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Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a ITR - DITR 2014 - Apresentação a ICMS - Produtor rural a ICMS - Quadro prático de operações com tratamento fiscal diferenciado ICMS - IPI e Outros Fascículo N o 34/2014 São Paulo / a Federal IPI Transferência - Tratamento fiscal 01 / a Estadual ICMS Consignação mercantil 04 / a IOB Setorial Estadual Automobilístico - Substituição tributária - Alcance da retenção do ICMS nas operações com veículos automotores 11 / a IOB Comenta Federal IPI - Sucessão - Possibilidade de transferência de incentivos ou be- nefícios fiscais 11 / a IOB Perguntas e Respostas IPI Repetro - Habilitação - Requisitos 12 Revendedor autônomo - Preço de revenda - Critério 13 ICMS/SP Base de cálculo - Venda com montagem 13 Diferimento - Saída destinada a não contribuinte - Não aplicação 13 Incidência - Água natural canalizada 13 Substituição tributária - Base de cálculo - Refrigerantes 13 Substituição tributária - Compensação do imposto retido com o ICMS próprio - Impossibilidade 14

ICMS - IPI e Outros São Paulo a Veja nos Próximos · 2017. 4. 7. · em relação à compra e venda de determinados produtos. 6.1 - Isto significando, por certo, que numa mesma

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Boletimj

Manual de Procedimentos

abicalct_03526_14.ind 1 8/4/2014 09:33:16

Veja nos Próximos Fascículos

a ITR - DITR 2014 - Apresentação

a ICMS - Produtor rural

a ICMS - Quadro prático de operações com tratamento fiscal diferenciado

ICMS - IPI e OutrosFascículo No 34/2014

São Paulo

/a FederalIPITransferência - Tratamento fiscal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a EstadualICMSConsignação mercantil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04

/a IOB SetorialEstadualAutomobilístico - Substituição tributária - Alcance da retenção do ICMS nas operações com veículos automotores . . . . . . . . . . . . . . . . 11

/a IOB ComentaFederalIPI - Sucessão - Possibilidade de transferência de incentivos ou be-nefícios fiscais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

/a IOB Perguntas e RespostasIPIRepetro - Habilitação - Requisitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12Revendedor autônomo - Preço de revenda - Critério . . . . . . . . . . . . 13

ICMS/SPBase de cálculo - Venda com montagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Diferimento - Saída destinada a não contribuinte - Não aplicação . . 13Incidência - Água natural canalizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Substituição tributária - Base de cálculo - Refrigerantes . . . . . . . . . 13Substituição tributária - Compensação do imposto retido com o ICMS próprio - Impossibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

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© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Capa:Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

ICMS, IPI e outros : IPI : transferência : tratamento fiscal.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2224-8

1. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - Brasil 2. Imposto sobre Produtos Industrializados - Brasil 3. Tributos - Brasil I. Série.

14-07997 CDU-34:336.223(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços : ICMS : Direito tributário 34:336.223(81) 2. Brasil : Imposto sobre Produtos Industrializados : IPI : Direito tributário 34:336.223(81)

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Manual de ProcedimentosICMS - IPI e Outros

Boletimj

34-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 SP

IPI

Transferência - Tratamento fiscal SUMÁRIO 1. Introdução 2. Suspensão do IPI 3. Transferência para filial atacadista 4. Transferência para filial varejista 5. Seção de varejo 6. Determinação do preço corrente no mercado

atacadista da praça do remetente 7. Média ponderada 8. Impossibilidade de determinação do preço corrente

1. Introdução

O fato gerador do IPI ocorre, dentre outras hipóteses, na saída do produto do esta-belecimento industrial ou equiparado a industrial.

O lançamento do imposto, por sua vez, deve ser efetuado no momento da ocorrência do fato gerador (saída do produto), constituindo base de cálculo o valor total da operação de que decorrer a respectiva saída.

Portanto, o valor total da operação é de fácil identificação quando o contribuinte promove saída a título de venda, ou seja, a base de cálculo do IPI, nessa hipótese, é o valor previamente acordado entre as partes (vendedor/comprador), observadas as regras de inclusão de parcelas acessórias (frete, seguro etc.).

Contudo, nas demais operações, isto é, quando o contribuinte promove a saída a outro título, em que não existe cobrança de valor, a exemplo da trans-ferência de produtos, é necessário observar regras específicas da legislação do IPI para a determinação do valor tributável.

(RIPI - Decreto nº 7.212/2010, arts. 35, II, 182, I, “b”, e 190, II)

2. SuSPEnSão do IPI

Poderão sair com suspensão do IPI os produtos remetidos, para industrialização ou comércio, de um para outro estabelecimento industrial ou equiparado a industrial da mesma empresa.

Note-se que a previsão da suspensão do lança-mento do imposto é uma faculdade atribuída ao con-tribuinte, cabendo a este decidir sobre a conveniência ou não de sua aplicação.

(RIPI/2010, art. 43, X)

3. tranSFErênCIa Para FIlIal ataCadISta

Na transferência de determinado estabele-cimento para outro da mesma empresa, o

valor tributável não poderá ser inferior ao preço corrente do produto no

mercado atacadista da praça do remetente (veja os itens 6 e 7).

(RIPI/2010, art. 195, caput, I)

4. tranSFErênCIa Para FIlIal varEjISta

4.1 Conceito

Estabelecimento filial varejista é o que promove vendas diretas a consumidor, ainda que esporadica-mente por atacado.

Para esse efeito, consideram-se esporádicas as vendas por atacado quando, no mesmo semestre civil, o seu valor não exceder a 20% do total das vendas realizadas.

(RIPI/2010, art. 14, II)

4.2 valor tributável

O valor tributável nas transferências (internas ou interestaduais) para filial varejista não poderá ser

a Federal

Na transferência de determinado

estabelecimento para outro da mesma empresa, o valor tributável não poderá ser inferior ao preço corrente do produto no mercado

atacadista da praça do remetente

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34-02 SP Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

inferior a 90% do preço de venda a consumidor nem inferior ao preço corrente do produto no mercado atacadista da praça do remetente.

Isso significa que:

a) o valor tributável não poderá ser inferior a 90% do preço de venda a consumidor, isto é, do preço de venda praticado pela filial varejista;

b) da aplicação desse percentual (90%) não po-derá resultar valor tributável inferior ao preço corrente do produto no mercado atacadista da praça do remetente.

Por exemplo, na venda de produto ao consumidor (pela filial varejista) no valor de R$ 1.000,00, o valor tributável não poderá ser inferior a R$ 900,00 (90%), que, por sua vez, não poderá ser inferior ao preço cor-rente no mercado atacadista da praça do remetente.

(RIPI/2010, art. 195, caput, II)

4.3 venda por preço superior

Na hipótese em que a filial varejista venda o pro-duto recebido em transferência por preço superior ao que tenha servido à determinação do valor tributável, este será reajustado com base no preço real de venda, o qual, acompanhado da respectiva demonstração, será comunicado ao remetente, até o último dia do período de apuração subsequente ao da ocorrência do fato, para lançamento e recolhimento do IPI sobre a diferença apurada.

O estabelecimento industrial, de posse da demonstração enviada pela filial varejista, emitirá nota fiscal complementar para lançamento da diferença, até o último dia útil do período de apuração em rela-ção ao movimento de entradas e saídas de produtos no período anterior, nos termos do art. 407, caput, IX, § 4º, do RIPI/2010.

(RIPI/2010, arts. 195, § 1º, e 407, caput, IX, § 4º)

5. SEção dE varEjo

A seção de varejo é a dependência interna do estabelecimento industrial, isolada das demais, caracterizada pela perfeita distinção e pelo controle dos produtos saídos de cada uma delas.

Na hipótese de o produto sair de qualquer seção do estabelecimento industrial com destino à seção de varejo, inexiste obrigação de ordem fiscal a ser observada nesse momento, tampouco exigência de lançamento do tributo.

A obrigação de lançar o tributo (sobre o valor total da operação), no caso sob análise, surge no momento da realização da venda (saída da seção de varejo).

Contudo, a legislação permite, para o movimento diário da seção de varejo, a emissão de uma única nota fiscal com destaque do imposto, no fim do dia, para os produtos vendidos.

A respeito da emissão de documento fiscal pelas vendas realizadas na seção de varejo, é oportuno reproduzirmos a íntegra da Decisão nº 66/1999, da Superintendência Regional da Receita Federal, 7ª Região Fiscal, que traz os seguintes esclarecimentos:

MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL

7ª REGIÃO FISCAL

Decisão nº 66 de 11 de março de 1999

Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

EMENTA: Emissor de cupom fiscal. Destaque do imposto. A exigência de uso do equipamento Emissor de Cupom Fiscal, por parte dos comerciantes varejistas, não afasta a exigência da emissão da nota fiscal de saída de produto por parte do industrial ou equiparado, nos termos da legis-lação do IPI, sempre que o cupom não ofereça destaque do imposto. É cabível a faculdade de emissão de nota fis-cal diária, desde que atendidos os requisitos da legislação.

(RIPI/2010, art. 408 e art. 609, caput, VI)

6. dEtErMInação do PrEço CorrEntE no MErCado ataCadISta da Praça do rEMEtEntE

Conforme já demonstrado no item 3, na trans-ferência para filial atacadista, o valor tributável não poderá ser inferior ao preço corrente do produto no mercado atacadista da praça do remetente.

Na transferência para estabelecimento varejista da mesma empresa, o valor tributável será o preço da operação, não inferior a 90% do preço de venda efetuada pelo destinatário ao consumidor nem ao preço corrente no mercado atacadista da praça do remetente.

Para a apuração do referido valor (preço corrente), na hipótese de existirem vários preços para um mesmo produto, o contribuinte deverá considerar a média ponderada dos preços de cada um, vigente no mês anterior ao da saída do estabelecimento remetente, ou, na sua falta, a média correspondente ao mês imedia-tamente anterior àquele.

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34-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 SP

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

Vejamos, a seguir, o entendimento firmado pela Coordenação do Sistema de Tributação (CST) quanto à determinação do preço corrente do produto no mercado atacadista da praça do remetente.

Para o referido órgão, “quando a determinação do valor tributável para efeito de cálculo do IPI for efetuada por meio de preços praticados no mercado atacadista da praça do remetente, será considerado o universo das vendas realizadas naquela localidade”.

Mencionado entendimento consta do Parecer Normativo CST nº 44/1981, em cujos itens 6 e 7 foram consignadas as seguintes afirmativas:

6 - Registram os Dicionários da Língua Portuguesa que mercado, convencionalmente, significa a referência feita em relação à compra e venda de determinados produtos.

6.1 - Isto significando, por certo, que numa mesma cidade, ou praça comercial, o mercado atacadista de determinado produto, como um todo, deve ser considerado relativamente ao universo das vendas que se realizam naquela mesma localidade, e não somente em relação àquelas vendas efe-tuadas por um só estabelecimento, de forma isolada.

7 - Por isso, os preços praticados por outros estabeleci-mentos da mesma praça que a do contribuinte interessado em encontrar o valor tributável do IPI através do preço corrente no mercado atacadista devem ser considerados para o cálculo da média ponderada de que trata o § 5º do art. 46 do Regulamento do IPI de 1979.

Conforme se observa, o item 7 do referido Pare-cer dá a entender que o contribuinte, para conhecer o “preço corrente no mercado atacadista”, além de recorrer aos preços por ele próprio praticados, deverá recorrer aos demais preços “praticados por outros estabelecimentos da mesma praça”.

Entretanto, visando elucidar melhor as conclusões trazidas pelo citado Parecer Normativo, a Coorde-nação do Sistema de Tributação voltou a examinar o assunto, baixando, para tanto, o Ato Declaratório Normativo CST nº 5/1982, o qual esclareceu que o termo “produto”, constante do subitem 6.1 daquele ato, indica uma mercadoria perfeitamente caracteri-zada por marca, tipo, modelo, espécie, qualidade e número, se houver, na forma indicada no inciso VIII do art. 205 do antigo RIPI de1979.

Logo, o “universo das vendas” a que se refere o Parecer Normativo CST nº 44/1981 está relacionado com as vendas de produtos (perfeitamente caracte-rizados por marca, tipo, modelo, espécie, qualidade e número, se houver) praticadas pelos vários esta-belecimentos atacadistas de uma mesma empresa, localizados na mesma praça do estabelecimento remetente.

Sob esse aspecto, o Ato Declaratório Normativo CST nº 5/1982 finaliza afirmando que “do produto assim caracterizado, para efeito de cálculo da média ponderada de que trata o § 5º do art. 46 do RIPI de1979, que determinará o valor tributável mínimo a que alude o art. 46, I, do mesmo Regulamento, deverão ser consideradas as vendas efetuadas pelos remetentes e pelos interdependentes do remetente, no atacado, na mesma localidade, excluídos os valo-res de frete e IPI”.

(RIPI/2010, art. 190, § 1º, art. 195, I e II, art. 196 e art. 413, IV, “b”; Parecer Normativo CST nº 44/1981; Ato Declaratório Normativo CST nº 5/1982)

7. MédIa PondErada

Para a determinação do valor tributável (a que se referem os itens 3 e 4), será considerada a média ponderada dos preços de cada produto, vigentes no mês precedente ao da saída do estabelecimento remetente, ou, na sua falta, a média correspondente ao mês imediatamente anterior àquele.

Assim, admitamos que determinado estabeleci-mento pretenda transferir, no mês de julho/2014, 800 unidades de um produto de sua fabricação para outro estabelecimento da mesma empresa.

Para apuração da média ponderada, serão verifi-cados, primeiramente, os diversos preços praticados pelo remetente (os quais podem variar em função do número de unidades vendidas, modalidades de pagamento etc.) no mês anterior ao da transferência, isto é, no mês de junho/2014.

Total de unidades vendidas Preço unitário Preço total

1.000 unidades R$ 200,00 R$ 200.000,002.500 unidades R$ 220,00 R$ 550.000,001.500 unidades R$ 240,00 R$ 360.000,00

5.000 unidades R$ 1.110.000,00

Em seguida, será obtida a média ponderada por meio da divisão do valor total faturado, no mês de junho/2014, pelo total de unidades vendidas no mesmo período.

Admitindo-se que no referido mês foram vendi-das 5.000 unidades, cujos preços apresentaram as variações indicadas no quadro anterior, a média ponderada será:

R$ 1.110.000,00 = R$ 222,00

5.000

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34-04 SP Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

Assim, como o contribuinte pretende transferir 800 unidades para a filial, o valor tributável será equi-valente a R$ 177.600,00 (800 × R$ 222,00).

Nota

No exemplo, partimos da premissa de que o remetente não possui ou-tros estabelecimentos localizados na mesma praça. Contudo, se ocorrer tal hipótese, há que se observar também os preços praticados pelos demais estabelecimentos (segundo entendimento da CST focalizado no item 6).

8. IMPoSSIBIlIdadE dE dEtErMInação do PrEço CorrEntE

Na impossibilidade de determinação do preço corrente no mercado atacadista da praça do reme-tente (hipóteses examinadas nos itens 3 e 4), em razão, por exemplo, de os produtos serem comer-cializados pela primeira vez, será tomado por base de cálculo um dos valores indicados nos subitens seguintes, conforme o caso.

(RIPI/2010, art. 196, parágrafo único)

8.1 Produtos importadosNo caso de produtos importados, o valor tributável

será o que serviu de base ao Imposto de Importação (II), acrescido desse tributo e dos demais elementos componentes do custo do produto, inclusive a mar-gem de lucro normal.

(RIPI/2010, art. 190, caput, I, “a”, e art. 196, parágrafo único, I)

8.2 Produtos de fabricação nacionalNessa hipótese, o valor tributável será o custo de

fabricação, acrescido dos custos financeiros e dos de venda, administração e publicidade, bem como do seu lucro normal e das demais parcelas que devam ser adicionadas ao preço da operação, ainda que os pro-dutos tenham sido recebidos de outro estabelecimento da mesma empresa que os tenha industrializado.

(RIPI/2010, art. 196, parágrafo único, lI)

N

a Estadual

ICMS

Consignação mercantil SUMÁRIO 1. Introdução 2. Remessa em consignação 3. Venda da mercadoria 4. Reajuste de preço 5. Devolução da mercadoria não comercializada 6. Mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária 7. Consignação industrial 8. Mercadoria recebida de pessoa física 9. Exemplos

1. Introdução

O ICMS tem como fato gerador, entre outras hipó-teses, a saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, a qualquer título, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular, sendo irrelevante o fato de haver ou não a transferência da sua titula-ridade.

Neste texto, veremos o tratamento fiscal referente à operação de consignação mercantil, que consiste,

resumidamente, na remessa de mercadorias pelo consignante para outra empresa, denominada “con-signatária”, com o objetivo de revendê-las, acertando o pagamento somente das vendidas e devolvendo as demais.

2. rEMESSa EM ConSIgnação

Na saída de mercadoria a título de consignação mercantil, deverão ser adotados os procedimentos descritos a seguir.

2.1 Procedimentos pelo consignante

O consignante emitirá nota fiscal contendo, além dos demais requisitos:

a) a natureza da operação “Remessa em consig-nação”;

b) o Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) 5.917 (operação interna) ou 6.917 (operação interestadual); e

c) destaque do ICMS, quando devido.

(RICMS-SP/2000, art. 465, I)

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34-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 SP

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

2.2 Procedimentos pelo consignatário

O consignatário registrará o documento fiscal referido no subitem 2.1 no livro Registro de Entradas, com utilização dos CFOP 1.917 (operação interna) ou 2.917 (operação interestadual), com crédito do ICMS nele destacado, na hipótese em que a posterior saída da mercadoria seja normalmente tributada pelo imposto ou, não sendo, haja expressa previsão legal para a manutenção do crédito.

(RICMS-SP/2000, art. 465, II)

3. vEnda da MErCadorIa

Na venda da mercadoria recebida a título de consignação mercantil, deverão ser adotados os procedimentos descritos a seguir.

3.1 Procedimentos pelo consignatário

O consignatário deverá:

a) emitir nota fiscal relativa à venda da mercado-ria contendo, além dos demais requisitos:

a.1) no campo natureza da operação, a ex-pressão “Venda de mercadoria recebida em consignação”;

a.2) o CFOP 5.115 (operação interna) ou 6.115 (operação interestadual);

b) emitir nota fiscal relativa à devolução simbóli-ca da mercadoria contendo, além dos demais requisitos, no campo natureza da operação:

b.1) a expressão “Devolução simbólica de mercadoria recebida em consignação”;

b.2) o CFOP 5.919 (operação interna) ou 6.919 (operação interestadual);

b.3) no campo “Informações Complementa-res”, a expressão “Nota fiscal emitida em função de venda de mercadoria recebi-da em consignação pela NF nº ..., de .../ .../ ...”;

c) registrar o documento fiscal de venda, emitida pelo consignante (referida no subitem 3.2) no livro Registro de Entradas, com utilização ape-nas das colunas “Documento Fiscal” e “Obser-vações”, apondo nesta a expressão “Compra em consignação - NF nº ... de ... / .../ ...”.

(RICMS-SP/2000, art. 467, I)

3.2 Procedimentos pelo consignante

O consignante deverá:

a) emitir nota fiscal sem destaque do ICMS, con-tendo, além dos demais requisitos:a.1) no campo natureza da operação, a ex-

pressão “Venda”;a.2) como valor da operação, o valor corres-

pondente ao preço da mercadoria efeti-vamente vendida, neste incluído, quando for o caso, o valor relativo ao reajuste do preço (item 4);

a.3) no campo “Informações Complementa-res” a expressão “Simples faturamento de mercadoria em consignação - NF nº ..., de .../ .../ ... (e, se for o caso) Reajuste de preço - NF nº ..., de .../ .../ ...”;

b) registrar o documento fiscal referido na letra “a” no livro Registro de Saídas, com utilização ape-nas nas colunas “Documento Fiscal” e “Obser- vações”, apondo nesta a expressão “Venda em consignação - NF nº ..., de .../ .../ ...”.

(RICMS-SP/2000, art. 467, II e parágrafo único)

4. rEajuStE dE PrEço

Havendo reajuste do preço contratado por oca-sião da remessa da mercadoria em consignação mercantil, deverão ser observados os procedimentos descritos a seguir.

4.1 Procedimentos pelo consignante

O consignante deverá emitir nota fiscal comple-mentar que conterá, além dos demais requisitos:

a) no campo natureza da operação, a expressão “Reajuste de preço de mercadoria em consig-nação”;

b) o CFOP 5.917 (operação interna) ou 6.917 (operação interestadual);

c) como base de cálculo o valor do reajuste;d) o destaque do ICMS, quando devido;e) a indicação dos dados do documento fiscal de

remessa em consignação (subitem 2.1), com a expressão “Reajuste de preço de mercadoria em consignação - NF nº ..., de .../ .../ ...”.

(RICMS-SP/2000, art. 466, I)

4.2 Procedimentos pelo consignatário

O consignatário lançará o documento fiscal refe-rido no subitem 4.1 no livro Registro de Entradas, com utilização do CFOP 1.917 ou 2.917, creditando-se do valor do ICMS, quando permitido.

(RICMS-SP/2000, art. 466, II)

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34-06 SP Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

5. dEvolução da MErCadorIa não CoMErCIalIzada

Os procedimentos descritos a seguir são apli-cáveis quando ocorre, efetivamente, a devolução da mercadoria não comercializada, do consignatário para o consignante.

5.1 Procedimentos pelo consignatário

O consignatário emitirá nota fiscal que conterá, além dos demais requisitos:

a) no campo natureza da operação, a expressão “Devolução de mercadoria recebida em con-signação” (CFOP 5.918 ou 6.918);

b) como base de cálculo o valor da mercadoria efetivamente devolvida, sobre o qual foi pago o imposto;

c) o destaque do ICMS nos valores debitados, por ocasião da remessa em consignação;

d) a expressão “Devolução (parcial ou total) de mercadoria em consignação - NF nº ..., de .../ .../ ...”.

Esse documento fiscal será escriturado no livro Registro de Saídas com débito de ICMS, na forma prevista na legislação.

(RICMS-SP/2000, art. 468, I)

5.2 Procedimentos fiscais adotados pelo consignante

O consignante lançará o documento fiscal emitido na forma do subitem 5.1 no livro Registro de Entradas, com a utilização do CFOP 1.918 ou 2.918, creditando--se do valor do ICMS (se for o caso).

(RICMS-SP/2000, art. 468, II)

6. MErCadorIaS SujEItaS ao rEgIME dE SuBStItuIção trIButárIa

As orientações de que tratamos neste texto não se aplicam às operações com mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária.

Contudo, quanto às operações internas, a Consultoria Tributária da Secretaria da Fazenda, por meio, dentre outras, da Resposta à Consulta nº 491/2011 (a seguir reproduzida), manifestou-se no sentido de que não há impedimento, perante a legislação paulista, às adaptações necessárias ao procedimento descrito neste texto, para viabilizar a consignação mercantil de mercadorias sujeitas ao

mencionado regime, levando em conta o tratamento tributário específico aplicável a cada caso.

Resposta à Consulta nº 491, de 31 de Outubro de 2011

ICMS - Consignação mercantil com mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária - Possibilidade desde que sejam realizadas as adaptações necessárias ao procedi-mento descrito nos artigos 465 e seguintes do RICMS/2000

1. A Consulente, que exerce a atividade de “comércio atacadista de cosméticos e produtos de perfumaria”, por cuja CNAE, indaga sobre “a possibilidade de se aplicar as normas referentes à consignação mercantil (artigos 465 e seguintes do RICMS/2000), com as adaptações neces-sárias pelo fato de o consignante (Consulente) ser sujeito passivo por substituição tributária, à remessa de cosmé-ticos e perfumaria a clientes da Consulente localizados neste Estado, cuja propriedade só se transferirá ao consig-natário (cliente) na venda ao cliente final, o que, segundo a Consulente, ‘ensejará o faturamento ao consignatário, tudo conforme o estipulado em contrato’”.

2. A seguir, descreve detalhadamente os procedimentos que pretende adotar, baseados na Resposta à Consulta 167/2004, que se refere à aplicação da consignação mercantil a produtos sujeitos à retenção e recolhimento do ICMS por sujeição passiva por substituição.

3. Isso posto, indaga:

“1 - A Empresa Lanova Cosméticos poderia fazer este tipo de operação?

2 - A empresa Lanova Cosméticos vai destacar o ICMS ST normal nas suas Notas Fiscais de Consignação?

3 - Existe algum impedimento para esta operação mesmo a empresa destacando todos os tributos na Nota Fiscal?

4 - Na Devolução de Mercadoria em Consignação a con-sulente poderá se apropriar do crédito de ICMS ST propor-cional a tal retorno?”

4. Preliminarmente, importa esclarecer que a classifica-ção da mercadoria segundo a Nomenclatura Comum do Mercosul/Sistema Harmonizado (NCM/SH) é de responsa-bilidade do contribuinte e de competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), de forma que, tendo a Consulente dúvida sobre a classificação fiscal de determi-nado produto, deve dirimi-la através de consulta dirigida à repartição da RFB de seu domicílio fiscal.

5. Como a Consulente não detalha os produtos que pre-tende comercializar e nem informa se essas operações serão realizadas dentro do Estado de São Paulo, nesta res-posta adotaremos como premissas tratar-se da substituição tributária dos artigos 313-E e 313-G do RICMS/2000 e que as aquisições efetuadas pela Consulente são internas, ou seja, feitas por fabricante paulista que já reteve o imposto devido por substituição tributária (situação diferente daquela tratada na RC 167/2004, citada pela Consulente).

6. Conforme já manifestado por esta Consultoria Tributária em outras oportunidades, os procedimentos referentes à consignação mercantil, estabelecidos nos artigos 465 a 468 do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto 45.490/2000, com base nas disposições do Ajuste SINIEF-2/93, foram fixados para operações sujeitas às

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34-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 SP

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

regras normais de tributação, e, por si só, não se coadu-nam com o regime jurídico da substituição tributária (regra específica) - artigo 469 do RICMS/2000. Entretanto, perante a legislação paulista, regra geral, a Consulente não está impedida de se valer do instituto da consignação mercantil no exercício de suas atividades. Assim, a Consulente deverá observar os procedimentos a seguir relatados:

6.1. NA SAÍDA DAS MERCADORIAS EM CONSIGNAÇÃO MERCANTIL:

6.1.1. Quando a Consulente se configurar como con-tribuinte substituído, emitirá Nota Fiscal, nos termos do artigo 274, “caput”, e §§1º e 3º, do RICMS/2000, contendo, além dos demais requisitos, a indicação de que se trata de “imposto Recolhido por Substituição - Artigo 289 do RICMS/2000” e ainda:

a) a natureza da operação: Remessa em Consignação Mercantil;

b) no campo “Informações Complementares” do do-cumento fiscal: a base de cálculo sobre a qual o imposto foi retido e o valor da parcela do imposto retido cobrável do destinatário, relativamente a cada produto.

6.2. OCORRENDO A VENDA DA MERCADORIA EM CON-SIGNAÇÃO:

6.2.1. Emitirá Nota Fiscal de venda para o consignatário, na conformidade do artigo 467, inciso II, com os seguintes dados:

a) natureza da operação: “Venda”;

b) valor da operação própria de venda;

c) no campo “Informações Complementares”, a expressão “Simples Faturamento de Mercadoria em Consignação - NF. n.º ..., de .../.../... (e, se for o caso) Reajuste de Preço - NF n.º ..., de .../.../...”.

6.2.2. A escrituração dessa Nota Fiscal emitida para simples faturamento deve ser feita pela Consulente no Registro de Saídas, apenas nas colunas “Documento Fiscal” e “Obser-vações”, indicando nesta a expressão “Venda em Consig-nação - NF n.º..., de .../.../...” (artigo 467, parágrafo único).

6.3. NA DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS EM CONSIGNA-ÇÃO, o consignatário deverá emitir Nota Fiscal com destaque do imposto incidente sobre a operação de devolução. Esse valor corresponderá àquele referente à operação própria, indicado no campo “Informações Complementares” da Nota Fiscal de remessa em consignação, emitida pela Consulente. A Nota Fiscal de devolução, na conformidade do artigo 468, conterá, além dos demais requisitos, os seguintes dados:

a) a natureza da operação: “Devolução de Mercadorias Recebidas em Consignação”;

b) no campo próprio, a base de cálculo: o valor das mercadorias devolvidas, sobre o qual foi pago o imposto relativo à operação própria da Consulente na remessa em consignação;

c) no campo “Informações Complementares”, a expressão “Devolução (parcial ou total, conforme o caso) de Mer-cadorias Recebidas em Consignação em Operação com Imposto Recolhido por Substituição - Artigo ... (citar o artigo referente à mercadoria sujeita à substituição tributária) do RICMS/2000 - NF n.º ..., de .../.../...”.

7. Para efeito de controle de estoque e demais apurações pertinentes ao regime da substituição tributária, a consu-lente e seus clientes consignatários deverão observar a disciplina estabelecida pela Portaria CAT 17/1999.

8. Por fim, é necessário esclarecer, ainda, que a Consu-lente não poderá se utilizar da consignação mercantil na remessa de seus produtos a não-contribuintes do ICMS.

8.1. A pessoa física ou jurídica não-contribuinte do ICMS, em princípio, não desenvolve atividade compatível com o recebimento de mercadorias em consignação mercantil, pois esta última exige atividade típica de comércio (compra e venda de mercadoria) tanto por parte do consignante, que remete a mercadoria, como do consignatário, que promove a venda da mercadoria em seu próprio nome e, simultaneamente, a compra do remetente pelo preço de início ajustado.

9. Com esses esclarecimentos, damos por respondidas as questões formuladas.

Nota

Saliente-se que a resposta dada à consulta refere-se exclusivamente ao consulente em questão, nos exatos termos da matéria de fato descrita (RICMS-SP/2000, art. 520, caput). Dessa forma, o contribuinte que desejar adotar o procedimento descrito neste texto, nas operações com mercadorias sujeitas ao regime da substituição tributária, deverá ingressar com consulta tributária, observadas as regras previstas nos arts. 510 a 526 do RICMS--SP/2000.

(RICMS-SP/2000, arts. 469 e 510 a 526; Resposta à Con-sulta nº 491/2011)

7. ConSIgnação InduStrIal

Os arts. 470 e seguintes do RICMS-SP/2000 estabelecem os procedimentos fiscais a serem obser-vados nas remessas de mercadorias com finalidade de integração ou consumo em processo industrial, em que o faturamento se dará quando da utilização dessas mercadorias pelo destinatário.

(RICMS-SP/2000, art. 470)

8. MErCadorIa rECEBIda dE PESSoa FíSICa

Como vimos, a operação de consignação mer-cantil é aquela realizada entre comerciantes, na qual um deles, chamado “consignante”, envia mercadorias a outro, denominado “consignatário”, para serem revendidas.

Muito embora o seu conceito básico seja o mercantil, isto é, relativo ao comércio, nada obsta, perante o próprio direito comercial, que a consigna-ção mercantil seja realizada entre uma pessoa física e um comerciante. Nessa hipótese, entende-se por consignação mercantil o contrato pelo qual uma pessoa entrega mercadorias a outra, para que esta última as venda por conta própria e em seu próprio nome, prestando contas, ao remetente, do preço entre ambas ajustado.

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34-08 SP Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

Na hipótese de o consignante não ser contribuinte do imposto, como, por exemplo, uma pessoa física que entrega seu veículo em consignação a uma revendedora de veículos usados, caberá ao consig-natário proceder à emissão de nota fiscal na entrada da mercadoria, sem destaque do imposto, indicando, além dos requisitos anteriores, a circunstância de se tratar de recebimento de um bem em consignação mercantil de não contribuinte do imposto.

Com relação à venda ou devolução do bem não vendido, entendemos que deverão ser observados os mesmos procedimentos adotados na operação entre contribuintes do imposto.

Salienta-se que a nota fiscal de faturamento (su-bitem 3.2) será emitida pelo consignatário identificada como de entrada, uma vez que o consignante, por não ser contribuinte do ICMS, é desobrigado da emissão de documentos fiscais.

O Fisco paulista, por meio da Resposta à Consulta nº 208/2002 (a seguir reproduzida), manifestou-se sobre os procedimentos que deverão ser adotados na comercialização de veículos recebidos em consig-nação de particulares:

Resposta a Consulta nº 208/2002, de 15 de abril de 2002

1. Expõe o Consulente que pretende constituir uma empresa com o ramo de “comércio varejista e intermedia-ção na venda de veículos”. Como existe uma oferta muito grande de pessoas físicas interessadas em colocarem os seus veículos usados em consignação para que sejam vendidos, mediante comissão, diz que a operação será formalizada por meio de Instrumento Particular de Contrato de Consignação de Veículos entre as partes, estipulando prazo para venda, valor de venda, comissão pela venda, dados do veículo etc., bem como pela emissão de Nota Fiscal na entrada em consignação, de Nota Fiscal de devolução em consignação, em nome do consignante, e de Nota Fiscal de Serviços pela comissão recebida. Isso colocado, indaga:

O procedimento descrito está correto? Caso não esteja qual o procedimento correto? Caso haja a incidência de ICMS, qual o fundamento legal? Qual a alíquota do ICMS para veículos com carga máxima superior a 20 toneladas?

2. De início, deixamos assentado que esta Consultoria Tributária já manifestou o seu entendimento a respeito do assunto em tela, razão pela qual transcreve-se, a seguir, a parte necessária ao deslinde das questões apresentadas pelo Consulente:

“Intermediação, sabe-se, é a atividade consistente em aproximar duas ou mais pessoas que desejam negociar, mediante remuneração conhecida como corretagem. O vendedor quer vender mas geralmente não tem o com-prador, enquanto este não sabe onde está o vendedor. Ao intermediário que está no negócio e é conhecido como tal, cabe aproximá-los. Esse tipo de atividade, parece-nos

fora de dúvida, está compreendida no citado item 31 (atual item 50), de sorte que a pessoa que o exerce sujeita-se ao tributo municipal, e não ao ICMS.

Todavia, parece que a situação reportada na consulta não é exatamente essa. Na verdade, a Consulente não está apenas exercendo a intermediação, porquanto está praticando atos que vão além da mera aproximação de comprador e vendedor. Ainda que não se possa afirmar que esteja fazendo gestões de vendedor (que é atividade completamente diversa da simples aproximação), é fora de dúvida, pelo menos, por quanto declarado, que estoca em seu estabelecimento os veículos entregues pelos vendedo-res potenciais. ‘Ora, afigura-se incompatível com a prática da intermediação a manutenção de estoques, como aliás, reconheceu unanimemente a Segunda Câmara do Tribunal de Impostos e Taxas no Processo DRT - 4 - 6658/76, em 24 de outubro de 1977. Configurada a existência de estoques formados pelos objetos colocados à venda, desaparece a figura da intermediação. Nestes termos, devemos conside-rar incorreto o procedimento adotado pela Consulente. Ao dar saída, com destino ao comprador, ao veículo deixado em seu estabelecimento pelo vendedor, ocorre o fato gera-dor do ICMS, que deve ser pago, mediante a emissão de Nota Fiscal”.

3. Diante do acima exposto, e desde que o Consulente mantenha estoque em seu estabelecimento dos veículos recebidos em consignação dos particulares, a operação subseqüente está submetida à hipótese de incidência do ICMS (artigo 2º, I do RICMS/2000). O procedimento fiscal a ser adotado na operação é o seguinte:

- Pela entrada do veículo recebido de particular (pessoa física): - Emitir Nota Fiscal pela entrada do veículo no esta-belecimento e escriturá-la no livro Registro de Entradas sem direito a crédito, tendo em vista não haver incidência do ICMS nesta operação;

- Por ocasião da venda do veículo: - Emitir Nota Fiscal, com destaque do imposto, observado, no que couber, a redu-ção de base de cálculo prevista no artigo 11 do Anexo II do RICMS, aprovado pelo Decreto nº 45.490/2000.

- A alíquota do ICMS a ser aplicada nas operações internas é de 18% (dezoito por cento). Entretanto, se a classificação fiscal do veículo estiver elencada entre aquelas discrimina-das no item XI do artigo 54 do RICMS, a alíquota aplicável será de 12% (doze por cento).

Sérgio Bezerra de Melo. Consultor Tributário.

De acordo. Célia Barcia Paiva da Silva. Consultora Tribu-tária Chefe.

Cirineu do Nascimento Rodrigues. Diretor da Consultoria Tributária.

(RICMS-SP/2000, arts. 124, I, 136, I, “a”, 465 a 469; Res-posta à Consulta nº 208/2002)

9. ExEMPloS

Exemplificamos a seguir a forma de emissão dos documentos fiscais descritos neste texto, tanto pelo consignante quanto pelo consignatário.

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34-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 SP

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

9.1 remessa de mercadoria em consignação mercantil (subitem 2.1)

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34-10 SP Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

9.2 Faturamento, pelo consignante, de mercadoria remetida em consignação mercantil e comercializada (subitem 3.2)

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34-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 SP

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

FEdERal

IPI - Sucessão - Possibilidade de transferência de incentivos ou benefícios fiscais

Os incentivos e benefícios fiscais concedidos por prazo certo e em função de determinadas condições à pessoa jurídica que vier a ser incorporada poderão ser transferidos, por sucessão, à pessoa jurídica incorporadora, mediante requerimento desta, desde que observados os limites e as condições fixados na

legislação que institui o incentivo ou o benefício, em especial quanto aos aspectos vinculados:

a) ao tipo de atividade e de produto;

b) à localização geográfica do empreendimento;

c) ao período de fruição; e

d) às condições de concessão ou habilitação.

É importante destacar que, nos termos do art. 1.116 do Código Civil (Lei nº 10.406/2002), na incor-poração uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e

EStadual

Automobilístico - Substituição tributária - Alcance da retenção do ICMS nas operações com veículos automotores

A Constituição Federal de 1988 autoriza que, por meio de lei, seja atribuída a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente.

A Lei Complementar nº 87/1996, que dispõe sobre as regras gerais a serem observadas pelas Unidades da Federação na instituição do ICMS, atribui ao contribuinte do imposto a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que assumirá a condição de substituto tributário. A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam antece-dentes, concomitantes ou subsequentes, inclusive ao valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual nas operações e prestações que desti-nem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, que seja contribuinte do imposto.

No Estado de São Paulo, a Lei nº 6.374/1989 atribui a condição de sujeito passivo por substituição,

relativamente ao imposto devido nas saídas subse-quentes de veículos automotores, ao fabricante, ao importador, ao arrematante do produto importado do exterior e apreendido e a qualquer estabelecimento, situado em outro Estado ou no Distrito Federal, que promova a sua saída destinada a contribuinte paulista.

Já o Convênio ICMS nº 132/1992, que trata da apli-cação do regime de substituição tributária nas opera-ções interestaduais com veículos automotores, dispõe que a retenção do imposto realizada pelos sujeitos passivos por substituição alcança as subsequentes saídas do veículo novo, até e inclusive a promovida pelo primeiro estabelecimento revendedor varejista ou entrada com destino ao Ativo Imobilizado. Essa regra foi reproduzida no art. 301 do RICMS-SP/2000.

Dessa forma, conclui-se que o alcance da retenção antecipada do imposto nas operações com veículos novos, realizada por contribuinte substituto paulista ou estabelecido em outras Unidades da Federação, alcançará as operações realizadas até a saída do veículo do primeiro revendedor varejista (concessionária), sendo as operações subsequentes normalmente tributadas pelo ICMS.

(Constituição Federal de 1988, art. 150, § 7º; Lei Comple-mentar nº 87/1996, arts. 5º e 6º; Lei nº 6.374/1989, art. 8º, XII; RICMS-SP/2000, art. 301, caput; Convênio ICMS nº 132/1992, cláusula primeira, caput)

N

a IOB Setorial

a IOB Comenta

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Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

obrigações, devendo todas aprová-la, na forma esta-belecida para os respectivos tipos societários.

A transferência dos incentivos ou benefícios poderá ser concedida após o prazo original para habilitação, desde que dentro do período fixado para a sua fruição.

Na hipótese de alteração posterior dos limites e condições fixados na legislação que institui o incen-tivo ou o benefício, prevalecerão aqueles vigentes à época da incorporação.

A pessoa jurídica incorporadora fica obrigada, ainda, a manter, no mínimo, os estabelecimentos da empresa incorporada nas mesmas Unidades da Federação previstas nos atos de concessão dos refe-ridos incentivos ou benefícios e os níveis de produção e emprego existentes no ano imediatamente anterior ao da incorporação ou na data desta, o que for maior.

Na hipótese do crédito presumido do IPI, de que trata o art. 135 do RIPI/2010, é vedada a alteração do benefício inicialmente concedido a empresas mon-tadoras e fabricantes para a produção de veículos automotores terrestres de passageiros e de uso misto de duas rodas ou mais e jipes, bem como de tratores, máquinas rodoviárias e de escavação e empilhadei-

ras, para os produtos relacionados nos incisos VI a VIII do § 1º do citado dispositivo (e vice-versa) a seguir enumerados:

a) carroçarias para veículos automotores em geral;

b) reboques e semirreboques utilizados para o transporte de mercadorias; e

c) partes, peças, componentes, conjuntos e sub-conjuntos - acabados e semiacabados - e pneu-máticos, destinados aos produtos relacionados nos incisos I a VIII do § 1º do art. 135 do RIPI/2010.

Note-se, ainda, que nos termos do art. 11-A da Lei nº 9.440/1997, acrescentado pela Lei nº 12.218/2010, é concedido crédito presumido do IPI, no período de 1º.01.2011 a 31.12.2015, às empresas instaladas ou que venham a se instalar nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País, e que sejam montadoras e fabricantes dos veículos, partes, peças e compo-nentes, especificados no § 1º do art. 1º da referida Lei, observada a periodicidade e os multiplicadores inseridos nos diversos incisos do referido art. 11-A do diploma legal em referência.

(Código Civil - Lei nº 10.406/2002, art. 1.116; Lei nº 9.440/1997, arts. 1º, § 1º, e 11-A; Lei nº 12.218/2010; RIPI/2010, arts. 135, § 1º, e 176)

N

a IOB Perguntas e Respostas

IPI

Repetro - Habilitação - Requisitos

1) Quais os requisitos para a habilitação da pes-soa jurídica no Regime Aduaneiro Especial de Expor-tação e Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e Gás Natural (Repetro)?

São requisitos para a habilitação ao Repetro:

a) apresentação de sistema próprio de controle informatizado do regime;

b) comprovação de que a operadora seja contra-tada pela União sob o regime de concessão, autorização, cessão ou partilha de produção,

inclusive quando se tratar de requerimento for-mulado para habilitação de pessoa jurídica re-ferida no inciso II do parágrafo único do art. 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.415/2013;

c) prévia adesão ao Domicílio Tributário Eletrôni-co (DTE), nos termos da Instrução Normativa SRF nº 664/2006;

d) apresentação do requerimento de habilitação, conforme modelo constante do Anexo II à Ins-trução Normativa referida na letra “b”;

e) regularidade fiscal da matriz da pessoa jurídi-ca quanto aos tributos administrados pela Se-cretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e à Dívida Ativa da União administrada pela Procu-radoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); e

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ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

f) regularidade do recolhimento ao Fundo de Ga-rantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O requisito indicado na letra “e” será compro-vado mediante consulta, nos sistemas da RFB, pela autoridade administrativa responsável pela análise do pedido de habilitação, da existência de Certidão Negativa de Débitos (CND) ou de Certidão Positiva de Débito com Efeitos de Negativa (CPD-EN) válida, nos termos do parágrafo único do art. 18 da Lei nº 12.844/2013.

O requisito mencionado na letra “f” será compro-vado mediante consulta, pela autoridade adminis-trativa responsável pela análise do pedido de habili- tação, ao sistema da Caixa Econômica Federal.

A habilitação ao Repetro é dispensada para a fabricante ou a empresa comercial exportadora refe-rida no caput do art. 10 da Instrução Normativa RFB nº 1.415/2013.

(Lei nº 12.844/2013, art. 18, parágrafo único; Instru-ção Normativa SRF nº 664/2006; Instrução Normativa RFB nº 1.415/2013, art. 4º, parágrafo único, II, e art. 6º)

Revendedor autônomo - Preço de revenda - Critério

2) Qual é o valor do preço de revenda de mercado-ria industrializada pelo revendedor autônomo quando adquirida do estabelecimento industrial?

Caso o revendedor autônomo, ambulante ou não, adquira mercadoria do estabelecimento industrial, ou a ele equiparado, que tenha aplicado na saída o disposto no art. 195, III, do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (RIPI), o preço de revenda do produto não poderá ser superior ao de aquisição, acrescido dos tributos incidentes por ocasião da aquisição e da revenda do produto, e da margem de lucro normal nas operações de revenda.

(RIPI/2010, art. 195, caput, III, § 2º)

ICMS/SP

Base de cálculo - Venda com montagem

3) Na venda de máquina com cobrança separada do valor da montagem, este serviço estará sujeito ao ICMS?

Sim. Na venda de mercadoria, quando o esta-belecimento remetente ou outro estabelecimento do mesmo titular tenha assumido contratualmente a obri-gação de entregá-la montada para uso, a importância cobrada a título de montagem e instalação deverá ser incluída na base de cálculo do ICMS.

(RICMS-SP/2000, art. 37, § 1º, item 5)

Diferimento - Saída destinada a não contribuinte - Não aplicação

4) Pode ser aplicado o diferimento nas saídas in-ternas de mercadorias, quando destinadas a não con-tribuintes?

Não. Na saída de mercadoria para destinatário não contribuinte do ICMS, não pode ser aplicado o diferimento.

O diferimento é uma prorrogação do lançamento do imposto, para outro momento e outro contribuinte, quando este der causa à sua interrupção.

Como o destinatário em questão não é contribuinte do ICMS, não há como cumprir com essa obrigação em momento posterior.

Assim sendo, na saída de mercadoria que em geral está amparada pelo diferimento, o contribuinte deverá emitir a nota fiscal de saída com o destaque do imposto.

(RICMS-SP/2000, art. 428, I)

Incidência - Água natural canalizada

5) O fornecimento de água canalizada é sujeita à incidência do ICMS?

Sim. O fornecimento de água natural canalizada está dentro do campo de incidência do ICMS.

Contudo, a legislação beneficia com a isenção do imposto esse fornecimento, quando proveniente de serviços públicos de captação, tratamento e dis-tribuição para redes domiciliares, efetuada por órgão da administração pública, centralizada ou descen-tralizada, inclusive por empresa concessionária ou permissionária.

(RICMS-SP/2000, Anexo I, art. 86)

Substituição tributária - Base de cálculo - Refrigerantes

6) Qual é a base de cálculo da substituição tributá-ria nas operações com refrigerantes?

No período de 1º.07 a 31.12.2014, para o cálculo da substituição tributária na saída de refrigerantes, deverão ser utilizados os valores divulgados pela Portaria CAT nº 83/2014.

(Portaria CAT nº 83/2014)

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34-14 SP Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB

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ICMS - IPI e Outros

Substituição tributária - Compensação do imposto retido com o ICMS próprio - Impossibilidade

7) O crédito do ICMS próprio pode ser deduzido do débito do ICMS retido?

Não. A apuração do ICMS retido por substituição tributária deve ser efetuada separadamente do imposto incidente sobre a própria operação do contribuinte substituto.

Dessa forma, o recolhimento do ICMS retido independe do resultado e eventual saldo credor do ICMS próprio.

(RICMS-SP/2000, art. 283)