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I - INTRODUÇÃO - O Globo - O Globo · 2011-11-10 · O Governo do Distrito Federal, ... (FPE,FPM,CID,etc) ** Referem-se a convênios, ... Civil do DF que estão recebendo indevidamente

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I - INTRODUÇÃOEste documento trata de apresentar, organizados por Secretaria de Estado ou unidade

equivalente recebedora dos recursos federais, os resultados decorrentes das inspeções da Controladoria Geral da União - CGU, no âmbito do Governo do Distrito Federal - GDF.

O Governo do Distrito Federal, no período de 2006 a 2009, geriu cerca de R$ 66,6 bilhões, envolvendo recursos próprios e recebidos da União, conforme quadro a seguir:

2006 2007 2008 2009 TOTALVALORES PRÓPRIOS DO GDF * 7.527.301.716,34 8.242.583.974,18 9.837.761.817,76 9.526.217.757,37 35.133.865.265,65

VALORES RECEBIDOS DA UNIÃO** 354.811.424,53 389.278.663,93 530.510.614,87 771.144.790,40 2.045.745.493,73VALORES DO FUNDEB 781.646.961,10 852.288.929,64 1.118.026.155,44 1.161.662.306,91 3.913.624.353,09VALORES FCDF 5.257.652.802,70 6.054.954.322,13 6.595.047.177,97 7.603.292.576,85 25.510.946.879,65TOTAL 13.921.412.904,67 15.539.105.889,88 18.081.345.766,04 19.062.317.431,53 66.604.181.992,12

RECURSOS GERIDOS PELO GDF

Fonte: Sistema de Coleta de Dados Contábeis de Estado e Municípios - SISTN e Relatório Resumido de Execução Orçamentár ia - RREO/GDF

* Inclui a repartição de receita (FPE,FPM,CID,etc)

** Referem-se a convênios, contratos de repasse e fundo a fundo SUS, FNAS, FNDE, etc

Recursos Federais

O volume total de recursos repassados pelo Governo Federal, no período 2006 a 2009 e fiscalizados pela Controladoria Geral da União, nesta auditoria, excluídas as transferências constitucionais e legais de repartição de receita, é da ordem de R$ 27 bilhões, conforme quadro com os valores atualizados na 2ª etapa dos trabalhos de fiscalização demonstrados a seguir.

Fonte: Siafi, Caixa e BNDES

Desse montante, R$ 25,5 bilhões foram repassados por meio do Fundo Constitucional do Distrito Federal, destinados a custear despesas com educação, saúde e segurança pública, sendo 96,4% empregados no pagamento de Pessoal e Encargos Sociais e 3,6% gastos em compras, serviços e investimentos, cuja análise será apresentada em tópico específico.

ÓRGÃO

Valores to-tais dos

Convênios e congêneres pactuados

Valor liberado pelo Governo Federal dos Convênios e congêneres

Valor total do FCDF

Valores trans-feridos me-

diante fundo a fundo, incluin-

do PDDE

Total de Operações de Crédito - valor contra-

tado

Operações de Crédito - valor libera-

do

Total de valores libe-rados ao GDF

MAPA 2.726.360 1.742.360 1.742.360MCT 59.673.780 18.015.416 18.015.416MCULT 8.548.376 1.608.253 1.608.253MDIC 353.005.479 132.776.150 132.776.150MPOG 15.387.697 3.622.433 3.622.433MEC 61.081.324 47.534.788 96.269.981 143.804.769MF 25.510.946.880 25.510.946.880MI 17.343.445 6.540.490 6.540.490MJ 91.634.345 63.515.811 63.515.811MS 79.238.231 25.258.496 1.431.359.429 1.456.617.925MCID 186.351.964 91.939.444 42.430.110 18.953.210 110.892.654MDS 11.936.210 6.747.050 26.744.805 33.491.854MDA 12.251.872 10.294.653,49 10.294.653ME 44.659.801 32.389.862 32.389.862MTE 31.513.205 13.245.159 13.245.159MTUR 15.041.143 11.460.203 11.460.203MT 221.618.722 199.495.682 199.495.682MPA 911.354 806.928 806.928Total 859.917.830 534.217.029 25.510.946.880 1.554.374.215 395.435.590 151.729.360 27.751.267.483

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Com referência às Transferências de Recursos Fundo a Fundo, ou mediante Convênios, Contratos de Repasse e, ainda, operações de crédito, a CGU, no decorrer dos trabalhos (1ª e 2ª etapas), auditou o valor de R$ 2,1 bilhões, conforme quadro a seguir, cuja análise estará no corpo deste relatório, em cada uma das áreas executoras.

ÓRGÃOTotal de valo-res liberados ao GDF (A)

Valores liberados dos Convênios e congêne-res em fiscalização/fis-

calizados (B)

Total de valo-res em fiscali-zação - Fundo a Fundo (C)

Total de Ope-rações de

Crédito em fiscalização

(D)

Total de valo-res em fiscali-

zação E=(B+C+D)

% Total Fiscalizado (E/Ax100)

MAPA 1.742.360 1.742.360 0 0 1.742.360 100,00%MCT 18.015.416 18.015.416 0 0 18.015.416 100,00%MCULT 1.608.253 1.608.253 0 0 1.608.253 100,00%MDIC 132.776.150 0 0 105.168.150 105.168.150 79,21%MPOG 3.622.433 3.622.433 0 0 3.622.433 100,00%MEC 143.804.769 38.547.140 96.269.981 0 134.817.121 93,75%MI 6.540.490 6.540.490 0 0 6.540.490 100,00%MJ 63.515.811 57.134.143 0 0 57.134.143 89,95%MS 1.456.617.925 10.313.889 1.322.332.990 0 1.332.646.879 91,49%MCID 174.212.651 90.561.738 0 82.255.697 172.817.434 99,20%MDS 33.491.854 5.027.050 25.284.281 0 30.311.331 90,50%MDA 10.294.653 8.430.937 0 0 8.430.937 81,90%ME 32.389.862 20.317.885 0 0 20.317.885 62,73%MTE 13.245.159 11.127.512 0 0 11.127.512 84,01%MTUR 11.460.203 7.632.769 0 0 7.632.769 66,60%MT 199.495.682 199.495.682 0 0 199.495.682 100,00%MPA 806.928 806.928 0 0 806.928 100,00%Total 2.303.640.600 480.924.625 1.443.887.252 187.423.847 2.112.235.723 91,69%

A segunda etapa dos trabalhos de auditoria desenvolvidos no GDF se caracterizou pela análise das manifestações apresentadas pelas secretarias do GDF, bem como pelos aprofundamentos identificados como necessários a partir dos trabalhos realizados na 1ª etapa, destacando-se, para esse último grupo, as investigações, envolvendo as áreas de Obras e da Saúde.

Em grandes números, os trabalhos permitiram detectar indícios e/ou evidências de:

TIPOLOGIA DAS CONSTATAÇÕESPosição na 1ª ETAPA

Posição na 2ª ETAPA

Variação 2ª etapa em re-lação à 1ª etapa

1 - Acumulação de recursos em conta de fundo a fundo 320.757.104,03 218.730.930,94 -31,81%2 - Pagamentos Indevidos 51.845.647,67 51.543.014,77 -0,58%3 - Convênios e Contratos de Repasse com objeto não executado e com recursos disponíveis em conta 39.960.229,83 31.441.273,16 -21,32%4 - Sobrepreço ou superfaturamento 33.973.685,70 50.536.634,91 48,75%5 - Não ressarcimento de salários de pessoal cedido 22.896.682,83 27.200.000,00 18,79%6 - Contratação desnecessária 7.161.097,19 7.161.097,19 0,00%7 - Problemas na execução 5.625.145,12 12.824.491,55 127,99%8 - Problema na formalização da Contratação 5.249.457,91 5.249.457,91 0,00%

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9 - Cancelamento e devolução de recursos por ine-xecução 2.280.087,44 2.280.087,44 0,00%10 - Problemas na comprovação da contrapartida com recursos federais repassados 2.202.479,20 0,00 -100,00%11 - Restrição à competitividade 2.193.877,00 2.193.877,00 0,00%12 - Execução Fora da Conta Vinculada 431.673,87 431.673,87 0,00%13 - Favorecimento no julgamento de Licitações 212.800,00 920.000,00 332,33%14 - Ausência de detalhamento / falha de BDI 145.225,67 145.225,67 0,00%15 - Despesas inelegíveis 61.584,00 218.146,66 254,23%16 - Saldo a devolver, não indicado na Prestação de contas 24.974,14 24.974,14 0,00%17 - Problemas diversos na licitação 0 12.131.546,51 100,00%

Nota explicativa: as variações positivas e negativas decorrem do acatamento de justificativas apresentadas e acréscimos decorrentes de novos trabalhos.

O quadro acima demonstra que os indícios detectados na 1ª etapa, na sua maioria, se confirmaram na 2ª etapa. O Anexo 01 apresenta de forma detalhada as constatações de cada um dos itens acima. A seguir, apresentam-se os principais destaques das constatações acima:

Item 01 - apesar das manifestações recebidas do GDF, a respeito dos R$ 320 milhões aplicados no BRB, R$ 218.730.930,94 permanecem não aplicados efetivamente em ações de saúde;

Item 02 - do total de R$51.543.014,77, referente a valores de pagamento indevidos, R$40.000.000,00 são referentes a servidores não pertencentes à carreira da Polícia Civil do DF que estão recebendo indevidamente a remuneração com recursos do FCDF;

Item 03 - R$ 31.441.273,16 são recursos disponíveis em conta, a mais de 06 meses, referentes a Convênios e Contratos de Repasse firmados com vários ministérios e com objeto não executado. Das manifestações recebidas do GDF, foi acatada apenas a apresentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do DF – FAPDF que iniciou a liberação dos primeiro pagamento, saneando, assim, a constatação de cerca de R$ 8 milhões registrados à época;

Item 04 - dos R$50.536.634,91 de sobrepreço/superfaturamento, mais de R$22 milhões são referentes a obras executadas com recursos transferidos pelos Ministérios das Cidades, dos Transportes e da Integração Nacional e aproximadamente R$23 milhões referem-se à aquisição de medicamentos. Ressalte-se, ainda, que das manifestações recebidas do GDF, foram acatadas parcialmente as justificativas apresentadas pelo Metrô-DF, reduzindo, em valores históricos, R$ 4.833.414,05, e permanecendo um saldo de sobrepreço de R$ 6.895.019,73;

Item 05 - R$27.200.000,00 referentes à cessão de servidores da Polícia Civil do DF a outros órgãos com recursos do FCDF, sem o devido ressarcimento (Valor nominal);

Item 06 - dos R$7.161.097,19 classificados como contratação desnecessária, R$ 4.660.965,84 referem-se à contratação, pela Secretaria de Obras do GDF, de uma empresa de consultoria especializada para gerenciamento e coordenação dos contratos de financiamento celebrados entre o Governo do Distrito Federal e a Caixa Econômica Federal, referente às operações de crédito do Programa Pró-Moradia (FGTS), em obras na região de Mestre D’Armas e Arapoanga, em Planaltina, e do Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia, no Distrito Federal. R$ 2.398.901,35 refere-se a não utilização de pesquisa de emprego e desemprego contratada pela SETRAB/DF;

Item 07 - R$12.824.491,55 são referentes a problemas na execução, com destaque para:

• O não atingimento das metas de colocação de trabalhadores no mercado de trabalho no convênio nº 33/2005, ensejando potencial devolução de recursos na ordem de R$ 3.120.495,00, devido ao cumprimento parcial do objeto pactuado, conforme resultado do cruzamento de bases de dados do SIGAE, RAIS e CAGED.

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• A utilização R$ 4.030.394,06 do PAB-Fixo para pagamento de Terapia Renal Substitutiva no período de janeiro /2006 a fevereiro/2008. • R$ 1.150.000,00 referentes à celebração de termo aditivo sem a justificativa do acréscimo de 25% ocorrido em contrato da área da Secretaria do Trabalho, especificamente na ação Apoio à Organização do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, Índice de Gestão Estadual – IGE. • Aproximadamente R$ 1 milhão de não execução, pela EMATER, da parcela prevista para assistência técnica e 27,12% do valor previsto para aquisição de equipamentos de informática e outros bens.

Item 08 – do total de R$ 5.249.457,91 referentes a problemas na formalização da contratação, R$ 1.740.341,91 dizem respeito a parte dos recursos transferidos pelo Ministério das Cidades para urbanização de favelas, em que ficou comprovada a repetição de indevida de licitação, já que a empresa não habilitada na primeira concorrência foi a vencedora na segunda com preço superior sem que tenha ocorrido alteração de especificações e de quantitativos. O outro valor significativo, R$ 3.440.000,00, refere-se a convênio firmado entre o MEC/FNDE e o GDF com a finalidade de possibilitar a realização de curso de especialização na área pedagógica para docentes da Educação Básica do DF (2.400 alunos), cuja contratação ocorreu sem justificativa de custo-benefício;

Item 09 - R$ 2.280.087,44 de cancelamento e devolução, por inexecução, de recursos oriundos de destaque recebido da Presidência de República para estruturação dos espaços para a juventude e material didático a cargo do MTE;

Item 10 - a redução do valor – R$ 2.202.479,20, referente à contrapartida com recursos federais repassados – ocorreu porque o GDF providenciou o depósito referente à contrapartida do Programa Nacional de Apoio à Modernização da Gestão e do Planejamento dos Estados e do Distrito Federal – PNAGE, que, neste item, era a principal constatação da 1ª etapa dos trabalhos;

Itens 11, 13 e 17 - aproximadamente R$15 milhões referem-se a constatações que envolvem licitações (restrição à competitividade; favorecimento no julgamento de Licitações e problemas diversos na licitação), sendo que em torno de R$ 12 milhões são referentes a problemas diversos nos processos licitatórios para aquisição de medicamentos e reformas de unidade de saúde na Secretaria de Saúde;

Recursos Internacionais

Conforme dados disponibilizados pela Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o GDF possui atualmente quatro contratos de empréstimo e um acordo de doação com recursos externos em fase de execução, além de seis cartas-consulta relativas a novas operações de financiamento que estão em fase de assinatura ou em preparação, conforme quadro a seguir.

Nos contratos de empréstimo externo em execução, houve concessão de garantias pela União, com o cumprimento do rito de análise de limites e riscos efetuados pela STN e em observância às contragarantias apresentadas pelo GDF em cada operação, nos termos da Resolução n.º 96 do Senado Federal, de 15.12.1989. Consoante previsto nas cláusulas contratuais de cada um dos referidos contratos de empréstimo externo, a realização das auditorias específicas sobre estas operações coube a empresas de auditoria independente. Cabe esclarecer que, em operações de crédito externo firmadas por Estados e Municípios, a CGU, no exercício de sua competência constitucional, providencia apenas o acompanhamento regular dos controles que são aplicados pelo Tesouro Nacional para a concessão de garantias e para a execução, quando necessário, das contragarantias apresentadas pelos Estados e Municípios.

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ProgramaOrgan. Financ.

Empréstimo Em US$

Contrapartida GDF em US$ Fase

Período de execução

Programa de Saneamento Básico no Distri-to Federal - 1ª Fase BID 130.000.000 166.363.000 Concluído

11/6/2001 a 11/6/2009

Programa de Transportes Urbanos do Dis-trito Federal BID 176.775.000 93.110.000

Em execu-ção

30/1/2008 a 30/1/2013

Programa Saneamento Ambiental Gestão Territorial Distrito Federal BIRD 57.643.000 57.643.000

Em execu-ção

23/2/2006 a 31/3/2011

Programa de Gestão das Águas e Drena-gem Urbana do Distrito Federal - Águas do DF CAF 60.095.000 40.063.000

Em execu-ção

8/10/2009 a 8/10/2013

Programa de Modernização da Gestão Pú-blica do DF - Programa Gestão GDF BIRD 130.000.000 270.000.000

Em execu-ção

10/9/2009 a 31/12/2012

Doação Fortalecimento do Programa de Modernização do Sistema de Transporte Público Urbano do Distrito Federal BID 600.000 83.000

Em execu-ção

10/10/2008 a 10/3/2009

Subtotal Concluído e em Execução 555.113.000 627.262.000 Programa de Implantação de Sistema de Metrô Leve sobre Trilhos em Brasília: Liga-ção Aeroporto - W3 - Terminal Asa Norte (1ª Etapa) AFD 186.000.131 182.000.024 Assinatura

Programa de Saneamento Ambiental e Gestão Territorial do Distrito Federal - Pro-grama Brasília Sustentável - Fase II BIRD 57.000.000 61.760.000

Em prepa-ração

Programa de Implantação do Sistema de Transporte entre as Cidades do Gama, Santa Maria e Plano Piloto - 1ª Etapa CAF 243.508.000 150.980.000

Em prepa-ração

Programa de Saneamento Ambiental da CAESB - 1ª Etapa BID 170.840.000 115.470.000

Em prepa-ração

Projeto de Desenvolvimento Fazendário do Distrito Federal BID 31.997.935 4.743.586

Em prepa-ração

Programa de Infra-Estrutura e Saneamento Básico em Áreas de Expansão Urbana - Distrito Federal BID 50.000.000 21.430.000

Em prepa-ração

Subtotal em fase de Assinatura e preparação 739.346.066 536.383.610 Total Geral 1.294.459.066 1.163.645.610

Fonte: SEAIN - Dados enviados para compor a Prestação de Contas do Presidente da RepúblicaObservações: CAF-Cooperação Andina de Fomento; AFD - Agência Francesa de Desenvolvimento

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III - CONCLUSÕESO presente relatório agrega os resultados decorrentes das inspeções da Controladoria-

Geral da União – CGU no Governo do Distrito Federal.No período de 2006 a 2009, o Governo do Distrito Federal geriu cerca de R$ 66,6

bilhões, dos quais 35,1 bilhões referem-se a recursos próprios (IPVA, IPTU, FPE, FPM, CIDE, etc.), R$ 2,1 bilhões a transferências da União (convênios, contratos de repasse e fundo a fundo - SUS, FNAS, FNDE, etc.), bem como do FUNDEB (R$ 3,9 bilhões) e do FCDF – Fundo Constitucional do Distrito Federal (R$ 25,5 bilhões).

A primeira etapa dos trabalhos, que se encerrou em 31/3/2010, envolveu a fiscalização, além de R$ 25,5 bilhões de recursos do Fundo Constitucional, R$ 1,1 bilhão, envolvendo recursos de transferências da União (convênios, contrato de repasse e fundo a fundo). A segunda e última etapa, que ora se encerra, ampliou este valor para R$ 2,1 bilhões – com o quê se cobriu mais de 90% dos recursos federais repassados extra Fundo Constitucional – bem como cuidou também de promover a análise das manifestações apresentadas pelas Secretarias do GDF.

As conclusões finais apresentam-se a seguir.

III.1 – Análise dos gastos do FCDFOs recursos do Fundo Constitucional do DF nesse período, cerca de R$ 25,5 bilhões,

destinados a custear despesas com segurança pública, saúde e educação, representaram 92,6% dos repasses da União ao GDF e 38,3% dos recursos nacionais por ele geridos.

Desses valores, 96,4% foram empregados no pagamento de Pessoal e Encargos Sociais, sendo cerca de R$ 11,6 bilhões na segurança pública e R$ 13 bilhões nas áreas de saúde e educação. Os 3,6% restantes dos gastos ocorreram na área de segurança pública, sendo aproximadamente R$ 767 milhões gastos em compras e serviços e R$ 140 milhões em Investimentos.

O Distrito Federal, que recebe todas as outras transferências a que também fazem jus os demais estados, é a única unidade da Federação a contar com essa receita adicional. Estudo recente demonstra que, como decorrência do volume de recursos disponíveis para essas três áreas da Administração, a despesa per capita do Distrito Federal em cada uma das funções orçamentárias correspondentes é a maior do país1.

Segundo esse estudo, em 2008, por exemplo, a despesa per capita no DF com segurança pública foi de R$ 1.072,42 - valor 356% maior que os R$ 235,26 gastos pelo Estado de São Paulo. Nessa área, a oferta privilegiada de recursos proporciona ao DF diferenciais, como deter o maior contingente de policiais por habitante e remunerá-los com os maiores salários da Federação. Inclusive, se considerássemos que os índices registrados no DF sofrem o impacto da população do entorno, ainda assim o gasto per capita, que seria de R$ 749,95 em 2008, permaneceria o maior da Federação e seria 219% maior que o gasto de São Paulo2. Contudo, constata o autor que a taxa de homicídios por habitantes no DF naquele ano foi 31% maior que a verificada no Estado de São Paulo e é superior às apresentadas por outras 14 unidades da Federação. Ou seja, a Segurança Pública do DF, recebedora do maior volume de recursos por habitante do país, não se destaca 1 Impactos das Transferências Intergovernamentais no Federalismo Brasileiro: uma Avaliação do Fundo Constitucional do Distrito Federal sob os Aspectos de Equidade Fiscal e Eficiência Econômica – por Oliveira Alves Pereira Filho – Monografia premiada no XIV Prêmio Tesouro Nacional, 2009 - 2º lugar. Ver também o artigo A corrupção no DF e o dinheiro que ‘cai do céu’ – publicado por Marcos Mendes e Marcos Kohler, consultores legislativos do Senado Federal, na página eletrônica da ALESFE – Associação dos Consultores e Advogados do Senado Federal.

2 Fontes: Monografia citada na Nota 1 (gastos das UF) e IBGE (populações do DF e do entorno).

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das dos demais estados. Isso embasa fortemente a hipótese de que, no DF, os recursos estão sendo alocados com ineficiência ao longo do tempo.

O resultado mais contundente, apontado pelo pesquisador que responde pelo estudo citado, surge da avaliação da qualidade dos gastos na área de Segurança Pública. Segundo o estudo, que foca a Segurança Pública sob o ângulo da eficiência econômica, levando, para tanto, em consideração variáveis ambientais, socioeconômicas e de gestão, o DF aparece como o ente mais ineficiente da Federação no ranking produzido pela aplicação da metodologia adotada pelo autor.

Nas áreas de Saúde e Educação, como se mostra a seguir, há indicadores que demonstram que o desempenho do DF, tal como na Segurança Pública, não se destaca, em relação aos demais estados, em proporções compatíveis com os recursos fornecidos pelo Fundo Constitucional do Distrito Federal.

Na Educação, por exemplo, a despesa per capita do DF em 2008 foi de R$ 1.490,66, 208,4% maior que a do estado de Minas Gerais. Naquele ano, o Custo-Aluno no Ensino Fundamental do DF foi 32,8% maior que o de MG3. Enquanto isso, o desempenho de ambas as unidades da federação é praticamente o mesmo, conforme demonstrado pelo IDEB (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) e pelos resultados do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio): IDEB - DF=4,8 MG=4,9; ENEM - DF=53,7 MG=514. Leve-se em conta que, com área geográfica imensamente maior e contando com o maior número de municípios do país (853), as dificuldades para administrar MG não devem se comparar com as do DF. O único diferencial positivo constatado, diz respeito ao salário dos professores, que no DF é 232% maior que o praticado em Minas Gerais5.

Na Saúde, a despesa per capita do DF em 2008 foi de R$ 1.223,32 - valor 137,5% maior que a média nacional. Contudo, ao compararmos, por exemplo, a atuação do GDF na Atenção Básica em Saúde com aquela das administrações das demais unidades da federação, na perspectiva da cobertura populacional dos Programas de Agentes Comunitários de Saúde – PACS e Saúde da Família – PSF6, verificamos que o DF está bem aquém do esperável. Enquanto a cobertura populacional média no país em 2008 foi de 60,4% no PACS e de 49,5% no PSF, no Distrito Federal essas coberturas, as menores da Federação, foram de 13,6% e 5,64%, respectivamente. Esses dados demonstram a ineficiência na aplicação dos recursos financeiros e o descaso com a atenção primária em saúde - que tem como princípios basilares a promoção, a proteção e a manutenção da saúde e a prevenção de doenças. Ao negligenciar a Atenção Básica, a Administração Local assumiu o risco de acarretar agravos que sobrecarregariam a rede hospitalar. E isso de fato ocorreu, conforme se constatou nas fiscalizações realizadas pela CGU.

Como se vê, o desempenho na Saúde e na Educação no Distrito Federal segue, de fato, a mesma tônica constatada na Segurança Pública, qual seja, os resultados aparentes não se coadunam com a privilegiada disponibilidade de recursos.

Os trabalhos de auditoria e fiscalização já realizados pela CGU sobre a aplicação dos recursos repassados pelo Fundo Constitucional do DF, mesmo nas áreas de pagamento de pessoal, que representam 96,4% dos recursos e, em geral, são menos susceptíveis a problemas, encontraram várias impropriedades, que foram apresentadas neste Relatório.

Já nos gastos “extra-folha de pagamento” com os recursos do Fundo Constitucional do DF, que são os 3% de compras e serviços e 0,6% de investimentos, normalmente mais frágeis sob o ponto de vista da integridade, apontaram-se problemas que, em maior escala, foram largamente constatados nos gastos gerais realizados, quais sejam, aqueles financiados com recursos outros que não os do Fundo Constitucional.

3 Fonte: FNDE4 Fonte: INEP5 Folha on line de 01/04/2010 – São Paulo cai quatro posições em ranking salarial de docentes6 Fonte: Departamento de Atenção Básica - MS

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Esses outros recursos são oriundos de transferências voluntárias, transferências fundo a fundo e operações de crédito (Caixa e BNDES). As fiscalizações e auditorias realizadas sobre a aplicação desses recursos constataram problemas graves, inclusive em aspectos finalísticos das áreas beneficiadas.

Na área da Segurança Pública, por exemplo, foram verificados problemas de gerenciamento na aquisição de postos comunitários de segurança - PCS e dos kits de móveis, veículos e equipamentos correspondentes, com recursos do PRONASCI. Esses problemas implicaram a baixa efetividade dos resultados esperados para os investimentos, no que diz respeito ao atendimento às necessidades da população.

Na Educação, as fiscalizações realizadas em convênios e recursos de transferências na modalidade fundo a fundo constataram, entre outros problemas, deficiências nas instalações do Armazém Central de Gêneros Alimentícios da Secretaria de Educação do DF, tais como rachaduras nos pisos, edificações mal conservadas e ausência de controle informatizado e integrado de gêneros, situações que demonstram a falta de investimento.

Da mesma forma, a fiscalização efetuada pela CGU apontou o descontrole na gestão do transporte escolar rural, com indícios de fraudes e problemas no gerenciamento financeiro dos recursos, com pagamentos efetuados indevidamente. Verificou-se também que a Secretaria de Educação desistiu de adquirir cadeiras escolares a partir de uma licitação concluída e aderiu a uma Ata de Registro de Preços de outra unidade da Federação, comprando cadeiras de um modelo mais oneroso. O contrato celebrado apresentava inconsistências entre os dados unitários e os valores totais e as cadeiras entregues não atenderam às especificações do contrato.

Na Saúde, por sua vez, área na qual a CGU não obteve resposta a muitas solicitações de informação e de acesso a documentos, é vasto o rol de irregularidades encontradas com impacto direto no atendimento à população:

as atividades preventivas de vigilância em saúde têm recebido menos recursos, ao passo em que tem subido significativamente o número de casos de dengue, por exemplo;

recursos da atenção básica em saúde (PAB-Fixo), originariamente destinados à prevenção, foram utilizados para o pagamento de atendimentos especializados de média e alta complexidade;

os recursos para expansão do atendimento móvel às urgências não foram bem aplicados e ambulâncias disponíveis foram mantidas fora de operação, optando-se pela terceirização de serviços;

o atendimento de média e alta complexidade apresenta ineficiência na administração de equipamentos disponíveis, que ficam ociosos, a exemplo das unidades de hemodiálise, ao tempo em que se efetuam gastos com unidades privadas;

a falta de medidas para ampliar a disponibilidade de leitos de UTI na rede pública tem gerado o aumento de gastos com unidades particulares.

pacientes têm permanecido em leito de terapia intensiva em unidades privadas após a alta médica, por insuficiência de leitos de enfermaria na rede própria de saúde do DF;

a baixa execução do PSF e do PACS (como já se disse, o DF é a unidade da Federação que possui a menor cobertura populacional desses Programas) implica na não realização de ações de prevenção, resultando no agravamento de situações de saúde como, por exemplo, hipertensão e diabetes, sobrecarregando a rede hospitalar, caracterizada por longas filas;

desabastecimento de medicamentos e irregularidades nos processos de aquisição. Não atendimento das solicitações da CGU, em especial a que tratou da requisição

para apresentação do relatório e das providências referentes à auditoria realizada pela própria SES na empresa HOPSFAR, que chegou as mesmas conclusões dos trabalhos da CGU – aquisição de medicamentos com sobrepreço, vícios em processos licitatórios, compras com utilização indevida de dispensa de licitações. O Processo nº 060.018.670/2008, que tratou do assunto, não foi

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disponibilizado, cabendo registrar que a CGU deu conhecimento do fato ao MPDFT, tendo em vista o esgotamento das tratativas da CGU junto à SES/DF.

Ao mesmo tempo em que se diagnosticou o desatendimento em todas essas facetas da função Saúde, verificou-se também que tem crescido continuamente o volume de recursos transferidos pela União para a área de Saúde do DF que permanece paralisado em aplicações financeiras no BRB. Conforme registrado em ponto específico deste Relatório, o valor desses recursos paralisados, sem destinação, chegou a pelo menos R$ 220 milhões no período de 2006 a 2009.

A ineficiência e as irregularidades na gestão dessas políticas públicas no DF têm sido também documentadas em matérias da imprensa local que mostram o atendimento precário, o sofrimento e as reclamações de quem procura os serviços públicos.

É perceptível a existência de problemas de gerenciamento do GDF envolvendo os recursos transferidos pela União. Necessitam, portanto, esses recursos, de maior e melhor monitoramento também por parte dos gestores federais, de forma a assegurar o atingimento dos objetivos esperados pelas políticas públicas. O Fundo Constitucional do DF, como já dito, representa quase 40% dos recursos geridos pelo GDF e cerca de 93% dos repasses da União a esse ente federativo e deve ter, da mesma forma que os demais repasses, a eficiência de sua aplicação cuidada pelo Governo Federal.

Com efeito, o mandamento constitucional (Art. 21, XIV da CF) atribui à União a competência de organizar e manter a polícia civil, a policia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio.

O objetivo do Fundo, segundo a Exposição de Motivos que apresentou o projeto de lei de sua instituição, é dar cumprimento ao referido mandamento constitucional. A Lei 10.633/2002, desta forma, criou o Fundo Constitucional do DF como um fundo de natureza contábil com a finalidade de prover os recursos necessários à organização e manutenção daquelas instituições, bem como assistência financeira para execução de serviços públicos de saúde e educação.

Acresce-se a isso o fato de que o FCDF não está inserido na repartição das receitas federativas, isto é, não está dentro do pacto federativo como receita própria do DF. Não está em seu orçamento. Se as receitas são da União, ela tem o dever de monitorar sua aplicação, nos termos do art. 13, ‘a’, do Decreto-Lei 200/1967, e também do Art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal. Se, para isso, for necessário alterar a Lei nº 10.633/2002, que institui o Fundo, de modo a melhor instrumentalizar os órgãos federais no acompanhamento e fiscalização do uso desses recursos pelo GDF, então que se façam tais alterações, isto porque, tal como nos demais repasses daUnião ao GDF, há de existir o dever de acompanhamento, que vise à eficiência e à efetividade dosgastos, de maneira a garantir que os recursos não se diluam sem benefiar os cidadãos.

III.2 – Síntese dos Problemas e RecomendaçõesSem prejuízo dos apontamentos e recomendações específicas em cada caso, no corpo

deste Relatório, será apresentada, na sequência, a síntese dos problemas e das recomendações dirigidas ao Governo do Distrito Federal e aos órgãos federais repassadores de recursos:

• Falta de parâmetros para os repasses e deficiência no acompanhamento da aplicação do FCDF

Por todo o exposto, os Ministérios setoriais, que respondem pelas Funções de Segurança Pública, Saúde e Educação, devem articular-se com o Ministério da Fazenda - a quem cabe, nos termos da Lei 10.633/2002, repassar ao GDF os recursos do Fundo Constitucional do DF – buscando formas de estabelecer e instituir parâmetros para o repasse dos recursos, bem como mecanismos de acompanhamento e avaliação dos resultados de sua aplicação.

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• Acumulação de Recursos Fundo a Fundo em Contas de Aplicação FinanceiraA aplicação de recursos oriundos das transferências fundo a fundo em conta

remunerada, visando à preservação de seu poder aquisitivo, não é vedada. É, inclusive, demonstração de zelo por parte do administrador, sempre que não se faça em detrimento da execução dos programas e atividades para os quais foram destinados, e os rendimentos sejam revertidos para as mesmas finalidades.

Assim sendo, recomenda-se ao Governo do Distrito Federal analisar, depósito a depósito, as providências efetivas tomadas pelos gestores respectivos visando viabilizar o uso correto e tempestivo dos recursos recebidos. Constatadas omissões, ou faltas de qualquer natureza, apurar as responsabilidades e tomar as providências corretivas cabíveis.

Ao Ministério da Saúde, recomenda-se re-analisar as prestações de contas relativas a cada situação específica, promovendo, nas situações não adequadamente resolvidas, a abertura das respectivas Tomadas de Contas Especiais – TCE.

O Ministério da Saúde deve ainda compatibilizar os recursos a serem transferidos com um plano de aplicação a ser pactuado com o GDF com vistas a garantir o emprego correto dos recursos acumulados.

Caso as medidas citadas acima não sejam implementadas em 60 dias, o Ministério da Saúde deve promover ações no sentido de reaver os recursos repassados.

• Pagamentos IndevidosCerca de R$ 40 milhões, oriundos do FCDF, foram utilizados indevidamente para o

pagamento de servidores não pertencentes à carreira da Polícia Civil do DF.Ao Governo do DF, recomenda-se, tendo em vista já ter sido interrompido o pagamento

irregular, o imediato recolhimento da importância indevidamente gasta ao FCDF.Ao Ministério da Fazenda, recomenda-se promover o acompanhamento da

recomendação acima, e, em caso de não recolhimento no prazo de 30 dias, instaurar a competente TCE, tendo em vista o tempo decorrido desde a primeira notificação feita pela CGU.

• Convênios e Contratos de Repasse com objeto não executado e com recursos disponíveis em conta.

Cerca de R$ 31,4 milhões permaneceram sem movimentação em contas corrente de convênios e contratos de repasse por mais de seis meses. Desses, apenas R$8,0 milhões, a partir das intervenções da CGU, entraram em regime regular de utilização.

A situação, portanto, é análoga à apresentada no item “Acumulação de Recursos Fundo a Fundo em Contas de Aplicação Financeira”. Mais uma vez, trata-se de recursos paralisados em contas corrente, sem que tenha o gestor responsável tomado as providências de sua alçada para efetiva persecução dos objetivos dos programas e ações que motivaram as respectivas transferências.

Assim sendo, da mesma forma recomenda-se ao Governo do Distrito Federal analisar, caso a caso, as providências efetivas tomadas pelos gestores respectivos visando viabilizar o uso correto e tempestivo dos recursos recebidos. Constatadas omissões, ou faltas de qualquer natureza, recomenda-se apurar as responsabilidades e tomar as providências corretivas cabíveis.

Aos ministérios que repassaram os recursos, acompanhar as providências recomendadas e, em caso de não cumprimento, instaurar as competentes tomadas de contas especiais, mantendo esta CGU informada a respeito das medidas adotadas.

• Sobrepreços ou Superfaturamentos De um total da ordem de R$ 55,3 milhões de sobrepreços/superfaturamentos

identificados, apenas R$4,8 milhões, relativos a um contrato do Metrô-DF, puderam ser satisfatoriamente justificados. E, mesmo assim, remanesceram R$6,9 milhões sem explicação aceitável, nesse mesmo contrato.

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Na área da Saúde, os prejuízos montam a R$23 milhões nas aquisições de medicamentos e equipamentos hospitalares. R$22,0 milhões adicionais correm por conta de obras executadas pela Secretaria de Obras do GDF, pelo DER-DF, pelo Metrô-DF e pela CAESB.

Como recomendações gerais, aplicáveis a todas as situações, independentemente das recomendações anotadas em cada item específico do Relatório, deve o GDF:

promover o levantamento completo dos valores envolvidos e identificar os responsáveis, instaurando os competentes processos com vistas ao ressarcimento ao Erário;

promover os ajustes contratuais necessários à preservação dos trabalhos em andamento e promover a devolução das quantias pagas irregularmente;

aplicar, se cabíveis, as penalidades contratuais e administrativas previstas na Lei 8666/93 às empresas que cometeram ilicitudes, inclusive eventuais declarações de inidoneidade.

Aos gestores federais repassadores dos recursos ao GDF, recomenda-se acompanhar as providências e, em caso de não cumprimento, instaurar as competentes tomadas de contas especiais.

• Não ressarcimento de pessoal cedido.Encontra-se pendente de ressarcimento o valor de R$ 27,2 milhões referente à

remuneração de policiais civis do DF cedidos a outros órgãos da Administração, pagos com recursos do FCDF.

Recomenda-se ao GDF que: determine aos órgãos cessionários o ressarcimento dos valores devidos no prazo

máximo de 30 dias; em caso de não atendimento no prazo estabelecido, notificar os servidores

cedidos para o imediato retorno à PCDF, sob pena de suspensão das remunerações, sem prejuízo das demais providências com vistas ao ressarcimento, inclusive ações judiciais, se for o caso.

Ao Ministério da Fazenda, recomenda-se acompanhar as providências e, em caso de não adoção das medidas adequadas, instaurar as competentes tomadas de contas especiais.

• Contratações desnecessáriasAs contrações desnecessárias apuradas importam no valor de R$ 7,1 milhões, dos quais

R$ 4,7 milhões referem-se à contratação de empresa de consultoria para desempenhar atividades que são rotineiramente realizadas por órgãos do GDF. Os demais R$ 2,4 milhões referem-se à pesquisa paga e não utilizada.

Recomenda-se ao GDF: rescindir imediatamente o contrato com a empresa de consultoria; apurar as responsabilidades dos agentes que deram causa ao desperdício dos

recursos empregados nessas contratações, buscando o ressarcimento dos valores;Aos ministérios que repassaram os recursos, acompanhar as providências recomendadas

e, em caso de não cumprimento, instaurar as competentes tomadas de contas especiais, mantendo esta CGU informada a respeito das medidas adotadas.

• Falhas na execução de convênios e contratosFoi verificada a existência de R$ 12,8 milhões referentes a problemas na execução de

convênios e contratos, com destaque para o não atingimento de metas pactuadas; aplicação de recursos fora da finalidade prevista; aditamento de contratos sem justificativas e não execução de parcelas previstas em plano de trabalho.

Recomenda-se ao GDF: promover o levantamento completo dos valores envolvidos e identificar os

responsáveis, instaurando os competentes processos com vistas ao ressarcimento ao Erário; promover os ajustes contratuais necessários à preservação dos trabalhos em

andamento e promover a devolução das quantias pagas irregularmente; aplicar, se cabíveis, as penalidades contratuais e administrativas previstas na Lei

8666/93 às empresas que cometeram ilicitudes.

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Aos gestores federais, recomenda-se acompanhar as providências e, em caso de não cumprimento, instaurar as competentes tomadas de contas especiais.

• Cancelamento e devolução de recursos por inexecuçãoHá que se ter presente que os recursos transferidos visam sempre a atender finalidades

específicas de interesse da sociedade.Em função da atuação da CGU, foram devolvidos R$ 2,2 milhões por conta justamente

da inexecução de ações que deveriam ter sido colocadas à disposição dos cidadãos.Assim sendo, recomenda-se ao Governo do Distrito Federal analisar, caso a caso, as

razões que justifiquem a não aplicação dos recursos recebidos. Constatadas omissões, ou faltas de qualquer natureza, apurar as responsabilidades e tomar as providências corretivas cabíveis.

• Irregularidades em diversos processos licitatóriosAs irregularidades verificadas em processos licitatórios somam aproximadamente R$ 15

milhões e referem-se basicamente a restrições à competitividade, favorecimentos no julgamento, direcionamento, dispensas indevida de licitação, etc.

Tais irregularidades ocorreram com maior frequência nos processos examinados nas áreas de obras públicas e saúde, sendo que, desse total, R$ 12 milhões correspondem a problemas na aquisição de medicamentos e reforma de unidades de saúde, cujo detalhamento e respectivas recomendações estão descritos no corpo do Relatório.

Aos gestores federais repassadores dos recursos ao GDF, recomenda-se acompanhar as providências e, em caso de não cumprimento, instaurar as competentes tomadas de contas especiais.

III.3 – EncaminhamentosO presente Relatório será encaminhado a todos os órgãos e entidades do GDF, que

foram objeto da auditoria, bem como aos ministérios repassadores dos recursos, para a adoção de providências no âmbito de suas alçadas.

O Relatório será acompanhado de anexos específicos que contenham os elementos relativos às suas áreas de responsabilidade e indispensáveis à perfeita caracterização das situações encontradas.

Serão também remetidos exemplares do Relatório para auxílio no cumprimento de suas responsabilidades institucionais ao MPF, MPDFT, AGU, DPF, TCDF e CRG/CGU.

Finalmente, o Relatório será enviado ao TCU, ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, bem como à Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Fazem parte do presente documento os seguintes anexos:Anexo 1 – Tabela de ConstataçõesAnexo 2 a 50 – Relatórios e documentos específicos das áreas examinadas.

Posição em 28 de junho de 2010

Brasília/DF, de junho de 2010

Secretaria Federal de Controle InternoControladoria Geral da União

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