20
JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 1 SETEMBRO/OUTUBRO • 2015 ÓRGÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES FEDERAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO • Fundada em 02/12/1981 R. Álvaro Alvim, 21/2º andar CEP:20031-010 • Sede Própria • Tel/Fax: (21)2532-0747 - 2240-2420 • MENSAL • ano XXXII - Nº 342 - SETEMBRO/OUTUBRO 2015 • IMPRESSO Dr. Diogo Tristão, da UNAFE, Dr. Marcio Alemany, da APAFERJ, Cabo Daciolo, Dep. Federal e Delegado Cruz, da Polícia Federal. Homenagem aos dias do Professor e da Criança Pág.20 APAFERJ promove debate sobre a PEC 443, com Advogados Públicos e Policiais Pág. 11

Homenagem aos dias do Professor e da Criança Pág · Homenagem aos dias do Professor e da Criança Pág.20 APAFERJ promove debate sobre a PEC ... iriam ter melhores dias e que não

Embed Size (px)

Citation preview

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br1 SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

ÓRGÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES FEDERAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO • Fundada em 02/12/1981R. Álvaro Alvim, 21/2º andar CEP:20031-010 • Sede Própria • Tel/Fax: (21)2532-0747 - 2240-2420 • MENSAL • ano XXXII - Nº 342 - SETEMBRO/OUTUBRO 2015 • IMPRESSO

Dr. Diogo Tristão, da UNAFE, Dr. Marcio Alemany, da APAFERJ, Cabo Daciolo, Dep. Federal e Delegado

Cruz, da Polícia Federal.

Homenagem aos dias do Professor

e da Criança Pág.20

APAFERJ promove debate sobre a PEC

443, com Advogados Públicos e Policiais Pág. 11

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 2SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Márcio Alemany Presidente

Com essa con-fusão reinan-te, com dólar ladeira acima, desemprego

alto e inflação voltando ao passado, só nos resta esperar. Uns dizem que a Câmara aprova em 2º tur-no a 443/09, sem maio-res dificuldades, pois re-conheceu a luta da nossa Advocacia Pública em fa-vor do Estado e da Cida-dania. Outros informam que seu Presidente quer esperar a PEC 172 para ser aprovada pelo Sena-do. Sem essa aprovação

nada seria feito e teríamos que esperar. Enquanto isso ficamos nesse banho-maria desconfortados, já que a maior de nossas bandeiras teria esse sobrestamento. Para os da Magistratura e do Ministério Público tudo e para a nossa Advocacia Pública esse tempo de es-pera. Permaneceremos no esquecimento. Parece que existe uma sina ou um ve-lho habito de trancar as nossas portas. Realizamos um esforço descomunal, com exibida demonstração de dedicação e competên-cia e não nos deixam pas-sar de valores remunerató-rios ridículos se compara-dos com o que é percebido pela outras duas citadas carreiras que também exercem as chamadas fun-ções essenciais à Justiça.

Fomos assim elencados na Constituição de 1988 e até hoje padecemos de escan-carada desconsideração e depreciação. Os Governos funcionam como elásticos. No período de vinte anos que antecedeu ao atual texto constitucional per-manecemos recebendo aumentos pontuais mais elevados até 1988. De 1988 até 2000, por conse-guinte, por mais doze anos ficamos sob a proteção sa-larial das correções mone-tárias que apenas assegu-ravam um frágil poder de compra. Com a chegada do Plano Real, tão comba-tido por algumas lideran-ças políticas, ainda hoje sobreviventes, prossegui-mos em nossos apertos, nesse estira e encolhe. Se havia alguma melhora em

seguida sentia-se a pio-ra. A edição da MP 2048 de 29.6.2000, depois des-se longo período de vacas magras nos trouxe algum alento. Nessa espera de mais de quarenta e cinco anos somente houve um alento, ou melhor dizen-do, um bom esticar, com a chegada das Carreiras com seus novos patamares iguais para todos, respei-tando-se como sempre os inativos, com acessos etc... Foi uma nova fase que mo-tivou a todos e passamos a acreditar que as carreiras iriam ter melhores dias e que não perderíamos mais quadros, pois a remunera-ção alcançada fortaleceria toda a corporação com mais motivação e melhor ânimo ao desenvolvimen-to de nosso trabalho. As-

sistíamos à renovação de toda a força com a chegada animada de muitos jovens às carrei-ras com essa formidável crença. E lá se vão quin-ze anos e o elástico vol-tou a encolher, vivemos esses momentos aos trancos e barrancos. O velho estira e encolhe continua a acontecer e agora ganhando discur-sos inflamados na Câ-mara dos Deputados, que até que enfim nos ouviu e se manifesta por nos fazer Justiça, que não demore e que seja a nossa PEC 443/09, a “PEC da Redenção”, aprovada também no Senado, para que esse estira e encolhe cesse e o tempo de espera pare de vez por todas.

Tempo de Espera

Um projeto com origem na pesquisa e no ensino acadêmicos que agora vi-rou livro. “O Direito Acha-do na Rua - Concepção e Prática” será lançado nes-ta quarta-feira (14/10), às 19h, no restaurante Carpe Diem, em Brasília (Asa Sul). A obra conta com a parti-cipação dos advogados da União Priscila Bessa Rodri-gues e Carlos Inácio Prates.

Organizado pelo profes-sor José Geraldo de Sousa Júnior, ex-reitor da Univer-sidade de Brasília (UnB), a obra reúne a produção intelectual de autores e autoras envolvidos com a

disciplina homônima mi-nistrada na instituição. Entre eles, Priscila Bessa Rodrigues, advogada da União lotada na Consulto-ria Jurídica junto ao Minis-tério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e Carlos Inácio Prates, advogado da União lotado na Procuradoria-Ge-ral da União.

O livro é dividido em quatro capítulos, elabora-dos de forma coletiva, e tem 260 páginas. Os auto-res Priscila Bessa Rodrigues e Carlos Inácio Prates des-tacam que, depois de 27 anos da promulgação da Constituição de 1988, a pu-

blicação da obra demonstra que a luta por direitos não se esgotou. Segundo eles, é urgente “não apenas efeti-var as promessas constitu-cionais, mas ampliá-las de modo a incluir novos sujei-tos e novos direitos nesse processo dialético e per-manente de construção da democracia”.

Os advogados públicos acrescentam a necessidade de repensar o Direito com base na liberdade, no hu-manismo e na justiça social. Segundo os autores, esta é uma tarefa contemporâ-nea, moldada no ambiente da universidade, nos movi-

mentos sociais e no Estado.De acordo com Priscila

Bessa Rodrigues, o livro ar-ticula nos planos teórico e prático o potencial emanci-patório do Direito, reunin-do estudos sobre práticas pedagógicas, experiências de extensão universitária e formas de participação e aprofundamento da de-mocracia. “Partindo da concepção teórico do plu-ralismo jurídico, o `Direito Achado na Rua` estimula trabalhos em três dimen-sões: o conhecimento do direito e suas formas de difusão, o acesso à Justiça e os direitos humanos”, re-

sume a advogada. Para o vice-Presidente

da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, José Carlos Moreira da Silva Fi-lho, a obra reforça a ideia de que “o direito não se resume ao conjunto de leis produzido pelo Legislati-vo e à interpretação con-cretizada pelo Judiciário. Tanto na sua criação como na sua efetivação, o direi-to se apresenta como um processo social amplo, pul-sante nas demandas, mo-bilizações e disputas que se desenvolvem em uma sociedade desigual”.

Wilton Castro

Advogados da AGU participam de obra coletiva sobre a luta por direitos e democracia

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br3 SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Ney Machado.Procurador Federal.Professor da UFF

Inicialmente, cabe registrar que o Esta-do Democrático de

Direito resguarda, em sua lei maior, princípios para o amparo dos di-reitos sociais como va-lores supremos de uma sociedade independen-te e fraterna, em razão da dignidade humana (artigo 1º, III).

Observa-se, assim, sem qualquer dúvida ou hesitação, que tais direitos têm como fator principal a igualdade pe-rante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-sileiros e estrangeiros residentes no país o di-reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança

e à propriedade (artigo 5º).Cabe, pois, ao Estado,

como detentor dos recur-sos financeiros, a capaci-dade de promover a igual-dade através de uma justa distribuição de renda, de uma saúde pública habilita-da, de uma educação apta e segurança efetiva que funcionem a fim de acesso a toda a sociedade, princi-palmente aos mais caren-tes.

Ressalte-se que ter acesso à Justiça é garantir a prevalência dos direitos humanos e o exercício ple-no da dignidade da pessoa humana (art.1º, III).

Entretanto, tal garantia não pode ser declarada, mas sobretudo efetivamen-te aplicada, sem oposição ou resistência injustificada do Estado ao cumprimento de Lei, isto é, a eficiência da segurança jurídica tão ne-cessária àqueles que se so-correm do Poder Judiciário.

Assim, não se pode falar

em Estado Democrático de Direito sem a participação efetiva da sociedade no atendimento aos princípios da legalidade, impessoa-lidade, moralidade, publi-cidade e eficiência (art. 37 CF/88).

Cabe observar que a so-ciedade na realidade res-sente-se desses reais prin-cípios.

O poeta Paulo Mendes Campos enfatiza:

“A força do Estado está na repartição entre os filhos da terra, pois ela doou-nos os frutos éti-cos e morais”.Entretanto, não se pode

deixar de observar que existem barreiras reprová-veis que afastam a socie-dade de seus intangíveis e verdadeiros direitos, geran-do a insegurança jurídica.

Tal entendimento é ple-namente justificado em razão do verdadeiro postu-lado do Estado Democráti-co de Direito onde preva-

lecem os direitos sociais e individuais amparados pela solidez do Poder Judiciário.

O Professor italiano Lui-gi Ferrajoli leciona afirman-do que “o Poder Judiciário se configura em relação aos outros poderes do Estado como um contrapoder, no sentido de que o Judiciá-rio através de seus agentes é responsável pela defesa dos direitos fundamentais do cidadão contra as lesões e danos provocados pelo Estado”.

Registre-se que Montes-quieu afirmava:

“É o poder freando o po-der”.A certeza do direito é,

portanto, fundamental ao ser humano, porque lhe permite saber que a qual-quer momento poderá contar com um Poder Judi-ciário efetivo, apoiado no exercício do real direito, na segurança jurídica, pilar do Estado Democrático de Di-reito.

Por essas razões, não se pode deixar de re-gistrar que o homem é espectador dos fatos e acontecimentos do coti-diano, em razão dos dra-mas sociais.

Nessa perspectiva, podemos realçar que o crescimento dos direitos sociais e individuais só será efetivamente atin-gido através do Estado cuja destinação tem por objetivo assegurar o exer-cício dos direitos sociais e individuais por meio dos princípios consagrados no artigo 37 da Carta Cidadã.

Em assim sendo, com o respeito aos princípios constitucionais, reduz-se o acesso ao Poder Judiciário, tornando-o o abrigo, no sentido do atingimento de sua sig-nificativa atuação, con-siderando que nesse desfecho surgem os pri-meiros raios solares da segurança jurídica.

A Responsabilidade do Poder Judiciário em Razão da Efetiva Atuação do Estado.

A PEC estabelece que, no âmbito das autarquias e fundações públicas, dos estados, do Distrito Fe-deral e dos municípios, os cargos efetivos de as-sistência, assessoramen-to, consultoria jurídica e de representação judi-cial e extrajudicial serão privativos de advogados, organizados em carreira, cujo ingresso depende-

rá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em todas as suas fases.

O debate foi sugerido pelo deputado Hélio Lei-te (DEM-PA). Segundo o parlamentar, a PEC cor-rige “erro histórico”, já que o texto constitucio-nal excluiu categorias de

advogados públicos. “A proposta cria condições para sistematização das estruturas jurídicas dos entes federados, obser-vando simetricamente o modelo adotado pela Advocacia Geral da União “AGU)”, afirma Hélio Lei-te.

Foram convidados para o debate:- O conselheiro federal da

OAB-Pará, José Alberto Soares Vasconcelos;- A vice-presidente da Associação dos Procura-dores do Estado do Pará, Ana Claudia Abdulmassih;- O presidente da Associa-ção Brasileira dos Advo-gados Públicos (Abrap), Marcos Stamm;- O presidente da Asso-ciação dos Procuradores Autárquicos e Fundacio-

nais do Estado do Pará (Apafep), Deivison Caval-cante Pereira;- A presidente da Associa-ção dos Consultores Jurí-dicos do Estado do Pará (Aconjur), Maria Apareci-da Reis Varanda;

A mesa-redonda ocor-reu no auditório do Cen-tro Integrado de Governo (CIG), em Belém (PA), a partir das 9 horas.

Mesa-redonda no Pará discute a PEC da advocacia pública nos estadosA comissão especial que analisa a PEC das Procuradorias de Estados e Municípios (Proposta de Emenda à Constituição 80/15) realizou mesa-redonda em Belém (PA).

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 4SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Criado para regular a vida em sociedade, pacificando os confli-tos sociais e almejando efetivar a justiça, cabe ao Direito a difícil tarefa de acompanhar a evolu-ção das transformações sociais, e, caso entender pertinente, dar roupagem jurídica aos nossos instrumentos e relações que sur-gem na era da pós-modernidade.

Neste contexto de inovações, uma das questões mais polêmi-cas que surgiram recentemente – e sobre a qual a Ciência Jurídi-ca evidentemente deverá se po-sicionar – consiste na chamada ideologia do gênero, ou ideo-logia da ausência de sexo, que originariamente foi defendida pela escritora francesa Simone Beauvoir e pela socióloga alemã Gabriele Kuby.

Mas, qual o significado des-sa ideologia do gênero? Ela é uma crença que sustenta que não existe apenas homem e mu-lher, mas que existem também “outros gêneros”; e que qual-quer pessoa pode escolher um desses “outros géneros”. Essa

ideologia sustenta ainda que os dois sexos — masculino e femini-no — são considerados constru-ções culturais e sociais,e por isso não existem.

Diante dessa ideologia, como deve se posicionar a Ciência Ju-rídica?

Por ter um caráter intrinsica-mente dialético, no Direito, de um lado, existem autores defen-sores da ideologia do gênero, e de outro, outros que são radi-calmente contrários a essa con-cepção, que atribui a diferença entre os sexos como sendo uma construção unicamente cultural, dissociada da biologia.

Com todo o respeito aos au-tores do Direito que aderem à ideologia do gênero, dela discor-damos, e objetivamos expor aqui, ainda que de forma sucinta, quais os fundamentos para rejeitá-la.

Se por um lado é certo que a ciência jurídica regula a vida so-cial, por outro, não é menos cer-to que não compete ao Direito em sua tarefa de estabelecer re-gras de conduta, dispor de forma

contrária aos fatos que advêm da natureza e das Ciências Biológi-cas.

Neste sentido, desde o mo-mento em que uma pessoa nas-ce, um dos traços de sua identi-dade é fixado unicamente pela Biologia: ou se nasce homem, ou se nasce mulher (à exceção, evi-dentemente dos hermafroditas).

Dessa forma, ao se lavrar a certidão do nascimento, o nome da criança, filho ou filha, após ser escolhido pelos pais, é lançado na certidão: poderá ser, exempli-ficativamente, Claúdio, Roberta ou Fernanda.

Não nos parece razoável que o tabelião, ao invés de efe-tuar o registro do nome dessa forma, determinasse, ao revés, que fossem registrados os no-mes de Cláudi@, RobertX ou Fernand@, sob o fundamento de que, futuramente, qualquer um dos três,após ter a consciência e inteligência amadurecidas, esco-lheria o seu sexo, de acordo com a sua vontade.

Caso isso efetivamente ocor-

O Direito e a ideologia do gêneroresse, o Direito estaria contra-riando a natureza e a Biologia.

É evidente que o Direito acom-panha as transformações sociais e regula questões modernas com a alteração do sexo, e também não tolera nenhuma discrimina-ção contra os homossexuais, lés-bicas, gays e transexuais, o que não se confunde, contudo, com a negativa da diferença entre os sexos, que advém unicamente do nascimento de qualquer pessoa, e não de uma construção cultural cristalizada no tempo.

Enfim, o Direito deve sim acompanhar as transformações sociais, sem, contudo, negar a natureza e a Biologia.

Afinal, como está expresso no artigo 1º. inciso I da Carta Mag-na de 1988, “homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-ções”

Rodrigo LychowskiProcurador Federal/Instituto de

Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Professor assistente de Direito do Trabalho da UERJ.

A seccional paulista da Or-dem dos Advogados do Brasil ajuizou ação direta de incons-titucionalidade junto ao Tri-bunal de Justiça de São Pau-lo para questionar o inciso II do artigo 4º da Lei Estadual 15.855/2015, que delimita a taxa judiciária. O dispositivo detalha que, no preparo da apelação e do recurso adesi-vo, ou nos processos de com-petência originária do tribu-nal, deverá ser recolhido 4% sobre o valor da causa, nos

termos do artigo 511 do Código de Processo Civil.

Na ação, a OAB-SP também fez um pedido de medida cautelar para que o inciso II do artigo 4º da Lei Estadual 15.855/2015 seja suprimido. Segundo o presidente da Comissão de Direito Tributá-rio da OAB-SP, Jarbas Machioni, que assina a petição inicial junta-mente com os advogados Walter Henrique e Bárbara Pizon Mar-tins, o valor da taxa judiciária fere a Constituição paulista.

Machioni explica que o valor

proposto desrespeita a capaci-dade econômica do contribuin-te, institui tratamento desigual e utiliza tributo com efeito de con-fisco. “O valor foi fixado ao aca-so propositadamente, sem esta-belecer-se qualquer relação de proporção à atividade judicante. Quer-se dizer, foi claramente instituído com objetivos arreca-datórios e de redução de presta-ção de serviço público essencial à manutenção do Estado de Di-reito, ferindo o elo da proporcio-nalidade entre a norma instituí-

da e seu fim”, argumenta.Ele ressalta, ainda, que os

entes públicos são os principais litigantes no Judiciário, sendo parte, como autor ou réu, em 51% dos processos. “O grande usuário do aparelho judiciário goza de uma isenção, data ma-xima venia, imoral. Imoral, pois tais entes, além de não pagar, sobrecarregam o órgão judiciá-rio, e alguns deles ainda não cumprem as decisões judiciais de pagamento [precatórios]”, afirma na peça.

Ação de InconstitucionalidadeOAB questiona legalidade de aumento das taxas judiciárias do TJ-SP

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br5 SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Allam SoaresProcurador Federal

Escreveu Bobbio que, às vezes, quando uns falam

com outros, não estão, na verdade, falando entre si: cada um fala consigo mesmo ou para uma plateia que o es-cuta. Isso porque dois monólogos não fazem um diálogo. Também existem os diálogos de surdos, dos que não têm boa fé: eles sabem que não irão recuar um pas-so, pois têm a convicção de aonde querem che-gar, sem, minimamente, retroceder.

Nós, idosos, somos inclinados a um endu-recimento de nossas posições, considerando as novas ideias ou as que são diferentes com enorme má-vontade. Quando opinamos, em geral somos pessimistas e, talvez, até poderemos acertar, já que as coisas, usualmente, pioram.

O Deus Tempo não foi generoso nem na mi-tologia, pois expulsou seu pai quando este dis-se que ele se perderia e seria expulso por seus filhos. O Tempo destruía tudo que produzia e de-vorava seus filhos, quan-do os via nascer. Há uma famosa tela de Rubens, no Museu do Prado, em Madri, que mostra Sa-

O Tempo e o Trabalho (1ª Parte)turno (Cronos) devorando seus filhos.

Bem, está em pauta o chamado Fator Previ-denciário, pelo qual eu e minha família fomos, na época, com revolta, atingi-dos. Assim pensei nos últi-mos anos e confirmei que o tempo não é impiedoso apenas na mitologia, mas, também, na vida. Para tan-to, basta questionar verda-des cristalizadas e atentar para o quadro social que vem aos poucos se deli-neando.

O País terá, nos próxi-mos anos, um perfil mui-to próximo ao que se vê nas nações desenvolvi-das, pois grande parte da população brasileira irá integrar o grupo econo-micamente não ativo. Aos inúmeros problemas que temos na saúde, no ensi-no fundamental, médio e superior, irá somar-se - com o envelhecimento crescente da população - o desequilíbrio progressivo do sistema previdenciário. Como, então, garantir, ao longo do tempo, uma ra-zoável qualidade de vida aos aposentados, inclusive com o devido reajuste des-ses benefícios.

O problema não é só brasileiro - embora aqui tenha sido agravado pelos enormes erros e incúria governamentais -, pois os europeus estão enfren-tando sérios problemas (inclusive imigratórios), em face da nova situação demográfica. No Brasil, a relação entre o número de contribuintes atuais e aqueles que recebem be-

nefícios caiu enormemen-te.

O atual sistema previ-denciário estima o paga-mento dos benefícios pelo número de anos. Por con-seguinte, os que se inati-vam mais tarde recebem um valor mensal maior do que os que preferem uma inativação precoce. A pre-tendida alteração desse sistema só deveria ocorrer se houvesse uma alternati-va para que os segurados do INSS prolongassem sua permanência no trabalho. Teria de haver uma idade minimamente razoável para que possam pedir aposentadoria ou, alter-nativamente, um aumento das alíquotas de contribui-ção - o que, por muito gra-vosa, parece-me inviável.

Nessa linha de racio-cínio, entendo, agora, o advento do fator previ-denciário, que causou a diminuição dos benefícios, inclusive o meu e os de mi-nha família. Ou se desesti-mulam, com seriedade e equilíbrio, as aposentado-rias precoces ou haverá uma bomba de efeito re-tardado sobre as finanças da Autarquia Previdenciá-ria, com a crescente difi-

culdade ou impossibilida-de de pagamento dos be-nefícios e pensões. Neste caso, a alternativa seria aumentar o déficit do Te-souro Nacional, que iria arcar com um pagamento eterno de uma crescente dívida previdenciária. O nome disso é inflação, que cairia sobre os ombros de todos, inclusive desses mesmos beneficiários e dos mais pobres, que to-dos dizem defender. Tudo isso, porém, será inútil se não fecharem os ralos da corrupção, por onde es-capa o suado dinheiro dos que trabalham.

Prevenindo usuais ale-gações de privilégios por-que os proventos públicos são, em geral, pagos pelo Tesouro Nacional, é bom frisar que foi a esse mesmo Erário que se recolheram, por muitos anos, as con-tribuições pelo conjunto dos servidores. Se gastou, à sua vontade, o total dos recolhimentos, isto é um problema do Tesouro, que agora tem de responder por essas aposentadorias.

Uma coisa, porém, une o trabalho público e o privado: ambos foram prejudicados por diversos

governos. Uns usan-do parte do montante recebido para ativida-des estranhas aos fins previdenciários, outros concedendo ganhos sob alegação de cunho social relevante. Isso sem falar na ausência de uma política de rea-juste que torne dignas as aposentadorias pú-blicas e privadas pagas pelo Poder Público.

Diga-se, ainda que, com a aprovação do Fundo Complementar para o Servidor Públi-co da União, os mes-mos têm de contribuir para este Fundo, a fim de terem direito a uma aposentadoria acima do teto do INSS. Também, por mudança constitu-cional, os servidores pú-blicos foram obrigados a pagar, de novo, à guisa de previdência, 11% da parcela de aposentado-ria que fique acima do teto previdenciário.

Por fim, os que in-gressaram no servi-ço público a partir de 1998, só se podem apo-sentar aos 60 anos de idade e com 35 anos de contribuição (homem) e 55 anos de idade e 30 anos de contribuição (mulher), sendo o cálcu-lo feito com base numa média de contribuições. Desestimula-se, assim, o ingresso no Setor Pú-blico, principalmente quando se leva em con-ta o elenco de deveres, proibições e punições que só os servidores pú-blicos têm.

“O objetivo do diálogo não é demonstrar quem é o melhor, mas chegar a um acordo ou, pelo menos, clarear as ideias

de ambas as partes.” (Norberto Bobbio,

O Tempo da Memória, p.9, Ed. Campos, 1996).

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 6SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy*

Respondendo a um Aviso do ministro da Justiça e Negócios Interiores, o consultor-geral da União opinou, em 1907, sobre suposta injúria cometida por estudante em Exame de Madu-reza**.

Questionava-se a legalidade de aplicação de regra do Có-digo de Ensino então vigente, que punira com reprovação um candidato que, respondendo a uma questão proposta no exa-me, referira-se insolen temente à República e favoravelmente ao Império.

Como se lerá no parecer, o candidato, ao dissertar sobre o alcance social da Proclamação da República, havia escrito que, no Império, havia caracteres, e que, na República, não os havia. E que, no Império, a moralida-de era representada na figura respeitável do imperador, en-quanto, na República, vingava o regimento da imoralidade, do filhotismo, da sem-vergonhice e da ladroeira.

O estudante fora reprovado com base no argumen to de que faltara com o respeito e a devida atenção à banca examinadora.

No entanto - entendeu o pa-recerista –, deveria se provar objetivamente que os examina-dores teriam sido desacatados ou injuriados, pessoalmente, pelo aluno que se reprovou.

Reconheceu-se que as frases

lançadas na prova eram de fato insólitas. Porém, não atingiam direta mente os professores que aplicaram o exame. Eviden ciou-se tratar-se de juízo apaixonado sobre formas de governo. Não havia, na compreensão do pare-cerista, a pessoalidade do trata-mento injurioso, que a punição reclamava. Segue o parecer.

Gabinete do Consultor-Geral da República. Rio de Janeiro, 5 de outubro de 1907.

Sr. Ministro de Estado da Jus-tiça e Negócios Interiores.

Respondo a consulta formula-da no Aviso desse Ministério n. 1.860, de 12 do mês findo e pa-péis que o acompanham, sobre saber se foi legal a aplicação, em ato regido pelo Código do Ensino e pelo Regu lamento do Ginásio Nacional, do dispositivo penal consignado nas Instruções de 23 de novembro de ·1901.

O estudante Leven Vampré, prestando Exame de Madureza no Ginásio da Capital do Estado de S. Paulo, na prova escrita de português, que versava sobre o tema “A. Proclamação da Repú-blica e seu alcance social”, es-creveu o seguinte: “No Império havia caracteres, na República não os temos. O Império era a moralidade representada na fi-gura respeitável do Imperador, a República é o regimento da imo-ralidade, do filhotismo, da sem-vergonhice, da ladroeira”

Em virtude disto, conforme informou o delegado fiscal res-pectivo, foi aquele examinando reprovado, fundamentando a

mesa examinadora esse ato no dispositivo do art. 64 das ins-truções aprovadas pelo Decreto n. 4.247, de 23 de novembro de 1901, que é redigido nestes ter-mos: “Os candidatos que forem encontrados com livros, apon-tamentos ou quaisquer notas particulares serão excluídos do exame e considerados como re-provados. Na mesma disposição incorrerão os que não se por-tarem com o devido respeito e atenção”.

Ora, as referidas instruções regulam os exames parcelados, e porque as penalidades esta-belecidas nessas instruções são restritamente imputáveis aos candidatos a tais exames, seria exorbitante aplicá-las a exami-nandos de outra natureza, e que tem a sua lei nas disposições do Código do Ensino e Regulamento do Ginásio Nacional, onde nada se dispôs sobre o assunto.

Quando, porém, se pudesse aplicar aos exami nandos de ma-dureza o preceito do citado art. 64, ainda assim não teria razão de ser a imposição da pena de que se trata, porque seria neces-sário provar que a mesa ou os examinadores houvessem sofri-do desacato ou sido injuriados. Ora, para que se verifique desa-cato ou injúria a autoridades ou corporações oficiais, é indispen-sável que o ultraje ou ofensas sejam dirigidos a pessoas que represen tem a autoridade públi-ca, no exercício de suas fun ções. E outro não pode ser o sentido das expressões empregadas na-

quele artigo.Portanto, ainda que se consi-

derem insólitas as frases escritas na prova pelo examinando, des-de que tais frases não tenham por fim ofender os pro fessores, não havendo o animus, isto é, a intenção dolosa, mas apenas um juízo apaixonado sobre formas de governo, que são coisas abs-tratas, sem personalidade em que recaia a ofensa, segue-se que os examinadores deviam ter julgado as provas pelo seu valor histórico-científico.

Penso, pois, que o recurso me-rece provimento para ordenar que as provas sejam julgadas segun do o seu valor científico.

T A. Araripe Júnior.

* Livre docente em Teoria Ge-ral do Estado pela Facul dade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Doutor e Mestre em Filosofia do Direi-to e do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Consultor-Geral da União.

** Exame de Madureza era um teste de aferição de conheci-mentos curriculares, vigente no Brasil em meados do sé-culo 20, destinado a cidadãos maiores de 16 anos (Exame de Madureza Ginasial) ou maio-res de 19 anos (Exame de Ma-dureza Colegial), interessados em ter acesso ao correspon-dente diploma de conclusão ginasial ou colegial.

O caso do estudante que criticou a República em um exame de Madureza

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br7 SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Carmen Lucia Vieira Ramos LimaProcuradora Federal

Poucas profissões exigem tanto de quem as pratica

como a Advocacia. Do Advogado, Público ou não, espera-se um co-nhecimento do Outro muito maior do que se imagina. O propósito da sua atuação o faz lidar com interesse coletivo / individual e compreen-der a relação estabele-cida, de maneira muito próxima, entre repre-sentante / representado, a fim de se sentir toca-do por aquela súplica e compartilhar verdadei-ramente o pleito. Para Jacques Derrida, filósofo francês, olhar da pers-pectiva do Outro, sugere linguagem construtiva / desconstrutiva de ima-gens, valores, símbolos. Todo diálogo, convívio humano, pessoal, social, institucional é facilitador pois, podendo desfazer equívocos, solucionar questões, realça o que importa e fortalece a possibilidade de supe-rar problemas. Em face de situações injustas, a vitória não teria maior sabor; na serenidade de se abrirem horizontes de esperança, mudan-ças poderiam dar novo sentido às situações de litígio.

A AGU, através de acor-dos, negociações, tem conseguido vitórias, de-volvendo aos cofres públi-cos verbas indispensáveis à manutenção de progra-mas e atividades gover-namentais. A atuação dos dignos representantes da Advocacia Pública, neste momento em que o Bra-sil sente no seu espaço geográfico / soberano, os reflexos das tremendas di-ficuldades externas, com preocupações internas, no que tange ao momen-to democrático, tem im-pactado favoravelmente o Poder Legislativo. Recen-temente, a Câmara Fede-ral, em festejada 1ª sessão de votação, reconheceu o pleito da categoria, no que concerne à PEC 443/09.

Ora, quanto a conflitos, em meados do século XX, o mundo passou por con-vulsões na África do Norte, Central e do Sul, no Sudes-

te Asiático, em Berlim / Alemanha, em Cuba e nos EUA. Com tais distúrbios após a 2ª Guerra Mundial; os fatos pareciam dese-nhar um horizonte muito frágil. No entanto, a situa-ção sócio-jurídica mundial – governos, tribunais inter-nacionais etc – foi, nos se-guintes 20 anos melhoran-do, e sendo acomodada, com vistas a um recomeço, sopesado pelo interesse de sobrevivência dos povos.

Da turbulência do mun-do atual esperamos que saiam nações mais fortale-cidas, mais harmoniosas, determinadas a aceitar uma redefinição de fron-teiras, criação de políti-cas mais condizentes com a realidade atual, com-preensão universal dos di-reitos humanos.

O homem traça seu ca-minho de convivência e de paz com seus vizinhos. O uso de armas de grosso

calibre e o extermínio não se coadunam com o desejo de buscar novos horizon-tes, criar oportunidades de bem viver. O uso de armas e de drogas destrói sociedades, possibilidades, esperanças. É a linguagem autoritária, do monólogo.

Ninguém está realmen-te pronto para algo até que o experiencie. Entretanto, após ter vivenciado o fato, pode-se dizer se chegou o momento de realizar mu-danças. O momento de vi-ver uma nova realidade. Ser consciente e compartilhar ideias e ações em terreno fértil é aproveitar com ra-cionalidade a época vivida.

Mais que temores hu-manos que fizeram povos se armarem, usarem da força, matarem semelhan-tes e fugiram de suas pá-trias, em virtude de atos relacionados, principal-mente, com o abuso de po-der, a ênfase em ações de

saúde, educação e me-lhoria dos níveis básicos de vida deve mobilizar as instituições que lu-tam pelo acesso de ci-dadãos à conquista de seus direitos.

Os Advogados Pú-blicos, engajados nas ações desenvolvidas pelo nosso País Repu-blicano e Democráti-co, sempre marcaram presença no desvelo pelo crescimento po-lítico-econômico das diferentes regiões do Brasil. Trabalhando para o bem comum, constituindo um setor de unidade / utilidade para fomentar as rela-ções sócio-institucio-nais, a Advocacia Públi-ca é fator de agregação e instrumento de con-córdia, fração da Políti-ca com P maiúsculo no conjunto institucional brasileiro.

Todos Lutamos por Condições Melhores de Vida

Reflexões:• Civilização, humanidade, unidade são uma coisa só: trata-se da possibilidade alcançada pelos homens de viverem em paz.• A justiça humana é uma justiça parcial pois, exercida por seres humanos, imperfeitos.• Vivemos tempos tumultuados. Sem amor, a vida perde a beleza e o significado.• Justiça social é o grande desafio da humanidade, no momento.• Segundo o filósofo norte-africano, séc. IV-V d. C., Santo Agostinho: “Paz é a tranquilidade da ordem”.• A Ética contemporânea envolve cada vez mais ciência, tecnologia e democracia.• A estratégia de negociação aproxima os agentes participantes das atividades, mais produ-tivamente. A justiça humana, em sendo uma justiça parcial, produz soluções de acordo com a sua falibilidade.• A beleza da Advocacia: “o homem é questão de fé no homem”. Eterno aprendizado. O Ou-tro é o nosso espelho.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 8SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Em 05 de dezembro do ano de 1985, tive a honra de pertencer

à Diretoria desta Asso-ciação, na qualidade de 1º Secretário, a qual en-cabeçava à época, como Presidente da mesma, o Saudoso Dr. Mauro Mon-teiro de Paiva.

No Jornal da APAFERJ, relativo ao mês de outu-bro do ano de 1996, sob o Título – PEÇO A Palavra – presto homenagem a ele, após o seu falecimen-to, dizendo dentre outras considerações o seguinte:

Foi-se o nosso saudo-so Dr. Mauro Monteiro de Paiva, incansável de-fensor de nossa Cate-goria, o qual, satisfeito, escrevia mostrando a todos através de Jornais da APAFERJ, até mesmo, através de fotos, apon-tando e elogiando cole-gas, outrora lutadores, iguais a ele, descrevendo com minúcias o desenro-lar de 40 (quarenta) anos de luta em prol de nossa categoria de Procurado-res. Lembro-me quando via, ou com ele me en-contrava, sempre no sen-tido de o auxiliar nos pro-blemas que no dia a dia surgiam relacionados a nossa Associação, notava nele uma força incontes-tável, própria dos que se notabilizavam na história como Heróis ou Profe-

tas, aqueles que cheios de amor às causas que desfraldavam marchavam firmes para almejarem os seus alvos, objetivos ou ideais: aqueles que mes-mo quando caminhavam no escuro colocavam lu-zes para iluminarem os que passavam, ou que, estavam prestes a pas-sar: aquele que onde se faz presente, toda a co-munidade ao seu redor é assistida, aquele que não mede esforços para seguir sempre em fren-te, carregando consigo a sua gente, o seu povo, o seu protetorado e os tem todos com o maior amor, ou o faz sem envidar o mínimo de dificuldades. Aquele que em nenhum momento foge das lutas e tudo o que faz é com muito prazer, em prol de terceiros, que se acham agrupados ao redor de sua esfera de luta.

Lembro-me que quan-to estava prestes a ter que deixar de colaborar com a APAFERJ devido a Faculdade de Teologia a qual passei a cursar e os horários passaram a ser incompatíveis, indaguei ao meu íntimo, e este de pronto me respondeu:

“Ronaldo você ago-ra pode se afastar de seus trabalhos junto à APAFERJ porque além do Dr. Mauro, chegou para engrossar as fileiras des-ta nossa Associação, o Dr. Hugo Fernandes, o qual sem demérito dos outros, completará, o claro deixa-do por você, e, vale muito

mais, porque ele é tudo aquilo que você desejava para nossa Associação, você deve se conformar e ficar feliz, porque você serviu de semente para esta Associação que cres-ceu”, tal qual o trecho do profeta Bíblico Isaias que diz no capítulo, 55 versí-culos 10 e 11, o seguinte: “Como a chuva e a neve descem do Céu e só retor-nam a ele, após adubar e brotar a terra, assim poderá ser nossos atos e nossas palavras, não vol-tarão vazios, farão tudo o que nos apraz e prospe-rarão naquilo para que as designamos”.

Dr. Mauro Monteiro de Paiva: gostaria que o se-nhor escutasse das alturas infinitas na qual o repou-so eterno se faz presente o seguinte: “o seu corpo se foi mas o que eterniza

e dignifica o homem não é o corpo, são os seus exem-plos deixados nesta nossa Terra” o corpo e mais o invólucro exterior o qual Deus nos apresenta a este planeta Terra.

Pelo que diz o Após-tolo em sua 1ª Carta aos Coríntios capítulo 15, se deduz que pessoas ilu-minadas como foi o nos-so Saudoso Dr. Mauro, não morrem, trocam de posição no sentido da eternização. Alega den-tre outras considerações, no capítulo 15, vv 35 e seguinte: “tudo o que se-meia não é vivificado se primeiro não morrer”.

Deus dá ao corpo como lhe aprouver, e a cada uma das sementes um corpo próprio.

Nem toda carne (vers. 39) é uma mesma carne, mas uma é a carne dos

Homenagem póstuma ao Dr. Mauro Monteiro de Paiva, segundo Presidente da APAFERJ

homens, outra a carne dos animais, outra das aves e outra a dos peixes.

Também há (vers. 40) corpos celestes e corpos terrestres, mas um é a glória dos Celestes e ou-tro a dos Terrestres.

Um é a glória (vers. 41) do Sol, outro a glória da Lua e outro a das Estrelas, porque até entre as Estre-las uma difere da outra em matéria de glória e es-plendor.

Assim também (vers. 42 e 43) é a ressureição dos mortos, semeia-se o corpo em fraqueza e o ressuscita em poder.

Acha-se escrito (vers. 45) que o primeiro Ho-mem ‘Adão’ tornou-se alma vivente, o último Es-pírito vivificante.

O primeiro Homem (vers. 47) sendo da Terra é Terreno, o segundo é do Céu.

O primeiro é Corpo Terrestre e o segundo é Celestial.

De tudo isto se deduz que pessoas iluminadas como foi o saudoso Dr. Mauro Monteiro de Pai-va... NÃO MORREM!

Trocam de posição no sentido da ETERNIZAÇÃO CELESTIAL.

Repisemos o que disse o saudoso Apóstolo Pau-lo, o primeiro Homem foi Adão.

Adão foi corpo Ter-restre sofreu na Terra, enquanto aqui vivera as influências terrestres até passar para Corpo Celes-tial.

Ronaldo de Araújo MendesProcurador Federal

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br9 SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Prezado Associado,Seja um colaborador

do seu jornal. Envie artigos, monografias, casos pitorescos de sua vida forense, biografias de juristas famosos e

tudo que se relacione com assun-tos jurídicos.

Os trabalhos após analisados, poderão ser publicados.

Obs: Os textos não deverão ultra-passar duas laudas, espaço dois.

As pessoas de bem que olham de forma ilu-minada na ânsia de servir a seus semelhantes, em prol da Coletividade, ou seja, em Defesa de Clas-ses, Categorias, Povos, tribos, Nações, tal qual os grandes lideres e profetas do passado, que assim o fizeram no decorrer da História da Humanidade, não MORREM, DE CORPO TERRESTRE PASSAM PARA CORPO CELESTIAL!

Diz o saudoso José In-genieros, considerado um dos maiores filósofos de nosso século, em sua Eterna Obra ‘O Homem medíocre (página 79, Edi-tora Progresso – 1958’ o seguinte: “que os idealis-tas ensinam a purificar a conduta, no filtro de um ideal, impõem seu res-peito aos que não podem concebê-lo, eles têm a sua arma no culto dos gênios, dos Santos e dos Heróis; despertando-o, assina-lando exemplos, para as inteligências, e, para os corações... Os homens que viveram em perfeita eflorescência de virtude, revelam com seus exem-plos que a vida pode ser intensa e conservar-se digna, sem se encharcar nos lodaçais sinuosos, encrespar-se de paixão, tempestuosamente como o Oceano, sem que a vul-garidade turve as águas cristalinas da onda, sem que o rudilar de suas fon-tes seja empanado pelo limo”.

É de se esclarecer que o Dr. Mauro Paiva não foi apenas defensor de nossa Categoria de Procurado-res, segundo pesquisas realizada em revista da-tada de quase 50 anos

atrás, (a 1ª datada do mês de março de 1949 – vol. 81–) o nome do Dr. Mauro Paiva surge fazendo parte do elenco de jornalistas colaboradores de revista editada naquela época de nome PANFLETO, ao lado dos maiores expoentes da época, tais como, CAFÉ FILHO (ex-presidente da República), Clovis Rama-lhete (ex-consultor Geral da República); Guilherme Figueiredo (irmão do ex-presidente da República – João Batista Figueire-do), Edmar Morel, Doutel de Andrade, Modesto de Abreu, Agripino Grieco e outras figuras destacadas de nosso ‘plantel’ político e jornalístico da metade do século.

Dr. MAURO PAIVA, an-tes de existir os proje-tos protetores de nossa Amazônia – Calha Norte, Sivam e outros, surgia no volume 92, págs. 28 e 29, de tal revista, defendendo a nossa Amazônia.

Sob o Título ‘Não va-mos entregar a Amazônia ao Imperialismo America-no’.

No Volume 81 da re-vista à pagina 27, criti-ca o Plano Econômico proposto ao Brasil pelos Americanos, denominado PLANO SALTE, sob o argu-mento que tal plano ‘Era mais a favor dos ricos do que dos pobres’, segun-do deduziu de entrevista formulada, à época, por ele ao saudoso ex-Minis-tro do Supremo Tribunal Federal, Hermes Lima naquela época Deputado Federal.

No volume 89, páginas 17 e 18 de tal revista Pan-fleto, aparece como ‘DE-FENSOR DOS FLAGELA-DOS E DOS POBRES SEM

TERRAS’.INVESTINDO contra os

políticos da época – sob o Título ‘Os políticos não conhecem o povo’ (vol. 95 págs. 28/29), Dr. Mau-ro asseverava às págs. 29, dentre outras considera-ções, que ‘O homem sai do campo para as cidades em nosso país, porque os políticos não conhecem o nosso povo e procuram apenas edificarem pro-jetos arquitetônicos de luxo, sem pensar nas ne-cessidades vitais do po-bre...’

Sob o Título ‘Primeiro as ruinas humanas’ ele in-veste contra VERBA apro-vada na Bahia destinada a melhoria de Monumento Histórico quando nada se fizera naquele Estado ‘a favor dos miseráveis que moravam nas Favelas (vol. 94 pág. 27)’.

Criticando, mais uma vez, os políticos daque-la época (1949) escreve dando o Título a tal re-portagem de ‘Alegria do Palhaço’, quando os mes-mos em época eleitoral surgiam cheios de Carta-zes, alto-falantes e uma série de instrumentos so-noros, tentando induzir o povo através de promes-sas ou propagandas en-ganosas, as quais nunca seriam cumpridas (vol. 95 b pág. 21).

Estas são as home-nagens as quais foram cobradas na época pela minha credora consciên-cia, e não poderia deixar de as externar, ao culto e modesto ex-presidente da APAFERJ, companhei-ro e amigo, não só de todos nós, mas também de um BRASIL MELHOR PARA TODOS OS BRASI-LEIROS.

O presidente da OAB/DF, Ibaneis Rocha, foi ho-menageado durante a abertura do XLI Congresso Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, realizada na última terça-feira (13), em Brasí-lia. Ibaneis recebeu o certificado de reconhecimento por sua atuação em favor das garantias e prerroga-tivas profissionais dos advogados públicos das mãos do presidente da Associação dos Procuradores do Dis-trito Federal, Elder Araujo Barros. “A Ordem é fiel e aguerrida defensora das prerrogativas da advocacia pública”, agradeceu Barros à Seccional do DF e a OAB Nacional.

“A luta pela valorização da carreira de advogado público tem sido uma das prioridades de nossa gestão à frente da OAB/DF. E a Ordem é a casa de todo ad-vogado, esteja ele no exercício da atividade privada, quanto na esfera pública”, disse Ibaneis.

Comunicação social – jornalismoOAB/DF

Ibaneis Rocha é Homenageado por Procuradores e Advogados Públicos

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 10SETEMBRO/OUTUBRO • 2015 10JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.brSETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Os ministros da Advocacia-Ge-ral da União (AGU), Luís Inácio Adams, e do Planejamento, Orça-mento e Gestão, Nelson Barbo-sa, anunciaram nesta quinta-fei-ra (15/10) uma série de medidas de fortalecimento da advocacia pública federal. Entre elas, a re-gulamentação do pagamento de honorários de sucumbência; a per-missão para o exercício da advoca-cia privada; a unificação das carrei-ras jurídicas; a criação de um plano de carreira para os servidores ad-ministrativos da AGU; e a reestru-turação dos cargos comissionados da instituição.

As mudanças, que atendem a antigas reivindicações dos inte-grantes das carreiras da institui-ção, já foram autorizadas pelo Palácio do Planalto. As propos-tas, contudo, ainda terão que ser aprovadas pelos sindicatos e asso-ciações representativas antes de serem enviadas para o Congresso Nacional. “Entre as carreiras de Estado, a AGU é a primeira que estamos apresentando proposta. Ainda teremos de conversar com a Receita Federal e a Polícia Federal. O acordo terá que ser feito com os sindicatos até 30 de novembro. É um prazo bem amplo”, resumiu Nelson Barbosa durante a reunião com dirigentes da AGU.

O pagamento dos honorários já estava previsto no novo Código de Processo Civil (CPC), que entrará em vigor no início do próximo ano. Com a regulamentação, um per-centual dos valores pagos por par-tes que perderem litígios judiciais com a União e as autarquias fede-rais serão revertidos para os mem-bros da AGU. A estimativa inicial é de que a medida represente um acréscimo de R$ 3 mil por mês aos vencimentos dos advogados públi-cos a partir de agosto de 2016.

Carreira de apoioJá a criação de uma carreira de

apoio própria da AGU tem como objetivo proporcionar aos advo-gados públicos o suporte adminis-trativo e técnico necessário para que eles possam se concentrar na atuação judicial. Atualmente, os 1,5 mil servidores administrativos do quadro próprio da instituição pertencem a uma carreira geral do Executivo federal e boa parte do restante dos funcionários é cedida de outros órgãos públicos. O novo plano de carreira está em fase final de elaboração.

Representantes da Associação dos Servidores da AGU (Asagu) reuniram-se com o advogado-ge-ral da União antes do anúncio do conjunto de medidas. A categoria recebeu em primeira mão a infor-mação de que a criação do plano foi autorizada pela presidenta da República, Dilma Rousseff, e pelo Ministério do Planejamento.

O presidente da associação, Danton Freitas, destacou que a principal conquista será o aprovei-tamento dos servidores que opta-ram por permanecer no quadro

da AGU com a entrada em vigor da Lei nº 10.480/2002, que deu a eles a oportunidade de fazer essa escolha. “Esse plano resgata a im-portância desses servidores que contribuíram para o crescimento do órgão e vão contribuir ainda mais a partir do primeiro passo para sua valorização e reconheci-mento”, afirmou.

Advocacia privada, carreiras e funções

A permissão para exercer a ad-vocacia privada já existe nas pro-curadorias de diversos estados e municípios. Adams ressaltou, no entanto, que a autorização no âm-bito da AGU será regulamentada e fiscalizada para evitar eventuais conflitos de interesse. O ministro também informou aos dirigentes que a instituição irá passar por uma reestruturação dos cargos comissionados, com a transfor-mação da maior parte deles em funções gratificadas que deverão ser exercidas por servidores efe-tivos. Por fim, o advogado-geral da União ainda confirmou que as carreiras da AGU poderão ser uni-

ficadas. A medida tem como obje-tivo racionalizar a atuação jurídi-ca e administrativa da instituição, mas ainda deverá ser discutida amplamente pelos membros an-tes de ser implantada.

Andar para a frentePara Adams, o conjunto de me-

didas dá uma resposta às carrei-ras que estavam mobilizadas por reajustes salariais e é uma opor-tunidade para que a AGU desem-penhe de maneira cada vez mais eficiente suas atribuições. “É im-portante que nós andemos para a frente. A instituição não pode cair em uma lógica autodestrutiva. Esse debate cumpriu um papel, mas esse papel já se esgotou. E cabe a cada um de nós recuperar a instituição. Os aperfeiçoamen-tos têm que ser construídos. Mas, equacionado, no que é possível, a parte remuneratória, que nós possamos de fato ter um avanço institucional que mantenha a AGU no patamar que a Constituição es-tabeleceu para ela”, argumentou o ministro.

Raphael Bruno e Wilton Castro

Ministros anunciam regulamentação de honorários e criação da carreira de apoio da AGU

Foto

: Wes

ley

Mca

llist

er/A

scom

AG

U

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br11 SETEMBRO/OUTUBRO • 201511 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Festa dos Aniversariantes

Dr. Antonio Lages Cavalcanti cercado de amigos, que foram homenageá-lo pelo seu aniversário comemorado

no dia 14 de setembro.

APAFERJ promove debate sobre a PEC 443,

com Advogados Públicos e Policiais

Os membros da Advoca-cia-Geral da União têm envi-dado esforços no Parlamen-to para fins de aprovação da PEC 443. O governo e parte dos veículos de comunicação tentam lhe atribuir equivo-cadamente a pecha de pau-ta-bomba, como se fosse incompatível com o ajuste fiscal. Mas a PEC não trará impacto orçamentário ime-diato, eis que seus efeitos financeiros só serão imple-mentados após dois anos da promulgação. Além disso, o impacto corresponderá a apenas 0,21% do retorno fi-nanceiro que a AGU, com o seu trabalho, deu à socieda-de somente em 2014 (quan-do arrecadou e economizou R$ 625 bilhões, diante de or-çamento de R$ 2,3 bilhões; um superávit de mais de R$ 620 bilhões).

Trata-se de uma das me-didas de fortalecimento ins-titucional que buscam con-ferir paridade de armas com a magistratura e as demais Funções Essenciais à Justiça, tais como o Ministério Públi-co e a Defensoria Pública — equilíbrio que foi objeto de preocupação do constituin-te, evitando desnivelamento entre as mencionadas carrei-ras.

É importante que se sai-ba que os membros da AGU atuam em áreas estrategi-

A Importância da PEC nº443 para o

Estado e a Sociedadecamente relevantes, como o combate à corrupção, à lava-gem de dinheiro, à sonega-ção e recuperação desses va-lores; participação no marco regulatório de políticas pú-blicas; arrecadação tributá-ria; defesa judicial em causas bilionárias; obras do PAC, a Olimpíada; o Enem; petróleo e pré-sal; e viabilização de obras de mobilidade urbana. Causas bilionárias e de rele-vância estratégica exigem um órgão estruturado, bem como advogados altamente qualifi-cados, sob pena de prejuízo aos cofres públicos, à socie-dade e de continuidade do processo de evasão desses profissionais.

O papel constitucional destinado aos membros da AGU é de defesa do Estado e do patrimônio público, não devendo ficar sob o jugo dos interesses do governo de oca-sião. Ainda que estritamente sob o prisma econômico-fi-nanceiro, o implemento de tais medidas estruturantes representam um investimen-to estratégico, sobretudo se considerarmos o ínfimo per-centual de incremento frente ao ‘desempenho financeiro’ da AGU em prol da sociedade e a certeza de que a melhor qualificação de seus quadros e das condições gerais de tra-balho implicará retorno eco-nômico ainda maior ao país.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 12SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Rio de Janeiro (RJ) - Sob a coordenação do Ministro do Superior Tribunal Federal, Dr. Luiz Fux, e com a participação de renomados membros da comissão de juristas no corpo de palestrantes, o Seminário objetiva apresentar a ideolo-gia do Novo Código de Pro-cesso Civil, assim como suas principais inovações, o direi-to intertemporal, as altera-ções meramente redacionais e o modo de convivência de

alguns atos iniciados sob a égi-de do instrumento de 1973 que terão seus efeitos sob o regra-mento de 2015.

O evento ocorrerá no dia 19, das 7h30 às 17h45, no hotel Windsor Atlântica Hotel, na ci-dade do Rio de Janeiro, e as pa-lestras esclarecerão o que será fundamental e indispensável ao operador do Direito diante des-te novo desafio.

A abertura será feita pelo mi-nistro Dr. Luiz Fux, assim como

A Advocacia-Geral da União (AGU) evitou que um grupo de analistas tributários da Receita Federal obtivesse indevidamente na Justiça o direito de se aposen-tar por um regime jurídico vigente em período anterior ao ingresso dos servidores no órgão público. Os dez funcionários alegaram na Justiça que teriam direito ao be-nefício porque eram servidores estaduais ou municipais antes da entrada em vigor da lei que alte-rou as regras de aposentadoria no serviço público federal, insti-tuindo a previdência complemen-tar (Lei nº 12.618/12).

Contudo, a Advocacia-Geral ar-gumentou que os servidores que acionaram a Justiça eram oriun-dos de outros entes da federação e, portanto, não haviam adquiri-do qualquer direito ao regime ju-rídico do serviço público federal. “Servidor público é aquele de de-terminado ente político. Não há a figura do servidor público nacio-nal. O servidor pode ser federal, estadual, distrital ou municipal. A relação jurídica do servidor se dá

ral antes da entrada em vigor da lei que estabeleceu a previdên-cia complementar. A decisão ob-servou que os funcionários não podiam pleitear “regime jurídico previdenciário ao qual nunca es-tiveram vinculados”.

A PRU1 é unidade da Procura-doria Geral da União (PGU), órgão da AGU.

Processo N° 0077375-43.2013.4.01.3400 - 22ª Vara

Federal do DF.Letícia Helen/Raphael Bruno

sempre com um ente específico”, esclareceu a Procuradoria-Regio-nal da União da 1ª Região (PRU1), unidade da AGU que atuou no caso.

De acordo com os advogados públicos, o artigo 40 Constitui-ção concede, inclusive, autono-mia para cada ente estabelecer a previdência complementar de seus servidores, de maneira que tornar a eficácia do regime com-plementar da União dependente da implantação em outros entes afrontaria o princípio federati-vo.

Os advogados públicos aler-taram, também, para os riscos de uma decisão judicial autorizar servidores novos a optarem por regimes jurídicos antigos. Segun-do a PRU1, tal medida significaria “a eternização da não submissão dos novos servidores ao teto fi-xado pela União, mesmo após tal ente ter exercido a sua legítima prerrogativa de instituir um regi-me de previdência complementar para seus servidores e fixar um teto para o pagamento de seus

benefícios. Bastará que tal ser-vidor ingresse previamente em cargo público de outro ente da federação que ele estaria livre de se submeter ao texto fixado pela União”, argumentou a procurado-ria.

O Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1) julgou improcedente o pedido dos ana-listas tributários, destacando que os servidores só teriam direito ao regime jurídico anterior se tivesse tomado posse na Receita Fede-

a apresentação do primeiro tema: “A ideologia do Novo CPC, uma visão de conjunto e as principais inovações”. Outros assuntos relevantes presentes na programação incluem “Os recursos no novo CPC e a for-ça da Jurisprudência”, “Cumpri-mento de sentença e execução extrajudicial, aspectos relevan-tes”, “Tutela provisória de ur-gência e evidência”, “Incidente de resolução de demandas re-petitivas”.

Merecem destaque os pales-trantes, pela larga experiência na área. Estarão presentes Dr. Bruno Dantas, Prof. Humberto Theodoro Junior, Prof. Adroal-do Furtado Fabrício, Prof. José Miguel Garcia Medina, Prof. Jose Roberto Dos Santos Beda-que, Prof. Paulo Cesar Pinheiro Carneiro, Profa. Teresa Arruda Alvim Wambier.

As inscrições podem ser fei-tas pelo site: http://semina-

rionovocpc.com.br.

AGU comprova que servidores devem observar novas regras de aposentadoria

Foto

: Wes

ley

Mca

llist

er/A

scom

AG

U

Seminário o Novo CPC na Visão da Comissão de Juristas

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br13 SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Em boa paz com teólogos e filósofos, a mim se me afigura que o homem é um composto de grandeza e pequenez, uma dualidade de gigante e de pigmeu.

(Camilo Castelo Branco)

Os livros de história contam que naquele 5 de outubro de 1988 o Congresso Nacional estava em pol-vorosa. Do lado de fora, os milita-res saudavam parlamentares com tiros de canhão e fogos de artifício. Dentro, todos sabiam que estavam vivendo um momento ímpar. “De-claro promulgado o documento da liberdade, da dignidade, da demo-cracia e da justiça social do Brasil”, disse o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, ao apresentar a nova Carta Magna ao povo bra-sileiro.

Além de devolver a democracia ao povo brasileiro, a promulgação da Constituição Federal inaugurou uma nova era para diversos segmentos da sociedade. Inclusive para o meio jurídico e, principalmente, para a advocacia pública. Pela primeira vez na história, o texto da lei máxima do Brasil atribuía a outro órgão que não o Ministério Público a competência de representar judicialmente os três poderes da União. Nascia, ali, o em-brião da Advocacia-Geral da União, que seria efetivamente organizada em 1993, a partir da publicação da sua Lei Orgânica.

As discussões que antecederam a inclusão de um novo órgão no sistema judicial, no entanto, foram anteriores à própria CF. Autor de “A História do Brasil Contada pela Advocacia Pública Consultiva”, o procurador da Fazenda Nacio-nal Arnaldo Godoy explica que o discurso de criação de um órgão que acabasse com a contradição que colocava o Ministério Público como autor e réu em ações judi-ciais que envolviam a União come-

çou no início da década de 1980. “Uma das vozes mais enfáticas

na época era a do ministro Sepúl-veda Pertence, na época procura-dor-geral da República, que apon-tou para um modelo distinto que teve como resultado a criação de uma advocacia pública como en-tendemos contemporaneamen-te”, ressalta Godoy.

PrimórdiosO primeiro passo para concre-

tizar o novo conceito, no entanto, foi dado por outro famoso jurista. Saulo Ramos, nomeado em 1986 consultor-geral da República, via-bilizou, junto ao governo central, a publicação de dois decretos que or-ganizaram a advocacia pública con-sultiva. Sancionadas em julho e de-zembro do mesmo ano, as normas deram fôlego e força política para a que um órgão que representasse a União judicialmente fosse incluída na Assembleia Nacional Constituin-te, instituída um ano depois.

Quem afirma é uma testemu-nha da maior parte dos aconte-cimentos e contemporânea das pessoas que participaram de todo aquele movimento, a procurado-ra federal Maria Jovita Valente. Segundo ela, os principais atores desse momento histórico tiveram que superar uma imensa resistên-cia, principalmente por parte de alguns membros Ministério Públi-co que temiam, à época, perder parte de suas prerrogativas.

Apesar de ter sido pioneira na AGU, inclusive com participação decisiva na estruturação do ór-gão, ela afirma, no entanto, que a instituição nasceu, de fato, com a

promulgação da Constituição. “A criação da AGU ocorreu no tex-to constitucional. A Lei Orgânica trouxe, na verdade, a organização e o funcionamento do órgão. A ad-vocacia pública nasceu na consti-tuinte”, defende, incisivamente.

O doutor e professor de história do direito constitucional na Uni-versidade de Brasília (UnB), Cris-tiano Paixão, afirma que o status constitucional da AGU, alcançado a partir de 1988, garantiu prote-ção às prerrogativas da institui-ção. Para ele, a previsão de um órgão defensor da União é fruto da própria evolução do direito. “A Advocacia-Geral é essencial para a democracia brasileira, principal-mente na defesa dos interesses públicos. É uma entidade criada pela Carta Magna para, no final, também defendê-la. Dentro do sistema de Justiça, é forte e cen-tral o papel desta instituição”, re-conhece.

Com a missão de atuar no ór-

gão que é considerado o guardião da Constituição, o Supremo Tribu-nal Federal, a secretária-geral do Contencioso, Grace Mendonça, destaca a importância dada à AGU pelo constituinte originário. “O êxito da União em suas ações judi-ciais, ou até mesmo extrajudiciais, tem como destinatário certo toda a sociedade”, ressalta. Para ela, nestes 27 anos a AGU consolidou seu papel de manter a ordem jurí-dica e as leis voltadas à efetivação dos direitos e garantias presentes na própria Carta da República.

InformativoO material completo sobre a

relação entre a AGU e a Constitui-ção pode ser conferido no infor-mativo AGU Brasil desta semana. A publicação semanal, impressa no formato A3, é distribuída toda segunda-feira nas sedes I e II, em Brasília. A versão digital pode ser acessada em www.issuu.com/agubrasil/stacks.

27 anos da Constituição: a Carta Magna que mudou a história da advocacia pública

Foto

: mem

oria

.ebc

.com

.br

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 14SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Uma iniciativa da Advocacia-Geral da União (AGU) está entre as finalistas do Prêmio Innova-re. As centrais de negociação da Procuradoria-Geral da União (PGU) concorrem na categoria especial da premiação, que di-vulgará os vencedores em ceri-mônia que será realizada no Su-premo Tribunal Federal (STF) no dia 1º de dezembro.

Em funcionamento desde ja-neiro de 2013, as centrais de ne-gociação são um projeto de re-dução de litigiosidade conduzido pelo Departamento de Estudos Jurídicos e Contencioso Eleitoral da Procuradoria-Geral da União (DEE/PGU), órgão da AGU. A ini-ciativa tem como objetivo desa-

fogar o Judiciário e a própria advo-cacia pública, reduzindo o volume de processos em tramitação, além de economizar recursos para os cofres públicos e permitir à Justiça oferecer resultados mais ágeis para as partes. Somente em 2014, a ini-ciativa economizou cerca de R$ 126 milhões ao erário.

O diretor do DEE, José Rober-to Peixoto, destaca a importância desse reconhecimento para a ins-tituição. “A inserção do Progra-ma das Centrais de Negociação da PGU entre os três finalistas da categoria especial do Prêmio Inno-vare, a maior premiação da Justiça brasileira, é a maior prova de que o programa foi bem planejado, bem desenvolvido e acompanha-

Brasília – Marcelo Terto e Silva, presidente da Anape (As-sociação Nacional dos Procu-radores de Estado e do Distrito Federal), classificou a OAB como um verdadeiro pronto socor-ro para os advogados públicos. Para ele, é à Ordem que estes profissionais recorrem nas situa-ções de urgência, onde recebem atenção especial do presidente Marcus Vinicius Furtado Coêlho.

“Foi a OAB Nacional que nos socorreu e amparou, por exem-plo, quando ouviu-se falar em tirar nossos honorários de su-cumbência. Da mesma forma, nos sentimos protegidos pela Ordem todas as vezes em que fomos alvos de intimidação e subjulgamento com inquéritos e tomadas de contas. A OAB nos representa”, apontou Terto.

As declarações aconteceram nesta terça-feira (13), na sole-nidade de abertura do XLI Con-

Ética da Advocacia. “Ressalto o maior respeito que agora tere-mos à autonomia técnica do ad-vogado público. Ele é o primeiro juiz da administração pública, é um instrumento e um agente de combate à corrupção. Por isso a grande luta do momento é pela aprovação da PEC que assegura autonomia aos órgãos da advo-cacia pública, para fazer jus à ca-pacidade técnica”, disse.

Além de Marcus Vinicius e Marcelo Terto, participaram da

Iniciativa da AGU para desafogar o Judiciário é finalista de prêmio

“Não podemos tolerar a criminalização de pareceres dos procuradores”, afirmou Marcus Vinicius

(Fot

o: E

ugen

io N

ovae

s - C

FOAB

)

“OAB é o nosso pronto socorro nas urgências”, diz presidente da Anape

gresso Nacional dos Procura-dores dos Estados e do Distrito Federal, realizada em Brasília.

Marcus Vinicius lembrou o compromisso permanente da OAB com a inviolabilidade da Constituição Federal de 1988. “Não podemos tolerar a tenta-tiva de criminalização de pare-ceres dos procuradores. Fomos ao TCU e obtivemos uma mu-dança de entendimento para compreender que o advogado público não pode ser responsa-bilizado apenas porque emitiu uma opinião divergente daquele agente que, em momento futu-ro, analisar as contas. Do mesmo modo, não se pode sancionar o procurador por descumprimen-to de ordem judicial contra o ór-gão”, conclamou.

O presidente nacional da OAB destacou ainda a inclusão de um capitulo exclusivo para a advo-cacia pública no Novo Código de

solenidade o ministro do STF Luis Roberto Barroso; o gover-nador do Distrito Federal, Rodri-go Rollemberg; o presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha; a procu-radora-geral do DF, Paola Aires Corrêa Lima; o diretor de Desen-volvimento e Comercialização da Terracap, Luis Eduardo Sá Roriz; o defensor público-geral do DF, Ricardo Batista Sousa; e o presidente da APDF (Associação dos Procuradores do Distrito Fe-deral), Helder Araújo de Barros.

do e, principalmente, de que foi executado com excelência pelos advogados da União dos órgãos de execução da PGU”, afirma.

PremiaçãoCriado em 2004 e com cerca

de cinco mil práticas inscritas, a premiação é uma realização do Instituto Innovare, da Secretaria de Reforma do Judiciário do Minis-tério da Justiça, da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outras associações. O objetivo é identificar, premiar e disseminar práticas inovadoras que aumen-tam a qualidade da prestação ju-risdicional e contribuem com a

modernização da Justiça brasi-leira.

Neste ano, foram seleciona-dos 21 finalistas entre 667 tra-balhos inscritos, 55% a mais que na edição anterior. Na categoria especial, as centrais de negocia-ção da PGU concorrem com ou-tras duas iniciativas: o projeto Execução Fiscal Eficiente, de Mi-nas Gerais, e o portal consumi-dor.gov.br, do Distrito Federal.

Em 2011, a AGU venceu a ca-tegoria especial da premiação pelo trabalho de combate ao cri-me organizado feito pelo Grupo Permanente de Atuação Proativa do Departamento de Patrimônio e Probidade (DPP) da PGU.

Filipe Marques

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br15 SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

José Salvador IorioProcurador Federal

Outubro será um mês, para muitos, de euforia, ao con-

cretizar seus sonhos de ingresso em uma Facul-dade.

Uma grande parcela, no entanto, não reali-zará esse sonho, menos pela falta de preparo, mais pela falta de vagas.

A opção por Universi-dades particulares está fora de cogitação para a maioria. Tomemos a exemplo, a Medicina, em que, as mensalida-des giram em torno de R$ 5.000,00. Nisto não se incluem passagem, alimentação, moradia, vestuário, livros e ou-tros encargos.

Conforme informa o ENEM no Google, em 2014 tivemos 9.500.000 inscritos. Para 2015 um total aproximado de 7.700.000.

A verdade é que o numero de vagas em re-lação ao número de ins-critos vai deixar milhões de jovens sem possibili-dade de ingressar na fa-culdade.

Assim, Milhões e Mi-lhões de jovens verão suas esperanças morre-rem às portas das Uni-versidades face à limi-tação de vagas. Há que se resignar, e esperar o próximo ENEM, para re-novar as suas esperan-ças de ingresso em um Curso Superior para po-

der ter perspectivas de um futuro mais promissor.

Estudos por parte das autoridades, na busca de soluções para a Educação vêm ocorrendo, mas, as medidas tomadas, no en-tanto, se diluem, frente à complexidade dos proble-mas tornando-as soluções paliativas.

O Papa, em visita aos EEUU, se fez ouvir na ONU. Um dos momentos mais importantes em seu pro-nunciamento foi ao se re-ferir as melhorias de vida dos mais necessitados, da igualdade entre todos, do aumento de oportunida-des para as nações mais necessitadas, pois, todos têm direito a progresso, prosperidade e bem es-tar. Encerrando seu pro-nunciamento afirmou que só através da EDUCAÇÃO, EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO, se poderá alcançar esses ob-jetivos.

A Educação tem no professor a base do seu todo. O Professor é aque-le que ensina, que educa, que orienta, que nos dá o caminho do saber. Não se poderá alcançar formação adequada, sem a presença dele. Como ser um grande executivo, um engenheiro, médico, advogado, se ele ali não se fizer presente a pre-parar, a lhes transferir co-nhecimentos, aprendizado, saber. Para ser professor há que estar dotado de amor pela missão que lhe cabe e que o individualiza.

A EDUCAÇÃO há que merecer atenção e preo-cupação diária do Gover-no. Ela há que gozar de prestigio,respeito ,reco-nhecimento de sua impor-tância. A história aí está a nos mostrar, que, para se

tornarem Grandes e Pros-peras Nações a Educação sempre foi e terá de ser o carro chefe das iniciativas e preocupações diárias de um governo.

A Educação, em qual-quer parte do mundo, é a mola propulsora do pro-gresso, da evolução, da riqueza. A História nos mostra isso. Se desejamos prosperar ela não poderá ser relegada ao esqueci-mento e desatenção, há que ser uma preocupação diária.

É através da Educação que se leva um país a ter um futuro próspero, res-peitado. É tão gritante e claro esse fato, que há de se reconhecer a necessi-dade de se dar uma vira-da nessa triste situação da Educação em nosso país.

A Educação não deixa definhar o futuro, e nisso, também, há de estar à figu-ra do professor.

Assim, o que se pode esperar ao não visualizar-mos a educação de forma adequada, séria, lhe dando atenção, prioridade e trata-mento apropriado, pela im-portância no todo de uma nação.

A Educação oportuniza a nação encarar, superar e

ultrapassar obstáculos que só através do conhecimen-to, da cultura, da educação em seu todo, lhe propor-ciona a visão e saber para esses momentos.

Em matéria publicada às páginas 25 no Jornal “O Globo”, sob o título “Edu-cação Nacional”, no dia 15 - de setembro p.p., traz a público termos 190 mil es-colas (públicas e particu-lares) de ensino básico no Brasil. Esse fato, por si só, mostra o poder da educa-ção, e de tudo que pode realizar.

Espero ainda assistir a essas mudanças, tão espe-radas na Educação do Bra-sil. Ao menos as ver inicia-das, de forma firme e séria, para sanar os problemas que dificultam a Educação em nosso país.

A Educação será sempre o carro-chefe do progresso, do desenvolvimento em uma nação. Assim, a espe-rança que já no próximo ENEM possamos detectar o inicio das tão esperadas mudanças .

Não podemos ficar in-diferentes ao futuro de nossos jovens, deixando-os sem perspectivas, pela falta de lhes ser oferecida oportunidade de cresci-

mento e formação su-perior, que é um direito previsto na Constituição Brasileira.

Duas sugestões me permito fazer nessas pretensas mudanças: a)- Os que tiverem a For-mação Superior gratui-tamente, depois de for-mados, prestariam, por um pequeno período, dentro de sua formação, serviços em uma unida-de pública, como forma de retorno e como refor-ço de estágio; b) Cobrar-se-ia uma determinada taxa dos Universitários sobre a renda familiar, tomando como referên-cia o teto máximo para acesso ao FIES, a qual se destinaria a reforço de caixa das Universidades Públicas.

Tenho confiança em nossas autoridades e em nossos políticos, que nos representam no Congresso Nacional.

Entendo que chega-mos a um momento em que não se pode mais protelar as esperadas medidas para o soergui-mento da Educação no Brasil.

Confiemos em nossas autoridades.

A Grande Esperança = ENEM 2015

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 16SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Brasília – O STJ (Superior Tribunal de Justiça) proferiu decisão, nesta quinta-feira (15), que contempla uma das principais bandeiras da OAB Nacional: a garantia da invio-labilidade do parecer emitido por uma advogada pública. A Ordem atuou como assistente na causa.

A advogada, que é procuradora municipal, interpôs Recurso Espe-cial contra um acórdão do Tribunal de Justiça Estadual que acatou pe-tição inicial de ação civil pública, ajuizada pelo Ministério Público, por suposto ato de improbidade administrativa envolvendo emis-são de pareceres jurídicos para inexigibilidade de licitação.

O Recurso foi provido à una-nimidade pela 1ª Turma do STJ no sentido reformar a decisão do Tribunal de Justiça e rejeitar a pe-tição inicial em relação à advoga-

da. Segundo o relator da matéria, ministro Benedito Gonçalves, não restou comprovado qualquer erro grosseiro ou má-fé por parte da profissional na emissão dos pare-ceres.

“Não podemos e nem vamos permitir tentativas de criminaliza-ção de pareceres dos advogados públicos. Ele não pode ser res-ponsabilizado por ter opinião di-vergente e muito menos é cabível que se sancione o procurador por descumprimento de ordem judi-cial contra o órgão”, alertou o pre-sidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho.

O procurador nacional adjunto de Prerrogativas da OAB Nacional, Pedro Paulo Guerra de Medei-ros, realizou sustentação oral em nome da Ordem perante à 1ª Tur-ma do STJ.

Presidente ressaltou

apoio da OAB à advocacia

pública

STJ garante inviolabilidade do parecer de advogada pública

(Fot

o: E

ugen

io N

ovae

s - C

FOAB

)

O Espaço Cultural STJ foi palco na terça-feira (6) do lançamento do livro Teoria Geral do Processo – Comentários ao CPC de 2015, com prefácio do ministro Antonio Carlos Ferreira. A obranasceu da amizade e dos debates entre os ju-ristas Fernando Gajardoni, André Roque, Luiz Dellore e Zulmar Duar-te, que atuam em diversas áreas do direito.

Gajardoni é juiz de direito em São Paulo, Dellore é advogado da Caixa Econômica Federal, Roque e Duarte são advogados da área privada. Todos são professores de cursos de graduação e pós-gradua-ção em direito. O livro é o primeiro de quatro volumes que tratarão de diversos aspectos do tema.

Segundo os autores, o objetivo da obra é apresentar reflexões so-bre o novo Código de Processo Ci-vil (CPC), inclusive as divergências entre eles. “Escrever a oito mãos é difícil, mas a experiência foi muito rica”, afirmou Zulmar Duarte.

André Roque destaca que a ideia foi valorizar o contraditório, como o próprio CPC: “A obra tem uma unidade e um diálogo. Mes-mo quando concordávamos, pro-curávamos dar os pontos de vista divergentes.”

ContribuiçãoPara o ministro Antonio Carlos

Ferreira, o livro “traz uma grande contribuição não só pela impor-tância do tema, mas também pela alta e reconhecida qualificação de seus autores”.

Ele avaliou que esse tipo de obra plural enriquece em muito os debates sobre o CPC. “O STJ já encaminhou suas sugestões para aprimorar diversos pontos da nova lei, inclusive alguns que têm cau-sado preocupação entre os magis-trados. Os operadores do direito devem se esforçar para tirar o me-lhor do código e adaptar a cultura jurídica à nova realidade”, decla-rou o ministro.

Luiz Dellore ressaltou que o au-mento da complexidade de proce-dimentos processuais trazido no novo CPC pode prejudicar a cele-ridade das ações na Justiça. Para ele, parece ter havido bases ideo-lógicas contraditórias na elabora-ção do código, e isso pode causar insegurança jurídica. “Não pode-mos, porém, condená-lo por intei-ro. A nova lei foi feita com mais afi-nidade com a Constituição Federal e é mais sistemática com questões importantes, como a arbitragem e a conciliação”, comentou.

Também participaram do even-to os ministros Luis Felipe Salo-mão, Rogerio Schietti Cruz, Hum-berto Martins, Benedito Gonçalves e Raul Araújo.

Obra reúne reflexões de quatro juristas sobre novo CPC

Curiosidades sobre a Mitologia GregaApolo era o mais belo dos deuses, senhor das artes, música e medicina. Sabendo de seus enormes predi-cados, Apolo se vangloriou dizendo para Cupido, o pequeno deus do amor, que suas flechas eram mais poderosas do que aquelas do pequeno deus. Cupido disse-lhe que as flechas de Apolo eram poderosas, pois podiam ferir a todos, porém as dele eram mais, pois podiam ferir até mesmo o próprio deus Apolo, esse não acreditou e riu de Cupido. Cupido então lançou uma flecha com ouro na ponta, no coração de Apolo, gerando a paixão dele pela moça Dafne, uma bela ninfa, filha do rio-deus Peneu. Em Dafne, Cupido lançou uma flecha com chumbo na ponta, gerando a repulsão por Apolo. O deus apaixonado perseguia sua amada e essa fugia dele o quanto podia, até que ela pediu a seu pai para que lhe ajudasse e mudasse sua forma. Peneu atendeu ao pedido de Dafne e a transformou em uma planta – o loureiro. Apolo chorou por ter perdido sua paixão e disse que a levaria para sempre consigo, por isso, desde então, o loureiro acompanhou o deus Apolo tornando seu símbolo por todo o sempre

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br17 SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Seja um colaborador do seu jornal. Envie artigos, monografias, casos pitorescos de sua vida forense, biografias de juristas famosos e tudo que se relacione com as-suntos jurídicos. Os trabalhos após anali-sados, poderão ser pu-blicados.Obs: Os textos não de-verão ultrapassar duas lau-das, espaço dois.

Brasília – Marcus Vinicius Furta-do Coêlho, presidente nacional da OAB, foi homenageado na aber-tura do XLI Congresso Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, realizada nes-ta terça-feira (13) em Brasília. Ele recebeu do presidente da Anape, Marcelo Terto e Silva, um certifi-cado de reconhecimento por sua atuação combativa contra o des-respeito às prerrogativas e a favor da garantia dos direitos profissio-nais do advogado público.

“Dedico esta homenagem aos 81 conselheiros federais da OAB, aos presidentes de Seccionais, à nossa diretoria. Advocacia pública e privada devem estar integradas, sobremaneira neste momento em que o País tanto busca a luz para superar os problemas advindos da crise. A OAB é a Ordem de todos os advogados, sejam eles públicos ou privados”, apontou.

Marcus Vinicius também con-clamou uma postura mais ideoló-gica da sociedade e dos agentes públicos. “A divergência é cons-trutiva na democracia, o respeito a quem pensa diferente é sintoma

democrático. Ninguém pode ser considerado um adversário por ter ideias divergentes. Quem tem de brigar são as ideias e não os ho-mens”, concluiu.

Na ocasião, o presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, também foi homenageado. Ele recebeu o certificado das mãos de Helder de Araújo Barros, presidente da Associação dos Procuradores do Distrito Federal (APDF). “Agradeço à OAB Nacional e à Seccional do Distrito Federal. A Ordem é fiel e aguerrida defensora das prerroga-tivas da advocacia pública”, disse Barros.

Por fim, Angelo Demetrius de Albuquerque Carrascosa, procura-dor do Estado do Pará, ressaltou que o advogado deve lutar sem receio pelos primados da Justi-ça. “Seu dever moral é repudiar a perpetuação de qualquer injustiça contra qualquer ser humano. É as-sim que efetivaremos nosso papel indispensável à administração da Justiça e seu ideário ético na ma-nutenção de um Estado democrá-tico de direito”, disse.

Marcus Vinicius dedicou a homenagem aos conselheiros federais da OAB, aos presidentes de Seccionais

Presidente da OAB é homenageado por procuradores e advogados públicos

(Fot

o: E

ugen

io N

ovae

s - C

FOAB

)

A Advocacia Pública brasi-leira foi surpreendida com o falecimento, em 13 de outubro do corrente ano, do Dr. BRAZ SAMPAIO, Advogado da União e Presidente da Associação dos Membros dos Serviços Ju-rídicos da União.

Durante longos e ásperos anos, o Dr. BRAZ SAMPAIO, ilustre dirigente da ANAJUR, foi um baluarte na luta pelo fortalecimento e valorização dos Advogados Públicos Fe-derais, mantendo com os in-

tegrantes da APAFERJ um re-lacionamento amistoso e leal, características de sua marcan-te personalidade.

A exemplo do que já se es-creveu sobre o Dr. HUGO FER-NANDES, nosso 4º. Presidente, o Dr. BRAZ SAMPAIO, por suas ações e sua imensa dedicação à causa que também defende-mos, se transmudou de homem em monumento, que perma-necerá vivo e íntegro na nossa lembrança e na nossa saudade.

Requiescat in pace!

Obituário

Na foto, à esquerda, o Dr. Braz Sampaio, com o Dr. R. Robinson S. Junior, Vice-Presidente da APAFERJ

Prezado Associado,

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 18SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

Luis MacedoCâmara dos Deputados

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados apro-vou nesta quarta-feira (7) propos-ta que reajusta o subsídio mensal dos ministros do Supremo Tri-bunal Federal (STF) em 16,38%, sendo 8,19% a partir de janeiro de 2016 e mais 8,19% a partir de março.

O salário atual dos ministros é de R$ 33.763,00. Caso a propos-ta seja aprovada pelo Congresso Nacional, o valor passará para R$ 39.293,38.

O reajuste do subsídio dos mi-nistros da Corte, usado como teto salarial do funcionalismo público, terá impacto em todo o Judiciário. De acordo com a Constituição, os salários dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e de juí-zes de segunda e primeira instân-cias são calculados a partir do que é pago aos ministros do STF.

O texto aprovado na comis-são é o substitutivo do deputado Laercio Oliveira (SD-SE) ao Proje-to de Lei 2646/15, apresentado

pelo presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski. O ministro informou que o impacto da pro-posta será de R$ 2,77 milhões no âmbito do Supremo e de R$ 717 milhões no Poder Judiciário da União.

Lewandowski ressaltou ainda que a fixação do novo valor não implicará “efeito cascata” obriga-tório nos salários dos servidores dos outros poderes. “Reajustes de subsídios e remunerações de outras carreiras devem ser efe-tuados mediante edição de lei específica, após aprovação dos respectivos projetos de lei pelo Congresso Nacional”, disse.

DivergênciasA comissão já havia rejeitado,

no dia 23 de setembro, o parecer favorável do deputado Benjamin Maranhão (SD-PB) à proposta. Na ocasião, o deputado Nelson Mar-chezan Junior (PSDB-RS) elaborou parecer pela rejeição da matéria. Marchezan Junior criticou o au-mento para os ministros do Su-premo em um momento de reces-são no País. Para ele, o aumento é “inoportuno” e “equivocado”.

Porém, este parecer contrário foi rejeitado nesta quarta-feira, sendo aprovado o voto em sepa-rado do deputado Laercio Olivei-ra, pela aprovação, com substi-tutivo. Segundo o parlamentar, a remuneração dos magistrados encontra-se defasada, tendo em vista que o valor atualmente pra-ticado não repõe a totalidade das perdas inflacionárias acumuladas entre 2006 e 2014. Ele afirma que a inflação acumulada no período foi de 69,61%, enquanto o au-mento efetivo no mesmo tempo foi da ordem de 37,80%.

AlteraçãoO projeto original previa a con-

cessão do reajuste de 16,38% de

uma só vez, em janeiro de 2016. Laercio Oliveira fracionou o rea-juste entre os meses de janeiro e março, “como forma de melhor adequar ao calendário orçamen-tário do próximo ano”.

De acordo com o texto apro-vado, as despesas resultantes da aplicação da medida correrão à conta das dotações orçamentá-rias consignadas aos órgãos do Poder Judiciário.

TramitaçãoA proposta ainda será analisa-

da pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em segui-da, será votada pelo Plenário, an-tes de seguir para o Senado.

Laercio Oliveira: remuneração dos magistrados encontra-se defasada

Comissão aprova reajuste de 16% no salário dos ministros do STF

Texto original do projeto previa a concessão do rea-juste de uma só vez, em janeiro de 2016.

Comissão fracionou o reajuste entre os meses de janeiro e março.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br19 SETEMBRO/OUTUBRO • 2015

A P A F E R JR. Álvaro Alvim, 21/2º andar. CEP: 20031-010. Centro. Rio de Janeiro - Sede Própria e-mail: [email protected]: www.apaferj.org.brTel/Fax: (21)2532-07472240-2420

DIRETORIAPresidente - José Marcio Araujo de AlemanyVice-Presidente - Rosemiro Robinson Silva JuniorDiretor Administrativo - Miguel Carlos Melgaço PaschoalDiretor Administrativo Adjunto - Maria Auxiliadora CalixtoDiretor Financeiro - Fernando Ferreira de Mello Diretor Financeiro Adjunto - Dudley de Barros Barreto FilhoDiretor Jurídico - Hélio ArrudaDiretor Cultural - Carlos Alberto MambriniDiretor de Patrimônio - Rosa Maria Rodrigues MottaDiretor de Comunicação Social - Antonio Carlos Calmon N. da Gama

CONSELHO REVISORNATOS:1. Wagner Calvalcanti de Albuquerque2. Rosemiro Robinson Silva Junior

TITULARES:1. Allam Cherém Soares 2. Edson de Paula e Silva3. Emygdio Lopes Bezerra Netto4. Fernando Carneiro5. Francisco Pedalino Costa6. Luiz Carlos de Araujo7. Mariade Lourdes Caldeira8. Newton Janote Filho9. Sylvio Mauricio Fernandes10. Tomaz José de Souza

SUPLENTES:1. Alzira Matos Oliveira da Silva2. Petrónio Lima Cordeiro3. Sylvio Tavares Ferreira

CONSELHO FISCALTITULARES:1. José Carlos Damas2. Waldyr Tavares Ferreira SUPLENTES:1. Carlos Cavalcanti de A. Ramos2. Maria Conceição Ferreira de Medeiros

Jornal da APAFERJEditor Responsável: Carlos Alberto Pereira de Araújo Reg. Prof.: 16.783Corpo Editorial: Antonio Calmon da Gama, Carlos Alberto Mambrini, Fernando Ferreira de Mello, Miguel Carlos Paschoal, Rosemiro Robinson Silva Junior.Supervisão Geral: José Márcio Araújo de AlemanyEditoração e Arte: Jane Fonseca - [email protected]ão: Monitor MercantilTiragem: 2.000 exemplares

Distribuição mensal gratuita. Os artigos assinados são de exclusiva

responsabilidade dos autores

As matérias contidas neste jornal poderão ser publicadas, desde que citadas as fontes.

TRIÊNIO 2014 / 2016

ANIVERSARIANTES DE OUTUBRO

Na última terça-feira do mês vamos fazer uma festa para comemorar

o seu aniversárioCOMPAREÇA!

Com a sua presença haverá mais alegria e confraternização.

01 - Francisca Silva Rosas Gomes - Ufrj02 - Antonio Trajano L. R. da Silva - M. Faz03 - Herval da Silva França - Inss03 - José Torres de Medeiros - Inss03 - Valério Nunes Vieira - Agu04 - Doris Amorim Dias - Inss04 - Onilo da Silva - Inss05 - Joana D’arc Tenório - Inss06 - José Carlos Machado - Inss08 - Perla Kupfer - Inss11 - Guilherme Baldan C. dos San-tos - Agu11 - Otacio Bispo F. de Andrade - Ufrrj13 - Frederico Teixeira Barbosa - Agu15 - Reynaldo Francisco Môra - Agu16 - Jonathas Jesuino da Silva - Ufrj16 - Marly de Figueiredo T. Para-nhos - Inss17 - Teresa Angélica Follador - In-cra18 - Arinaldo dos Santos - Inss20 - Manoel Fortunato R.de Azeve-do - Incra21 - Marcello Teixeira Bittencourt - Agu21 - Vicente Sergio Mannarino - M. Faz22 - Dalmo Cruz Silva - Inss

22 - Gerson Paulo Sammartino - Fns23 - Luci Romano Villela Teixeira - Mpas24 - Francisco Pedalino Costa - M. Faz24 - Lilian de Paula da Silva - Agu24 - Manuel de Jesus Soares - Cbia24 - Rosa Virginia C. de Carvalho - Agu25 - Ana Lucia da Rocha - Agu26 - Francisco Augusto Ramos - Embratur26 - Leila Rocancourt B. Martins - Inss26 - Roberto Osman Gomes Aguiar - Agu27 - Léa Pontes Castello Branco - Agu27 - Luiz Carlos de Araujo - Dep. P. Fed.28 - Walkiria Cordeiro Gerk - Mpas29 - Augusto Gonçalves da S. Neto - Agu29 - Heloisa Fernandes London - Inss29 - João Rodrigues Itaboray - M. Justiça30 - Maria Auxiliadora Calixto - Mpas30 - Vilma Freitas de M. Marcon-des - Agu

01 - Job Eduardo da Paixão - Inss01 - Valdson Rangel Alecrim - Agu02 - Maria de Lacerda Vargas - M. Saúde04 - Ney Vianna Fernandes Machado - Inss05 - Vanderlei Correa Pereira - Mpas06 - Eunice dos Santos Vieira - Inpi06 - Maria da Conceição Moura Silva - Agu06 - Waldyr Tavares Ferreira - Mpas08 - Francisca Alves de Souza Gomes - Agu09 - Eliane da Silva Rouvier - Agu12 - Eliana Cordeiro Maria - Inmetro12 - Orlando de Oliveira - Uff12 - Solange de Campos F. da Cunha - Fiocruz14 - Marta Aparecida Rocha - Inmetro14 - Sonia Mª. da Silveira T. de Mello - Inss

ANIVERSARIANTES DE NOVEMBRO15 - Ayrton Sá Pinto de Paiva - Cnen15 - Jussara Ferreira da Silva Lopes - Iphan17 - Lêda Martins Cardoso - Inss19 - Marilea de Souza Mendonça - Inss20 - Helnor Valdetaro P. Coutinho - Uff20 - Lygia Câmara de A. E Silva - Inss20 - Vera Lucia Gomes de Almeida - Agu22 - Celias Rodrigues de Andrade - Inss23 - Luiz Carlos Guimarães - Inss25 - Albertino Gregório - Inss27 - Djalmo Luiz Cardoso Tinoco - Agu27 - Maria Lygia Abrahão de Carvalho - Inss28 - Vilma Carvalho Sodré - Incra29 - Uilton José de Alvarenga - Incra

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 20SETEMBRO/OUTUBRO • 2015 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 20SETEMBRO/OUTUBRO 2015

PEÇO A PALAVRA

Rosemiro Robinson S. JuniorVice-Presidente

Meus caros e fiéis leitores: como já escrevi alhures, o meu pai era ma-

gistrado e professor, minha mãe era professora, ofício também exercido por sua irmã, Isa e, posteriormente, minha irmã Lucia, formada em línguas neo-latinas, foi, durante longos anos, pro-fessora no vetusto Atheneu Norte-Riograndense.

Trago no sangue as no-bres marcas da magistratu-ra e do magistério e, assim, sendo também Administra-dor, lecionei, durante uma década, no Centro Educa-cional de Niterói, as disci-plinas Administração-Geral I, Administração de Pessoal e Relações Industriais, pe-ríodo em que me mantive sempre atualizado na Ciên-cia da Administração e me senti plenamente realizado por ter a convicção de que contribuí para a formação intelectual de numerosos jovens.

Na nova geração a mi-nha dileta sobrinha e afi-lhada, Maria Laura, é pro-fessora na Universidade Federal Fluminense e, nec plus ultra, a minha queri-da filha Lucia Helena, Ad-vogada e Cientista Social, é professora em Londres, capital da Inglaterra, o que muito me orgulha e emo-ciona.

Obviamente, meus pais foram meus primeiros e

Ode ao ProfessorMagister dixit – “O Mestre o disse”

inesquecíveis mestres e de-pois, na juventude, recebi, no Colégio Santo Antonio, o Colégio Marista de Natal, os sábios ensinamentos dos Irmãos Adauto, que me incutiu a vontade de aprender o Latim e a língua portuguesa, Estevão, que me orientou nos labirintos da Matemática e Feliciano, que me mostrou a bele-za incomparável da língua francesa.

No velho e tradicional Atheneu Norte-Riogran-dense, deslumbrei-me com as aulas dos professores João Medeiros, Floriano Cavalcanti e Esmeraldo Si-queira, deslumbramento que senti também já na Fa-culdade de Direito, ouvin-do os mestres Roberto Pi-ragibe da Fonseca, Arthur Machado Paupésio, Oscar Tenório, Davi Perez, José Firmo, José Murta Ribeiro e Luiz Francisco Horta. A exiguidade do espaço não me permite nomear outros mais.

Quando cursei o CPOR do Rio de Janeiro, tive o privilégio de receber ins-truções do Major Rodin Holanda de Sá, do Major Bentmüller, do Capitão Prado e do Capitão Clovis Paes de Barros, privilégio que se renovou no está-gio como Aspirante no 1º BIB, em Barra Mansa/RJ, convivendo com o Coronel Conceição Nunes de Mi-randa, o Capitão Valdir de Melo Barbosa e o Tenente Jolney de Sousa Campos, fundamentais na minha formação militar.

Mediante concurso pú-blico, ingressei no IPASE, e tive a grande ventura de trabalhar com os Drs. Henrique Prisco Coutinho Dantas, Claudionor Lut-gardes Cardoso de Castro e Newton Mendes de Ara-gão, com os quais aprendi lições de vida e de profis-sionalismo, que ainda hoje, a exemplo dos mestres an-teriormente citados, são válidas para o meu com-portamento pessoal e pro-fissional.

Como é notório, a Pro-curadoria do IPASE era um verdadeiro Butantã, orna-mentada pelos: Drs. Hen-rique Simas, Orlando Ro-cas, Derlópidas Correia de Melo, Oswaldo Santos- Ja-cintho Junior, Alberto João Ferreira, Dirceu Cardoso Gaspar, Flávio Bocayuva Bulcão, Almir Canavieira, Napoleão Fonyat e muitos outros profissionais que brilhavam na Advocacia Pública brasileira.

Consegui, por mérito

próprio, obter o cargo de Procurador Autárquico, hoje Procurador Federal e, mercê do apoio e da com-preensão desses Mestres do Direito, desenvolvi a minha indisfarçável inclina-ção para as Ciências Jurídi-cas, galgando, com esforço e dedicação, os degraus da carreira, até que um dia chegou o momento de afastar-me do serviço ati-vo.

Contudo, impulsionado pelos magníficos e nunca esquecidos exemplos e en-sinamentos que se incrus-taram na minha mente e no meu coração, permane-ço na liça, apesar de já me encontrar no Inverno da Vida, seguindo a preciosa mensagem de dois sábios axiomas: o primeiro sus-tenta que um homem só envelhece quando se sente inútil e o segundo que não há ninguém tão grande que nada tenha a apren-der, nem tão pequeno que nada tenha a ensinar.

Um bom Professor é um misto de escultor que mo-dela mentes, de pintor que mostra a beleza do conhe-cimento, de poeta que do-mina a harmonia das pala-vras e de ator que interpre-ta, de modo convincente, os textos referentes à ma-téria ministrada, incutindo nos alunos o prazer da lei-tura e a essencialidade do raciocínio, despertando-lhes a curiosidade para se aprofundarem no infinito oceano da sabedoria.

Se não bastasse isso, um verdadeiro Mestre tam-bém ensina como enfren-tar os obstáculos que sur-gem na estrada da existên-cia, preparando homens e mulheres para exercerem, com dignidade, coragem e persistência, os seus futu-ros ofícios, nunca olvidan-do, em nenhum momento, a grandeza e a validade da correta Educação, que é sintetizada neste belo prin-cípio: “Se deres um peixe a um homem, ele se alimen-tará uma só vez. Mas, se o ensinares a pescar, ele se alimentará pelo resto da vida”.

Homenageando o Dia dos Professores, que é co-memorado em 15 de ou-tubro, agradeço sincera e comovidamente aos mes-tres acima relacionados e a todos os outros que não pude citar, atento ao prin-cípio de que a Gratidão é, inegavelmente, os mais elevado dos sentimentos humanos.

Muito Obrigado, ilustres e caros mestres.