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IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA Para efeito de Exame de Ordem, cabe a pergunta: QUE PEÇA UTILIZAR PARA PERMITIR O QUE O ENUNCIADO PROPÕE? PARA COMPOR A SITUAÇÃO CONFLITUOSA, O QUE É NECESSÁRIO? O QUE O EXAMINADOR PROPÕE A SER OBTIDO? É importante analisar a redação do enunciado da questão com atenção! A DICA SOBRE A PEÇA CABÍVEL ESTÁ NO ENUNCIADO DA QUESTÃO, que vai falar em PROPOR MEDIDA ou recurso contra sentença, por exemplo... Exemplos: - “Como advogado do locatário, proponha a ação visando a redução do valor do aluguel a nível de mercado”; - “como advogado (...), proponha a ação cabível, visando a reparação integral do dano. - “proponha a ação cabível, visando impedir o protesto do título. Mas nem sempre é assim... a OAB pode usar fórmulas como “proponha a medida cabível na defesa dos seus interesses”, “ajuíze a medida pertinente”, “aja em seu prol”, “diligencie no afã de seus interesses”. Daí a necessidade de compreender bem o cabimento de cada MEDIDA e de cada ação! Ponto para identificação Carlos celebrou com Pierre, artista plástico de renome internacional, contrato por meio do qual este se comprometia a pintar, pessoalmente, 2 (duas) telas com motivos alusivos à nova mansão campestre por aquele adquirida. Pelo trabalho, Pierre receberia a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), dos quais R$ 100.000,00 (cem mil reais) lhe foram adiantados, e as telas deveriam ser entregues no prazo de um ano. Passado o prazo, Pierre entregou a Carlos as duas obras de arte, as quais, contudo, foram elaboradas por Jacques, discípulo de Pierre. Carlos negou-se a receber as obras, uma vez que havia especificamente determinado que Pierre deveria ser seu autor. QUESTÃO: Na qualidade de advogado de Carlos, promova a ação competente para obter de Pierre o ressarcimento cabível. Considere que Carlos é domiciliado em São Bernardo do Campo, ao passo que Pierre é domiciliado em Campinas. Perguntas para identificação

IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA

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IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA Para efeito de Exame de Ordem, cabe a pergunta: QUE PEÇA UTILIZAR PARA PERMITIR O QUE O ENUNCIADO PROPÕE?PARA COMPOR A SITUAÇÃO CONFLITUOSA, O QUE É NECESSÁRIO?O QUE O EXAMINADOR PROPÕE A SER OBTIDO?É importante analisar a redação do enunciado da questão com atenção!A DICA SOBRE A PEÇA CABÍVEL ESTÁ NO ENUNCIADO DA QUESTÃO, que vai falar   em PROPOR MEDIDA   ou recurso contra sentença, por exemplo... Exemplos:- “Como advogado do locatário, proponha a ação visando a redução do valor do aluguel a nível de mercado”;- “como advogado (...), proponha a ação cabível, visando a reparação integral do dano.- “proponha a ação cabível, visando impedir o protesto do título.Mas nem sempre é assim...  a OAB pode usar fórmulas como“proponha a medida cabível na defesa dos seus interesses”,“ajuíze a medida pertinente”,“aja em seu prol”,“diligencie no afã de seus interesses”.Daí a necessidade de compreender bem o cabimento de cada MEDIDA e de cada ação! Ponto para identificação Carlos celebrou com Pierre, artista plástico de renome internacional, contrato por meio do qual este se comprometia a pintar, pessoalmente, 2 (duas) telas com motivos alusivos à nova mansão campestre por aquele adquirida. Pelo trabalho, Pierre receberia a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), dos quais R$ 100.000,00 (cem mil reais) lhe foram adiantados, e as telas deveriam ser entregues no prazo de um ano. Passado o prazo, Pierre entregou a Carlos as duas obras de arte, as quais, contudo, foram elaboradas por Jacques, discípulo de Pierre. Carlos negou-se a receber as obras, uma vez que havia especificamente determinado que Pierre deveria ser seu autor.QUESTÃO: Na qualidade de advogado de Carlos, promova a ação competente para obter de Pierre o ressarcimento cabível. Considere que Carlos é domiciliado em São Bernardo do Campo, ao passo que Pierre é domiciliado em Campinas. Perguntas para identificaçãoQUEM?O QUE QUER?CONTRA QUEM?POR QUE?COMO?ONDE? Tais perguntas são importantes porque permitem perceber vários pontos relevantes:QUEM -> retrata a parte que você representa.O QUE QUER? -> retrata o pedido, o mérito.CONTRA QUEM? -> delimita a parte/ decisão contraposta na medida judicialPOR QUE? -> retrata a causa de pedir, fundamentos de fato e de direitoCOMO? -> indica a VIA ADEQUADA, a peça processual pertinenteONDE? -> sinaliza a competênciaCLASSIFICAÇÃO DE AÇÕES Para cada situação DE CRISE na vida, há um tipo de remédio previsto pelo ordenamento. 

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O processo é sistema no qual a ação da parte será direcionada segundo o devido processo legal.Há três tipos de processo conforme o TIPO DE PROVIMENTO JURISDICIONAL PEDIDO

PELO AUTOR, QUANDO DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO:•            Processo de Conhecimento•            Processo de Execução•            Processo Cautelar

 1)   PROCESSO   DE CONHECIMENTO               O juiz transformará FATOS em direito, com ampla atividade para conhecer do tema,

inclusive com ampla produção de provas.              Pode ter pedidos de providência:

-           DECLARATÓRIA

-           CONSTITUTIVA 

-           CONDENATÓRIA

-           MANDAMENTAL

-           EXECUTIVA LATO SENSU CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES CONFORME A TUTELA PLEITEADA NO PROCESSO DE CONHECIMENTO -DECLARATÓRIA -> crise de DUVIDA;-CONSTITUTIVA -> crise de MODIFICAÇÃO DE SITUAÇÃO JURÍDICA;-CONDENATÓRIA ->  crise de  falta de pagamento;- MANDAMENTAL (para obter ORDEM cujo descumprimento por quem a receba caracteriza DESOBEDIENCIA A ORDEM ESTATAL passível de sanções, inclusive de caráter penal – ex: CPC, art. 938);-EXECUTIVA LATO SENSU (há atividades de cognição e execução por ordem direta do juiz – ex: CPC, art. 461) 2)   PROCESSO  DE EXECUÇÃOO juiz transforma DIREITO em fatos, buscando a satisfação de um crédito já reconhecido pelo

ordenamento, que dá força executiva a certos documentos, os títulos executivos EXTRAJUDICIAIS.

Tem 2 pressupostos:-       inadimplemento do devedor;-       titulo executivo extrajudicial.Espécies: execução para entrega de coisa,              de obrigação de fazer/não fazer,              por quantia certa contra devedor solvente/insolvente etc 3)   PROCESSO   CAUTELAR Tutela de urgência para assegurar o resultado de outros processos.Caráter instrumental e acessório.Pode ser típica, prevista em lei, ou atípica, sendo “batizada” conforme a criatividade do

advogado. Exemplos de medidas cautelares típicas/ nominadas:              arresto, seqüestro, produção antecipada de provas, busca e apreensão, caução...Exemplos de medidas cautelares atípicas / inominadas:              cautelar de sustação de protesto, de separação de corpos.Normalmente a situação é de urgência urgentíssima e a OAB gabarita a propositura de medida

cautelar COM PEDIDO DE LIMINAR!!! 

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POSSÍVEIS PROCEDIMENTOSNo processo de conhecimento, escolhido o processo e a ação apta a resolver o problema, é

preciso decidir COMO o processo funcionará, como irá se exteriorizar.Daí surge a questão da opção pelo PROCEDIMENTO (ou RITO): seqüência de atos por meio

da qual o processo se exterioriza e é operado diante do juiz.Atenção: só se fala em procedimento ou rito em ações de CONHECIMENTO! Não se fala em

procedimento em cautelar ou em execução!Optando-se pelo processo de conhecimento,              seja para declarar, constituir/desconstituir ou condenar, é preciso indicar qual

procedimento seguirá a ação. ADOÇÃO   DO PROCEDIMENTO •            Há 2 tipos de procedimentos no processo de conhecimento:a) especiais, previstos no CPC ou em leis especiais;b) comum, que se subdivide em              * sumário              * ordinário1o passo – lei especial?Antes de tudo, é preciso checar: há um procedimento especial previsto?Há previsão de rito especial em alguma lei específica?Ex:– Lei de Locação;- Lei de Alimentos.Caso não encontrado o caso como hipótese de procedimento especial, checar no CPC. 2a atitude do candidato –procedimento especial no CPC?Ir ao índice do CPC e checar. Ali constam os seguintes procedimentos especiais:

-                        de jurisdição contenciosa: ações de consignação em pagamento, depósito, anulação e substituição de títulos ao portador, prestação de contas, possessórias, nunciação de obra nova, usucapião, divisão e demarcação de terras particulares, inventário e partilha,  embargos de terceiro, habilitação, restauração de autos, vendas a crédito com reserva de domínio, monitória;

-      de jurisdição voluntária: alienações judiciais, separação consensual, testamentos e codicilos, herança jacente, bens dos ausentes, coisas vagas, curatela dos interditos, organização e fiscalização de fundações, especialização da hipoteca legal.

Caso a resposta seja negativa nos dois passos anteriores... 3o passo: procedimento comum. Sumário ou ordinário?

•       É caso de procedimento sumário? Checar no artigo 275 do CPC:I - causas, cujo valor não exceder a 60 (sessenta vezes) o valor do salário mínimo;II - causas, qualquer que seja o valor:a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio.c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; 4o passo – ainda no processo comum•       Não sendo caso de rito sumário...Adoção do rito ordinário (art. 282 e ss. do CPC).É importante sempre indicar o nome da ação e o rito, o procedimento que ela segue!Ex: AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS PELO RITO ORDINÁRIO PETIÇÃO INICIAL – REGRAS GERAIS DO RITO ORDINÁRIO 

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No CPC, há um roteiro seguro para a elaboração desta peça: o artigo 282 do CPC, que traz uma lista de itens que devem estar presentes. Este é o roteiro para a elaboração de toda petição inicial.

Caso se trate, porém, de peça com requisitos especiais, o art. 282 deverá ser complementado com as peculiaridades previstas nos artigos pertinentes,

Como proceder?Identificar a ação...Identificar o procedimento...Proceder então a partir do art. 282 do CPC para a montagem da peça. PETIÇÃO INICIAL - COMPETÊNCIAO juiz ou tribunal a quem é dirigida (art. 282, I do CPC).

Visa designar o Juízo competente para conhecer do pedido.

Identificação da competência Primeira pergunta: compete a matéria ao juiz nacional ou a um magistrado internacional?

Para tanto, checar a matéria da competência internacional no CPC (arts. 88 e 89). 

2ª pergunta: no Brasil, qual a Justiça competente? DIVISÕES DA JURISDIÇÃO NA CF

1.       Jurisdição especial1.1. Militar;1.2. Trabalhista;1.3. Eleitoral.

2. Jurisdição comum:2.1. Justiça federal;2.2. Justiça estadual. 

•          Competência da Justiça ComumNão sendo a ação de competência das Justiças Especializadas, deve-se verificar se a ação é de competência da Justiça Federal ou da Justiça Estadual. Para matéria cível na Justiça Federal, checar CR, art. 109,I:“ Aos juízes federais compete processar e julgar:I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho”. Competência - Justiça Comum Federal – participação de- União,- autarquias federais- fundações públicas federais- empresas públicas federais, Matérias excluídas da JF1) Falência ;2) Acidente do trabalho;3) Causas sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;4) Causas previdenciárias com pedido de benefício previdenciário pecuniário, quando a comarca do domicilio do segurado não for sede de Vara da Justiça Federal;5) Outras causas estabelecidas por lei para comarcas onde não há Vara Federal;

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6) Causas relativas a grave violação de direitos humanos, se acolhido incidente de deslocamento de competência. COMPETÊNCIA delegada/ por delegaçãoAtribuição constitucional: CF 109, §§ 3º e 4º: causas envolvendo INSS e segurado, se no local não houver JF, será de competência da Justiça Estadual. Se desta decisão houver recurso, para ele será competente o respectivo TRF.STJ, Súmula n. 150 - Compete com exclusividade à Justiça Federal dizer quando a União tem ou não interesse de intervir em um processo. Se a União peticionar requerendo ingresso na demanda, a JE deverá remeter os autos à JF para que esta reconheça ou não o interesse da União no processo.E se, na Justiça Federal, a União for excluída?STJ, Súmula n. 224 : Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o juiz estadual a declinar da competência, deve o juiz federal restituir os autos e não suscitar conflito. COMPETÊNCIA NACIONAL - Critérios de delimitação :

a)      Funcional;b)      Em razão da matériac)       Em razão da pessoa;d)      Pelo valor da causa;e)      De foro (territorial).

 a) COMPETÊNCIA FUNCIONALAtribuição de julgar determinada pelo legislador segundo

-          graus de jurisdição-          fases do processo;-          objeto do juízo.

Art. 93 do CPC:Regem a competência dos tribunais as normas da Constituição da República e de organização judiciária. A competência funcional dos juízes de primeiro grau é disciplinada neste Código. b) COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIAConsidera a natureza do direito material controvertido. Checar:

-          na jurisdição civil, se a competência é da Justiça Federal ou Estadual;-          passado este exame, perquirir: há varas especializadas para o trato de certas causas?Segundo a organização judiciária local, na Justiça Estadual há, por exemplo:-varas cíveis;- varas de família e sucessões;- varas da Fazenda Pública; 

c) COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOAFixada “ratione personae”, considera a condição do litigante.Foro privativo, privilegiado, por prerrogativa de função. d) COMPETÊNCIA PELO VALOR DA CAUSAAnálise vinculada segundo o quantum objeto da demanda. e) COMPETÊNCIA TERRITORIAL/ DE FOROAtribuição do julgamento da causa a algum dos diversos órgãos jurisdicionais levando em conta a divisão do território nacional em circunscrições judiciárias.CPC, art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. 

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CÓDIGO CIVIL,  art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. Nomenclatura no CPC“Foro” é usado para denominar comarca* na Justiça estadual ;“juízo” denomina uma das repartições públicas (varas) situadas no foro. *Fala-se em seção judiciária na Justiça Federal. 3ª pergunta: qual a localidade competente?

 Foro geral ou comumdomicílio do réu – art. 94 do CPC, regra GERAL:para ações fundadas em direitos pessoais – principalmente em caso de demanda fundada em contrato, em obrigação assumida-, costuma ser o foro competente o do domicílio do devedor..

•          Se tiver mais de um domicílio, pode ser demandado em qualquer um deles (94 § 1o );•          Se incerto ou desconhecido seu domicílio, será demandado onde for encontrado ou no

foro do domicílio do autor (94 § 2o );.•          Se não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro do

domicílio do autor; se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro (94 § 3o);

Havendo 2 ou + réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor (94 § 4o ).

CPC – perpetuatio jurisdictionis .Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia.

 Foro do local da situação da coisa: lugar do imóvelArtigo 95 do CPC ou art. 100, “d”:- para as ações reais, em que há a discussão de regras relacionadas com a propriedade,- para ações possessórias. CPC, art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova.Inventario, partilha, ações em que o espólio for réu Foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro (art. 96).E se não tinha domicilio? E se tinha bens em diferentes locais? CPC, art. 96§ É, porém, competente o foro:I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo;II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes.

Foro de residência da mulherPara ações de separação judicial, anulação de casamento, de divórcio – art. 100, inciso I do CPC.Seria inconstitucional à luz da igualdade entre homens e mulheres?             Foro do local dos fatos- Ação de reparação de danos – artigo 100, V, “a” do CPC;

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- Ação em que o réu for administrador ou gestor de negócios alheios – artigo 100, V, “b” do CPC.

Foro do local dos fatos   ou   do domicílio do autor Ações de reparação de danos sofridos em razão de delito ou acidente de veículos – artigo 100, parágrafo único do CPC. Foro de domicílio do consumidor, para ação fundada no CDC –              art. 101, inciso I da Lei 8.078/90.Atenção: há ESCOLHA para o consumidor quanto ao foro; pode ser proposta a ação em seu domicílio ou no do réu.Lei 11.280/06 – alteração no CPCArt. 112. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu.” Tornou-se absoluta a competência?CPC - art. 114.Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do parágrafo único do art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e prazos legais. Qualificação das partes (artigo 282, II do CPC)

As partes deverão ser devidamente qualificadas, devendo constar: nome, prenome, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu.

Ao candidato é vedada a inovação no problema sugerido. Assim, não poderá criar qualificações às partes, devendo fazer constar os elementos acima apontados entre parênteses; exemplo:

 

“(nome e sobrenome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da cédula de identidade RG nº (número), inscrito no CPF/MF sob o nº (número), residente e domiciliado em (cidade), com endereço na Rua (endereço)...”

 

Eventualmente, se o enunciado da questão trouxer um dos elementos da qualificação acima expostos, deverão os modelos acima ser preenchidos.

 PRESSUPOSTO PROCESSUAL RELATIVO À PARTE* Capacidade de ser parte – capacidade de direito; todos a têm! Inclui

-      pessoas físicas (inclusive o nascituro);

-      pessoas jurídicas;

-      pessoas formais – certas massas patrimoniais, como o espólio, a massa falida, o condomínio...

 * Capacidade de estar em juízo/processual – capacidade de exercício/de gozo. Exige

capacidade de agir, para exercer pessoalmente os direitos e deveres processuais.

-                        quanto às pessoas naturais:              * se incapazes, deve haver REPRESENTAÇÃO ou ASSISTÊNCIA              * se casadas, há limitações em alguns casos! PESSOAS CASADASe sua capacidade processual – “prometo ser fiel...” 

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Casamento -> restrições na capacidade processual.Atenção: MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA, pode ser conhecida de ofício – ou argüida em

contestação (art 301, VIII) CPC. Pedido: regularização – 13 CPC, sob pena de EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO - 267,IV CPC.1o passo:

- se o cônjuge é AUTOR, verificar o artigo 10 caput do CPC.- se ele é réu, verificar o artigo 10, parágrafos 1o e 2o! PARTE CASADA AUTORA   – “...amar-te e  respeitar-te” CPC, art. 10 – O cônjuge somente necessitará do consentimento* do outro para propor ações**

que versem sobre direitos reais imobiliários***. *Consentimento = autorização. Não há litisconsórcio necessário, quem autoriza NÃO é parte

ativa!**Isto para PROPOR ações, ser autor!***Direitos reais imobiliários = direitos reais sobre imóveis – questões dominiais (usucapião,

reivindicatória, imissão na pose, nunciação de obra nova...).Ação real imobiliária -> causa de pedir = direito real – 1225 CC.Possessória não é ação real!!! PESSOA CASADA RÉ - “na alegria e na  tristeza ...”Art. 10, par. 1o – Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações:(litisconsórcio passivo necessário -> sob pena de nulidade – 11, par único  ; 47, par único do

CPC!)I – que versem sobre direitos reais imobiliários(ações dominiais – causa de pedir = direito real) II – resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges (ver 1647 do CC – fatos que

interessam à sociedade conjugal. Ex – fiança em locação) ou de atos praticados por eles   (os 2 são PARTES no negócio jurídico)

 III – fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem de família, mas cuja execução tenha de

recair sobre o produto do trabalho da mulher ou seus bens reservados; IV – que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a  extinção de ônus sobre

imóveis de um ou ambos os cônjuges. Ver CC 1225 e 1848! Ações possessórias - cônjuge autor ou réu, juntos, “até que a morte os separe”.Sempre? Não... ]Art. 10, par 2o – Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente

é indispensável nos casos deCOMPOSSE   – art. 1199 CC: ex - adquirentes de coisa comum; co-herdeiros antes da partilha.Ou de  ATO POR AMBOS PRATICADO  PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS SUBJETIVOS,   RELATIVOS ÀS PARTESPessoa jurídica: artigo 12 do CPC              - de direito público: União, Estados, DF e Municípios – como denominar?              União Federal, Fazenda do Estado de São Paulo, Municipalidade de São Paulo;               estas são citadas/ atuam  na pessoa de seu  procurador/ representante judicial .- pessoas jurídicas de direito privado: atuam por seu representante legal.              E o condomínio? Ver artigo 12, IX do CPC. 

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Atenção: é importante, na qualificação, indicar CNPJ (se houver) e, SEMPRE, o endereço!!!             Capacidade   postulatória:  A parte participa do processo por meio de quem tenha HABILITAÇÃO TÉCNICA para

postular em juízo – direito de agir e de falar em nome das partes no processo : por seu advogado.

Atenção: na prova, sempre indicar “por seu advogado/procurador (mandato anexo), com endereço em (endereço)”.

 PETIÇÃO INICIAL - DOS FATOS E DO DIREITO3 – O fato e os fundamentos jurídicos do pedido (artigo 282, III do CPC)

Para demonstrar boa técnica profissional, é recomendável que o examinando, após a qualificação, apresente sua exposição em dois tópicos: “DOS FATOS” e “DO DIREITO”.

 I. DOS FATOS.

Quanto aos fatos, maiores comentários não são necessários, pois basta para a petição inicial a narração dos acontecimentos em linguagem clara e precisa, dentro da melhor técnica.Mais uma vez há a vedação à inovação, não podendo o candidato trazer fatos não narrados no enunciado da questão. Uma boa dica para a exposição dos fatos é seguir o roteiro fático apresentado no enunciado.

 II. DO DIREITO.

Os fundamentos jurídicos do pedido nada mais são do que o reconhecimento da possibilidade do exercício do direito.Deve o candidato, com o respectivo material, transcrever os artigos do Código Civil, Constituição Federal, Código de Processo Civil, Código de Defesa do Consumidor ou outro dispositivo legal que dá embasamento à sua petição. Não há vedação de transcrição de artigos – pelo contrário, é completa a peça que traz o dispositivo legal aplicável ao caso em questão. Havendo  vários dispositivos legais aplicáveis, o candidato deve selecionar os que se revelem mais pertinentes, desenvolvendo o tema com o máximo de clareza possível. Se houver alguma súmula aplicável, é importante também mencioná-la.No mundo prático, o fundamento jurídico não é necessariamente o artigo da lei que dispõe sobre o direito, mas sim a situação jurídica em si. Portanto, jamais se pode confundir ‘fundamento jurídico’ com ‘fundamento legal’. Daía necessidade de uma transcrição completa, não esquecendo o candidato também de fazer constar a sua redação própria, demonstrando ao examinador a sua capacidade de escrever e de criação.

Não recomendamos que o candidato apenas transcreva os textos, mas que faça parágrafos de ligação entre os tópicos da fundamentação jurídica. Com todos esses elementos, a sua fundamentação será precisa, levando-o à aprovação.

 4 – O pedido, com as suas especificações (artigo 282, IV, do CPC)

A experiência prova que o ponto DO PEDIDO é aquele que oferece mais dificuldades ao aluno.              

Assim, a divisão em dois tópicos poderá facilitar seu trabalho. Sugerimos uma diferenciação da peça em relação ao que é comum na prática, justamente para abrandar tais dificuldades.

Sugerimos a divisão em dois tópicos,

-              um denominado DO PEDIDO, onde conste somente o pedido liminar (se for o caso), o principal e a condenação no ônus da sucumbência;

-  e outro denominado DOS REQUERIMENTOS, onde conste a citação do réu, o pedido de provas, os benefícios do art. 172, §2º do CPC,  eventuais expedições de ofício, entre outros.

 

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O pedido é a pretensão, aquilo que o autor realmente almeja com a sua peça. Conforme a regra processual, deve o pedido ser sempre certo e determinado. Preferencialmente, deve também ser líqüido, mas este requisito não é indispensável, uma vez que a liqüidação poderá se dar em fase posterior ao conhecimento do mérito, em liqüidação de sentença, por uma das formas previstas entre os artigos 475-A e ss Código de Processo Civil.

Quanto à sua forma cumulada, o pedido pode ser:

a) alternativo - quando resultar de uma obrigação alternativa, a ser cumprida conforme a escolha do réu;

b) sucessivo – quando o conhecimento do pedido posterior depender do conhecimento do provimento anterior;

c) subsidiário – quando a impossibilidade do deferimento anterior remeter ao pedido posterior.

 Como formular o pedido?O pedido deverá ser a conclusão LÓGICA da narração exposta na petição!Há basicamente dois tipos de pedidos              - imediato: providência que se requer do juiz – declaração, constituição, condenação...              - mediato: bem da vida pretendido – estado de filiação (paternidade), modificação de

cláusula contratual, verbas indenizatórias...              Incluir ainda o pagamento do ônus da sucumbência.Ex. de pedido, segundo a OAB:               “O pedido deverá ser o de procedência da ação com a condenação do condômino

ao pagamento do principal, acrescido da multa convencional, dos juros de mora, das custas do processo e de honorários advocatícios”.

 Do pedido genérico e da liquidação de sentença Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico:I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados;(Ex: pedido de sua parte na herança, cujos limites são ainda desconhecidos);II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato

ilícito;(Ex: indenização por erro médico – danos físicos de extensão apurável apenas após o fim do

tratamento).III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado

pelo réu.              Ex: prestação de contas (914, I do CPC). PETIÇÃO INICIAL - DO PEDIDO              Como formular o pedido genérico?              Em uma ação de reparação de danos, após fazer menção à responsabilidade e à

ocorrência dos danos que já são passíveis de determinação, é possível usar uma fórmula do tipo:

               “Tendo em vista a impossibilidade de fixar desde logo toda a extensão dos danos

suportados, incidindo na hipótese o artigo 286, II do Código de Processo Civil, o autor requer sejam os mesmos apurados em liquidação de sentença, nos termos do artigo 475-A e seguintes do CPC”.

 

O requerimento para a citação do réu (artigo 282, VII, do CPC)

 

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Só pela citação o processo tem seu curso delimitado. Afinal, a citação válida torna prevento o juízo, induz a litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda, quando ordenada por juiz incompetente, constitui a mora o devedor e interrompe a prescrição (artigo 219, ‘caput’, do CPC).

Quanto à citação, deverá constar na petição inicial se a mesma deverá ser efetivada pela via postal ou por meio de oficial de justiça. Sendo a citação dessa última maneira, não poderá o candidato esquecer-se de pleitear os benefícios contidos no art. 172, §2º do Código de Processo Civil.

 

Também o candidato deverá estar atento se há permissão para a citação por carta, analisando o art. 222 do CPC.

Uma boa dica: pedir sempre a citação por oficial de justiça, inclusive para não cometer enganos pela vedação legal.

Mas atenção: se a citação tiver que ser realizada em outra comarca, a citação por oficial terá que se verificar por carta precatória.

 

Para efeito de Exame de Ordem, é muito importante que se requeira a citação do réu:

              - em ação de rito ordinário, “para contestar a ação no prazo de 15 dias, sob pena de sofrer os efeitos da revelia”.

              - em ação de rito SUMÁRIO, para “comparecer à audiência a ser designada (art. 277 do Código de Processo Civil), oferecendo a defesa que tiver, sob pena de sofrer os efeitos da revelia”.

 As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados (art. 282, VI, do CPC).

 

As provas são os elementos com os quais o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados. Elas são, em regra, testemunhais, periciais ou documentais. Importante notar o teor do artigo 283 do CPC, que estabelece que a petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

Para que o candidato não seja surpreendido, interessante fazer sempre constar o “requerimento” de provas e não o seu “protesto”. Ex. de boa redação para as provas, inserto no tópico DOS REQUERIMENTOS:

              “Requer provar o alegado por todos os meios admitidos em Direito, sem exceção, notadamente pelo depoimento pessoal do réu (ou dos seus representantes legais) - sob pena de confissão; inquirição de testemunhas, cujo rol será oportunamente juntado; juntada de novos documentos; perícias, vistorias, arbitramentos etc.”

              Quanto aos meios probatórios, não se pode esquecer que em todas as ações fundadas na Lei nº 8.078/90 (CDC), deverá constar o pedido de inversão do ônus da prova, segundo previsão do seu art. 6º, inciso VIII.

 5 – O valor da causa (artigo 282, V, do CPC)

Devem sempre ser observadas as regras estabelecidas no artigo 259 do CPC e na legislação especial. É necessário muito cuidado com as incorreções técnicas sobre o valor da causa.

Para a fixação do valor da causa, podemos adotar como regra que esse valor corresponde ao pedido, porém, nas causas em que o pedido não contenha valor econômico imediato, o valor será atribuído (na melhor redação: “R$1.000,00, para fins de distribuição”).

 

O artigo 259 do CPC estipula uma série de critérios para a atribuição do valor da causa:

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a) na ação de cobrança, corresponde à soma do principal atualizado, multa e os juros até o ajuizamento da demanda;

b) na ação de cumulação de pedidos, corresponde à soma dos valores dos pedidos - como é o caso de reparação de danos patrimoniais e morais;

c) na ação de pedidos alternativos, corresponde ao pedido de maior valor;

d) na ação de pedidos subsidiários, corresponde ao valor do pedido principal;

e) quando houver discussão do negócio jurídico, corresponde ao valor do contrato;

f) na ação de alimentos, doze vezes o valor dos alimentos pleiteados;

g) nas ações de divisão, demarcação ou reivindicação, corresponde ao valor venal  do imóvel. Diversas prestações:Nos termos do artigo 260 do CPC,              “Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar-se-à em consideração o

valor de uma e de outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a 1 (um) ano; se por tempo inferior, será igual à soma das prestações”.

Em que ações deveremos usar tal critério?Por exemplo, em ações de consignação em pagamento.ATENÇÃO: 12 é o número usado também para ações locatícias (12 vezes o valor do aluguer) e

para ações de alimentos! ELEMENTOS ADICIONAIS: deve ainda o candidato atentar para a eventual necessidade de apontar a juntada de:

- documentos (por ex., na ação revisional de aluguel);

- rol de testemunhas, quesitos e assistente técnico (por ex., nas ações de rito sumário em que tais provas se revelem importantes);

- rol de testemunhas (nos casos em que o juiz possa pretender designar audiência de justificação antes de conceder a medida liminar, como nas ações cautelares e nos interditos possessórios);

- demonstrativo de débito (nos casos de execução por quantia certa, ação monitória, ações de cobrança pelo rito sumário e ação de despejo por falta de pagamento);

- prioridade na tramitação (para idoso e enfermo grave);

- segredo de justiça e intervenção do MP (nas hipóteses legais)

 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL O conhecimento sobre as hipóteses em que a petição inicial será indeferida pelo magistrado pode se revelar salutar para evitar que o candidato se equivoque ao redigir sua petição. Assim, além de saber o que fazer, importa ter ciência do que não se deve fazer.

Recebida a petição inicial e verificada a ocorrência de determinadas circunstâncias, o magistrado poderá dispensar a citação do réu e, desde logo, extinguir o processo sem atender o pedido formulado pelo autor.

O indeferimento da petição inicial tem dupla previsão no CPC: no artigo 295 e no artigo 285-A.

Merece destaque o fato de que não apenas problemas processuais podem gerar o indeferimento da exordial, mas também certas matérias atinentes ao mérito. Segue rol com as possíveis hipóteses contempladas em nossa lei:

 A) EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO:

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a.1) indeferimento da petição inicial por INÉPCIA (art. 295, I cc art. 295 § único: “considera-se inepta a petição inicial quando: Ihe faltar pedido ou causa de pedir; da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; o pedido for juridicamente impossível; contiver pedidos incompatíveis entre si”. Tal dispositivo deve inspirar o candidato a redigir de forma clara e objetiva, sem deixar dúvidas no espírito de quem lê a peça);

a2) indeferimento da petição inicial por manifesta ILEGITIMIDADE (art. 295, II);

a3) indeferimento da petição inicial por CARÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL (art. 295, III);

a4) indeferimento da petição inicial por INADEQUAÇÃO DO PROCEDIMENTO sem possibilidade de adaptação (art. 295, V);

a5) indeferimento da petição inicial por desatendimento aos arts. 39, parágrafo único, primeira parte, e 284 (art. 295, VI);

 

B) INDEFERIMENTO COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO:

b1) quando o  juiz   verificar,  desde  logo,  a   DECADÊNCIA   ou   a   PRESCRIÇÃO (art. 295, IV cc art. 219, § 5º);

b2) “Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada” (art. 285-A).

Vale lembrar que, nestes casos, a petição inicial é indeferida sem nem ter sido citado o réu.

O processo é extinto desde logo. A decisão implica em uma das circunstâncias dos artigos 267( inciso I, no caso de indeferimento da petição inicial)  ou 269 (inciso IV, na hipótese de prescrição ou decadência e inciso I, no caso da improcedência). Assim, trata-se de sentença da qual cabe apelação.

Como o processo foi extinto em momento inicial do processamento da demanda, cabe à parte apelar, podendo pedir a reconsideração do magistrado. Caso este reconsidere a extinção, determinará o regular andamento do feito, com a citação do réu. Caso mantenha sua posição pelo indeferimento, determinará o processamento da apelação e a remessa dos autos ao Tribunal. Tais regras constam:

- no artigo 296 (nos casos de indeferimento da petição inicial previstos no art. 295 do CPC);

- no art. 285-A § 1º da mesma lei (“Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação”).

 PROCEDIMENTO SUMÁRIO A Lei 9.245/95 instituiu o procedimento sumário, enquanto a Lei 9.099/95 fixou no art. 3º a competência para o conhecimento das causas que tramitarão pelo rito dos Juizados Especiais (demandas cujo valor não excedem a quarenta salários mínimos -inc. I- e, de acordo com a matéria, aquelas enumeradas no art. 275, II do CPC (inc. II), além das ações de despejo para uso próprio (inc. III) e os títulos executivos judiciais (§ 1º, inc. I) e extrajudiciais (§ 1º, inc. II).Portanto, existe uma competência cumulativa para a apreciação de certos assuntos, que deverá ser definida pela opção do autor.Porém, para fins de exame de ordem não devemos optar pelo Juizado Especial, senão na verificação de sua obrigatoriedade. A única situação trazida pelo exame da OAB/SP envolvendo Juizado Especial Cível tratava de uma contestação, hipótese que pode ser abordada novamente.

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Como se sabe, há predominância do entendimento pelo qual o Juizado Especial Cível é uma opção do autor. Nos termos da lei, o magistrado poderá converter o rito, considerando, para tanto, o valor da causa, a natureza da demanda e a complexidade probatória.Se o autor optou pelo rito adequado e no curso do processo não se verificar qualquer das causas acima referidas, não poderá fazer a alteração do procedimento.O rito sumário caracteriza-se pela celeridade. Assim, temos a simplificação da prova pericial; a designação de audiência de conciliação; a inexistência de reconvenção pela possibilidade de contra-ataque na contestação; a inadmissibilidade da ação declaratória incidental e das intervenções de terceiro (salvo assistência, recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro, conforme recente alteração do Código de Processo Civil).Repise-se, por oportuno, que se deve observar o procedimento sumário nas causas:- Cujo valor não excede sessenta vezes o valor do salário mínimo vigente no País;- De arrendamento rural e de parceria agrícola;- De cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;- De ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;- De ressarcimento por danos causados em acidente de veículo em via terrestre:- De cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução;- De cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial;-   De revogação de doação; - Nos demais casos previstos em lei. Dentre as questões referentes ao Procedimento Sumário mais presentes no Exame de Ordem, temos a ação de cobrança de condomínio e a fundada em responsabilidade civil decorrente de acidente de veículo, de modo que estes temas devem ser sempre observados, como matéria de estudo obrigatória. 

 Estrutura da peçaAção de Cobrança de Condomínio pelo Rito Sumário. Endereçamento: Foro do domicílio do réu (art. 94 do CPC).Pólos Ativo e Passivo: Condomínio (representado pelo síndico) e proprietário ou possuidor condômino.Fatos: Copiar o enunciado da questão, comprovando a condição de condômino e do síndico.Fundamento Jurídico: cobrança fundamentada no art. 389 do Novo Código Civil e especificamente no art. 1336 do Código Civil.Pedido: condenação ao pagamento das despesas condominiais, com o acréscimo de multa de 2% e juros de 1% ao mês (previsão do Código Civil), além dos ônus da sucumbência.Requerimentos:- citação do réu, por oficial de justiça, para que compareça em audiência e apresente sua defesa, sob pena de revelia;- produção de todas as provas admitidas em direito, especificando-as, não protestar pela sua produção. Apresentar, ainda, quesitos e indicar assistente técnico, no caso de prova pericial. Apresentar rol de testemunhas, caso tenha sido requerida tal prova.- Requerer sejam concedidos ao Oficial de Justiça incumbido das diligências os benefícios do art. 172, §2º do CPC).Valor da causa: Valor das parcelas vencidas ou vencidas mais uma anualidade das vincendas (principal + multa + juros).Juntar demonstrativo do débito.  

Exemplo de Demonstrativo de Débito Atualizado 

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(para ações de: cobrança de honorários profissionais e de condomínio - rito sumário -, ação de execução por quantia certa, ação monitória e ação de despejo por falta de pagamento).Autor: XXXXXXXXX Demonstrativo de Débito Atualizado:  Autor: XXXXXXXX Réu: YYYYYYYYY Valor principal: R$Valor corrigido: R$Valor com acréscimo de juros e multa: R$Valor Total: R$ (Local e data,Nome do Advogado, Número da OAB)

 Exemplo de rol de testemunhas Rol de testemunhas (nos termos do art. 407 do CPC). 

1.       (nome, sobrenome, profissão, endereços residencial e profissional)2.       (nome, sobrenome, profissão, endereços residencial e profissional)3.       (nome, sobrenome, profissão, endereços residencial e profissional)

 Gabarito da OAB   – caso Pierre                Propositura de ação, pelo procedimento ordinário, perante alguma das varas cíveis da

comarca de Campinas, visando ao recebimento dos R$ 100.000,00 (cem mil reais) que foram adiantados a Pierre, atualizados monetariamente e acrescidos de juros moratórios. Deverá o candidato sustentar que houve rompimento do contrato e que, na impossibilidade de as obras de arte serem elaboradas por outra pessoa, a obrigação resolve-se em perdas e danos (Código Civil, art. 247). Poderá ainda ser requerida indenização por danos morais ou outra plausível, com fundamento no art. 402 do Código Civil. 

 EXERCÍCIOS PARA RESOLUÇÃO Peça Renata, divorciada, atualmente residindo na cidade de Campinas, vendeu a Gilberto e a sua mulher Adriana, um apartamento situado em Itu, no Condomínio XYZ, constituído em março de 2003. Lavraram a devida escritura pública de compra e venda, mas os adquirentes não a levaram a registro, muito embora tenham entrado na posse do imóvel e nele estejam residindo. Participaram de duas assembléias condominiais e Gilberto chegou a candidatar-se ao cargo de síndico, mas foi derrotado. Passando por dificuldades financeiras, Gilberto e Adriana deixaram de pagar o rateio das despesas de condomínio dos últimos três meses, montando seu débito a R$ 2.200,00.

QUESTÃO: Como advogado do Condomínio, proponha a medida judicial visando ao recebimento do crédito.

 

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Questões 1) Proposta por Agério uma ação de cobrança, processada pelo rito sumário, o réu não comparece à audiência e, portanto, não apresenta contestação, sendo declarado revel. Os fatos alistados na inicial, no entanto, dependem de prova pericial contábil, cuja realização é determinada na própria audiência, abrindo-se prazo para a indicação de assistentes e a formulação de quesitos. Pergunta-se: pretendendo o revel indicar assistente técnico e formular os seus quesitos, qual é o prazo para fazê-lo e qual o termo "a quo"? 

2. Qual a medida judicial específica para:

a) Interromper obra irregular, ainda não terminada, em imóvel vizinho?

b) Desconstituir sentença de mérito, transitada em julgado, proferida por juiz absolutamente incompetente?

c) Impedir que o devedor aliene ou hipoteque seus bens de raiz, visando desfazer-se de seu patrimônio para responder por suas dívidas?

d) Obstar que o réu, no curso do processo, dê seguimento à obra  embargada?