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PoderJudiciário JUSTIçA F'EDERAL Seção Judiciáriado Rio Grandedo Sul l" vara Federal e JuizadoEspecial Federar criminal previdenciário de uruguâianâ ACAO PENAL N. 97.13.01451_0/RS AUTOR REU ADVOGADO : JUSTICAPUBLICÁ : LENARÁNIEDZWIEDZKIMAINO : CARLAROBERTASTEINDUCHE SENTENÇA O MinistérioPúblicoFederal ofereceu denúncia contra LENARA NIEDZWIEDZKI MAINO, brasileira, solteira, prendas domésticas, natural de Itaqui/RS, nascida em 16/07/1977, residente na Rua Domingos de Aimeida, Ed. Itáúia, apt. 312 ou Rua Gal. propício, 3232, Mascieúas de Moraes, Uruguaiana/RS; Segundo a denúncia aditada às fls.33ll332: "No Io semestre do ano de 1997, neste Município a denunciada juntamente com o marido Josë e um sujeito não identifcado, provavelmente argentino, de nome Juan Ramon, promoveu a saída do país de rfffçe Eb para Buenos Aíres, de ondepartiram para a Espanha,com o propósito de Iá exercerem a prostituiç ão,,. A denúncia capitulou o ilícito, em tese, praticado pela acusada, no artigo 231, caput, do Código Penal Brasileiro. A denúncia foi recebida em04.06.2003 (fl. 333). A ré, devidamente cirada (fl. 340v), foi interrogada, fls.342/361, tendo apresentado defesa prévia, (fl.36a86j). As testemunhas arroladas pelo Ministério público Federal foram acusação de desistência da oitiva das testemunhas ouvidasàs fls. 486/496, 4211434, 57i, tendo sido homologado o pedido da as de IFrrr(fl.54el550). A testemunha do Juízo foi ouvida àsfls. 593/596. IAIA@/AIA] I148687.V01I l/5 1997.71.03.001451-0

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Poder JudiciárioJUSTIçA F'EDERAL

Seção Judiciária do Rio Grande do Sull" vara Federal e Juizado Especial Federar criminal € previdenciário de uruguâianâ

ACAO PENAL N. 97.13.01451_0/RSAUTORREUADVOGADO

: JUSTICAPUBLICÁ: LENARÁNIEDZWIEDZKIMAINO: CARLAROBERTASTEINDUCHE

SENTENÇA

O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra LENARANIEDZWIEDZKI MAINO, brasileira, solteira, prendas domésticas, natural deItaqui/RS, nascida em 16/07/1977, residente na Rua Domingos de Aimeida, Ed.Itáúia, apt. 312 ou Rua Gal. propício, 3232, Mascieúas de Moraes,Uruguaiana/RS;

Segundo a denúncia aditada às fls.33ll332:

"No Io semestre do ano de 1997, neste Município a denunciadajuntamente com o marido Josë e um sujeito não identifcado,provavelmente argentino, de nome Juan Ramon, promoveu a saídado país de rfffçe Eb para BuenosAíres, de onde partiram para a Espanha, com o propósito de Iáexercerem a pro stituiç ão,,.

A denúncia capitulou o ilícito, em tese, praticado pela acusada, noartigo 231, caput, do Código Penal Brasileiro.

A denúncia foi recebida em04.06.2003 (fl. 333).

A ré, devidamente cirada (fl. 340v), foi interrogada, fls.342/361,tendo apresentado defesa prévia, (fl.36a86j).

As testemunhas arroladas pelo Ministério público Federal foram

acusação de desistência da oitiva das testemunhasouvidas às fls. 486/496, 4211434, 57i, tendo sido homologado o pedido daas

deIFrrr(fl.54el550).

A testemunha do Juízo foi ouvida às fls. 593/596.

IAIA@/AIA]I148687.V01I l /51997.71.03.001451-0

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"-pì"Jiãenciário de Uruguaiana

A testemunhaas paÍtes, foi ouvida às fls. 5341535.

Entre asargentinos,

arrolada por ambas

fls.621/623oitiva de

As testemunhas arroladas pela defesa foram ouvidas àse 6241626, tendo sido homologado peaiao ãe ãesistência detestemunhas (fl. 405 e 611), bem como de substituição (fl. ól l).

Aberto o prazo do artìgo 499 do Cpp, nada foi requerido.

No prazo do artigo 500 do Cpp, o Ministério público Federalapresentou alegações finais (fl. 6521659),requerendo a absolvição da ré.

A defesa apresentou alegações Íinais (fls. 661/665), requerendo albt:l"itã" da ré,.não por falta a. prJuus, *", p-ir* provada de fato a suarnocencra quanlo à acusação descrita na denúncia.

Após, vieram os autos conclusos para sentença.

RELATEI. DECIDO.

, O inquérito policial, do qual se originou a presente ação penal, foirnstaurado para apuração de possível crime de trãfico internacionar de -utt r."r.A investigação teve início a.parrir.de declarações prestadas po.i õD a autoridade policial, tendo compareciào'na poricia para informar oueP]^':_,ï:-"lto" uma ligação telefônica ae d ;"i" ;#;;il;;;Ìazenoo-lhe um apelo para informasse aos órgãos policiais que ela e outrasbrasileiras estavam sendo mantidas em cárcere" pri.,rádo po, uma brasileira naEspanha, pessoa esta que explorava o lenocínio.

Restou apurado no caderno investigatório que LENARA e,possivelmente, dois argentinos, seriam quem alicìava e levavam mulheresbrasileiras para se prostituírem na Espanha (fls. 191/l9a).

mulheres supostamente aliciadas por LENARA e peÌoses ta r i am- , i "possrvels

INo caso dos autos a materialidade da

evidenciada, pois uma das vítimas,delitiva restou bemao testemunhar em

1997.71.03.001451-0 IAIA@/AIA]ll48687.V0ll 2i5

conduta

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Poder Judiciário

,"ru" r"lYi#:â"T?tl,'"o" o" .,,l'vara Federar e Juizâdo Especiâr Federar criminaie pr-evidenciário de uruguaiana

juízo (fls. 593/596), confirmou que, no primeiro semestre de 1997, porintermédio de um homem chamadô ruAN iosE e de uma mulher de nomeANGjLIT!. deixou o país e viajou para a Espaúa para trabalh* ;;;prostituta- Disse, ainda, coúecer - ,ãraà qr" ì"ip.r."ãtambém foi para a Espanha, pelo mesmo modo que a depoente.

Com relação à autoria delitiva, embora teúam sido colhidasinformações na fase policial que apontava. ,ó, u uc.rsadu possível ,..ponrãrr.ìpelo delito constante na peça u"urutó.iu, o conjunto probatório consknte nestesautos evidencia que LENARA MEDZWIEDZ-KI MAINO não foi ,"rponrau.ipela conduta descrita na inicial.

Transcrevo alguns trechos dos depoimentos prestados em juízo portestemunhas da acusacão:

fr.487)"JUIZ: acerca desses fatos narrados na denúncia, o que a senhorasabe sobre esses fatos?TESTEMaNHA: como eu já havía lhe dito, essa moça que estáaqui, que ë a ré né, eu não Íenho conhecimento nenhum a respeitodela. (...)"

.s77)"(...)Não sabe se a ré estava envolvida no aliciamento de mulheresque estavam sendo levadas para o exÍerior(...),,

Já a testemunha (fls. 534/535),embora tenha afirmado em seu depoimento que oorrirrìirerem que'LENARA eíáuma espécie de chave para meninas enftarem nas boates, de moão que pudessem::li1r:i ::1, o lamorado- da acus.ada e com JUAN RAMON

^e irem para

11111i, "] O.poimento não.é suÍìciente para servir de convicção, Ìrma vez queembasado em fatos que o depoent" ou.,riu falar, não ,;;;;r;;i ;f#-;necessana certeza.

contundente é o depoimento prestado em juízo pela vitima DE, quandoãfirmou çe foi fara a espantra por intermédiode Juan José e de uma Mulher chamada Angelita (ils. 593/596):

1997.71.03.001451-0 lArA@/AIAlu48687.V011 3/5

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.",," r"lYj';'f âffiÌ lY"'u" u", ",1' Vara Federar e Juizado Especiar Fed"rd c;;iJ;-p;videnciário de uruguaiana

"( ) "foi par,a a Espanha por intermëdio de um homem chamadoJUAN JOSE e de uma mulher chamada ANGELITA. Ua" ,ri" osobrenome de ANGELITA. ANGELITA era ,,baixinha, de cabebcastanho ríso até o ombro; Íinha mais ou menos 1,60m de artura,,(...) reafirma que não conhece LENAM NIEDZWIEDZKI UliiO(...) Não conhece a pessoa nasfotos que lheforam.oro"aìí.'.-)"-

-*,u#l? p;;;; È;;;".;; ;:#"i#:Ë :;:renoo srdo as mesmas pessoas que a levaram para lá (fls. 593/596), ou seia,ruAN JOSE e ANGELITA, tendo, ainda, afir-àdo que não conhece LENARANIEDZWIEDZKI.

Loso. concluo que efetivamente alguém promoveu a saída deFt- para exercerem a prostituição em território estrangeiro;porem, o mesmo conjunto probatório demonsüa que LENARANIED,'IEDZKT MAIN. não foi uma das pessoas que participaram do delitoem questão.

d [lF,n: EillÏïiï;i1i,Ji,?ïïï:",i,KïJJË ?.i:uma mulher chamada ANGELITA, demonitrando que não teria sido a acusadaresponsável por promover a saída das vítimas para o àstrangeiro.

Ademais, a vítima e testemuúa f descreveu ANGELITAcomo uma mulher "baixinha, de cabelo castanhJÍsõ ãté o ombro, de mais oumenos- 1,60m de altura", descrição que difere das características fisicas daacusada.

Verifico, ainda, que a.testemunha lJ ao ver as fotografias quelhe foram apresentadas em audiência, u,"qrr.ri--ntõ-ãa defesa técniã, "fi;;;não conhecer a pessoa nas fotos (fl. 596).

Assim, formo a convicção de que LENARA MEDZWIEDZKIMAINO não praticou a conduta descrita na denúncia.

Desta forma, restando provado que a ré não concorreu paÍa ainfração penal, é caso de absolvição.

DISPOSITIVO.

lArAo/AtAlI148687.V01I 4/5

r997.71.01.001451-0

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s"çã" r"rdiu.Ì;1:âol? ã1""u. 0", ",t" Vara Federat e Juizado Especiat Fed"r è;;#;;;iaenciário ae Urusuaiana

Ante o exposto, julgo improcedente a denúncia e ABSOLVO a réLENARA NrEDzwrriDzrr rvrarNó, d;ã;lì;;;"*;Í .23r, caputdo códigoPenal, com base no artigo 386, IV, do Cádig;" p.JJ.rro p"nut.

Após o trânsito em julgado, proceda-se conforme o provimento no02/2005 da corregedoria-Geral da Ju-stiçu É.a"ra aã ru Insrância da 4u Reeião.Urugraiana, 16 de outubro de2006.

Guilherme BeltramiJuiz Federal

1997.71.03.0014s 1_0 IAIA@/AIA]l l48687.V0l t 5 /5