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HOMENAGEM AO DIA DO SOLDADO 25 DE AGOSTO Salve, Duque glorioso e sagrado Ó Caxias invicto e gentil! Salve, flor de estadista e soldado! Salve, herói militar do Brasil. (Refrão do Hino a Caxias)

HOMENAGEM AO DIA DO SOLDADO 25 DE AGOSTO · HOMENAGEM AO DIA DO SOLDADO 25 DE AGOSTO Salve, ... fidelidade, invulgar, ao legado dos pernambucanos conquistado com sangue, suor e lágrimas

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  • HOMENAGEM AO DIA DO SOLDADO

    25 DE AGOSTO

    Salve, Duque glorioso e sagrado

    Caxias invicto e gentil!

    Salve, flor de estadista e soldado!

    Salve, heri militar do Brasil. (Refro do Hino a Caxias)

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    CAXIAS, pacificador da "Questo Religiosa"

    (Cludio Moreira Bento)

    O uque de axias Patrono do Exrcito Brasileiro e, encarnao do soldado,

    passou Histria do Brasil com o honroso ttulo popular do O Pacificador, por suas

    atuaes no Maranho, Par, So Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, nos quais,

    pacificou revoltas que colocaram um srio risco a Unidade Nacional, ento ameaada por um

    liberalismo utpico precoce, em momento que o Brasil criana, ensaiava os seus primeiros e

    dificultosos passos, como pas independente e necessitava, talvez, mais do que nunca, da

    coeso de todos os seus filhos a Coeso Nacional.

    Mas, o ttulo de O Pacificador que lhe foi carinhosamente conferido pelo povo

    brasileiro, possui outro aspecto de grande significao para a tranquilidade da famlia

    brasileira e pouco ressaltado pela Histria, qual seja o de ter sido o pacificador da

    Questo Religiosa (1872 1875), com incio no Recife e, agora, revivida e revisada em toda

    a plenitude - com clareza e imparcialidade, pelo jornalista e historiador Nilo Pereira em

    sua magnfica obra histrica de pesquisa e interpretao, Dom Vital e a Questo

    Religiosa, editada pela Universidade Federal de Pernambuco.

    Este trabalho restabelece a verdade histrica sobre assuntos at bem pouco controverso

    que contribuiu, decisivamente, aceleramento da proclamao de nossa quase centenria

    Repblica e para a justa separao da Igreja Catlica do Estado ou do espiritual do

    temporal dando a Csar o que de Csar e a Deus o que de Deus.

    Esta separao coibiu incomumentes interferncias do poder temporal do Estado no poder

    espiritual da Igreja e, vice versa, tornando-os indiferentes, como devem, ser dada as

    caractersticas de ambos.

    A chamada Questo Religiosa resultou, segundo nos conta Nilo Pereira, o maior

    especialista neste assunto, de um conflito entre a Igreja e a Maonaria, iniciado aqui no

    Recife, e que terminou por apaixonar e envolver, por conflito, o Imperador D. Pedro II, a

    Imprensa e Opinio Pblica do Brasil e proeminentes homens de governo, alm de repercutir

    internacionalmente.

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    Ao lanar, D. Vital, Bispo de Olinda, em cumprimento orientao do Papa, um interdito

    sobre Irmandade do Santssimo Sacramento de Santo Antnio, ordenando-a a que exortasse

    caridosamente um de seus membros a abjurar a Maonaria condenada pela Igreja, ou a expuls-

    lo em caso de no abjurao, teve incio, no Brasil, a Questo Religiosa.

    A Irmandade recusa cumprir a ordem de D. Vital, e este a interdita na parte

    espiritual, continuando, porm na plenitude de seus direitos.

    A Irmandade recorre inicialmente a D. Vital e logo a seguir, em grau de recurso e

    fora dos trajetos legais, ao Imperador, em assunto de competncia exclusiva do Bispo Primaz

    da Bahia e do Papa.

    D. Pedro II acolhe o recurso e comete o maior erro poltico de seu excelente reinado,

    por ter comportado-se como o marisco que tentou pacificar uma luta entre o mar e a pedra

    e o resultado danou-se comprometeu o 3 Reinado, acelerou a Repblica e seu exlio.

    De um lado, como pedra, figurava a Igreja Catlica de Pedro Tu s Pedro e sobre

    esta pedra edificarei a minha Igreja e de outro, a Maonaria, com enorme prestgio por sua

    decisiva participao na Independncia do Brasil e que contava em seu seio, com destacados

    elementos do clero brasileiro e prestigiosos homens de governo como o Baro do Rio Branco

    Presidente do Conselho de Ministros.

    D. Pedro, mal assessorado, no aprofunda no problema e conclui por um ato de

    desobedincia de dois bispos, na qualidade de funcionrios pblicos do Imprio.

    D. Vital preso no Recife e, julgado no Rio de Janeiro, foi condenado a 4 anos de

    priso com trabalhos pena comutada por D. Pedro II para priso simples.

    Para o Imperador o problema estava solucionado em definitivo. Foi condenado

    igualmente D. Macedo Costa, Bispo do Par, tambm envolvido no problema.

    Decorridos dois anos da priso de D. Vital, sucede ao Ministrio Rio Branco o Duque de

    Caxias que se prope a por um fim, injustia e perseverana em grosso e gritante erro

    poltico tinha que pacificar, pela 6 vez, a famlia brasileira dividida.

    Com a subida do Duque de Caxias, o jornal Unio do Recife e, o nico a defender D.

    Vital neste triste episdio, comenta em 4 Set 1875: Depois da subida do Ministrio do Duque

    de Caxias ns temos mantido simptica expectativa acerca da Questo Religiosa.

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    Esta impresso era procedente.

    Caxias a fim de no ferir os meli...... do Imperador e conseguir seu intento, refere-se

    a conflito e no a crime, e que o emprego de to salutar providncia, a anistia para os

    bispos, era aconselhada para o bem do Estado e da Humanidade.

    D. Pedro no concorda e viaja para S. Paulo.

    No retorno do Imperador, Caxias respeitosamente insiste; ou a anistia para os bispos D.

    Vital de Olinda e D. Macedo Costa do Par, ou a demisso do Gabinete Duque de Caxias.

    Constrangido e bastante contrariado o Imperador cedeu a argumentao do Duque de

    Caxias.

    Encerrado, este triste episdio e lamentvel erro poltico, o Duque de Caxias, aps a

    sua derradeira ao de pacificador, exclama satisfeito: Restitui duas lmpadas aos

    lampadrios. E o jornal Unio do Recife, o nico a defender D. Vital, segundo o

    historiador Nilo Pereira, assim apreciou a ao pacificadora de Caxias: O decreto de anistia

    dos bispos h de marcar na Histria do Brasil um ponto luminoso, e o Ministrio do Duque de

    Caxias a quem pertencente parte desta glria, no pode deixar de ser recomendado estima e

    gratido do pas, por este ato da mais elevada poltica".

    O ato do Duque de Caxias sofre grande reao, e, em outro editorial, o Unio brada:

    Que se sente no dever de defender o Ministrio do Duque de Caxias dos ataques de uma

    imprensa mpica e inconsenciosa que se lana sobre ele, espumando de raiva". Este, e outros

    aspectos interessantes nos mostra o historiador Nilo Pereira em seu trabalho, alm de provar

    que o processo movido contra D. Vital nulo de pleno direito, o que vem ressaltar mais

    ainda a excepcional clarividncia na percepo dos problemas de partido. Duque de Caxias,

    no s como chefe militar e poltico em suas aes pacificadoras, como de chefe militar na

    Guerra contra Rosas e Oribe e, em especial, na Guerra da Trplice Aliana, nas quais

    conduziu o Brasil a duas grandes vitrias alm de permanecer... sua intensidade

    territorial ameaada, por anexaes, de algumas partes, ao antigo Vice Reinado do Prata

    sonhado por Rosas e ao antigo Imprio Teocrtico Guarani sonhado por Lopes, tudo numa

    fidelidade, invulgar, ao legado dos pernambucanos conquistado com sangue, suor e lgrimas

    em Tabocas, Casa Forte e Guararapes.

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    Reproduo de "Documento Histrico", classificado pela Comisso de Histria do Exrcito Brasileiro CHEB do

    Estado-Maior do Exrcito, datado de 1971, Comisso que deu

    origem ao ento Centro de Documentao do Exrcito, em 1973

    Reproduo de imagem da Revista de Administrao Militar n 18,

    de agosto de 1935, do desenhista Loureiro, pelo Cb H. Santos,

    da Secretaria-Geral do Exrcito

    Msica The Guardian, de White Wall, pela Orchestral Epic (5,55 min)

    Na pgina abaixo, oua a msica do Hino a Caxias, na voz do CPOR/SP

    Respeitada a grafia da poca

    (Centro de Documentao do Exrcito, hoje desativado)

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    HINO A CAXIAS

    Letra: D Aquino Correia

    Msica: Francisco de Paula Gomes

    I

    Sobre a histria da Ptria, Caxias,

    Quando a guerra troveja minaz,

    O esplendor do teu gldio irradias,

    Como um ris de glria e de paz.

    III

    De vitria em vitria, traaste

    Essa grande odissia, que vai

    Das revoltas que aqui dominaste,

    s jornadas do atroz Paraguai.

    Salve, Duque Glorioso e sagrado

    Caxias invicto e gentil!

    Salve, flor de estadista e soldado!

    Salve, heri militar do Brasil.

    Salve, Duque Glorioso e sagrado

    Caxias invicto e gentil!

    Salve, flor de estadista e soldado!

    Salve, heri militar do Brasil.

    II

    Foste o alferes, que guiando, na frente,

    O novel pavilho nacional,

    S no Deus dos exrcitos crente,

    Coroaste-o de louro imortal!

    IV

    Do teu gldio sem par, forte e brando,

    O arco de ouro da paz se forjou,

    Que as provncias do Imprio estreitando

    unidade da Ptria salvou.

    Salve, Duque Glorioso e sagrado

    Caxias invicto e gentil!

    Salve, flor de estadista e soldado!

    Salve, heri militar do Brasil.

    Salve, Duque Glorioso e sagrado

    Caxias invicto e gentil!

    Salve, flor de estadista e soldado!

    Salve, heri militar do Brasil.

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