai se eu te pego”“Ai se eu te pego” tornou-se um verdadeiro êxito a nível mundial, pela voz do brasileiro Michel Teló. A polémica estala agora, depois de três jovens reclamarem a autoria da música. Um dos últimos gritos da música brasileira, que já teve o seu eco nos campos de futebol (com Neymar ou Cristiano Ronaldo) e até em cenários militares (com soldados israelitas), está agora envolvido em polémica. Um grupo de jovens conta que a letra da música nasceu na Disney, durante uma viagem que tinham realizado. Mais tarde, a mesma acabaria por ser registada pela cantora Sharon Acioly. As jovens entraram agora com um processo na Justiça da Paraíba, e uma decisão provisória do juiz levou ao bloqueio do valor arrecadado com a música pelos autores registados.

Imogen “gritou”de peito feito:Força Gales!!!Imogen Thomas é uma galesa que ficou conhecida por ter protagonizado um escândalo sexual com Ryan Giggs, que causou o divórcio do médio do Manchester United. Não é de estranhar que a situação tenha sido provocada pelos seus exuberantes atributos. Atributos esses que Imogen usou para dar alento aos jogadores da seleção galesa de râguebi, da qual é apoiante. Gales participava no Torneio das Seis Nações e Imogen decidiu postar no twitter uma forma de apoio à equipa bastante original... como se pode comprovar pela foto. “Força rapazes!! #Cymruambyth” escreveu Imogen. E o apoio parece ter resultado: Gales venceu o jogo contra a Itália por uns expressivos 24-3.

E-mails revelam conselhos do IrãoO presidente da Síria terá recebido conselhos do Irão sobre a forma como deverá lidar com a revolta popular que enfrenta desde Março do ano passado. A informação é avançada pelo “The Guardian”, que revela ter conseguido acesso a e-mails privados de Bashar al-Assad e da sua mulher, Asma, onde são evidentes os elevados gastos do casal. Este acesso por parte do jornal britânico terá sido possível através de um membro da oposição síria não identificado, tendo os e-mails sido interceptados por membros do Conselho Supremo da Revolução.

“A Oriente do Silêncio”, de Rui Rocha, lançado dia 21

Um livro acidental

Ciclone Os santos, por muito santos que sejam,só estão no altar porque alguém lá os pôs. POR FERNANDO

Andreia Sofia [email protected]

O público conhece-o por manter e di-namizar a Língua Portuguesa além das

sua origem, na qualidade de pre-sidente do Instituto Português do Oriente (IPOR). Mas Rui Rocha mantém no seu próprio refúgio o gosto pela escrita, que pode ser demonstrado já no próximo dia 21, na Livraria Portuguesa. “A Oriente do Silêncio” mostra a ligação de Rui Rocha à poesia oriental, essencialmente com poetas clássicos chineses e japoneses.

Ao Hoje Macau, o autor disse que a publicação deste livro representa “um descuido”, dado que não havia “o objectivo de ser publicado”. “São coisas que eu fui escrevendo e houve pessoas que consideraram que não era muito bom se eu as tivesse guardadas. Foram eles que levaram os poemas a uma editora, que disse “isto é para ser publicado já.” “Honestamente, não tinha intenção de publicar”, referiu.

Foi nessa altura que Rui Rocha soube que as pessoas iam passar a conhecer a sua vertente de poeta nas horas vagas. “Dei-xou-me bem mais preocupado, fiquei um pouco apreensivo. Há este tipo de visibilidade pessoal com a qual não estou habituado a conviver.” Admite, por isso, que possa ocorrer “alguma sur-presa.” “Todos nós somos um ser

complexo, a nossa personalidade é como um caleidoscópio. Tenho uma visibilidade pública com o meu trabalho, e o resto pertence à esfera privada.”

“A Oriente do Silêncio” con-tém poemas escritos em diversas fases da vida de Rui Rocha, com datas que percorrem a década de oitenta e também épocas mais ac-tuais. “Houve uma preocupação em reformular alguns poemas. Muitas vezes olhamos mais tarde e pensamos: “não era bem isto que eu queria escrever”. Há uns poemas mais recentes que têm alguma maturidade, mas outros não.”

VERSOS DE SILÊNCIOSCom temas como “a lua, a natu-reza, os tempos de vida, e o amor obviamente”, a primeira obra de Rui Rocha espelha a paixão que o autor tem pela poesia oriental, que lê desde a adolescência. Os versos mostram uma influência da poesia haiku, japonesa, escrita

por autores como Bashõ, Buson ou Shiki. O leitor também pode encontrar sinais da poesia da dinastia Tang, da China. “Há uma influência, mas não uso a métrica. O que tem proximidade é o próprio acto de escrita, a eco-nomia das palavras em relação ao sentido.”

Daí que os versos do pre-sidente do IPOR estejam car-regados de silêncios literários. “Contrasta com uma escrita mais narrativa e de eloquência da palavra. São poemas com uma escrita mais intimista e intuitiva, é outro tipo de eloquência, do silêncio.”

Assume que não tem rituais de escrita, e que os poemas sur-gem por actos circunstanciais. Apesar de ler poesia contem-porânea, são os clássicos que acabam por o atrair na hora de escrever. “Tenho um grande fascínio pela poesia do Nuno Júdice e gosto muito da escrita pujante do Herberto Hélder, claramente argumentativa. Mas não tenho influência porque não há proximidade. Não me revejo nesse tipo de poesia.”

Lançado em Portugal, “com algumas críticas positivas”, Rui Rocha assume que possa haver “alguma surpresa” da parte do público perante a obra. “Há sobretudo um grande interesse e surpresa pela dificuldade de alinhamento com alguma escola poética, porque não tenho raízes imediatas na poesia portuguesa contemporânea. Não sei se é melhor, mas diferente é.”