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Partido sem telhados de vidro • PÁGINA 2 As florestas de mangal são comu- nidades dominadas por várias espécies de árvores e arbustos, adaptados a viver em água salgada ou salobra. Macau tem algumas mas já teve muitas mais. Pereira Coutinho interpelou o Governo no sentido de perceber, afinal, o que é se anda a fazer para a protecção ambiental. > Centrais Uma descida às florestas de mangal hoje AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 macau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 30 DE JUNHO DE 2011 ANO X Nº 2400 Os deputados da Assembleia Legislativa não estiveram ontem interessados em ouvir as explicações dos responsáveis pelo Instituto do Desporto, acusados no relatório do Comissariado da Auditoria, de terem gasto demasiado. O hemiciclo aprovou a lei dos professores do ensino não-superior particular. Agora vai descer à especialidade, juntamente com um ramalhete de críticas. > PÁGINAS 4 A 6 Gastos elevados ficam por explicar Deputados impedem audição do Instituto do Desporto TEMPO TROVOADAS MIN 25 MAX 29 HUMIDADE 70-95% CÂMBIOS EURO 11.5 BAHT 0.3 YUAN 1.2 PUB Habitação O TAMANHO IMPORTA • PÁGINA 7 Cinema MONTY PYTHON EM 3D • PÁGINA 10 Ter para ler NASCIDOS PARA MANDAR A QUINTA GERAÇÃO PEREIRA COUTINHO PCC 90 ANOS

Hoje Macau 30 JUN 2011 #2400

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Edição do Hoje Macau de 30 de Junho de 2011 • Ano X • N.º 2400

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Partido sem telhados de vidro • PÁGINA 2

As florestas de mangal são comu-nidades dominadas por várias espécies de árvores e arbustos, adaptados a viver em água salgada ou salobra. Macau tem algumas mas já teve muitas mais. Pereira Coutinho interpelou o Governo no sentido de perceber, afinal, o que é se anda a fazer para a protecção ambiental. > Centrais

Uma descida às florestas de mangal

hoje

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10macau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 30 DE JUNHO DE 2011 • ANO X • Nº 2400

Os deputados da Assembleia Legislativa não estiveram ontem interessados em ouvir as explicações dos responsáveis pelo Instituto do Desporto, acusados no relatório do Comissariado da Auditoria, de terem gasto demasiado. O hemiciclo aprovou a lei dos professores do ensino não-superior particular. Agora vai descer à especialidade, juntamente com um ramalhetede críticas. > PÁGINAS 4 A 6

Gastos elevados ficam por explicar

Deputados impedem audição do Instituto do Desporto

TEMPO TROVOADAS MIN 25 MAX 29 HUMIDADE 70-95% • CÂMBIOS EURO 11.5 BAHT 0.3 YUAN 1.2

PUB

Habitação

O TAMANHO IMPORTA • PÁGINA 7

Cinema

MONTYPYTHONEM 3D• PÁGINA 10

Ter para ler

NASCIDOS PARA MANDAR A QUINTA GERAÇÃO

PEREIRA COUTINHO

PCC

90 AN

OS

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QUINTA-FEIRA 30.6.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

António CaeiroAgência Lusa

A sucessão de Hu Jintao na chefia do Partido Co-munista Chinês (PCC), no próximo ano, parece

decidida e o que os analistas da opaca política chinesa tentam já antecipar é a “sexta geração”, que ascenderá ao poder em 2022.

Aparentemente, “os ‘appara-tchiks” (homens do aparelho) estão em ascensão e os tecnocratas em declínio”, assinalou um conhecido ensaísta e professor universitário de Hong Kong, Willy Lam, acerca da última vaga de nomeações para os governos provinciais.

Hu Chunhua e Sun Zhengcai, dois quadros nascidos na década de 1960, destacados para a Mongólia Interior e a província de Jilin, res-pectivamente, são as figuras mais conhecidas da “sexta geração”.

Num estudo publicado há um ano e meio, Willy Lam salientava também que entre os “tecnocratas” que vão ser promovidos no pró-ximo Congresso do PCC poucos são “retornados”, nome dado aos quadros formados fora da China.

A mais curto prazo, e se correr como previsto, o vice-presidente, Xi Jinping, será eleito secretário--geral do PCC no XVIII do partido, substituindo o presidente Hu Jintao.

O Partido Comunista Chinês (PCC) celebra 90

anos na sexta-feira satisfeito com o espectacular desen-volvimento económico da China nas últimas três dé-cadas, mas inquieto quanto ao aumento dos conflitos sociais num país cada vez mais desigual.

“Há muitas tensões so-ciais e algumas bastante agudas”, diz Xie Chuntao, vice-diretor do departa-mento de História da Escola Central do PCC, a propósito dos “desafios” enfrentados pelo PCC.

Fundado no dia 01 de Julho de 1921, em Xangai, o PCC é hoje a maior orga-nização política do mundo, com 80,2 milhões de filiados, e um dos raros partidos co-

PCC /90 ANOS | ERA PÓS-HU JINTAO A PENSAR NAS MUDANÇAS EM 2022

O futuro também será vermelhoSegundo a prática das últimas

duas décadas, o congresso deverá realizar-se no Outono de 2012 e meses depois o novo líder do PCC assumirá também o cargo de Presidente da República Popular da China.

Na mesma altura (Março 2013), o primeiro-ministro, Wen Jiabao, completará igualmente o seu se-gundo e último mandato, devendo ceder o lugar ao “número dois” do governo, Li Keqiang.

Será a segunda transferência pacífica de poderes na história da Republica Popular da China, o que para os padrões locais, não é pouco.

Durante muito tempo os cargos políticos foram quase vitalícios: Mao Zedong (1893-1976) esteve no poder até morrer e Deng Xiaoping, o “arquitecto-chefe das reformas” que transformaram a China numa grande potência económica, tinha 85 anos quando abandonou a

“MILAGRE” CONTINUA MAS COM NOVOS “DESAFIOS”

A economia só não chegamunistas que se mantém no poder, há 62 anos.

Um dos “desafios” é a inflação, que em Maio atin-giu 5,5 por cento – o índice mais alto desde Julho de 2008 e 1,5 pontos acima do teto prometido pelo governo para o conjunto do ano.

A inflação afecta sobretu-do o sector alimentar, onde o preço de muitos produtos subiu mais de 12 por cento.

Em 2010, a economia chinesa tornou-se a segunda maior do mundo, ultrapas-sando o Japão, e o número de pessoas vivendo abaixo

da linha de pobreza – menos de 1.274 yuan por ano (140 euros) – baixou 25,3 por cento, para 26,8 milhões de pessoas (dois por cento da população).

A China “foi a primeira a recuperar da crise de 2008”, mas o desenvolvimento do país é “desequilibrado” e o governo “não resolveu um certo número de questões que as massas populares muito ressentem”, afirmou em Março o primeiro-minis-tro, Wen Jiabao, ao evocar os “aumentos exorbitantes de preços” da habitação, a “ile-gal expropriação de terras”

e a “vertiginosa corrupção em algumas áreas”.

“A China quer ser mais justa e não apenas mais rica”, disse um comentador da televisão sobre o discurso de Wen Jiabao.

A sociedade também mudou muito. Quase me-tade da população já vive nas cidades, contra apenas 10 por cento em 1949, e em 2020 a percentagem subirá para 57 por cento.

Como nos caminhos--de-ferro, as diferenças au-mentaram: nos comboios convencionais, os bilhetes

Pequim-Xangai variam entre 158 e 730 yuan (17 e 78 euros), e na linha de alta velocidade, que começa a funcionar na quinta-feira, chegam a 1.750 yuan (186 euros), mais do que o salário mínimo naquelas duas cidades.

Além de “fábrica do mun-do”, que produz ou monta boa parte dos artigos de consumo à venda em todos os continentes, do iPod2 às chaves de parafusos, a China é um cobiçado investidor, com reservas em divisas que ultrapassam três biliões de dólares (2,11 biliões de euros).

Noventa anos depois de ser criado, o PCC deixou de se assumir como “revolu-cionário” e os empresários, antigos “inimigos de classe”, já podem filiar-se no partido: não é muito ortodoxo, mas tem assegurado a sua sobre-vivência.

Xie Chuntao está con-fiante: “Apesar dos erros que cometeu, o PCC conta com o apoio da maioria do povo”.

Para a liderança chi-nesa, que rejeita o sistema multipartidário ocidental, o desenvolvimento e a me-lhoria do nível de vida da população são a principal fonte de legitimidade, e, neste aspecto, os progressos parecem mais do que um milagre económico. - A.C./Lusa

presidência da Comissão Militar Central, em 1989.

Hu Jintao – “o homem mais poderoso do mundo”, segundo o ranking da Forbes – vai reformar--se aos 70 anos e com ele sairá a maioria dos outros oito membros do Comité Permanente do Polit-buro, a cúpula do poder.

O antecessor de Hu, Jiang Ze-min, foi escolhido após a sangrenta repressão militar do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen em 04 de Junho de 1989, há 22 anos.

OS HOMENSDA QUINTA GERAÇÃOXi Jinping e Li Keqiang represen-tam a “quinta geração de líderes da Nova China”: nasceram na década de 1950, já com o PCC no poder, e entraram na idade adulta durante a Revolução Cultural (1966-76).

Casado com uma popular can-tora do Exército, Peng Liyuan, Xi é também um “príncipe vermelho”. O pai de Xi Jinping, o general Xi Zhongxun (1913-2002), foi gover-nador de Guangdong quando a província do sul se tornou a “vanguarda da política de Reforma Económica e Abertura ao Exterior”, no início da década de 1980.

Bo Xilai, outro “príncipe verme-lho”, também deverá ser promovi-do no XVIII Congresso.

Filho de um antigo vice-primei-ro-ministro, Bo Xilai já foi ministro do Comércio e nos últimos anos dirigiu a organização do partido em Chongqing, o mais populoso município da China, com cerca de 32 milhões de habitantes.

Casado com uma popular cantora do Exército, Peng Liyuan, Xi é também um “príncipe vermelho”. O pai de Xi Jinping, o general Xi Zhongxun (1913-2002), foi governador de Guangdong

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O Exército de Libertação Po-pular (ELP) da China apre-sentou ontem em Pequim o primeiro videojogo que

desenvolveu para formar e ocupar os tempos livres dos militares, intitulado “Missão Gloriosa”.

Segundo o diário “Novo Pequim”, que cita o responsável do projecto, Meng Qingyan, o videojogo será inicialmente distribuído apenas na zona militar de Nankin, onde foi desenvolvido, mas não está excluída a possibilidade de ser distribuído depois por todo país, podendo vir a substituir os videojogos estrangeiros que os militares costumam jogar.

O guião do jogo baseia-se na vida militar de um soldado, desde os seus treinos às escolhas que faz durante as batalhas terrestres, marítimas ou áreas, sozinho ou em grupo.

Desenvolvido desde 2008 com o apoio de especialistas do sector de toda a China, a versão definitiva do videojogo foi concluída a 20 de Junho, depois de vários testes e alterações.

Meng, também autor do romance de guerra “A batalha de uma pessoa”, salientou que a procura pelo videojogo decidirá o seu mercado, mas que se se decidir disponibilizá-lo à sociedade civil ele terá de sofrer alterações para não revelar “detalhes internos”.

“Na realidade criámo-lo para que os militares aproveitem o seu tempo

O Exército sul-coreano vai criar em 2012 uma escola

universitária para formar estu-dantes com o objectivo de fazer face aos ciberataques lançados pela Coreia do Norte.

O projecto será desenvolvido em parceria com a Korea Univer-sity, que acolherá 30 alunos por ano para uma formação de alto nível com uma duração de qua-tro anos, disse ontem à agência France Press um porta-voz do Exército da Coreia do Sul.

Durante o curso, os alunos aprenderão a combater todos os tipos de vírus, a prepararem-se psicologicamente contra os ata-ques informáticos e a consegui-rem dominá-los tecnicamente.

PYONGYANG ameaçou ontem lançar uma “guerra santa” contra a Coreia

do Sul por difamação contra o regime comunista, no dia em que os líderes dos dois países deviam encontrar-se no Monte Kumgang, na Coreia do Norte.

A agência estatal norte-coreana KCNA, citada pela sul-coreana Yonhap, indicou que o norte retaliará “o grupo de traidores através de uma guerra santa de represália”, referindo-se ao Governo do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak.

O regime de Kim Jong-il voltou a acusar o Exército sul-coreano de levar a cabo acções propagandísticas como a difamação dos seus líderes pelo uso de fotografias destes em treinos militares, algo que definiu como “pouco menos do que una clara declaração de guerra”.

De acordo com a KCNA, Pyongyang

exigiu um pedido de desculpas a Seul e assegurou que os que ferirem a dig-nidade da Coreia do Norte não terão impunidade.

As figuras do líder norte-coreano, Kim Jong-il, e do seu pai Kim Il-sung, o fundador da Coreia do Norte, são con-sideradas quase sagradas e submetidas a um culto de personalidade similar ao do estalinismo.

As ameaças de Pyongyang coin-cidem com a reunião agendada para ontem, entre um grupo de funcioná-rios e empresários sul-coreanos com as autoridades do norte no complexo turístico do monte Kumgang, para discutir o futuro do projecto conjunto, paralisado desde 2008, quando um guarda norte-coreano abateu a tiro uma turista sul-coreana.

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, foi

recebido ontem em Pequim pelo seu homólogo chinês, Hu Jintao, com um dia de atraso em relação ao calen-dário previsto, apesar das críticas dos Estados Unidos e das organizações de Direi-tos Humanos.

Durante o encontro no Palácio do Povo, em Pequim, Hu Jintao, disse esperar que a estada de Al Bashir, com dois mandados de captura emitidos pelo Tribunal Pe-nal Internacional (TPI), na capital chinesa reforce “as relações tradicionais de ami-zade” entre os dois países.

O dirigente sudanês dirigiu-se a Hu Jintao como “irmão e amigo” e agrade-ceu o “acolhimento calo-roso” desde a sua chegada a Pequim na terça-feira, depois do avião em que seguia ter feito uma breve alteração de rota.

A China e o Sudão de-verão assinar hoje novos acordos de cooperação, depois de, na terça-feira, terem firmado o desenvol-vimento da cooperação no domínio petrolífero, apesar do conteúdo do acordo não ter sido divulgado.

SEUL VAI CRIAR ESCOLA PARA ENFRENTAR CIBERATAQUES

Tropa de eliteNORTE AMEAÇA SUL POR CAUSA DE DIFAMAÇÃO

Guerra Santa

AL-BASHIR RECEBIDO POR HU JINTAO

O roque e o amigoExército chinês apresenta primeiro videojogo

Uma pedagogia militarlivre e para aumentarem o seu conheci-mento militar. Agora todos os soldados são jovens e interessam-se muito por videojogos, mas desenvolvidos por estrangeiros”, disse o responsável ao salientar a importância de haver um videojogo militar “made in” China.

Em Maio, o jornal oficial Diário do Povo avançava que neste jogo 32 militares poderiam ser controlados simultaneamente por diferentes

utilizadores e que o Exército norte--americano teria sido o eleito como o adversário, algo que gerou críticas dos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos jogos de simu-lação de combate também apresentam a China e outros países comunistas como inimigos, apesar de não haver nenhum software desenvolvido ape-nas para o Exército ou pensado para a formação de militares.

Pequim mantém rela-ções privilegiados com o Sudão, primeiro destino do investimento chinês em África e o terceiro parceiro comercial da China neste continente.

A China já tinha dito que não era membro do TPI e que não iria extraditar Al Bashir, que é procurado pelos crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade.

Os Estados Unidos re-provaram a recepção da China ao presidente su-danês logo no início da semana.

A organização Human Rights Watch considerou a visita uma “afronta às vítimas dos crimes no Dar-fur”, enquanto a Amnistia Internacional afirmou que a China estava a tornar-se “um local seguro para os autores de genocídios”.

“Queremos formar guer-reiros que combaterão numa guerra informática devido às ameaças crescentes por parte da Coreia do Norte e temos especialistas suficientes nesse domínio”, refere um comuni-cado do Exército de Seul.

O Exército irá assumir os custos dessa formação e os alunos tornar-se-ão oficiais

com a obrigatoriedade de vestirem o uniforme militar durante sete anos.

A Coreia do Norte tem alegadamente uma equipa de informáticos altamente especializada responsável por conduzir ataques contra os computadores do Sul.

Em Maio, Seul acusou o Exército norte-coreano de ter lançado um ataque que para-lisou as operações de um dos maiores bancos da Coreia do Sul e outros contra agências governamentais e instituições financeiras, alegadamente perpetrados em Março deste ano e Julho de 2009, mas Pyongyang nega as acusações.

CHINA FELICITOU LAGARDE POR NOMEAÇÃO PARA O FMIA China felicitou ontem a francesa Christine Lagarde por ter sido nomeada directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e considerou que a designação foi aberta, transparente e baseada no mérito. Num comunicado, o banco central chinês espera que “Lagarde continuará a fazer avançar a reforma do Fundo para que este tenha um papel útil para a estabilização das finanças mundiais e trabalhará para que os países emergentes e em desenvolvimento estejam a partir de agora representados na governação” da instituição. “A China saúda a nomeação de Lagarde para diretora-geral do FMI”. A escolha da francesa “respeitou os principios de abertura, de transparência, e teve como base o mérito”, sublinha o texto.

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4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Instituto do Desporto | Proposta de audição sobre gastos excessivos chumbada na AL

Não há mais nada para ninguém Queriam ouvir da boca do Instituto do Desporto o porquê de tanto esbanjamento no erário público. Mas os deputados democratas viram a proposta de audição submetida em Maio ao Executivo levar chumbo de mais de uma dezena de deputados.

Joana [email protected]

AU Kam San, Ng Kuok Cheong e Paul Chan Wai Chi queriam ouvir pes-soalmente as explicações

do Instituto do Desporto (ID) acerca dos gastos excessivos na viagem a Portugal em 2009, reveladas pelo Comissariado de Auditoria (CA) no início do ano. Mas a proposta foi chumbada por 17 dos 24 deputados presentes ontem na Assembleia Legislativa (AL) e foi votada em abstenção por quatro outros.

Apesar das várias interpelações sobre os excessos das entidades pú-blicas em missão ao exterior, pagas por inteiro pelo erário público, os deputados da Novo Macau Demo-crático mostram-se insatisfeitos e dizem ser “necessário ouvir mais explicações detalhadas e recolher mais informações”.

A ideia agradou também a José Pereira Coutinho. O deputado e presidente da Associação dos Traba-lhadores da Função Pública (ATFPM) foi o único, além de dois dos autores da proposta presentes no plenário, que votou a favor da audição.

Pereira Coutinho disse apoiar o pedido dos deputados democratas, uma vez que faltou ao ID “cumprir o estipulado por lei”, não só por não ter cumprido a obrigatoriedade presente no Estatuto dos Trabalha-dores da Administração Pública de Macau (ETAPM) de entregar o relatório detalhado dos gastos, antes ou depois da viagem, mas também por não “ter assumido

qualquer responsabilidade” pe-rante o público.

O relatório é “o documento principal para o pagamento das despesas”, muitas vezes pagas de forma antecipada, e “como funcio-nários públicos”, os responsáveis pelas despesas deveriam ter assu-mido responsabilidades, “algo que até agora não foi ainda apurado”, frisou Coutinho.

Para os membros da Associa-ção Novo Macau Democrático, as respostas das entidades públicas não passam de “aceitamos humil-demente as críticas apontadas” e “concordamos com as sugestões de aperfeiçoamento”, ficando sempre por apurar as responsabilidades perante “a gravidade dos casos”.

Au Kam San, que falava ontem em nome de Ng Kuok Cheong e Paul Chan Wai Chi, acusou as audi-torias de desaparecerem depois dos escândalos iniciais e de deixarem o “mecanismo de responsabilização política apenas em papel”.

Os deputados fizeram uso da Lei Básica para “solicitar às pessoas em causa a prestação de esclareci-mentos através da convocação de uma audição”.

Como razões principais, os membros da AL evocaram “gastos abusivos do erário público”, “co-nivência entre serviços públicos para se esquivarem ao regime geral, que regulamenta ajuda de custas diárias, e a falta de entrega do relatório.

QUASE TODOS CONTRAContra a proposta de audição do ID em plenário da AL, Chan Chak Mo defendeu que “foram já dadas explicações suficientes” pela en-tidade em causa, pelo que “uma audição seria apenas desperdício de recursos e tempo e que não con-tribuiria efectivamente para nada”.

Vítor Kwan fala ainda deste acontecimento como “algo ines-perado” e que aconteceu para que “os membros da comitiva não ficassem todos no mesmo quarto”. O deputado deu como exemplo viagens pessoais: “se vocês não conseguirem um quarto standard no estrangeiro, pagam mais para não dormirem na rua. Pode parecer injusto aos olhos da população, mas foi necessário”, defendeu Vítor Kwan.

Recorde-se que, entre outras,

a despesa que mais levantou po-lémica foi o pagamento de 13 mil patacas por noite por um quarto numa suite imperial. Na altura, o ID justificou a atitude por não haver mais quartos disponíveis no hotel, mesmo tendo a entidade reservado previamente os quartos para os membros da comitiva.

Vong Hon Fai juntou-se a Vítor Kwan, mas acrescentou ainda que o artigo presente no ETAPM relativo à entrega do relatório pode dar azo a “diversas interpretações”. O legislado obriga à apresentação de “um relatório circunstanciado e por escrito” sobre as despesas, o que, para os deputados, pode ser entendido como uma adaptação às necessidades do momento.

Para Mak Soi Kun “as inter-pelações escritas ou orais” são recursos suficientes para que “os deputados possam fiscalizar as acções governativas em nome da população”. O deputado consi-derou razoáveis as respostas do Governo às questões directas dos membros da AL, sete em oito foram atempadamente respondidas, e descartou a necessidade de se tocar novamente no assunto em forma

de audição. Mak Soi Kun sugeriu ainda que a Direcção dos Serviços de Turismo fornecesse à população preços de restaurantes e hotéis de diversas regiões internacionais, de forma a “prestar informações mais precisas” sobre eventuais gastos.

Ung Choi Kun e Chan Meng Kan defenderam ainda que o Governo “está mais firme” desde a divulgação do relatório do CA, mas foi Tsui Wai Kuan quem foi mais longe.

“Naquela altura, [o ID] não violou qualquer lei, só entrou em zonas cinzentas das normas”, frisou o deputado. Tsui Wai Kuan salientou que as explicações já tinham sido feitas pela entidade e que “já satisfizeram as dúvidas da população”.

Apesar de concordar com o facto do regime estar desactuali-zado face à crescente inflação e ao desenvolvimento social, diferentes das de há 16 anos, o deputado considera que o recente despacho do Executivo sobre as normas de regulação para gastos em missão ao exterior “é uma forma correcta e activa de resolver os problemas”.

A semana passada , Chui Sai On aprovou em Boletim Oficial novas regulamentações para este fim, reforçando a obrigatoriedade de apresentação de relatório mas não actualizou as ajudas de custo.

Tsui Wai Kuan caracterizou este pedido de audição como “um jogo”, onde “quem ganha são os proponentes”. O deputado manifestou-se contra a aprovação da proposta “de forma a evitar que determinadas pessoas atinjam objectivos pessoais”.

O facto do orçamento da RAEM estar constantemente a subir, de-fenderam os deputados da Novo Macau Democrático, “faz com que os diversos organismos públicos estejam a nadar em dinheiro” que, “como não pertence a ninguém, mais vale gastar”.

Apesar da maioria chumbar a proposta de audição em plenário, todos os deputados falam a uma só voz no que diz respeito à necessi-dade de revisão do regulamento, na actualização das ajudas de custo diárias e na divulgação pública mais alargada dos resultados e objectivos das visitas oficiais. Há quem defenda, no entanto, que estes são pontos que necessitam de tempo para serem alterados.

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5www.hojemacau.com.mo

COSTA ANTUNES | COORDENADOR DO GABINETE DE GESTÃO DE CRISESJoão Manuel Costa Antunes, director dos Serviços de Turismos, viu ontem renovada, em regime de acumulação, a sua função de coordenador do Gabinete de Gestão de Crises do Turismo. O reconhecidamente bom trabalho que o gabinete tem prestado desde a sua criação estará na origem desta renovação. O Gabinete de Gestão de Crises do Turismo, criado por ocasião do tsunami em Phukhet, em Dezembro de 2004, é composto por vários membros de diversos sectores da sociedade de Macau.

Lei do quadro geral de professores do particular aprovado com muitas críticas

Proposta nasceu tarde e veio torta

Joana [email protected]

É a terceira versão que chega à Assembleia Legislativa (AL) e peca por falta de especificidade nos artigos.

As compensações sobre as horas extraordinárias dos docentes, as fórmulas de cálculo e as garantias para o regime de aposentação e a protecção nas relações laborais entre docente e escola, por exemplo, ficaram de fora da proposta de lei apresentada na semana passada, algo que não satisfaz os deputados.

“A profissão de professor é demasiado específica para não ter especificidades”, criticou Kwan Tsui Hang. A deputada defende que “não deve existir uma mera relação de trabalho” entre o docente e a instituição educativa e que “deviam ser proibidos os despedimentos sem justa causa, bem como os contratos anuais”.

A juntar-se a Kwan Tsui Hang surge Au Kam San, para quem “se apenas se aplicar a lei laboral, as garantias [para os professores] são muito fracas”. O deputado democrata diz-se “desiludido” com a proposta e salienta ainda “há condições para melhorar o regime de contratação”.

A falta de detalhes sobre as com-ponentes lectivas dos professores e a regulamentação de ordenados fixos são outras das críticas apontadas pelos membros da AL. “Aspectos cinzentos”, como caracteriza Lee Chong Cheng, que podem criar problemas, já que a autonomia das escolas particulares pode levar, por exemplo, a reduções nas remune-rações mensais sem que isso tenha de passar pelas mãos do Governo.

“Os salários dos professores não devem ser inferiores aos dos fun-cionários públicos”, argumentou Ho Sio Kam dando como exemplo a regulação do continente. “E deve ainda pensar-se em aproximar os ordenados das escolas particulares às dos oficiais”, frisou.

Lam Heong Sang evocou um outro método, o de Taiwan: “[lá]

Demorou 20 anos a chegar e, mesmo assim, chega carregada de defeitos. A proposta de lei do Quadro Geral do Pessoal Docente das Escolas Particulares de Ensino Não Superior foi ontem aprovada na generalidade na Assembleia Legislativa, mas há ainda muitas dúvidas por esclarecer e que foram relegadas para o seio da comissão na especialidade.

a remuneração e a qualificação são rigorosas e é ainda proibido o despedimento” sem justa causa, avançou o deputado.

Para Mak Soi Kun, o aumento dos ordenados dos professores é um factor a valorizar, uma vez que são estes profissionais “que ajudam no desenvolvimento dos jovens”.

E QUEM GARANTE?Cheong U, secretário para os As-suntos Sociais e Cultura, defende que “houve muitas dificuldades no consenso”, que exigiram que “fossem retiradas algumas partes”. Essas dizem sobretudo respeito às relações laborais, mas há outras garantias que estão pendentes.

“Estas são eliminações que existem esclarecimentos”, defendeu Ho Ion Sang, acrescentando que “há muitas discrepâncias face às versões anteriores”.

A “garantia de aposentação” é um dos objectivos presente na proposta de lei. Mas as cinco linhas descritivas deste benefício nada acrescentam de pormenorizado, dizendo apenas que “as escolas devem criar um regime de previ-dência para o seu pessoal docente, cujas contribuições são feitas em conjunto pelos profissionais e pela instituição”.

Dados como a percentagem de contribuição e formas de cálculo para o efeito ficam de fora desta nova versão, entregue para apro-vação na AL.

“Eu conheço docentes que con-tribuíram durante dez anos para este fundo sem qualquer resultado e sem sequer saberem do paradeiro do dinheiro”, exemplificou Pereira Coutinho. “Se queremos alunos capazes, temos de ver forma como tratamos os docentes, mesmo com esta proposta não há futuro brilhan-te para os professores”, salientou o presidente da ATFPM.

Cheong U frisou que a falta de determinadas especificidades relacionadas com as relações patrão--empregado se deve ao facto de estas “serem matérias reguladas pela Lei do Trabalho, aprovada na AL pelos

deputados”. O secretário justificou a ausência dos pormenores “por não querer faltar ao respeito dos depu-tados, que foram quem aprovou a lei laboral, diploma que o Governo considera que deve ser seguido” para colmatar o que os membros da AL apontaram como lacunas no projecto legislativo.

Exigências preto no brancoMas não foi só de obrigações

do Executivo que se teceu críticas ao diploma. Melinda Chan quis saber “como vai ser exigido aos professores participarem em acções de desenvolvimento profissional”, uma vez que a proposta de lei estipula um subsídio do Governo para o efeito.

Também Au Kam San pergun-tou a Cheong U “se o conteúdo das acções de formação faz surgir efeitos” e Lee Chong Cheng salien-tou que “as 30 horas de formação [exigida pela Administração] não são suficientes”.

Os deputados querem ainda perceber o que acontece a quem não cumpra requisitos suficientes para exercer a função de docente ou a quem apresente mesmo nota “suficiente menos” ou “insuficien-te” na avaliação para progressão de nível de carreira.

A falta de medidas de fiscaliza-ção do uso de dinheiro por parte das escolas e o facto de cada instituição poder decidir quais as bases gerais

para ingresso na carreira de docente fizeram também com que as vozes se elevassem no plenário.

COM MEDO DE INTERVIRAs únicas vozes que não se le-vantam são as dos professores. Segundo os deputados, “o nível de participação dos docentes é muito reduzido”, já que os profissionais temem represálias por parte da instituição educativa.

“Concordo com que sejam regu-lamentadas políticas de educação”, defendeu Au Kam San, “de forma a que se possa elevar a qualidade”.

Pereira Coutinho deu mesmo o exemplo de dois professores, que “falaram ao microfone” sobre abusos a que estavam a ser sujei-tos e que foram despedidos. Foi preciso a intervenção do Chefe do Executivo para que pudessem “ser recolocados”.

Em representação dos docentes surge, assim, o “Conselho Profis-sional do Pessoal Docente”, uma equipa de treze profissionais da área da educação cujas responsa-bilidades passam, por exemplo, pela definição de normas para os professores, avaliar mudanças ou pedidos de antecipação de níveis e tratar de impugnações apresenta-das quer pelos docentes, quer pelos alunos ou pela escola.

O facto de serem apenas quatro os professores que constituem o

Conselho faz com que “não sejam suficientes os docentes, para que se possam realmente fazer ouvir”, defende Au Kam San. Ho Ion Sang pede mesmo que sejam implemen-tados “mecanismos de reclamação”.

POR FIM, A LEIDesde 1991 que este é um assunto discutido pela Administração. Ho Sio Kam até disse ser “justificável” a demora na elaboração desta propos-ta de lei “na altura da administração portuguesa”, mas confessa não entender porquê a demora “agora que a RAEM é governada pelas gentes de Macau”.

Em 2006 foi iniciado o estudo da proposta, desde 2007 e até 2009 o processo passou por diversas fases de auscultação e discutido no seio da comissão educativa. Foram feitas diversas alterações ao texto, após 51 sessões de opiniões, entre mais de 40 escolas e mais de duas mil pessoas.

“Foi muito tempo, o que se per-deu está perdido. Mais de dez anos se passaram, a equipa da DSEJ já nem é a mesma e muitos professores já desistiram ou se aposentaram”, relembrou Paul Chan Wai Chi.

Apesar da extensa lista de críti-cas, a opinião foi unânime quanto ao dia de ontem ter sido “um dia importante e que já se esperava há muito tempo”. Os deputados mostraram agrado pelo facto da apresentação ter sido antecipada (estava prevista para Agosto).

Quanto a Cheong U admitiu possíveis “aperfeiçoamentos no articulado na especialidade” e fez questão de salientar “os esforços dos membros da comissão, que traba-lharam até sábados e domingos”.

O secretário defendeu que o tempo que se levou na elaboração da proposta “teve razão de ser” e que, por isso, “se demonstrou avanço no trabalho legislativo”. De denotar ainda que “ educação em Macau não é perfeita, mas já melhorou muito”, defendeu o responsável. Da parte dos deputados foi pedida “mais abertura” na consideração das suas opiniões.

INCENTIVO A FINALISTASA ideia foi sugerida por Lee Chong Cheng e imediatamente aceite por Cheong U e Leong Lai, directora da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude. Para que haja mais pessoas a enveredar pelo caminho do ensino, o Governo vai atribuir um incentivo a finalistas do secundário com “bom aproveitamento” e que estejam interessados em ser professores. “Bons alunos dão bons professores”, brincou Cheong U.

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POLÍTICA

“OS jovens de Macau são conservadores e não perce-bem a importância do desenvolvimento regional

nem estão mentalmente preparados para competir com os jovens de fora”. Quem o disse foi Ung Choi Kun, na sua interpelação ontem na Assembleia Legislativa (AL).

O tema dos jovens e da formação ocupou alguns dos minutos dos membros da AL, que salientaram a importância de formar jovens do território, em diversos ângulos e áreas. Esta foi uma ideia já avançada por Hu Jintao, presidente chinês, e Wen Jiabao, primeiro-ministro.

Os deputados pediram ao Governo “medidas estratégi-cas” na formação das “diferentes fases de crescimento dos jovens” , mas defendem que é preciso conhecer a forma real do seu pensamento e perceber a forma como raciocinam, bem como compreender anseios e desejos dos jovens de Macau.

Nas LAG para 2011 está presente o fomento do “cultivo de pertença e a consciência de amor à pátria”, relembrou Ho Sio Kam e, para isso, é necessário, por exemplo, intercâmbios com a China e dar a conhecer aprofundadamente o nível das acções governativas, defendem os membros da AL.

A deputada considera que “a liberalização do jogo con-tribui em muito para os problemas de delinquência juvenil”. Este ano, por exemplo, denotou-se um aumento de 85,7%

nos crimes que envolvem jovens. “Na pujança económica existe uma consciência pouco sã” e, por isso, é necessária a implementação de educação moral. Ho Sio Kam alerta, no entanto, que esta “não significa uma doutrina dogmática, mas sim um diálogo sincero com as crianças” e a troca de castigos e punições por incentivos e exemplos.

A disciplina de educação moral foi um assunto falado nas LAG dos últimos anos, mas é desconhecido qual o seu estado actual.

Mak Soi Kun evocou ainda o crescente consumo de ketamina e ice pelos jovens para pedir explicações sobre como “é possível que seja permitido fumar nas instituições de ensino do território”. - J.F.

NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DOS MAIS NOVOS

São jovens e não sabem o que fazem

antes da ordem do dia

AU Kam San acusa o Governo de direccionar o sistema político para

um determinado grupo de pessoas, “parasitas que influenciam a acção governativa para que os favoreça e beneficie”. O democrata não se con-teve e avançou com uma lista extensa de acusações ao Executivo: “conluio, cedência de interesses, corrupção”.

O deputado fala de um espectacular crescimento económico nos onze anos da RAEM, e refere um aumento do PIB até cerca de 40 mil dólares americanos em 2009. O deputado salienta, no entanto, que não se vê esse dinheiro e faz as contas : “Se o PIB atingir os 38,968 dólares ame-ricanos entre uma população de pouco mais de 500 mil pessoas, a riqueza criada por cada uma delas devia ultrapassar as 300 mil patacas, o que se traduz em mais de 1,2 milhões de patacas para uma família de quatro bocas. Mas a maioria dos residentes não recebe nem um déci-mo desse valor”, conclui Au Kam San.

Para o membro da Novo Macau Democrático, a economia dispara e os

O deputado Chan Meng Kam criticou ontem o Executivo de Macau por não reassumir a posse de um terreno

por incumprimento do contrato de concessão e permitir a alienação de acções da empresa titular com elevados lucros.

No período antes da ordem do dia, Chan Meng Kam, que acaba por pedir uma revisão da Lei de Terras, recordou que o grupo de Hong Kong Lai Sun obteve a concessão de 140.789 metros quadrados de terreno em Macau por 23,32 milhões de patacas. Dez anos depois, apesar do grupo empresarial não ter cumprido o contrato de concessão com a construção da Macau Studio City, um projecto ligado à produção de filmes, vendeu 60 por cento das acções da empresa titular do espaço por 2.880 milhões de patacas, gerando lucros “abismais” que deixam dúvidas na população.

Chan Meng Kam, também ele proprietário de empre-sas relacionadas com o sector do jogo, diz que a popu-lação não entende a razão do Governo concessionar um terreno a preços reduzidos por se tratar de um projecto inovador que contribuiria para o desenvolvimento das indústrias culturais, para depois permitir que a empresa não só não cumpra o contrato de concessão que expirou em Abril de 2007, como transfira acções com elevado lucro e sem investimento.

É que, lembra o deputado, os terrenos concedidos ao grupo Lai Sun não foram alvo de qualquer inves-timento e o dinheiro pago pela parcela de terreno seja muito inferior ao lucro agora alcançado com a venda de apenas 60 por cento das acções da empresa que ficará encarregue do seu desenvolvimento.

Além disso, continua, ao mesmo tempo que a Melco--Crown, que tem como investidor Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, anuncia a compra dos 60 por cento das acções e declara que o projecto vai incluir espaço de jogo, o Secretário dos Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, nega essa possibilidade, embora, de facto, a existência de um espaço de jogo no projecto já fosse conhecida.

Chan Meng Kam questiona a razão pela qual a posse dos terrenos não é retomada pelo Governo quando o concessionário não cumpre o acordo e pretende saber de-talhadamente qual é o plano aprovado pelo Executivo para aquela parcela. “Os terrenos são recursos indispensáveis à sobrevivência dos residentes”, disse, alertando que a “de-satualização” da Lei de Terras permite que “uma minoria de empresários” conquiste a concessão de terrenos, nada faça além de esperar pela sua valorização e depois os venda a uma terceira empresa com elevados lucros.

“Face aos casos de conluio nas concessões de terre-nos, um Governo responsável deve ter a coragem de encarar os residentes e de apresentar uma Lei de Terras perfeita, caso contrário os maus hábitos vão continuar e o agravamento das situações só irá prejudicar a dig-nidade do Governo”, concluiu. - Lusa

DURAS CRÍTICAS E ACUSAÇÕES AO GOVERNO

Sociedade coxa e com parasitas

CHAN MENG KAM CRITICA GESTÃO DOS TERRENOS PÚBLICOS

Negócios destes só no cinema

proveitos da sociedade aumentam, mas o nível de qualidade de vida da maioria dos residentes regista descidas. Isso, defende o democrata, acontece devido ao facto do sistema político não acompanhar o crescimento económico.

“Há pessoas tão gordas que nem conseguem apertar as calças”. Pode parecer uma crítica a eventual obe-sidade no território, mas é ironia do democrata que utiliza a expressão para criticar “conluios entre Governo e empresários, que faz com que essas pessoas engordem com a venda de terrenos a preços de saldo, importem e empreguem de forma abusiva traba-lhadores estrangeiros e que impedem a construção de habitações públicas”.

A auscultação da opinião pública foi outro dos temas remexidos pelo deputa-do que a considera inexistente, uma vez que a pessoa responsável por essa tarefa, Florinda Chan, “não dispõe de qualquer plano para recolha de opiniões”.

MELINDA E PEREIRACOUTINHO PARTICIPAM“Agarrar as oportunidades do desen-volvimento económico é a missão que Macau actualmente enfrenta”, defende Au Kam San, que acrescenta que a “economia tem de crescer, mas sem a reforma do sistema político a sociedade será como uma pessoa coxa”.

Melinda Chan e José Pereira Cou-

tinho optaram também por interpelar o Governo nesta área. A deputada considera que a falta de uma pessoa responsável pela fiscalização e super-visão das despesas faz com que haja um esbanjamento do erário público em construções de grande envergadura.

José Pereira Coutinho fala precisa-mente numa dessas obras, o novo sis-tema de metro ligeiro, para questionar o cargo de Lau Si Io, secretário para as Obras públicas e Transportes.

O deputado compara Lau Si Io a Ao Man Long, seu antecessor envolvido num grande escândalo de corrupção, na medida em que defende que este deixa passar “incólume as ilegalidades do processo do metro e do Gabinete para as Infra-estruturas dos Transportes (GIT)”. Coutinho diz considerar inadmissível que o “secretário venha dizer que uma derrapagem de quase 7 biliões de patacas é normal e facilmente explicável”.

Melinda Chan fez questão de salientar que, apesar do orçamento ser aprovado em AL, “o Governo pode proceder pos-teriormente a alterações que não têm de passar” pela fiscalização dos deputados. A deputada pede, por isso, a elaboração de uma revisão da lei de enquadramento orçamental, de forma a que seja impossi-bilitada este poder. Melinda Chan quer ainda que as obras de grande enverga-dura passem primeiro pela avaliação dos deputados. - J.F.

Ung Choi Kun

Au Kam San

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Apenas um terço da habitação aprovada no primeiro trimestre tem só até dois quartos

Empreiteiros preferem casas grandesVirginia [email protected]

A relativa falta de habitação privada de pequena di-mensão em Ma-

cau, comparativamente aos apartamentos com três ou mais quartos, teima em não ser revertida. No primeiro trimestre do ano, conforme observou o deputado da Assembleia Legislativa (AL) Ho Ion Sang, entre os 204 projectos de habitação apro-vados de Janeiro a Março, apenas um terço apresenta menos de três quartos, uma situação que não correspon-de às actuais necessidades da população.

Para incentivar os pro-motores a optarem pela construção de apartamentos mais pequenos, Ho Ion Sang sugeriu ao Governo que tivesse em conta as reais necessidades dos residentes e implementasse mais medi-das de controlo do mercado imobiliário privado, para permitir que este tenha um desenvolvimento saudável. Citado pelo jornal “Ou

OS números do surto de escarla-tina continuam a subir. Até ao

domingo, altura do último balanço, já tinham sido contabilizados 57 casos daquela doença infecciosa que afecta sobretudo crianças. De acordo com a informação divul-gada pelos Serviços de Saúde de Macau (SSM), 98% dos infectados são crianças menores de 10 anos, sendo que nenhum dos casos até agora pode ser considerado grave.

Conforme observou Chan Soi Fan, do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, num semi-nário sobre a escarlatina realizado anteontem pelos SSM, os 57 casos confirmados este ano superam em três vezes os números registados em todo o ano passado, bem como em todos os outros anos da última década. A quase totalidade (98%) dos infectados este ano tem menos de 10 anos, sendo que dois terços são rapazes. Ao contrário do que se tem passado em Hong Kong, onde já foram registadas mortes recen-

CONTABILIZADOS JÁ 57 CASOS, MAS NENHUM É CONSIDERADO GRAVE

Escarlatina soma e seguepara evitar o alastrar da bactéria (Streptococcus pyogenes) causa-dora da doença.

O período de incubação da escarlatina é normalmente de um a três dias e a infecção ocorre sobretudo através do contacto com a boca, secreções nasofaríngeas ou gotículas respiratórias. Uma vez infectados, os pacientes passam a ter um alto potencial de contágio. Medidas preventivas que podem ser adoptadas pelos cidadãos incluem cuidados acrescidos com a higiene – lavar sempre as mãos, sobretudo antes de tocar os olhos, boca e nariz; não partilhar toalhas com outras pessoas; ter cuidado com secreções ou excre-ções; fazer mais exercício e manter hábitos alimentares saudáveis; evitar frequentar zonas muito movimentadas; evitar contacto com pacientes infectados com escarlatina; ir ao médico em caso de febre e permanecer em casa em caso de infecção. - V.L.

temente devido à escarlatina, em Macau nenhum dos casos inspira preocupações especiais.

Chan Soi Fan explicou que a escarlatina é uma infecção respi-ratória aguda, que se torna mais contagiosa entre o grupo das crian-ças com idades entre os dois e os oito anos. A responsável sublinha que não existe actualmente vacina preventiva para a escarlatina e que, por isso, os pais e escolar devem manter uma atenção redobrada com a higiene das crianças.

Com as férias à porta, muitas crianças estão prestes a embar-car nas habituais actividades de Verão, em piscinas ou recintos desportivos, o que pode aumen-tar a transmissão da escarlatina, conforme observou Lam Chung,

coordenador do Sector de Pre-venção de Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença da área de Prevenção e Controlo da Doença dos SSM. Um acompanhamento

exaustivo será prestado, de acordo com o responsável, sobre a situa-ção da doença. Nesse sentido, os SSM já divulgaram as directrizes de prevenção nos locais referidos

Mun”, o deputado fez notar que se olharmos para o nível de rendimentos dos residen-tes locais e para os preços praticados no mercado de habitação, facilmente se per-cebe que a maior parte das

famílias não tem capacidade para comprar uma moradia de grande dimensão. Mesmo assim, e de acordo com infor-mação disponibilizada pelo próprio Governo, a maior parte da habitação privada

que tem sido aprovada é de grande dimensão, o que está acima das necessidades de consumo do mercado. Em tais circunstâncias, existem muitas unidades obsoletas que os residentes não têm

capacidade de comprar e que acabam por ser utilizadas com propósitos especula-tivos, com um contínuo impacte negativo sobre o mercado. Por outro lado, a escassez de apartamentos pequenos, tendo em conta a sua procura elevada, faz com que também os preços destes imóveis subam em flecha.

Ho Ion Sang defende, por isso, que o Governo ao aprovar a construção de projectos de habitação privada tenha em conta as verdadeiras necessidades da população e incentive os promotores a construirem mais unidades pequenas. Os residentes poderiam assim comprar de acordo com as suas capacidades e teriam a oportunidade de escolher a casa mais adequada, o que ajudaria também o mercado imobiliário a ter um cresci-mento mais saudável.

O Governo tem se afir-mado empenhado em re-solver os problemas da habitação e melhorar o ambiente dos moradores em Macau, reconhece Ho Ion Sang. Embora a introdução

do novo “Imposto de Selo Especial” tenha tido algum efeito no controlo das tran-sacções do mercado, já os altos preços não têm sido muito afectados. Segundo o deputado, isto fica-se a dever em parte às altas quotas de importação de mão-de-obra que têm permitido a grandes empresas trazer para Macau uma grande quantidade de pessoas que precisam ar-rendar um lugar para viver, o que activa o mercado de arrendamento, elevando o preço das rendas. Tanto compradores como vende-dores estão agora a assumir uma atitude de “esperar para ver” e, com a ajuda da opção arrendamento, o preço das habitações privadas têm-se mantido elevados. O parla-mentar, eleito directamente pela tradicionalista União Promotora para o Progresso (UPP), apelou ao Governo para que avaliasse os resul-tados da implementação das últimas medidas de combate à especulação no mercado imobiliário e estudasse mais formas de controlar os pre-ços do mercado.

SOCIEDADE

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8www.hojemacau.com.mo vida

Clickecológico

SEM CASA POR CAUSA DA ÁGUA• Duas raparigas, desalojadas por causa das inundações no Paquistão, regressavam anteontem ao campo de abrigo temporário em Sukkur, na província de Sindh, depois de terem ido buscar água. Este ano, cerca de cinco milhões de pessoas no país estão em risco devido às inundações, especialmente devido à fraca qualidade das suas casas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Foto: Akhtar Soomro/Reuters

Pereira Coutinho quer protecção ambiental activa

Nem de mangal lá vamos

CIENTISTAS DESCOBREM FÁRMACO EFICAZ EM VÁRIOS TIPOS DE CANCROUm fármaco usado no tratamento do cancro da mama está a ser apontado como uma nova esperança no combate a outros tipos de cancro, de acordo com um estudo publicado esta segunda-feira pelo jornal britânico Daily Mail, avança o portal Terra. Os cientistas envolvidos na investigação afirmaram que ainda estão na fase inicial das investigações, mas concordam que a descoberta representa um grande avanço. Os investigadores constataram que o grupo de fármacos para o tratamento do cancro da mama pode impedir a multiplicação de células cancerígenas localizadas em diversas partes do corpo.

Planetaem números

é o numero de percentagem da população Urbana na China com acesso ao melhora-mento sanitário no ano de 2006 registado pela divisão de estatística das Nações Unidas 74 Gonçalo Lobo Pinheiro

[email protected]

AS florestas de mangal são comunidades dominadas por várias espécies de árvores e arbustos, adaptados a viver

em água salgada ou salobra. Macau tem algumas mas já teve muitas mais. O desenvolvimento trouxe a destruição de diversos destes habitats que servem de casa a muitos animais.

Ainda durante a Administração Por-tuguesa existiam mangais importantes e raros na zona do Cotai que, por desleixo e despreocupação, sucumbiram ao avanço do betão. O deputado da Assembleia Legislativa (AL) José Pereira Coutinho interpelou o Governo no sentido de per-ceber, afinal, o que é se anda a fazer para a protecção ambiental.

Numa altura em que o Executivo liderado por Fernando Chui Sai On se mostra, finalmente, preocupado com questões de índole ambiental, um terre-no conquistado ilegalmente ao lago em frente às residências da Avenida da Praia, na Taipa, depois de entregue ao serviço público com promessa de arborização, poderá estar pronto para a construção de um parque de estacionamento para a nova concessionária de transportes colectivos, acusa Pereira Coutinho. “O

Governo da RAEM permite que sejam construídos arranha-céus em todo o lado, que mais parecem biombos, o que não só afecta o ambiente natural como ainda priva os jovens e os idosos de espaços de lazer.”

O deputado quer agora saber qual o plano do Governo para este espaço de 9 mil metros quadrados, que considera ser um “meio ecológico onde muitas aves migratórias raras no mundo”.

OS MANGAIS QUE AÍ VÊMDesenvolvimento de jardins e espaços verdes urbanos bem como a reabilitação das zonas costeiras com mangais. Essa é a direcção a tomar pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) em termos de política ambiental para os próximos tempos, como já tinha sido adiantado pelo nosso jornal. “A política não vem de agora mas terá maior ênfase nos dias que correm. Desde 2007 que começámos o processo de transplantação de mangais maduros de estufas e no final do ano passado atingimos um óptimo re-sultado”, explicou, na altura, o presidente do conselho de administração do IACM, Tam Vai Man.

As zonas de mangue podem trazer maior equilíbrio para as zonas costeiras da RAEM, diminuindo o risco de inundação. Está provado que os mangais reduzem

A Tepco, empresa responsável pela central de Fukushima, recusou

abandonar o nuclear, conforme pedia uma moção apresentada por um grupo de accionistas na sua assembleia geral anual, em Tóquio. Lá fora, centenas de pessoas protestaram contra a “empresa mais poluidora de sempre”.

Esta reunião anual da Tepco, a primeira desde a crise nuclear na central de Fukushima 1, terá sido a mais conturbada de sempre. Muitos entre os quase nove mil accionistas que compareceram à assembleia - mais do dobro do ano passado -, o Prince Park Tower Hotel em Tóquio, diziam--se revoltados perante a prestação da empresa na crise nuclear e o estado das suas contas. Desde o acidente, em Março, as acções da Tepco caíram 85 por cento.

Segundo conta a agência AFP, na sala ecoaram gritos e pedidos de re-núncia do presidente e de paralisação dos reactores. “Somos os accionistas,

PEDIRAM À TEPCO PARA ABANDONAR O NUCLEAR

Nuclear é que énós confiámos-vos o nosso dinheiro. Fukushima, o Japão e o mundo não poderão voltar a ser como antes do acidente. Não confio em vocês”, disse uma accionista, a chorar.

Um grupo de 402 pessoas foi mais longe e apresentou uma moção que pedia à empresa para desmantelar imediatamente todos os seus reactores e deixar de construir novos. Alegaram que a energia nuclear não tem futu-ro. “O Japão regista muitos sismos e depois deste acidente não penso que exista energia nuclear segura”, co-mentou Takako Kameoka, accionista que veio de Saitama, perto de Tóquio, citado pela BBC. É certo que todos os anos a proposta se repete, mas a de 2011 teve mais adeptos.

Ainda assim foi rejeitada. Aqueles que a recusaram falaram dos constantes “apagões” controlados um pouco por todo o país para lembrar que o Japão precisa do nuclear para satisfazer as suas necessidades. “A questão é: o Japão pode, ou não, viver sem energia nucle-ar?”, questionou Mitsushige Akino, da Empresa de gestão de Investimentos Ichiyoshi, à estação britânica. Actual-mente 30 por cento da electricidade do Japão vem de 54 reactores nucleares; de momento, 35 estão parados.

“Hoje perdemos para os grandes investidores. Mas a nossa mensagem fez-se ouvir”, desabafou Masafumi Asada, um habitante da província de Fukushima, com 70 anos, que introdu-ziu a proposta contra o nuclear.

O presidente da Tepco, Masataka Shimizu, pediu desculpas pela fuga de radioactividade. “Estamos a trabalhar para sair desta crise o mais depressa possível”, citou a estação de televisão NHK. Estas palavras foram recebidas com fracos aplausos e gritos de des-contentamento.

A Tepco revelou ter sido encontra-do estrôncio 89 e 90, elementos que supõem graves riscos para a saúde, no fundo do mar próximo da central nu-clear danificada pelo tsunami de 11 de Março. Ainda serão necessários mais estudos para saber quais os impactes do estrôncio radioactivo na fauna e flora marinha.

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Pereira Coutinho quer protecção ambiental activa

Nem de mangal lá vamos

CIENTISTAS DESCOBREM FÁRMACO EFICAZ EM VÁRIOS TIPOS DE CANCROUm fármaco usado no tratamento do cancro da mama está a ser apontado como uma nova esperança no combate a outros tipos de cancro, de acordo com um estudo publicado esta segunda-feira pelo jornal britânico Daily Mail, avança o portal Terra. Os cientistas envolvidos na investigação afirmaram que ainda estão na fase inicial das investigações, mas concordam que a descoberta representa um grande avanço. Os investigadores constataram que o grupo de fármacos para o tratamento do cancro da mama pode impedir a multiplicação de células cancerígenas localizadas em diversas partes do corpo.

SUGERIDOS INCENTIVOS FISCAIS PARA AUTOMÓVEIS ELÉCTRICOS

Sinal verde para carro verde

Governo da RAEM permite que sejam construídos arranha-céus em todo o lado, que mais parecem biombos, o que não só afecta o ambiente natural como ainda priva os jovens e os idosos de espaços de lazer.”

O deputado quer agora saber qual o plano do Governo para este espaço de 9 mil metros quadrados, que considera ser um “meio ecológico onde muitas aves migratórias raras no mundo”.

OS MANGAIS QUE AÍ VÊMDesenvolvimento de jardins e espaços verdes urbanos bem como a reabilitação das zonas costeiras com mangais. Essa é a direcção a tomar pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) em termos de política ambiental para os próximos tempos, como já tinha sido adiantado pelo nosso jornal. “A política não vem de agora mas terá maior ênfase nos dias que correm. Desde 2007 que começámos o processo de transplantação de mangais maduros de estufas e no final do ano passado atingimos um óptimo re-sultado”, explicou, na altura, o presidente do conselho de administração do IACM, Tam Vai Man.

As zonas de mangue podem trazer maior equilíbrio para as zonas costeiras da RAEM, diminuindo o risco de inundação. Está provado que os mangais reduzem

um pouco a destruição causada por um tsunami.

Para Macau é muito importante a valorização deste tipo de plantas até porque também é um ecossistema que se gera ajudando, por exemplo, à nidificação de aves. “A zona de mangais é o habitat diversos seres vivos e por isso a nossa política é plantar o mangue junto à ponte de Sai Van, no lado da Taipa”, explicou o presidente do IACM.

Estes habitats, influenciados pelas marés, são característicos de zonas baixas de rios, estuários, baías e orlas costeiras tropicais e subtropicais. Estima-se que cubram até 75% das costas dos países, onde desempenham um importante papel ecológico.

Muitos peixes tropicais, incluindo tubarões, passam os primeiros meses ou anos de vida aqui, protegidos entre as raízes dos mangais. Por exemplo, em Queensland na Austrália, perto de 80% das espécies de peixes e crustáceos comerciais, passam parte das suas vidas em mangais. Por isso, em vários países, são habitats protegidos por lei, de modo a que o seu equilíbrio, e de todas as espécies que deles dependem, não seja perturbado. O processo de transplantação de cerca de 60 mangais no território obteve um certificado por parte do Governo Central. E agora?

Virginia [email protected]

A preservação do meio ambiente pode em breve

deixar de ser a única boa ra-zão para que o consumidor opte por comprar um veículo eléctrico. Em estudo está uma proposta para introduzir me-didas para tornar mais acessí-veis os custos de aquisição de um carro amigo do ambiente, nomeadamente através de cortes no imposto automóvel.

A ideia foi apresentada por representantes da Associação de Veículos Motorizados de Protecção Ambiental Verde de Macau (AVMPAVM), que es-tiveram anteontem reunidos com os responsáveis da Direc-ção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) para trocar ideias sobre a introdução de políticas e regulamentos para a comercialização de automó-veis “verdes”. De acordo com o jornal “Ou Mun”, o sector está empenhado em incenti-

O primeiro quarto anti-ressonar do mundo vai ser testado entre hoje

e 6 de Julho no hotel Crown Plaza de Vilamoura, recorrendo a tecnologia para reduzir o ruído que impede os parceiros de dormir, anunciaram os promotores da iniciativa.

O de Vilamoura será um dos nove hotéis Crown Plaza na Europa e Médio Oriente que irá testar o novo quarto, onde estarão instalados “painéis de insonori-zação nas paredes para absorver as altas frequências, desviar as ondas sonoras e minimizar o impacto do ressonar”, expli-

VILAMOURA | HOTEL TESTA PRIMEIRO QUARTO ANTI-RESSONAR DO MUNDO

Sinfonia interrompida

var o Governo a acelerar a promoção do uso de veículos eléctricos amigos do ambien-te, mas a DSPA está ainda a levar a cabo os estudos con-siderados necessários para poder avançar. A primeira fase de investigação começou ainda no ano passado, com a avaliação da fiabilidade dos diferentes tipos de veículos alegadamente protectores do ambiente, do grau de “amizade” ambiental, e dos riscos técnicos e económicos

envolvidos. De acordo com o “Ou Mun”, essa fase já está concluída. A segunda fase de pesquisa está prevista para avançar ainda este ano e a DSPA, para já, compromete-se a reforçar a comunicação com a indústria.

Os gases de escape dos ve-ículos motorizados são uma das principais fontes de po-luição de Macau, sublinhou Cheong Sio Kei, director da DSPA, que esteve reunido com Ip Kuong Lam, chefe do

Departamento de Controlo da Poluição Ambiental, Ieong Kin Si, chefe do Departa-mento de Sensibilização, Educação e Cooperação Am-biental, e nove membros da AVMPAVM. Numa tentativa de minimizar esse problema, o Governo impôs multas à importação de veículos com alto potencial poluidor, para assegurar que os veículos que circulam no território estão de acordo com as políticas de controlo das emissões de gases de escape.

Em relação aos benefícios fiscais para a aquisição de veículos “verdes”, a DSPA já terá sugerido à Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) ajustes no “Regulamento do Imposto sobre Veículos Motorizados” de forma a que os carros que estiverem dentro dos padrões definidos possam receber deduções de 50% na carga fiscal, com um tecto máximo fixado em 60 mil patacas.

caram os responsáveis pela comunicação da unidade hoteleira.

Além dos painéis, os quartos estão equipados com espuma absorvente nas paredes, “que permite reduzir o ruído”, e uma tábua de cabeceira “que absorve o som” e “foi especialmente criada para funcionar em conjunto com os painéis de insonorização para abafar o eco no quarto”.

Os hóspedes do novo quarto dis-porão também de “uma almofada anti--ressonar” e de “uma máquina de ruído branco que ajuda a abafar o som do ressonar e dormir e relaxar”, acrescentou.

“Já todos passámos por esta situação. Estar deitados sem conseguir dormir às três da manhã com uma almofada em cima da cabeça a tentar abafar o ressonar da pessoa ao nosso lado. Não há nada pior que ficar acordado durante a noite e por isso criámos este quarto especial para ajudar os hóspedes a ter uma boa noite de sono”, afirmou Rosanna Bada-lamenti, responsável do Marketing do Grupo IHG, que detém a marca Crown Plaza, para a Itália e Península Ibérica.

Os promotores da iniciativa citam

também Chris Idzikowski, especialista de sono do Reino Unido.

“O ressonar é feito por vibrações do palato mole e tecido da boca, nariz e garganta. Há várias coisas que pode fazer para ajudar a controlar o problema e estou bastante satisfeito pelo Crowne Plaza estar a testar um quarto com ab-sorção do ressonar para tentar reduzir o impacto do ruído nasal noturno”.

Segundo um estudo da Nielsen citado pelos promotores da iniciativa, “42 por cento dos casais em Portugal perde entre 1 a 15 minutos de sono, por noite, devido ao ressonar dos parceiros”, enquanto “12,2 por cento fica acordado entre 30 minutos a uma hora”.

“Estes resultados demonstram que se perdem, em média, 2:30 horas de sono por semana”, sublinha o estudo.

Refere ainda que “48 por cento dos inquiridos revela que o parceiro ressona a maior parte das noites e 15,3 por cento diz que ressona todas as noites”, sendo que “a solução encontrada por 48,9 por cento é acordá-lo”, enquanto “47 por cen-to diz não ter reação quando o ressonar do outro o acorda”.

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10www.hojemacau.com.mo CULTURA

Filipa [email protected]

PASSOU pelo grande ecrã recentemente ao lado de Kevin Spacey no filme “Margin Call” (2011), de

G.C Chander, mas é nas séries que Jeremy Irons tem dado mais cartas nos últimos tempos. Foi o papa Alexandre VI na série “Os Bórgias”

Tiago Pereirain Jornal i

VOLTA e meia, coisas que nunca poderiam repetir-

-se voltam a acontecer - por exemplo? Novas canções dos Beatles, com a voz dos quatro fantásticos, depois da morte de John Lennon; e logo duas vezes, com “Free as a Bird” e “Real Love”, nos tempos de “Anthology”. Esta que aqui apresentamos merece as melhores das ex-clamações em modo “nunca pensei”. Os Monty Python (a troupe referência da história do humor, que transformou, entre finais de 60 e inícios de 80, o nonsense, a existência britânica e o psicadelismo

Novo filme de Bille August rodado em Portugal

Irons volta a contracenar com LisboaActor britânico grava adaptação para cine-ma de “Comboio Nocturno para Lisboa”, de Pascal Mercier, 18 anos depois de “A Casa dos Espíritos”

mas na lembrança guardamos pa-péis como Humbert Humbert no polémico “Lolita” (1997), de Adrian Lyne, ou o inesquecível “Kafka” na película homónima de Steven So-derbergh. Também Esteban Trueba em “A Casa dos Espíritos” (1993), ao lado de Glenn Close, Meryl Streep, Winona Ryder e António Banderas. Se não for pelo papel, talvez os portugueses se recordem pelo facto

de parte da adaptação ao cinema do romance de Isabel Allende ter sido filmada em Portugal.

Dezoito anos depois Irons vai voltar à capital portuguesa e com certeza às páginas dos jornais lusos. Em Fevereiro de 2012 começa em Lisboa a rodagem de “Comboio Nocturno para Lisboa”, de novo com Bille August a assinar a re-alização. A fita terá co-produção portuguesa à responsabilidade do produtor Paulo Trancoso, que disse à agência Lusa que “99% das filmagens serão em Portugal”.

“É uma co-produção entre a Suíça, a Alemanha e Portugal, através da Cinemate”, prosseguiu Trancoso que, em conjunto com

Ana Costa, está encarregado do filme no país.

“Comboio Nocturno para Lis-boa” contará a história de um pro-fessor suíço de grego e latim que, depois de conhecer uma mulher portuguesa, ruma a Lisboa para seguir o percurso de Amadeu de Prado, um médico e poeta que lutou contra a ditadura do Estado Novo de Oliveira Salazar. Ainda não se sabe quem será a tal mulher portuguesa, até porque o ‘casting’ final ainda está a decorrer, mas sabe-se que ao lado do actor britânico estarão Vanessa Redgrave e Jack Huston, na fita que será falada em inglês. Nicolau Breyner é o único nome português já confirmado no elenco.

CINEMA | E AGORA ALGO COMPLETAMENTE DIFERENTE

Monty Python em 3Dnas coisas mais divertidas da história) vão voltar ao cinema e todos juntos.

Num filme de animação, é certo, e com o 3D como bengala tecnológica a querer promover a coisa junto de gerações mais novas. Mas, convenhamos, a notícia basta-nos e, por isso, repe-timo-la: os Monty Python vão voltar ao cinema, todos juntos. Bom, admitamos os factos: até ontem, o Python Eric Idle ainda não tinha con-firmado a sua participação,

dizia o “New York Times” que a produção estava a “trabalhar no assunto”. Mas isto só pode acabar bem.

Tempo para explicações ou “como assim, um novo filme?”. Graham Chap-man, o Monty Python que morreu em 1989, publicou a sua história em livro (que interessa agora se verdadeira ou não?) em 1980. “A Liar’’s Autobiography (Volume VI)”, o título em questão, está a ser transformado num filme de animação

com estreia agendada para a Primavera do próximo ano, assinado por 15 produtoras que trabalham em capítulos que variam entre os 3 e os 12 minutos de duração - até porque, dados os protago-nistas em questão, nada disto poderia ser direito e organizado.

Oitenta e cinco minutos de caos narrativo, que recorda episó-dios da vida (em qua-se tudo ficcionada) de Chapman: experiências académicas, alcoolismo e homossexualidade. A base da longa-metragem é uma leitura do livro pelo autor, gravado numa única noite, em tempos impróprios ainda para a vida dos audio--livros. A descoberta foi feita pelo produtor Jeff Simpson, que procurava filmagens de arquivo a fim de serem uti-lizadas num documentário sobre Graham Chapman. O companheiro do comedian-te, escritor e actor revelou a Simpson que existia apenas a leitura do livro gravada.

Ben Timlett e Bill Jones (filho de Terry Jones), dupla que também faz parte da equipa de produção que já

assinou o brilhante docu-mentário “Monty Python: Almost the Truth ? The Lawyer’’s Cut”, decidiram--se pela recriação do livro com as vozes da restante troupe.

Esta será a quarta lon-ga metragem dos Monty Python, depois de “O Cálice Sagrado” (1975), “A Vida de

Brian” (1979) e “O Sentido da Vida” (1983), às quais se jun-tam a compilação de sketches “And Now For Something Completely Different” (1971) e a actuação “Live at the Hollywood Bowl”. O grupo começou por escrever e in-terpretar a série de sketches “Monty Python’’s Flying Circus”, em 1969, que lhes valeu a aclamação do público e da crítica.

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QUINTA-FEIRA 30.6.2011

11www.hojemacau.com.mo

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“LOOKING Back” (“Olhan-do para trás”, em portu-

guês), de Paula Rego, foi vendido por 769 mil libras, cerca de 10 milhões de patacas. O recorde anterior pertencia a “Baying”, vendido em 2008 por 558 mil libras (sete milhões de patacas).

Segundo a Christie’s, leilo-eira que levou a peça à praça em Londres, o alto valor do quadro deve-se ao significado e importância da tela na vida e carreira da pintora portuguesa, que terminou a obra em 1987, ano em que foi mostrada pela primeira vez em Londres, na galeria Edward Totah. John McEwen, autor de dois livros sobre o trabalho da artista por-tuguesa, chegou a escrever que “na carreira de todos os artistas famosos há uma exposição que marca a viragem e, para Paula

LADY BURLONAUmas horas depois do terramoto e do tsunami no Japão, a artista pôs à venda no seu site uma pulseira “We Pray For Japan”, cujas vendas reverteriam para o país asiático. Mas segundo os advogados da 1800LAWFIRM, de Detroit, nos EUA, as receitas das vendas das pulseiras que custavam 5 dólares (40 patacas) não reverteram todas para as vítimas japonesas como Gaga tinha prometido. Lady Gaga é acusada de ter inflacionado o preço das pulseiras, cobrando falsas taxas. Aos 5 dólares, o comprador tinha que juntar ainda 3,99 dólares pela entrega, e 0,60 dólares de taxas. “Enquanto louvamos os esforços filantrópicos de Lady Gaga, queremos garantir que as promessas de que todas as receitas seriam doadas às vítimas do terramoto do Japão são de facto verdade”, disse à Reuters Alyson Oliver, um dos advogados da empresa. “A nossa intenção com este processo é revelar as incoerências cometidas por Lady Gaga”, acrescentou, explicando que a cantora não só inflaccionou os custos, como embolsou o dinheiro extra e recusou-se a revelar quanto dos 5 dólares reverteriam mesmo para a causa. Os representantes da cantora já negaram as acusações. “Esta acção é um equívoco sem validade alguma e infelizmente desvia as atenções daquilo que é realmente importante que é apoiar o povo japonês”, de acordo com a agência Reuters. Lady Gaga encontra-se precisamente no Japão a promover a dita campanha de solidariedade. Com a venda das pulseiras, a cantora conseguiu em pouco tempo angariar 3 milhões de dólares (24 milhões de patacas).

QUADRO DE PAULA REGO BATE NOVO RECORDE EM LONDRES

Pintura a peso de ouroRego, foi esta”, referindo-se à mostra na galeria Edward Totah. Segundo o autor, foi nesta expo-sição que Paula Rego “mostrou o controlo total e metafórico do gosto em contar histórias de forma subversiva, que antes tinha sido feito através do uso de animais como personagens”.

O quadro é visto como um estudo ambíguo das relações entre mulheres, mostrando duas figuras femininas reclinadas su-gestivamente sobre uma mesa, enquanto uma criança está ajo-elhada no chão, junto a um cão.

O leilão, que ainda está a decorrer, apresenta também uma série de desenhos de Lu-cian Freud, datados dos anos de 1940, e que geram expectativas de venda, no conjunto, de um valor entre os 9 milhões e os 15 milhões de patacas.

MICK JAGGER E DAVE STEWART FUNDAM NOVO GRUPO SUPERHEAVYMick Jagger, dos Rolling Stones, e Dave Stewart, dos Eurythmics, fundaram um novo grupo. Dos SuperHeavy fazem também parte a cantora soul Joss Stone, o cantor reggae Damian Marley e o compositor indiano A.R.Rahman, responsável por bandas sonoras como a do filme “Quem quer ser Bilionário?”. O álbum só sai em Setembro, mas na próxima semana será divulgado o primeiro single “Miracle Worker”. De acordo com a editora Universal o grupo escreveu 26 canções em seis dias com o contributo artístico de cada um dos músicos. Mick Jagger disse à revista Rolling Stone que o disco será “um bocado estranho, diferente de qualquer álbum que estejam à espera”, porque reúne sonoridades do soul à música indiana.

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QUINTA-FEIRA 30.6.2011

12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

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Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 14 de Junho de 2011, se encontra aberto o Concurso Público para «Empreitada de Fornecimento, Instalação, Substituição e Testes de Duas Unidades Resfriadoras de Líquidos “Chiller” ao Centro Hospitalar Conde de São Januário», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos encontram à disposição dos interessados desde o dia 29 de Junho de 2011, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato sita na Cave 1 do Centro Hospitalar Conde de S. Januário, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento do custo das respectivas fotocópias ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

Os concorrentes deverão comparecer na Cave 1 da Divisão de Aprovisionamento e Economato situada no Centro Hospitalar Conde de S. Januário no dia 4 de Julho de 2011 às 11:00 horas para visita às instalações a que se destina o objecto deste concurso.

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega das propostas termina às 17,45 horas do dia 25 de Julho de 2011.

O acto público deste concurso terá lugar no dia 26 de Julho de 2011, pelas 10,00 horas, na sala do «Museu» situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto do C.H.C.S.J.

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $ 135 000,00 (cento e trinta e cinco mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 21 de Junho de 2011

O Director dos Serviços, Subst.º,Chan Wai Sin

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 14 de Junho de 2011, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento de Equipamentos Laboratoriais Cedidos Como Contrapartida do Fornecimento de Reagentes ao Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos encontram à disposição dos interessados desde o dia 29 de Junho de 2011, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato sita na Cave 1 do Centro Hospitalar Conde de S. Januário, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento do custo das respectivas fotocópias ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral

destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega das propostas termina às 17,45 horas do dia 27 de Julho de 2011.

O acto público deste concurso terá lugar no dia 28 de Julho de 2011, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto do CHCSJ.

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $ 70 000,00 (setenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da garantia bancária/seguro-caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 21 de Junho de 2011

O Director dos Serviços, Subst.º,Chan Wai Sin

AVISOCONCURSO PÚBLICO N.º 23/P/2011

AVISOCONCURSO PÚBLICO N.º 24/P/2011

JAIME PACHECO CASTIGADOE DE CONTRATO RENOVADOO Beijing Guo’An, um dos mais prestigiados clubes da super liga chinesa, quer renovar o contrato com o actual treinador, Jaime Pacheco, por mais dois anos, disse ontem à Agência Lusa o técnico português. “Eles querem que eu renove, já na próxima semana. Em princípio, a resposta será sim, mas ainda vou pensar”, disse Jaime Pacheco. A proposta não é nova, mas foi reafirmada pela direcção do Beijing Guo’An após o incidente de domingo, num jogo em casa, com o Tianjin, que levou a Associação Chinesa de Futebol a punir Jaime Pacheco. Expulso do banco depois de ter discutido com o árbitro e um técnico do Tianjin, o treinador português foi punido com oito jogos de suspensão e uma multa de 40.000 yuan (cerca de 4.500 euros) por gestos obscenos, anunciou hoje a Associação Chinesa de Futebol. A direcção do Beijing Guo’An “paga tudo” e “reforçou até a sua confiança”, referiu o técnico português. Jaime Pacheco começou a treinar o Beijing Guo’An há cerca de seis meses. Na última temporada, a equipa ficou em quinto lugar e perdeu quatro dos seus melhores jogadores. Sob a direcção de Jaime Pacheco, o Beijing Guo’An está agora no segundo lugar, a cinco pontos do primeiro, e ao fim de 12 jornadas é a equipa mais goleadora da super liga chinesa, com 23 golos. “Só houve um jogo em que não marcámos”, realçou o treinador.

Patrícia [email protected]

DECORREU ontem a cerimónia Pai San do campeonato de Karting Asiático do ano 2011, com o objectivo de desejar “sorte” aos participantes que irão

competir já no dia 1 de Julho. Durante o ritual, o presidente de Macau Motorship Club, Cheong Coc Veng, desejou sorte a todos os participantes e que Macau tenha um campeonato seguro. “Esta cerimónia tem como o objectivo desejar sorte e segurança a todos os participantes, uma

vez que esse tipo de evento é muito importante para Macau”, disse, referindo ainda que o evento terá a participação de concorrentes de todas as idades, com uma maioria de 80% compreendidos entre os 9 e os 18 anos. “Esse tipo de karting é uma maneira de mostrar que todos podem par-ticipar independentemente da idade, porque o campeonato será feito de acordo com as classes de idade”, explicou.

Tam disse ainda que o karting tem tido muito sucesso em Macau e que espera a ter sempre uma resposta positiva da comunidade. “A realização do evento nos últimos oito anos tem tido sempre uma

resposta positiva e esperamos que mais uma vez ter sucesso”, disse. Macau será o palco da primeira ronda de Karting 2011 e também da ronda final em Dezembro de 2011, por “ser um lugar atractivo” para a realização desse tipo de evento.

O campeonato terá a participação de 68 concorrentes vindos de toda a Ásia, como In-donésia, Malásia, Singapura, Tailândia, Hong Kong, Macau, China, Índia, Filipinas, Japão, e a participação de dois italianos e um dinamarquês.

Na cerimónia estiveram presentes o Presidente de Macau Motorship club, o vice-presidente, os trabalhadores do clube e o organizador do evento.

AO longo de uma hora e meia de apresentação, o novo treina-

dor do Chelsea mostrou ambição, prometeu estar desde o início na luta pelos títulos e garantiu espec-táculo e golos aos adeptos do clube londrino. “Tive um ano muito bom no FC Porto, com muitos títulos, e, graças à qualidade dos jogadores, praticámos um futebol de grande qualidade. Gosto que as minhas equipas joguem bem. Não se trata de vencer apenas, mas de ganhar com qualidade, espectáculo e go-los. Quero que seja assim também no Chelsea. O futebol deve ser um entretenimento para os adeptos e, quer eu, quer a minha equipa téc-nica, tem sempre isso em conta”, afirmou durante a apresentação ofi-cial como novo treinador do clube.

Questionado sobre se espera conquistar algum título já no pri-meiro ano na liderança do Chelsea, Villas Boas atirou: “São três anos de contrato, as expectativas são máximas e quero vencer muitos

ANDRÉ VILLAS BOAS APRESENTADO OFICIALMENTE NO CHELSEA

Vitórias com espectáculo

troféus. Ter sucesso é um desafio que se coloca todos os dias, não só no futebol. Queremos vencer o mais cedo possível e construir uma equipa sólida para futuro. Liga dos Campeões? Todos conhecem as ex-pectativas do Chelsea que, tal como os grandes clubes em Inglaterra, luta sempre por todos os títulos.”

“Duelo com Alex Ferguson? Não é uma questão entre treinadores mas sim uma questão de fazer uma equipa de sucesso, tal como tem sido nos últimos anos. O Chelsea deve lutar sempre pelo título e queremos estar sempre na luta, desde o início do campeonato. Isso faz parte da empatia que quero criar com os joga-dores. (...) O compromisso é vencer rápido, todas as semanas, e esse é o desfio. Não há como fugir a isso. Quero ser um vencedor, ter sucesso, e é um desafio que imponho a mim e à minha equipa.”

SATISFEITO COM O PLANTELBombardeado com questões sobre entradas e saídas de jogadores, Villas Boas recusou comentar os nomes que têm sido apontados

como alvos do Chelsea e afirmou que conta com todos os elementos do actual plantel para iniciar os trabalhos de pré-época. “De mo-mento, estou muito contente com o actual plantel. É preciso ponderar tudo com cuidado e tomar decisões sensatas. Temos muito tempo para analisar o mercado e aproveitar da melhor forma para o clube. O mais importante é que os jogadores se sintam importantes.”

“Idade? Tudo aconteceu muito cedo para mim. É algo que aceito com normalidade. Penso que os jogadores são profissionais para responder ao que é exigido pelo treinador. Quan-do comecei na Académica, havia jogadores mais velhos que eu e isso nunca foi um problema. Penso que virá a ser”, atirou.

Pai San de abertura do Campeonato de Karting

Que a sorte não seja madrasta

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[Tele]visãowww.macaucabletv.com

[ ] CinemaCineteatro | PUB

[f]utilidadesQUINTA-FEIRA 30.6.2011www.hojemacau.com.mo

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22:00 Sportscenter Asia 22:30 Total Rugby 2011 23:00 Stihl Timbersports Series 23:30 Baseball Tonight International 2011 STAR SPORTS 3111:00 The Championships, Wimbledon 2011 Gentlemen’s Singles Quarterfinals 16:00 GT Asia Rounds 1 & 2 17:00 FA Classics 02/03 FA Cup Quarterfinal Chelsea vs. Arsenal18:00 FIA Wtcc 2011 - Highlights 18:30 The Championships, Wimbledon 2011 Daily Highlights19:30 (LIVE) The Championships, Wimbledon 2011 Ladies’ Singles Semifinals

STAR MOVIES 4012:00 Flatliners13:55 The Fourth Kind,15:35 Barbershop 2: Back In Business17:25 The Sorcerer’S Apprentice19:20 The Jerk Theory21:00 Prince Of Persia: The Sands Of Time23:00 The Proposal,

HBO 4113:00 Top Secret!14:40 The Karate Kid 17:15 Battle Planet 19:00 Clash Of The Titans21:00 Hulk 23:20 Whiteout

CINEMAX 4212:00 American Ninja 3 Blood Hunt14:00 Delta Force 2: The Colombian Connection16:00 Anzio 18:15 First Men In The Moon20:15 Intrusion Cambodia22:00 Babylon 5: A Call To Arm23:45 Force 10 From Navarone

MGM 4313:00 Stanley & Iris14:45 Mannequin16:15 Vietnam Texas17:45 I’m Gonna Git You Sucka19:00 Red Dawn21:00 Mystery Date22:45 Dust Factory

DISCOVERY CHANNEL 5013:00 Mythbusters - Hidden Nasties14:00 Bad Universe - Asteroid Apocalypse15:00 Medical Anomalies16:00 Raging Planet 2 - Tornado17:00 Dirty Jobs - Wind Farm Technician18:00 Factory Made18:30 How Do They Do It?

(MCTV 43) MGM22:45 DUST FACTORY

Informação Macau Cable TV

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO19:00 Música Movimento (Repetição)19:30 Ganância20:25 Acontecimentos Históricos20:30 Telejornal21:00 Jornal da Tarde da RTPi22:10 Viver a Vida22:58 Acontecimentos Históricos23:00 TDM News23:35 Ásia Global00:05 Green Matters (Ecomundo)00:30 Telejornal (Repetição)01:10 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Biosfera15:15 Café Central15:30 Geração 25 de Abril16:00 Bom Dia Portugal17:00 Quem Quer Ser Milionário – Alta Pressão18:00 Resistirei18:45 Portugueses Sem Fronteiras19:15 O Dia do Regicídio20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Encontros Imediatos22:30 Recantos23:00 Verão Total – Rio de Onor

TVB PEARL 8306:00 Bloomberg West07:00 First Up07:30 NBC Nightly News08:00 Putonghua E-News08:30 ETV10:30 Inside the Stock Exchange11:00 Market Update11:30 Inside the Stock Exchange11:32 Market Update12:00 Inside the Stock Exchange12:02 Market Update12:30 Inside the Stock Exchange12:35 Market Update13:00 CCTV News - LIVE14:00 Market Update14:40 Inside the Stock Exchange14:43 Market Update15:58 Inside the Stock Exchange16:00 ZingZillas16:30 Mr Moon17:00 The Penguins of Madagascar17:30 Guess What? Timothy & Annabel18:00 Putonghua News18:10 Putonghua Financial Bulletin18:15 Putonghua Weather Report18:20 Financial Report18:30 FIFA Football World19:00 The History of Hong Kong II19:30 News At Seven-Thirty19:50 Weather Report19:55 Earth Live20:00 What’s Really in Our...?20:25 Portraits Self-portraits20:30 Medium21:30 Dolce Vita22:00 Euromaxx Architecture 22:30 Marketplace22:35 No Ordinary Family 23:35 The CEO Connection23:40 World Market Update23:45 News Roundup00:00 Earth Live and Leading Brands of the World00:05 Brothers & Sisters00:55 Can We Believe the Science?01:50 European Art At The MET02:00 Bloomberg Television05:00 TVBS News05:30 CCTV News

ESPN 3012:30 American Le Mans Series13:30 Swatch TTR World Snowboard Tour 2010/1115:00 2011 Espys Nomination Special 16:00 MLB Regular Season 2011 Milwaukee Brewers vs. New York Yankees19:00 (Delay) Baseball Tonight International 2011 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Total Rugby 2011 20:30 Stihl Timbersports Series 21:00 Touch Rugby Australasian Championships 2011- Men’s Finals

19:00 I Shouldn’t Be Alive 420:00 Gold Rush: Alaska21:00 Brew Masters - Punkin & Portamarillo22:00 Mega Builders 4 - New City In Vegas23:00 Build It Bigger 4 - Singapore Skypark00:00 Brew Masters - Punkin & Portamarillo

NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 5112:30 Megastructures - Extreme Railway13:25 Inside - Hurricane Katrina15:15 Bite Me With Dr. Mike Leahy16:10 Fish Warrior - Texas Titan17:05 Mega Breakdown - Soviet Doomsday Sub18:00 Mega Factories - Jack Daniels19:00 China’s Ghost Army - China’s Ghost Army20:00 Megastructures - Extreme Railway21:00 Outbreak Investigation22:00 Locked Up Abroad - Conned In Quito23:00 Lockdown - Chaos Control

ANIMAL PLANET 5213:00 Corwin’s Quest - The Chimp’s Politics14:00 ANIMAL PLANET SHOWCASE16:00 I’m Alive: I’m Alive17:00 Escape To Chimp Eden18:00 Animal Cops Philadelphia19:00 Groomer Has It - The Championship Dog Show20:00 Corwin’s Quest - The Sardines Run21:00 In Search Of The Giant Anaconda22:00 I’m Alive: I’m Alive23:00 Escape To Chimp Eden00:00 Corwin’s Quest - The Sardines Run

HISTORY CHANNEL 5413:00 Modern Marvels14:00 The Malayan Emergency16:00 Ancient Aliens17:00 The Universe19:00 Modern Marvels20:00 Swamp People 21:00 Top Shot23:00 Swamp People00:00 Pawn Stars

BIOGRAPHY CHANNEL 5513:00 Intervention14:00 Obsessed15:00 Gene Simmons: Family Jewels16:00 Bruce Lee: The Immortal Dragon17:00 Celebrity Ghost Stories18:00 Intervention19:00 Flip This House20:00 Storage Wars21:00 Mohammed Bin Rashid Al-Maktoum22:00 Trauma: Life In The E.R.23:00 Intervention00:00 Obsessed

AXN 6212:15 Csi: Crime Scene Investigation13:05 House 14:00 Wipeout14:55 Numb3Rs15:45 Csi: Crime Scene Investigation16:35 Hawaii Five-O17:30 Csi: Ny 18:20 Ncis: Los Angeles19:15 Csi: Ny 20:10 Winter Wipeout21:05 Csi: Crime Scene Investigation22:00 Leverage22:55 Ncis: Los Angeles23:50 Leverage00:45 Ncis: Los Angeles

STAR WORLD 6312:15 Csi: Crime Scene Investigation13:05 House14:00 Wipeout14:55 Numb3Rs15:45 Csi: Crime Scene Investigation16:35 Hawaii Five-O 17:30 Csi: Ny18:20 Ncis: Los Angeles 19:15 Csi: Ny 20:10 Winter Wipeout21:05 Csi: Crime Scene Investigation22:00 Leverage22:55 Ncis: Los Angeles23:50 Leverage 00:45 Ncis: Los Angeles

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-ULORAGIA. FEO. 2-SULCO. ENTALIR. 3-AXI. MONA. TOSA. 4-GURA. BOBEAR. D. 5-E. RARIO. ITRICO 6-MI. TAVOLA. DOR. 7-APROAR. LIOZ. 8-TRIO. DOM. TREM. 9-A. ASTO. OBA. RU. 10-LICEU. SARUE. S.11-ITU. XAILE. XEU. 12-GELEIRA. VIUVA. 13-AMOR. EMBAULAR.VERTICAIS: 1-USAGEM. TALIGA. 2-LUXURIAR. ITEM. 3-OLIRA. PIACULO. 4-RO. ARTROSE. ER. 5-ROM. IAO. TUXI. 6-A. OBOVADO. ARE. 7-GENO. ORO. SIAM. 8-INABIL. MOAL. B. 9-AT. ETAL. BREVA. 10-ATAR. ITAU. IU. 11-FLORIDOR. EXUL. 12-EIS. COZER. EVA. 13-ORADOR. MUSUAR.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Hemorragia nas gengivas. Elemento de origem grega que significa pardo, tosco. 2-Depressão que um navio faz nas águas, cortando-as. Encalir. 3-Designa tédio, aversão, repugnância. Cabeça. Operação de tosar a lã ou aparar-lhe a felpa. 4-Instrumento musical dos Hontentotes. Fazer ou dizer bobices. 5-Tesoiro público. Relativo a ítrio. 6-Terceira nota de escala musical. Tábulo. Oração que os Parses fazem a Deus, ao meio-dia. 7-Dirigir a proa. Diz-se de uma pedra calcária, branca e dura. 8-Trecho musical próprio para ser executado por três vozes ou três instrumentos. Merecimento. Conjunto de utensílios e dos mais objectos próprios para cero serviço. 9-Astuto. Cada uma das seis divisões de cada antiga tribo Ateniense. Indicativa do ruído de árvore frondosa, ao cair. 10-Instituto oficial de instrução secundária. Sarigueia, na Baia. 11-Pau-ferro. Xale. Pessoa ordinária, desprezível. 12-Cavidades subterrânea, em que se conserva gelo para o Estio. Nome de algumas plantas brasileiras. 13-Afeição profunda entre duas pessoas.Guardar.VERTICAIS: 1-Direito ou uso. Taleiga. 2-Entregar-se a licenciodidades. Cada um dos artigos de uma exposição escrita ou requerimento. 3-Género de plantas gramíneas que servem de tipo às olíreas. Delito. 4-Rés-do-chão. Afecção articular do tipo degenerativo. Símbolo químico de érbio. 5-Memória cujo contéudo não pode ser modificado em uso normal. Átomo electrificado. Jóia de oira, usada ao pescoço por indianas. 6-Obóveo. Medida de superfície, de cem metros quadrados. 7-Elemento de origem grega que significa geração raça. Elemento de origem grega que signfica montanha. Nome que se deu a peça de artilharia. 8-Não hábil. Arma africana. 9-Antigo Testamento. Substância gorda, de composição análoga à do éter e do álcool. Variedade de charuto de boa qualidade. 10-Afamado perfume indiano, que é um óleo de pétalas de flores, especialmente rosas. Comandante chinês. Género de plameira. 11-Que faz adornos floridas. Éxule. 12-Está, estão. Prmeira mulher. 13-Aquele que sabe fazer dicursos. Nassa de arame, usada nos rios do Norte do País.

SALA 1TRANSFORMERS [B] Um filme de: Michael BayCom: Shia LaBeouf, Markiss McFadden, Rosie Huntington-Whiteley14.00, 16.45, 19.30, 22.15

SALA 2GREEN LANTERN [B] Um filme de: Martin CampbellCom: Ryan Reynolds, Blake Lively, Peter Sarsgaard14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3X-MEN FIRST CLASS [B] Um filme de: Matthew VaughnCom: Michael Fassbender, James McAvoy14.30, 16.45, 19.15, 21.30

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OPINIÃOQUINTA-FEIRA 30.6.2011

14www.hojemacau.com.mo

Pedro Bacelar MendesIn JN

NFIM, o Governo já voa no espaço aéreo europeu. Em turística. Ficou lavrado o precedente de um rigoroso

escrutínio e transparência a que o Governo, espontaneamente, se pretende submeter. O que, vivamente, se saúda!

A mesma Constituição que só autoriza o presidente a demitir o Governo “para salvaguardar o regular funcionamento das instituições democráticas” não põe qualquer limite substancial ao poder que lhe atribui para dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas antecipadas. Por este aparente paradoxo, armadilha fatal para os estudantes de Direito menos aplicados, é mais fácil convocar eleições do que demitir o Governo, embora este caia também no caso de dissolução. Para dizer que estas eleições não eram inevitáveis nem convenientes, até que se demonstrasse o contrário. A sua inevitabilidade começou a esboçar-se com a tomada de posse de um governo minoritário em 2009 e foi crescendo até às eleições presidenciais de Janeiro de

SinaiS

E2011. Em Março, com a rejeição do IV Plano de Estabilidade e Crescimento, o reconheci-mento da sua conveniência foi-se tornando consensual.

Apesar dos apelos veementes de Mário Soares, nem os partidos nem o presidente quiseram procurar entendimentos que evi-tassem os custos da antecipação das eleições e dos inerentes quatro meses de governos de gestão que se prolongam até à aprovação parlamentar do programa do novo Gover-no, o que ainda aguardamos para Julho. Os “mercados”, com a sua indiscutida omnis-ciência, logo mostraram saber interpretar estes sinais. Entretanto, o Governo novo já está quase completo e o seu sucesso tornou--se uma compulsiva esperança nacional, dure quanto durar o ciclo político agora inaugurado. Há que perscrutar os sinais que a possam confirmar.

O primeiro sinal foi a eleição de As-sunção Esteves para a Presidência da As-sembleia da República, Desde logo, pela importância simbólica de ser a primeira mulher a presidir à mais alta instância da representação democrática e por não lhe faltarem qualidades nem experiência para

o cargo. Saiu também reforçada a dignidade da instituição parlamentar e, tendo a sua escolha recolhido apoios transversais a todas as bancadas, credibilzou-se também a dupla dimensão do Parlamento, de fazer leis e de fiscalizar a acção governativa. Por fim, a sua eleição à primeira tentativa com mais oitenta e um votos que o candidato antecedente fez esquecer a derrota da de-sastrada opção da véspera.

O segundo sinal foi o anúncio de que não haverá nomeação de novos governadores civis. Esta é uma decisão coerente com o com-promisso assumido na campanha eleitoral de extinguir finalmente esta inútil excrescência da nossa organização político-administrati-va. Porém, a Constituição, no capítulo das “disposições finais e transitórias”, associa a extinção dos distritos à “instituição concreta” das regiões administrativas, o que reclama uma cirurgia ligeira em sede de revisão constitucional. Os sucessivos adiamentos desta promessa constitucional explicam a sobreviência anómala dos governadores civis e a persistência do distrito como círculo eleitoral, para o apuramento e a conversão de votos em mandatos.

Por isso, e para que este sinal não se revele um mero afloramento demagógico, é absolutamente necessário proceder a uma redistribuição bem ponderada das competências actualmente confiadas aos governos civis, a entidades e organismos já existentes. Os principais beneficiários desses poderes deverão ser os municípios e as comissões de Coordenação e Desen-volvimento Regional (CCDR), por forma a consolidar o Poder Local e a promover a descentralização administrativa, valo-rizando o planeamento, a racionalidade e a economia de recursos. Tudo isso impõe uma cuidadosa reforma legislativa que consolide a escala regional como nível intermédio entre a Administração Central e Local, e que reforce o papel das actuais CCDR, essenciais à correcção das assime-trias de desenvolvimento que não pararam até hoje de se agravar.

Enfim, o Governo já voa no espaço aéreo europeu. Em turística. Ficou lavrado o precedente de um rigoroso escrutínio e transparência a que o Governo, esponta-neamente, se pretende submeter. O que, vivamente, se saúda!

Marinho PintoIn Jn

S órgãos de informação portugueses têm muitos defeitos, mas há um que, salvo desonrosas excep-ções, não se lhes pode apontar: o de não respeitarem

a privacidade das figuras públicas. Com efeito, a nossa Comunicação Social, em geral, não viola a vida privada das pessoas, apesar de já ter havido situações repugnantes em que essa regra não foi respeitada. Estas situações, porém, pelo seu carácter excepcional, só confirmam aquela regra.

No entanto, este tema tem sido, recorrentemente, trazido ao debate público, não tanto pelo jornalismo sério, mas mais pela dinâmica da luta política e partidária. Vejamos alguns aspectos que não devem ser ignorados.

A vida das pessoas em sociedade estrutura-se em três dimensões. Desde logo, uma dimensão pública, que é aquela que assume maior relevância, pois tem a ver com a participação do indivíduo na vida comunitária, sobretudo com os contributos que cada um dá para os grandes debates públicos em torno do progresso, do desenvolvimento e, em geral, para as transformações não só nos planos político, económico, religioso, militar mas também nos domínios científico, artístico, desportivo, militar e cultural, entre outros.

Especial atenção deve ser dada à prática de crimes, os quais serão sempre do domínio público desde que as vítimas apresentem queixa. Caso contrário, um crime só poderá ser objecto de notícia se verificado em locais públicos. Fora dessas situações, entende-se que se impõe o dever de reserva porque se a vítima não apresentou queixa é porque, justa-mente, quis evitar a publicidade associada ao procedimento criminal, por vezes, tão ou mais prejudicial que o próprio

Privacidade de figuraS PúblicaS

crime. Já os chamados crimes públicos (em que, pela sua gravidade, o Ministério Público instaura procedimento, mesmo sem queixa de ninguém) constituirão sempre um facto do domínio público, seja onde for que ocorram, quer as vítimas queiram ou não.

Uma segunda dimensão tem a ver com a privacidade, a qual engloba aqueles aspectos da vida pessoal que não possuem interesse público, tais como as relações familiares, a religião que se professa, o lazer e os divertimentos pessoais ou tudo aquilo que não é especificamente dirigido ao pú-blico. Na perspectiva individual, consubstancia o chamado direito de não ser incomodado ou de ser deixado em paz.

A privacidade varia de época para época, de local para local e até com a notoriedade das pessoas. Uma figura

pública terá sempre uma menor privacidade do que um anónimo cidadão. A privacidade numa pequena aldeia do interior (onde tudo se sabe) é menor do que nas grandes cidades (onde, por vezes, as pessoas que habitam no mesmo prédio nem sequer se conhecem). Em regra, exige-se que a vida privada das figuras públicas não interfira com a sua vida pública, muito menos que haja contradição entre uma e outra para não se cair na velha hipocrisia das «virtudes públicas e vícios privados». Convém realçar que as figuras públicas têm direito à privacidade, nomeadamente conversas privadas, mesmo em locais públicos.

Finalmente temos o domínio da intimidade da vida pessoal que abrange as práticas sexuais (desde que entre adultos, em privado e com consentimento), as doenças, os actos de culto, a pobreza que se esconde por vergonha, etc.. Trata-se de uma dimensão da vida das pessoas que só em casos limite poderá ser violada, mas mesmo aí com enormes precauções. Entende-se que só a curiosidade mórbida ou o voyeurismo sórdido justificam essa devassa, mais com o objectivo de agredir ou achincalhar os visados do que para realizar um interesse legítimo.

Confesso que eu próprio já em tempos me debati, como jornalista, com uma situação em que uma mulher que inter-rompera voluntariamente uma gravidez apareceu, anos mais tarde, integrada num movimento contra a despenalização do aborto. Estive tentado a divulgar o facto, mas acabei por não o fazer, simplesmente por sentir que não tinha esse direito.

Será sempre muito mais saudável uma sociedade que protege, sem reservas justiceiras, a intimidade das pessoas, sejam figuras públicas ou não, mesmo daquelas de quem não gostemos ou até que, eventualmente, combatamos.

Viver-se-á melhor numa sociedade assim.

O

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Não há ninguém tão mau que não tenha alguma coisa de bom.Padre Manuel Teixeira [1912-2003]

QUINTA-FEIRA 30.6.2011

15www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Patrícia Ferreira, Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros, Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Luís Sá Cunha, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Francesco AlberoniJornal i

Todas as sociedades mudam através da acção de novos governos e de novas leis, ou então porque são desafiadas a partir da base, por perturbações emocionais súbitas que são os movimentos colectivos.

Todos os movimentos colectivos são produtos de uma tensão que se vai acumulando aos poucos e a certa altura explode. Nessa altura, as pessoas enchem as ruas e as praças e dão origem a momentos de grande emoção, entusiasmo, dedicação e esperança num futuro mais feliz.

Foi a isso que assistimos na Praça Tahrir, no Cairo, e em quase todos os países árabes. Em geral, desta confluência de vontades surgem de forma espontânea novos líderes carismáticos em torno dos quais se estruturam novas for-mações políticas.

No entanto, nem os politólogos nem os sociólogos estudam estes movimentos e uns e outros subvalorizam a sua importância. O que poucos compreenderam em Itália foi que o fim da Primeira República, entre 1989 e 1994, se deu sob a pressão dos movimentos colectivos. Porém, nesse período surgiram quatro: a Liga Norte, o movimento refe-rendário de Segni, o movimento de Di Pietro, que acabou por dar origem ao partido Idv - Italia dei Valori, e o Forza Italia, de que saiu o Popolo dela Libertà, de Berlusconi. No fundo, são estas as formações políticas que caracterizam o panorama político de hoje.

Neste momento, todos concordam que esta estrutura está a desaparecer. Muitos pensavam que a transição se daria como em Inglaterra ou nos Estados Unidos, com a passagem do partido do poder para a oposição e vice-versa. Contudo, isso é o que acontece nos sistemas partidários, e Itália é uma república parlamentar. Consequentemente, a mudança está a dar-se mais uma vez através do aparecimento de novos movimentos. O processo teve início à esquerda, graças à instituição das primárias, que permitem que surjam novos movimentos inflamados em torno de um líder carismático. Foi assim que surgiu Vendola. Depois algo de semelhante aconteceu em Milão, com Pisapia, e em Nápoles, com Ma-gistris. O movimento de Vendola adoptou mesmo uma nova cor, com uma nova simbologia, o laranja.

No entanto, o processo de transformação não está conclu-ído. Mesmo no centro-direita estão a dar-se mudanças. Até na área política do Pdl, se for criada uma nova orientação política e um estado de incerteza, assistiremos sem dúvida à formação de novos movimentos e lideranças. Basicamente, parece-me poder dizer que no sistema político italiano, ao fim de 20 anos, se iniciou um novo “período de movimentos” que poderá destruir muitos dos velhos partidos políticos e fazer com que apareçam novos partidos e novas lideranças.

Eduardo Cabritain CM

O novo Governo tem condições únicas para a estabilidade. Tem uma sólida maioria parlamentar, o apoio do Presidente, a tolerância da comunicação social, o coro de comentadores (sobretudo economistas) deleitados com a mistura de ignorância e inexperiência idolatrada como independência, a proximidade aos interesses económicos e a anestesia do PS tolhido pelo acordo com a troika, aturdido com a derrota eleitoral e distraído com a campanha eleitoral interna.

O elenco de secretários de Estado confirma a tendência ministerial. Consistência política e a aposta em valores de nova geração com provas dadas por parte do CDS, apare-lhismo rasteiro por parte do PSD e uma galeria de ajudantes desconhecidos vindos da banca e das sociedades de advo-gados. Existem casos bizarros como o antigo bastonário dos Engenheiros como único ajudante na Justiça, o desprezo pelo investimento público ao atribuir a um bancário todo o antigo Ministério das Obras Públicas e a multiplicação de colaboradores de Nuno Crato e de Miguel Relvas.

Os primeiros dias foram de simbolismos inconsequen-tes e de uma ameaça velada. O deleite mediático com a questão das viagens e o vazio de poder dos Governos Civis disfarçam a falta de novidade das viagens e a ausência de uma ideia sobre a governação territorial do Estado. A coerência obrigaria à extinção de todos os serviços distri-tais e a um modelo coerente de coordenação dos serviços desconcentrados. Se não é só folclore com elevados riscos políticos durante a época de incêndios de Verão.

A ameaça foi a de que um Governo que ainda não teve tempo para cumprir uma medida da troika vem já falar num novo plano de austeridade de conteúdo vago entre a antecipação de compromissos e doses adicionais antes de seguir a receita.

É que bastou uma semana e um Conselho Europeu para se perceber que Passos, Gaspar e Álvaro não chegam para impedir juros acima de 15% (lembram-se dos 7% que faziam sofrer Teixeira Santos em Março?), que o apoio foi igual ao dado ao Sócrates do PEC IV e que Merkel puxou as orelhas à direita grega que quer abrir uma crise para voltar ao poder em vez de apoiar mais medidas propostas pelos desesperados socialistas helénicos.

É que o Governo mudou mas a crise suicida europeia é a mesma e o futuro próximo depende menos do debate desta semana em S. Bento do que se passar em Atenas, Bruxelas e Berlim para sabermos até que ponto ficamos todos gregos.

Ana Sousa DiasIn JN

“Sou um lutador”, diz Angélico Vieira, nascido Sandro Milton Vieira Angélico num inquérito que o blog dos fãs apresenta. Depois do acidente da madrugada de ontem, a luta deste jovem de 28 anos tomou um rumo tragicamente diferente, no dia em que passavam dois anos sobre a morte daquele que sempre nomeou como ídolo: Michael Jackson.

A rodear a aflição da família e dos amigos instalou-se uma gigantesca máquina mediática, com aberturas de te-lejornais e directos da porta do hospital de Santo António. Já é assim há anos a vida deste jovem artista “nascido” nos “Morangos com Açúcar”, a série com milhares de episódios que se mantém firme há oito anos nos finais de tarde da TVI.

Cada passo da vida de Angélico, cada namorada, cada viagem, cada frase, tudo aparece perante o público, numa ex-posição permanente que dá que pensar. Como dá que pensar a transição súbita da normalidade de uma vida familiar e de um universo escolar para a carreira glamorosa de modelo, actor e músico. Angélico, aluno sem chumbos que estava no 3º ano do ensino superior quando a fama chegou, passou a ser um ídolo dos jovens e encheu, com a boysband D’Zrt, as grandes salas de espectáculos, dos coliseus ao Pavilhão Atlântico. Diante dele, em delírio, estava uma legião de fãs muitíssimo jovensque se reviam nas aventuras daquele pequeno universo escolar onde a ficção se cruza com a realidade e deixa entrever questões como a sexualidade, o crescimento, as relações com pais e professores.

Produzida em Portugal, com actores jovens e nas-cidos para a vida artística nesse preciso palco, a série “Morangos” poderá não ter criado, como já foi dito, uma geração, mas certamente faz parte do imaginário dos que hoje estão a entrar na vida adulta.

O fenómeno dos ídolos não é novo na sociedade, e de tragédias pelo meio há exemplos abundantes, com Michael Jackson, Marylin, James Dean a chamar-nos a atenção. Mas no caso de Angélico tudo é amplificado por uma máquina que funciona em ciclo vicioso: o rapaz que gosta de moamba e cachupa feitos pela mãe atingiu no dia do acidente uma notoriedade que ultrapassa tudo o que ele alguma vez terá imaginado.

Mas afinal o que aconteceu na madrugada de ontem? Um automóvel cheio de jovens sem cinto de segurança, uma viagem de que apenas conhecemos um carro de alta cilindrada, um jovem morto, outro a lutar para sobreviver.

Se este fosse um episódio dos “Morangos”, talvez nos sentíssemos confortáveis com o alerta nele contido.

Tanto os sociólogos como os cientistas políticos tendem a subestimar o peso dos movimentos colectivos de origem espontânea na mudança política

O IMPULSO PARA A MUDANÇA VINDO DOS MOVIMENTOS COLECTIVOS

É só folclore com elevados riscos políticos durante a época de incêndios de Verão

PASSOS GREGO O EPISÓDIO TRÁGICO DO RAPAZ QUE GOSTA DE MOAMBA

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QUINTA-FEIRA 30.6.2011www.hojemacau.com.mocar toon

por Steff

GREGOS APROVAM PLANO DE AUSTERIDADEO Parlamento grego aprovou ontem por maioria o plano de austeridade apresentado pelo Governo socialista, necessário para que Atenas possa continuar a receber ajuda internacional e evitar a bancarrota, noticiaram as agências AFP e AP. Dos 298 deputados presentes, 154, incluindo uma deputada da oposição de direita, votaram a favor e 138 contra. Na última cimeira europeia, realizada a 23 e 24 de Junho, os líderes da UE prometeram evitar que a Grécia entre em incumprimento, mas condicionaram a ajuda financeira a Atenas a um novo pacote de austeridade de 78 mil milhões de euros, que inclui, entre outros aspectos, aumentos de impostos e uma nova vaga de privatizações.

ATAQUE EM CABULFAZ 21 MORTOSUm grupo de talibãs fortemente armados atacou um dos principais hotéis de Cabul, o Intercontinental, na noite de terça-feira, e as quatro horas de combates posteriores resultaram na morte de 10 civis, dois polícias e nove atacantes, anunciou o governo afegão. Entre os civis, um cidadão espanhol morreu durante o ataque, segundo o governo espanhol, informação confirmada pelas autoridades afegãs. De acordo com a imprensa espanhola, trata-se de um piloto de uma companhia aérea turca que foi ferido no ataque e faleceu pouco depois. A insurreição talibã intensifica-se após o anúncio pelos EUA do início da retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão, com conclusão prevista para o fim de 2014.

FILIPINAS CHUVA MATA 14 Pelo menos catorze pessoas morreram e dez estão desaparecidas devido às inundações que afectam a ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, na sequência de chuvas torrenciais. Fortes chuvadas abateram-se sobre a cidade de Davao, na ilha de Mindanao, aumentando o caudal do rio Matina, que inundou as aldeias situadas nas margens, e levou à evacuação de 15 mil famílias. As autoridades destacaram soldados para socorrer as populações afectadas.

NOUVELLE VAGUE LANÇA VERSÕES PORTUGUESAS Táxi, GNR, António Variações, Madredeus e Ban são alguns dos nomes que o grupo francês Nouvelle Vague revisitou para um álbum de versões que sairá este ano em exclusivo no mercado português. A antecipar a edição do disco, o grupo francês vai fazer apresentações no verão em dois festivais de música.

NOVO CHEFE

PORTUGAL GOVERNO ABRE TORNEIRA AOS PRIVADOSO Governo vai abrir a gestão da água e dos resíduos ao sector privado e quer rever o sistema de tarifas, segundo o programa de Governo: “Prosseguir a identificação e resolução do défice tarifário, a revisão do sistema de tarifas, a abertura à participação de entidades públicas estatais ou municipais, bem como de entidades privadas na gestão do sistema”, refere o documento. O Governo compromete-se ainda a criar um Plano Nacional de Acção para o Uso Eficiente da Água, com metas de redução vinculativas para todos os sectores de actividade. No sector dos resíduos, propõe-se uma autonomização no seio do grupo Águas de Portugal, bem como a aplicação de medidas que permitam a abertura ao sector privado.

BENTO XVI 60 ANOSDE SACERDÓCIOBento XVI celebrou esta quarta-feira os 60 anos da sua ordenação sacerdotal e na ocasião concedeu o pálio - símbolo de comunhão com o bispo de Roma - a 45 arcebispos, 17 ibero-americanos, durante uma missa solene na qual pediu a unidade dos cristãos e fidelidade a Cristo e à Igreja. Diante de milhares de pessoas que lotaram a basílica de São Pedro do Vaticano, o pontífice declarou que Deus espera dos homens uma existência vivida segundo a sua lei e que o conteúdo dessa lei se baseie no amor a Deus e aos homens.

CÂNDIDO BARBOSA ANUNCIA O FIMO corredor português Cândido Barbosa anunciou esta quarta-feira o final da carreira profissional. “Saio de bem com o ciclismo, sem qualquer frustração porque tive momentos bonitos que jamais vou esquecer. Deixei ficar boas emoções no ciclismo”, explicou em conferência de imprensa realizada na sede da Federação Portuguesa de Ciclismo, em Lisboa. Ao longo da carreira, Cândido Barbosa, de 36 anos, conquistou 121 vitórias, 25 das quais em etapas da Volta a Portugal, prova que nunca conseguiu vencer. O “Foguete da Rebordosa”, que não corre oficialmente desde 15 de Agosto de 2010, quando venceu a 10.ª e última etapa da prova maior do ciclismo nacional.

MANCHESTER UNITEDCONTRATA DE GEAO Manchester United confirmou esta quarta-feira, no site oficial, a contratação de David de Gea. O guarda-redes espanhol ex-Atlético Madrid assinou um contrato válido por cinco temporadas.

Parlamento holandês proíbe o sacrifício de animais

Religião acaba na dorO bem-estar animal venceu à liberdade de

culto. O Parlamento holandês votou maiori-tariamente a favor da proibição do sacrifício ritual dos animais para consumo humano.

Esta decisão precisa agora de ser aprovada pela câ-mara alta do Parlamento para que se transforme em lei. Aprovada por 116 votos a favor e 30 contra, o projecto-lei foi precedido de longas discussões entre os movimentos confessionais da sociedade holandesa, que conseguiram fazer introduzir uma emenda destinada a preservar a liberdade religiosa: os muçulmanos e judeus podem re-cuperar este costume apenas se provarem cientificamente que o animal sofre menos com a morte ritual do que com a morte num matadouro tradicional. Não ficou claro como é que se poderá fazer essa prova científica.

A diferença entre os dois métodos é que nos mata-douros tradicionais o gado é aturdido antes de ser morto, ao passo que segundo os rituais muçulmano e judeu, os animais são degolados e dessangrados sem qualquer anes-tesia por um matador que faz o sacrifício em nome do seu Deus. O produto final deste sacrifício é a carne halal para os muçulmanos e a carne kosher para os judeus.

“Esta forma de matar causa dor desnecessária aos

animais. A liberdade religiosa não pode ser ilimitada”, tinha dito aos jornalistas antes da votação Marianne Thieme, líder do Partido pelos Animais, o único na Europa que conta com representação parlamentar (dois deputados) e o responsável por esta proposta. “Para nós, a liberdade religiosa termina onde começa o sofrimento dos seres humanos ou dos animais”.

A comunidade muçulmana soma cerca de um mi-lhão de pessoas na Holanda (um país com 16 milhões de habitantes), ao passo que a comunidade judia conta com apenas 40 mil fiéis.

Actualmente, a União Europeia obriga os animais a serem aturdidos antes de serem mortos, mas permite excepções para os sacrifícios rituais, que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos já considerou um direito religioso. Activistas dos direitos dos animais argumentam, porém, que é uma prática desumana.

Actualmente, em países como a Alemanha e o Reino Unido, onde a comunidade muçulmana tem um forte presença, boa parte dos sacrifícios halal já são feitos em animais previamente aturdidos. Paralelamente, no Luxemburgo, Noruega, Suécia e Suíça o sacrifício ritual dos animais está proibido.

UM presumível engenho explo-sivo foi descoberto ontem nas

imediações do Wynn Macau Resort e as autoridades foram alertadas. Os especialistas em desarmamento de bombas entraram em acção, apenas para descobrir que afinal tudo não passava de um alarme falso.

A chamada chegou à Polícia Ju-diciária (PJ) através da linha aberta (993), vinda de um funcionário do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), às 9h05, e informando que um funcionário de limpeza que trabalhava no jardim próximo ao Wynn Macau Resort tinha encontrado um saco de papel no meio dos arbustos, contendo seis fios ligados a um circuito electróni-co. Perante as suspeitas de tratar-se de um equipamento explosivo, os peritos em desarmamento de bombas do Corpo de Polícia de

Segurança Pública (CPSP) dirigiu--se para o local, juntamente com um grande destacamento de bombeiros e agentes da polícia que isolaram a zona bloqueando os acessos.

O jardim e a Rua Cidade de Sintra estiveram encerrados durante quase duas horas, bem como a entrada do Wynn, fechada para impedir a entra-da e saída de pessoas. Ao chegar ao local, a brigada anti-bomba deixou o objecto suspeito em cima de um banco do jardim e tentaram detoná-lo, sem sucesso, chegando à conclusão de que se tratava de um falso equipamento explosivo. A PJ procedeu então à recolha de pistas nas imediações do local e passou o caso à Divisão de In-vestigação e Combate ao Banditismo para futuras investigações.

Mesmo acabando por se revelar inofensivo, o engenho despertou preocupações quanto à possibilida-

de da perpetração de actividades terroristas em Macau. Ho Ion Sang, deputado da Assembleia Legislativa (AL), considera que o episódio colo-ca grandes desafios à indústria do jogo e à segurança da cidade, e que as forças policiais deviam rever as actuais medidas de segurança para que fossem ajustadas ao desenvol-vimento económico da sociedade. O parlamentar fez notar que actual-mente grandes crimes, como tráfico de drogas, ameaçam já a segurança da cidade, e apelou aos organismos competentes para que estivessem mais vigilantes e tomassem atempa-damente certas medidas como a re-alização de exercícios anti-atentado, implementassem mecanismos de alerta precoce, estreitassem a troca de informação entre regiões e acções transfronteiriças, de modo a proteger eficazmente a cidade. - V.L.

ESPECIALISTAS EM EXPLOSIVOS ACTUAM, MAS FOI ALARME FALSO

Muito barulho para nada