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CUIABÁ MT 2016 UFMT UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA WEB E GOVERNO ELETRÔNICO IDOSOS EM INCLUSÃO DIGITAL E UMA PROPOSTA DE INTERFACE PARA REDES SOCIAIS QUE OS AUXILIE NO ACESSO E CONFIGURAÇÃO DAS OPÇÕES DE PRIVACIDADE QUE ELAS OFERECEM CLEVERSON GILBERTO DE OLIVEIRA QUEIROZ

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CUIABÁ – MT

2016

UF MT

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA WEB E GOVERNO

ELETRÔNICO

IDOSOS EM INCLUSÃO DIGITAL E UMA PROPOSTA DE

INTERFACE PARA REDES SOCIAIS QUE OS AUXILIE NO

ACESSO E CONFIGURAÇÃO DAS OPÇÕES DE

PRIVACIDADE QUE ELAS OFERECEM

CLEVERSON GILBERTO DE OLIVEIRA QUEIROZ

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA WEB E GOVERNO

ELETRÔNICO

IDOSOS EM INCLUSÃO DIGITAL E UMA PROPOSTA DE

INTERFACE PARA REDES SOCIAIS QUE OS AUXILIE NO

ACESSO E CONFIGURAÇÃO DAS OPÇÕES DE

PRIVACIDADE QUE ELAS OFERECEM

CLEVERSON GILBERTO DE OLIVEIRA QUEIROZ

Orientadora: Prof. Dr. LUCIANA CORREIA LIMA

DE FARIA BORGES

Coorientadora: Prof. Dr. PATRICIA CRISTIANE DE

SOUZA

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Engenharia Web e Governo

Eletrônico do Instituto de Computação da

Universidade Federal de Mato Grosso, como

requisito para conclusão do Curso de Pós-

Graduação Lato Sensu em Engenharia Web e

Governo Eletrônico.

UF MT

CUIABÁ – MT

2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA WEB E GOVERNO

ELETRÔNICO

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

TÍTULO: IDOSOS EM INCLUSÃO DIGITAL E UMA PROPOSTA

DE INTERFACE PARA REDES SOCIAIS QUE OS AUXILIE NO

ACESSO E CONFIGURAÇÃO DAS OPÇÕES DE PRIVACIDADE

QUE ELAS OFERECEM

AUTOR: CLEVERSON GILBERTO DE OLIVEIRA QUEIROZ

Aprovada em 01/12/2016

___________________________________________________

Prof. Dra. LUCIANA CORREIA LIMA DE FARIA BORGES

IC/UFMT

(Orientadora)

____________________________________________________

Prof. Dra. PATRICIA CRISTIANE DE SOUZA

IC/UFMT

(Coorientadora)

____________________________________________________

Prof. Dr. NELCILENO VIRGÍLIO DE SOUZA ARAÚJO

IC/UFMT

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é propor uma interface para redes sociais que possa

exibir de forma clara as opções de privacidade para pessoas idosas e que está interface

possa os ajudar na configuração dessas opções. Com a população brasileira e mundial

envelhecendo são necessários estudos a respeito de como recomendações de usabilidade,

acessibilidade e técnicas de ensino para inclusão digital podem auxiliar a este grupo de

usuários idosos a ter segurança mantendo a privacidade no compartilhamento de suas

informações. A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica, assuntos referentes a

privacidade digital, privacidade em redes sociais, recomendações de acessibilidade e

usabilidade web para idosos foram abordados. Foi realizada uma pesquisa de campo,

através de um questionário digital foi possível quantificar se um grupo de idosos que

estavam passando por um curso de inclusão digital faziam uso de alguma rede social

(WhatsApp, Facebook, Google+, etc.) e se eles tem conhecimento das opções de

privacidade e dos termos de uso das redes sociais citadas, este questionário procurou saber

também se este grupo de idosos sabe configurar as opções de privacidade que os

aplicativos citados oferecem. Finalmente, foram propostas melhorias pelas respostas ao

questionário e por recomendações de acessibilidade e usabilidade para idosos, estas

melhorias podem ser efetuadas nas interfaces que disponibilizam as opções de

privacidade podendo trazer maior autonomia e clareza ao usuário idoso na configuração

de sua privacidade em redes sociais.

Palavras-chave: inclusão digital, privacidade, redes sociais, idosos, acessibilidade, usabilidade.

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SUMÁRIO

RESUMO 4

SUMÁRIO ............................................................................................................................................ 5

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................... 6

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................................... 7

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 8

1.1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 11 1.2 INCLUSÃO DIGITAL ........................................................................................................... 12

1.2.1 INCLUSÃO DIGITAL NO BRASIL ................................................................................ 13

ACESSIBILIDADE E USABILIDADE PARA IDOSOS .................................................................. 17

2.1 ACESSIBILIDADE ........................................................................................................................... 17 2.2 USABILIDADE ............................................................................................................................... 19 2.3 USABILIDADE APLICADA A ACESSIBILIDADE ................................................................................. 19 2.4 ACESSIBILIDADE E USABILIDADE PARA IDOSOS ........................................................................... 20

PRIVACIDADE .................................................................................................................................. 27

3.1 PRIVACIDADE DIGITAL ................................................................................................................. 28 3.2 PRIVACIDADE X REDES SOCIAIS .................................................................................................... 31

TRABALHOS RELACIONADOS .................................................................................................... 35

4.1 QUEM MEXEU NO MEU FACE? USO E PERCEPÇÕES DE SEGURANÇA NO FACEBOOK, POR CRIANÇAS E

ADOLESCENTES .......................................................................................................................................... 35 4.2 FACEBOOK AND ONLINE PRIVACY: ATTITUDES, BEHAVIORS, AND UNINTENDED CONSEQUENCES - FACEBOOK E

PRIVACIDADE ONLINE: ATITUDES, COMPORTAMENTOS E CONSEQUÊNCIAS INESPERADAS ......................................... 36

PESQUISA ........................................................................................................................................ 38

5.1 DADOS DA PESQUISA ................................................................................................................... 40 5.1.1 QUESTÕES 1 E 2.................................................................................................................. 40 5.1.2 QUESTÃO 3 ......................................................................................................................... 41 5.1.3 QUESTÕES 4, 5 e 6 .............................................................................................................. 42 5.1.4 QUESTÃO 7 ......................................................................................................................... 45

INTERFACE PROPOSTA ................................................................................................................ 47

6.1 CADASTRO E TERMOS DE USO ..................................................................................................... 48 6.2 CONFIGURAÇÕES DAS OPÇÕES DE PRIVACIDADE ........................................................................ 49

CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 55

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 57

APÊNDICE A QUESTIONÁRIO ELABORADO PARA A PESQUISA. ...................................................... 60

APÊNDICE B RESPOSTAS EFETUADAS AO QUESTIONÁRIO. ........................................................... 63

ANEXO A CRONOGRAMA DE AULAS JCI ......................................................................................... 64

ANEXO B FORMULÁRIO DE CONFIGURAÇÕES GOOGLE+ ............................................................... 65

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Uso da Internet por pessoas idosas ........................................................................... 11

Figura 2 - Uso do computador por grau de instrução ................................................................. 14

Figura 3 - Uso do computador por Casse Social ........................................................................ 14

Figura 4 - Uso do computador por região ................................................................................... 15

Figura 5 - Uso do computador por faixa etária ........................................................................... 15

Figura 6 - Proporção de idosos por região. ................................................................................ 17

Figura 7 - Quantidade de interfaces a serem acessadas até o acesso aos termos de uso e a privacidade no aplicativo WhatsApp .................................................................................. 20

Figura 8 - Menu de um aplicativo para dispositivos móveis onde o ícone é relacionado ao conteúdo ............................................................................................................................. 22

Figura 9 - Menu de opções Google+ .......................................................................................... 23

Figura 10 - Menu de opções YouTube........................................................................................ 23

Figura 11 - Menu com opções de configuração de privacidade da de social Google+ .............. 24

Figura 12 - Círculos Concêntricos de Hubman (apud Ferreira, Pacheco e Sousa 2016). ......... 27

Figura 13 - Publicação de um usuário de uma rede social. ........................................................ 30

Figura 14 - Alunos em aula de inclusão digital na JCI ................................................................ 39

Figura 15 - Porcentagem dos participantes que responderam ao questionário ......................... 41

Figura 16 - Porcentagem dos participantes que possuem conta em redes sociais ................... 41

Figura 17 - Porcentagem dos participantes que responderam conhecer os termos de uso referente à rede social a qual tem cadastro ....................................................................... 42

Figura 18 - Porcentagem dos participantes que efetuou a leitura dos temos de uso referente à rede social a qual tem cadastro ......................................................................................... 43

Figura 19 - Porcentagem dos participantes que consegue configurar a privacidade de suas informações nas redes sociais a qual tem cadastro .......................................................... 44

Figura 20 - Porcentagem dos participantes que responderam como gostariam de ser auxiliados por uma rede social na configuração do compartilhamento de suas informações ............ 45

Figura 21 - Interface para cadastro e acesso aos termos de uso .............................................. 48

Figura 22 - Interface para apresentação de um vídeo onde é descrito como pode ser configurado o compartilhamento de informações nesta rede social .................................. 49

Figura 23 - Interface onde o usuário pode escolher quem pode visualizar suas publicações ... 50

Figura 24 - Interface indicando o sucesso nas configurações feitas e os atalhos ..................... 51

Figura 25 - Atalhos para as opções de privacidade do aplicativo WhatsApp ............................. 52

Figura 26 - Opções de privacidade do aplicativo WhatsApp ...................................................... 52

Figura 27 - Termos de uso dividido em tópicos .......................................................................... 53

Figura 28 - Demonstração de pop-up após o clique em um item ............................................... 54

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CCT Conselho de Ciência e Tecnologia

CDI Comitê para a Democratização da Informática

CETIC Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da

Comunicação

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC Instituto de Computação

JCI Junior Chamber International

NSA Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos

OMS Organização Mundial de Saúde

ONG Organização Não Governamental

TIC Tecnologias de Informação e Comunicação

UFA Universidade Federal do Acre

UFMT Universidade Federal de Mato Grosso

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

WCAG 2.0 Web Content Accessibility Guidelines 2.0

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1

INTRODUÇÃO

Impedimentos que podem ser em decorrência do ainda baixo nível de escolaridade

no Brasil e outras dificuldades impostas em consequência do avanço da idade podem

representar um grande empecilho no uso integral de computadores.

Com a população cada dia mais idosa, alguns podem procurar aprender a navegar

na Internet, mas especificamente por redes sociais, para se manterem mentalmente ativos

ou mais próximos a seus familiares após a aposentadoria.

Neste sentido, pode ser necessário um ensino voltado para este público e ainda,

por parte dos projetistas de software, a simplificação das interfaces para maior clareza na

disponibilização de informações e serviços ao usuário idoso, principalmente serviços que

podem influir na segurança de seus dados.

Recomendações de acessibilidade e usabilidade devem ser consideradas no

desenvolvimento de interfaces que possibilitem o proveito das habilidades que estes

idosos já possuem. Interfaces que se utilizam destas recomendações podem preveni-los

de eventuais problemas acarretados pelo compartilhamento de informações feito sem os

devidos cuidados.

Desta forma este trabalho tem como objetivo geral contribuir com melhorias em

como as opções de privacidade e termos de uso de alguns aplicativos sociais (WhatsApp,

Facebook, Google+, etc.) são disponibilizados aos seus usuários, principalmente os

idosos, sendo este o público alvo deste trabalho.

Este trabalho tem como objetivo especifico propor uma interface para redes

sociais que possa exibir de forma clara as opções de privacidade para pessoas idosas, e

que está interface os ajude na configuração dessas opções.

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A metodologia usada na dissertação foi a revisão bibliográfica de alguns livros e

artigos que abordassem o tema inclusão digital, privacidade digital, privacidade em redes

sociais e recomendações de acessibilidade e usabilidade para idosos.

Uma pesquisa de campo foi realizada com alunos idosos que frequentavam um

curso de inclusão digital idealizado pela Junior Chamber International (JCI), localizada

na cidade de Londrina/PR.

Na pesquisa realizada através de questionário digital enviado aos alunos desta

instituição foi possível realizar um levantamento quantitativo de quais redes sociais os

alunos faziam uso naquele momento. O questionário ainda levantou quantitativamente se

os alunos têm conhecimento dos termos de uso, opções de privacidade e configuração

destas que são oferecidas pelas redes sociais.

Por este questionário os alunos também opinaram sobre sugestões que propõem

pequenas alterações nas interfaces, estas alterações podem ajuda-los a ter maior

capacidade de se guiar pelas opções de privacidade que podem ser complexas para o

público idoso.

Este trabalho está dividido em cinco partes.

No capítulo 1 foi efetuada uma apresentação de dados quantitativos quanto ao uso

da Internet no Brasil, também foi efetuada a contextualização do tema inclusão digital e

a sua situação atual.

No capítulo 2 foram abordados temas referentes a recomendações de usabilidade

e acessibilidades para idosos, neste capítulo ainda foram feitas análises sobre os

aplicativos que obtiveram maior menção no questionário considerando as recomendações

descritas.

No capítulo 3 foi abordado o tema privacidade, privacidade digital e privacidade

em redes sociais. Foi contextualizada o significado do termo privacidade e a mudança

deste com o passar do tempo até ele ser empregado em meio digital, onde o grande

compartilhamento de informação desencadeou discussões projetos leis que tratam da

invasão de privacidade digital.

Este capítulo foi finalizado com o tema privacidade em redes sociais, perigos

quanto a superexposição de informações, os controles que as redes sociais oferecem para

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controlar a disponibilização de informações (opções de privacidade) e a complexidade

dos termos de uso.

No capítulo 4 foram disponibilizados os dados da pesquisa efetuada por

questionário digital com usuários idosos que estavam passando por um curso de inclusão

digital, os dados foram contextualizados e serviram de suporte para a desenvolvimento

das interfaces.

Por fim, no capitulo 5 foram propostas interfaces que podem ser usadas por

aplicativos sociais que são o objetivo principal deste trabalho.

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1.1 APRESENTAÇÃO

A comodidade, conveniência de trabalhar e obter produtos e serviços, conversar

com amigos de longa data que pode estar longe sem precisar sair de casa estão trazendo

cada vez mais adeptos a Internet, pode-se estar conectado em tempo integral e ter acesso

à Internet em ônibus, metrô, caminhando ou no trânsito.

O Brasil tem uma população de 204 milhões de pessoas das quais 110 milhões

tem acesso à Internet. Desses 110 milhões, 96 milhões (47% da população total), têm

perfis em redes sociais, 276 milhões tem celular (densidade de 135%) e 78 milhões (38%

do total da população) acessam seus perfis por meio de dispositivos móveis

(PROXXIMA).

Apesar do acesso aos computadores em sua grande maioria ser realizado por

pessoas mais jovens, dados demonstram (CETIC.BR 2015) um crescente uso destes

dispositivos por pessoas idosas, pessoas estas que podem não estar preparadas para as

adversidades que possam ocorrer quanto à disponibilização de informações sem o devido

cuidado.

Figura 1 - Uso da Internet por pessoas idosas

Com a população envelhecendo e se interessando por dispositivos tecnológicos e

redes sócias, podem ser estes os meios encontrados por este público para fugir da possível

solidão e monotonia que o avanço da idade possa trazer, porém cuidados quanto à

privacidade das informações na Web devem ser previamente tomados.

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A usabilidade/acessibilidade das aplicações Web e o aprendizado da utilização

destas aplicações podem ajudar este grupo a ter mais independência diante dos

dispositivos tecnológicos.

Rondelli (apud Neves e Gomes 2008) define que oportunidades devem ser criadas

de acordo com o cotidiano do indivíduo, empregadas e estar acessíveis a este

independente de qualquer que seja a sua dificuldade.

Mas, infelizmente algumas aplicações Web podem não ser muito amigáveis ao

público idoso que necessita de maior atenção por ter menor ou nenhuma experiência no

uso destas aplicações, o avanço da idade pode contribuir com fatores que dificultam a sua

interação com aplicações Web menos acessíveis.

1.2 INCLUSÃO DIGITAL

Os primeiros estudos sobre o tema abordavam apenas o ponto de vista técnico da

inclusão digital, ou seja, para passar a ser incluído bastaria apenas o acesso a

computadores estando este conectado à Internet.

Estudos mais detalhados sobre o tema discordam desta abordagem, Silveira (apud

Neves e Gomes 2008) define que a inclusão digital pode ser definida em seis aspectos:

acesso à Internet, e-mails e acesso a instrumentos que auxiliem no uso da rede, acesso a

produção de conteúdo (suporte para que o indivíduo não se torne apenas um recebedor de

informação) e o desenvolvimento de ferramentas e sistemas voltados às comunidades.

Numa sociedade moderna, com a maioria das atividades econômicas e culturais

sendo migrada para a Internet (apud Neves e Gomes 2008), a inclusão digital pode

promover o desenvolvimento intelectual e cultural do cidadão sendo que o acesso as

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) devem fazer parte da rotina diária do

indivíduo. Consequentemente o ambiente de convívio do indivíduo deve ser considerado

no momento do ensino, seus costumes e sua cultura devem fazer parte da prática de

inclusão digital.

O indivíduo que passa por esta nova técnica que considera o seu ambiente de

convívio durante o aprendizado pode tirar proveito das tecnologias de informação mais

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rapidamente, ele poderá efetuar e agregar mais tarefas diárias que antes eram feitas sem

a ajuda da Internet.

A alfabetização também é um ponto importante para que o usuário possa

interpretar o conteúdo que é retornado pelas páginas da Internet, no entanto existe a

necessidade de que as aplicações Web sejam mais acessíveis para o grupo de pessoas

idosas que está crescendo.

Com aplicações Web mais acessíveis à possibilidade de erros que possam ocorrer

com usuários menos experientes é reduzida, com uma menor quantidade de erros o

usuário idoso pode se sentir mais satisfeito com o sistema sendo assim evitada as

frustrações e a criação de barreiras por parte do usuário.

1.2.1 INCLUSÃO DIGITAL NO BRASIL

Levando-se em conta o contexto brasileiro que ainda possui alta desigualdade

social, organizações não governamentais (ONGs), movimentos sociais, sindicatos,

associações de bairro, universidades, passaram a cooperar na inclusão digital com a

criação de telecentros.

Telecentros gerenciadas por ONGs como o Comitê para a Democratização da

Informática (CDI) que tem um diferencial em relação às outras quanto à inclusão digital.

Seu objetivo é de promover a inclusão social e digital através da técnica freireana1. Nesta

técnica os alunos são encorajados a identificar os problemas de suas comunidades e a

utilizar as TIC como ferramenta para resolvê-los.

Dados do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da

Comunicação (CETIC) apontam para o crescimento do acesso à internet a partir da

residência do usuário, isto pode ser explicado em parte, pelo aumento da renda e

consequente mudança de classe social, ações públicas para a informatização da população

e venda de equipamentos como computadores.

1A teoria de Paulo Freire consiste numa proposta para a alfabetização de adultos desenvolvida pelo educador Paulo Freire

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Figura 2 - Uso do computador por grau de instrução

O uso de computadores por pessoas com maior grau de instrução pode ser mais

significativo, em alguns casos o grau de estudo pede habilidades proporcionais no

manuseio de dispositivos eletrônicos.

A pesquisa ainda aponta que o uso de computadores no Brasil é feito em maior

parte por pessoas das classes A e B, sendo estas detentoras de recursos financeiros mais

abundantes que as classes C, D, E.

Figura 3 - Uso do computador por Casse Social

Dados da Internet World Stats apontam que em junho de 2016, o Brasil possuía

mais de 139 milhões de usuários de internet, ou seja, 67,5% dos atuais 206 milhões de

habitantes em nosso país.

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Figura 4 - Uso do computador por região

Observamos na Figura 4 que ainda existe um grande acesso a computadores nas

regiões mais ricas do país, podemos observar na Figura 5 um grande acesso a

computadores pelo público mais jovem (16 a 24 anos) sendo o acesso a computadores

vem crescendo no público idoso.

Figura 5 - Uso do computador por faixa etária

Um dos fatores para o maior número de acesso a computadores por pessoas mais

jovens pode ser o fato destes já terem nascido no decorrer da sociedade da informação,

em um tempo onde o desenvolvimento tecnológico está em seu auge e o acesso a

computadores foi facilitado. Alguns idosos podem ter nascido antes ou no início do

desenvolvimento dos primeiros computadores sendo o uso deste dispositivo não tão

importante e também não popular, o que pode explicar o menor uso por este público.

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Selwin (apud Santarosa, Vieira 2009) também destaca que a causa para idosos

não fazerem uso de computadores é a não identificação da necessidade de uso desde

recurso, muitos idosos não fazem uso da tecnologia por não estarem motivados para tanto.

O receio por estar interagindo com algo novo pode ser uma barreira criada pela

inexperiência, idosos viveram a maior parte de suas vidas sem os recursos tecnológicos,

está ausência inicial pode lhes causar desinteresse (Santarosa, Vieira 2009).

Outra questão é a volatilidade existente na sociedade da informação, novos TIC

são lançados ou atualizados com mais frequência, as diferenças entre o antigo e o novo

são cada vez mais evidentes e os idosos podem ter dificuldades em acompanhar estes

ciclos.

Aplicações Web mais acessíveis e interativas aos idosos podem ajuda-los a ter

mais autonomia reduzindo o receio e, possivelmente, acelerar o aprendizado dos que estão

em inclusão digital, isto pode resultar na possibilidade destes idosos poderem acompanhar

esta rápida convergência tecnológica.

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2

ACESSIBILIDADE E USABILIDADE PARA IDOSOS

A inclusão digital está relacionada a acessibilidade, pois ambas buscam melhorar

a qualidade de vida das pessoas com deficiências, possibilitando as condições de acesso

a todos os lugares, seja físico ou virtual (UFA, 2014).

2.1 ACESSIBILIDADE

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como idoso todo o indivíduo

com idade maior ou igual a 60 anos.

Dados Síntese dos Indicadores Sociais 2015, divulgada pelo IBGE, demonstram

o crescimento de idosos nos últimos 10 anos, conforme demonstrado pela Figura 6. O

crescimento de idosos pode ser explicado por avanços significativos na medicina e na

qualidade de vida como um todo (IBGE 2015).

Figura 6 - Proporção de idosos por região.

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Segundo Freitas, este aumento da população idosa é uma tendência mundial e a

população de idoso segundo os indicadores continuará a aumentar em escala mundial.

A aposentadoria e novas rotinas podem ser desgastante para alguns idosos,

Azevedo (2002) destaca que a aposentadoria pode ser um fator de desequilíbrio

emocional que pode leva-lo a depressão.

A interatividade proporcionada pelas Internet pode ajudar a estes idosos a se

manterem com a mente em atividade e as redes sócias podem aproximá-los de seus

amigos e familiares.

Segundo Eilers (1989) destaca que o uso dos computadores pelo idoso pode

melhorar significativamente sua estima, habilidade mental e relacionamento pessoal.

Através das redes sociais o idoso pode interagir com diversas outras pessoas,

conversar, jogar e publicar os mais diferentes tipos de conteúdo, porém questões

especificas de acessibilidade precisam ser atendidas para que este grupo possa aproveitar

com segurança o que as redes sociais têm a oferecer.

Segundo Macedo (apud De Macedo, Pereira 2009), acessibilidade na Web tem

como objetivo oferecer as mesmas oportunidades de interação com a informação

disponível, independentemente de dificuldades físicas usuário.

Em outras palavras, a acessibilidade na Web deve oferecer autonomia para todos

os seus usuários, considerando os usuários idosos o conteúdo de uma página Web deve

ser acessível a eles sem que este tenha que se preocupar com suas limitações, facilitando

a realização de tarefas.

A Web Content Accessibility Guidelines 2.0 (WCAG 2.0) dispõe de alguns

princípios que guiam os desenvolvedores e projetistas na criação de página Web mais

acessíveis a idosos.

Um dos princípios dizem respeito a percepção, a informação e os componentes da

interface tem de ser apresentados ao usuário em formas que ele possa perceber.

A disponibilização de conteúdo deve ser clara ao usuário idoso, sendo que a sua

percepção pode perder a eficiência com o passar dos anos.

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2.2 USABILIDADE

A usabilidade está ligada ao quanto uma aplicação pode ser satisfatória, esta pode

estar associada às características do usuário podendo este acessar e usar as

funcionalidades facilmente com poucos erros.

De acordo com uma das heurísticas de Nielsen (1995), é recomendado que um

software seja tão fácil de usar (intuitivo) que ele não precise de ajuda e documentação, a

aplicação deve favorecer o reconhecimento de suas funções e não a lembrança delas.

Como resultado da interação com interfaces desenvolvidas embasadas em

recomendações de usabilidade tem-se a redução de erros, a perspectiva do usuário quanto

à interface é ampliada com a redução da carga de trabalho e também a um aumento na

sua concentração durante a execução de tarefas.

Idosos em sua grande maioria podem apresentar dificuldades de cognição e/ou

fisiológicas, sendo assim, eles são considerados portadores de necessidades especiais (De

Macedo, Pereira 2009).

Usuários idosos alheios a computadores e Internet quando em contato com

interfaces pouco usáveis, podem se desmotivar em um primeiro momento com os erros

que possam acontecer. Aplicações pouco usáveis podem causar a criação de barreiras e

outras frustações nestes usuários, estas barreiras podem fazer com que o usuário idoso

entenda erroneamente que não é capaz de interagir com tal aplicação ou dispositivo.

2.3 USABILIDADE APLICADA A ACESSIBILIDADE

A usabilidade aplicada na acessibilidade vem para possibilitar o acesso que seja

satisfatório para usuários idosos na Web, para este público pode não bastar à aplicação

Web ser apenas acessível as suas dificuldades, a aplicação também pode ser

proporcionalmente usável.

Segundo Queiroz (2006), não basta apenas tornar as páginas Web mais acessíveis,

é necessário que sua lógica de navegação seja igualmente trabalhada tornando-a mais

rápida, confortável e eficiente a todos.

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Os conceitos de usabilidade e acessibilidade complementam-se com objetivo de

tornar a Web acessível e usável aos usuários idosos.

2.4 ACESSIBILIDADE E USABILIDADE PARA IDOSOS

Considerando algumas recomendações de usabilidade e acessibilidade em

aplicações Web para pessoas idosas, foi efetuada a análise de alguns aplicativos citados

no questionário digital (Capitulo 4).

Um dos aplicativos citados foi o mensageiro WhatsApp, em sua tela inicial a

aplicação não possui um indicativo claro onde pode ser encontrada as configurações de

privacidade ou o conteúdo de seus termos de uso.

Figura 7 - Quantidade de interfaces a serem acessadas até o acesso aos termos de uso e a privacidade no aplicativo

WhatsApp

Na Figura 6 observa-se por quantas interfaces o usuário deste aplicativo deve

passar até chegar às configurações de privacidade e aos termos de uso, sendo necessária

conexão com a Internet para a sua leitura.

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Em um primeiro contato do usuário idoso com esta aplicação, algumas opções

podem passar despercebidas por estes usuários pela falta de clareza em sua localização,

pedindo a eles um grau de percepção que pode não existir naquele momento.

Através do uso continuo da aplicação o usuário pode se acostumar com a interface,

percorrer o caminho e localizar um serviço requerido no momento através da lembrança

de outros usos (interações) efetuadas.

De acordo com Prates e Barbosa (2007), uma interface com boa comunicabilidade

permite que o usuário formule um modelo mental das funcionalidades da aplicação

compatível com o do projetista, o uso de analogias com artefatos familiares ao usuário

pode contribuir para o entendimento da interface projetada.

Em outras palavras, uma boa comunicabilidade indica se o usuário do sistema

consegue entender qual o objetivo do sistema e para que servem os seus serviços

disponíveis, este entendimento do usuário deve estar de acordo ao que foi imaginado

pelos projetistas.

Para o desenvolvimento de interfaces para usuários idosos o uso de links em meio

ao conteúdo da página deve ser moderado ou evitado, os links podem ocasionar a

aberturas de várias outras páginas o que ocasiona desgaste na carga perceptiva e cognitiva

do idoso.

De acordo com Cybis et al. (2007), a capacidade de trabalho, cognição e

percepção do idoso deve ser respeitada, diminuindo o número de páginas que o idoso

deve acessar sua carga de trabalho e a possibilidade de ocorrências de erros e reduzida.

A quantidade de interfaces que deve ser acessada para ter acesso a uma

funcionalidade especifica pode tornar o uso da aplicação confusa para usuários idosos,

nas fases iniciais de elaboração do trabalho isto ficou claro em conversa com uma pessoa

idosa que fazia uso da aplicativo WhatsApp.

Ela não soube responder e demonstrar como realizava as configurações das

opções de privacidade no aplicativo respondendo que neste caso os filhos configuravam

estas opções e apenas eles a ensinavam caso ela necessita-se de alguma ajuda, ela também

não soube responder para que serviam as opções de privacidade que o aplicativo oferecia

no momento.

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O uso de imagens análogas ao que a opção do menu se propõe a fazer pode ser

uma boa estratégia para auxiliar os usuários menos experientes na interação com o

aplicativo.

Figura 8 - Menu de um aplicativo para dispositivos móveis onde o ícone é relacionado ao conteúdo

Cybis et al. (2007) recomendam que o uso de ícones em uma interface deve

permitir ao usuário a sua identificação, o ícone deve ser simples e de conhecimento prévio

do usuário.

O ícone deve ser logicamente associado ao que se propõe a realizar na aplicação

também sendo considerada a sua legenda, ícones devem estar em um tamanho satisfatório

para que o idoso possa identificá-los e associar a imagem a sua função, tais informações

podem ajudar pela navegação na página por pessoas idosas.

Segundo Cybis et al. (2007), interfaces Web com fundo brilhante pode ofuscar a

visão dificultando a visualização das informações contidas na página.

As cores das páginas podem influir na qualidade de interação que uma pessoa

idosa venha a ter com uma aplicação Web, o contraste entre as cores de fundo da página

e as letras contidas nesta devem ser inversamente proporcionais evitando cores brilhantes

para o fundo da página Web, isto pode contribuir com a visualização das informações e

reduzir o desgaste da visão da pessoa idosa.

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Na Figura 9 podemos observar um exemplo de design

minimalista do menu lateral da rede social Google+. Um

aplicativo Web com design minimalista contém somente o

necessário para o seu funcionamento de forma concisa, simples e

eficaz.

Uma pessoa com uma boa visão e percepção consegue

diferenciar a cor de fundo e a cor das letras, porém o usuário idoso

que possui dificuldades visuais pode encontrar problemas em

definir estas cores e, consequentemente, problemas em enxergar

o que está escrito no menu.

O problema de cores semelhantes entre as letras do menu

e o fundo da página é contornado com um clique em um item do

menu. Após o clique, o título muda de cor e ganha um maior

contraste, isto pode auxiliar na definição e visualização dos títulos

do menu.

Porém, o usuário idoso teria que clicar em cada um dos títulos para poder

identificar a ação que este item pode realizar. Este procedimento de “clicar, clicar, clicar”

pode trazer insatisfação ao usuário idoso com a aplicação Web podendo fazer com que

este usuário deixe de usá-lo.

Uma boa solução que poderia ser adotada por esta rede

social é a mesma que foi adotada pelo YouTube. Ao passar o

mouse por algum dos itens do menu, a cor de fundo do item

muda automaticamente e ganha um maior contraste, o clique é

necessário apenas para a visualização do conteúdo e das funções

referentes ao item clicado.

Na Figura 10 temos uma imagem do menu de opções do

YouTube que exemplifica o que foi dito acima, mas em nenhum

dos dois menus foi encontrado explicitamente um item desse

referência as opções de privacidade e os termos de uso.

Figura 9 - Menu de opções

Google+

Figura 10 - Menu de opções

YouTube

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No primeiro contato com a aplicação a demonstração explicita pode ajudar o

usuário a conhecer a existência destas opções, a falta de clareza pode fazer com que o

usuário leve algum tempo para descobrir a existência e o objetivo de uma determinada

função da aplicação.

Segundo Dias (2007), argumentos em uma ordem lógica e a utilização de uma

linguagem clara e simples pode proporcionar uma comunicação eficaz com o usuário

idoso.

O entendimento de algumas pessoas quanto ao que está escrito deve ser

considerado, em locais onde a qualidade na educação ainda é problemática, escrever o

texto em uma linguagem simples a qual o usuário possa entender é importante e em se

tratando de idosos esta linguagem deve ser clara e direta.

A rede social Google+ faz uso da frase “Seus Círculos” para identificar um grupo

de pessoas que podem estar conectadas entre si pela rede social, existe ainda a opção de

“Círculos Estendidos”.

Figura 11 - Menu com opções de configuração de privacidade da de social Google+

Os termos “Seus Círculos” e “Círculos Estendidos” fazem analogia a grupos, os

usuários neste grupo têm autorização para visualizar informações publicadas. Olhando

para a Figura 11 observa-se o uso dos termos na lista do lado direito, para uma pessoa

acostumada a navegar pela Internet e com uma boa experiência em redes sociais a

analogia entre círculos e grupos pode ser entendida claramente, mas para usuários idosos

pode não ser bem assim.

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Está analogia pode não ser entendida pelo usuário idoso, isto pode leva-lo a

configurar esta opção de um modo que ele não entende resultando em possíveis brechas

para a invasão de privacidade por pessoas desconhecidas em seus grupos.

Nesta rede social existem várias opções de configuração (Anexo B), uma

quantidade muito alta de opções no formulário, e ainda ao clicar no link “Saiba Mais” o

usuário e redirecionado para outra interface com uma quantidade grande de informações

que explicam a funcionalidade. Textos extensos podem causar desorientação em alguns

usuários idosos, por que exigem muito de sua carga perceptiva e trabalho na visualização

das letras.

De acordo com Disney (apud Chambel, Guimarães 2000), os desenhos animados

podem dar vida a qualquer coisa, podem entrar em uma máquina complexa, explicar o

seu funcionamento com uma clareza impossível em qualquer outro meio.

Vídeos podem ser usados para explicar ao usuário a funcionalidade de uma tarefa

que aplicação se propõe a realizar e diferente da leitura onde é necessário que o usuário

interprete o que está lendo, a tecnologia audiovisual também necessita que o usuário

entenda o que está vendo, mas a riqueza de movimento e cores disponibilizados pelos

vídeos podem contribuir com a acessibilidade das aplicações Web.

Nas aplicações WhatsApp, Google+ e YouTube não foram encontrados vídeos ou

áudios de auxílio a usuários com mais com algum tipo de deficiência, como a grande

maioria, estas aplicações ainda fazem uso do texto que devem ser lidos e interpretados

pelo usuário.

Segundo Dias (2007) o mapa de navegação pode possibilitar um aumento na

possibilidade de um usuário encontrar com mais facilidade aquilo que está procurando.

A disponibilização de um mapa de navegação em aplicações Web também é

recomendada e pode representar um recurso importante contra a desorientação que o

usuário idoso possa possivelmente ter no uso da aplicação, os mapas de navegação

funcionam como atalhos que podem agilizar o acesso às funcionalidades da aplicação.

O uso de técnicas de usabilidade e acessibilidade no desenvolvimento de

aplicações Web é de fato necessário, especificamente para dar um maior apoio a pessoas

idosas quando em uso de redes sociais.

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As aplicações Web como WhatsApp, YouTube e Google+ não dispõem de um

mapa de navegação e se oferecem este recurso o mesmo não foi disponibilizado de forma

clara, as recomendações descritas podem ser o principal ponto de sucesso dessas redes

quanto à satisfação de seus usuários.

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3

PRIVACIDADE

Segundo Rodotà (apud Ferreira, Pacheco e Sousa 2016) o conceito de privacidade

é mutável, a privacidade era definida como o "direito a ser deixado só".

O significado do termo privacidade passou por mutações ao passar dos anos, assim

como a inclusão digital era vista apenas de pontos técnicos a privacidade também, em

seus primórdios, tinha em seu significado somente o ponto de vista do indivíduo.

Figura 12 - Círculos Concêntricos de Hubman (apud Ferreira, Pacheco e Sousa 2016).

Teoria dos círculos concêntricos de Hubman (apud Ferreira, Pacheco e Sousa

2016), onde o círculo correspondente à vida privada e envolto pela vida pública que não

possui restrição às informações compartilhadas.

Segundo Doneda (apud Ferreira, Pacheco e Sousa 2016), o direito à privacidade

era especifico para a burguesia, focando na proteção de celebridades, mas o seu sentido e

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escopo foram ampliados em decorrência da evolução do Estado no século XX e evolução

tecnológica passando assim a atender todas as esferas da sociedade.

Os conceitos e definições acerca da privacidade foram ampliados em decorrência

da evolução dos TIC, esta evolução permitiu que uma pessoa comum possa compartilhar

qualquer informação através da Internet. Novas questões surgem quando abordamos a

privacidade quanto a informações disponíveis na Internet.

O compartilhamento, alteração ou destruição de informações que não foram

autorizadas pelo proprietário da informação pode ser considerada invasão de privacidade.

No Brasil, a justiça vê a privacidade com objetivo de proteger o cidadão de uma

série de acontecimentos que possam interferir na vida privada, familiar, doméstica e

combate a comunicação de informações embaraçosas relativas à intimidade e o envio e

recebimento de dados em segredo profissional.

O direito à privacidade é citado na Constituição Federal do Brasil sendo este um

direto fundamental ao cidadão, sendo assim, é parte integrante de um conjunto de

direitos considerados essenciais para o ser humano em uma determinada sociedade.

Todavia, pode-se dizer que o conceito de privacidade ainda está exposto a

mudanças do seu entendimento de acordo com a cultura e costumes de um povo, sendo

ainda vinculada as TIC se tendência que o seu conceito continue evoluindo com o passar

do tempo e evolução tecnológica.

3.1 PRIVACIDADE DIGITAL

Segundo Barbosa (apud Ferreira, Oliveira 2013), muitos são os benéficos no uso

da Internet, mas compartilhamento irrestrito de informações pessoais pode produzir riscos

ao usuário.

A falta de conhecimento de alguns usuários sobre a privacidade de suas

informações na Internet pode ser explicada pela falta de importância dada a este tema. No

início, na rede social Orkut era inexistente algumas opções de configuração de

privacidade do usuário, principalmente fotos e publicações poderiam ser visualizadas por

qualquer outro usuário da rede.

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Com problemas cada vez mais recorrentes da invasão de privacidade em meio

digital, o Orkut, agora sob o comando da Google, mudou sua política de privacidade

agregando opções de privacidade mais rígidas sobre a visualização do que era

compartilhado por outro usuário.

Com o tema sendo discutido pela mídia e por órgãos gestores, leis e ações foram

tomadas pelos meios públicos para combater a invasão de privacidade em meio digital.

De acordo com Lima (2014), no Brasil, o Marco Civil da Internet mesmo tendo

cunho cível é um importante aliado contra crimes digitais, ele ajuda na investigação de

forma que a Internet passara a ser um local menos contrário a atuação do Estado, Maciel

(2012) complementa dizendo que a legislação deve estabelecer limites e

responsabilidades quanto à guarda e armazenamento dos dados dos usuários pelos

provedores.

A partir disto, o Estado poderá ser mais atuante e ações poderão ser tomadas mais

rapidamente contra os crimes que ocorrem com o auxílio da Internet, questões de interesse

público em relação à proteção, guarda e compartilhamento de informações foram

discutidas neste projeto.

De acordo com a Casa Civil (2014), a Lei N° 12.965, de 23 de abril de 2014

estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. Em

seu artigo 7°, inciso I, II e III é tratado o tema da privacidade do usuário na Internet, a

saber.

I - Inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização

pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

II - Inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, salvo por

ordem judicial, na forma da lei;

III - Inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, salvo

por ordem judicial;

A violação de informações feitas por outrem sem o consentimento do usuário é

caracterizada crime, porém ações que previnam tais violações podem ser tomadas pelo

usuário.

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Em abril de 2013 entrou em vigor a Lei 12.737/2012 (Viana, Machado 2012)

sobre crimes na Internet, apelidada de “Lei Carolina Dieckmann” ela altera o Código

Penal para triplicar como infração uma serie de condutas em meio digital. Carolina

Dieckmann é uma atriz que teve fotos pessoais vazadas sem sua autorização na época da

tramitação do projeto, por isso o apelido.

A nova lei classifica como crime casos como o da atriz, onde há a invasão de

computadores, tablet ou celulares, conectados ou não há internet, com o objetivo de obter,

adulterar ou destruir dados ou informações.

Figura 13 - Publicação de um usuário de uma rede social.

Na Figura 13 podemos observar o relato do usuário Cristiano Maciel, Prof. Dr. da

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em uma rede social. Ele conta que sentiu

ter a sua privacidade indevidamente invadida ao receber um telefonema a um telefone de

número restrito, o telefonema foi efetuado por algo que parece ser uma secretaria

eletrônica.

Em junho de 2013 veio a público que a Agencia de Segurança Nacional dos

Estados Unidos (NSA) fazia uso de inúmeros programas de vigilância eletrônica pelo

mundo. Edward Joseph Snowden revelou documentos que mostram a existência de vários

programas visando à captação de dados, e-mails, ligações telefônicas e qualquer tipo de

comunicação entre cidadãos no mundo (Wikipédia/Agência de Segurança Nacional).

Aquele que usa a Internet para fazer o mal pode estar atrás de pegadas digitais dos

usuários, quaisquer informações disponibilizadas para alguém de má fé podem trazer

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problemas, a invasão de privacidade digital é um problema complexo onde uma série de

questões podem ser consideradas.

No entendimento da “Lei Carolina Dieckmann” é figurado crime de invasão da

privacidade digital quando o lesado tem informações pessoais distribuídas, destruídas ou

alteras sem seu consentimento.

A superexposição efetuada por algumas pessoas em redes sociais e a aceitação de

diversas pessoas a sua rede mesmo sem conhece-las são questões que devem ser

abordadas, as vezes a obtenção de alguns cliques (curtidas) em uma imagem postada pode

ser mais importante para o indivíduo do que sua segurança e de seus dados.

Pelo relato da Figura 11, percebe-se que existiu a invasão de privacidade pelo fato

do número telefônico ter sido disponibilizado para outro sem a autorização do proprietário

da informação.

Mas, para quem fez o uso desta informação pode não ter sido efetuada o ato da

invasão, o número de telefone pode ter sido encontrado aletoriamente na Internet e aquele

que efetuou o ato poder ter apenas o conhecimento sobre a privacidade em termos

práticos, a privacidade em meio social ou podendo nem ter conhecimento sobre o que é

privacidade.

Pontos de vista técnico e sociais podem ser considerados quando tratamos da

invasão de privacidade digital, o desconhecimento sobre a privacidade no escopo digital,

superexposição e leis pouco eficientes podem levar a crer que as informações contidas na

Internet não têm proprietário, estando estas informações livres para serem usadas por

todos.

Apenas leis podem não garantir 100% de privacidade em meio digital, cuidados

com o que é disponibilizado e guardado podem e devem ser tomados pelo proprietário da

informação.

3.2 PRIVACIDADE X REDES SOCIAIS

Segundo Barbosa (apud Ferreira, Oliveira 2013), aplicativos sociais trazem

consigo um potencial muito grande de comunicação que são benéficas à socialização do

usuário.

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Redes sociais dão ao seu usuário a possibilidade de compartilhamento de uma

variedade de informações e troca de experiências com pessoas que possuem algo em

comum.

Como exemplo de rede social temos o Facebook, Twiter, Instagram, tendo os

citados uma mesma característica que é a conexão e interação entre pessoas.

(Wikipédia/Rede Social)

Segundo Souza e Maciel (2015), mesmo que as pessoas tentem manter sua vida

íntima e privada muitas de suas ações são registradas, tais como pagamentos de cartão de

crédito, compras on-line, chamadas de tele móvel, buscas na web entre outros.

A grande maioria do trafego de dados na Internet é registrada, até mesmo em uma

rede social que com o registro de informações de seus usuários pode realizar anúncios

específicos para cada usuário, estes anúncios podem gerar ativos para a rede social.

De acordo com Santi (2015), conforme o uso da rede social e adição de

informações a ela é montado um prontuário com enorme quantidade de dados a seu

respeito. “Robôs” analisam esta informação para tentar descobrir ainda mais e também

vigiam a sua navegação em grande parte da Internet.

Quem quer se cadastrar em uma rede social tem que aceitar os temos de uso ou

termos de consentimento, sendo estas condições especificas a serem observadas por quem

se dispõe a usar um determinado serviço. Estes termos podem conter detalhes de como as

informações publicadas pelo cadastrado serão usadas pela rede social.

De acordo com Souza e Maciel (2015), os termos utilizados nas políticas de acesso

são difíceis de entender, muito longo para uma leitura dinâmica e oferecem pouca ou

nenhuma flexibilidade para permitir aos usuários fazer ajustes de acordo com suas

preferências.

Os termos de uso da grande maioria as aplicações ainda fazem o uso de documento

com uma quantidade enorme informação redigida, além de dados técnicos quem podem

ser redigidos nos termos de uso dificultando o entendimento do usuário sobre o que a

aplicação se dispõe em posse dos dados do usuário.

De acordo com o que foi dito por Santi (2015), o controle sobre a privacidade em

uma rede social é possível apenas a nível mais alto.

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São disponibilizados controles para o compartilhamento de informações como

fotos, vídeos, localizações e outros, mas em níveis mais baixos tudo o que o usuário

compartilha dentro da rede ou fora dela pode ser monitorado pela rede social.

Estas especificações de monitoramento podem constar nos termos de uso da rede

social, porem sendo estes longos e em sua maioria podendo possuir uma linguagem

técnica pode fazer com que o usuário os aceite mesmo não lendo ou sabendo do que se

trata as informações contidas no termo.

Neste sentido, Santi (2015) dá como exemplo a rede social Facebook, o

documento oficial de termos de uso tem mais de 23 mil caracteres passando de 80 mil se

forem somados os subitens, algo difícil e demorado para ser lido.

Muitas pessoas podem não estar cientes do fato de que sua privacidade já pode ter

sido comprometida e algumas delas podem não estar tomando medidas para proteger o

uso de suas informações por outras pessoas.

De acordo com Etzioni (apud Barnes 2006), o primeiro passo para examinar a

questão da privacidade é determinar se existe ou não um problema.

A superexposição proporcionada pelo compartilhamento indevido sem

precauções pode causar problemas para o usuário, compartilhar indevidamente locais,

momentos e ações do dia-a-dia expõe vulnerabilidades que podem ser usadas por pessoas

mal-intencionadas.

Barnes (2006) destaca que grande parte dos adolescentes americanos revela muita

informação sobre si em redes sociais ou blogs, sem a supervisão dos pais, escola e

burlando o sistema de validação de idade da rede social.

Em sua grande maioria as redes sociais exigem uma idade mínima de 14 anos para

que o cadastro possa ser efetuado, mas é muito difícil validar a idade do usuário que está

se cadastrando, ele pode realizar o cadastro com uma data de nascimento inferior a real e

burlar o sistema.

Segundo Barnes (2006), soluções legais para o problema de privacidade em redes

sociais envolvem tanto, soluções sociais (pais e escola), tecnológicas e ainda a

participação do Estado.

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Quanto ao meio social, Oliveira e Ferreira (2013) citam que a escola tem uma

função importante para o uso seguro das redes sociais, porque este local é para alguns o

principal ponto de interação com pessoas mais experientes que podem orienta-las.

Neste contexto, podemos comparar os telecentros de inclusão digital para idosos

funcionam com as escolas, proporcionando trocas de experiências e o ensino necessário

para o grupo de idosos que ali está possa navegar e compartilhar informações de forma

segura na web.

Porém, para proteção da privacidade em meio digital ainda pode ser necessária à

reformulação das interfaces de acesso as configurações de privacidade disponíveis pelas

redes sociais, estas opções podem ser disponibilizadas de forma mais direta para um

grupo de usuário que vem crescendo, os idosos.

Em 2006 foi elaborada um projeto de lei para o Congresso dos Estados Unidos, o

projeto exigia a implantação de filtros para Internet em bibliotecas e escolas financiadas

pelo governo, proibindo o acesso a qualquer site comercial onde fosse possível criar um

perfil e trocar informações.

Barnes (2006) completa que a proteção dos jovens e a preservação do idoso quanto

ao uso de computadores e a privacidade em redes sociais é um problema que irá exigir a

participação da família, organizações de redes sociais e agências governamentais.

De acordo com o descrito acima, leis quem abordem o tema podem ajudar a

proteger os jovens em ambiente escolar, mas a mesma não pode proteger estes

adolescentes quando fazem uso do computador em seu lar.

As considerações acima também cabem ao público idoso, que cada vez mais vem

acessando redes sócias e a Internet com mais frequência, porém medias quanto à

acessibilidade e a usabilidade das aplicações web podem ser aplicadas considerando a

segurança das informações deste grupo.

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TRABALHOS RELACIONADOS

Nesta sessão serão apresentados alguns trabalhos relacionados ao tema proposto,

os autos dos trabalhos podem ser encontrados nas referências.

4.1 QUEM MEXEU NO MEU FACE? Uso e percepções de segurança no Facebook, por crianças e adolescentes

Artigo desenvolvido por alunos da Universidade Federal de Pernambuco e

apresentado Eixo no 7° Redes sociais na Internet e Sociabilidade online do VII Simpósio

Nacional da Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura, realizado de 20 a

22 de novembro de 2013.

O objetivo do artigo foi descrever resultados de uma pesquisa efetuada com

crianças e adolescentes que utilizam a rede social Facebook e quais os seus

conhecimentos sobre segurança nessa rede social. A pesquisa foi realizada com 20 alunos

de uma escola pública, do Recife, na faixa etária de 9 a 14 anos.

Para a coleta de dados foi utilizado um questionário on-line e a observação dos

alunos no uso da rede social Facebook.

Os resultados do questionário apontam que a maioria dos alunos deixam o seu

perfil privado de um jeito que apenas os seus amigos consigam ver, porém com a

observação foram constatadas divergências em relação ao questionário, nesta etapa da

pesquisa grande parte dos alunos desconheciam o que era essa configuração de

privacidade e como fazer para ativa-la.

Alguns supunham que o próprio Facebook mantinha seus dados e postagens

disponíveis apenas para sua rede de contatos, não sendo necessária a ativação por parte

do usuário.

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O artigo conclui que embora os jovens tenham domínio técnico das ferramentas

disponíveis na rede social, eles ainda não possuem maturidade e entendimento para se

resguardar de eventuais perigos na Web.

É necessária a participação mais efetiva da escola ela deve participar da vida social

desses jovens, sendo que grande parte dos familiares destes alunos pode não ter o

conhecimento necessário para instruí-los sobre o uso seguro desta rede social.

Segundo os autores, é necessário o diálogo entre país, alunos e professores

procurando ligar o uso e as lacunas de conhecimento sobre segurança e a privacidade na

era digital.

4.2 Facebook and Online Privacy: Attitudes, Behaviors, and Unintended Consequences - Facebook e Privacidade Online: Atitudes, Comportamentos e Consequências Inesperadas

Artigo desenvolvido por professores, jornalistas e alunos (vide referencias) para

o Journal of Computer-Mediated Communication, em outubro de 2009.

O artigo procura investigar questões de privacidade, configurações de

privacidade, benefícios e riscos do uso da rede social Facebook, para a prospecção dos

dados foi utilizado um questionário on-line e entrevistas.

O questionário on-line foi respondido por 119 estudantes de uma grande uma

grande universidade do Meio-Oeste dos Estados Unidos, 8 participantes foram

selecionados para uma entrevista. Os participantes da entrevista receberam um termo de

consentimento com uma explicação por escrito dos objetivos da pesquisa que teria que

ser obrigatoriamente assinado.

A pesquisa demonstrou que existe uma relação direta entre conhecer as

configurações de privacidade e a restrição de seus perfis no Facebook. Os participantes

que relataram ter uma maior familiaridade no uso das configurações de privacidade são

os que mais restringem seus perfis.

Enquanto os outros participantes que demonstraram ter menos intimidade com as

configurações de privacidade estão mais propensos a não proteger os seus perfis.

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Resultados gerais indicam que a maioria dos usuários do Facebook relataram ter

uma compreensão das configurações de privacidade, porém, alguns podem ter um senso

distorcido do que está exatamente envolvido nisto. Além disso, os benefícios percebidos

pelos participantes superaram os riscos da divulgação de informações pessoais, os riscos

à privacidade foram atribuídos mais aos outros do que para si mesmos.

As gratificações de usar o Facebook tendem a compensar as ameaças percebidas

à privacidade, a maioria dos usuários parece não perceber que restringir o acesso aos seus

dados não inibe a quantidade de informações que eles possam fornecer.

Restringindo a visibilidade do perfil para “apenas amigos” significa simplesmente

restrição dentro da parte visível da rede social. Os usuários continuam a alimentar

voluntariamente a parte invisível da rede social com dados pessoais, o que coloca a sua

privacidade em risco.

Contudo, tendo em vista que ataques hackers, phishing, mineração e uso de dados

pessoais por terceiros são uma realidade nestas redes e não apenas uma possibilidade, o

artigo mostra que os jovens precisam ser educados sobre os riscos para a privacidade de

uma forma que realmente altere seu comportamento.

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5

PESQUISA

Foi realizada uma pesquisa por meio de questionário digital (Apêndice A) com

alunos que frequentavam um curso de inclusão digital, neste curso eram abordados o

ensino de ferramentas de texto (MS Word) e Internet, em especifico redes sociais. Quanto

a experiência dos alunos quanto ao manuseio de computadores, algumas delas já haviam

feito contato com computadores e Internet, mas a grande maioria ainda estava alheia ao

uso deste dispositivo onde o primeiro contato com computadores e Internet foi efetuado

neste curso.

O curso era oferecido pela JCI, localizada em Londrina/PR, os usuários

questionados foram somente pessoas idosas que estavam realizando curso de inclusão

digital oferecido aos sábados pela manhã.

Esta é uma organização de âmbito mundial que oferece cursos e projetos de

inclusão para jovens, adultos e idosos de comunidades carentes. A JCI foi fundada em

Saint Louis em 1915 por Henry Giessenbier e conta com mais de 200 mil membros em

mais de 100 países.

Os participantes foram perguntados se faziam uso de alguma rede social naquele

momento, foi perguntado também se eles conheciam os temos de uso e as opções de

configuração de privacidade que as redes sociais usadas por eles oferecem.

O principal objetivo do questionário foi procurar saber se os participantes têm

conhecimento de termos como privacidade, das configurações de privacidade oferecidas

pelas redes sociais e dos termos de uso.

Neste telecentro são levados para dentro da sala de aula problemas existentes no

meio externo que podem ser resolvidos com a ajuda da Internet, como por exemplo, o

pagamento de boletos via Internet, compras, como podemos ver na imagem a seguir.

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Figura 14 - Alunos em aula de inclusão digital na JCI

De acordo com Almeida (2012), a teoria freireana foi considerada inovadora e

diferente das técnicas até então utilizadas por possibilitar uma aprendizagem libertadora

e não mecânica, mas uma aprendizagem que requer uma tomada de posição frente aos

problemas que vivemos.

Em visitas feitas a página do Facebook desta instituição

(https://www.facebook.com/jcildna/?ref=ts&fref=ts) foi possível perceber que esta faz

uso da teoria freireana, o aluno aprende através de exercícios que também consideram o

ambiente externo a sala de aula, com isso e as garantias de que ele possa resolver

problemas diários com o auxílio da Internet são maximizadas.

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5.1 DADOS DA PESQUISA

Os dados obtidos com as respostas dos participantes ao questionário digital foram

descritos abaixo, o questionário foi respondido entre os dias três (03) e dezessete (17) de

setembro do ano de 2016.

Os questionários foram enviados por e-mail direto a cada participante? Ou você

enviou ao professor e ele usou um horário da aula para eles responderem? Explique tudo

com máximo de informações possível!

5.1.1 QUESTÕES 1 E 2

Foi verificado que 94,4% dos participantes em um total de 18 pessoas

concordaram com os termos de consentimento (Apêndice A), este termo esclarecia ao

participante o objetivo da pesquisa e como seriam usados os dados obtidos com ela. Para

que pudessem responder ao questionário os participantes teriam que, obrigatoriamente,

aceitar as condições contidas no termo.

Dezessete (17) pessoas responderam à pesquisa sendo que, 70,6% são mulheres

(12 participantes) e 29,4% (5 participantes) são homens, apenas 1 não concordou com os

temos e não respondeu ao questionário, um (1) participante teve o seu registro de

respostas excluído porque sua idade era muito inferior a 60 anos, não fazendo assim parte

da condição de idoso como institui a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Mesmo assim, para que fosse possível uma quantidade aceitável de participantes,

foram aceitos participantes com idade cinco anos menor que a idade estipulada para que

a pessoa se encaixe no grupo de idosos, ou seja, 55 anos.

A média de idade ficou em 58,9 anos, tendo o mais jovem 55 anos e o mais velho

80 anos.

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Figura 15 - Porcentagem dos participantes que responderam ao questionário

5.1.2 QUESTÃO 3

Foi perguntado aos participantes se eles possuem conta em algum dos aplicativos

de rede social citados.

Figura 16 - Porcentagem dos participantes que possuem conta em redes sociais

A maioria respondeu a opção outros, nesta opção foi possível que o usuário

digitasse o nome da rede social a qual fazia parte caso ela não estivesse listada nas opções.

Houve um pouco de confusão em especifico nesta questão, mas os participantes que

responderam a alternativa (Outros), 6 participantes (35,3%) deixaram entendido que não

possuíam conta em nenhuma rede social naquele momento.

Os demais, 4 participantes (23,5%) responderam ter cadastro na rede social

Facebook, 3 participantes (17,6%) responderam ter cadastro no aplicativo de mensagens

WhatsApp, 2 participantes (11,8%) responderam ter cadastro no Google+, 1 participante

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(5,9%) respondeu ter cadastro no Instagram e também 1 participantes (5,9%) respondeu

ter cadastro no YouTube.

O objetivo desta questão foi procurar saber se os participantes faziam parte de

alguma rede social naquele momento, está questão terá ligação com as próximas questões

que abordam temas referentes a privacidade e termos de uso.

5.1.3 QUESTÕES 4, 5 e 6

Na questão 4 foi perguntado aos participantes se eles conhecem os termos de uso

do aplicativo social ao qual tem conta.

Figura 17 - Porcentagem dos participantes que responderam conhecer os termos de uso referente à rede social a qual

tem cadastro

A maioria dos participantes, 13 participantes (76,5%) responderam não conhecer

os termos de uso. Os 3 participantes que responderam na questão anterior ter conta no

aplicativo WhatsApp, afirmaram nesta questão não conhecer os termos de uso deste

aplicativo.

Isto indica que o aplicativo possivelmente pode possuir problemas quanto a

disponibilização deste item à usuários idosos. A aplicação não faz qualquer menção aos

termos de uso em seu menu inicial e como visto na Figura 6 é necessário passar por uma

quantidade grande interfaces quando consideramos uma aplicação para dispositivos

móveis.

Estes mesmos participantes que possuem conta no WhatsApp responderam na

questão 5 (Figura 18) que não efetuaram a leitura dos termos de uso desta aplicação.

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Figura 18 - Porcentagem dos participantes que efetuou a leitura dos temos de uso referente à rede social a qual tem

cadastro

Os resultados referentes a questões 4 e 5, considerando somente os participantes

que fazem uso do aplicativo WhatsApp, poderiam ser diferentes se esta aplicação

demostra-se explicitamente em sua interface o item referente a seus termos de uso, isto

poderia ajudar o usuário a saber da existência dos termos de uso mesmo não sabendo para

que ele serve.

Na Figura 17, 4 participantes (23,5%) responderam conhecer os termos de uso de

suas redes sociais. A grande maioria destes participantes possui conta na rede social

Facebook, os mesmos participantes responderam na questão 5 (Figura 18) que efetuaram

a leitura dos termos de uso. Isto pode indicar um grau maior de clareza da rede social

Facebook quanto a disponibilização dos termos de uso em sua interface para o usuário.

De acordo com Romero (2012), pesquisa da Universidade Stanford, 97% dos

usuários pulam direto para o "concordo". Ou seja, de cada 100 cadastrados, apenas 3

sabem o que podem e o que não podem fazer dentro de redes sociais, sistemas de busca e

ferramentas de postagem.

Na questão 6 foi perguntado se os participantes conseguem configurar a

privacidade no aplicativo social no qual ele tem conta.

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Figura 19 - Porcentagem dos participantes que consegue configurar a privacidade de suas informações nas redes

sociais a qual tem cadastro

5 participantes (29,4%) responderam que não conseguem configurar as opções de

privacidade, mas pedem ajuda a um parente ou amigo.

Outros 5 participantes (29,4%) responderam não ter ideia da serventia da

privacidade no aplicativo no qual ele tem conta.

3 participantes (17,6%) responderam a opção outros como não, levando a crer que

também não sabem configurar as opções de privacidade.

2 participantes (11,8%) responderam que conseguem configurar as opções de

privacidade e compartilhar informações somente com quem lhes convêm.

1 participante (5,9%) respondeu que consegue configurar a privacidade de suas

informações na aplicação após várias tentativas e outro participante (5,9%) respondeu

não achar necessária a privacidade de informações em redes sociais.

O cronograma de aula da JCI (Anexo A) ainda não demonstra qualquer referência

ao ensino de privacidade de informações em redes sociais. Seria interessante formular

uma abordagem especifica deste assunto para o público que frequenta as aulas.

Dos participantes que responderam não achar necessário, não ter ideia ou não

conhecer as configurações de privacidade faz uso do aplicativo WhatsApp. Como visto

no capitulo 2 e na questão anterior, o aplicativo pode não passar a clareza necessária ao

usuário idoso para que este perceba a existência de itens referentes a sua configuração de

privacidade, sendo que para chegar a estas opções é necessário percorrer quase o mesmo

caminho para encontrar os termos de uso.

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5.1.4 QUESTÃO 7

Concluindo o questionário, na questão 7 foi perguntado aos participantes como

eles gostariam de ser ajudados pela rede social na configuração das opções de privacidade

disponíveis.

Figura 20 - Porcentagem dos participantes que responderam como gostariam de ser auxiliados por uma rede social na

configuração do compartilhamento de suas informações

A grande maioria, 13 participantes (76,4%) responderam que gostariam de ser

ajudados de alguma forma pelas redes sociais na configuração das opções de privacidade,

a preferência pelo modo de ajuda que a rede social poderia oferecer foi pela ajuda vincula

por vídeo ou imagem.

Outros 4 participantes (23,5%) responderam não achar necessária a configuração

da privacidade em aplicativos sociais, estes mesmos participantes responderam na

questão anterior (Questão 6) não saber configurar ou não ter ideia da serventia da

privacidade em redes sociais.

Segundo Kobal (1996), existe um motivo ou vários que levam a pessoa a executar

e manter uma ação em direção a um objetivo e os fatores externos desencadeiam está

motivação na maioria das vezes, o fator necessidade de uso pode ser determinante para

que o usuário demostre interesse quanto a um determinado assunto.

Neste primeiro momento contato com redes sociais, os participantes ainda não

têm a necessidade de ter privacidade em suas informações por não saber o que é

privacidade digital e como eles podem fazer uso dela, além dos itens referentes a

configuração da privacidade de informações poderem estar nebulosos na rede social.

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Mas uma vez chegamos ao ponto da clareza de disponibilização que pode ajudar

na percepção do usuário idoso, o item disponibilizado claramente pode ser tratado como

uma influência externa que possivelmente fara com que o usuário tome conhecimento da

existência de tal funcionalidade que interfere positivamente na segurança dos seus dados

compartilhados em uma rede social.

Empatados, 4 participantes (23,5%) responderam que gostariam de ser

aconselhados na configuração das opções de privacidade da rede social por imagens ou

por um vídeo que demonstre de forma geral as funcionalidades disponíveis.

A maioria, 5 participantes (29,4%) respondeu que prefere ser guiada por um vídeo

onde seria exibido um passo a passo explicativo das opções de privacidade que a rede

social tem a oferecer.

A ajuda da rede social pelo modo texto não obteve nenhuma votação dos

participantes, longas linhas de textos podem ser um problema para o usuário idoso. Tornar

os textos mais curtos fazendo a sua síntese pode contribuir na obtenção de uma maior

atenção e entendimento do usuário idoso.

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6

INTERFACE PROPOSTA

De modo geral, os usuários interagem com as aplicações via interfaces, sendo está

à parte inicial do projeto de software onde os requisitos podem estar inconsistentes (Sales,

2002).

A prototipação de interfaces é uma técnica que pode ser utilizada para determinar

com mais exatidão os requisitos do problema, podendo ser um fator que torna o processo

de desenvolvimento mais rápido e seguro. Na interação com estes protótipos de interface,

os usuários podem ir relatando problemas quanto à funcionalidade, qualidade da interação

e possivelmente dar dicas para a resolução de possíveis problemas.

A partir disso, com os dados colhidos com as respostas do e com a pesquisa

bibliográfica realizada foi possível desenhar algumas interfaces2 que podem ser utilizadas

por qualquer rede social.

As interfaces propõem acesso direto as configurações de privacidade e aos termos

de uso, sendo as interfaces baseadas em algumas recomendações de acessibilidade,

principalmente a percepção e clareza na disponibilização de itens ao usuário.

A principal recomendação considerada nesta interface, além da visibilidade das

páginas e linguagem clara, foi o uso de atalhos que podem ser acessados a partir da página

inicial da rede social, também foi proposto o uso de vídeos embarcados na aplicação,

proposta está considerada a partir do questionário. Estes vídeos podem exibir as várias

formas de como o usuário idoso ou qualquer outro usuário com menor experiência possa

ter uma maior privacidade em suas informações.

2 Estas interfaces foram desenhas com o auxílio da ferramenta Moqups, disponível em:

https://classic.moqups.com.

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6.1 CADASTRO E TERMOS DE USO

Conforme visto no capítulo 3.2 os termos de uso costumam em sua grande maioria

ter um grande conteúdo tornando sua leitura difícil e cansativa, para contornar este

problema foi proposta uma interface que exibe uma lista onde poderão ser visualizados

os tópicos mais importantes do termo de uso.

A interface propõe uma nova forma de exibição dos termos de uso ao usuário onde

os principais itens do termo seriam sintetizados em pequenos tópicos, onde cada tópico

teria no máximo 5 linhas e aproximadamente 50 palavras.

O texto do tópico tem que ser de fácil interpretação pelo usuário, isto pode

contribuir com a clareza do texto possibilitando uma leitura mais rápida e menos esforço

em entender o que está escrito.

Por exemplo, em um destes tópicos poderia conter uma descrição de como seriam

utilizadas as informações compartilhadas pelo usuário, se o usuário ao efetuar o cadastro

na rede social poderia ter seus passos pela Internet rastreados, etc.

Figura 21 - Interface para cadastro e acesso aos termos de uso

Na Figura 21 pode-se observar a interface de cadastro de uma rede social fictícia,

do lado direito desta interface é visualizado uma lista com 5 itens que são considerados

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importantes e devem ser conhecidos pelo usuário que efetua o cadastro nesta rede social.

O conteúdo integral do termo de uso pode ser visualizado realizando o clique no link

“Termo de Uso” e seguindo recomendações de acessibilidade, ao clicar no link uma nova

janela será aberta contendo detalhadamente o conteúdo do termo de uso.

6.2 CONFIGURAÇÕES DAS OPÇÕES DE PRIVACIDADE

Para a configuração das opções de privacidade disponíveis nesta rede social foi

proposta uma interface baseada nos dados extraídos da questão 7 do questionário, capitulo

4.

Figura 22 - Interface para apresentação de um vídeo onde é descrito como pode ser configurado o compartilhamento

de informações nesta rede social

Esta interface tem o objetivo de exibir para o usuário através de um vídeo como

pode ser configurada uma certa função que pode influir em um compartilhamento de

informações mais seguro nesta rede social. O vídeo não irá exibir termos técnicos, sua

função é exemplificar como as opções de privacidade nesta rede social podem ser

configuradas.

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Para usuários idosos, o vídeo pode contribuir com sua percepção sendo que este

pode ser pausado, retrocedido, avançado e visto quantas vezes for preciso.

A demonstração de um vídeo explicativo pode ser uma solução quando o usuário

desconhece o conceito de privacidade digital e as opções de privacidade que uma rede

social pode oferecer, o conteúdo exibido pelo vídeo favorece com a segurança do usuário

ele possibilita que medidas preventivas sejam tomadas.

Para casos de idosos com problemas de audição o vídeo pode ser legendado ou

dispor de uma interprete, a tela de exibição pode ser redimensionada conforme a vontade

do usuário contribuindo com a visualização das imagens.

Caso não queira assistir ao vídeo o usuário poderá clicar no botão “Pular”, sendo

assim redirecionado para a interface onde, efetivamente, ele irá configurar o acesso as

suas informações publicadas nesta rede social.

Nesta interface (Figura 23) são exibidas opções de compartilhamento, as mesmas

não são diferentes das opções já existentes em algumas redes sociais.

Figura 23 - Interface onde o usuário pode escolher quem pode visualizar suas publicações

Existe um link chamado “Vídeo” que nada mais é do que um atalho para o vídeo

que exemplifica ao usuário a configuração de uma opção de privacidade. Também existe

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um link chamado “Mais Informações” que exibe maiores informações em formato texto

sobre as opções.

Terminada a configuração das opções, é apresentado ao usuário uma mensagem

de sucesso e uma indicação de onde ele pode encontrar as opções de privacidade e os

termos de uso nesta rede social.

Desta forma, quando o usuário sentir necessidade de efetuar alterações basta um

clique no link indicado, sendo que o vídeo (Figura 23) ou o resumo dos termos de uso

(Figura 21) pode ser exibido de acordo com o link clicado.

O usuário não precisa navegar por um extenso menu e por várias outras interfaces

para chegar às configurações de privacidade e ao conteúdo dos termos de uso, o acesso a

estas informações é disponibilizado de forma clara e perceptível para que no primeiro

contato com a rede social o usuário já visualize o link e seja influenciado pela curiosidade.

Figura 24 - Interface indicando o sucesso nas configurações feitas e os atalhos

Alterações foram efetuadas na interface do aplicativo WhatsApp com objetivo de

mostrar o uso da proposta no aplicativo que teve o maior índice de citações na pesquisa

realizada.

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A pesquisa com usuários idosos demonstrou

que a localização das opções de privacidade e de seus

termos de uso pode não ser clara para este público.

Segundo Sales (2002), quanto mais numerosas

e complexas forem as ações necessárias para se chegar

a uma meta, maior será a carga de trabalho e a

probabilidade de ocorrência de erros.

Desse modo, foram adicionados ao menu

inicial atalhos que levam as configurações de

privacidade e aos termos de uso. Estes atalhos

inseridos diretamente no menu inicial da aplicação

reduzem o caminho para uma determinada função e

dão maior evidencia a estas opções que colaboram

com a segurança dos dados do usuário.

Com o

clique na opção de privacidade o aplicativo iria se

comportar normalmente demonstrando as opções já

existentes, porém um link de ajuda foi adicionado.

Caso um usuário tenha dúvidas sobre o

funcionamento de alguma funcionalidade ele poderá

clicar no link que pode ser visto em destaque na Figura

26. Após o clique a aplicação exibira um vídeo

explicando o funcionamento das opções de

privacidade disponíveis.

Por exemplo, neste vídeo poderia ser

apresentado um usuário configurando suas as opções

de privacidade, esta demonstração serviria de apoio a

outros usuários

com dificuldade em entender para que serve a

opção.

Figura 25 - Atalhos para as opções de

privacidade do aplicativo WhatsApp

Figura 26 - Opções de privacidade do

aplicativo WhatsApp

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Isto pode contribuir com a comunicabilidade da aplicação, o usuário sabe

exatamente para que uma funcionalidade serve e este saber está de acordo com o que foi

projetado.

Quanto aos termos de uso, estes também

estariam disponíveis off-line, clicando na opção do

menu referente aos termos de uso o usuário seria

redirecionado para uma interface com tópicos mais

importantes referentes aos termos da aplicação.

De acordo com Sales (2002), a capacidade da

memória de curto tempo é limitada, quanto menos

entradas, menor a probabilidade de cometer erros.

Além disso, quanto mais sucintos forem os itens,

menor será o tempo de leitura, e quanto mais

numerosas e complexas forem as ações necessárias

para se chegar a uma meta, maior será a carga de

trabalho e a probabilidade de ocorrência de erros.

A figura 27 demonstra o uso da interface

proposta para os termos de uso na aplicação

WhatsApp onde são exibidos apenas as principais informações destes termos.

Ao clicar em um item, conforme pode ser observada na Figura 28, uma janela

pop-up seria aberta com uma breve descrição sobre o item, esta descrição séria em

linguagem clara não utilizando termos técnicos.

Não foi feito o redirecionamento do usuário para uma nova interface e sim a

abertura de uma janela pop-up, este não redirecionamento tem o objetivo de evitar que o

usuário se perca pela aplicação.

O usuário pode fechar o pop-up e clicar em outro item, a mesma janela pop-up se

abrirá novamente com informações resumidas a respeito do item clicado, o usuário poderá

ainda clicar no link “Mais informações”, está opção exibirá informações mais detalhadas.

Figura 27 - Termos de uso dividido em

tópicos

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Caso o usuário queira visualizar integralmente

os termos de uso, ele poderá clicar no link “Saber mais

sobre os termos de uso” (Figura 27), ele será

redirecionado para uma interface com o conteúdo

integral dos termos de uso, estes termos podem estar

juntos a aplicação possibilitando acesso off-line.

A partir do que foi proposto, podemos inferir

que pequenas alterações na interface da aplicação

podem atender a ambos os públicos (jovens e idosos).

A alteração no menu que torna a opção de

privacidade mais aparente ao usuário pode fazer com

que ele saiba da existência deste serviço oferecido pela

aplicação já na primeira interação, as opções de

privacidade e os termos de usos disponíveis no menu

inicial podem contribuir com a percepção do usuário

idoso.

O vídeo pode ajudá-lo com alguma dúvida, a demonstração do vídeo é muito mais

dinâmica e interativa e contribui com a comunicabilidade da aplicação. A exibição do

vídeo pode demonstrar exemplos das diversas configurações de privacidade que podem

ser efetuadas.

Com o termo de uso dividido em tópicos a sua leitura pode ser facilitada e, quem

sabe, os textos pequenos e fáceis de entender podem influenciar o usuário a fazer a leitura

dos termos.

Figura 28 - Demonstração de pop-up após

o clique em um item

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6

CONCLUSÕES

Mesmo com os avanços feitos pela inclusão digital, pode-se observar que ainda é

necessário um ensino mais específico que trabalhe a privacidade digital e

consequentemente a segurança das informações destes usuários. Muitos dos usuários que

frequentam telecentros tem ali o seu primeiro contato com a Internet, por isso é importante

que seja ensinado a estes usuários meios de como se prevenir de ataques e armadilhas

digitais que podem vir a ocorrer.

Os telecentros ainda são importantes por possibilitarem a troca de experiências e

informações entre usuários mais e menos experientes.

Nas aplicações que este trabalho se propôs a analisar (Google+, WhatsApp,

YouTube) ainda é necessária uma maior clareza quanto as opções de configuração da

privacidade, na página inicial destas aplicações não foi encontrado um atalho que poderia

facilitar (explicitar) o acesso a estas opções e quem sabe tornar o termo privacidade mais

conhecido entre seus usuários, também não foi encontrado um atalho para os termos de

uso.

Tendo em vista que o acesso do público idosos aos TIC cresce quase

proporcionalmente ao envelhecimento da população, recomendações de acessibilidade

devem ser empregadas nestas aplicações, atalhos podem ser utilizados objetivando o

acesso mais direto a opções que podem ser difíceis de ser encontradas por um usuário

idoso.

O uso de analogias em frases que explicam o uso de algumas opções de

privacidade pode confundir o usuário idoso, aumentar a sua carga de trabalho mental e

dificultar a interação com a aplicação.

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Para o usuário idoso que faz o primeiro uso de aplicações web e redes sociais a

simplificação (clareza) das frases e termos pode ser necessária, isto pode contribuir

positivamente com interatividade e autonomia do usuário idoso com a aplicação.

Foi visto na pesquisa que a maioria dos participantes ainda não conhece as opções

de privacidade e os termos de uso oferecidos pelas redes sociais que eles utilizam,

considerando o pouco tempo do seu surgimento e do tratamento do assunto pela mídia, e

ainda o possível desconhecimento do público sobre estes termos (privacidade em redes

sociais / termos de uso), estudos ainda podem ser efetuados.

Para trabalhos futuros, o questionário disponibilizado neste trabalho pode ser

aplicado para um maior público não sendo especificadamente para idosos, assim pode-se

ter mais consistência sobre o conhecimento de um público com idades e experiências

variadas sobre o que o trabalho se propôs a tratar.

A proposta da interface de tornar mais clara a exibição das opções de privacidade

e a ajuda na configuração dessas opções ainda precisa ser validada junto ao usuário idoso,

os dados colhidos por esta validação pode contribuir para melhorias nesta interface e

possivelmente com o desenvolvimento de novos trabalhos abordando o tema.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A Questionário elaborado para a pesquisa.

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APÊNDICE B Respostas efetuadas ao questionário.

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ANEXO A

Cronograma de aulas JCI

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ANEXO B

Formulário de configurações Google+