14
I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura: Caderno de Resumos Belo Horizonte, abril de 2017

I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e

Espaços de Ciências e Cultura:

Caderno de Resumos

Belo Horizonte, abril de 2017

Page 2: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

REDE DE MUSEUS E ESPAÇOS DE CIÊNCIAS E CULTURA DA UFMG

COORDENAÇÃO DA REDE DE MUSEUS E ESPAÇOS DE CIÊNCIAS E CULTURA DA UFMG

Letícia Julião

Paulo Sabino

COMISSÃO ORGANIZADORA DO EVENTO

Flávia Santos Faria

Jezulino Lúcio Mendes Braga

Marcus Marciano Gonçalves da Silveira

REALIZAÇÃO

Grupo de Trabalho de Ações Educativas do Núcleo Integrador da Rede de Museus

Grupo de Estudos MEIO – Museus, Educação, Imagens e Oralidade

Page 3: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

3

Sumário

Mesa 1: Balanços e Perspectivas 4

Mesa 2: Práticas Inclusivas 5

Mesa 3: Subsídios para Ações Educativas - Estudos de Público e de Acervo 7

Mesa 4 - Mediação: Formação e Práticas 8

Mesa 5 - Mediação: Formação e Práticas 10

Mesa 6 – Mediação: Formação e Práticas 12

Page 4: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

4

Mesa 1: Balanços e Perspectivas

Ações educativas e o potencial do Cemef

Maria Cristina Rosa

Carlos Vagner Gomes Dias

Este trabalho apresenta reflexões e resultados obtidos em ações educativas desenvolvidas pelo Centro

de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer (Cemef) da Universidade Federal de Minas

Gerais, nos anos de 2015 e 2016, realizadas para alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio de

Belo Horizonte, mediante a participação em dois circuitos: o Circuito das Vocações (um projeto da Rede

de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG que contou também com a participação do Centro

de Memória da Farmácia, Centro de Memória da Odontologia e Museu de Ciências Morfológicas); e o

Circuito de Museus (um projeto da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, coordenado

pela Gerência de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania, especificamente do Circuito Esporte,

Lazer e Memória, que contou também com a participação do Museu Brasileiro do Futebol e do Centro

de Memória do Minas Tênis Clube). As duas experiências, realizadas a partir da visitação à exposição

“Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas

confirmaram o potencial do Cemef para o desenvolvimento de ações educativas, para além das ações já

desenvolvidas no local, possibilitando ampliar a divulgação do seu acervo, o público circulante bem

como se afirmar como um espaço pedagógico para diferentes públicos. A interação e o interesse dos

visitantes com a produção científica da área de Educação Física possibilitou conhecer e reconhecer

histórias dos corpos, da Educação Física, dos esportes e do lazer, que têm o discurso científico como

principal argumento. As ações, que abrangeram diferentes etapas, como definição do tema, pesquisa no

acervo do Cemef, planejamento e montagem da exposição, capacitação da equipe, mediação dos alunos

e avaliação do trabalho, também foram um importante espaço de formação para professores e bolsistas

envolvidos nos projetos.

Ação Educativa Museu Casa Padre Toledo

Jackson Jardel dos Santos

Renato Agostini, Caroline Marques da Silva, Luana Rodrigues de Souza, Ester de Paula Stefani,

Fernanda de Carvalho Oliveira, Ruan Augusto da Silva, Bruno Salomão Marioto Resende, Elis

Agostini dos Santos Monteiro, Flávia Rodrigues Borges, João Pedro Escam

O Museu Casa Padre Toledo realiza um contínuo processo educativo, através da mediação de caráter

informativo e técnico junto aos visitantes, no intuito de qualificar sua experiência bem como de

desmistificar o arraigado imaginário popular sobre a casa e seus moradores. Este processo educacional

também é uma demanda das escolas nas visitas monitoradas ao museu. Para atender a essas demandas,

o Museu Casa Padre Toledo conta com monitores graduandos da UFSJ, que é parceira institucional da

UFMG neste projeto. A equipe de bolsistas possui caráter interdisciplinar, reunindo alunos de variados

campos do saber, como história, artes aplicadas, teatro, arquitetura, comunicação e letras, sendo assim

capaz de construir uma mediação rica em abordagens. As atividades educativas do Museu Casa Padre

Toledo também estão em consonância com o projeto UFMG Itinerante, do Campus Cultural UFMG em

Tiradentes, e contribuem para a descentralização da oferta cultural na cidade. São promovidas oficinas e

intervenções que incluem diferentes linguagens artísticas, com participação da comunidade, tendo

como foco memória e patrimônio artístico-cultural. As atividades nos bairros de Tiradentes e destinadas

aos seus moradores são incluídas também na programação da Semana de Museus e da Primavera dos

Museus (IBRAM). A metodologia envolve desde a pesquisa do tema a ser trabalhado pelos mediadores

até a aplicação da atividade, voltando o olhar para todas as etapas do processo. Estas etapas incluem a

organização do espaço, o acolhimento das crianças, a temática a ser focalizada em cada grupo, a

observação da reação do público diante da atividade realizada, e, por meio de registros, a avaliação dos

resultados e possíveis alterações, aperfeiçoamentos e desdobramentos. Os resultados da aplicação

Page 5: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

5

desta metodologia desenvolvem atividades que levam os participantes à reflexão, descoberta e atitude

favorável a respeito da importância e valorização do nosso Patrimônio Cultural.

As ações educativas do Programa de Educação Ambiental e Patrimonial do Museu de

História Natural e Jardim Botânico da UFMG

Roberta Brianna Nunes dos Santos

Flávia Santos Faria e Roberta Brianna

O Programa Educação Ambiental e Patrimonial do MHNJB (PEAP) aborda as temáticas da bio e da

geodiversidade e o acervo cultural do MHNJB que compreende as heranças e os testemunhos históricos

e pré-históricos da vida e do homem. Aborda também a percepção ambiental e a saúde humana. Várias

atividades são realizadas com o objetivo de proporcionar experiências de fruição do patrimônio natural

e das coleções do MHNJB, além de oportunidades de apropriação do conhecimento científico sobre a

história natural do planeta e, em particular, do território de Minas Gerais. Os bolsistas envolvidos no

programa são o público-alvo do projeto denominado “Formação de mediadores de ações educativas”,

que possibilita a formação continuada e reflexões sobre a prática pedagógica dos bolsistas envolvidos

nas visitas mediadas. Os projetos “Visitas Mediadas no MHNJB”, “Trilha Jardim Botânico” e “Trilha da

Cartografia Histórica” possibilitam o atendimento ao público agendado e espontâneo do MHNJB por

meio de trilhas interpretativas; o projeto “O Jardim Botânico vai à escola” desenvolve ações educativas

envolvendo os professores e estudantes das escolas do entorno do MHNJB. Outra linha de ação destina-

se à formação de professores e pedagogos, a partir da oferta de cursos e oficinas destinadas a esse

público. Os eventos visam à formação de público para o Museu, como a “Colônia de Férias no Museu” e

o “Lua Cheia no Museu”, bem como aqueles eventos que tem por intuito permitir a participação do

MHNJB nas atividades anualmente propostas pelo Instituto Brasileiro de Museus/IBRAM e por outros

agentes, instituições científicas e culturais da sociedade, que trabalham com a divulgação da ciência, da

cultura e de atividades museais, além das demandas da UFMG. Esta ação de extensão também contribui

para o cumprimento da missão institucional do MHNJB, no que concerne a formação de pessoal e

função social do museu, além de cumprir com as diretrizes da extensão universitária.

Mesa 2: Práticas Inclusivas

Inclusão de Jovens do Sócioeducativo da Grande Belo Horizonte: a morte resgatando a vida

Alexandre Guilherme de Miranda Azevedo Meneses

Ana Luisa Moreira Silva, Italo Cassimiro Costa, Ethel Mizrahy Cuperschmid, José Lucas

Magalhães Aleixo, Letícia Alves Martins, Sarah Campos Cardoso, Sarah Saggioro de Carvalho,

José Fernando de Carvalho Pires

Desde outubro de 2015 o Centro de Memória da Medicina, juntamente com os alunos do Diretório

Acadêmico Alfredo Balena e os responsáveis pelo Horto Medicinal Frei Veloso, da Faculdade de

Medicina da UFMG se organizaram para receber turmas de jovens de Unidades Socioeducativas do

Estado de Minas Gerais num processo de reintegração social, através de visitação do espaço museal,

horto medicinal e sala de anatomia da Instituição. A união de equipes evidenciou o potencial desta ação

extensionista e o público sofreu transformações reais que foram externalizadas na ocasião. Houve

ressignificação de conceitos como vida, morte e escolhas responsáveis.

Page 6: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

6

As Práticas Educativas Inclusivas no Espaço do Conhecimento UFMG

Kátia Ariane da Silva

Silvania Souza do Nascimento (Orientadora)

Esta pesquisa se propôs a investigar as ações realizadas no ambiente não formal de ensino, em especial

as atividades realizadas pelos mediadores do Espaço do Conhecimento da UFMG. Na atualidade os

espaços culturais apresentam um rico potencial discursivo, além de se apresentar como um local aberto

para receber vários tipos de públicos, independente de suas necessidades especiais. Com isso, surgiu a

necessidade de identificar, “O potencial inclusivo das atividades realizadas no Espaço do Conhecimento

UFMG". Os objetivos desta pesquisa se referem ao desenvolvimento em colaboração com os

mediadores de ações que enriqueçam as práticas educativas acessíveis da Instituição. Também é

intenção identificar os pontos positivos e negativos da Instituição, no que se refere a essas práticas

acessíveis realizadas. Este estudo adotou uma abordagem metodológica a partir das concepções da

pesquisa-ação e pesquisa documental, seguida da aplicação de um questionário, a fim de compreender

as percepções dos mediadores sobre as atividades inclusivas realizadas pelo setor educativo. Os dados

coletados foram analisados a partir da perspectiva das pesquisas descritivas e da análise de conteúdo.

Os resultados parciais desta pesquisa demonstram que o Espaço do Conhecimento, desenvolve ações

educativas específicas para pessoas com deficiência utilizando recursos multissensoriais, intérprete de

LIBRAS e materiais confeccionados em Braille para facilitar a autonomia dos sujeitos durante a visitação.

Neste sentido, podemos destacar que o Espaço do Conhecimento UFMG realiza ações educativas

inclusivas, promove a formação continuada dos mediadores que atuam no espaço e produz ações

formativas e inclusivas para a sociedade de modo a incluir as pessoas com deficiência nos espaços

culturais em duas frentes: nas questões espaciais e cognitivas, a última ao adaptar o conteúdo das

exposições e atividades para os sujeitos de forma singular.

Pensar o museu como espaço socioeducativo: projeto de inclusão socioeducativa e cultural

de jovens em conflito com a lei

Walter Rebuite dos Santos Junior

Maria Luiza Bocc, Cristiane de Almeida Barbosa, Marília de Fátima Siqueira de Oliveira, Camila

Dutra Moreira de Miranda, Lucas Felipe Almeida Athayde, Alessandra Abrão Resende

As medidas socioeducativas (MSE) são sanções com finalidade educativa, visando à reinserção familiar e

social do adolescente autor de ato infracional. Medidas de meio aberto, como os programas Liberdade

Assistida (LA) e Prestação de Serviços Comunitários (PSC), têm diminuído a reincidência do ato

infracional, mas apresentam dificuldades na reinserção do jovem na sociedade e mercado de trabalho.

O objetivo do projeto é oferecer o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG como espaço

socioeducativo aos jovens, desenvolvendo ações voltadas para a promoção e valorização do patrimônio

natural-histórico-cultural, como visitas mediadas a espaços expositivos, oficinas e outras atividades

educativas nas áreas de visitação e reserva florestal. A proposta tem sido construída coletivamente com

a Gerência de MSE da Prefeitura de Belo Horizonte, técnicos e adolescentes dos programas PSC e LA das

Regionais parceiras, inicialmente num formato de projeto piloto, envolvendo as regionais Centro-Sul,

Leste e Nordeste. Para isso, foram realizados encontros de formação com 21 técnicos no Museu e nas

Regionais e posterior apresentação da proposta aos adolescentes. Até o momento foram realizadas três

visitas ao museu, com a participação de 21 adolescentes. Os roteiros consideraram escolhas dos jovens,

compreendendo a trilha interpretativa do Jardim Botânico, oficina Plantar e atividade “Enduro a pé no

Museu: trilhando o Conhecimento”. De modo geral, os jovens se mostraram muito entusiasmados com

as atividades. Ao final de cada visita, foi feita uma avaliação com os adolescentes, em que a maioria

manifestou interesse em voltar ao museu e sugeriu exposições para os próximos roteiros. Os técnicos

também avaliaram positivamente as visitas, a partir de observações do comportamento dos

adolescentes nas atividades e, posteriormente, nos atendimentos individuais. Por meio desta ação, o

MHNJB pretende contribuir para reinserção social e fortalecimento dos laços do jovem com a sociedade.

Page 7: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

7

Mesa 3: Subsídios para Ações Educativas - Estudos de Público e de

Acervo

Pesquisa de público na Estação Ecológica da UFMG: Conhecendo seu público escolar

Flavia Maria Skau de Souza

Sem outros autores

O trabalho apresenta estudos de reconhecimento de seus visitantes, a partir de um estudo de usuários

que objetiva identificar e caracterizar os interesses, as necessidades e os hábitos de uso da informação.

É fundamental perceber que estudos relacionados ao público de museus e espaços de ciências se

tornam necessários, visto que atualmente estes se encontram na centralidade da vocação institucional

dos mesmos. Com o objetivo de analisar a percepção ambiental e hábitos de cultura dos alunos, foi

coletado informações sobre projetos, feiras e eventos desenvolvidos nas escolas; a aplicação de

questionário semiestruturado com perguntas relacionadas ao meio ambiente e aos hábitos de cultura.

Neste contexto foram analisados 70 questionários de alunos da rede pública e particular de ensino da

cidade de Belo Horizonte de diversas regiões, cursando o ensino fundamental e com faixa etária de 8 a

13 anos. Com os resultados obtidos em relação às perguntas a cerca do meio ambiente verificou-se que

a maioria dos alunos distinguem o ambiente natural do ambiente que o homem constrói e que

problemas ambientais são relacionados à falta de água, esgoto e lixo na rua e a responsabilidade quanto

estes problemas estão relacionados a toda a sociedade; quanto ao acesso em espaços de lazer gratuitos

é maior pelos alunos do ensino público em relação ao ensino particular.

O Cemef/UFMG e o processo de organização dos acervos arquivísticos

ANDERTON TAYNAN ROCHA FONSECA

MEILY ASSBÚ LINHALES

Vinculado a Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG, o Centro de Memória da

Educação Física, do Esporte e do Lazer (Cemef/UFMG), possui características de arquivo, museu e

biblioteca e coloca-se como espaço de pesquisa, ensino e extensão universitária, aberto à comunidade

de estudantes, professores e pesquisadores. No Cemef/UFMG objetiva-se recuperar, preservar e

divulgar a história e a memória da Escola de Educação Física, onde está sediado, e também a história da

Educação Física, do Esporte e do Lazer em Belo Horizonte. Para a realização de tais objetivos organiza

diferentes frentes de trabalho. Nessa comunicação priorizamos o processo de constituição e

desenvolvimento de sua Política de Acervo, instituída a partir de 2014. Desde então, o trabalho com os

arquivos e as coleções do Cemef/UFMG tem direcionado o tratamento arquivístico (processos de

organização física e intelectual) para os seguintes conjuntos: Arquivos Institucionais, Arquivos Pessoais

de Professores, Coleção de Documentos Avulsos. Em parceria com a Rede de Museus, o projeto de

extensão “Partilhando Memórias: recepção, organização e disponibilização dos acervos do Cemef/

UFMG” e realizado desde 2013, prioriza atualmente os documentos pertencentes aos Arquivos Pessoais.

As ações incluem: higienização, elaboração dos quadros de arranjo, classificação e descrição dos

documentos e finalização dos instrumentos de consulta. O trabalho com os acervos, além de qualificar a

disponibilidade dos mesmos para os pesquisadores e consulentes, contribui na realização das demais

ações do Cemef/UFMG tais como eventos, exposições e seminários que proporcionam o contato com a

memória da Escola de Educação Física, assim como, fomentam o interesse da comunidade universitária

para os estudos na área. Tais ações realizadas pelo Cemef/UFMG possibilitam à preservação da

memória, assim como qualificam, sobremaneira, os conhecimentos científicos e investigações em curso,

além de potencializar novas pesquisas.

Page 8: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

8

Os Olhares do Público Espontâneo: subsídios para avaliar as ações do MHNJB

Fernando Elias Campos Barboza

Júlia Cristina Alves de Oliveira, Nilzilene Imaculada Lucindo

Uma das ações tradicionais do MHNJB é a visita mediada que busca apresentar o acervo ao público.

Anualmente, é realizada a contagem do público escolar e espontâneo e a avaliação da visita pelos

responsáveis dos escolares, contudo, não há uma avaliação destinada ao público espontâneo.

Percebendo essa lacuna foi instituída uma pesquisa com vistas a traçar o perfil desse público e

evidenciar seus olhares sobre a visita e a instituição. Sabemos que os museus dependem de público e

que é preciso conhecer as expectativas desse para melhor atendê-las. Não obstante, a avaliação é uma

fonte relevante que fornece um indicativo do trabalho realizado. Os dados apresentados foram

coletados por meio de entrevista, aplicada aos finais de semana, durante dois meses em 2016,

totalizando uma amostra de 72 respondentes. Esses dados permitiram identificar o perfil e explicitar os

olhares do público espontâneo acerca da instituição. O visitante espontâneo do MHNJB é constituído,

em sua maioria, por homens de cor branca, mas há indícios de um equilíbrio quanto ao gênero. Esse

público origina-se da capital mineira, tem idade entre 41 a 50 anos e escolaridade de ensino médio.

Existe um equilíbrio entre o número de visitantes que já conheciam o museu e aqueles que o visitavam

pela primeira vez. A maior parte tomou conhecimento da instituição por dica de familiares, amigos e

conhecidos e por terem visitado o museu na infância. O lazer é o principal motivo da visita e o espaço

expositivo mais visitado é a Paleontologia. Dos entrevistados, 98,6% demonstraram interesse em

retornar à instituição e 100% disseram que indicariam o MHNJB para outras pessoas.Conhecer o olhar

do público que freqüenta o MHNJB contribui para avaliar seu programa de extensão, os serviços

prestados, bem como para ressignificar as práticas desenvolvidas na instituição e propor novas ações

que possibilitem maior aproveitamento do acervo, a inserção de novos públicos e a divulgação do

conhecimento científico para a sociedade.

Mesa 4 - Mediação: Formação e Práticas

O lúdico em ações educativas no Centro de Memória da Farmácia

João Lucas Dorigueto de Oliveira

Gerson Antônio Pianetti, Lucinéia Maria Bicalho

O CEMEFAR desenvolve atividades voltadas para a recepção de estudantes de escolas de Belo

Horizonte, apresentando as possibilidades de formação e de atuação do farmacêutico. Destaca-se neste

trabalho a “Trilha da Farmácia”, um jogo de tabuleiro no qual os jogadores se deslocam por uma trilha,

descobrindo sobre a profissão farmacêutica, sua história e a participação da UFMG em sua construção.

O jogo possui um tabuleiro, dado, peões e cartas com informações, curiosidades e perguntas relativas à

Farmácia, bem como instruções de avanço, recuo ou permanência, de acordo com seu conteúdo. Seu

desenvolvimento levou em conta três aspectos a serem divulgados: a história da profissão, a formação

oferecida pela UFMG, e a atuação profissional. Sua elaboração teve início em 2014, juntamente com

outras atividades, e seu desenvolvimento contou com a contribuição dos bolsistas do Cemefar, nas

áreas de Farmácia, Museologia, História, Letras, e Biblioteconomia. Para tanto, foram feitas pesquisas

sobre os assuntos abordados nas cartas. Dentre os desafios encontrados para o desenvolvimento desse

tipo de atividade, destaca-se a produção de textos com informações claras, concisas e interessantes,

sem que se prejudique a qualidade da informação. Outro desafio foi a elaboração de uma dinâmica de

jogo que permitisse sua rápida execução, tendo em vista que o tempo das visitas, que faziam parte do

Circuito das Vocações, era de aproximadamente 30 minutos, nos quais também se incluíam outras

atividades. Até chegar à versão final, o jogo foi bastante revisto, alterando-se os textos das cartas e

excluindo-se outras. Foram também revistos o percurso e as instruções de avanço ou retrocesso, após

algumas partidas-teste. Após a produção final do jogo e sua execução durante as visitas, em geral, a

recepção foi positiva. Observaram-se diversas reações, como deslumbramento com as informações,

Page 9: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

9

dificuldade de alguns em ler e compreender os textos e, em poucos casos, indiferença em relação à

atividade.

Experiências de percursos temáticos no Espaço do Conhecimento UFMG

Wellington Luiz Silva

Paula Nuryele de Andrade, Jonathan Philippe Fernandes Barbosa dos Santos, Luiza Nobel Maia,

Bárbara Freitas Paglioto

O Espaço do Conhecimento UFMG privilegia uma diversa representação sobre a ciência, o conhecer e a

produção humana de saberes. Diante deste espectro amplo, recortes temáticos se colocam como um

desafio na mediação entre público e exposições/atividades. A ideia não é engessar as experiências

dentro do museu e sim apresentar uma linha que permita diferentes ramificações dentro da temática

proposta. Ao longo do último ano, desenvolvemos três percursos temáticos, partindo de distintas

motivações. “Marcações do Tempo”: uma proposta de programação especial de fim de ano voltada aos

visitantes espontâneos. “Território Negro para a Infância”: resposta a uma demanda apresentada pela

SMED/PBH sobre a possibilidade de se trabalhar as relações étnico-raciais com a primeira infância. “As

histórias que correm com as águas”: uma proposta de integração entre a exposição de longa duração

“Demasiado Humano” e a exposição temporária “Á Margem”, voltada tanto ao público escolar quanto

espontâneo. A partir destas experiências, foi possível avaliar o rico potencial dos percursos temáticos

para i) favorecer a interdisplinaridade, conectando diversas áreas de estudo dos mediadores; ii) integrar

diferentes setores e atividades (Planetário, exposições, oficinas) e fugir da mediação como algo

repetitivo e monótono; iii) lançar mão de recursos pedagógicos diversos (histórias, imagens, músicas,

intervenções teatrais); iv) instigar o aprofundamento de debates e trocas de experiências com os

visitantes, a partir de articulações de sentidos que partem do singular para o geral; v) permitir, no caso

das visitas escolares, que a visita não gere uma sensação de incompletude, mesmo quando não seja

possível percorrer toda exposição; e vi) facilitar a adaptação à temporalidade, linguagem e ludicidade

próprias da primeira infância. Os resultados positivos se materializam com uma premiação na Semana

de Extensão e incentivam a elaboração de novos percursos como o “Aldeias”, atualmente em

desenvolvimento.

A formação de mediadores no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG

Flávia Santos Faria

Cláudia Regina de Castro

O projeto Formação de Mediadores de Ações Educativas do MHNJB integra uma das ações do Programa

de Educação Ambiental e Patrimonial do MHNJB (PEAP) e tem como objetivos proporcionar formação

continuada e reflexões sobre a prática pedagógica dos bolsistas envolvidos nas visitas mediadas,

contribuindo também para a formação profissional para atuar em museus, jardins botânicos e outros

espaços de educação não-formal. O processo de formação passou por transformações ao longo da

história do PEAP. No início do programa (1984), as visitas mediadas eram desenvolvidas por professores

da Rede Municipal, que tinham parte de sua carga horária destinada ao atendimento de escolares no

MHNJB, e os alunos de graduação (monitores) acompanhavam estas visitas ao mesmo tempo em que

recebiam uma formação, o que permitia o atendimento do público espontâneo aos finais de semana por

estes alunos. Em outro momento (1992-1999) a formação era pouco sistematizada ficando a cargo dos

próprios bolsistas de extensão. Posteriormente implantou-se um Curso de Formação Continuada de

Monitores (2000-2003), de periodicidade semestral, no qual havia uma formação introdutória seguida

de encontros semanais ao longo do semestre. Nesses encontros eram realizadas reflexões sobre as

novas tendências da educação e o papel sociocultural dos museus na sociedade e formação profissional.

A partir de 2011, a formação passou a ser integralizada na carga horária dos bolsistas, sendo esse

processo considerado parte indissociável da atividade dos mesmos. Várias estratégias são utilizadas para

desenvolvimento das formações, como encontros semanais da equipe, saídas de campo, visitas a outras

instituições, palestras e discussão sobre procedimentos e atitudes relacionados à atividade de

Page 10: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

10

mediação. Ao longo do tempo observa-se a institucionalização do processo de formação o que

demonstra a responsabilidade do MHNJB na formação destes profissionais e na qualificação para o

atendimento ao público.

Educação Patrimonial aplicada à Conservação-Restauração de Artefatos Cerâmicos

Arqueológicos

Amanda Luzia da Silva

Maria Lúcia Coimbra Scalabrini, Alexandre Oliveira Costa, Enio José Tembe, Ana Carolina Mota

Montalvão, Yacy-Ara Froner Gonçalves

Por meio da Arqueologia, ciência responsável pelo estudo do passado a partir de vestígios materiais, é

possível compreender o contexto de atividades humanas comuns em determinados tempo e espaço,

proporcionando informações essenciais para a construção do conhecimento histórico. Para manutenção

desta memória histórica, os vestígios materiais estudados, denominados artefatos arqueológicos,

devem apresentar uma integridade física tal que possibilite o seu estudo, o que pode ser conseguido

mediante a preservação e a conservação dos artefatos. Com o objetivo de instruir crianças, por meio da

Educação Patrimonial, sobre a importância da conservação de bens arqueológicos, o Laboratório de

Arqueometria e Preservação em Arqueologia (LAPA) do Museu de História Natural e Jardim Botânico da

UFMG desenvolveu uma ação educativa denominada “Primeiros Passos na Conservação de Bens

Arqueológicos”. A realização da ação educativa consistiu na simulação de uma escavação arqueológica,

onde as crianças procuraram, dentro de caixas de areia, fragmentos de cerâmica (pratos cerâmicos

ilustrados) os quais foram limpos com pincel, medidos com régua e desenhados em folha de papel,

simulando um procedimento de identificação de peças em um trabalho de campo. Em seguida, as

crianças simularam o trabalho do conservador-restaurador de reconstituição da peça, realizando a

montagem do “quebra-cabeça” seguida pela encolagem dos fragmentos. Ao final, foi realizada uma

entrevista rápida com algumas crianças, acerca dos conteúdos aprendidos com a atividade.

Considerando as respostas das crianças, que disseram terem aprendido sobre o trabalho do arqueólogo

e sobre a importância de preservar bens arqueológicos a fim de deixarem registros do passado para

gerações futuras, concluímos que foi possível alcançar nosso objetivo de contribuir, de forma lúdica e

interativa, na formação cidadã e no saber científico das crianças participantes.

Mesa 5 - Mediação: Formação e Práticas

Contações de histórias: prática para promover a tolerância

Paula Nuryele de Andrade

Bárbara Freitas Paglioto, Luiza Nobel Maia, Jonathan Philippe Fernandes Barboza Dos Santos ,

Wellington Luiz Silva

As cosmogonias buscam apresentar diferentes visões sobre a criação do mundo e da vida pela ótica de

diversas culturas espalhadas pelo globo. No módulo dedicado às cosmogonias na exposição “Demasiado

Humano”, no Espaço do Conhecimento UFMG, estão presentes as cosmogonias grega, judaico-cristã,

yorubá, maxacali e maia, todas de grande influência na formação cultural brasileira. A partir deste

conjunto, é possível tratar variadas dimensões educativas muito caras ao debate sociocultural e

imprescindíveis à reflexão sobre a nossa realidade e à construção de um senso de cidadania. Debates

sobre a diversidade de crenças e culturas ou sobre como diferentes formas de opressão e discriminação

(como machismo, racismo e outros) atingiram tamanha proporção em nossa sociedade, encontram um

espaço propício para sua abordagem nesse módulo da exposição. Inspira questionamentos acerca da

formação da nossa cultura, de como ela é produto de um processo sincrético que, ainda assim, gera um

apagamento e esquecimento dos inúmeros povos que contribuíram para a formação da identidade

brasileira. Enquanto um espaço formador e difusor da cultura, entendemos ser extremamente

importante que o Espaço do Conhecimento UFMG leve à sociedade esse debate muito presente na

Page 11: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

11

academia e o torne acessível para toda e qualquer idade. Assim, diversas ações, como as "contações"de

histórias nas cosmogonias, enaltecem a importância dessas formas de conhecimento e de

relacionamento com a realidade buscando debater e desconstruir algumas premissas já naturalizadas e

difundir a ideia de que na cultura nada é dado, tudo é socialmente construído. Estas são algumas das

principais formas de levar ao público tudo que estudamos e discutimos enquanto equipe educativa

atuante no museu.

Vagalume mirim: o claro e o escuro no ritmo da vida

Láuren Machado Drumond de Souza

José Henrique Bueno; Graciela Frucchi; Luciana Boaventura; Gleydes Gambogi Parreira

Aprender, estudar, observar e interagir são operações diárias que podem ser prejudicadas por

dificuldades de memorização, fadiga e déficit de atenção. Pesquisas revelam que estas manifestações,

cada vez mais detectadas nos dias atuais, estão muitas vezes associadas ao nosso "desrespeito" com o

relógio biológico (ritmo circadiano), um sistema cerebral de percepção do tempo que regula o

metabolismo corporal, durante um ciclo de 24 horas. Diante disto, o conhecimento sobre quais períodos

do ciclo são ideais para realizar atividades como estudar, alimentar, exercitar e dormir são fundamentais

para otimizar o aproveitamento do dia. Neste sentido, o Museu de Ciências Morfológicas (MCM) criou o

projeto "Vagalume Mirim", que reuniu atividades com o objetivo de proporcionar a "vivência" de um

ciclo circadiano. Foram realizadas 4 oficinas com grupos de 35 estudantes entre 11 e 15 anos. Após uma

breve introdução sobre o tema, os alunos foram “batizados” como "Luminous", o vagalume-mascote,

estando assim credenciados para participar da oficina. A oficina incluiu gincanas e teatros com o uso de

objetos interativos como animais, relógios, alimentos, bebidas, itens sonoros e luminosos, e moléculas

hormonais, de tal forma que eles pudessem, através de experiências lúdicas, aprender sobre seu

metabolismo corporal. Os resultados nos mostraram que, na faixa etária estudada, o conhecimento

sobre ciclo circadiano é escasso, uma vez que a atenção e o investimento voltados para esta área são

ainda incipientes. Entretanto, chamou nossa atenção que o interesse e a participação dos alunos

durante as oficinas foram ótimos indicativos de que essa situação tem todo o potencial para melhorar.

Ao final do evento houve uma breve cerimônia de entrega da declaração certificando-os como

"Luminous" - os mais recentes Cientistas Mirins do MCM, que com sua bioluminescência serão os

"portadores" iluminando consciências sobre a importância do respeito à saúde e do cuidado com o

próprio corpo.

O museu como campo de formação e atuação do Pedagogo

Nilzilene Imaculada Lucindo

Em 2014 houve um aumento na procura do MHNJB por licenciandos de Pedagogia, o que culminou, em

2015, na implementação do Encontro de Formação de Pedagogos – “O Pedagogo no Museu”. Essa ação

de extensão tem por objetivo geral ampliar o conhecimento dos licenciandos e pedagogos sobre as

ações educativas do MHNJB e como objetivos específicos busca expandir o conhecimento sobre os

museus; apresentar o MHNJB como um possível locus de atuação do pedagogo; diversificar as

atividades científico-culturais das quais os alunos devem participar; proporcionar aos pedagogos

conhecimento sobre as potencialidades do MHNJB visando auxiliá-los na proposição de atividades junto

aos docentes; estimular a produção do conhecimento sobre a atuação do pedagogo no museu. Para

alcançar o último objetivo específico foi desenvolvida uma pesquisa que permitiu identificar o conceito

de museu que os licenciandos possuem (antes e após) a experiência vivenciada; se o museu é um

espaço educativo e de atuação do pedagogo; as atribuições do pedagogo no museu e se essa ação é

relevante para o processo formativo dos licenciandos. Os resultados, com base na percepção de 117

licenciandos, indicaram que o conceito de museu que eles detêm está relacionado a um espaço que

retrata o passado e a história e guarda e expõe objetos antigos, mas após a experiência vivenciada esse

conceito foi extrapolado. Para 99,1% deles o museu é um espaço educativo e de atuação do pedagogo,

sendo suas atribuições o desenvolvimento de projetos; a formação e coordenação de mediadores; o

Page 12: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

12

planejamento, organização e avaliação das atividades educativas; elaboração de roteiros para as visitas,

dentre outras. Participar desse encontro representou para os licenciandos “ampliar sua visão sobre o

campo de atuação do pedagogo; adquirir conhecimento; compreender a relevância dos museus e as

possibilidades que esses oferecem; oportunizar troca de experiências e aprendizado; perceber a relação

teoria e prática; ampliar o conceito de museu”.

A experiência e o fazer na Trilha Jardim Botânico do Programa de Educação Ambiental e

Patrimonial do MHNJB

Cristiane de Almeida Barbosa

Walter Rebuite Santos Junior, Bráulio S. M. Leão Silva, Flávia Santos Faria, Jacqueline G.

Rodrigues, Alessandra Abrão Resende, João Renato Stehmann

Na atualidade a experiência tem sido negligenciada devido à falta de tempo, excesso de atividades,

informações e opiniões que induzem a uma falsa ilusão de conhecimento e privam as pessoas do

aprendizado por meio deste processo. Acreditamos na capacidade de formação e transformação da

experiência, no poder de tornar as crianças observadoras, atentas dos seus próprios lugares no espaço,

com a esperança de que desenvolvam o sentimento de que pertencem a um lugar específico e,

portanto, cuidem desse lugar. Essa expectativa surge da necessidade em tornar o mundo um lugar

interessante e vibrante para as pessoas, em especial às crianças, cada vez mais expostas a

equipamentos eletrônicos, que inibem seu contato com o mundo real. A Trilha Jardim Botânico integra

um dos roteiros das visitas mediadas ao MHNJB e tem como objetivos principais mediar o contato do

público espontâneo e agendado com elementos da fauna e da flora do jardim botânico, bem como

sensibilizá-los para a importância de conservar a natureza. As ações direcionam-se principalmente ao

público agendado, escolas da educação básica e grupos comunitários, acompanhados por um educador

que realiza a visita por meio da mediação dialógica, numa troca de conhecimentos com os visitantes.

Com abordagem menos conteudista, mais lúdica e sensorial, privilegia-se os interesses dos sujeitos em

relação ao patrimônio natural do MHNJB, tornando a visita mais significativa, privilegiando a experiência

dos mesmos por meio de oficinas, dinâmicas e jogos lúdicos. Em 2016, a Trilha JB e demais espaços do

JB receberam cerca de 6.000 visitantes agendados. Cerca de 90% dos grupos agendados para a Trilha JB

solicitaram a inclusão de alguma oficina em seus roteiros: oficina plantar, cartão ecológico, a vida em

uma gota d’água, mini jardim e papel reciclado, evidenciando o reconhecimento da relevância do

aprendizado pela experimentação.

Mesa 6 – Mediação: Formação e Práticas

O Circuito de Vocações Científicas no Centro de Memória da Odontologia: relato de uma

experiência de mediação

Laura Fraga Nunes

Maria Inês Barreiros Senna, Rita de Cássia Marques, Eliot Niveo Santos Horta

O Centro de Memória da Odontologia (CMO), em 2016, reinaugurou a exposição permanente buscando

ampliar a sua visibilidade junto ao público interno e externo. O Circuito de Vocações Científicas da Rede

de Museus da UFMG se consistiu numa importante estratégia com a visitação de estudantes do ensino

médio da rede pública. A missão do Circuito de Vocações Científicas é despertar o interesse desses

jovens estudantes a uma possível escolha de carreira por meio de visitas guiadas pelos distintos espaços

das unidades acadêmicas. Na Faculdade de Odontologia, o roteiro se iniciou pela exposição

permanente, iniciada com visita sob mediação pela bolsista de extensão com um breve relato dos

primórdios da profissão de Cirurgião Dentista, a sua evolução até os dias atuais e a história da fundação

da Escola Livre de Odontologia (1907). Os espaços de Diretório Acadêmico e das Clínicas também foram

visitados pelos estudantes, com o intuito de mostrar o dia-a-dia dos acadêmicos do curso de

Odontologia. As formas de ingresso como paciente ou como estudante da UFMG também foram

Page 13: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

13

discutidas, uma vez que a maior parte dos estudantes não tinha conhecimento que a Universidade

Pública é gratuita e é direito de todos e que a Faculdade de Odontologia é conveniada ao SUS. Ao final

da visita guiada foram distribuídos brindes de higiene oral como um estímulo à manutenção da saúde

bucal. Neste sentido, ressalta-se a importância da mediação proporcionada pela bolsista de extensão,

como uma terceira pessoa que estabelece o contato do público com o patrimônio cultural, produzindo

uma relação de apropriação entre os estudantes, os objetos, a história e as informações sobre o curso

de Odontologia e a Universidade.

Educação Infantil: novos sujeitos transformando práticas

Luiza Nobel Maia

Bárbara Freitas Paglioto, Jonathan Philippe Fernandes Barboza Dos Santos, Paula Nuryele de

Andrade, Wellington Luiz Silva

O Espaço do Conhecimento UFMG apresenta em sua exposição de longa duração, “Demasiado

Humano”, aspectos da origem do universo, das sociedades e da construção cultural que a humanidade

engendrou. O público visitante sempre foi diverso, mas o atendimento específico às UMEIS (Unidades

Municipais de Educação Infantil), a princípio se resumia à Semana da Educação Infantil em agosto. A

partir de uma parceria com a SMED/PBH no ano de 2016, esse atendimento se ampliou, passando a

ocorrer uma sexta-feira por mês, nos turnos da manhã e tarde. A partir dessa parceria, houve uma

transformação nas nossas reflexões acerca do processo de acolhimento e mediação para esse público. O

primeiro passo foi entender essas crianças de 03 a 05 anos como sujeitos de direitos como o acesso à

cidade, ao bem público e, especialmente, aos espaços de cultura, entendidos também enquanto

espaços de formação. A presença da educação infantil nos levou a uma busca por práticas de mediação

que se aproximassem desse universo. Nessa busca, foi de grande importância a nossa participação no

Fórum Permanente de Mediação Cultural para Crianças. A partir destes embasamentos, a equipe

educativa do Espaço do Conhecimento UFMG tem elaborado percursos voltados aos visitantes da

primeira infância, sendo que um deles, “Território Negro para a Infância” acabou premiado na semana

de extensão da UFMG. Através da prática e da reflexão sobre as atividades que vem sendo

desenvolvidas, o trabalho com a educação infantil está se consolidando na nossa rotina. Inserindo

brincadeiras e músicas, mas sobretudo buscando desenvolver uma temporalidade própria para a visita

dessa faixa etária, a mediação tem se aprimorado. É fundamental compreender que toda essa

transformação se deu graças à presença desses sujeitos e suas respostas a cada proposta

experimentada. Não nos sentimos prontos, mas estamos construindo juntos. Hoje, a necessidade de se

considerar esse público em cada nova intervenção ou exposições temporárias.

O Jardim Botânico vai à Escola: integração MHNJB/UFMG e escolas de Belo Horizonte

Marília de Fátima Siqueira de Oliveira

Maria Luiza Bocc, Alessandra A. Resende, Flávia S. Faria, Paulina M. M. Barbosa, Rosy Mary dos

Santos Isaias, Clemens Peter Schlindwein.

O projeto O Jardim Botânico vai à Escola (JBVAE) integra o Programa de Educação Ambiental e

Patrimonial do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG (MHNJB) desde 2012. Originado

na Rede Brasileira de Jardins Botânicos e adaptado às peculiaridades do MHNJB, desenvolve um

trabalho diferenciado com a comunidade escolar vizinha. Seu objetivo é estabelecer um processo

educativo com esta comunidade por meio de ações de educação ambiental e patrimonial, para divulgar

o papel dos jardins botânicos na promoção da sustentabilidade socioambiental e promover um

sentimento de apropriação dos participantes, estimulando um uso mais efetivo e intenso do MHNJB

como espaço de lazer e cultura. A equipe realiza encontros formativos com professores e alunos na

escola e no museu, visando apresentar o potencial educativo da reserva florestal e exposições. São

disponibilizados diversos materiais lúdicos/informativos, que oferecem suporte para o docente facilitar

a aprendizagem dos alunos. São elaborados e executados coletivamente subprojetos a partir das

demandas do professor para trabalhar a educação ambiental relacionando os conteúdos ministrados

Page 14: I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e Espaços ... · “Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas confirmaram

14

com atividades desenvolvidas no MHNJB, utilizando-o como uma extensão da sala de aula. A avaliação

das ações é processual, concluída ao final de cada etapa do projeto, realizada pela escola e equipe do

JBVAE. Desde sua implantação, o projeto já atendeu cerca de 4.000 pessoas, entre professores, alunos e

familiares, atuando em parceria com 8 escolas de Belo Horizonte e instituições afins, desde Educação

Infantil até o Ensino Médio, produzindo subprojetos relevantes como Pequenos Autores: Seu Juca vai se

Mudar, premiado como melhor trabalho de Ensino Fundamental na 17ª UFMG Jovem, e Enduro a pé no

MHNJB: trilhando o conhecimento. Com este projeto contribuímos para agregar qualidade ao Ensino

nas escolas, para a valorização e formação do docente e para o envolvimento da comunidade escolar

com questões do MHNJB.