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IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR - servicos.ms.gov.br · V PROGRAMA DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHOR DURANTE AS OBRAS 34 5.1 Introdução 34 5.2 Objetivos 34 5.3 Justificativa

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IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

AGÊNCIA ESTADUAL DE GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS - AGE SUL

CNPJ: 15.457.856/0001-68 End.: Des. José N. da Cunha, s/n – Bl. 14 – Pq. dos Poderes - Campo Grande - MS

Fone: (67) 3318-5301

Representante Legal: EDSON GIROTO

Cargo: Secretário de Estado de Obras Públicas e de Transporte CPF: 015.143.168-03 Fone: (67) 3318-5535

Contato:

PEDRO CELSO DE O. FERNANDES Cargo: Chefe da Unidade de Meio Ambiente

CPF: 297.545.340-04 Fone: (67) 3318-5371

IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTORA RESPONSÁVEL PEL O PROJETO DE ENGENHARIA

CONSEGV – PLANEJAMENTO E OBRAS LTDA

CNPJ: 26.853.267/0001- 15 Resp. Técnico: Renato Márcio Giordano

CREA: 932/D End.: Avenida Afonso Pena, 715 - Campo Grande - MS

Fone: (67) 3324-9930

IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTORA RESPONSÁVEL PEL O PBA

CITTÀ PLANEJAMENTO URBANO E AMBIENTAL LTDA

CNPJ: 07.477.494/0001-49 Resp. Técnico: Rogéria Biella Coleti

CREA: 4625 D/MS End.: Rua Gonçalo Alves, 276 - Vivendas do Bosque - Campo Grande - MS

Fone: (67) 3325-2323

Coordenação Técnica:

ROGÉRIA CRISTINA FERREIRA BIELLA COLETI

Engenheira Sanitarista CREA: 4625 D/MS

Especialista em Gerência de Cidades

Equipe Técnica:

ANDERSON FILIU DE SOUZA

Engenheiro Sanitarista CREA: 4112 D/MT Visto MS 5.200 Especialista em

Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos

CLAUDIA LUCIA PEREIRA GOMES

Engenheira Sanitarista e Ambiental CREA/MS 11647/D

HERMINIO AFONSO FERREIRA

Engenheiro Sanitarista e Ambiental CREA: 12727 P/MS

Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho

JOSÉ ANTÔNIO MAIOR BONO

Engenheiro Agrônomo CREA/MS 1750/D

Mestre em Solos e Nutrição das Plantas Doutor em Solos e Nutrição das Plantas

MAGDALENA FERNANDES DA SILVA

Bióloga CRBIO: 4.060/01-D

Mestre em Educação Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento

MARIA SILVIA PEIXOTO GERVÁSIO Bióloga

CRBIO: 23.443/01-D Mestre em Ecologia e Conservação

REINALDO GUIMARÃES NASCIMENTO

Engenheiro Civil CREA: 17524 D/MG Visto MS 189

Apoio Técnico:

FERNANDA LUCKMANN SARATT JÚLIA BIELLA COLETI

Estagiário Curso: Direito

Estagiário Curso: Arquitetura e Urbanismo

TATIANA MELLO DE SOUZA ROSA MARCELO CLAUDIO GOMES FILHO

Estagiário Curso: Direito

Estagiário Curso: Engenharia Sanitária e Ambiental

Apoio Administrativo:

GLEICE LAURA VIEIRA BRAGA

Auxiliar Administrativa

Programação Visual

MIX 360 PROPAGANDA

Revisão de Texto

PRICILA FERNANDES E SILVA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 1 I PROGRAMA DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL/PLANO DE

LICENCIAMENTO 5

1.1 Introdução 5 1.2 Objetivos 5 1.2.1 Objetivo geral 5 1.2.2 Objetivos específicos 6 1.3 Justificativa 6 1.4 Metodologia 7 1.5 Metas 9 1.6 Indicadores Ambientais 9 1.7 Inter-relação com outros Programas 9 1.8 Cronograma de Execução 9 1.9 Responsabilidade de Execução, Parcerias e Convênios 11 1.10 Recursos Humanos e Materiais Necessários 11 1.11 Instituições Envolvidas 11 1.12 Referências Bibliográficas 11 II. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE OBRAS 12 2.1 Introdução 12 2.2 Objetivos 12 2.3 Justificativa 12 2.4 Metodologia 13 2.5 Metas 15 2.6 Público Alvo 15 2.7 Indicadores Ambientais 15 2.8 Inter-relação com outros Programas 15 2.9 Atendimento a Requisitos Legais 16 2.10 Cronograma de Execução 16 2.11 Responsabilidade de Execução, Parcerias e Convênios 18 2.12 Recursos Humanos e Materiais Necessários 18 2.13 Referências Bibliográficas 18 III. PROGRAMA DE LEVANTAMENTO DO PASSIVO AMBIENTAL 19 3.1 Introdução 19 3.2 Objetivos 19 3.3 Justificativa 19 3.4 Metodologia 21 3.4.1 Metodologia para Avaliar as Perdas de Solo 21 3.4.2 Medidas Mecânicas e Vegetativas para Conter os Processos Erosivos 21 3.4.3 Locais de Amostragens 21 3.4.4 Periodicidade e Parâmetros Analisados 22 3.5 Metas 22 3.6 Público Alvo 22 3.7 Indicadores Ambientais 22

SUMÁRIO 3.8 Atividades a Serem Realizadas 23 3.9 Cronograma de Execução 23 3.10 Responsabilidade de Execução/Implementação 25 3.11 Recursos Humanos e Materiais Necessários 25 3.12 Resultados Esperados 25 3.13 Instituições Envolvidas 26 3.14 Inter-Relação com outros Programas 26 3.15 Referências Bibliográficas 26 IV. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUPERFICIAI S 27 4.1 Introdução 27 4.2 Objetivos 27 4.2.1 Objetivo Geral 27 4.2.2 Objetivos Específicos 28 4.3 Justificativa 28 4.4 Metodologia 28 4.5 Metas 30 4.6 Público Alvo 30 4.7 Indicadores Ambientais 31 4.8 Inter-relação com outros Programas 31 4.9 Atendimento a Requisitos Legais 31 4.10 Cronograma de Execução 31 4.11 Responsabilidade de Execução, Parcerias e Convênios 33 4.12 Recursos Humanos e Materiais Necessários 33 4.13 Referências Bibliográficas 33 V PROGRAMA DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHOR DUR ANTE AS

OBRAS 34

5.1 Introdução 34 5.2 Objetivos 34 5.3 Justificativa 35 5.4 Metodologia 35 5.4.1 Dimensionamento da Gerência de Segurança do Trabalho (GST) 36 5.4.2 Dimensionamento da CIPA 36 5.4.3 Fornecimento de Equipamento de Proteção Individual 37 5.4.4 Medidas Preventivas (Exames) 39 5.4.5 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA 40 5.4.6 Instalações para áreas de trabalho 40 5.4.7 Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho - PCMAT 40 5.4.8 Sinalizações 41 5.5 Metas 44 5.6 Público Alvo 44 5.7 Indicadores Ambientais 45 5.8 Inter-relação com outros Programas 45 5.9 Atendimento a Requisitos Legais 45 5.10 Cronograma de Execução 45

SUMÁRIO 5.11 Responsabilidade de Execução, Parcerias e Convênios 46 5.12 Referências Bibliográficas 46 VI PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 47 6.1 Introdução 47 6.2 Objetivos 48 6.2.1 Objetivo geral 48 6.2.2 Objetivos específicos 48 6.3 Justificativa 49 6.4 Metodologia 50 6.5 Metas 51 6.6 Público Alvo 51 6.7 Indicadores Ambientais 51 6.8 Atividades a Serem Realizadas 52 6.9 Inter-relação com outros Programas 52 6.10 Atendimento a Requisitos Legais 52 6.11 Cronograma de Execução 53 6.12 Responsabilidade de Execução, Parcerias e Convênios 55 6.13 Recursos Humanos e Materiais Necessários 55 6.14 Referências Bibliográficas 56 VII. PROGRAMA DE SINALIZAÇÃO EDUCATIVA AMBIENTAL 57 7.1 Introdução 57 7.2 Objetivos 58 7.3 Justificativa 58 7.4 Metodologia 60 7.5 Metas 60 7.6 Público Alvo 61 7.7 Indicadores Ambientais 61 7.8 Atividades a Serem Realizadas 62 7.9 Inter-relação com outros Programas 62 7.10 Atendimento a Requisitos Legais 63 7.11 Cronograma de Execução 63 7.12 Responsabilidade de Execução, Parcerias e Convênios 65 7.13 Referências Bibliográficas 65 VIII. PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS DOMÉSTICOS E D A

CONSTRUÇÃO CIVIL 66

8.1 Introdução 66 8.2 Objetivos 67 8.2.1 Objetivo Geral 67 8.2.2 Objetivos Específicos 68 8.3 Justificativa 68 8.4 Metodologia 69 8.4.1 Descrição dos resíduos de construção civil gerados 70 8.4.2 Classificação dos resíduos sólidos (domésticos) 70 8.4.3 Descrição dos resíduos domésticos gerados 71

SUMÁRIO 8.4.4 Coleta e segregação de resíduos domésticos e da construção civil 73 8.4.5 Acondicionamento e armazenamento de resíduos domésticos e da

construção civil 73

8.4.6 Transporte de resíduos domésticos e da construção civil 74 8.4.7 Destinação final de resíduos domésticos e de construção civil 75 8.4.8 Instrumentos de controle 77 8.4.9 Campanhas de educação ambiental 78 8.5 Metas 78 8.6 Público Alvo 78 8.7 Indicadores Ambientais 79 8.8 Inter-relação com outros Programas 79 8.9 Atendimento a Requisitos Legais 79 8.10 Cronograma de Execução 81 8.11 Responsabilidade de Execução, Parcerias e Convênios 81 8.12 Recursos Humanos e Materiais Necessários 82 8.13 Referências Bibliográficas 82 IX. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DAS CAIXAS DE EMPRÉSTIM O 83 9.1 Introdução 83 9.2 Objetivos 83 9.3 Justificativa 83 9.4 Metodologia 84 9.5 Metas 86 9.6 Público Alvo 86 9.7 Indicadores Ambientais 86 9.8 Inter-relação com outros Programas 86 9.9 Atendimento a Requisitos Legais 87 9.10 Cronograma de Execução 87 9.11 Responsabilidade de Execução, Parcerias e Convênios 89 9.12 Recursos Humanos e Materiais Necessários 89 9.13 Referências Bibliográficas 89 X CRONOGRAMA GERAL DE EXECUÇÃO 90

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Cronograma de execução do Programa de Gerenciamento Ambiental

10

Quadro 2 Cronograma de execução do Programa de Monitoramento de Obras

17

Quadro 3 Cronograma de execução do Programa de Levantamento do Passivo Ambiental

24

Quadro 4 Cronograma de execução do Programa de Monitoramento de Águas Superficiais

32

Quadro 5 Dimensionamento do SESMT 36

Quadro 6 Dimensionamento da CIPA 37

Quadro 7 Cronograma de execução do Programa de Educação Ambiental

54

Quadro 8 Cronograma de execução do Programa de Sinalização Educativa Ambiental

64

Quadro 9 Descrição dos resíduos de construção civil possíveis de geração na fase de construção da pavimentação da rodovia MS 112

70

Quadro 10 Descrição dos resíduos possíveis de geração na fase de construção da pavimentação da rodovia MS 112

72

Quadro 11 Estimativa de resíduos a serem gerados 73

Quadro 12 Requisitos legais a serem atendidos pelo Programa de Gestão de Resíduos Domésticos e de Construção Civil

79

Quadro 13 Cronograma de execução do Programa de Gerenciamento de Resíduos Domésticos e de Construção Civil

81

Quadro 14 Cronograma de execução do Programa de Recuperação de Caixas de Empréstimo

88

Quadro 15 Cronograma geral de execução 90

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AGESUL Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos AGRAER Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural CBERS China-Brazil Earth-Resources Satellite CBUQ Concreto Betuminoso Usinado a Quente CECA Comissão Estadual e Controle Ambiental CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CRBio Conselho Regional de Biologia CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CRM Conselho Regional de Medicina CRQ Conselho Regional de Química DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes EAP Estudo Ambiental Preliminar EPC Equipamento de Proteção Coletiva EPI Equipamento de Proteção Individual GST Gerência de Segurança e Medicina do Trabalho GPS Global Position Sistem

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMASUL Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul MEC Ministério da Educação e Cultura

MMA Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal

MTE Ministério do Trabalho e Emprego NBR Norma Brasileira de Regulamentação NR Norma Regulamentadora PBA Projeto Básico Ambiental PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho

SILAM Sistema de Licenciamento Ambiental Municipal UEAD Unidade de Educação Ambiental e Desenvolvimento

INTRODUÇÃO

O Projeto Básico Ambiental (PBA) aqui apresentado integra-se ao

processo de licenciamento ambiental da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas –

Inocência – Cassilândia, obra que consiste na pavimentação asfáltica em Concreto

Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), de 194,70 km compreendendo os seguintes

Trechos:

� Trecho 1: entre entroncamento da rodovia BR 158 e o entroncamento da

rodovia MS 444, com extensão de 52,80 km;

� Trecho 2: entre o entroncamento da rodovia MS 444 e o entroncamento

com a rodovia MS 377, com extensão de 54,89 km;

� Trecho 3: entre os Municípios de Inocência e Cassilândia, com extensão

de 87 km.

O mapa de localização do Empreendimento é apresentado a seguir.

Fonte: CBERS, 2008.

2

O objetivo dos Programas aqui apresentados voltam-se para a

eliminação, mitigação e monitoramento dos impactos previstos no Estudo Ambiental

Preliminar para a pavimentação de rodovia já existente nos primeiros 18 meses de

operação do Empreendimento.

As ações propostas neste PBA dividem-se nos seguintes Programas

de Monitoramento a serem implementados nas fases de implantação e operação do

Empreendimento:

� Programa de Gerenciamento Ambiental/Plano de Licenc iamento

Coordenar os Programas de Monitoramento, acompanhando-os nas

diferentes fases da obra, informando à empresa responsável pela construção da

rodovia todos os procedimentos a serem seguidos e verificando seu efetivo

cumprimento em conformidade com as etapas do Licenciamento Ambiental.

Também é objetivo deste Programa recomendar ações de ordem técnica e

ambiental, inclusive as emergenciais, com vistas a tornar mínimos os impactos

decorrentes da implantação e operação do Empreendimento.

� Programa de Monitoramento das Obras

Indicar ações que minimizem a formação de processos de degradação

nas áreas de pavimentação da rodovia, adotando os critérios técnicos e

procedimentos operacionais de maneira a controlar os impactos ambientais

previamente identificados no EAP, na fase de implantação do Empreendimento.

� Programa de Levantamento do Passivo Ambiental

Identificar e caracterizar os efeitos ambientais adversos de natureza

física, biológica e antrópica, proporcionados pela construção, operação,

manutenção, ampliação ou desmobilização do Empreendimento.

� Programa de Monitoramento das Águas Superficiais

Acompanhar, a qualidade das águas da bacia do rio Ivinhema,

correspondente aos córregos e rios que serão cortados pelo Trecho da rodovia que

receberá recobrimento asfáltico, considerando que o fluxo das águas estende-se

3

desde a área que sofrerá a intervenção até uma distância de 1.500 m em sentido

para jusante e 100 m em sentido para montante.

� Programa de Higiene e Segurança do Trabalhador dura nte as

Obras

Tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes

do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a

preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

� Programa de Educação Ambiental

Sensibilizar os trabalhadores envolvidos na implantação e operação do

Empreendimento, bem como a população afetada dos Municípios de Três Lagoas,

Inocência e Cassilândia, sobre as questões ambientais pertinentes, buscando-se a

participação individual e coletiva na defesa da qualidade do meio ambiente.

� Programa de Sinalização Educativa Ambiental

Sinalizar os corredores ecológicos e a presença de animais da fauna

brasileira, ameaçados ou não de extinção de acordo com a Lista Oficial das

Espécies publicadas nas Instruções Normativas n° 03 , de 26 de maio de 2003, e n°.

05, de 21 de maio de 2004, do Ministério do Meio Ambiente.

� Programa de Gestão de Resíduos Domésticos e da Cons trução

Civil

Estabelecer diretrizes para o correto gerenciamento dos resíduos

domésticos e da construção civil gerados na fase de construção da rodovia, de

forma a garantir o cumprimento da legislação ambiental vigente e a qualidade

ambiental do Empreendimento.

� Programa de Recuperação das Caixas de Empréstimo

Objetiva as ações ambientais necessárias, para a recuperação das

áreas exploradas durante a execução das obras da rodovia, com a finalidade de

4

retirada de materiais (solos) utilizados nos aterros (reforço do subleito, sub-base e

base), considerando os critérios contemplados no mesmo e as análises obtidas a

partir das vistorias realizadas nos locais das explorações

As campanhas deverão ser trimestrais para todos os Programas, e a

apresentação dos relatórios serão semestrais ao Imasul. Todos os Programas foram

desenvolvidos de maneira integrada pela equipe, visando inter-relacionar objetivos e

metodologias afins.

O produto esperado de todos os Programas Ambientais aqui

apresentados serão os relatórios encaminhados ao órgão ambiental. Espera-se que

este documento se constitua em instrumento útil ao processo de controle ambiental

desenvolvido pelo Imasul, e possa subsidiar a prevenção e/ou correção de eventuais

problemas.

I PROGRAMA DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL

1.1 INTRODUÇÃO

Um Programa de Gerenciamento pode ser conceituado como um conjunto

de medidas de ordem técnica e gerencial para que o Empreendimento seja

implantado em conformidade com a legislação ambiental e outras diretrizes

relevantes, a fim de minimizar os riscos ambientais e os impactos adversos, além de

maximizar os efeitos benéficos (SÀNCHEZ; 2006).

Para Fogliatti, et al (2004), é um conjunto de ações encaminhadas para

obter uma máxima racionalidade no processo de decisão relativo a conservação,

defesa, proteção e melhoria do meio ambiente.

O Programa de Gerenciamento Ambiental da rodovia MS 112, Trecho Três

Lagoas - Inocência - Cassilândia, tem como proposta oferecer ao Empreendimento,

na fase de implantação, mecanismos eficientes que assegurem a execução e o

controle das ações planejadas em todos os Planos e Programas ambientais.

Para tanto, o mesmo deverá coordenar e supervisionar o desenvolvimento

de todas as atividades construtivas para que sejam impedidas ou atenuadas

manifestações de impactos e/ou transformações ambientais indesejáveis.

1.2 OBJETIVOS

Estão apresentados a seguir o objetivo geral e os objetivos específicos

que norteiam a implantação do Programa de Gerenciamento Ambiental da rodovia

MS 112, Trecho Três Lagoas – Inocência – Cassilândia.

1.2.2 Geral

O Programa de Gerenciamento Ambiental tem por objetivo proporcionar a

garantia de que as obras de pavimentação do Trecho da rodovia MS 112 em

questão, tenha uma condução ambiental adequada através da adoção de

procedimentos que disponham de mecanismos eficientes de monitoramento e

6

avaliação, para que estas sejam executadas visando reduzir os impactos

decorrentes, atender aos padrões legais e às condicionantes estabelecidas no

processo de licenciamento.

1.2.2 Específico

� Gerenciar o Empreendimento, de forma a obter o melhor relacionamento

com o meio ambiente.

� Propor estrutura de gerenciamento ambiental, considerando os

componentes básicos de coordenação, supervisão, monitoramento e

fiscalização.

� Estabelecer diretrizes e procedimentos que possam proporcionar uma

base ambiental para a realização das obras e serviços de acordo com as

medidas propostas pelos Programas Ambientais e pelas condicionantes

das licenças ambientais.

1.3 JUSTIFICATIVA

Para que sejam minimizados os impactos negativos possíveis de serem

gerados pelas obras de pavimentação, foram formulados os Programas Ambientais

a serem implantados.

Para que estes Programas atinjam seus objetivos o Programa de

Gerenciamento Ambiental apresenta uma estrutura de gerenciamento a fim de

garantir a implantação e o acompanhamento dos mesmos, a qual será realizada

pela equipe de gerenciamento do Empreendimento em conjunto com o técnico

responsável pela implantação deste Programa.

Espera-se, portanto, que o modelo de gerenciamento ambiental apresentado

neste Programa, sendo devidamente implantado, permita a mitigação e controle dos

impactos ambientais identificados nos estudos ambientais, bem como a eficiente

implantação e acompanhamento dos outros Programas Ambientais propostos para

este Empreendimento.

7

1.4 METODOLOGIA

O PBA proposto para a rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas –

Inocência - Cassilândia é composto por nove Programas Ambientais, os quais estão

apresentados abaixo:

� Programa de Gerenciamento Ambiental/Plano de Licenciamento;

� Programa de Monitoramento das Obras;

� Programa de Levantamento do Passivo Ambiental;

� Programa de Monitoramento das Águas Superficiais;

� Programa de Higiene e Segurança do Trabalhador durante as Obras;

� Programa de Educação Ambiental;

� Programa de Sinalização Educativa Ambiental;

� Programa de Gestão de Resíduos Domésticos e da Construção Civil;

� Programa de Recuperação das Caixas de Empréstimo.

De acordo com Assumpção (2004), deve-se relacionar todas as tarefas

a serem executadas e organizá-las, cronologicamente, em uma tabela. Para que

bons resultados sejam atingidos, deve-se considerar todos os recursos disponíveis

para o gerenciamento, além de tomar o devido cuidado com o planejamento relativo

a custos e prazos. A elaboração desse planejamento deve ser realizada de forma

compartilhada com pessoas chave e especialmente com o comprometimento da

administração da(s) empresa(s) construtora(s).

Deve ser estabelecida, pelo Programa de Gerenciamento, a estrutura

documental para efetivação dos procedimentos de monitoramento, avaliação, e

proposição de medidas, referente a impactos significativos sobre o meio ambiente.

Esta estrutura deve incluir o registro de informações para acompanhar o

desempenho, controle operacional pertinente e a conformidade com os objetivos e

metas ambientais da organização e o atendimento à legislação e regulamentos

ambientais pertinentes e às condicionantes de suas licenças.

Os aspectos ambientais devem ser também identificados, com o

objetivo de evidenciar as atividades e os produtos que representem risco de

8

acidentes ambientais e, caso o impacto seja positivo, potencializá-los. Efeitos

adversos no meio ambiente podem ser causados pela disposição incorreta de

produtos, materiais ou formas de energia ou pelo resultado de atividades

desenvolvidas por pessoas.

Para se obter conformidade legal, além de outros requisitos

pertinentes, faz-se necessário o conhecimento da legislação relacionada com a

atividade, e também como estas podem afetar nas definições a serem tomadas e

nos aspectos ambientais das obras.

O objetivo deste item é que, antes de serem estabelecidas decisões

que possam interferir sobre qualquer aspecto ambiental, sejam consultados os

requisitos legais assim como outros pertinentes ao assunto. Evidentemente esses

requisitos devem estar organizados, sempre atualizados e de fácil acesso a todos os

funcionários que possuam responsabilidades ambientais. Pois uma condição de

ilegalidade ambiental pode resultar em desdobramentos de elevada severidade

(multas ambientais, interdições de funcionamento, processos civis e criminais etc.).

Tais requisitos relacionam-se a:

� leis federais, estaduais e municipais (leis, decretos, portarias, resoluções,

deliberações, condicionantes na licença ambiental etc.);

� normas técnicas (nacionais e/ou internacionais);

� normas e diretrizes internas da empresa;

� definições de Associações de Classe (CREA, CRBio, CRQ, CRM, etc.);

Devem ser estabelecidos e mantidos pelo Programa de Gerenciamento

os procedimentos para verificação das não-conformidades, adotando medidas para

mitigar quaisquer impactos e para iniciar e concluir ações preventivas e corretivas.

Qualquer ação preventiva ou corretiva adotada para eliminar as causas

das não-conformidades, reais ou potenciais, deve ser adequada à magnitude dos

problemas e proporcional ao impacto verificado.

Para que se possa melhorar um sistema, além dos procedimentos de

monitoramento, há a necessidade de o sistema contemplar o estabelecimento dos

conceitos de “não-conformidade” e de “ações corretivas” e “ações preventivas”.

9

1.5 METAS

� Identificar e analisar todos os aspectos e impactos ambientais

decorrentes das obras.

� Cumprir as especificações contidas em todos os Programas Ambientais

propostos, na legislação ambiental pertinente e nas condicionantes das

licenças ambientais.

� Implantar todas as medidas corretivas das não-conformidades

identificadas.

� Aperfeiçoar o desempenho ambiental e operacional do Empreendimento.

1.6 INDICADORES AMBIENTAIS

� Não-conformidades observadas nos procedimentos de verificação deste

Programa e pelos Programas Ambientais que compõem o PBA.

� Autos de Infração expedidos pelos órgãos ambientais e pelo poder

público local.

� Reclamações ou críticas das comunidades do entorno, afetadas pelas

obras.

1.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS

O Programa de Gerenciamento Ambiental possui inter-relação com

todos os Programas Ambientais do Empreendimento, sendo responsável pela

unificação dos mesmos.

1.8 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O Quadro 1 apresenta o cronograma de execução do Programa de

Gerenciamento Ambiental.

10

Quadro 1. Cronograma de execução do Programa de Gerenciamento Ambiental.

Atividades a serem realizadas

Etapas de Construção

Ano 1 Ano 2

Meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Implantação do Programa

Elaboração de relatórios internos

Elaboração de relatórios ao Imasul

11

1.9 RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO, PARCERIAS E CONVÊ NIOS

A empresa responsável pela pavimentação da rodovia MS 112, Trecho

Três Lagoas – Inocência – Cassilândia, deverá ser responsável pela implantação do

Programa apresentado, utilizando-se de equipes próprias ou através de equipes

terceirizadas e especializadas na execução das ações previstas por ele.

1.10 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS

� Um coordenador do Programa de Gerenciamento Ambiental: técnico de

nível superior em áreas afins, que será responsável pelas atividades do

Programa, encaminhamento de solicitações de adequações e melhorias

no sistema implantado.

� Um auxiliar de coordenação do Programa de Gerenciamento Ambiental:

técnico de nível superior em áreas afins, para auxílio na fiscalização das

atividades do Programa.

1.11 INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

O Programa de Gerenciamento Ambiental poderá envolver em suas

ações de implantação não apenas os trabalhadores da obra, mas também a

comunidade do entorno da área onde o mesmo será implantado.

1.12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: Conceitos e Métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.

FOGLIATTI, M. C.; FILIPPO, S.; GOUDARD, B. Avaliação de Impactos Ambientais – Aplicação aos Sistemas de Transporte. Rio de Janeiro: Interciência, 2004.

ASSUMPÇÃO, L. F. J. Sistema de Gestão Ambiental: manual prático para implementação de SGA e certificação ISSO 14.001. Curitiba, Juriá, 2004.

II PROGRAMA DE MONITORAMENTO DAS OBRAS

2.1 INTRODUÇÃO

O Programa de Monitoramento durante a fase de execução das obras

tem a finalidade de objetivar as ações ambientais necessárias, através dos critérios

contemplados no Programa e das análises obtidas a partir das vistorias periódicas

realizadas no local das obras.

2.2 OBJETIVOS

Este Programa objetiva:

� a orientação e critérios a serem observados na execução de cada etapa

dos serviços, em conformidade com os cuidados ambientais necessários

e às recomendações contidas na Licença Ambiental;

� o gerenciamento e monitoramento dos impactos ambientais resultantes

dos serviços necessários para a execução das obras previstas e, as

medidas mitigadoras e/ou compensatórias adotadas;

� a análise das alterações ambientais ocorridas, em comparação com as

situações previamente diagnosticadas e os impactos previstos;

� a garantia de que os Programas e medidas requeridas pelo órgão

ambiental no processo de licenciamento estão sendo efetuadas.

2.3 JUSTIFICATIVA

O Programa justifica-se pela necessidade de sistematização de

procedimentos, que visam otimizar os princípios técnicos de execução das obras e

serviços, que serão utilizados na fase de implantação do Empreendimento. Essa

sistematização possibilitará a neutralização ou a mitigação de possíveis impactos,

previstos ou não previstos no EAP.

13

Durante a implantação do Empreendimento, os problemas potenciais

cujos impactos o Programa visa minimizar ou neutralizar, são os relativos à

movimentação de pessoal, veículos e máquinas, a instalação do canteiro e a

execução das obras e serviços previstos.

As ações propostas terão a finalidade de contribuir objetivamente para

o saneamento dos problemas detectados, além de prevenir possíveis impactos que

possam ocorrer durante a fase implantação.

2.4 METODOLOGIA

Durante a implantação e execução, deverão ser realizadas vistorias

periódicas e rotineiras às áreas de implantação das obras, com a verificação e o

acompanhamento descritos a seguir:

a) Controle ambiental durante as obras:

� Verificar se a locação e implantação da obra estão em conformidade com

o Projeto Executivo, quanto aos seus limites e extensões.

� Verificar antes do início de cada etapa/serviço, a perfeita compatibilidade

do Projeto às condições encontradas no campo e, caso negativo, solicitar

ao projetista e à empresa responsável pela execução, que sejam

procedidas às adequações necessárias.

� Verificar a execução dos serviços, em conformidade com as

especificações do Projeto e, soluções de cunho ambiental adotadas.

� Verificar as instalações dos canteiros de obras, quanto à sua localização,

medidas de proteção ambiental, edificações necessárias, áreas

destinadas a armazenamento de materiais, refeitório, sanitários, pátio

para máquinas e equipamentos, equipamentos de segurança e

cercamento.

� Verificar a implantação dos caminhos de serviços e desvios, quanto à

implantação, sinalização e manutenção.

14

� Verificar as medidas preventivas para a minimização da emissão de

poeiras durante a execução, orientando sobre a necessidade de molhar

os caminhos de serviços e desvios periodicamente.

� Verificar a área de implantação, quanto ao desmatamento, raspagem e

limpeza do terreno, em atendimento estritamente às áreas de

abrangência contidas nos Projetos.

� Verificar as áreas destinadas para depósito de materiais de bota-fora,

quanto ao espalhamento desses materiais de forma adequada e

reconformação da área, como medida de prevenção contra processos

erosivos.

� Verificar a exploração das áreas de jazidas, em conformidade com as

medidas necessárias de preservação ambiental e prevenção de

processos erosivos.

� Acompanhar o cronograma físico de execução das obras e serviços,

verificando se há defasagens entre as diversas etapas (ex:

desmatamento, terraplenagem, drenagem, entre outras), que expõem

essas áreas a ações de águas pluviais. Caso necessário, solicitar da

empresa responsável pelas obras, a adequação do cronograma de

execução das etapas de serviços.

� Verificar a execução todas as medidas de proteção ambiental, previstas

no Projeto Executivo e solicitadas no Licenciamento Ambiental,

solicitando o cumprimento dessas medidas à empresa executora, caso

detecte a inobservância pela mesma.

b) Controle ambiental ao término das obras:

� Verificar a remoção dos canteiros de obras e recuperação dessas áreas,

em conformidade às condições iniciais.

� Verificar a recuperação das áreas onde foram implantados os caminho de

serviços e desvios.

15

� Verificar se todas as medidas mitigadoras previstas no Projeto e

Licenciamento Ambiental foram executadas e/ou realizadas.

2.5 METAS

O Programa tem como meta o controle ambiental durante a

implantação e execução das obras, inclusive estruturas de apoio e demais serviços,

tais como acessos, caminhos de serviços, exploração de jazidas, com a finalidade

de constatar as conformidades nas execuções, bem como detectar possíveis

desvios e orientar sobre as medidas mitigadoras a serem implantadas.

2.6 PÚBLICO ALVO

O público alvo deste Programa será compreendido pelos funcionários e

demais trabalhadores nas obras, além da população da Área de Influência Direta,

que pode ser afetada pelo Empreendimento.

2.6 INDICADORES AMBIENTAIS

Como indicador ambiental deste Programa, deverá ser considerado o

cumprimento do cronograma físico da obra, com a verificação da implantação da

totalidade dos demais Programas, em conformidade com as especificações

ambientais pertinentes.

2.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS

Este Programa estará inter-relacionado com todos os outros

Programas apresentados, uma vez que a aplicação efetiva dos Programas e

medidas requeridas pelo órgão ambiental será em função das etapas de construção

da obra.

A seguir estão listados os Programas:

� Programa de Gerenciamento Ambiental/Plano de Licenciamento;

16

� Programa de Levantamento do Passivo Ambiental;

� Programa de Monitoramento das Águas Superficiais;

� Programa de Higiene e Segurança do Trabalho;

� Programa de Educação Ambiental;

� Programa de Gestão de Resíduos Domésticos e da Construção Civil;

� Programa de Recuperação das Caixas de Empréstimo.

2.8 ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS

Os requisitos legais deste Programa abrangerão toda a normatização

pertinente aos demais Programas Ambientais apresentados, de forma a atender a

execução dos mesmos em conformidade com a legislação ambiental vigente.

2.9 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O cronograma de execução do Programa de Monitoramento das Obras

acompanhará o cronograma de execução da obra, conforme o Quadro 2 .

17

Quadro 2 . Cronograma de execução do Programa de Monitoramento de Obras.

Atividades a serem realizadas

Etapas de Construção

Ano 1 Ano 2

Meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Serviços preliminares Terraplenagem Pavimentação Drenagem Obras de artes especiais Obras complementares Sinalização Mobilização e desmobilização

18

2.10 RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO, PARCERIAS E CON VÊNIOS

A responsabilidade pela execução/implementação do Programa de

Gerenciamento de Obras será da empresa contratada para a execução da

pavimentação da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia, a

qual deverá providenciar a contratação os profissionais e aparelhamentos de apoio,

necessários ao monitoramento dos trabalhos e realização dos serviços.

2.11 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS

Os recursos necessários para a efetivação deste Programa será

humano (pessoal capacitado), de equipamentos, em função de cada etapa da obra,

e financeiro, os quais deverão ser custeados pela empresa contratada para

implantar as obras.

2.12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério dos Transportes. Disponível em: http://www.transportes.gov.br Acesso em 30 jul.2007.

ASSUMPÇÃO, L. F. J. Sistema de Gestão Ambiental. Manual Prático para Implementação de SGA e Certificação ISSO 14.001. Curitiba: Juruá, 2004.

PHILIPPI, Jr. A. et al. Curso de Gestão Ambiental, São Paulo: Manole, 2004.

III PROGRAMA DE LEVANTAMENTO DO PASSIVO AMBIENTAL

3.1 INTRODUÇÃO

Devido às características de solo e topografia da região da rodovia MS

112, Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia e a existência de alguns passivos

ambientais que a movimentação de terra na operação de terraplanagem da

implantação da rodovia poderá intervir, faz-se necessário o conhecimento e

acompanhamento de interferências nestes passivos.

Levantar o passivo ambiental de um empreendimento significa

identificar e caracterizar os efeitos ambientais adversos, de natureza física, biológica

e antrópica, proporcionados pela construção, operação, manutenção, ampliação ou

desmobilização de um empreendimento ou organização produtiva.

Mesmo com a adoção de medidas indicadas no Estudo Ambiental, o

levantamento do passivo ambiental é importante para identificar os passivos

existentes e as influências que estes sofrerão durante a fase de implantação da

rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia.

3.2 OBJETIVOS

O objetivo deste Programa é o levantamento dos passivos ambientais

existentes ao longo do traçado da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas - Inocência -

Cassilândia.

3.3 JUSTIFICATIVA

Os passivos ambientais podem ser ocorrentes ou previstos, isto é,

tanto podem ser processos que já se manifestam, como processos que deverão

ocorrer no futuro, em função de quadros de transformação ambiental identificados no

presente.

20

Esses estudos são mais comuns em processos de aquisição de

empresas ou de concessão de serviços públicos, onde os interessados efetuam os

levantamentos necessários, a fim de estimar os investimentos que serão requeridos

para a reabilitação das áreas com estes passivos.

Para a realização de um levantamento de passivo ambiental devem ser

realizadas algumas atividades básicas, a saber:

� inspeção ambiental da área da rodovia a ser pavimentada;

� documentação fotográfica dos itens de passivo encontrados;

� identificação dos processos de transformação ambiental que deram

origem aos itens de passivo identificados;

� caracterização ambiental dos itens de passivo e de seus processos

causadores.

Quando os levantamentos de passivo ambiental demandam ainda

atividades relativas à proposição de ações corretivas e preventivas, devem ser

realizadas as seguintes tarefas complementares:

� estabelecimento de ações corretivas e preventivas para cada item de

passivo identificado;

� orçamento das ações propostas, considerando recursos humanos,

técnicos e logísticos necessários, assim como eventuais serviços de

terceiros.

Na área do Empreendimento, passivos ambientais importantes são os

processos erosivos existentes ou que poderão ser agravados pelo processo de

implantação na rodovia.

Essas feições erosivas são observadas tanto ao longo da plataforma

nos cortes e aterros, como fora dela, em caixa de empréstimos, áreas de jazidas

exploradas, junto aos pés de aterros e a jusante das obras de transposição (bueiro e

pontilhões).

21

3.4 METODOLOGIA

Para identificar os passivos ambientais ao longo do traçado, serão

verificados os processos erosivos, realizando registro fotográfico e a coleta das

coordenadas geográficas com o objetivo de mapear estas áreas. Nestas áreas serão

demarcadas locais onde serão monitoradas as perdas de solo e ou assoreamento,

que tenham relação com o traçado rodovia.

Para minimizar ou até mesmo evitar processos erosivos, serão

propostas medidas mecânicas e ou vegetativas de caráter preventivo.

3.4.1 Metodologia para Avaliar as Perdas de Solo

A metodologia utilizada para medir o processo erosivo será a avaliação

das perdas de solo que ocorrem nos locais monitorados. Para estimar as perdas de

solo serão utilizados pinos cravados no solo, conforme descritos por Bono (1994).

3.4.2 Medidas Mecânicas e Vegetativas para Conter o s Processos Erosivos

As medidas mecânicas e vegetativas a serem adotadas para conter o

avanço e recuperação do passivo ambiental existente são aquelas sugeridas no

manejo integrado de solos em microbacias hidrográficas proposto por Castro Filho e

Muzzili (1996) e as práticas, tanto mecânica como vegetativa, conforme Bertoni e

Lombardi Neto (1985).

3.4.3 Locais de Amostragens

Os locais de amostragem devem ser aqueles que receberam as

medidas comumente recomendadas, conforme Biagarella e Mazuchowski, (1985) e

Santos et al (1985). Estes locais são:

� áreas que receberão proteção vegetal, oriundas dos cortes e aterros e

valetas e que ocorrerá concentração das águas das chuvas;

� nos bueiros, caso ocorra ao longo do traçado;

22

� dissipadores de energia;

� nas áreas de sangrias laterais.

3.4.4 Periodicidade e Parâmetros Analisados

Os locais monitorados deverão ser avaliados durante o período

chuvoso, que ocorre entre os meses de novembro e março.

3.5 METAS

As metas a serem atingidas são:

� identificar os passivos ambientais existentes ao longo do traçado da

rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia;

� levantar a áreas dos passivos ambientais;

� quantificar as perdas de solo decorrentes da movimentação do solo para

a terraplanagem ao longo do traçado.

� instalação de medidas mecânicas e/ou vegetativas para conter e o

processo erosivo.

3.6 PÚBLICO ALVO

O público alvo deste Programa são os proprietários de terras ao longo

do traçado da rodovia.

3.7 INDICADORES AMBIENTAIS

O principal indicador ambiental a ser utilizado serão as perdas de solo

que ocorrerem na área e a cobertura vegetal.

23

3.8 ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS

� Identificar os processos erosivos existentes ao longo do traçado da

rodovia.

� Registros fotográficos dos processos erosivos existentes.

� Mapear as áreas com passivos ambientais existentes.

� Identificar as coberturas vegetais predominantes no entorno do passivo

ambiental.

� Instalações de pinos nos locais de monitoramento para quantificação do

processo erosivo.

� Demarcação e instalação de curvas de níveis no entorno do processo

erosivo existente na área.

� Implantar cobertura vegetativa nas áreas de solos expostos.

3.9 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O Quadro 3 apresenta o cronograma de execução do Programa de

Levantamento do Passivo Ambiental.

24

Quadro 3. Cronograma de execução do Programa de Levantamento do Passivo Ambiental.

Atividades a serem realizadas

Etapas de Construção

Ano 1 Ano 2

Meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Identificar áreas com processos erosivos instalados

Identificar a cobertura vegetal da superfície do solo e área

Identificar as áreas de solo exposto Instalações de pinos nos locais de monitoramento para quantificação do processo erosivo

Medição dos pinos Implantar cobertura vegetativa nas áreas de cortes e aterros ao longo do traçado

Avaliação das perdas de solo Emissão de relatórios

25

3.10 RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO/IMPLEMENTAÇÃO

A responsabilidade pela execução/implementação deste Programa é

da empresa responsável pela pavimentação da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas

- Inocência - Cassilândia, que providenciará para que a execução seja realizada por

equipe técnica especializada que responderá pela efetivação do monitoramento.

3.11 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS

� Recursos humanos: Engenheiro Agrônomo (elaboração e execução do

Programa de Monitoramento), braçais (mão de obra no campo para

demarcação de curvas de nível, implantação de pinos, plantio de gramas

de mudas de plantas.

� Recursos materiais:

� nível ótico para levantamento demarcação das curvas de nível;

� motoniveladora ou trator com terraceador para levantar as curvas de

nível;

� pinos de ferro para serem cravados no solo;

� materiais de escritórios, como papel, caneta, pranchetas, trena, etc.;

� sementes de gramíneas e leguminosas forrageiras para recompor

vegetação nos locais de solo descobertos;

� mudas de árvores nativas para serem implantadas na área.

3.12 RESULTADOS ESPERADOS

Estabilização e recuperação da degradação do solo devido ao

processo erosivo existente na área em estudo.

26

3.13 INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

Prefeitura Municipal de Três Lagoas, Inocência e Cassilândia e

Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer).

3.14 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS

Este Programa se relaciona com o Programa de Monitoramento das

Águas Superficiais.

3.15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERTONI, J.; LOMBARDI NETO , F. Conservação do solo. Piracicaba, Livroceres, 1985. 392p.

BIGARELLA, J.J.; MAZUCHOWSKI, J.Z. Visão integrada da problemática da erosão. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE CONTROLE DA EROSÃO, 3, 1985, Maringá, Livro guia. Maringá: ABGE/ADEA, 332p.

BONO, J.A.M. Sistemas de melhoramento de pastagens nativas visando aumento de produtividade e conservação do solo. Lavras: UFLa, 1994. 94p. (Dissertação de Mestrado).

CASTRO FILHO, C. de; MUZILLI, O. Manejo Integrado de solos em Microbacias Hidrográficas. Londrina: IAPAR, 1996, 312p.

SALOMÃO, F.X. de T. Controle e prevenção dos processos erosivos. In: Erosão e conservação dos solos: Conceitos, Temas e Aplicações. (org.) Guerra, A.J.T.; Silva, A.S.da; Botelho, R.G.M. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005, 340p.

IV PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS

4.1 INTRODUÇÃO

A preocupação com a qualidade ambiental é cada vez maior na

sociedade, principalmente na implantação e operação de atividades econômicas que

de alguma forma interferem nos fatores ambientais, seja ele ar, água ou solo.

Seguindo essa mesma tendência, o Empreendimento, ou seja, a

construção e pavimentação da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas - Inocência -

Cassilândia, teve como premissa básica a qualidade ambiental, propondo com isso

este Programa de Monitoramento da Qualidade da Água, a fim de diagnosticar e

identificar qualquer alteração na qualidade da água e então adotar as medidas

mitigadoras necessárias para corrigir e evitar maiores impactos no meio ambiente.

Com os resultados do monitoramento é possível ainda identificar a

magnitude dos impactos previstos e até mesmo de outros não previstos, e a

imediata tomada de decisão para a solução do problema, ou seja, a mitigação do

impacto negativo.

4.2 OBJETIVO

4.2.1 Objetivo Geral

Avaliar a evolução da qualidade das águas dos cursos d’água onde a

influência do Empreendimento será maior, como nas interseções para construção de

bueiros, pontos, etc.

28

4.2.2 Objetivos Específicos

� Coletar e analisar amostras de água dos cursos de água que sofrerão os

maiores impactos durante a fase de implantação e operação do

Empreendimento.

� Identificar possíveis impactos negativos para mitigá-los ou minimizá-los.

� Identificar os impactos positivos e maximizá-los.

4.3 JUSTIFICATIVA

Toda obra de abertura de estrada ou pavimentação asfáltica provoca a

eliminação da cobertura vegetal e movimentação de um grande volume de terra que,

se não devidamente gerenciado, pode provocar profundas alterações nos cursos

d’água, principalmente na sua qualidade.

Outra fonte potencialmente poluidora dos cursos d’água é o esgoto

doméstico e óleos e graxas provenientes dos canteiros de obras e da oficina.

Em função da possibilidade do aporte de resíduos líquidos e sólidos,

bem como sedimentos nos cursos de água que serão cortados pela rodovia, na fase

de implantação do Empreendimento, faz-se necessário o monitoramento das águas.

Diante deste contexto justifica-se a necessidade de um Programa de

Monitoramento para o acompanhamento das alterações na qualidade da água.

Outra justificativa é o compromisso ambiental da empresa executora da obra, a fim

de mostrar que o seu Programa de Gerenciamento Ambiental está eficiente, quando

nas análises da qualidade da água não for identificada qualquer alteração.

4.4 METODOLOGIA

Este Programa foi elaborado com base no diagnóstico ambiental da

área, na descrição do Empreendimento e nas características específicas de cada

ação da obra.

29

Foram considerados ainda, as Cartas Topográficas do IBGE, escala

1:100.000 e imagens de satélite CBERS.

A partir destas informações, os pontos de monitoramento foram

definidos considerando a Área de Influência Direta onde ocorrerão os impactos da

obra.

A obra de pavimentação da rodovia MS 112 (Trechos 1, entre

entroncamento da BR 158 e o entroncamento da MS 444 e Trecho 2, entre o

entroncamento da MS 444 e o entroncamento com a MS 377) cortará a cabeceira

dos afluentes da margem esquerda do rio Sucuriú, as cabeceiras dos afluentes dos

rios Quitéria e Santana e alguns afluentes da margem direita do rio Aporé, na cidade

de Cassilândia, na área de influência.

Abaixo estão elencados os principais cursos de água, no Trecho 1, que

serão monitorados. Consta ainda a descrição de cada um dos pontos de coleta:

� Periquito 01 - Ribeirão Periquito, a montante 50 m da intervenção;

� Periquito 02 - Ribeirão Periquito, a jusante 500 m da intervenção;

� São Pedro 01 - Rio São Pedro, a montante 50 m da intervenção;

� São Pedro 02 – Rio São Pedro, a jusante 500 m da intervenção;

� São Mateus 01 - Rio São Mateus, a montante 50 m da intervenção;

� São Mateus 02 - Rio São Mateus, a jusante 500 m da intervenção.

No Trecho 2 os cursos de água elencados abaixo são os que serão

monitorados:

� Santana 01 - Rio Santana, a montante 50 m da intervenção;

� Santana 02 - Rio Santana, a jusante 500 m da intervenção;

� Pântano 01 – Córrego do Pântano, a montante 50 m da intervenção;

� Pântano 02 – Córrego do Pântano, a jusante 500 m da intervenção.

Considerando que os corpos d’água onde haverá a intervenção não

possuem nenhuma informação sobre a qualidade da água, sugere-se que antes do

início das obras seja feita uma campanha de coletas em apenas um ponto em cada

um dos corpos d’água elencados. Salienta-se que não há necessidade de coletas

30

em todos os pontos demarcados porque não há, ainda, nenhuma intervenção. Esta

primeira campanha servirá de referência antes de qualquer intervenção para

comparação dos dados obtidos após o início das obras.

A partir da primeira campanha de coleta o monitoramento deverá ser

trimestral, e a entrega do relatório ao Imasul deverá ser semestral.

As amostras de água serão coletadas, preservadas e acondicionadas

em recipientes adequados tecnicamente, conforme norma ABNT específica e

Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 21st edition. Após,

serão enviadas a laboratório de análises químicas devidamente cadastrado no

Imasul e habilitado junto ao Conselho de Classe respectivo.

Com os dados laboratoriais será feita a interpretação dos resultados e

elaborado o relatório técnico para envio ao responsável pela obra e para o órgão

ambiental.

4.5 METAS

Este Programa tem como meta monitorar a qualidade das águas

superficiais de totalidade dos corpos hídricos que serão afetados pelo

Empreendimento, através de parâmetros que possam atestar esta qualidade, e que

caracterizem as intervenções ocorridas nos cursos d’água, de forma a oferecer

subsídios para a implementação de medidas de controle, caso sejam necessárias,

de forma a mitigar os impactos gerados.

4.6 PÚBLICO ALVO

O público alvo deste Programa corresponde a toda população

residente ao longo da rodovia MS 112, na AID, a qual pode ser afetada por

alterações negativas da qualidade da água dos recursos hídricos afetados pelo

Empreendimento.

31

4.7 INDICADORES AMBIENTAIS

Como indicadores ambientais serão utilizados os parâmetros físicos e

químicos e os padrões de qualidade das águas conforme definidos na Resolução

Conama nº 357/2005 e a Deliberação CECA nº 003/97.

Considerando o tipo de obra e os impactos previsíveis que serão

ocasionados, sugerem-se os seguintes parâmetros: sólidos totais, sólidos totais

dissolvidos, turbidez, pH, temperatura do ar, temperatura da água, Oxigênio

dissolvido, condutividade elétrica e sólidos sedimentáveis.

4.8 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS

O Programa de Monitoramento das Águas Superficiais terá inter-

relação com os seguintes Programas:

� Programa de Gerenciamento Ambiental;

� Programa de Monitoramento da Obra;

� Programa de Educação Ambiental;

� Programa de Gestão de Resíduos Domésticos e de Construção Civil.

4.9 ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS

Os documentos básicos de orientação deste Programa são: Resolução

Conama nº 357/2005 e suas alterações, e Deliberação CECA/MS nº 03/1997.

4.10 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O cronograma de execução deste Programa contemplará o período de

execução da obra, a contar do início da implantação, com coleta amostral nos

pontos especificados e respectiva análise com periodicidade trimestral e elaboração

de relatório com periodicidade de entrega ao órgão ambiental semestralmente

(Quadro 4) .

32

Quadro 4 . Cronograma de execução do Programa de Monitoramento de Águas Superficiais.

Atividades a serem realizadas

Etapas de Construção

Ano 1 Ano 2

Meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Coleta e análise das amostras de água Análise e interpretação dos dados analíticos

Elaboração de Relatório e entrega no órgão ambiental

33

4.11 RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO, PARCERIAS E CON VÊNIOS

A responsabilidade pela execução/implementação do Programa será

da empresa responsável pela pavimentação da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas

– Inocência – Cassilândia, a qual deverá providenciar a contratação dos

profissionais e aparelhamentos de apoio, necessários a realização dos serviços.

4.12 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS

Os recursos necessários para a execução deste Programa serão:

� humanos: um técnico em amostragem; um químico ou biólogo,

especialistas na área de recursos hídricos; equipamentos (em função do

tipo de análises)

� equipamentos: amostradores, medidores portáteis (oxímetros,

peagâmetros, condutivímetros, termômetros);

� material de apoio: frascos, reagentes, gelo e caixa térmica;

� financeiro: valores para custear as coletas, análises laboratoriais e

interpretação dos resultados analíticos.

4.13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental. O desafio do desenvolvimento sustentável. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

APHA - American Public Health Association. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21st editions, Washington. APHA, AWWA, WEF, 2005.

V PROGRAMA DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR DURANTE AS OBRAS

5.1 INTRODUÇÃO

Higiene e Segurança do Trabalho é a ciência que atua na prevenção

dos acidentes do trabalho, decorrentes dos fatores de riscos operacionais. A

Segurança das obras e a prevenção de acidentes estão associadas ao processo

produtivo em um ambiente de trabalho. Sob condições adequadas proporcionam ao

trabalhador direcionar toda a sua potencialidade ao trabalho minimizando os riscos e

a possibilidade de acidentes.

No que tange à segurança do trabalho de um empreendimento,

compõe-se de uma equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do

Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro

do Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço

Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os

empregados da empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes

do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a

preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a

Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras,

Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, como portarias,

NBRs e decretos que primam pela salvaguarda da integridade física e mental dos

colaboradores

5.2 OBJETIVOS

O Programa de Higiene e Segurança do Trabalhador Durante as Obras

tem caráter eminentemente preventivo, com objetivo de estabelecer os métodos

aplicáveis a implantação dos requisitos de segurança, saúde e conforto do

35

trabalhador evitando risco em seu local de trabalho, que adoeça e se ausente

provisória ou definitivamente do trabalho.

Assim, o Programa deve desenvolver treinamentos e capacitações

técnicas para os trabalhadores visando contribuir para a prevenção e a minimização

dos acidentes que poderão acontecer na implantação do Empreendimento.

5.3 JUSTIFICATIVA

Proposto no Estudo Ambiental Preliminar - EAP para pavimentação da

MS 112, Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia, o Programa de Higiene e

Segurança do Trabalho terá o acompanhamento dos dispositivos de segurança que

serão adotados na fase de implantação do Empreendimento, com intuito de detectar

a melhoria das condições de saúde dos trabalhadores

A empresa responsável para desenvolver o Programa de Segurança e

Saúde do Trabalhador deverá ter como responsabilidade assegurar que todos os

produtos e serviços serão fornecidos com segurança, atendendo as leis, portarias,

Normas Regulamentadoras, NBRs e demais determinações aplicáveis na área de

Segurança e Medicina do Trabalho tendo como referencia a Portaria nº 3.214, de 08

de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que trata das

Normas Regulamentadoras – NRs.

5.4 METODOLOGIA

A empresa responsável pela obra tem como finalidade garantir que a

Política de Segurança do Trabalhador definida pela mesma seja entendida,

implantada e divulgada em todo o Empreendimento, determinando à empresa

contratada que mantenha, em sua estrutura organizacional, a Gerência de

Segurança e Medicina do Trabalho (GST). É esta Gerência a responsável pela

supervisão, implantação e desenvolvimento do Programa de Segurança a ser

aplicado na obra.

36

Ressalta-se que, para implantação deste Programa, os responsáveis

pela obra deverão manter no canteiro de obras uma Gerência especifica de

Segurança do Trabalho, que tenha autoridade e liberdade organizacional suficiente,

para assegurar que os requisitos de segurança sejam cumpridos.

5.4.1 Dimensionamento da Gerência de Segurança do T rabalho (GST)

A GST para o referido Empreendimento é dimensionada com base no

Quadro II da NR 4 da Portaria nº 3.214/1978 do MTE, sendo as partes aplicáveis

apresentadas no Quadro 5 .

Quadro 5. Dimensionamento do SESMT.

Grau de

Risco

N.º de empregados no estabelecimento / Técnicos

50 a

100

101 a

250

251 a

500

501 a

1.000

1.001 a

2.000

2.001 a

3.500

3.501 a

5.000

Acima de 5 .000 para cada grupo de

4.000 ou fração acima de 2.000**

4

Técnico de Segurança do Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3

Engº. de Segurança do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1 Auxiliar de Enfermagem do

Trabalho 1 1 2 1 1

Enfermeiro do Trabalho 1

Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1

* Tempo parcial (mínimo do três horas).

**O dimensionamento total deve ser ff110, levando-se em consideração o dimensionamento do faixa de 3501 o 5.000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4.000 ou fração acima de 2000.

Fonte: BRASIL, MTE, Portaria nº 3.214/1978.

5.4.2 Dimensionamento da CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes deve ser constituída

conforme determinação da NR 5 da Portaria nº 3.214/1978 do MTE, em

concordância ao Quadro I dessa Portaria, conforme a o Quadro 6 .

37

Quadro 6. Dimensionamento da CIPA.

GRUPO

N.0 de empregados no

estabelecimento / Nº de membros da

CIPA

51 a

80

81 a

100

101 a

120

121 a

140

141 a

300

301 a

500

501 a

1.000

1.001 a

2.500

2.501 a

5.000

5.001 a

10.000

Acima de 10.000 p/

cada grupo de 2.500

acrescentar

C-18a* Efetivos 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2

Suplentes 3 3 3 3 3 4 5 7 9 12 2 *V. Portaria nº 24, de 27-05-1999, e Portaria nº 33, de 27-10-1983.

Fonte: BRASIL, MTE, Portaria nº 3.214/1978.

Deve-se ter na obra um responsável para coordenar a CIPA, bem

como definir o(s) engenheiros (as) de segurança e técnicos (as) de segurança em

número condizente aos envolvidos e em período integral na obra, de acordo com o

Quadro 6 .

A CIPA do Empreendimento tem as seguintes atribuições:

� observar e relatar as condições de risco nos ambientes de trabalho;

� solicitar medidas para reduzir e até eliminar os riscos existentes e/ou

neutralizar os mesmos;

� discutir os acidentes ocorridos, encaminhando ao GST e à Gerência do

Empreendimento o resultado da discussão;

� solicitar medidas que previnam acidentes semelhantes;

� orientar os funcionários quanto a prevenção de acidentes.

5.4.3 Fornecimento de Equipamento de Proteção Indiv idual

O Empreendedor deverá fornecer Equipamento de Proteção Individual

(EPI) (Figura 1 ) condizente aos riscos detectados, conforme a NR 06, aprovada pelo

o MTE, que devem ser recomendados pela GST.

38

Capacete de segurança ½ aba

Protetor auricular tipo concha (abafador de ruído)

Calçados de segurança com biqueira e sem palmilha de aço

Óculos de segurança contra impactos

Luva de raspa com punho 8,0cm Avental de raspa

Colete de segurança Capa de chuva Fita para demarcação de solo e cone refletivo

Figura 1. Exemplos de Equipamento de Proteção Individual. Fonte: ISTOCKPHOTO; BALASKA, 2007

39

Os funcionários são obrigados a usar o EPI somente para finalidade a

que se destina, sendo responsabilidade da GST a distribuição do mesmo e

fiscalização do seu uso.

A GST, juntamente com o setor de Almoxarifado, definem a

programação do estoque mínimo dos EPIs a serem utilizados durante a execução da

obra. Os funcionários serão treinados, através de palestras especificas, quanto à

maneira correta de utilizar e conservar o EPI.

5.4.4 Medidas Preventivas (Exames)

A NR 07 estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem

observados na execução do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

(PCMSO), onde todos os empregados serão submetidos á exames médicos

obedecendo a periodicidade conforme prevista na NR:

� Admissional: deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas

atividades;

� Periódico: deverá ser realizado em intervalos durante a obra;

� Demissional: deverá ser realizado quando da demissão do empregado e

será obrigatoriamente realizado até a data da homologação;

� Exames complementares: serão feitos para investigar a capacidade ou

aptidão física e mental do funcionário para a função que deve exercer ou

exerce. Somente será realizado o exame completar com critério do

médico.

Com relação aos primeiros socorros, o canteiro de obras deve ser

equipado com enfermaria com material necessário à prestação de primeiros

socorros através de profissionais especializados, de acordo com as características

das atividades desenvolvidas, e também deve ser mantida uma viatura para o

transporte de acidentado em caráter de emergência.

Serão ministradas palestras sobre Noções de Primeiros Socorros á

todos os funcionários do Empreendimento.

40

5.4.5 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA

Conforme a NR 09, existe a obrigatoriedade da elaboração e

implementação do PPRA, que tem como objetivo a prevenção da saúde e a

integridade física dos trabalhadores, sendo atribuição da GST, da empresa que

desenvolverá os trabalhos para a fiscalização da pavimentação da MS 112, Trecho

Três Lagoas - Inocência - Cassilândia.

Serão desenvolvidos, nas etapas do PPRA, a antecipação,

reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes nos locais de

trabalho para facilitar a execução do Programa.

5.4.6 Instalações para áreas de trabalho

A determinação das instalações para áreas de trabalho deve obedecer

distâncias mínimas entre as máquinas e os equipamentos, de acordo com a NR 12.

5.4.7 Programa de Condições e Meio Ambiente do Tra balho - PCMAT

A NR 18 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação

do PCMAT, sendo atribuição da GST da empresa.

O Programa tem como objetivo, a prevenção dos riscos e a informação

e treinamento dos trabalhadores que ajudarão a reduzir as chances de acidentes,

assim como diminuir as conseqüências quando são produzidos.

O PCMAT sempre busca garantir a saúde do trabalhador, evitando

ações ou situações perigosas, aplicando e determinando medidas de proteção e

prevenção.

a) Inspeções de segurança

As inspeções de segurança devem ser feitas diariamente pela equipe

da GST, onde deverão ser verificados todo o material que compõe a frente de

trabalho, como por exemplo: veículos, EPIs, ferramentas, etc.

41

Deverá ser realizada bimestralmente uma avaliação geral das

condições de segurança como um todo

b) Ordem, arrumação e limpeza

O local onde será implantado o canteiro de obras e as frentes de

trabalho devem ser mantidos em permanente e rigoroso estado de limpeza, livre de

sobras de materiais. Devem existir recipientes com tampas, para o recolhimento

destas sobras.

As ferramentas que serão utilizadas devem ser apropriadas para o uso

a que se destinam, sempre guardar em local adequado, proibindo-se o emprego das

defeituosas, danificadas ou improvisadas, sendo os trabalhadores instruídos e

treinados para utilização segura e adequada das ferramentas para que não hajam

acidentes.

5.4.8 Sinalizações

a) Placas de trânsito

Os locais das frentes de trabalho deverão ser devidamente sinalizados

com placas (Figura 2 ) de redutores de velocidade, homens trabalhando, etc., para

atendimento de sinalização do DNIT.

42

Início da pista dividida Obras

Parada obrigatória à frente Estreitamento da pista à esquerda

Figura 2. Sinalização de obras. Fonte: DNIT, 2009

b) Segurança do trabalho

Serão utilizados cartazes, avisos, dispositivos e outros meios de

comunicação, para instruir os funcionários quanto aos usos de EPIs, e para

comportamento no canteiro de obras, tudo para atender o tratamento da sinalização

de segurança em relação à NR 26 (Figura 3 ).

43

Figuras 3. Placas de incentivo a Segurança do Trabalho.

Fonte: PLACAS e CIA, 2010.

c) Controle de Acidentes de trabalho

O controle de acidentes na fase de implantação da rodovia será feito, a

partir de registros de informações e dados do acidente seguindo os seguintes

critérios:

� análise do acidente;

� circunstância e conseqüência do acidente.

Sempre que ocorrer o acidente a GST deve aplicar o Plano de Ação e

Emergência, para desenvolver ações voltadas a segurança do trabalhador, fazer

com que o trabalhador desenvolva procedimentos de segurança, e que também o

44

GST capacite os mesmos para ações críticas do dia a dia, de forma a estarem aptos

a prestar primeiros socorros aos acidentados.

5.5 METAS

Para que sejam atendidos os requisitos necessários para garantir a

higiene e segurança do trabalhador, devem ser aplicados verificados e monitorados

constantemente os seguintes itens:

� proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores no local de

trabalho;

� planejar a sinalização adequada relativa aos riscos específicos,

delimitando áreas, identificando locais de saída e acesso;

� orientar e fazer cumprir as Normas de Segurança do Trabalho que forem

pertinentes;

� oferecer, especificar, controlar e fiscalizar a utilização e uso do

Equipamento de Proteção Individual e Equipamentos de Proteção

Coletiva – EPI e EPC;

� fomentar a adoção de hábitos que assegurem melhores condições de

saúde e segurança dos funcionários do Empreendimento;

� orientar sobre a saúde, promovendo cursos, treinamentos e palestras no

que diz respeito a Saúde, Segurança e Medicina do Trabalho.

5.7 PÚBLICO ALVO

Os trabalhadores envolvidos com a pavimentação da rodovia MS 112,

Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia, incluindo operários, trabalhadores

administrativos, e demais terceirizados juntamente com as pessoas que trafegarem

na área das frentes de trabalho da pavimentação da rodovia.

45

5.8 INDICADORES AMBIENTAIS

O indicador ambiental a ser utilizado, será a minimização de acidentes,

destacando-se o conforto dos trabalhadores no local de trabalho e possibilitando o

confronto dessa rotina com os normativos legais cabíveis. Os fatores e parâmetros

serão monitorados conforme programas previstos nas Normas Regulamentadoras.

5.9 INTER RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS

O Programa de Higiene e Segurança do Trabalhador durante as Obras

estará diretamente relacionado ao:

� Programa de Monitoramento das Obras;

� Programa de Educação Ambiental;

� Programa de Gerenciamento de Resíduos Domésticos e da Construção

Civil.

5.10 ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS

A execução deste Programa de Monitoramento tem obrigatoriedade de

atender aos requisitos legais aplicáveis às condições de higiene e segurança dos

trabalhadores, tendo como base as Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério

do Trabalho e Emprego, aprovadas pela Portaria n° 3 .214/1978; leis, resoluções,

portarias de competência do MTE, pertinentes a natureza do Empreendimento; e

aos Manuais e Especificações Gerais para Obras Rodoviárias, do DNER/DNIT.

5.11 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O Programa deverá se iniciar em conjunto com a implantação do

canteiro de obras, tendo continuidade por toda fase de implantação da rodovia. As

campanhas e visitas ao Empreendimento deverão ser trimestrais durante a

implantação da rodovia, as quais gerarão relatórios semestrais a serem entregues

ao órgão ambiental.

46

5.12 RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO, PARCERIAS E CON VÊNIOS

A equipe da Gerencia e Segurança do Trabalho contratada pela

empresa responsável pela pavimentação da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas -

Inocência - Cassilândia, deverá ser responsável pela elaboração do detalhamento

executivo do Programa apresentado, que providenciará para que o monitoramento

seja realizado por equipe técnica especializada para emitir relatórios ao órgão

fiscalizador do meio ambiente.

5.10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MANUAL DE LEGISLAÇÃO. Segurança e Medicina do Trabalho. Norma Regulamentadoras: NR 1 a 33. Lei nº. 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Portaria nº. 3.214, de 8 de jun. de 1978. Legislação Complementar. 63 ed. São Paulo: Atlas S.A., 2009.

PLACAS & CIA. Disponível em http://www.placasecia.com.br/website/index.asp?novoserver1&start=1&endereco_site=www.placasecia.com.br&par=&email= Acesso em abril de 2010.

VI PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

6.1 INTRODUÇÃO

A finalidade precípua da educação ambiental é contribuir para a

formação de hábitos e atitudes que permitam o uso sustentável dos recursos

naturais e propiciem um ambiente adequado à sadia qualidade de vida. Conforme

institui a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 9.795/1999, art. 1º), trata-se dos

processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Isto deve ser viabilizado por meio de “ações e práticas educativas

voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua

organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente” (Lei nº

9.795/1999, art. 1º), particularmente no que se refere à responsabilidade dos

empreendimentos econômicos por adotarem e se comprometerem com tais ações

educativas. Os procedimentos técnicos e operacionais tanto do poder público quanto

da iniciativa privada, relativos a toda atividade econômica ou de implantação de

infraestrutura, devem se compatibilizar com os objetivos conservacionistas,

incorporando-os ao seu sistema gerencial.

Também se deve ressaltar a recente Resolução nº 422/2010 do

Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estabeleceu diretrizes para as

campanhas, ações e projetos de educação ambiental, no que se refere à linguagem,

abordagem, sinergias e articulações.

Todos estes instrumentos normativos destacam a importância dos

programas sistematizados de educação ambiental para se alcançar o compromisso

efetivo de todos os envolvidos, pois este só se torna possível com mudanças de

hábitos e atitudes.

É importante observar ainda que este Programa segue a orientação

do “Termo de Referência para Programas de Educação Ambiental no Processo de

48

Licenciamento Ambiental do Estado de Mato Grosso do Sul”, emitido pela Unidade

de Educação Ambiental e Desenvolvimento (UEAD), que integra a Gerência de

Modernização e Desenvolvimento do Imasul.

6.2 OBJETIVOS

6.2.1 Objetivo Geral

Propõe-se como objetivo geral deste Programa de Educação

Ambiental, promover a reflexão a respeito da sustentabilidade ambiental e da

relação entre meio ambiente e sociedade na Área de Influência Direta da

pavimentação da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia.

6.2.2 Objetivos Específicos

O objetivo geral será viabilizado pelo cumprimento dos seguintes

objetivos específicos:

� informar sobre conservação e/ou preservação da fauna e flora, recursos

hídricos e demais temas pertinentes;

� esclarecer sobre as ações impactantes do Empreendimento, bem como

sobre seus efeitos sobre os ecossistemas e a saúde e segurança dos

trabalhadores e as práticas preventivas e mitigadoras dessas ações;

� estimular os diferentes atores sociais para uma gestão adequada e

participativa dos recursos ambientais, demonstrando que, se bem

aproveitados e preservados, os recursos do meio ambiente só trazem

benefícios para o ambiente de trabalho e para a comunidade afetada pelo

Empreendimento;

� trabalhar a educação ambiental de forma a destacar a ética e a cidadania

como fatores fundamentais para o desenvolvimento em sociedades

sustentáveis;

49

� instituir canais de comunicação entre os responsáveis pela implantação e

operação do Empreendimento com os Empreendedores;

� implantar sinalização educativa ambiental visando indicar a existência de

ecossistemas importantes para a biodiversidade e de beleza cênica;

orientar os usuários para a conservação dos recursos naturais; e fornecer

informações de qualidade e de interesse para os usuários sobre a

natureza.

6.3 JUSTIFICATIVA

Conforme diagnosticado no Estudo Ambiental Preliminar, a área de

influência do Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia da rodovia MS 112

participa significativamente da integração rodoviária da região, e sua pavimentação,

ao melhorar as condições de acesso e de tráfego veicular na área, contribuirá para a

eficiência do transporte e do escoamento da produção, além de reduzir os custos de

manutenção.

Os estudos ambientais também mostraram que ao longo da rodovia a

vegetação original foi intensamente alterada para dar lugar à pecuária e a

agricultura, restando poucos remanescentes da cobertura vegetal primitiva.

É importante que a população e os trabalhadores conheçam mais

detalhadamente o que representam os ecossistemas naturais para suas próprias

vidas e os prejuízos representados tanto por esses danos já existentes como por

aqueles que possam a ser eventualmente produzidos a partir da implantação e

operação do Empreendimento. Dessa forma, busca-se sensibilizá-los a defenderem

o meio ambiente em seu cotidiano de vida e trabalho, adotando práticas e condutas

não agressivas ao meio ambiente.

Por outro lado, é importante observar que as rodovias podem se

constituir em oportunidade de educação ambiental para os usuários conhecerem as

formas de vida silvestre e os ambientes naturais, passando a respeitá-las.

50

6.4 METODOLOGIA

As ações do Programa de Educação Ambiental consideram como

ponto de partida a questão local sem, no entanto, perder de vista o global, por meio

da compreensão da interdependência econômica, social, política e ecológica das

questões ambientais.

Isto será feito buscando-se abordar situações concretas do

Empreendimento e de seus efeitos ambientais. Espera-se assim desenvolver

capacidades para que a população a ser diretamente afetada e os trabalhadores

possam avaliar os benefícios da pavimentação desse Trecho bem como as

implicações dos impactos ambientais efetivos e potenciais sobre os ecossistemas

naturais e o meio socioeconômico.

Com esse propósito, deverão ser realizadas as seguintes atividades

principais para o desenvolvimento do Programa de Educação Ambiental:

� identificação no EAP de aspectos naturais, socioeconômicos e político-

institucionais que sejam relevantes para a educação ambiental;

� identificação de entidades e instituições atuantes com relação à política

ambiental, bem como os meios de comunicação disponíveis nos

Municípios de Três Lagoas, Inocência e Cassilândia;

� veiculação de informações à população diretamente afetada visando

informá-la sobre questões ambientais relacionadas ao Empreendimento;

� realização de palestras para os trabalhadores do Empreendimento,

levantando e refletindo sobre questões relativas à inter-relação ecológica

de sua atuação cotidiana e as conseqüências socioambientais;

� monitoramento e avaliação das ações desenvolvidas, buscando identificar

acertos e equívocos metodológicos, possibilitando adequações dos rumos

do Programa;

� elaboração de relatórios a serem encaminhados para o Empreendedor

contendo informações relativas à execução das atividades previstas no

Programa;

51

� elaboração de relatórios consolidados com a descrição das ações

desenvolvidas, listas de presença, avaliação e registro fotográfico, a

serem encaminhados semestralmente ao Imasul.

6.5 METAS

As metas do Programa de Educação Ambiental são as seguintes:

� informação ambiental a toda a população diretamente afetada, ao longo

da faixa de domínio do Trecho em pauta da rodovia MS 112;

� capacitação de todos os trabalhadores envolvidos com os serviços de

pavimentação com relação às práticas e condutas preventivas de

problemas ambientais;

6.6 PÚBLICO ALVO

Consideram-se como destinatários das ações educativas propostas: a

população a ser diretamente afetada pelo Empreendimento, os usuários da rodovia

e os trabalhadores que estarão envolvidos com os serviços de pavimentação.

6.7 INDICADORES AMBIENTAIS

Foram considerados como indicadores ambientais básicos do

Programa de Educação Ambiental:

� quantidade de ações/eventos educativos ofertados;

� registros de exemplos de práticas e condutas de proteção ambiental na

Área de Influência do Empreendimento;

� registros de participação da população nos eventos educativos

promovidos;

� veículos de informação utilizados;

� número de trabalhadores capacitados;

52

� práticas efetivas observadas de condutas ambientalmente adequadas

(disposição de resíduos sólidos, por exemplo);

� quantidade de material didático e de apoio produzido e disponibilizado;

� concretização de apoio efetivo aos demais Programas do PBA.

6.8 ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS

Entre as atividades a serem realizadas destacam-se:

� produção do material de apoio, impresso e digital;

� divulgação de informações sobre o Empreendimento para a população

afetada;

� realização de palestras para os trabalhadores.

6.9 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS

O Programa de Educação Ambiental está direta ou indiretamente

associado a todos os demais Programas do PBA, contribuindo para a divulgação

das medidas mitigadoras junto às comunidades. Porém, destacam-se: o Programa

de Sinalização Educativa Ambiental, o Programa de Higiene e Segurança do

Trabalho, o Programa de Gestão dos Resíduos Domésticos e da Construção Civil e

o Programa de Monitoramento das Obras.

6.10 ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS

O Programa atende à Lei Federal nº 9.795/1999 (e ao Decreto nº

4.281/2002), que estabelece a obrigatoriedade de os empreendedores promoverem

a capacitação dos trabalhadores, visando à conservação ambiental a regulamenta,

destacando-se:

Art. 3º - Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo: I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental,

53

promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente; VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.

Com relação às opções teóricas e metodológicas, segue as

orientações do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (MEC e

MMA/Ibama).

6.11 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O Programa de Educação Ambiental será iniciado a partir da

mobilização da obra, desenvolvendo-se durante todo o período de pavimentação,

durante a etapa de Licença de Instalação, segundo o cronograma previsto no

Quadro 7 .

54

Quadro 7 . Cronograma de execução do Programa de Educação Ambiental.

Atividades a serem realizadas

Etapas de Construção

Ano 1 Ano 2

Meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Levantamento/complementação de informações relevantes do Empreendimento.

Produção do material de apoio, impresso e digital.

Divulgação de informações para a população

Realização de reuniões/palestras para os trabalhadores.

Elaboração de relatórios de monitoramento e avaliação.

Emissão de relatórios para o Imasul

55

6.12 RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO, PARCERIAS E CONV ÊNIOS

A realização deste Programa será de responsabilidade do

Empreendedor, que poderá com essa finalidade contratar serviços técnicos

especializados de terceiros.

6.13 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS

Os recursos necessários são a seguir elencados.

a) Recursos humanos :

A equipe que desenvolverá o Programa deverá ser composta por

Biólogos, que serão responsáveis pela formulação das metodologias e atividades

pedagógicas, realização das palestras e seminários, além da elaboração dos

materiais didáticos e de relatórios.

Entretanto, pode-se contar com a participação eventual de técnicos

dos demais Programas do Empreendimento, caso haja a necessidade de se

aprofundar alguma temática específica.

b) Recursos materiais :

� criação e produção de material de apoio aos eventos programados e

distribuição ao público alvo:

� folhetos e cartazes destinados aos proprietários rurais e à população

em geral;

� folhetos e cartazes destinados aos trabalhadores da obra;

� apresentação em meio digital.

� veículo para o deslocamento da equipe até os locais das

reuniões/palestras;

56

� material diverso para uso em campo (caneta, caderno de anotações,

prancheta, GPS e máquina fotográfica);

� equipamentos audiovisuais de apoio para as reuniões;

� espaço para o trabalho da equipe do Programa.

6.14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 - Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em 30 mar. 2010.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Ministério da Educação. Programa Nacional de Formação de Educadoras(es) Ambientais – por um Brasil educado e educando ambientalmente para a sustentabilidade. Brasília: MMA e MEC, 2006.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Ministério da Educação. Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA. Brasília: MMA e MEC, 2005.

CONAMA-Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resoluções e outros atos. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3>. Acesso em: 30 mar. 2010.

DEMO, Pedro. Pesquisa Participante. Brasília, Editora Liber Livro, 2004.

NEO Engenharia e Consultoria. Estudo Ambiental Preliminar da Pavimentação da Rodovia MS 274, trecho Angélica – Ipezal. Neo/Agesul. Campo Grande, 2009.

QUINTAS, J.S., et al. Pensando e praticando a educação ambiental no processo de gestão Ambiental – Uma concepção pedagógica e metodológica para a prática da educação ambiental no licenciamento. Brasília: IBAMA, 2006.

VII PROGRAMA DE SINALIZAÇÃO EDUCATIVA AMBIENTAL

7.1 INTRODUÇÃO

As rodovias são importantes para o desenvolvimento das regiões, pois

escoam a produção local, abastecem as cidades e populações, permitem as viagens

e o turismo, entre muitas outras funções. São, enfim, sinônimo de melhoria da

qualidade de vida para as pessoas direta ou indiretamente afetadas por elas.

Mas as rodovias também podem ser uma ameaça para os recursos

naturais existentes onde são implantadas, seja pelo desmatamento que acarretam

nas áreas vizinhas, seja pelo assoreamento de corpos d’água que atravessam, seja

pela geração de poluição difusa ou localizada e intensa.

Para que uma rodovia possa gerar benefícios às atividades humanas e

causar menos impactos nos ecossistemas naturais, é significativo que desde sua

concepção estejam previstas ações de proteção ambiental e de educação ambiental,

como o desenvolvimento de Programas como a Sinalização Educativa Ambiental.

O Decreto nº 5.092, de 21 de maio de 2004 e a Portaria nº 126, de 27

de maio de 2004 do Ministério do Meio Ambiente, reconheceu e instituiu 900 áreas

prioritárias para a conservação da biodiversidade e, de acordo com o mapa destas

áreas em Mato Grosso do Sul, a região do Município de Cassilândia contém uma

área com alta prioridade para a conservação do Cerrado, denominada Jauru.

Portanto, parte da rodovia insere-se em área relevante para a

conservação da biodiversidade, o que implica em cuidados na implantação e

manutenção do Empreendimento, a fim de evitar perda de animais e ecossistemas

pelos impactos gerados pelo Empreendimento. Essa situação constitui-se também

em oportunidade para a educação ambiental, já que um Programa de Sinalização

Ambiental vai propiciar ao usuário da rodovia obter informações interessantes sobre

a paisagem e os recursos naturais, constituindo-se num diferencial para a mesma,

que pode vir a fomentar o turismo ecológico na região com grande potencial de

recursos naturais e beleza cênica.

58

7.2 OBJETIVOS

O Programa de Sinalização Educativa Ambiental tem como objetivo

principal sinalizar os corredores ecológicos e a presença de animais ameaçados de

extinção contidos na lista oficial das espécies da fauna brasileira ameaçada de

extinção (IN n° 03, de 26 de maio de 2003 e n° 05, de 21 de maio de 2004 do MMA).

Porém, ao implantar o Programa de Sinalização Educativa Ambiental procura-se

proteger todos os animais que vivem nas áreas de influência do Empreendimento,

bem como estimular a conservação da paisagem evitando a ocorrência de incêndios

e o acúmulo de lixo às margens da rodovia.

Tem como objetivos secundários:

� sinalizar a existência de ecossistemas importantes para a biodiversidade

e de beleza cênica;

� orientar os usuários para a conservação dos recursos naturais;

� fornecer informações de qualidade e de interesse para os usuários sobre

a natureza.

7.3 JUSTIFICATIVA

A rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas – Inocência – Cassilândia,

atravessa regiões de beleza cênica e ecossistemas com rica diversidade biológica

apesar do intenso uso e ocupação do solo no entorno da via. Nos trechos iniciais, a

partir de Três Lagoas, os extensos reflorestamentos de eucalipto que servem de

matéria prima para as indústrias instaladas na região, compõem uma paisagem com

potencial para a educação ambiental, pois revelam a necessidade de convívio entre

as áreas ocupadas por atividades produtivas e aquelas onde sobrevivem os

remanescentes naturais.

Apesar dessas extensas áreas recobertas por florestas homogêneas

no trecho inicial da rodovia, um aspecto interessante a ressaltar na sinalização

educativa ambiental refere-se à conservação dos ecossistemas úmidos associados

aos vários corpos d’água que cortam o traçado da rodovia nessa região. Pode-se

59

destacar a obediência e a importância da manutenção das Áreas de Preservação

Permanente dos corpos d’água que sustentam os ecossistemas naturais em meio a

áreas bastante antropizadas, pois a paisagem destaca esses ambientes extremos

convivendo lado a lado, cada qual respeitando as determinações legais.

Nestes diversos corpos d’água atravessados pela rodovia em seu

trecho inicial, predomina uma rica vegetação aquática típica de ambientes brejosos,

onde se destaca a palmeira buriti (Mauritia flexuosa) no estrato arbóreo e diversas

outras espécies. Os ambientes úmidos em meio aos reflorestamentos de eucalipto

assumem importância ainda maior como corredores de dispersão de fauna, pois

constituem-se nos únicos remanescentes de vegetação natural a proporcionar

recursos para as espécies que habitam a região.

Nos trechos seguintes, a rodovia atravessa importantes remanescentes

vegetais onde predominam as formações do Cerrado incluindo as matas mais

densas deste bioma denominadas de Cerradão. Esta fitofisionomia apresenta

potencial para a interpretação ambiental, pois consiste numa formação florestada

bastante ameaçada em sua conservação, devido à substituição por atividades

produtivas em suas terras férteis, com o que foi reduzida a poucos remanescentes

contínuos.

As matas ciliares dos corpos d’água e a vegetação preservada em

remanescentes ao longo da via dispõem do maior número de habitats disponíveis

para a fauna e a conexão entre estas formações é importante para que as

populações silvestres mantenham-se sadias. As matas ciliares são corredores de

biodiversidade naturais e quando posicionadas de modo contínuo ou próximas a

outras fisionomias vegetais permitem o fluxo gênico entre indivíduos de mesma

espécie de diferentes populações, requisito fundamental para manter essas

populações e comunidades biológicas.

Os fatores e processos naturais que ocorrem ao longo da rodovia MS

112, Trecho Três Lagoas – Inocência – Cassilândia, levam a duas situações que

precisam ser consideradas neste Programa. Por um lado, é preciso criar estratégicas

para proteger a fauna silvestre e os ambientes naturais evitando morte ou invalidez

de animais por atropelamentos, poluição dos ecossistemas e descaracterização dos

60

ambientes mais preservados ao longo da via, especialmente os aquáticos, pelo

acúmulo de lixo ou ocorrência de incêndios florestais. De outro, o conjunto dos

ecossistemas e a beleza das paisagens naturais podem se tornar uma oportunidade

de educação ambiental para os usuários conhecerem as formas de vida silvestres e

os ambientes naturais.

7.4 METODOLOGIA

A implantação do Programa de Sinalização Educativa Ambiental deve

seguir as seguintes fases:

� Primeira fase: levantamento de dados iniciais.

� Identificação da presença no local de espécies que constam da lista

oficial das espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção.

� Identificação dos corredores ecológicos e ecossistemas de interesse

relevante para o Programa ao longo do trajeto.

� Segunda Fase: elaboração dos conteúdos do Programa de Sinalização

Educativa Ambiental a ser implantado.

� Terceira fase: implantação da sinalização educativa ambiental na rodovia.

A metodologia a ser utilizada para a interpretação ambiental seguirá

aquela descrita por Vasconcelos (2003), que consiste em desenvolver uma

abordagem interpretativa do ambiente que seja amena, pertinente, organizada e

temática.

7.5 METAS

O Programa de Sinalização Educativa Ambiental terá como meta

principal nenhum acidente de atropelamento da fauna silvestre, e como meta

secundária uma única morte de animal silvestre por atropelamento por mês

considerando certa probabilidade de ocorrer um acidente.

61

Outra meta do Programa será tornar os usuários mais responsáveis ao

conduzir os veículos pela rodovia respeitando o meio ambiente e a sinalização

(reduzindo a velocidade, não jogando lixo, apreciando a paisagem) e oferecer-lhes

informações interessantes para que possam interpretar o ambiente e os recursos

naturais durante sua passagem pela rodovia.

7.6 PÚBLICO ALVO

O público alvo deste Programa são principalmente os usuários da

rodovia, mas deve-se considerar também os planejadores da obra, os executores e

todos aqueles diretamente ou indiretamente envolvidos com o tema do Programa.

Aos planejadores e executores do Empreendimento, o Programa

objetiva apontar diretrizes para gerar o menor impacto possível nos ambientes onde

a fauna ocorre com mais abundância e preservar os ecossistemas mais

representativos, especialmente as áreas úmidas, matas ciliares e reservas legais

que constituem corredores ecológicos.

Aos usuários da rodovia, sejam esporádicos ou habituais, moradores

locais ou turistas, o Programa objetiva a interpretação e educação ambiental por

meio da sinalização educativa e preventiva para os cuidados com a conservação

dos ambientes e espécies naturais.

7.7 INDICADORES AMBIENTAIS

Pode-se usar indicadores ambientais originários dos meios físico,

biótico e social para acompanhar a evolução dos impactos gerados pelo

Empreendimento e dos resultados advindos do Programa aplicando-se diferentes

parâmetros.

Dados oriundos do meio físico podem ser úteis para o monitoramento

dos ambientes aquáticos: medindo-se a profundidade da lâmina d’água e o nível de

sedimentação. Do mesmo modo, a análise periódica da qualidade da água dos

62

recursos hídricos diretamente afetados pelo Empreendimento pode indicar algum

tipo de contaminação.

Dados como número de animais atropelados por determinado período

podem constituir-se em bons indicadores ambientais, assim como a quantidade de

lixo deixada na pista por usuários, ou a diversidade de fauna avistada por estes, ou

ainda, a consulta aos usuários sobre as opiniões a respeito do Programa de

Sinalização Educativa Ambiental, avaliação deste e redirecionamento das ações,

entre muitos outros possíveis indicadores.

7.8 ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS

Entre as atividades a serem realizadas estão:

� identificação das espécies ameaçadas que ocorrem na área do

Empreendimento;

� identificação dos corredores ecológicos;

� definição dos locais a serem sinalizados;

� elaboração dos conteúdos de interpretação ambiental;

� confecção da sinalização educativa;

� implantação da sinalização educativa;

� avaliação do Programa com usuários.

7.9 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS

O Programa de Sinalização Educativa Ambiental tem relação com

todos os outros Programas, já que se estende por todas as fases do

Empreendimento e envolvem todos os usuários e executores.

63

7.10 ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS

O Programa de Sinalização Educativa Ambiental é uma condicionante

da licença prévia do Empreendimento e se orienta pelas determinações das

Instruções Normativas do Ministério do Meio Ambiente n° 03, de 26 de maio de 2003

e n°05, de 21 de maio de 2004.

A IN n°3 lista as “Espécies da Fauna Brasileira Ame açadas de

Extinção”, que ficam protegidas de modo integral. Inclui vertebrados e invertebrados,

e dentre os vertebrados refere-se aos mamíferos, às aves, aos répteis e aos

anfíbios. Dentre os invertebrados citam-se os aracnídeos, os diplópodos, os insetos,

os onicóforos, os oligoquetos e os gastrópodos.

Já a IN n°5 reconhece como espécies ameaçadas de ex tinção e

espécies sobre-explotadas ou ameaçadas de sobre-explotação os peixes e

invertebrados aquáticos listados.

7.11 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O cronograma de execução do Programa de Sinalização Educativa

Ambiental é apresentado no Quadro 8.

Quadro 8. Cronograma de execução do Programa de Sinalização Educativa Ambiental.

Atividades a serem realizadas

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Identificação das espécies ameaçadas que ocorrem na área do Empreendimento

Identificação dos corredores ecológicos

Definição dos locais a serem sinalizados

Elaboração dos conteúdos de interpretação ambiental

Confecção da sinalização educativa

Implantação da sinalização educativa

Avaliação do Programa com usuários

65

7.12 RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO, PARCERIAS E CONV ÊNIOS

O responsável pela execução do Programa é o Empreendedor que, por

meio de equipe de profissionais multidisciplinares implantará os Programas do PBA,

incluindo o de Sinalização Educativa Ambiental.

7.13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

VASCONCELOS, J.M.O. Interpretação ambiental. In Manual de Ecoturismo de Base Comunitária: ferramentas para um planejamento responsável. MITRAUD, S. (org.). Brasília. WWF Brasil, 2003. 470p: Il.

VIII PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS DOMÉSTICOS E D E CONSTRUÇÃO CIVIL

8.1 INTRODUÇÃO

A produção de resíduos sólidos faz parte do cotidiano do ser humano.

Não se pode imaginar um modo de vida que não gere resíduos sólidos.

Devido ao aumento da população humana, à concentração dessa

população em centros urbanos, à forma e ao ritmo da ocupação desses espaços e

ao modo de vida com base na produção e consumo cada vez mais rápidos de bens,

os problemas causados por esses resíduos tendem a se tornar mais visíveis

(PHILIPPI JR.; AGUIAR, 2005).

Na trajetória de produção de resíduos, desde a recepção da matéria

prima e dos insumos, sua estocagem, seu consumo e seu descarte compreendem-

se os vários passos pelos quais passa a matéria, em sua transformação pela ação

humana.

Resíduos sólidos manejados inadequadamente oferecem alimento e

abrigo para muitos vetores de doenças, especialmente roedores como ratos,

ratazanas e camundongos, e insetos como moscas baratas e mosquitos. Atualmente

está demonstrada de forma clara a relação entre a proliferação de certas doenças e

o manejo (PHILIPPI JR.; AGUIAR; 2005).

Um dos aspectos relevantes de um processo construtivo é a redução

do desperdício, nas fases de execução dos empreendimentos e após seu término. A

reutilização de materiais deve ser implementada como procedimento de minimização

do desperdício (NETO, 2005).

Segundo Franchi apud Neto (2005), o desperdício não pode ser visto

apenas como materiais não utilizados, mas também como toda perda efetiva durante

o processo construtivo. Portanto, o uso de recursos além do necessário à execução

de determinada etapa é caracterizado como desperdício e classificado conforme sua

origem, natureza e controle.

67

Segundo Vásquez apud Neto (2005), a construção sustentável baseia-

se na redução dos resíduos pelo desenvolvimento de tecnologias limpas, na

utilização de materiais recicláveis, reutilizáveis ou secundários e na coleta e

deposição de inertes. As medidas devem ser tomadas com o objetivo de transformar

resíduos em recursos reutilizáveis. No caso dos resíduos de construção e

demolição, se forem selecionados, classificados e adequadamente limpos,

transformam-se em agregados secundários prontos para serem usados em aterros

ou concretos de baixa resistência.

Muito importante se faz a destinação correta dos resíduos de

construção civil, pois, segundo Philippi Jr e Aguiar (2005a), esta destinação pode ser

feita em áreas que necessitem de ajuste ou modificação da topografia, em

recuperação de minas ou em áreas destinadas apenas para esse fim.

A hierarquia dos princípios de Sistemas de Gerenciamento de

Resíduos aceita, é baseada no que se denomina de Quatro R’s: Redução,

Reutilização, Reciclagem e Recuperação. Conseqüentemente um gerenciamento

apropriado deve minimizar os resíduos duplamente, ou seja, deve minimizar o

volume, bem como a periculosidade dos mesmos.

O conceito de desenvolvimento sustentável estende às gerações

futuras a sobrevivência do planeta em que vivemos. Torna-se imprescindível o uso

racional dos recursos naturais, da energia e da implantação de mais lógica na

gestão de resíduos (JOHN apud NETO, 2005).

8.2 OBJETIVOS

8.2.1 Objetivo Geral

O objetivo deste Programa é o de apresentar diretrizes para os

procedimentos a serem executados pela empresa contratada para implantar as

obras, contemplando métodos de recebimento, identificação, coleta, segregação,

acondicionamento, armazenamento, transporte, destinação final, instrumentos de

controle, campanhas educativas e procedimentos técnico- operacionais pertinentes

a cada resíduo gerado pelos trabalhos de construção.

68

Objetiva-se ainda, conscientizar e sensibilizar os agentes envolvidos no

processo construtivo, visando à diminuição da quantidade dos recursos naturais a

serem usados, do custo de produção, do custo de gestão, do desperdício e da

possível contaminação ao meio ambiente.

8.2.2 Objetivos Específicos

� Estimular a redução na geração de resíduos, minimizar o uso dos

recursos naturais e diminuir o desperdício, através da promoção de

campanhas educativas, realizadas em conjunto com o Programa de

Educação Ambiental, com o objetivo de conscientizar e/ou orientar os

trabalhadores.

� Segregar, na fonte, os resíduos domésticos conforme as classes

estabelecidas na ABNT NBR 10004:2004.

� Identificar e segregar os resíduos de construção civil conforme as classes

estabelecidas na Resolução Conama nº 307/2002.

� Acondicionar adequadamente os resíduos domésticos e da construção

civil, garantindo a sua integridade físico-química até a etapa de transporte

para beneficiamento ou destinação final.

� Reciclar ou reutilizar os resíduos domésticos e de construção civil

passíveis de serem reciclados ou reutilizados.

� Dispor de forma adequada, conforme a sua classificação, os resíduos

domésticos e de construção civil que não puderem ser reciclados ou

reutilizados.

� Registrar e manter registros da destinação final dada aos resíduos

domésticos e de construção civil gerados.

8.3 JUSTIFICATIVA

As obras de pavimentação da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas -

Inocência - Cassilândia, serão realizadas a partir de inúmeras atividades, as quais

poderão gerar diversos tipos de resíduos, e estes deverão receber tratamento e

disposição adequados às características de cada um.

69

Para isto, o Programa de Gerenciamento de Resíduos Domésticos e

de Construção Civil constitui-se em um conjunto de recomendações e

procedimentos de armazenamento, manejo e disposição provisória e/ou final dos

resíduos domésticos e de construção civil gerados por estas atividades da obra.

Este Programa apresenta ainda, os critérios a serem observados

desde a instalação do canteiro de obras, o manejo de suas dependências, a

execução das obras de engenharia até a completa desmobilização das equipes de

trabalho de cada trecho ou pela finalização da etapa construtiva total.

8.4 METODOLOGIA

Este Programa irá utilizar a metodologia de trabalho definida como

Classificação dos Resíduos da Construção Civil. Esta Classificação será efetuada

conforme a Resolução Conama nº 307/2002, da seguinte forma:

� Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados,

tais como os oriundos de:

� pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive os solos

provenientes de terraplanagem;

� edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de

revestimento, etc.), argamassa e concreto;

� processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em

concreto (blocos, tubos, meios-fios, etc.) produzidas nos canteiros de

obras.

� Classe B: são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:

plásticos, papelão/papel, metais, vidros, madeiras e outros.

� Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas

tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua

reciclagem / recuperação, tais como os produtos fabricados com gesso.

� Classe D: são os resíduos perigosos oriundos do processo de

construção, tais como: tintas, solventes, óleos, amianto e outros, ou

70

aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de

clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

8.4.1 Descrição dos resíduos de construção civil g erados

O Quadro 9 apresenta a descrição dos tipos de resíduos de

construção civil possíveis de serem gerados durante a fase de implantação da

rodovia, sua classificação de acordo com a Resolução Conama nº 307/2002, e

ainda, as suas alternativas para acondicionamento, armazenamento e destinação

final.

Quadro 9. Descrição dos resíduos de construção civil possíveis de geração na fase de construção da pavimentação da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia.

Descrição Conama 307/2002 Acondicionamento Armazenamento Destinação Final

Alvenaria, Concreto,

Argamassa e Solo

Classe A

Acondicionamento em sacos plásticos /

tambores ou contêineres.

Obs: Grande quantidade de solos: sem

acondicionamento

Armazenagem em área fechada e

coberta

Reutilização ou reciclagem com uso na forma de agregados, além da destinação

final em aterros licenciados

Madeira, Metal, Plástico e Papel Classe B

Acondicionamento em sacos plásticos /

tambores ou contêineres

Armazenagem em área coberta

Reutilização, reciclagem ou

armazenamento temporário

Resíduos Perigosos

(tintas, óleos, solventes, etc.)

Classe D Acondicionamento em tambores ou contêineres

Armazenagem em área fechada e

coberta

Encaminhamento para empresa especializada

8.4.2 Classificação dos resíduos sólidos (doméstico s)

Os resíduos sólidos gerados serão classificados quanto aos seus

riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser

gerenciados adequadamente, segundo a Norma Técnica ABNT NBR 10004:2004.

Esta classificação envolve a identificação do processo ou atividade que

deu origem ao resíduo, de seus constituintes e características, e a comparação

destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e

ao meio ambiente é conhecido.

71

Para os efeitos da norma apresentada acima, os resíduos sólidos são

classificados da seguinte forma:

� Resíduos classe I - Perigosos (aqueles que apresentam periculosidade,

conforme definido em 3.2, ou uma das características descritas em

4.2.1.1 a 4.2.1.5, ou constem nos anexos A ou B da referida Norma);

� Resíduos classe II – Não perigosos (aqueles que não apresentam

periculosidade, assim como os listados no anexo H da referida Norma);

� Resíduos classe II A – Não inertes (aqueles que não se enquadram nas

classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B -

Inertes, nos termos da Norma). Os resíduos classe II A – Não inertes

podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade

ou solubilidade em água.

� Resíduos classe II B – Inertes (quaisquer resíduos que, quando

amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e

submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou

deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não

tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações

superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto,

cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da referida Norma).

8.4.3 Descrição dos resíduos domésticos gerados

A seguir, o Quadro 10 apresenta a descrição dos tipos de resíduos

domésticos que se espera gerar durante a fase de implantação da rodovia, sua

classificação de acordo com a ABNT NBR 10004:2004, e as alternativas de

acondicionamento, armazenamento e de destinação final correspondentes. No

entanto, ressalta-se que os resíduos não descritos neste Quadro e que porventura

sejam gerados pelos trabalhos de construção, também deverão ser classificados

segundo a Norma acima citada.

72

Quadro 10. Descrição dos resíduos possíveis de geração na fase de construção da pavimentação da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia.

Resíduo gerado

Classificação (ABNT NBR 10.004:2004)

Forma de acondicionamento

Forma de armazenamento

Destinação final

Baterias usadas

(veículos) Classe I Bandejas ou

bombonas plásticas

Área coberta com piso

impermeabilizado

Devolução ao fabricante ou envio a

empresas de reciclagem

Lâmpadas fluorescentes

Classe I

Embalagens originais / Bombonas plásticas

Área coberta

Devolução ao fabricante ou envio a

empresas de descontaminação

Metais nobres e sucatas

Classe II B Caçambas metálicas

Pátio Reciclagem

Papel / Papelão

Classe II B Sacos plásticos ou

coletores Área coberta Reciclagem

Pilhas Classe II B Caixas de madeira

ou bombonas plásticas

Área coberta

Aterro sanitário licenciado desde que atenda aos requisitos da CONAMA 257/99.

Plástico Classe II B Sacos plásticos ou coletores

Área coberta Reciclagem

Vidro Classe II B Bombonas plásticas ou

coletores Área coberta Reciclagem

Pneus Classe II B - Área coberta

Devolvidos ao fabricante ou envio a

empresas de reciclagem

Resíduos de óleos e graxas

Classe I Tambores metálicos

Área coberta com piso

impermeabilizado

Co-processamento / Re-refino por

empresas especializadas

Resíduos impregnados por solventes

e óleos

Classe I Sacos plásticos ou tambores metálicos

Área coberta com piso

impermeabilizado

Co-processamento por empresas

especializadas

Resíduos Infecto-

contagiosos (ambulatório)

Classe I

Sacos plásticos brancos leitosos e

em caixas de papelão

específicas.

Área fechada e coberta específica para este resíduo

Local utilizado pelo Município para destinação final

Resíduos orgânicos (restos de

comida, etc)

Classe II A Sacos plásticos ou coletores

Área coberta Disposição em aterro sanitário

O Quadro 11 apresenta a estimativa quantitativa, já transformada para

a unidade de litros/dia, de alguns resíduos possíveis de geração na fase de

construção da pavimentação da rodovia.

73

Quadro 11. Estimativa de resíduos a serem gerados.

Tipos de resíduo Local de geração Qtde estimada (L/dia)

Papel/Papelão Refeitórios (guardanapos,embalagens,etc.) 150 Sanitários (papel toalha, papel higiênico) 60

Escritórios 30

Plásticos Refeitórios (garrafas, copos descartáveis,

embalagens) 90

Escritórios (embalagens) 30

Metais

Refeitórios (latas de bebidas, embalagens) 80

Administração (embalagens) 10 Alojamentos (latas de bebidas) 30

Vidros Refeitórios (embalagens) 15

Resíduos orgânicos Refeitórios (restos de alimentos) 110

8.4.4 Coleta e segregação de resíduos domésticos e da construção civil

Deverão ser realizados os trabalhos de segregação de resíduos na

fonte, com o objetivo de preservar as propriedades qualitativas daqueles com

potencial de recuperação e reciclagem, evitar a mistura de resíduos incompatíveis,

diminuir o volume de resíduos perigosos ou não perigosos a serem destinados e,

conseqüentemente, diminuir os custos de sua destinação.

A empresa contratada para implantar as obras, deverá providenciar a

disposição sistemática de recipientes de coleta em locais estratégicos da obra, de

acordo com os tipos preferenciais de resíduo a serem gerados em cada locação,

para que se possa garantir a coleta seletiva dos mesmos. Estes recipientes deverão

ter cores específicas para cada tipo, conforme prescrito pela Resolução Conama nº

275/2001.

8.4.5 Acondicionamento e armazenamento de resíduos domésticos e da construção civil

Com o objetivo de que a integridade físico-química dos resíduos

domésticos e de construção civil a serem gerados seja garantida, eles deverão ser

acondicionados em recipientes constituídos de materiais compatíveis com a sua

natureza, e deverá ser observado o que segue:

74

� a resistência física a pequenos impactos, durabilidade, estanqueidade e

adequação com o equipamento de transporte;

� o armazenamento dos resíduos deverá ser uma contenção temporária,

enquanto se aguarda a destinação final adequada;

� a contenção no canteiro de obras será evitada ao máximo, através da

destinação diária de resíduos não perigosos não-inertes (Classe II A);

� o armazenamento de resíduos não perigosos deverá ser em área

dedicada ao depósito de resíduos comuns, cujas especificações deverão

atender Norma Técnica da ABNT NBR 11.174:1990 – Armazenamento de

Resíduos Classes II – Não-inertes e III – Inertes;

� o armazenamento de resíduos perigosos, se houver, deverá ser em área

edificada que atenda às recomendações da norma técnica da ABNT NBR

12.235:1992 – Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos;

� manipular recipientes contendo resíduos perigosos ou não, no interior da

área de armazenamento, somente com pessoal dotado de Equipamento

de Proteção Individual (EPI) apropriado;

� observar ainda os Quadros 9 e 10 apresentadas, onde são ofertadas

diversas alternativas de acondicionamento e de armazenamento

correspondentes a cada tipo de resíduo.

8.4.6 Transporte de resíduos domésticos e da constr ução civil

A empresa contratada responsável pela etapa de construção da

pavimentação, deverá considerar os seguintes itens:

� certificar-se de que o transporte dos resíduos ao seu destino final seja

realizado por empresa contratada que possua todas as licenças aplicáveis

a esta atividade;

� exigir garantias de que os equipamentos utilizados nos serviços sejam

adequados ao peso, à forma e ao estado físico dos resíduos a serem

75

transportados e estejam em bom estado de conservação e limpos para

uso;

� quando houver a utilização de caçambas estacionárias, exigir que sejam

obedecidas as especificações da legislação municipal, notadamente nos

aspectos relativos à segurança.

O transporte de produtos perigosos, se houverem, deverá ser realizado

conforme legislação pertinente (Resolução Conama nº 001-A/86, Portaria nº 291, do

Ministério do Transporte, e Decreto Federal nº 96.044/1988).

8.4.7 Destinação final de resíduos domésticos e de construção civil

Todas as alternativas de reaproveitamento, recuperação e reciclagem,

devem ser consideradas antes do encaminhamento dos resíduos para outras formas

de destinação final.

Após estas considerações deverá ser dada a destinação final requerida

e adequada a cada tipo de resíduo gerado, tais como: reciclagem ou envio a

empresas de reciclagem; reutilização; devolução ao fabricante; disposição em aterro

industrial, sanitário ou de resíduos da construção civil; desinfecção;

descontaminação; co-processamento; re-refino e disposição na lavoura.

A seguir estão apresentados, alguns procedimentos técnico-

operacionais de destinação final, específicos para os tipos de resíduos a serem

gerados:

� solo removido: utilizar na própria obra; reutilizar na restauração de solos

contaminados, aterros a terraplanagem de jazidas abandonadas; utilizar

em obras que necessitem de material para aterro, devidamente

autorizadas por órgãos competentes ou em aterros de inertes licenciados;

� tijolos, produtos cerâmicos e produtos de cimento: estações de

reciclagem e entulho; unidades de recebimentos de pequenos volumes;

brechós da construção, quando os materiais estiverem em condições de

uso; aterros de inertes licenciados;

76

� argamassas: devem ser enviadas à estações de reciclagem de entulho;

unidades de recebimentos de pequenos volumes; aterros de inertes

licenciados;

� madeira: encaminhar para empresas e entidades que utilizem a madeira

como energético ou matéria-prima;

� metais nobres e sucatas: para empresa de reciclagem de materiais

metálicos; cooperativas e associações de catadores; depósito de ferro

velho devidamente licenciado; brechós de construção, quando os

materiais estiverem em condições de uso;

� embalagens, papéis, papelão e plásticos: enviar à empresa de

reciclagem de materiais plásticos e papelão; cooperativas e associações

de catadores; depósito de ferro-velho devidamente licenciados. Para as

embalagens de cimento e argamassa o empreendedor deverá buscar

soluções junto ao fabricante;

� vidros: devem ser enviados para a empresa de reciclagem de vidros;

cooperativas e associações de catadores ou depósito devidamente

licenciado;

� óleos, tintas e vernizes: devem ser enviadas à empresa de reciclagem

de tintas e vernizes; empresa de co-processamento;

� lâmpadas fluorescentes: devem ser enviadas às empresas

especializadas para descontaminação.

� resíduos infecto-contagiosos: manter no ambulatório, recipiente provido

de saco branco leitoso e caixa rígida de papelão duplo para materiais

perfurantes e cortantes, ambos com simbologia de risco. Estes resíduos

serão retirados pelo serviço público de coleta, em horário e dia

determinados e encaminhados para disposição final no local utilizado para

resíduos de serviços de saúde, existente no Município de Angélica.

� pneus e borrachas: estes resíduos devem ser devolvidos ao fabricante

ou comercializados a terceiros devidamente licenciados pelos órgãos

ambientais competentes para reciclagem;

77

� resíduos impregnados por solventes e óleos: os resíduos impregnados

por solventes e óleos devem ser destinados para co-processamento por

empresas especializadas;

� resíduos de óleos e graxas: os efluentes da oficina, se houver, devem

ser destinados para co-processamento ou re-refino por empresas

especializadas;

� latas vazias de tintas e solventes: os resíduos devem ser destinados

para descontaminação e posterior reciclagem ou co-processamento por

empresas especializadas.

� baterias usadas: as baterias estacionárias usadas (automóvel) devem

ser encaminhadas ao fabricante ou a empresas de reciclagem.

� resíduos orgânicos: os resíduos orgânicos devem ser encaminhados

para disposição em aterro sanitário licenciado.

8.4.8 Instrumentos de controle

Para a realização do controle dos resíduos gerados, desde a sua

origem até a destinação final, deverá ser utilizado um sistema de controle de

resíduos, que mediante o uso de formulário próprio, permite conhecer e controlar a

forma de destinação dada pelo gerador, transportador e receptor dos resíduos.

Este formulário deverá conter informações tais como descrição do

resíduo, quantidade, origem, forma de acondicionamento e destinação a que será

submetido. Esses formulários deverão ser preenchidos e assinados pelo

responsável pela alienação dos resíduos no canteiro de obras, devendo ser

endossados posteriormente pelo motorista do veículo transportador e pelo

responsável por seu recebimento no destino final.

Os documentos originais deverão ser arquivados no canteiro de obras,

permanecendo disponíveis para a elaboração de relatórios pela equipe técnica, bem

como para uma eventual inspeção do órgão ambiental competente.

78

8.4.9 Campanhas de educação ambiental

Com a finalidade de garantir a adequada operacionalização deste

Programa, as ações planejadas serão precedidas de campanhas de treinamento, em

conjunto com o Programa de Educação Ambiental, voltadas aos funcionários da

empreiteira para a etapa de implantação da rodovia.

As campanhas poderão ser realizadas na forma de palestras, onde

serão apresentados os objetivos específicos e metas deste Programa, e as

atividades específicas a serem cumpridas por cada agente.

Também será desenvolvido um trabalho de conscientização que

estimule as práticas de reaproveitamento e reciclagem, o não desperdício de

materiais e a minimização na geração de resíduos.

8.5 METAS

� Coletar e separar na fonte 100% dos resíduos domésticos e de

construção civil gerados na etapa de construção.

� Acondicionar, armazenar e transportar adequadamente 100% dos

resíduos domésticos e de construção civil gerados.

� Reciclar 100% dos resíduos domésticos e de construção civil passíveis de

reciclagem.

� Dispor adequadamente 100% dos resíduos domésticos e de construção

civil que não forem recicláveis.

8.6 PÚBLICO ALVO

O público alvo considerado por este Programa constitui-se pelos

trabalhadores da empresa contratada para implantar as obras da rodovia, bem como

das empresas que realizarão o transporte e a disposição final dos resíduos

domésticos e da construção civil. Inserem-se ainda neste grupo, as comunidades

das áreas de influência identificadas no Estudo Ambiental apresentado.

79

8.7 INDICADORES AMBIENTAIS

� Não-conformidades observadas pela Gestão Ambiental durante a

execução das obras da rodovia.

� Queixas das comunidades vizinhas afetadas pelas obras.

� Autos de Infração expedidos pelos órgãos ambientais e pelo poder

público local.

� Volume inadequado de resíduos domésticos e de construção civil

gerados.

8.8 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS

O Programa de Gerenciamento de Resíduos Domésticos e de

Construção Civil possui inter-relação com o Programa de Educação Ambiental, com

o qual participará ativamente nas campanhas de conscientização dos trabalhadores

e com o Programa de Gerenciamento Ambiental com o qual estará diretamente

ligado nas ações de vistoria e acompanhamento durante as obras.

8.9 ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS

Este Programa atenderá aos requisitos apresentados no Quadro 12 .

Quadro 12 . Requisitos legais a serem atendidos pelo Programa de Gestão de Resíduos Domésticos e de Construção Civil.

Leis

Lei nº 6938/1981 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

Lei nº 9.605/1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

Lei nº 3185/2006 Dispõe sobre a responsabilidade da destinação de pilhas, baterias e lâmpadas usadas no estado de Mato Grosso do Sul e dá outras providências.

Lei nº 2661/2003 Dispõe sobre a política estadual de reciclagem de materiais. Lei nº 901980 Legislação Ambiental do Estado de Mato Grosso do Sul. Lei Municipal complementar nº 5/1995

Institui o Plano Diretor de Campo Grande – MS e da outras Providências.

Lei Municipal nº 3.612/1999 Institui o Sistema Municipal de Licenciamento e Controle Ambiental – SILAM.

80

Decretos

Decreto nº 96.044/1988 Aprova o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências.

Portaria

Portaria Minter 53/1979 Dispõe sobre o acondicionamento, armazenamento temporário, tratamento, transporte e destino final para resíduos perigosos e industriais.

Resoluções

Resolução Conama nº 001-A/86

Regulamenta o transporte de produtos perigosos.

Resolução Conama nº 06/1988

Dispõe sobre o controle da geração de resíduos – Inventário.

Resolução Conama nº 09/1993

Estabelece padrões de conduta para o gerenciamento de óleos lubrificantes usados, de modo a evitar danos à saúde e ao meio ambiente.

Resolução Conama nº 237/1997 Dispõe sobre o Licenciamento Ambiental.

Resolução Conama nº 257/1999

Delibera sobre a destinação final ambientalmente adequada de pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos.

Resolução Conama nº 258/1999

Trata da destinação final de pneumáticos inservíveis.

Resolução Conama nº 263/1999

Modifica o artigo 6º da Resolução do Conama nº 257/1999.

Resolução Conama nº 275/2001

Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.

RDC ANVISA 306/2004 Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.

Resolução Conama nº 301/2002

Altera dipositivos da resolução 258/1999, que dispõe sobre pneumáticos.

Resolução Conama nº 307/2002

Dispõe sobre a gestão de resíduos da construção civil.

Resolução Conama nº 313/2002

Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

Resolução Conama nº 348/2004

Altera a Resolução Conama nº 307/2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos

Resolução Conama nº 420/2004

Aprova instruções complementares ao regulamento do transporte terrestre de produtos perigosos.

Normas ABNT NBR 11174/1990 Armazenamento de Resíduos Classe II – não inertes e III – inertes ABNT NBR 12235/1992 Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos.

ABNT NBR 10004:04 Classifica resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que estes resíduos possam ter manuseio e destinação adequados.

ABNT NBR 12809/1993 Manuseio de resíduos de serviço de saúde. ABNT NBR 12807/93 Resíduos de Serviço de Saúde – terminologia. ABNT NBR 13463/95 Coleta de resíduos sólidos – classificação.

ABNT NBR 7500/00 Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimento e armazenamento de materiais.

ABNT NBR 7505-1/00 Armazenagem de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 1: armazenagem em tanque estacionário.

ABNT NBR 14605/00 Sistema de drenagem oleosa. ABNT NBR 13221/00 Transporte de resíduos – Procedimentos. ABNT NBR 10005/04 Lixiviação de Resíduos – Procedimentos.

81

Normas ABNT NBR 10006/04 Solubilização de resíduos – Procedimentos. ABNT NBR 10007/04 Amostragem de resíduos.

ABNT NBR 15112/04 Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – áreas de transbordo e triagem – diretrizes para projeto, implantação e operação.

ABNT NBR 15113/04 Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

ABNT NBR 15114/04 Resíduos sólidos da construção civil – áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

ABNT NBR 15115/04 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos.

ABNT NBR 15116/04 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. Requisitos.

8.10 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O cronograma de execução do Programa de Gerenciamento de

Resíduos Domésticos e de Construção Civil é apresentado no Quadro 13 .

Quadro 13. Cronograma de execução do Programa de Gerenciamento de Resíduos Domésticos e de Construção Civil.

Atividades a serem

realizadas

Etapa de Construção

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Gerenciamento de resíduos domésticos e da construção civil

Elaboração de relatório consolidado para entrega ao órgão ambiental

8.11 RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO, PARCERIAS E CONV ÊNIOS

A implantação deste Programa durante a fase de pavimentação da

rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas - Inocência - Cassilândia, é de

responsabilidade do Empreendedor, o qual providenciará para que seja contratada

equipe técnica especializada que responderá nos aspectos técnicos e legais do

monitoramento.

82

8.12 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS

� Coordenador do Programa de Gerenciamento de Resíduos Domésticos e

de Construção civil: um técnico de nível superior em áreas afins, que será

responsável pelas atividades do Programa.

� Contratação de empresa especializada no transporte e destinação final de

resíduos domésticos e da construção civil.

8.13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NETO, J. C. M. Gestão dos Resíduos de Construção e Demolição no Brasil. São Carlos: RiMa, 2005.

PHILIPPI, Jr. A.; AGUIAR, A. O. Capítulo 8. Resíduos sólidos: Características e Gerenciamento. In: Saneamento, Saúde e Ambiente. Fundamentos para um desenvolvimento sustentável. São Paulo: Manole, 2005.

IX PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE CAIXAS DE EMPRÉSTIMO S

9.1 INTRODUÇÃO

O Programa visa implantar medidas e ações ambientais necessárias,

para a recuperação das áreas exploradas, durante a execução das obras da rodovia

com a finalidade de retirada de materiais (solos), para utilização nos aterros (reforço

do sub leito, sub-base e base), considerando os critérios contemplados no mesmo e

as análises obtidas a partir das vistorias realizadas nos locais das explorações.

9.2 OBJETIVOS

O Programa tem por objetivo estabelecer critérios a serem observados

na recuperação das áreas, em conformidade com os cuidados ambientais

necessários e às recomendações contidas na Licença Ambiental, além da garantia

de que as medidas requeridas pelo órgão ambiental no processo de licenciamento

estão sendo efetuadas.

9.3 JUSTIFICATIVA

Caixas de empréstimos são as áreas existentes na faixa de domínio da

rodovia, nas laterais da pista, utilizadas como fonte de recursos de materiais (solos),

para utilização nos segmentos de aterros da plataforma da rodovia, conforme

indicações contidas no Projeto Executivo de Engenharia.

Embora esses empréstimos estejam em conformidade com o volume

necessário para que a plataforma da rodovia atinja as cotas previstas no Projeto

Executivo, e mesmo sendo obtidos das áreas laterais da mesma, internamente à

faixa de domínio, as escavações, com os consequentes alargamentos dos cortes e

modificações da paisagem natural, propiciam a formação de processos erosivos,

decorrentes do caminhamento inadequado das águas pluviais superficiais.

84

Assim, é de fundamental importância que as áreas definidas para

serem exploradas como caixas de empréstimos, após essas explorações e as

conclusões dos serviços de terraplenagem dos segmentos da rodovia, sejam

reconformadas, objetivando manter o fluxo e caminhamento adequados das águas

pluviais, inclusive com a utilização de material retirado na raspagem da camada

vegetal para a implantação da rodovia, como camada de proteção do solo exposto,

atendendo também a segurança e o aspecto paisagístico do Empreendimento.

9.4 METODOLOGIA

Durante a implantação e execução das obras, deverão ser realizadas

vistorias periódicas nas áreas exploradas como caixas de empréstimos e, após a

retirada do material necessário, deverão ser feito acompanhamentos das

recuperações dessas áreas, com a verificação das conformidades com o Estudo

Ambiental, bem como a apresentação de relatórios, contemplando orientações nas

soluções de possíveis problemas observados nessas recuperações, conforme

descrição a seguir:

a) Controle Ambiental durante a Exploração das Área s

� Verificar as autorizações para exploração das áreas e, conferir a

conformidade da exploração, com o estudo ambiental, solicitando

providências da empresa responsável pela execução do empreendimento,

para a solução/correção de possíveis não conformidades na exploração.

� Verificar se as delimitações das áreas estão em conformidade com

projeto executivo de engenharia e, caso ocorra alguma divergência,

solicitar as adequações imediatas à empresa responsável.

� Verificar se a retirada de cobertura vegetal está limitada estritamente a

área de exploração e, caso esse limite não estiver sendo observado,

solicitar providências imediatas para que a empresa responsável corrija

essa limitação.

85

� Verificar e acompanhar a retirada de material, orientando para que essa

retirada não propicie grandes desníveis nessas áreas, que dificultem as

suas recuperações.

� Verificar as explorações e se as soluções de cunho ambiental adotadas,

atendem às necessidades das áreas, fazendo recomendações para o

atendimento às diretrizes ambientais.

� Verificar o cronograma físico de exploração, com a finalidade de verificar

se há a exposição excessiva do solo dessas áreas, provocada pela não

conclusão dos serviços de terraplenagem do segmento da rodovia,

contribuindo para o início de processos erosivos, caso necessário,

solicitar providências para a empresa responsável pela execução das

obras e a redução do período de exploração, com vistas a reconformação

da área explorada.

� Verificar a execução todas as medidas de proteção ambiental, previstas

no Projeto Executivo e solicitadas no Licenciamento Ambiental,

solicitando o cumprimento das mesmas à empresa executora, caso

detecte a sua inobservância.

b) Controle Ambiental ao Término das Obras

� Verificar se as configurações geométricas das áreas das explorações ao

término de suas recuperações estão compatíveis com as áreas

adjacentes, recomendando possíveis correções à empresa responsável

pelo empreendimento.

� Verificar e exigir o reordenamento dos caminhos naturais de fluxo das

águas superficiais como forma de prevenir a formação de processos

erosivos.

� Verificar a recomposição da camada vegetal das áreas exploradas,

solicitando à empresa responsável pelo empreendimento que sejam

efetuados os serviços, em conformidade com as recomendações contidas

no estudo ambiental.

86

� Verificar o cumprimento das medidas mitigadoras propostas para essas

áreas e sugerir eventuais ajustes para a recuperação das mesmas.

� Verificar se todas as medidas mitigadoras previstas no Projeto e

Licenciamento Ambiental foram executadas e, caso sejam necessárias

correções, solicitar providências à empresa responsável pelo

Empreendimento.

9.5 METAS

O Programa tem como meta o controle ambiental durante a

implantação e execução das obras, fase em que são exploradas essas áreas, com a

finalidade de constatar as conformidades nas explorações, bem como detectar

possíveis desvios e orientar sobre as medidas mitigadoras a serem implantadas.

9.6 PÚBLICO ALVO

O público alvo compreenderá os funcionários e demais trabalhadores

nas obras, além dos proprietários ou responsáveis pelas áreas exploradas.

9.7 INDICADORES AMBIENTAIS

Como indicador ambiental deste Programa, deverá ser considerado o

volume de material extraído, em conformidade com o volume previsto no Projeto

Executivo da obra, além da exploração em conformidade com as especificações

ambientais pertinentes.

9.8 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS

Este Programa estará inter-relacionado com todos os outros

Programas apresentados, uma vez que a aplicação efetiva dos Programas e

medidas requeridas pelo órgão ambiental será em função das etapas de construção

da obra.

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A seguir estão descritos os Programas:

� Programa de Gerenciamento Ambiental/Plano de Licenciamento;

� Programa de Monitoramento das Obras;

� Programa de Levantamento do Passivo Ambiental;

� Programa de Monitoramento das Águas Superficiais;

� Programa de Gestão de Resíduos Domésticos e da Construção Civil;

� Programa de Higiene e Segurança do Trabalho;

� Programa de Educação Ambiental.

9.9 ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS

Os requisitos legais deste Programa abrangerá toda a normatização

pertinente aos demais Programas Ambientais apresentados, de forma a atender a

execução dos mesmos em conformidade com a legislação ambiental vigente.

9.10 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O cronograma físico deste Programa acompanhará o cronograma de

execução dos serviços de terraplenagem da obra (Quadro 14 )

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Quadro 14 . Cronograma de execução do Programa de Recuperação de Caixas de Empréstimo.

Atividades a serem realizadas

Etapas de Construção

Ano 1 Ano 2

Meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Implantação do Programa Elaboração de Relatório Parcial Elaboração de Relatório Final

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9.11 RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO, PARCERIAS E CONV ÊNIOS

A empresa construtora deverá ser responsável pela implantação do

Programa apresentado, utilizando-se de equipes próprias ou através de equipes

terceirizadas e especializadas na execução das ações previstas por ele.

9.12 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS

� Um coordenador do Programa de Gerenciamento Ambiental: técnico de

nível superior em áreas afins, que será responsável pelas atividades do

Programa, encaminhamento de solicitações de adequações e melhorias

no sistema implantado.

� Um Engenheiro Civil: responsável pelo acompanhamento e

monitoramento das explorações.

9.13 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: Conceitos e Métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.

FOGLIATTI, M. C.; FILIPPO, S.; GOUDARD, B. Avaliação de Impactos Ambientais – Aplicação aos Sistemas de Transporte. Rio de Janeiro: Interciência, 2004.

ASSUMPÇÃO, L. F. J. Sistema de Gestão Ambiental: manual prático para implementação de SGA e certificação ISSO 14.001. Curitiba, Juriá, 2004.

IX CRONOGRAMA GERAL DE EXECUÇÃO

O cronograma geral de execução nas fases de implantação e

operação da rodovia MS 112, Trecho Três Lagoas – Inocência – Cassilândia, é

apresentado no Quadro 15 .

Quadro 15. Cronograma geral de execução.

Nº Programas Implantação Operação

1 Programa de Gerenciamento Ambiental/Plano de Licenciamento

2 Programa de Monitoramento das Obras 3 Programa de Levantamento do Passivo Ambiental

4 Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais

5 Programa de Higiene e Segurança do Trabalhador durante as Obras

6 Programa de Educação Ambiental 7 Programa de Sinalização Educativa Ambiental

8 Programa de Gestão de Resíduos Domésticos e de Construção Civil

9 Programa de Recuperação das Caixas de Empréstimo