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IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO: Análise Crítica das Políticas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento e Administração de Vendas João Baptista de Paula Vilhena Soares Coordenador Acadêmico Luís Roberto Gomes de Assumpção Mello Professor Orientador Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gestão Comercial de Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, do Programa FGV Management como pré-requisito para a obtenção do título de Especialista TURMA GC 2/15 CURITIBA PR 2017

IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

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Page 1: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

IBSEN CANZIANI

POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO:

Análise Crítica das Políticas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e

Desenvolvimento e Administração de Vendas

João Baptista de Paula Vilhena Soares

Coordenador Acadêmico

Luís Roberto Gomes de Assumpção Mello

Professor Orientador

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gestão Comercial

de Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, do Programa FGV

Management como pré-requisito para a obtenção do título de Especialista

TURMA GC 2/15

CURITIBA – PR

2017

Page 2: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

2

O Trabalho de Conclusão de Curso

POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

Análise Crítica das Políticas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e

Desenvolvimento e Administração de Vendas

Elaborado por Ibsen Canziani e aprovado pela Coordenação Acadêmica foi aceito

como pré-requisito para a obtenção do MBA em Gestão Comercial Curso de Pós-

Graduação lato sensu, Nível de Especialização, do Programa FGV Management.

Data da aprovação: _____ de ______________ de _________

________________________________________________________

João Baptista de Paula Vilhena Soares

Coordenador Acadêmico

________________________________________________________

Luís Roberto Gomes de Assumpção Mello

Professor Orientador

Page 3: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

3

DECLARAÇÃO

A Empresa MARTIAÇO representada neste documento pelo Sr. (a) Marcos Martins,

Diretor Comercial, autoriza a divulgação de informações e dados coletados em sua

organização, na elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado: Política

Comercial da Martiaço: Análise Crítica do Mercado de Metalúrgicas do Paraná,

realizado pelos alunos Alessandra Martins; Alexandra Lafis; Antônio Vedoveli; Ibsen

Canziani e Marcelo Pedreira, do Curso MBA em Gestão Comercial, do Programa

FGV Management, com objetivos de publicação e/ou divulgação em veículos

acadêmicos.

Curitiba, de maio de 2017

________________________________________________________

MARCOS MARTINS

Diretor Comercial

Martiaço

Page 4: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

4

TERMO DE COMPROMISSO

O aluno Ibsen Budant Canziani, abaixo-assinado, do Curso MBA em Gestão Comercial, do

Programa FGV Management, realizado nas dependências da instituição conveniada ISAE, no

período de Outubro de 2015 a Julho de 2017, declara que o conteúdo de seu Trabalho de

Conclusão de Curso intitulado: Política Comercial da Martiaço: Análise Crítica das Políticas

de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento e Administração de Vendas é

autêntico e original.

Curitiba, Julho de 2017

________________________________________________________

Ibsen Budant Canziani

Page 5: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

5

ÍNDICE

CAPÍTULO 1: SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................ 6

CAPÍTULO 2: VISÃO, MISSÃO, VALORES E DESCRIÇÃO DA EMPRESA ............................ 8

CAPÍTULO 3: OBJETIVOS E ESTRATÉGIA CORPORATIVOS................................................ 15

CAPÍTULO 4: MERCADO ................................................................................................................. 18

CAPÍTULO 5: CONSUMIDORES .................................................................................................... 24

CAPÍTULO 6: POLÍTICA COMERCIAL .......................................................................................... 25

UNIDADE 4: POLÍTICAS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO, TREINAMENTO E

DESENVOLVIMENTO E ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS .......................................................... 25

Análise Crítica 4.1 Recrutamento & Seleção ............................................................................. 25

Política Comercial 4.1 Recrutamento & Seleção....................................................................... 29

Análise Crítica 4.2 Treinamento & Desenvolvimento ............................................................... 31

Política Comercial 4.2 Treinamento & Desenvolvimento ......................................................... 35

Análise Crítica 4.3 Administração de Vendas ............................................................................ 37

Política Comercial 4.3 Administração de Vendas ..................................................................... 41

Page 6: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

6

CAPÍTULO 1: SUMÁRIO EXECUTIVO

O presente plano comercial foi desenvolvido com vistas apresentar uma nova

política comercial a metalúrgica Martiaço. Para facilitar o entendimento, a nova

política comercial foi dividida em 6 unidades que retratam as proposições a serem

avaliadas e implementadas pela empresa.

Seguindo a divisão proposta, serão tratados os aspectos do mercado, tais como:

ciclo de venda, sazonalidade, fatores críticos de sucesso e diferencial competitivo

da Martiaço. Será apresentada análise detalhada da relação de venda com o

cliente, bem como as metas de vendas definidas como objetivo a ser alcançado.

Ainda nesta unidade serão detalhadas as atividades de vendas.

Foram propostas alterações no organograma da equipe de vendas, a fim de

aumentar a área de cobertura e alavancar resultados. A forma de contratação e os

treinamentos também foram revistos, a fim de tornar a equipe mais consonante com

os valores e propósitos da empresa. O papel do gerente foi redesenhado e o perfil

de competência do vendedor foi aprimorado.

Foram propostas ações atuais de programas de marketing, que buscam oferecer

alguns diferenciais para cada perfil de cliente, visando a satisfação e fidelização dos

mesmos, além de incrementados outros benefícios para reforçar o posicionamento

da empresa e serviços complementares personalizados. Nas políticas de

relacionamento com clientes será priorizado o acompanhamento do CRM por todas

as áreas da empresa, sempre visando como beneficiário final o cliente. Não

podemos deixar de destacar as políticas de endomarketing que serão

implementadas com o propósito de atingir todas as categorias de colaboradores,

pois um funcionário motivado desempenha seu papel de forma muito melhor.

A proposta de remuneração da equipe de comercial foi ajustada, com o objetivo de

aumentar a motivação e o sentimento de justiça no pagamento de comissões e

bônus. Foi estabelecida uma política de avaliação de desempenho que leva em

consideração a adaptação ao trabalho, o interesse, o relacionamento social e a

capacidade de aprendizagem. Para aumentar a motivação, serão realizadas

campanhas de venda ao longo do ano.

Abordaremos como a complexidade dos produtos produzidos pela Martiaço,

somado ao fato de trabalhar exclusivamente com uma produção puxada, levam

naturalmente a escolha do canal de venda direta. São atributos e responsabilidade

Page 7: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

7

deste canal, cuidar da margem, faturamento do negócio e zelar pela imagem da

empresa frente aos clientes. Também será tratado, como o novo modelo proposto

para a força de vendas, ajudará a empresa a atingir os seus objetivos para os

próximos anos.

Referente ao método de custeio utilizado pela Martiaço, que é o de absorção (preço

hora máquina x tempo de produção), foi proposta uma revisão dos valores hora

máquina, por estarem desatualizados e também de interligar automaticamente o

custo indireto através do sistema ERP.

Com relação às vendas, a empresa utiliza as metas definidas no plano de negócios,

formulado pela alta gestão da empresa, com todos os lideres envolvidos.

Apresentaremos as metas de faturamento geral anual, meta de rentabilidade e

metas por vendedores. Para maior agilidade no acompanhamento dos resultados,

sugerimos reuniões rápidas semanalmente com a diretoria.

Page 8: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

8

CAPÍTULO 2: VISÃO, MISSÃO, VALORES E DESCRIÇÃO DA EMPRESA

VISÃO

Ser reconhecida pelo mercado como uma empresa sólida e modelo em parceria,

proporcionando resultados de excelência em produtos e serviços de metalurgia para

nossos clientes.

MISSÃO

Crescer continuamente através da conquista da lealdade de nossos clientes, gerado

por uma busca incansável de excelência em solução completa, de qualidade e

entregas no prazo de produtos e serviços de metalurgia.

VALORES

Satisfação do Cliente - Se pretendemos crescer continuamente através da

lealdade dos nossos clientes, conforme descrito na nossa missão, esta deverá estar

pautada na plena satisfação dos mesmos.

Digno de Confiança - Digno significa merecedor de confiança, é a esperança

firme, um sentimento de segurança, de certeza, tranquilidade, daquele que confia na

honestidade de alguém.

Ser cooperativo - Ser aquele que coopera, ou seja, aquele que opera

juntamente com alguém de forma colaborativa.

Valorização das pessoas - Valorizar é aumentar o valor, é fazer o

colaborador prosperar, crescer e atingir seu potencial. Este valor é a base de

qualquer organização que queira um estado desejado de prosperidade.

Respeitar o meio ambiente - Entendemos que o cuidado com o meio

ambiente é um valor que deve ser um princípio de qualquer empresa, é dever de

todos zelar pelo futuro do nosso planeta.

DESCRIÇÃO DA EMPRESA

Martiaço Indústria de Artefatos Metálicos Ltda.

Industria Metalúrgica

Colombo - PR

Ativa - Lucro Real

85 funcionários

6.000 metros quadrados

Page 9: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

9

HISTÓRICO DA EMPRESA

A Martiaço foi fundada em maio de 1990 na cidade de Colombo, PR, atuando

inicialmente como fabricante de racks para televisão e vídeo. Em 1996, com o intuito

de se aprimorar tecnologicamente e diversificar sua área de atuação, a empresa

adquiriu sua primeira máquina de corte a laser. Com essa nova expansão de

mercado, começou a fornecer materiais para a CNH Global e Dana Corporation.

Sempre preocupada com a qualidade e aperfeiçoamento de seus produtos, a

Martiaço conquistou em 2003 a Certificação de Qualidade Norma ISO 9001, no ano

de 2007, a Certificação da Qualidade ISO TS, pela Certificadora BV - Bureau

Veritas, e está se preparando para obter a Certificação Ambiental ISO 14001.

Atualmente, a empresa conta um parque fabril completo, que inclui corte a laser,

puncionadeira, guilhotina, dobradeiras, serras para tubos, prensas de 110, 200 e 600

toneladas, calandra, centro de usinagem, tornos, solda ponto, soldas mag

robotizadas e manuais e pintura eletrostática com fosfato tricatiônico. Todo esse

maquinário permite que 100% dos produtos sejam fabricados internamente.

1987

Page 10: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

10

1991

1997

Page 11: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

11

2004

Page 12: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

12

2017

CULTURA ORGANIZACIONAL

A Martiaço tem origem familiar e suas decisões são centralizadas nos diretores. Ela

valoriza o relacionamento interpessoal, preza pela confiança e é orientada para

resultados e fidelização dos seus clientes.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

PRODUTOS E SERVIÇOS

Atua na fabricação de peças e implementos para segmentos agrícola, automotivo,

telecomunicações, linha branca, montadoras e sistemistas, entre outros.

Oferecemos os seguintes serviços:

Dobra de chapas

Puncionadeira

Page 13: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

13

Usinagem

Torno CNC

Prensa

Curvadora de Tubo

Pintura Automotiva

OPERAÇÕES

A produção é feita através da demanda do cliente, ou seja, não existe estoque. O

processo produtivo é puxado. O cliente envia o desenho técnico a ser produzido, a

engenharia desenvolve o processo, o departamento de planejamento e controle de

produção (PCP), planeja o processo fabril e encaminha para a produção.

Os processos produtivos são divididos da seguinte forma: corte a laser, punção da

chapa, dobra da chapa, usinagem e solda. Todas as máquinas possuem comando

numérico computadorizado (CNC), prensas hidráulicas e curvadoras de tubo.

Apenas os serviços de pintura e zincagem, são terceirizados.

Para buscar a redução de custos e garantia da qualidade, utilizamos dispositivos de

soldagem e montagem industrial (poka yoke)1. Trabalhamos com as programações

internas e externas através das técnicas JIT2 e Kanbam3.

CAPACIDADES E LIMITAÇÕES

A Martiaço tem capacidade para trabalhar em 3 turnos ininterruptos. Hoje trabalha 2

turnos em horário comercial e 1 turno a noite (apenas para os processos de corte

laser e dobra). Na tabela abaixo, apresentamos a capacidade atual instalada da

Martiaço, em horas.

1 Segundo Wikipédia - Poka-yoke (pronuncia-se poca-iôque) é um dispositivo a prova de erros destinado a evitar a ocorrência de defeitos em processos de fabricação e/ou

na utilização de produtos.

2 JIT, abreviação do tremo, Just In Time, que é um sistema de administração da produção que determina que tudo deve ser produzido, transportado ou comprado na hora

exata.

3 Kanban, e uma metodologia usada em administração da produção, trata-se de um cartão de sinalização que controla os fluxos de produção ou transportes em uma

indústria.

Page 14: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

14

Descrição Horas totais / mês Horas utilizadas Horas Disponíveis

Corte Laser 1188 660 528

Dobradeiras 1584 792 792

Usinagem 396 132 264

Torno 396 132 264

Solda 3564 976 2588

Prensas 792 264 528

Dobradeira de Tubo 396 80 316

Puncionadeira 396 40 356

Pintura 396 132 264

TOTAL GERAL 8712 3076 5636

Analisando as questões logística e comercial, atualmente a Martiaço tem capacidade

de atender ao Brasil e Mercosul, contudo em algumas situações o frete pode

inviabilizar o preço de venda do produto. Quanto a questão comercial, as vendas

são praticadas de forma reativa, o que acaba limitando a participação de mercado

ao mercado do Paraná onde a Martiaço é conhecida.

ANÁLISE DOS RECURSOS DA EMPRESA

Os recursos da Martiaço são geridos de maneira estratégica, sendo este um dos

seus diferenciais competitivos. A empresa busca constantemente manter o seu

parque de máquinas atualizado, portanto, realiza provisões para tornar possível

estes investimentos e mais, tem o seu fluxo de caixa ajustado aos recebimentos dos

clientes. Na parte de pessoal, se mantém atenta aos movimentos de mercado,

realizando contratações temporárias em tempos de pico de produção e mantém

programa continuo de capacitação do seu capital humano. Recentemente, optou por

terceirizar a área de pintura, porém o processo é realizado pela empresa contratada

nas instalações da Martiaço, o que garante a qualidade e proporciona agilidade ao

processo, além é claro, da economia com tempo e custo de transporte. Quanto aos

insumos necessários para produção, a empresa não necessita de estoques, uma

vez que produz sob encomenda do cliente.

ADMINISTRAÇÃO

Com 76 colaboradores efetivos e 9 colaboradores terceirizados, a Martiaço realiza o

processo de recrutamento e seleção para os efetivos, através do RH interno da

empresa, e para os terceirizados é realizado através de uma empresa de RH

externa.

Anualmente, é feito o planejamento dos treinamentos. São realizados treinamentos

Page 15: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

15

como: solid works, gerenciamento de compras, desenho técnico, técnicas de

soldagem, entre outros. Periodicamente, o RH faz o acompanhamento para verificar

a eficácia dos treinamentos através de testes e feedback dos gestores. Está em

análise, pela diretoria, um projeto para desenvolvimento do plano de carreira.

A alta administração faz reuniões semanais com os gestores, referente a assuntos

diversos, e uma reunião mensal chamada de GRI, onde são apresentados os

resultados mês.

A comunicação com os demais colaboradores da empresa é feita através de

edital/quadro de avisos, ou pelo gestor.

ORIENTAÇÃO PARA O MARKETING

Atualmente a empresa não tem um departamento de marketing internamente. As

ações de marketing são realizadas por empresa terceirizada que cuida do site e das

mídias sociais, além da equipe comercial, que apresenta a empresa por meio de

portfólio.

CAPÍTULO 3: OBJETIVOS E ESTRATÉGIA CORPORATIVOS

OBJETIVOS

2017 2018 2019

Volume de Vendas

Mensal

R$2.000.000 R$ 2.500.000 R$ 3.000.000

Lucratividade 10% 11% 12%

Clientes / Mercado

Aumentar em 10%

a base de novos

clientes

Aumentar em 13%

a base de novos

clientes

Aumentar em 15%

a base de novos

clientes

Marca / Imagem

Ser reconhecida

pelos clientes

como a melhor

metalúrgica do

Paraná

Ser reconhecida

pelos clientes

como a melhor

metalúrgica do

Brasil

Ser reconhecida

pelos clientes

como a melhor

metalúrgica do

Mercosul

Page 16: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

16

ESTRATÉGIA

Investir 1% do faturamento bruto mensal em treinamentos;

Diversificação na atuação, buscando ampliar e iniciar em segmentos mais

lucrativos, como indústria aeroespacial, linha branca e telecomunicações;

Intensificar a atuação da área comercial

Fortalecer a marca Martiaço no mercado B2B com foco na confiança. (27 anos

no mercado)

DIFERENCIAÇÃO / LIDERANÇA DE CUSTO / ENFOQUE

A estratégia está estabelecida com enfoque no segmento, visto que a Martiaço

direcionou a sua produção para os segmentos automotivo, agrícola, linha branca e

elétrico.

CADEIA DE VALOR

Logística Interna

Estoque zero de produto acabado – sistema puxado;

Planejamento de estoque de matéria prima de acordo com histórico x

provisionamento de vendas.

Operações

Utilização de gerador a diesel em horário em que as taxas de energia são mais

caras, para reduzir gasto com energia elétrica;

As principais maquinas são: corte a laser, punção da chapa, dobra da chapa,

usinagem e solda.

Para buscar a redução de custos e garantia da qualidade, utilizamos dispositivos

de soldagem e montagem industrial (poka yoke). Trabalhamos com as

programações internas e externas através das técnicas JIT e Kanbam.

Venda de todo resíduo metálico proveniente da produção para empresas que

fazem sua correta destinação.

Logística externa

Embalagem personalizada de acordo com a necessidade do cliente;

Transporte da mercadoria utilizando frota própria para redução de custos.

Marketing & Vendas

Qualidade dos produtos superior ao mercado;

Page 17: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

17

Baixo índice de devolução por não conformidade;

Testemunho de grandes clientes;

Vendas reativas.

Serviços Pós-Venda

Tratativa de produtos não conformes.

Infraestrutura da Empresa

Processos principais: comercial, engenharia de processo, produção e PCP;

Processos de apoio: RH, compras, financeiro, almoxarifado e TI.

Gerência de Recursos Humanos

Plano de treinamento anual.

Desenvolvimento de Tecnologia

Automatização dos processos via sistema ERP;

Departamento de soluções customizadas.

Aquisição

A Martiaço possui um manual de fornecedores, o qual deve ser seguido por

todos;

Compras de matéria-prima realizadas de acordo com a demanda informada pelo

setor de PCP.

Page 18: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

18

CAPÍTULO 4: MERCADO

HISTÓRICO DO MERCADO

Desde muito cedo, o homem aproveitou os metais para fabricar utensílios, materiais

como o cobre, o chumbo, o bronze, o ferro, o ouro e a prata tiveram amplo uso na

antiguidade. Os primeiros altos-fornos apareceram no século XIII. A indústria

metalúrgica teve novo impulso no século XVIII com a revolução industrial.

No Brasil, as primeiras décadas do século XX foram de avanços para a siderurgia

brasileira, impulsionados pelo surto industrial verificado entre 1917 e 1930. Após

esta época, a criação de novas indústrias se deram de forma tímida, mas entre 1940

e 1980, aconteceram novas fundações de grande expressão nacional, consolidando

a nossa posição perante ao mercado e ao mundo como produtor, exportador e

criador de tecnologias voltadas para a metalurgia, com ênfase na fabricação de

aços.

Atualmente o Brasil pode se orgulhar de possuir uma indústria metalúrgica capaz de

colocá-lo em destaque no cenário mundial. Fruto de um trabalho árduo que resultou

em mão-de-obra altamente especializada, matéria-prima e produtos de altíssima

qualidade, além de cidades inteiras que foram brotando ao redor dessas indústrias

que, embora sujeitas à instabilidade da economia do país, mais do que produzir

metais e derivados, possibilitam conhecimento e oferecem trabalho e sustento a

centenas de milhares de brasileiros.

TAMANHO E EVOLUÇÃO DO MERCADO

Page 19: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

19

Fonte: Guia FIEP 2017 Toneladas/ano

Fonte: Guia FIEP 2017

ANÁLISE DO MACROAMBIENTE

Ambiente Político

Tendência: Tende a se manter instável (impeachment, lava jato, carne fraca);

Oportunidades: Valorização da ética, seriedade e transparência (empresa com 27

anos de mercado);

Ameaças: Elevação dos impostos.

Page 20: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

20

Ambiente Econômico

Tendência: Ambiente de recessão;

Oportunidades: Redução dos juros para aceleração da economia;

Ameaças: Redução de investimentos e redução da produção do aço.

Ambiente Social

Tendência: Ambiente de desconfiança;

Oportunidades: Destacar os valores da empresa para os colaboradores atuais e

futuros;

Ameaças: Ação dos sindicatos.

Ambiente Tecnológico

Tendência: Inovação;

Oportunidades: Novas máquinas com maior produtividade;

Ameaças: Custo de renovação dos equipamentos.

ANÁLISE DO MICROAMBIENTE

Rivalidade entre os concorrentes atuais: É relativamente baixa. Porque é um

mercado com poucos participantes.

Ameaça de novos entrantes: A ameaça de novos entrantes também é igualmente

baixa, pois o mercado pratica margens baixas e com grande investimento em

tecnologia.

Ameaça de produtos substitutos: Quanto a produtos substitutos também pode-se

dizer que é uma ameaça baixa, pois não se observa produtos que possam vir a

cumprir o mesmo papel e/ou função, nesta área de atuação.

Poder de barganha dos fornecedores: Como trata-se de uma matéria prima

commodity, o preço é padrão e sem muita barganha.

Poder de barganha dos compradores: Nesta questão os compradores têm

bastante poder de barganha, uma vez que outras empresas podem oferecer o

produto dentro das mesmas especificações.

CONCORRENTES

Empresas Produtos/ Serviços

Alguns

Clientes OBS

Magius

Peças estampadas e de

conjuntos montados,

atuação nacional

CAT, CNH,

AGCO, IVECO,

Volvo, Renault

45 anos de mercado,

certificações ISO

9000 e 16949

Page 21: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

21

Comp

Corte a laser 3D,

fabricante de peças,

atuação nacional

NI NT

Ime´s

Peças estampadas e de

conjuntos montados,

atuação nacional

NI NT

Maxestampo

Peças estampadas e de

conjuntos montados,

atuação nacional

NI 30 anos de mercado

Mikrons

Peças estampadas e de

conjuntos montados,

atuação nacional

NI 28 anos de marcado,

não tem ISO

Ardan

Peças estampadas e de

conjuntos montados,

atuação nacional

NI 41 anos de mercado

BC Industral

Peças estampadas e de

conjuntos montados,

atuação estado do paraná

NI ISO 9000, 10 anos de

mercado

Metalcompan

Peças estampadas e de

conjuntos montados,

atuação estado do paraná

FIAT, MWM,

MAN, VW,

Valtra, IVECO,

CNH

ISO 9000, 1400 e TS,

12 anos de marcado

FMI

Caldeiraria, soldagem,

estruturas metálicas,

estamparia

NI 17 anos de mercado

Nilko

Aquecedores, armário de

aço, caixas elétricas,

gabinete de PC, entre

outras

NI 30 anos de mercado

ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE

Page 22: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

22

FATORES

ESTRATÉGICOS

PESO

(%)

Martiaço Metalcompany COMP Magius

Disponibilidade de Capital

Grau Tecnológico

Economia de Escala

Qualidade de RH

Market Share

Vendas

Capacidade de Retaliação

Inovação

Restrições Governamentais

Patentes

Parcerias Estratégicas

Outros:

25

20

10

3

5

15

1

5

0,5

0,5

15

3

3

2

2

2

2

1

2

0

0

3

15

4

4

3

4

3

1

3

0

0

5

5

5

3

3

4

4

1

5

0

2

4

4

3

3

2

4

3

2

3

0

0

3

TOTAL 100 51,40 67,00 86,20 57,00

Face aos principais concorrentes, a Martiaço tem uma posição inferior, porém

apenas COMP possui um destaque acentuado. Com relação a Magius e a

Metalcompany, existe uma diferença, no entanto não acentuada.

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO DAS PRINCIPAIS MARCAS

SEGMENTAÇÃO DE MERCADO

Page 23: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

23

A Martiaço atua na fabricação de peças e implementos para segmentos agrícola,

automotivo, elétrico, linha branca, entre outros.

Setor automotivo – tendência tecnológica e disruptiva;

Setor agrícola – tendência de crescimento;

Setor linha branca – mercado sazonal e margens muito baixas;

Setor elétrico – tendência a estabilidade.

ANÁLISE DO COMPOSTO DE MARKETING (4P´s)

MARKETING-

MIX

Martiaço Comp Metalcompany Magius

Produto Nível de

qualidade

elevado

Tecnologia

elevada

Qualidade

normal

Qualidade

elevada

Preço Baseado em

custo

Baseado em

custo

Baseado em

custo

Baseado em

custo

Praça Brasil/

Mercosul

Território

Nacional

Paraná /

Argentina

São Paulo /

Paraná / Santa

Catarina

Promoção Venda pessoal Venda pessoal Venda pessoal Venda pessoal

PROJEÇÕES DE MERCADO

Devido à crise econômica brasileira, sobretudo na indústria automobilística e de

linha branca, desde 2014 o mercado está em desaceleração crescente. Contudo,

analistas preveem uma retomada de crescimento a parir do ano de 2018.

A Martiaço, em face a este cenário econômico do Brasil está direcionamento os seus

esforços de novas captações de clientes em seguimentos que estão apresentando

crescimento, mesmo neste período de crise, alguns deles são: aero espacial,

equipamentos médicos hospitalares, máquinas e equipamentos agrícolas, entre

outros.

Page 24: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

24

CAPÍTULO 5: CONSUMIDORES

PERFIL DO CONSUMIDOR

Pessoas jurídicas de médio e grande porte, exigentes, localizadas dentro do

território nacional, usuárias contínuas de produtos e serviços metalúrgicos, incluindo

engenharia. Valorizam e buscam parcerias duradouras, soluções completas, de

qualidade e com entregas no prazo.

NECESSIDADES E DESEJOS DO CONSUMIDOR

O consumidor opta pela Martiaço devido ao fornecimento da solução completa em

metalurgia com custo baixo, e pela garantia da qualidade das soluções oferecidas,

devidamente certificadas pela ISO 9.001 e ISO/TS 16.949. Além de receber serviços

superiores de engenharia e cumprimento do prazo de entrega.

HÁBITOS DE USO E ATITUDES DO CONSUMIDOR

Venda B2B, portanto o cliente (empresa) compra direto da Martiaço sempre que

exista a necessidade de um novo projeto. Confiabilidade que a Martiaço fará a

entrega do produto com as devidas especificações. O preço e o prazo de entrega

são fatores determinantes

PAPÉIS DE COMPRA

O setor de engenharia de projetos é quem inicia, influencia e decide quem será o

fornecedor.

O departamento de compras é quem efetiva a compra.

O usuário é o departamento de produção, pois é ele quem utiliza as peças

fornecidas pela Martiaço para montar o seu produto final.

Page 25: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

25

CAPÍTULO 6: POLÍTICA COMERCIAL

UNIDADE 4: POLÍTICAS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO, TREINAMENTO E

DESENVOLVIMENTO E ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS

Análise Crítica 4.1 Recrutamento & Seleção

O processo de recrutamento e seleção é fundamental para o sucesso de qualquer

empresa. Os resultados de uma empresa são consequência das decisões tomadas

por seus funcionários, as quais, por sua vez, são baseadas em seus conhecimentos

e habilidades. “A globalização, o desenvolvimento tecnológico e a mudança e

transformação da sociedade, fazem com que a capacidade de sobrevivência e

excelência das organizações passe cada vez mais a depender forte e diretamente

das habilidades e competências das pessoas que nelas trabalham.” (CHIAVENATO,

2009, p.1).

Além das habilidades e conhecimentos, também é fundamental selecionar

profissionais que estejam alinhados com os valores, cultura e código de ética da

empresa.

A etapa de recrutamento e seleção, quando não realizada de forma eficaz, pode

custar caro para a companhia, pois uma contratação inadequada aumenta custos

com treinamento, com agências externas de recrutamento, tempo do gerente

envolvido na contratação, etc. No caso de um vendedor, por exemplo, agir de forma

antiética, por não estar alinhado com o código de conduta da empresa, esses

custos podem ser ainda maiores, pois podem denegrir a imagem da empresa no

mercado.

Para se chegar a excelência em recrutamento e seleção, é preciso saber quais as

reais necessidades e como se deseja supri-las, no que abrange a carência de

recursos humanos, e a partir daí tomar a decisão cabível (ARAUJO E GARCIA,

2009). Portanto, para poder-se realizar um bom processo de recrutamento e

seleção, o primeiro passo é a definição clara e detalhada do perfil do candidato e as

reais necessidades da função a ser exercida. Nesta fase são definidas algumas

variáveis, tais como: físicas e demográficas (idade, sexo, aparência física, cidade de

residência); formação (nível educacional e experiência profissional); habilidades

(apresentação oral, habilidades administrativas, planejamento); personalidade

(responsabilidade, comprometimento, autoestima, criatividade e flexibilidade), etc.

Page 26: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

26

Depois dessa definição, segue-se o processo de recrutamento. São dois os meios

de recrutamento: interno e externo. O recrutamento interno é quando a empresa

busca preencher a vaga buscando profissionais dentro da própria empresa. Neste

caso o profissional será ou promovido ou transferido. (CHIAVENATO, 2009).

As principais vantagens desse meio de recrutamento são: é mais econômico para e

empresa, pois evita despesas com anúncios, empresas terceiras de recrutamento,

custos de integração do novo funcionário, etc; é mais rápido; proporciona maior

segurança, uma vez que a personalidade e a forma de trabalhar do candidato já são

conhecidas pela empresa; é uma ótima forma de motivar os funcionários a

crescerem na companhia e aproveita investimentos em treinamento já realizados

pela empresa. Algumas desvantagens são observadas nesse meio de

recrutamento, tais quais, possíveis conflitos de interesse e um bitolamento das

pessoas, uma vez que não possuem experiência externas e pensam

exclusivamente dentro dos padrões da empresa, o que pode levar a uma falta de

criatividade e de atitudes de inovação.

O recrutamento externo acontece quando a empresa busca profissionais no

mercado. As principais técnicas de recrutamento externo são: consulta em bancos

de talentos; indicação de candidatos por funcionários da empresa; contatos com

sindicatos e associações de classe; anúncios em jornais, revistas e sites (Linkedin,

por exemplo); contratação de agências de recrutamento e Head Hunters. As

principais vantagens do recrutamento externo são: proporciona “sangue novo”,

permitindo a entrada de novas idéias e conceitos na organização; aumenta a

diversidade de culturas dentro da empresa; gera inovação, pois “funcionários

contratados através de recrutamento externo são mais propensos a questionar a

forma como a empresa lida com algumas áreas dos seus negócios. Este pormenor

pode tornar-se numa boa oportunidade para a gestão reconsiderar algumas das

práticas atuais da empresa, estimulando desta forma a mudança e o crescimento da

própria empresa” (ARAUJO E GARCIA, 2009). Quanto às desvantagens desse

meio, pode-se citar as principais, quais sejam: é mais demorada, pois existe toda

uma burocracia tanto para a demissão do funcionário da outra empresa quanto para

a contratação na atual; é mais cara, pois demanda treinamentos, integração, etc; é

menos segura, uma vez que a personalidade e engajamento profissional do

candidato ainda não são conhecidos; pode afetar a política salarial da empresa,

Page 27: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

27

principalmente quando há um desequilíbrio entre oferta e procura de recursos

humanos.

Analisando-se estes dois meios de recrutamento, a Martiaço entende que o

recrutamento interno se apresenta mais vantajoso e por isso ele será sempre a

primeira opção. Uma vez que este não seja possível e seja necessário ir ao

mercado, entende-se que a indicação de candidatos por funcionários internos, o

Linkedin e a contratação de Head Hunters e agências externas especializados em

vendedores técnicos sejam as melhores opções.

“A tarefa do recrutamento é a de atrair com seletividade, mediante várias técnicas

de divulgação para candidatos que possuam os requisitos mínimos do cargo a ser

preenchido, enquanto a tarefa da seleção é a de escolher e filtrar, entre os

candidatos recrutados, aqueles que tenham maiores probabilidades de se ajustar

aos cargos vagos”. (CHIAVENATO, 2009, p.105)

Pode-se classificar os métodos de seleção em dois grupo: o método tradicional, que

tem como propósito avaliar nos candidatos recrutados o grupo de características

pré-definidas como essenciais e desejáveis para a função ou cargo e suas

motivações, e o método de seleção por competências, que está relacionado à

capacidade de exercer uma determinada atividade de forma competente. Este

último vem substituindo o primeiro em grande parte das grandes empresas e se

solidificando como a melhor forma de seleção.

Segundo CHIAVENATO (2009), as técnicas de seleção tradicionais são

classificadas em cinco grupos:

1) Entrevistas: é a técnica mais amplamente utilizada, embora seja a mais

subjetiva e imprecisa. Esta técnica, para ser efetiva, precisa seguir os seguintes

passos:

2) Provas de conhecimentos ou de capacidade: Podem ser gerais (cultura geral,

línguas) ou específicos (conhecimentos técnicos, cultura profissional)

3) Testes psicológicos: focalizam principalmente as aptidões, procurando a

determinação de quanto elas existem em cada pessoa, com o intuito de generalizar

e prever aquele comportamento em determinadas formas de trabalho.

Planejamento

da entrevista

Preparação

do ambiente

Fechamento

da entrevista

Processamento

da entrevista

Avaliação da

entrevista

Page 28: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

28

4) Testes de personalidade: Existem, basicamente, três grupos de testes:

Expressivos, Projetivos e Inventários.

5) Técnicas de simulação: As duas principais são o psicodrama e a dramatização

(role-playing).

Seleção por competências: a competência é definida como um conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA).

A seleção por competência se origina da realização de um mapeamento de

competências e posteriormente, de um perfil, chegando às competências

consideradas essenciais para o cargo, dentro das exigências da organização. O

mapeamento é realizado através da descrição das competências técnicas

necessárias ao cargo e a descrição do “CHA” para cada competência avaliada

como necessária e a descrição das competências comportamentais.

“As formas de análise e avaliação do perfil dos candidatos, portanto, devem ser

ainda mais criteriosas. Daí a importância de um processo de seleção por

competências, na medida em que este permite fazer uma comparação baseada em

fatores compatíveis com as características, necessidades e direcionadores

estratégicos de cada organização.” (CARVALHO; PASSOS; SARAIVA, 2011, p. 78).

Nesse tipo de seleção, é feita uma entrevista comportamental com foco em

competências, fazendo-se ao candidato perguntas situacionais, ou seja,

relacionadas a situações que o candidato já vivenciou e que teve a necessidade de

usar a competência investigada. Dessa forma o entrevistador consegue avaliar se o

candidato realmente possui as competências necessárias para o cargo.

CHIAVENATO (2009) cita uma pesquisa feita pela fundação Dom Cabral que

aponta as principais competências buscadas pelas empresas. Dentre elas, as que

são mais importantes para os profissionais da área comercial são:

- Orientação para resultados;

- Capacidade de trabalhar em equipe;

- Garra, ambição;

- Relacionamento interpessoal;

- Negociação;

- Conhecimento da realidade externa

“O papel da seleção vai além de identificar o candidato ideal para uma vaga que foi

aberta. Ele tem um desafio que é perceber se os valores do futuro colaborador são

Page 29: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

29

compatíveis com os valores e cultura organizacional” (LEME, 2005, p. 5).

Essa é a grande vantagem da seleção por competências, pois não busca somente

prover um ocupante a um cargo específico, mas sim trazer diversas competências

para dentro da organização. Outras vantagens desse método são a objetividade,

maior consistência na identificação de comportamentos e, por consequência, menor

rotatividade.

Esse método de seleção é especialmente interessante para a área comercial, pois

esta é uma área fundamental para o sucesso da empresa e é cara para se

contratar, pois demanda fortes investimentos em treinamento e há um alto tempo de

“maturação” do vendedor, até que comece a dar resultados. Por isso, a Martiaço

adotará para a área comercial o método de seleção por competências.

Política Comercial 4.1 Recrutamento & Seleção

Existirão 3 cargos principais: vendedor, gerente de vendas e assistente de vendas.

O vendedor será responsável por visitar clientes, prospectar negócios, fechar os

pedidos e acompanhar o atendimento ao cliente. O gerente de vendas será

responsável por definir as metas, prestar suporte aos vendedores, definir as

estratégias de atendimento, definir política de preços e descontos e reportar o

andamento dos negócios aos diretores. O assistente de vendas prestará suporte

tanto a vendedores quanto ao gerente, resolvendo pequenos problemas, fazendo

cotações mais simples e ajudando a resolver as burocracias internas.

Os principais atributos de cada função são:

Assistente de vendas

Conhecimentos: CRM, processos internos, produtos.

Habilidades: Comunicação, relacionamento, agilidade.

Atitudes: Proatividade, disciplina.

Vendedor

Conhecimentos: Produto, cliente, mercado, técnicas de venda.

Habilidades: Negociação, comunicação, gestão do tempo, organização.

Atitudes: Comprometimento com cliente, foco no resultado, espírito de equipe,

proatividade, resiliência.

Page 30: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

30

Gerente de vendas

Conhecimentos: produto, mercado, estratégias comerciais, técnicas de gestão.

Habilidades: Liderança, relacionamento interpessoal, tomada de decisão.

Atitudes: Integridade, foco no resultado, cooperação, espírito de equipe.

O recrutamento será prioritariamente interno. Caso não haja nenhum candidato

apto, a vaga será aberta externamente. A principal fonte de busca será através de

Head Hunters e agências de RH especializadas na contratação de vendedores

técnicos. O Linkedin e indicações internas também serão levados em conta.

A etapa de seleção será feita utilizando-se o método de entrevista por

competências, com foco no comportamento.

O desempate será feito priorizando o candidato com atitudes mais coerentes com

os valores da empresa.

Page 31: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

31

Análise Crítica 4.2 Treinamento & Desenvolvimento

O treinamento e desenvolvimento é de suma importância em qualquer organização.

No que tange à área comercial, é fundamental que os vendedores tenham pleno

conhecimento sobre produtos que vendem, sobre o mercado em que atuam, sobre

os concorrentes e sobre seus clientes. Também é fundamental que saibam realizar

apresentações eficientes e que tenham conhecimento sobre as variadas técnicas de

vendas. Para se alcançar tudo isso é necessário investimento em treinamento.

Segundo KOTLER (2004), os clientes de hoje esperam que os vendedores

conheçam profundamente o produto, que contribuam com ideias para melhorar as

operações do cliente e que sejam eficientes e confiáveis. Esses requisitos exigiram

das empresas um investimento mais alto em treinamento de vendas.

“Treinamento consiste em um processo educacional que é

aplicado de maneira sistemática e organizada e pelo qual as

pessoas adquirem conhecimentos, atitudes e habilidades em

função de objetivos definidos. No sentido usado em

administração, treinamento envolve a transmissão de

conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes

frente a aspectos da organização da tarefa e do ambiente, e

desenvolvimento de habilidades.

[...]Nesse sentido, o treinamento não é despesa, mas um

investimento precioso cujo retorno é altamente compensador

para a organização desde que focado em objetivos bem

definidos e que traga os resultados esperados.”

(CHIAVENATO, 2009, p. 41).

De acordo com CHIAVENATO (2009), o treinamento tem 3 principais objetivos:

- Preparar as pessoas para tarefas imediatas;

- Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal;

- Mudar a atitude das pessoas no sentido de criar um clima mais satisfatório entre

as pessoas.

Para a elaboração e realização de um treinamento eficaz, (CHIAVENATO, 2009)

sugere que as seguintes etapas devem ser realizadas:

Page 32: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

32

1) Levantamento de necessidades de treinamento (diagnóstico);

2) Programação de treinamento para atender às necessidades;

3) Implementação e execução do programa de treinamento;

4) Avaliação dos resultados.

A identificação e análise das necessidades podem ser feitas através de avaliação

de desempenho, observação, questionários, solicitação de supervisores e gerentes,

reuniões interdepartamentais, exame de empregados, relatórios periódicos, etc.

Essa etapa deve fornecer as seguintes informações para que a próxima fase, a de

programação de treinamento, possa ser planejada de forma eficiente:

O que deve ser ensinado?

Quem deve aprender?

Quando deve ser ensinado?

Onde deve ser ensinado?

Como se deve ensinar?

Quem deve ensinar?

Uma vez respondidas essas perguntas, pode-se programar e planejar o

treinamento. Nessa fase, alguns itens devem ser definidos, tais como, a abordagem

do treinamento, objetivo, determinação do conteúdo, escolha dos métodos de

treinamento, definição dos recursos, definição da população-alvo, local, época ou

periodicidade do treinamento, cálculo da relação custo benefício do programa e

avaliação dos resultados.

A execução do treinamento depende de alguns fatores que determinarão seu

sucesso ou insucesso. Esses fatores são: adequação do programa de treinamento

às necessidades da organização dos treinandos, qualidade do material, cooperação

dos chefes e dirigentes da empresa, qualidade e preparo dos instrutores e

qualidade dos aprendizes.

As técnicas de treinamento a serem implementadas poder ser divididas da seguinte

forma

1) Quanto ao uso. Estas podem ser:

a) técnicas de treinamento orientadas para o conteúdo;

b) técnicas orientadas para o processo;

c) técnicas de treinamento mistas;

2) Quanto ao tempo. Estas podem ser:

Page 33: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

33

a) treinamento de indução ou de integração à organização;

b) treinamento depois do ingresso no trabalho

3) Quanto ao local. Estas podem ser:

a) no local de trabalho: Algumas modalidades são usadas nesse caso, como rodízio

de cargos, treinamento em tarefas, enriquecimento do cargo, etc.

b) fora do local de trabalho. As principais técnicas usadas são: aulas expositivas;

filmes e slides; estudos de caso; discussão em grupo; dramatização; simulação e

jogos, entre outros.

Os instrutores de vendas podem ser, segundo CASTRO e Neves (2014):

- Instrutores corporativos

- Profissionais da força de venda regular

- Especialistas em treinamentos externos

A última etapa do treinamento é a avaliação dos resultados. Segundo LEME (2010),

Kirkpatrick e Phillips são referências mundiais nesse assunto e propõem quatro

níveis de avaliação de treinamentos: reação ou feedback, aprendizagem,

comportamental e resultados.

- Reação ou feedback: Neste nível é avaliado como o treinamento foi visto pelos

participantes.

- Aprendizagem: Normalmente feita com testes teóricos, tem como objetivo verificar

se o colaborador aprendeu o que foi ensinado.

- Comportamento: É a avaliação do que realmente mudou no comportamento do

colaborador.

- Resultados: Neste nível é avaliado o Retorno sobre o Investimento (ROI) do

treinamento. É a mensuração por um indicador financeiro que analisa os valores

dos benefícios trazidos pelo programa em relação ao investimento realizado.

É importante ressaltar que os resultados do treinamento só serão permanentes se

houver acompanhamento constante do gestor, estimulando a aplicação prática

diária do que foi aprendido.

CHIAVENATO (2009) propõe outros três modelos para medir o aprendizado:

1) Modelo baseado no aprendiz: faz a medição através da coleta de dados dos

participantes logo após o evento e através de acompanhamento (follow-up survey).

2) Modelo baseado no gerente: possui a mesma base do anterior, porém com a

participação do gestor que fará o trabalho de acompanhamento e coleta dos dados.

Page 34: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

34

Apesar de mais onerosa, permite ação imediata do gestor a fim de garantir que o

aprendido no treinamento seja aplicado;

3) Modelo baseado no analista: é realizada pelo analista de treinamento e é mais

abrangente e profunda. Tem a vantagem de obter diagnostico preciso e atuação

para correções nos treinamentos futuros;

As organizações que investem continuamente em treinamentos, que estimulam

continuamente seus colaboradores a expandir sua capacidade criativa e transmitir

seus conhecimentos ao grupo são chamadas de organizações que aprendem.

Muitas dessas organizações utilizam para isso universidades corporativas.

“A universidade corporativa é um dos principais instrumentos

de apoio ao alcance dos objetivos organizacionais, através da

criação e gestão dos processos de aprendizagem na

organização. Contribui decisivamente para o atendimento das

necessidades ampliadas do negócio através da

formação/requalificação profissional dos funcionários,

fornecedores, clientes e atendimento de necessidades

educacionais de comunidades de interesse.” (BOOG, 2001, p.

174).

Em relação à área comercial, as principais necessidades de treinamento dependem

do estágio de maturidade do vendedor e tempo de empresa. Pode-se dizer que

para vendedores iniciantes (na profissão ou na empresa) as principais demandas de

treinamento são relacionadas a:

- Produto

- Mercado

- Clientes

- Concorrentes

- Apresentação de vendas

Para vendedores mais experientes, as principais demandas estão relacionadas a:

- Gestão do tempo

- Aumento nas vendas

- Geração de valor para o cliente

- redução nos custos das vendas

- Técnicas de vendas

Page 35: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

35

É essencial manter um plano regular de treinamento para os vendedores, pois o

mercado é muito dinâmico e muda constantemente. Além disso o treinamento

também é fator motivador, pois demonstra interesse da empresa no vendedor e

fornece a ele constante upgrade de competências.

Com base nesse raciocínio e em todo o exposto sobre a importância de

treinamentos, a Martiaço terá a política de ministrar treinamentos regulares, tanto

internos quanto externos e o gerente avaliará constantemente a aplicação do que

foi aprendido por sua equipe.

Política Comercial 4.2 Treinamento & Desenvolvimento

Para um bom desempenho na área comercial é importante conhecimento das

ferramentas de trabalho (CRM, por exemplo), de técnicas de venda, do produto, do

mercado e dos concorrentes. Espera-se que o profissional contratado já tenha

conhecimentos de vendas e do mercado. Por isso haverá treinamentos,

essencialmente, de produtos, ferramentas e concorrentes e técnicas de vendas.

A necessidade de treinamento será identificada pelo gerente comercial, através do

acompanhamento do desempenho de cada vendedor e identificação das lacunas de

conhecimento de cada um.

Treinamentos de vendas serão ministrados por empresa especializada, adotando-

se a técnica SPIN Sales, da Huthwaite. Demais treinamentos serão feitos

internamente.

A avaliação da necessidade de treinamento será feita cotidianamente pelo gerente.

Planeja-se realizar um treinamento de vendas a cada 18 meses e de produto a cada

12 meses.

Os resultados serão avaliados pelas mudanças de comportamento e resultados de

vendas, feitas pelo gerente de vendas.

PERFIL DE COMPETÊNCIAS DESEJADO DO VENDEDOR

Identificação Desenvolvimento Mensuração

Conhecimentos Produto

Leitura de material

técnico

Teste

Page 36: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

36

Cliente / mercado

Técnicas de

vendas

Visitas a clientes

Treinamento

Relatórios de

visitas

Prova

Habilidades Negociação

Comunicação

Gestão do tempo

Treinamento

Apresentações /

simulações

Treinamento

Resultados de

vendas

Feedback clientes

Observação

gerente

Atitudes Comprometimento

com cliente

Espírito de equipe

Depoimentos de

clientes / mesa

redonda

Reuniões de

equipe para

compartilhar

experiências e

resultados

Pesquisa com

clientes /

observação do

gestor

Feedback da

equipe e gestor

Page 37: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

37

Análise Crítica 4.3 Administração de Vendas

“Os gerentes de vendas são responsáveis pelas funções de planejar, organizar,

recrutar, treinar, dirigir e avaliar atividades, estratégias e táticas de sua equipe de

vendas, a fim de gerar vendas que atendam os objetivos corporativos” (FUTRELL,

2003, p. 382). Abaixo, um detalhamento de tais funções:

1) Planejamento: Essa função inclui as seguintes atividades:

- Previsão de vendas: a previsão e vendas busca antecipar alguns eventos que

influenciarão a demanda de produtos da empresa. Elas podem ser de curto, médio

ou longo prazos.

“[...] Em vendas, a previsão de demanda é fundamental para

quase todas as decisões. A definição de territórios. A

avaliação dos vendedores, o estabelecimento de quotas, a

escolha de representantes ou vendedores contratados, entre

diversas outras decisões, têm na previsão de vendas uma

informação fundamental a ser considerada”. (CASTRO E

NEVES, 2014, p.86)

- Orçamento da força de vendas: é o dinheiro destinado para a atividade de vendas.

Para estimar esse valor, o gerente precisa considerar alguns custos típicos, como

salários, comissões, despesas de escritório, viagens, amostras de produtos, etc.

- Organização da força de vendas: dentre outras decisões a serem tomadas nessa

etapa, a definição da estrutura organizacional da equipe de vendas é a principal.

Quanto à especialização da força de vendas, CASTRO E NEVES (2014) sugerem

as seguintes opções:

Especialização por produtos

Especialização por tipo de clientes

Especialização por territórios

Especialização por processos

Especialização híbrida

2) Recrutamento e seleção: essa função contempla as atividades de planejamento

de pessoal - o que inclui planejar o tamanho da força de vendas – especificação de

cargos e definição das características dos profissionais de vendas, essenciais para

um decorrente bom processo de recrutamento e seleção.

Page 38: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

38

3) Treinamento: O gerente toma a decisão sobre os métodos a serem usados e

também sobre quem será treinado, onde e quando. Ele também deve estabelecer

claramente quais os resultados esperados após o treinamento.

4) Direção: uso do posto de liderança para estabelecer um relacionamento positivo

e persuasivo com as pessoas no que diz respeito à motivação e à remuneração.

5) Avaliação: comparação do desempenho efetivo com as metas de

desenvolvimento planejadas a fim de verificar se precisam ser feitas correções,

caso as metas não sejam alcançadas; ou se os mesmos métodos continuam em

uso, caso as metas sejam alcançadas.

Ainda segundo o autor, quanto mais alto o nível do gestor, mais tempo ele gasta

com planejamento e organização, enquanto os gerentes de linha de frente gastam

mais tempo dirigindo os vendedores.

Além das funções do gerente, é de extrema importância avaliar o perfil dele como

gestor. Tal perfil tem mudado ao longo dos anos. O perfil de gerente impositor, dono

da verdade e que exige respeito, ao invés de conquistá-lo, já não é mais aceito pela

maioria absoluta das organizacionais. O perfil exigido hoje, e que realmente traz

resultados positivos para a empresa, é o de líder. “Liderança é “a capacidade de

influenciar os outros pela liberação de seu poder e potencial para impactar o bem

maior.” (BLANCHARD, 2011, p. xvi). Essa definição tem o objetivo de mostrar que o

líder não deve focar apenas na realização de objetivos, mas sim de pensar no bem

maior, aquilo que é melhor para toda a equipe.

Nas teorias sobre liderança, fala-se, principalmente, sobre dois estilos:

- Liderança autocrática: caracteriza-se pelo controle de um indivíduo, o líder,

sobre todas as decisões e por poucas consultas às opiniões dos membros da

equipe. Os autocráticos são bons em tomar decisões rápidas e podem produzir

melhores resultados quando elas são necessárias. Eles mobilizam a equipe em

direção a uma visão comum e se concentram em objetivos finais. Se esse estilo

fosse resumido em uma frase, seria “vem comigo”. Esse estilo é, na maioria da

vezes, rejeitado por indivíduos muito profissionais, pois profissionalismo requer

liberdade para agir. A liderança autocrática pode ser útil para equipes inexperientes

ou em casos em que a equipe está indiferente. Atualmente, esse estilo de liderança

está cada vez mais em desuso.

- Liderança democrática: Nesse estilo, o gerente procura orientar o grupo e

Page 39: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

39

encontrar por si mesmo a solução para seus diversos problemas, fazendo-o

participar e decidir na direção da melhor solução. Neste caso, o gerente atua como

coordenador, buscando interferir o menos possível nas decisões do grupo e de seus

liderados. Esse estilo é mais adequado quando a força de vendas é de nível mais

elevado, e mesmo quando o tempo permite que a equipe se reúna para opinar ou

tomar certas decisões. Uma equipe muito jovem e inexperiente tende a não

desempenhar bem nas mãos de um líder democrático. O excesso de democracia

em uma equipe inexperiente tende a prejudicar os resultados. Quanto mais sênior

for o time, melhor é o aproveitamento da experiência coletiva.

BLANCHARD (2011) propõe um outro modelo, o de Liderança Situacional. Nesse

modelo, o líder adequa seu estilo ao nível de desenvolvimento do liderado. Ele pode

ser resumido na frase: tratamentos diferentes para pessoas diferentes.

Nesse modelo existem quatro estilos básicos de liderança: Direção, Coaching,

Apoio e Delegação, que são aplicados de acordo com o nível de cada membro da

equipe, conforme pode ser visto na figura abaixo.

Figura 1: O modelo da Liderança Situacional II

Fonte: BLANCHARD, 2011, p75

Page 40: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

40

Para se tornar eficaz no uso da Liderança Situacional, o líder deve dominar as

habilidades de diagnóstico, flexibilidade e parceria para o desenvolvimento.

Independente do estilo de liderança, o líder precisa ter em suas personalidade

algumas características essenciais. VIANNA e JUNQUEIRA (2004) citam as

seguintes características e atributos do perfil do novo líder:

- Entusiasta;

- Comprometido;

- Humano;

- Motivador;

- Vontade de aprender;

- Prazer de ensinar;

- Visão estratégica;

- Empreendedor;

- Assertivo;

- Ético;

Uma outra atribuição importante do líder-gerente é o de dar feedback constante. O

feedback é uma ferramenta de desenvolvimento da equipe pela qual o gerente

busca corrigir desvios de comportamento, incentivar a mudança e reconhecer e

estimular os pontos positivos. É importante planejar reuniões formais para esse fim,

nas quais serão abordados vários assuntos, mas também é importante fornecer

feedback constante, sempre que necessário. Ele deve ser feito sempre de forma

ética e profissional e da forma mais objetiva possível.

O vendedor, por sua vez, precisa ter consciência de que o feedback tem a função

de ajudá-lo e não de criticá-lo e precisa recebê-lo de forma madura e profissional.

Nota-se que os povos latinos tem certa dificuldade com o feedback, pois costumam

levá-lo pelo lado pessoal, sentindo-se criticados, em vez de aproveitá-lo para seu

desenvolvimento profissional.

Existem hoje duas principais técnicas de desenvolvimento profissional que tem o

objetivo de criar e/ou desenvolver líderes nas organizações: coaching e mentoring.

No coaching, um coach (treinador) usa diversas técnicas para desenvolver

habilidades e competências no coachee (treinado). Neste processo, o treinador usa

seus conhecimentos e experiências para acelerar o desenvolvimento profissional do

treinado.

Page 41: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

41

“Coaching é um processo deliberado, que utiliza conversações focadas para criar

um entorno que resulte em crescimento individual, ação com objetivos claros e

desenvolvimento sustentado” (BLANCHARD, 2011, p.142).

O processo de coach deve ser contínuo e permanente, identificando e

diagnosticando pontos de melhoria para aumentar a produtividade do treinado. O

coaching pode ser feito internamente ou mediante contratação de coaches

externos. Este último se mostra mais vantajoso, pois o coachee fica mais confiante

em falar de suas carências e insatisfações sem temer represálias que poderiam

partir de um profissional interno ou até mesmo do gerente.

O mentoring é uma prática voltada à figura do mentor e de seu cliente, geralmente

alguém que está iniciando a carreira no posto de executivo. O mentor, que agrega

anos de experiência corporativa em diversos segmentos, com seu olhar visionário e

experiente, auxilia seu cliente a administrar com êxito seus propósitos. Vale a pena

ressaltar que o processo de mentoring é de compartilhamento dos conhecimentos

do mentor, que procurará sanar as lacunas e deficiências do executivo –

especialmente nos quesitos das relações humanas, economia e mercado. A

relação, então, é de dependência, pois o cliente precisa absorver tais informações

fundamentado em sua realidade, o que pode levar um tempo considerável.

A Martiaço entende que para continuar sendo uma empresa de sucesso e para

aumentar seus resultados, tanto financeiro quanto de satisfação profissional de

seus empregados, o gerente comercial deve ter características de líder, utilizando a

liderança situacional e promovendo feedback constante a seus funcionários. Ele

deve fazer o papel de coaching para os vendedores e também receberá orientação

de empresas especializadas em mentoring.

Política Comercial 4.3 Administração de Vendas

O gerente comercial deve orientar a equipe, conduzi-la para o atingimento das

metas e motivá-la o tempo todo. Para isso deve ter empatia, espírito de equipe, bom

senso e conhecimento de seus funcionários. O gestor deve ser um facilitador,

dando feedback constantemente, de forma profissional e fundamentada,

respeitando o jeito de ser de cada um. Porém, deve haver uma reunião formal e

individual uma vez por ano com cada membro da equipe, a fim de avaliar o

Page 42: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

42

desempenho ao longo do ano e ajustar os desvios.

Em alguns momentos, o gerente comercial deve estabelecer o papel de mentor,

orientando o subordinado, por exemplo, quando está iniciando na empresa e

precisa entender os processos. O mentoring é capaz de indicar fatores que

ameaçam o progresso pessoal e profissional, por ter maior conhecimento e possuir

disposição e interesse para compartilhar o que sabe.

Para funcionários experientes na empresa, o gestor se utiliza do coaching,

acompanhando os processos, indicando o que precisa ser feito e estimulando-os.

Nesse papel é importante o gestor fazer com que o seu subordinado perceba a

necessidade de mudança.

O gestor deve promover, através de atitudes, valores de respeito, honestidade,

resiliência, etc.

Page 43: IBSEN CANZIANI POLÍTICA COMERCIAL DA MARTIAÇO

43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Estratégias e Integração Organizacional. São Paulo: Atlas, 2009.

BLANCHARD, Ken. Liderança de alto nível: Como criar e liderar organizações

de alto desempenho. Porto Alegre: Bookman, 2011.

BOOG, Gustavo G. Manual de treinamento e desenvolvimento: um guia de

operações. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.

CARVALHO, Iêda Maria Vecchioni; PASSOS, Antonio Eugênio Valverde Mariani;

SARAIVA, Suzana Barros Corrêa. Recrutamento e seleção por competências. Rio

de Janeiro: FGV Editora, 2011.

CASTRO, Luciano Thomé e; NEVES, Marcos Fava. Administração de vendas:

Planejamento, estratégia e gestão. São Paulo: Atlas, 2014.

CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal. São

Paulo: Manole, 2009.

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