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SINDICATO DAS SEGURADORAS DE SÃO PAULO ANO 9 | NÚMERO 57 | Dez 2015 / Jan 2016 NOTÍCIAS SINDSEGSP MAURO BATISTA PRESIDENTE DO SINDSEGSP A indústria do seguro, assim como os demais segmentos da economia brasileira, não per- maneceu imune aos efeitos da com- binação de crises econômica e políti- ca, cujo ápice se deu em 2015. Mas, diferentemente de muitos segmentos, o setor de seguros deverá fechar 2015 com um crescimento de dois dígitos, conforme prevê Mauro Batista, presi- dente do Sindseg SP, o maior sindicato de seguradoras do país. A crise também não impediu que o Sindseg SP obtives- se conquistas no campo institucional, contribuindo para a sociedade – como ocorreu com a Lei dos Desmontes, em cuja elaboração teve participação deci- siva. Para 2016, a meta é continuar a contribuir para a expansão da indústria dos seguros, conforme adianta Mau- ro Batista na entrevista a seguir: HOMENAGEM 2015: um ano de crescimento e de avanço institucional MAURO BATISTA Passados os momentos de angústia e sofrimento pelas perdas abruptas dos colegas e amigos, Marco Antônio Rossi e Lucio Flávio de Oliveira, venho, em nome da nossa diretoria e conselhos, prestar, através do “Notícias Sindse- gSP”, mais uma homenagem a esses dois grandes profissionais, líderes do setor de seguros do nosso país e que tanto contribuíram para o fortalecimen- to da instituição do Seguro e seus des- dobramentos. Lembro-me que na Missa de Sétimo Dia, quando na homilia o celebrante fa- lou da beleza e da importância, na vida terrena, das marcas que deixamos em nossa caminhada. Vimos que os dois colegas que partiram tão cedo desta vida terrena tiveram tempo suficiente, e o aproveitaram muito bem, para deixar marcas importantes por onde passaram; e no nosso setor, no Seguro, na Previ- dência e nas demais instituições a eles ligadas, essas marcas foram fortes, de intenso comprometimento, priorizan- do sempre o benefício coletivo. Lucio Flavio, cuja carreira nas Organizações Bradesco foi de raro brilhantismo, con- tribuiu de forma admirável com as nos- sa instituições, e seus últimos passos na Fenaprevi serão, sem dúvida, um legado que não se perderá no tempo. Do Rossi, podemos afirmar com certeza que suas marcas o fazem e o farão para sempre uma das maiores lideranças do Seguro no Brasil. Também com uma car- reira de sucesso crescente no Bradesco, Rossi prestou uma enorme colaboração para o desenvolvimento do nosso setor. Homem de diálogo fácil, comprometido com o bem e após liderar diversos pro- jetos, desempenhou com grande capa- cidade a liderança maior do nosso setor, ocupando as presidências da Fenaseg e da CNseg, tendo também desempe- nhado com igual sucesso a presidência da FIDES – Federação Interamericana de Seguros. Foram vidas dedicadas ao próximo, aos seus entes queridos, às suas empresas e as instituições a que pertenceram. Suas marcas aqui deixadas serão motivo de lembranças saudosas; mas também de muito orgulho para suas esposas, filhos, familiares e amigos em geral e também para todos nós, gente do Seguro Brasi- leiro, que tivemos a alegria de conviver e trabalhar com eles. Mauro Batista Presidente do Sindseg-SP MARCAS QUE FICARAM ENTREVISTA

HOMENAGEM MARCAS QUE FICARAM · 2019. 10. 15. · HOMENAGEM 2015: um ano de crescimento e de avanço institucional MAURO BATISTA Passados os momentos de angústia e sofrimento pelas

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Page 1: HOMENAGEM MARCAS QUE FICARAM · 2019. 10. 15. · HOMENAGEM 2015: um ano de crescimento e de avanço institucional MAURO BATISTA Passados os momentos de angústia e sofrimento pelas

SINDICATO DAS SEGURADORAS DE SÃO PAULO

ANO 9 | N Ú M E R O 5 7 | Dez 2015 / Jan 2016

NOTÍCIAS SINDSEGSP

MAURO BATISTAPRESIDENTE DO SINDSEGSP

A indústria do seguro, assim como os demais segmentos da economia brasileira, não per-

maneceu imune aos efeitos da com-binação de crises econômica e políti-ca, cujo ápice se deu em 2015. Mas,

diferentemente de muitos segmentos, o setor de seguros deverá fechar 2015 com um crescimento de dois dígitos, conforme prevê Mauro Batista, presi-dente do Sindseg SP, o maior sindicato de seguradoras do país. A crise também não impediu que o Sindseg SP obtives-se conquistas no campo institucional,

contribuindo para a sociedade – como ocorreu com a Lei dos Desmontes, em cuja elaboração teve participação deci-siva. Para 2016, a meta é continuar a contribuir para a expansão da indústria dos seguros, conforme adianta Mau-ro Batista na entrevista a seguir:

HOMENAGEM

2015: um ano de crescimento ede avanço institucional

MAURO BATISTA

Passados os momentos de angústia e sofrimento pelas perdas abruptas dos colegas e amigos, Marco Antônio Rossi e Lucio Flávio de Oliveira, venho, em nome da nossa diretoria e conselhos, prestar, através do “Notícias Sindse-gSP”, mais uma homenagem a esses dois grandes profissionais, líderes do setor de seguros do nosso país e que tanto contribuíram para o fortalecimen-to da instituição do Seguro e seus des-dobramentos.Lembro-me que na Missa de Sétimo Dia, quando na homilia o celebrante fa-lou da beleza e da importância, na vida terrena, das marcas que deixamos em

nossa caminhada. Vimos que os dois colegas que partiram tão cedo desta vida terrena tiveram tempo suficiente, e o aproveitaram muito bem, para deixar marcas importantes por onde passaram; e no nosso setor, no Seguro, na Previ-dência e nas demais instituições a eles ligadas, essas marcas foram fortes, de intenso comprometimento, priorizan-do sempre o benefício coletivo. Lucio Flavio, cuja carreira nas Organizações Bradesco foi de raro brilhantismo, con-tribuiu de forma admirável com as nos-sa instituições, e seus últimos passos na Fenaprevi serão, sem dúvida, um legado que não se perderá no tempo. Do Rossi, podemos afirmar com certeza que suas marcas o fazem e o farão para sempre uma das maiores lideranças do Seguro no Brasil. Também com uma car-reira de sucesso crescente no Bradesco, Rossi prestou uma enorme colaboração para o desenvolvimento do nosso setor. Homem de diálogo fácil, comprometido com o bem e após liderar diversos pro-jetos, desempenhou com grande capa-cidade a liderança maior do nosso setor,

ocupando as presidências da Fenaseg e da CNseg, tendo também desempe-nhado com igual sucesso a presidência da FIDES – Federação Interamericana de Seguros. Foram vidas dedicadas ao próximo, aos seus entes queridos, às suas empresas e as instituições a que pertenceram. Suas marcas aqui deixadas serão motivo de lembranças saudosas; mas também de muito orgulho para suas esposas, filhos, familiares e amigos em geral e também para todos nós, gente do Seguro Brasi-leiro, que tivemos a alegria de conviver e trabalhar com eles.

Mauro BatistaPresidente do Sindseg-SP

MARCAS QUE FICARAM

ENTREVISTA

Page 2: HOMENAGEM MARCAS QUE FICARAM · 2019. 10. 15. · HOMENAGEM 2015: um ano de crescimento e de avanço institucional MAURO BATISTA Passados os momentos de angústia e sofrimento pelas

NOTÍCIAS SINDSEGSP

Notícias SindsegSP: Como foi, na sua visão, o ano de 2015 para a indústria dos seguros?Mauro Batista: O setor, que vinha experimentando uma curva de pros-peridade bastante promissora, não deixou de sentir os reflexos da crise econômica e política. No momento em que a economia como um todo dá uma encolhida, os reflexos sempre são grandes. Vêm o desemprego e a fal-ta de investimentos. Cessa a máquina propulsora do progresso, com perda de produtividade. No setor de segu-ros não foi diferente. Vende-se menos carro, faz-se menos seguro de carro. As pessoas perdem a fonte de receita e deixam de fazer o seu seguro, de se proteger melhor com coberturas mais adequadas. Mas ainda assim o setor de seguros cresceu muito além dos principais segmentos da economia. NS: Por quê?Mauro: Isso ocorreu em função de algumas situações muito claras para nós, da indústria. Sentindo a fragilida-de do Estado no que tange à previ-dência social e assistência médica, as pessoas tomaram consciência de que precisam recorrer aos produtos da in-dústria do seguro: os planos de previ-dência complementar e os planos de saúde. Essa mudança de comporta-mento tem contribuído para que o se-tor avance mais. A expectativa era de que, se não tivesse o país literalmente capotado com a crise econômica e po-lítica, os resultados seriam alvissareiros. NS: Como a indústria do segu-ro se comportou diante da crise? Mauro: O setor amadureceu um pouco mais. A indústria do seguro desenvol-veu produtos que produzem eficácia, voltados para novos riscos que surgi-ram com a modernidade do mundo. E aí cito o risco cibernético e outros, que estavam engatinhando e tomaram pro-porção maior, como a fiança locatícia. As seguradoras não cessaram seus in-vestimentos, o que permitiu assegurar um atendimento adequado às neces-sidades do consumidor. Investiram em pessoal, treinamento, equipamentos e, sobretudo, em criatividade. Foram criados mecanismos de controle vi-sando uma melhor seleção de risco e melhor precificação. O setor ficou muito atento às fraudes que continu-aram a perseguir a indústria. E contou

também uma com resposta bastante positiva dos corretores de seguro, que não ficaram parados no tempo. Procu-raram também investir em seus negó-cios, serem empreendedores e fazer com que o produto seguro chegue a tempo e a hora para o consumidor. NS: Como foi 2015 para o Sind-seg SP? Quais foram as principais conquistas e desafios do sindicato? Mauro: Em linhas gerais, 2015 foi um ano proveitoso. O sindicato das segu-radoras de São Paulo continuou em sua trilha de busca por eficiência. Procura-mos obter uma interação grande com os corretores de seguros e com o Es-tado, principalmente com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Nosso trabalho voltado a inibir a crimi-nalidade foi decisivo, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública para a elaboração da Lei dos Desmanches, ou Lei dos Desmontes. Intensa foi tam-bém nossa preocupação com os aci-dentes de trânsito. Como a cidade de São Paulo tem trânsito intenso e indis-ciplinado, o número de vítimas cresceu, o que nos preocupou muito. Fomos às ruas da capital e do interior como par-te de um processo de conscientização da sociedade em relação à necessida-de de uma mudança comportamental de quem usa um veículo e também do pedestre. Também buscamos ser um sindicato proativo, demonstrando para a sociedade a positividade do segu-ro. Nesse sentido buscamos interação com outros segmentos da sociedade, como a própria associação comercial, atendendo a chamados para participar-mos de projetos específicos daquela entidade. Por extensão também junto a outros setores. No setor, propiciamos, graças à estrutura das nossas novas ins-talações na Avenida Paulista, na capital, um apoio importante para que as reuni-ões de trabalho do setor, pelo sistema institucional, tivessem o apoio da casa. NS: Quais são as suas expectativas para 2016?Mauro: Em 2016, o sindicato quer continuar essa organização ativa. Queremos ser contributivos, mos-trando à sociedade a positividade do seguro. Queremos desenvolver programas educativos, principal-mente para crianças e adolescen-tes, que precisam entender que, independentemente de seu nível

socioeconômico, têm de ser edu-cados para serem previdentes. O seguro propicia isso. Essas campa-nhas educativas serão pertinentes e importantes. São um investimento que o sindicato não irá abrir mão. Queremos levar a positividade do seguro aos formadores de opinião. Entendemos que isso é vital para o futuro da indústria. Mostrar que o seguro também não é só para repa-rar perdas. O próprio mecanismo de funcionamento da indústria faz com ela propicie a formação de reserva de longo prazo, altamente contribu-tiva para o desenvolvimento nacio-nal. Devemos fechar 2015 com um montante de quase R$ 700 bilhões em reservas, aplicados em títulos do Tesouro e em outros investimentos. É um fato importante que a socie-dade precisa entender. No momen-to em que contrata um seguro para cobrir o seu risco, que isso é a razão do seguro, também é contributiva a esse investimento. É um dinheiro que coloca na mão das operadoras que, caso tenha o infortúnio de um sinistro, venha a ser socorrida e esse dinheiro é fomentador de prosperi-dade para o país, em razão de que somente será utilizado quando real-mente o sinistro ocorrer e se ocorrer. NS: NS – O senhor arrisca uma pre-visão de crescimento para esse ano? Mauro: Eu acho que o cenário atual não permite nada fora da realidade. Estamos no final do ano e temos mui-tas incertezas. Mas, em nosso setor, contamos com uma demanda repri-mida considerável. Existem milhões de pessoas que não têm seguro saú-de ou plano de cobertura para trata-mento odontológico e milhões de ve-ículos e de residências que não têm seguros. Há uma demanda grande que, mesmo considerando-se o en-colhimento da economia, as pesso-as, preocupadas em preservar o que conquistaram, podem tomar a de-cisão de ter sua primeira apólice de seguro. Então, há de se esperar que o setor venha a crescer menos, mas que não venha a se arrastar como está ocorrendo, infelizmente, com muitos setores da economia nacional. Citar números é um achismo ruim. Ainda assim acredito que deveremos crescer na faixa de dois dígitos.

CONTINUAÇÃO DA ENTREVISTA COM MAURO BATISTA

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MAÍLSON DA NÓBREGACONSULTOR ECONÔMICO

ENTREVISTA

Maílson da Nóbrega foi mi-nistro da Fazenda no final do governo José Sarney,

quando, indomável, o dragão da inflação alçou voos aos maiores pa-tamares registrados na história. O batismo de fogo transformou-o em um dos mais argutos e mais respei-tados observadores da cena econô-mica e política do Brasil. Foi com o seu olhar experiente que o ex-mi-nistro abrilhantou, como palestran-te, o Almoço de Confraternização do SindsegSP, realizado em 02 de dezembro. Na entrevista abaixo, Mailson reforça suas críticas à po-lítica econômica adotada em go-vernos petistas, desde 2008/2009, apontada por ele como a raiz da recessão atual. E vê, com algum, otimismo a possibilidade de o atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vir a conseguir realizar a maior par-te dos ajustes a que se propôs fazer. Notícias SindsegSP: Qual é a aná-lise que o senhor faz do compor-tamento da economia em 2015? Maílson da Nóbrega: A econo-mia brasileira deve experimen-tar uma contração de 3,8% em 2015, a maior dos últimos 25 anos. NS: É possível obter uma retomada do crescimento com a atual políti-ca de juros? Por outro lado, como controlar a inflação, que deverá ficar acima da meta inclusive no próximo ano, se os juros baixarem? Maílson da Nóbrega: Não é a po-lítica de juros a causa da recessão. Seu papel, neste momento, é con-tribuir para o controle da inflação

e evitar que os reajustes corretivos de preços públicos contaminem os demais preços da economia. Não há crescimento permanente com inflação alta. A recuperação pode começar a acontecer no fim do segundo semestre de 2016, impulsionada pelos ganhos de co-mércio proporcionados pela depre-ciação do real. Tenderá a ser uma recuperação ainda medíocre, mas significará a reversão do ciclo re-cessivo.NS: O câmbio continuará a ser uma ameaça no próximo ano? Maílson da Nóbrega: O câmbio não é ameaça, mas solução para o início da recuperação da economia pelo lado do comércio exterior. Com a depreciação do real, os produtos brasileiros ficam mais competitivos, permitindo a exploração de opor-tunidades de vendas nos mercados externos e a substituição de im-portação por produção doméstica. Ambos os movimentos geram de-manda interna e contribuem para a expansão da atividade econômica e do emprego. Os efeitos inflacioná-rios da depreciação podem ser con-tidos com os níveis da taxa de juros estabelecidos pela política mone-tária. Creio que o câmbio tende a continuar depreciando-se em 2016, provavelmente atingindo R$ 4,20/R$ 4,40 por dólar no fim do ano. NS: A economia brasileiro sentiu o impacto de uma possível mudan-ça na política de juros nos EUA e da crise das bolsas chinesas. As crises externas continuarão sendo ameaças em 2016? Como podere-mos blindar a economia brasileira? Maílson da Nóbrega: A mudança da política monetária americana constitui, a rigor, uma consequên-cia da recuperação da economia americana, o que é favorável ao Brasil. O aumento da taxa de juros

pelo Federal Reserve deve acarretar depreciação do real, mas seus efeitos inflacionários podem ser contidos, como expliquei. O temor de fuga de capitais não deve materializar-se, mas, se for o caso, o Brasil tem um colchão robusto de reservas interna-cionais que lhe permite enfrentar a situação. Na verdade, a crise da eco-nomia mundial já foi debelada, res-tando apenas a recuperação da eco-nomia da zona do euro. A recessão do Brasil é um processo autoinfligido, consequência de erros clamorosos da política econômica praticada a partir de 2008/2009. Tem pouco a ver com crise mundial. Quanto às bolsas chi-nesas, seu efeito no Brasil é nulo ou desprezível. O mercado acionário chi-nês é relativamente pequeno e tem participação diminuta, talvez menor do que 2%, de investidores estrangei-ros. Tem, por isso, nenhum ou limi-tado impacto na economia mundial. NS: Como o senhor vê a política eco-nômica do ministro Joaquim Levy? Maílson da Nóbrega: O ministro restabeleceu a seriedade na polí-tica econômica, promovendo, com apoio da presidente Dilma, os ajus-tes necessários nos preços públicos e propostas de ajuste fiscal. Acontece que, neste último campo, o ajuste não depende dele, mas essencial-mente da presidente Dilma, de quem se requer liderança e capacidade de articulação para aprovar as medidas no Congresso. Infelizmente, sua im-popularidade acentua a fragilidade política e dificulta a aprovação das medidas. Creio, entretanto, que o ministro Levy conseguirá a aprovação das principais medidas que propôs, talvez mesmo até a CPMF, a qual, goste-se ou não, é fundamental para evitar um impasse fiscal e novos re-baixamentos da classificação de risco do Brasil.

MAÍLSON DA NÓBREGA

ECONOMIA ENCOLHERÁ 3,8% EM 2015; RETOMADA SÓ NO FINAL DE 2016

NOTÍCIAS SINDSEGSP

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EXPEDIENTE

NOTÍCIAS SINDSEGSP

ANTÔNIO PENTEADO MENDONÇA

ARTIGO

O ano de 2016, na visão de um dos grandes empresá-rios brasileiros, será pior do que 2015. A razão é

simples: o país não fez nada ao longo deste ano. Se falou muito, se prome-teu mais ainda, se chantageou, se jo-gou sujo, se mexeu em caixa de ma-rimbondo, mas fazer algo de concreto para tirar o Brasil da crise ficou para depois, com sorte, o ano que vem.Como não existe remédio doce, pelo menos para situações com a gravidade do quadro nacional, o resultado será um 2016 encrespado e travado, ou seja, com mais recessão, inflação, juros altos e de-semprego fazendo parte do dia a dia.Não tem como ser diferente. E o pro-blema é mais agudo na medida em que a grande crise que assola o país não é econômica, nem política, mas moral. A economia ir mal e a política pior ainda são apenas os sinais exterio-res da doença que sufoca a capacida-de do paciente, jogando a sociedade

Em 2015, o Sindseg SP participou de importantes iniciativas com o foco na redução do número de acidentes de trânsito e na conscientização sobre a importância da direção segura: a campanha Transitando Seguro e o Movimento Maio Amarelo. Os dados envolvendo acidentes de trânsito ex-plicam, por si mesmos, a importância das iniciativas: somente no Brasil, são vítimas fatais de acidentes de trânsi-to mais de 50 mil brasileiros por ano. “O Brasil é reconhecidamente um dos recordistas mundiais de aciden-

tes de trânsito”, lembra Mauro Batis-ta, presidente do Sindseg SP. Em dezembro do ano passado, o SindsegSP deu início, em parce-ria com o Observatório Nacional de Segurança Viária, à campanha “Transitando Seguro”. A campa-nha envolveu vídeos educativos e dicas de trânsito. A campanha contou com o apoio do Sincor-SP e 10 patrocinadores: Alfa Segura-dora, Bradesco Seguros, Mapfre, Chubb Seguros, HDI Seguros, Mit-sui Sumitomo Seguros, Porto Se-

guro, SulAmérica, Tokio Marine Se-guradora e Yasuda Marítima.Em maio, o Sindseg SP apoiou o Mo-vimento Maio Amarelo, em parceria com o Sincor-SP e a ONG Terapeu-tas do Trânsito, também destinada à conscientização sobre a importância do trânsito seguro. Ao longo do mês uma trupe de 6 clowns abordou cer-ca de 16 mil paulistanos nos principais cruzamentos e parques de São Paulo. Foram fornecidos folders e adesivos com dicas e informações sobre aci-dentes de trânsito.

Notícias Sindsegsp é uma publicação do Sindicato das Empresas de Seguros, Resseguros e Capitalização do Estado de São Paulo.Presidente: Mauro Batista Diretor Executivo: Fernando Simões Produção: Néctar Comunicação Corporativa Jornalista responsável: Eugênio Melloni (MTb 19.590) Redação e edição: Eugênio Melloni Fotos: Divulgação

numa sinuca de bico complicada.Há saída? Com certeza, há. Mas ela é doída e custará caro para milhares de brasileiros que verão sua situação social cair de nível, por conta das me-didas indispensáveis para a recupera-ção do paciente. Tanto faz o que um ex-Presidente da República diz, a ver-dade é que 12 anos de decisões equi-vocadas foram suficientes para jogar o Brasil para os mesmos patamares da metade da década de 1990. E não será a reinvenção do consumo artificial de bens e produtos que fará a nação reen-contrar o caminho do desenvolvimento.É indispensável um forte ajuste em to-das as áreas da vida brasileira. As pri-meiras medidas devem ser rapidamen-te implementadas no sentido de alterar radicalmente as regras para se fazer política. A introdução do voto distrital, recall, redução do número de partidos, cláusula de barreira e a revisão da re-presentação com base na população são medidas a serem implantadas já.

Na sequência há todo um rol de pro-vidências que se fazem necessárias, a começar pela redução do tamanho do Estado, reforma fiscal e tributária, incen-tivo à iniciativa privada. E é neste cenário pessimista que nasce a centelha da es-perança e um otimismo moderado. Está ruim, vai piorar, mas, se fizermos a li-ção de casa, no final, o Brasil pode sair da crise um país melhor, mais maduro, justo e baseado num arcabouço moral sólido. É tudo o que o setor de seguros necessita para crescer em patamares elevados. Com a economia entrando nos eixos e a boa fé pautando de novo as relações socioeconô-micas, em pouco tempo será possível viver numa nação com índice de proteção social muito mais elevado, puxado por milhões de segurados que terão seus patrimônios e capacidades de atuação garantidos pe-las apólices das seguradoras.Feliz 2016! O ano será duro, mas, ainda que navegando na tempestade, lá no fundo do horizonte já dá para perceber os primeiros clarões da bonança.

OTIMISMO MODERADO

SINDSEG SP: AÇÕES CONTRA ACIDENTES DO TRÂNSITO EM 2015

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ANA RITA PETRAROLIADVOGADA ESPECIALIZADA EM SEGUROS DA PETRAROLI ADVOGADOS

ENTREVISTA

Uma pesquisa apresentada em um congresso internacional da área de seguros, em outubro,

mostrou números que representam ao mesmo tempo oportunidade e desa-fio. Segundo a pesquisa, apresentada pela CNseg, apenas 35% dos brasi-leiros possuem algum tipo de segu-ro. Cerca de 185 milhões de pessoas não têm seguro de vida e 58 milhões de residências e 38 milhões de auto-móveis não contam com coberturas. Para a advogada Maria Rita Petraroli, da Petraroli Advogados, especializada em seguros, ainda é obstáculo para uma maior penetração do seguro na sociedade brasileira uma visão equi-vocada sobre a relação entre custo e benefício.

Notícias SindsegSP: Dados da CNseg apresentados na XXXV Conferência Hemisférica de Seguros da FIDES re-velaram que, atualmente, apenas 35% dos brasileiros possuem algum tipo de seguro. Além disso, 58 milhões de residências não têm cobertura, bem como 38 milhões de automó-veis. Por que os produtos da indústria do seguro ainda contam com baixa penetração na população brasileira? Ana Rita Petraroli: Sobre a assimila-ção do seguro pela população brasi-leira, temos um problema muito sério, hoje, que é o risco. O risco está dire-tamente ligado à precificação. Quan-do falamos de automóvel, temos um risco enorme, que é a falta de peças. Muitos dos veículos que estão listados dentro desses 38 milhões são antigos e talvez as peças nem existam mais. As seguradoras enfrentam um problema

muito sério diante do Judiciário, que obriga somente a utilização de peças fornecidas pelas montadoras originá-rias, tornando cada vez mais difícil a reposição. Quando as peças não che-gam às oficinas, as seguradoras são condenadas em ações judiciais a pa-gar lucros cessantes ou danos morais, pois são elas que oferecem os serviços das oficinas, em última instância, ao segurado. Fora o número de roubo de veículos que cresce assustadoramente nas grandes capitais. Mesmo nas ci-dades do interior que eram mais tran-quilas, o furto e roubo de veículos já alcançam níveis alarmantes. Tudo isso faz com que o seguro tenha um preço alto. O prêmio acaba sendo elevado não porque houve aumento de lucro ou falta de competência na organiza-ção administrativa das empresas, mas simplesmente por causa do risco. Com o prêmio elevado, as pessoas acabam se afastando da contratação do se-guro. Em relação às residências, um dos problemas é o desconhecimento. As pessoas não sabem que o seguro para residências tem produtos extre-mamente elaborados, com uma série de coberturas e serviços oferecidos, que são extremamente sedutores. Até porque o custo do seguro residencial é muito baixo. Nesse levantamento, não sei que tipo de residências estão sendo consideradas. Pode ser que al-gumas residências não sejam aptas à contratação do seguro. Isso, porque, para que exista indenização é preciso que exista um mínimo de segurança. NS: Existem estratos da popula-ção mais refratários ao seguro? Ana Rita Petraroli: Acho que esses milhões de pessoas que são mencio-nados na pesquisa estão situados nos extremos da população: as camadas de baixíssima renda e as de altíssima renda. Hoje no Brasil temos um quadro interessantíssimo. As pessoas de altís-

sima renda também estão deixando de fazer seguro porque elas próprias finan-ciam o seu risco. Elas se sentem aptas a dar essa cobertura. Até porque muito dos bens não são controlados por nota fiscal. Como auferir o valor de um quadro para efeito de seguros? Esses dois extremos estão excluídos do mercado de seguros, mas não são o grosso da população. O grosso da população assegurada tem oferta, tem produto. Às vezes se assus-ta um pouco com o prêmio, mas talvez por falta de conhecimento do quanto ele vai estar coberto e quão grande é o risco dele. Então, ele acaba se retraindo. NS: – Apesar da expectativa de cres-cimento, há uma desaceleração do crescimento do segmento de segu-ros. Como você vê a influência da retração da economia sobre a bus-ca pela massificação dos seguros? Ana Rita Petraroli: Acredito que essa questão esteja ligada ao que eu disse sobre o desconhecimento em relação ao seguro. Eu acredito que o seguro seja um meio de resguardar economi-camente as pessoas, mas elas não se dão conta disso. Tenho a certeza de que quanto maior é a crise, mais necessário se torna o seguro. Imagine uma empre-sa em dificuldade, alguém que tem um financiamento e não consegue contrair um segundo, alguém que tem a escola do filho para pagar, que tem o risco da aposentadoria por meio da longevida-de. Os nossos riscos têm sido cada vez maiores. Numa conjuntura econômica ruim, o risco fica maior ainda, porque você não tem mais dinheiro. Sua chan-ce de se recuperar frente a um sinistro é menor. Só que as pessoas não enten-dem dessa maneira. Aí vejo uma grande importância da educação financeira. Um programa consciente. A Susep foi até a coordenadora do programa de edu-cação financeira do governo federal. A educação financeira traria a consciência em relação à importância do seguro.

ANA RITA PETRAROLI

MASSIFICAÇÃO DE SEGUROS DEPENDEDE MAIOR CONHECIMENTO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE CUSTO E BENEFÍCIO

NOTÍCIAS SINDSEGSP

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BOAS FESTAS!

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