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Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 7.170, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983. Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu processo e julgamento e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I Disposições Gerais Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão: I - a integridade territorial e a soberania nacional; Il - o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito; Ill - a pessoa dos chefes dos Poderes da União. Art. 2º - Quando o fato estiver também previsto como crime no Código Penal, no Código Penal Militar ou em leis especiais, levar-se-ão em conta, para a aplicação desta Lei: I - a motivação e os objetivos do agente; II - a lesão real ou potencial aos bens jurídicos mencionados no artigo anterior. Art. 3º - Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, reduzida de um a dois terços, quando não houver expressa previsão e cominação específica para a figura tentada. Parágrafo único - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução, ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Art. 4º - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não elementares do crime: I - ser o agente reincidente; II - ter o agente: a) praticado o crime com o auxílio, de qualquer espécie, de governo, organização internacional ou grupos estrangeiros; b) promovido, organizado ou dirigido a atividade dos demais, no caso do concurso de agentes. Art. 5º - Em tempo de paz, a execução da pena privativa da liberdade, não superior a dois anos,

Presidência da República - unodc.org · Público. § 2º - A incomunicabilidade do indiciado, no período inicial das investigações, será permitida pelo prazo improrrogável

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  • Presidncia da Repblica Casa Civil

    Subchefia para Assuntos Jurdicos

    LEI N 7.170, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983.

    Define os crimes contra a segurana nacional, a ordem poltica e social, estabelece seu processo e julgamento e d outras providncias.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, fao saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    TTULO I

    Disposies Gerais

    Art. 1 - Esta Lei prev os crimes que lesam ou expem a perigo de leso:

    I - a integridade territorial e a soberania nacional;

    Il - o regime representativo e democrtico, a Federao e o Estado de Direito;

    Ill - a pessoa dos chefes dos Poderes da Unio.

    Art. 2 - Quando o fato estiver tambm previsto como crime no Cdigo Penal, no Cdigo Penal Militar ou em leis especiais, levar-se-o em conta, para a aplicao desta Lei:

    I - a motivao e os objetivos do agente;

    II - a leso real ou potencial aos bens jurdicos mencionados no artigo anterior.

    Art. 3 - Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, reduzida de um a dois teros, quando no houver expressa previso e cominao especfica para a figura tentada.

    Pargrafo nico - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execuo, ou impede que o resultado se produza, s responde pelos atos j praticados.

    Art. 4 - So circunstncias que sempre agravam a pena, quando no elementares do crime:

    I - ser o agente reincidente;

    II - ter o agente:

    a) praticado o crime com o auxlio, de qualquer espcie, de governo, organizao internacional ou grupos estrangeiros;

    b) promovido, organizado ou dirigido a atividade dos demais, no caso do concurso de agentes.

    Art. 5 - Em tempo de paz, a execuo da pena privativa da liberdade, no superior a dois anos,

    http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%207.170-1983?OpenDocument

  • pode ser suspensa, por dois a seis anos, desde que:

    I - o condenado no seja reincidente em crime doloso, salvo o disposto no 1 do art. 71 do Cdigo Penal Militar;

    II - os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstncias do crime, bem como sua

    conduta posterior, autorizem a presuno de que no tornar a delinqir.

    Pargrafo nico - A sentena especificar as condies a que fica subordinada a suspenso.

    Art. 6 - Extingue-se a punibilidade dos crimes previstos nesta Lei:

    I - pela morte do agente;

    Il - pela anistia ou indulto;

    III - pela retroatividade da lei que no mais considera o fato como criminoso;

    IV - pela prescrio.

    Art. 7 - Na aplicao desta Lei, observar-se-, no que couber, a Parte Geral do Cdigo Penal Militar e, subsidiariamente, a sua Parte Especial.

    Pargrafo nico - Os menores de dezoito anos so penalmente inimputveis, ficando sujeitos s normas estabelecidas na legislao especial.

    TTULO II

    Dos Crimes e das Penas

    Art. 8 - Entrar em entendimento ou negociao com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, para provocar guerra ou atos de hostilidade contra o Brasil.

    Pena: recluso, de 3 a 15 anos.

    Pargrafo nico - Ocorrendo a guerra ou sendo desencadeados os atos de hostilidade, a pena aumenta-se at o dobro.

    Art. 9 - Tentar submeter o territrio nacional, ou parte dele, ao domnio ou soberania de outro pas.

    Pena: recluso, de 4 a 20 anos.

    Pargrafo nico - Se do fato resulta leso corporal grave, a pena aumenta-se at um tero; se resulta morte aumenta-se at a metade.

    Art. 10 - Aliciar indivduos de outro pas para invaso do territrio nacional.

    Pena: recluso, de 3 a 10 anos.

    Pargrafo nico - Ocorrendo a invaso, a pena aumenta-se at o dobro.

  • Art. 11 - Tentar desmembrar parte do territrio nacional para constituir pas independente.

    Pena: recluso, de 4 a 12 anos.

    Art. 12 - Importar ou introduzir, no territrio nacional, por qualquer forma, sem autorizao da autoridade federal competente, armamento ou material militar privativo das Foras Armadas.

    Pena: recluso, de 3 a 10 anos.

    Pargrafo nico - Na mesma pena incorre quem, sem autorizao legal, fabrica, vende, transporta,

    recebe, oculta, mantm em depsito ou distribui o armamento ou material militar de que trata este artigo.

    Art. 13 - Comunicar, entregar ou permitir a comunicao ou a entrega, a governo ou grupo

    estrangeiro, ou a organizao ou grupo de existncia ilegal, de dados, documentos ou cpias de documentos, planos, cdigos, cifras ou assuntos que, no interesse do Estado brasileiro, so classificados como sigilosos.

    Pena: recluso, de 3 a 15 anos.

    Pargrafo nico - Incorre na mesma pena quem:

    I - com o objetivo de realizar os atos previstos neste artigo, mantm servio de espionagem ou dele participa;

    II - com o mesmo objetivo, realiza atividade aerofotogrfica ou de sensoreamento remoto, em qualquer parte do territrio nacional;

    III - oculta ou presta auxlio a espio, sabendo-o tal, para subtra-lo ao da autoridade pblica;

    IV - obtm ou revela, para fim de espionagem, desenhos, projetos, fotografias, notcias ou informaes a respeito de tcnicas, de tecnologias, de componentes, de equipamentos, de instalaes ou de sistemas de processamento automatizado de dados, em uso ou em desenvolvimento no Pas, que, reputados essenciais para a sua defesa, segurana ou economia, devem permanecer em segredo.

    Art. 14 - Facilitar, culposamente, a prtica de qualquer dos crimes previstos nos arts. 12 e 13, e seus pargrafos.

    Pena: deteno, de 1 a 5 anos.

    Art. 15 - Praticar sabotagem contra instalaes militares, meios de comunicaes, meios e vias de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fbricas, usinas, barragem, depsitos e outras instalaes congneres.

    Pena: recluso, de 3 a 10 anos.

    1 - Se do fato resulta:

    a) leso corporal grave, a pena aumenta-se at a metade;

  • b) dano, destruio ou neutralizao de meios de defesa ou de segurana; paralisao, total ou parcial, de atividade ou servios pblicos reputados essenciais para a defesa, a segurana ou a economia do Pas, a pena aumenta-se at o dobro;

    c) morte, a pena aumenta-se at o triplo.

    2 - Punem-se os atos preparatrios de sabotagem com a pena deste artigo reduzida de dois teros, se o fato no constitui crime mais grave.

    Art. 16 - Integrar ou manter associao, partido, comit, entidade de classe ou grupamento que tenha por objetivo a mudana do regime vigente ou do Estado de Direito, por meios violentos ou com o emprego de grave ameaa.

    Pena: recluso, de 1 a 5 anos.

    Art. 17 - Tentar mudar, com emprego de violncia ou grave ameaa, a ordem, o regime vigente ou o Estado de Direito.

    Pena: recluso, de 3 a 15 anos.

    Pargrafo nico.- Se do fato resulta leso corporal grave, a pena aumenta-se at a metade; se resulta morte, aumenta-se at o dobro.

    Art. 18 - Tentar impedir, com emprego de violncia ou grave ameaa, o livre exerccio de qualquer dos Poderes da Unio ou dos Estados.

    Pena: recluso, de 2 a 6 anos.

    Art. 19 - Apoderar-se ou exercer o controle de aeronave, embarcao ou veculo de transporte coletivo, com emprego de violncia ou grave ameaa tripulao ou a passageiros.

    Pena: recluso, de 2 a 10 anos.

    Pargrafo nico - Se do fato resulta leso corporal grave, a pena aumenta-se at o dobro; se resulta morte, aumenta-se at o triplo.

    Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqestrar, manter em crcere privado, incendiar, depredar, provocar exploso, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo poltico ou para obteno de fundos destinados manuteno de organizaes polticas clandestinas ou subversivas.

    Pena: recluso, de 3 a 10 anos.

    Pargrafo nico - Se do fato resulta leso corporal grave, a pena aumenta-se at o dobro; se resulta morte, aumenta-se at o triplo.

    Art. 21 - Revelar segredo obtido em razo de cargo, emprego ou funo pblica, relativamente a planos, aes ou operaes militares ou policiais contra rebeldes, insurretos ou revolucionrios.

    Pena: recluso, de 2 a 10 anos.

    Art. 22 - Fazer, em pblico, propaganda:

    I - de processos violentos ou ilegais para alterao da ordem poltica ou social;

  • II - de discriminao racial, de luta pela violncia entre as classes sociais, de perseguio religiosa;

    III - de guerra;

    IV - de qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

    Pena: deteno, de 1 a 4 anos.

    1 - A pena aumentada de um tero quando a propaganda for feita em local de trabalho ou por meio de rdio ou televiso.

    2 - Sujeita-se mesma pena quem distribui ou redistribui:

    a) fundos destinados a realizar a propaganda de que trata este artigo;

    b) ostensiva ou clandestinamente boletins ou panfletos contendo a mesma propaganda.

    3 - No constitui propaganda criminosa a exposio, a crtica ou o debate de quaisquer doutrinas.

    Art. 23 - Incitar:

    I - subverso da ordem poltica ou social;

    II - animosidade entre as Foras Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituies

    civis;

    III - luta com violncia entre as classes sociais;

    IV - prtica de qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

    Pena: recluso, de 1 a 4 anos.

    Art. 24 - Constituir, integrar ou manter organizao ilegal de tipo militar, de qualquer forma ou natureza armada ou no, com ou sem fardamento, com finalidade combativa.

    Pena: recluso, de 2 a 8 anos.

    Art. 25 - Fazer funcionar, de fato, ainda que sob falso nome ou forma simulada, partido poltico ou associao dissolvidos por fora de disposio legal ou de deciso judicial.

    Pena: recluso, de 1 a 5 anos.

    Art. 26 - Caluniar ou difamar o Presidente da Repblica, o do Senado Federal, o da Cmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo reputao.

    Pena: recluso, de 1 a 4 anos.

    Pargrafo nico - Na mesma pena incorre quem, conhecendo o carter ilcito da imputao, a propala ou divulga.

  • Art. 27 - Ofender a integridade corporal ou a sade de qualquer das autoridades mencionadas no artigo anterior.

    Pena: recluso, de 1 a 3 anos.

    1 - Se a leso grave, aplica-se a pena de recluso de 3 a 15 anos.

    2 - Se da leso resulta a morte e as circunstncias evidenciam que este resultado pode ser atribudo a ttulo de culpa ao agente, a pena aumentada at um tero.

    Art. 28 - Atentar contra a liberdade pessoal de qualquer das autoridades referidas no art. 26.

    Pena: recluso, de 4 a 12 anos.

    Art. 29 - Matar qualquer das autoridades referidas no art. 26.

    Pena: recluso, de 15 a 30 anos.

    TTULO III

    Da Competncia, do Processo e das normas Especiais de Procedimentos

    Art. 30 - Compete Justia Militar processar e julgar os crimes previstos nesta Lei, com

    observncia das normas estabelecidas no Cdigo de Processo Penal Militar, no que no colidirem com disposio desta Lei, ressalvada a competncia originria do Supremo Tribunal Federal nos casos previstos na Constituio.

    Pargrafo nico - A ao penal pblica, promovendo-a o Ministrio Pblico.

    Art. 31 - Para apurao de fato que configure crime previsto nesta Lei, instaurar-se- inqurito policial, pela Polcia Federal:

    I - de ofcio;

    II - mediante requisio do Ministrio Pblico;

    III - mediante requisio de autoridade militar responsvel pela segurana interna;

    IV - mediante requisio do Ministro da Justia.

    Pargrafo nico - Poder a Unio delegar, mediante convnio, a Estado, ao Distrito Federal ou a Territrio, atribuies para a realizao do inqurito referido neste artigo.

    Art. 32 - Ser instaurado inqurito Policial Militar se o agente for militar ou assemelhado, ou quando o crime:

    I - lesar patrimnio sob administrao militar;

    II - for praticado em lugar diretamente sujeito administrao militar ou contra militar ou assemelhado em servio;

    III - for praticado nas regies alcanadas pela decretao do estado de emergncia ou do estado de stio.

  • Art. 33 - Durante as investigaes, a autoridade de que presidir o inqurito poder manter o indiciado preso ou sob custdia, pelo prazo de quinze dias, comunicando imediatamente o fato ao juzo competente.

    1 - Em caso de justificada necessidade, esse prazo poder ser dilatado por mais quinze dias, por deciso do juiz, a pedido do encarregado do inqurito, ouvido o Ministrio Pblico.

    2 - A incomunicabilidade do indiciado, no perodo inicial das investigaes, ser permitida pelo prazo improrrogvel de, no mximo, cinco dias.

    3 - O preso ou custodiado dever ser recolhido e mantido em lugar diverso do destinado aos presos por crimes comuns, com estrita observncia do disposto nos arts. 237 a 242 do Cdigo de Processo Penal Militar.

    4 - Em qualquer fase do inqurito, a requerimento da defesa, do indiciado, de seu cnjuge, descendente ou ascendente, ser realizado exame na pessoa do indiciado para verificao de sua integridade fsica e mental; uma via do laudo, elaborado por dois peritos mdicos e instruda com fotografias, ser juntada aos autos do inqurito.

    5 - Esgotado o prazo de quinze dias de priso ou custdia ou de sua eventual prorrogao, o indiciado ser imediatamente libertado, salvo se decretadas priso preventiva, a requerimento do encarregado do inqurito ou do rgo do Ministrio Pblico.

    6 - O tempo de priso ou custdia ser computado no de execuo da pena privativa de liberdade.

    Art. 34 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 35 - Revogam-se a Lei n 6.620, de 17 de dezembro de 1978, e demais disposies em contrrio.

    Braslia, em 14 de dezembro de 1983; 162 da Independncia e 95 da Repblica.

    JOO FIGUEIREDO Ibrahim Abi-Ackel Danilo Venturini

    Este texto no substitui o publicado no D.O.U. de 15.12.1983

    Presidncia da Repblica Casa Civil

    Subchefia para Assuntos Jurdicos

    LEI N 9.613, DE 3 DE MARO DE 1998.

    Vide Decreto n 2.799, de 1998

    Texto compilado

    Dispe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultao de bens, direitos e valores; a preveno da utilizao do sistema financeiro para os ilcitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e d outras providncias.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6620.htmhttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.613-1998?OpenDocumenthttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2799.htmhttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9613compilado.htm

  • O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    CAPTULO I

    Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultao de Bens, Direitos e Valores

    Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao, disposio, movimentao ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:

    I - de trfico ilcito de substncias entorpecentes ou drogas afins;

    II - de terrorismo;

    II de terrorismo e seu financiamento; (Redao dada pela Lei n 10.701, de 9.7.2003)

    III - de contrabando ou trfico de armas, munies ou material destinado sua produo;

    IV - de extorso mediante seqestro;

    V - contra a Administrao Pblica, inclusive a exigncia, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condio ou preo para a prtica ou omisso de atos administrativos;

    VI - contra o sistema financeiro nacional;

    VII - praticado por organizao criminosa.

    VIII praticado por particular contra a administrao pblica estrangeira (arts. 337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Cdigo Penal). (Inciso includo pela Lei n 10.467, de 11.6.2002)

    Pena: recluso de trs a dez anos e multa.

    1 Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilizao de bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo:

    I - os converte em ativos lcitos;

    II - os adquire, recebe, troca, negocia, d ou recebe em garantia, guarda, tem em depsito, movimenta ou transfere;

    III - importa ou exporta bens com valores no correspondentes aos verdadeiros.

    2 Incorre, ainda, na mesma pena quem:

    I - utiliza, na atividade econmica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo;

    II - participa de grupo, associao ou escritrio tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundria dirigida prtica de crimes previstos nesta Lei.

    3 A tentativa punida nos termos do pargrafo nico do art. 14 do Cdigo Penal.

    https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.701.htm#art1art1iihttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337bhttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337chttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337chttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337dhttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10467.htm#art3https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10467.htm#art3https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art14

  • 4 A pena ser aumentada de um a dois teros, nos casos previstos nos incisos I a VI do caput deste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermdio de organizao criminosa.

    5 A pena ser reduzida de um a dois teros e comear a ser cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar de aplic-la ou substitu-la por pena restritiva de direitos, se o autor, co-autor ou partcipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam apurao das infraes penais e de sua autoria ou localizao dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

    CAPTULO II

    Disposies Processuais Especiais

    Art. 2 O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:

    I obedecem s disposies relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com recluso, da competncia do juiz singular;

    II - independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes referidos no artigo anterior, ainda que praticados em outro pas;

    III - so da competncia da Justia Federal:

    a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econmico-financeira, ou em detrimento de bens, servios ou interesses da Unio, ou de suas entidades autrquicas ou empresas pblicas;

    b) quando o crime antecedente for de competncia da Justia Federal.

    1 A denncia ser instruda com indcios suficientes da existncia do crime antecedente, sendo punveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor daquele crime.

    2 No processo por crime previsto nesta Lei, no se aplica o disposto no art. 366 do Cdigo de Processo Penal.

    Art. 3 Os crimes disciplinados nesta Lei so insuscetveis de fiana e liberdade provisria e, em caso de sentena condenatria, o juiz decidir fundamentadamente se o ru poder apelar em liberdade.

    Art. 4 O juiz, de ofcio, a requerimento do Ministrio Pblico, ou representao da autoridade policial, ouvido o Ministrio Pblico em vinte e quatro horas, havendo indcios suficientes, poder decretar, no curso do inqurito ou da ao penal, a apreenso ou o seqestro de bens, direitos ou valores do acusado, ou existentes em seu nome, objeto dos crimes previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei n 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Cdigo de Processo Penal.

    1 As medidas assecuratrias previstas neste artigo sero levantadas se a ao penal no for iniciada no prazo de cento e vinte dias, contados da data em que ficar concluda a diligncia.

    2 O juiz determinar a liberao dos bens, direitos e valores apreendidos ou seqestrados quando comprovada a licitude de sua origem.

    https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art366https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art366https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art125https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art144https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art144

  • 3 Nenhum pedido de restituio ser conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prtica de atos necessrios conservao de bens, direitos ou valores, nos casos do art. 366 do Cdigo de Processo Penal.

    4 A ordem de priso de pessoas ou da apreenso ou seqestro de bens, direitos ou valores, poder ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministrio Pblico, quando a sua execuo imediata possa comprometer as investigaes.

    Art. 5 Quando as circunstncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministrio Pblico, nomear pessoa qualificada para a administrao dos bens, direitos ou valores apreendidos ou seqestrados, mediante termo de compromisso.

    Art. 6 O administrador dos bens:

    I - far jus a uma remunerao, fixada pelo juiz, que ser satisfeita com o produto dos bens objeto da administrao;

    II - prestar, por determinao judicial, informaes peridicas da situao dos bens sob sua administrao, bem como explicaes e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos realizados.

    Pargrafo nico. Os atos relativos administrao dos bens apreendidos ou seqestrados sero levados ao conhecimento do Ministrio Pblico, que requerer o que entender cabvel.

    CAPTULO III

    Dos Efeitos da Condenao

    Art. 7 So efeitos da condenao, alm dos previstos no Cdigo Penal:

    I - a perda, em favor da Unio, dos bens, direitos e valores objeto de crime previsto nesta Lei, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-f;

    II - a interdio do exerccio de cargo ou funo pblica de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administrao ou de gerncia das pessoas jurdicas referidas no art. 9, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.

    CAPTULO IV

    Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes Praticados no Estrangeiro

    Art. 8 O juiz determinar, na hiptese de existncia de tratado ou conveno internacional e por solicitao de autoridade estrangeira competente, a apreenso ou o seqestro de bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1, praticados no estrangeiro.

    1 Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou conveno internacional, quando o governo do pas da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.

    2 Na falta de tratado ou conveno, os bens, direitos ou valores apreendidos ou seqestrados por solicitao de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da sua alienao sero repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na proporo de metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-f.

    CAPTULO V

    https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art366

  • Das Pessoas Sujeitas Lei

    Art. 9 Sujeitam-se s obrigaes referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas jurdicas que tenham, em carter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessria, cumulativamente ou no:

    I - a captao, intermediao e aplicao de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;

    II a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial;

    III - a custdia, emisso, distribuio, liqidao, negociao, intermediao ou administrao de ttulos ou valores mobilirios.

    Pargrafo nico. Sujeitam-se s mesmas obrigaes:

    I - as bolsas de valores e bolsas de mercadorias ou futuros;

    II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdncia complementar ou de capitalizao;

    III - as administradoras de cartes de credenciamento ou cartes de crdito, bem como as administradoras de consrcios para aquisio de bens ou servios;

    IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de carto ou qualquer outro meio eletrnico, magntico ou equivalente, que permita a transferncia de fundos;

    V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial (factoring);

    VI - as sociedades que efetuem distribuio de dinheiro ou quaisquer bens mveis, imveis, mercadorias, servios, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisio, mediante sorteio ou mtodo assemelhado;

    VII - as filiais ou representaes de entes estrangeiros que exeram no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;

    VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorizao de rgo regulador dos mercados financeiro, de cmbio, de capitais e de seguros;

    IX - as pessoas fsicas ou jurdicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionrias ou por qualquer forma representem interesses de ente estrangeiro que exera qualquer das atividades referidas neste artigo;

    X - as pessoas jurdicas que exeram atividades de promoo imobiliria ou compra e venda de imveis;

    XI - as pessoas fsicas ou jurdicas que comercializem jias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigidades.

    XII as pessoas fsicas ou jurdicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor ou exeram atividades que envolvam grande volume de recursos em espcie. (Includo pela Lei n 10.701, de 9.7.2003)

    CAPTULO VI

    https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.701.htm#art2art9xiihttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.701.htm#art2art9xii

  • Da Identificao dos Clientes e Manuteno de Registros

    Art. 10. As pessoas referidas no art. 9:

    I - identificaro seus clientes e mantero cadastro atualizado, nos termos de instrues emanadas das autoridades competentes;

    II - mantero registro de toda transao em moeda nacional ou estrangeira, ttulos e valores mobilirios, ttulos de crdito, metais, ou qualquer ativo passvel de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instrues por esta expedidas;

    III - devero atender, no prazo fixado pelo rgo judicial competente, as requisies formuladas pelo Conselho criado pelo art. 14, que se processaro em segredo de justia.

    1 Na hiptese de o cliente constituir-se em pessoa jurdica, a identificao referida no inciso I deste artigo dever abranger as pessoas fsicas autorizadas a represent-la, bem como seus proprietrios.

    2 Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo devero ser conservados durante o perodo mnimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da concluso da transao, prazo este que poder ser ampliado pela autoridade competente.

    3 O registro referido no inciso II deste artigo ser efetuado tambm quando a pessoa fsica ou jurdica, seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo ms-calendrio, operaes com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autoridade competente.

    Art. 10A. O Banco Central manter registro centralizado formando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituies financeiras, bem como de seus procuradores. (Includo pela Lei n 10.701, de 9.7.2003)

    CAPTULO VII

    Da Comunicao de Operaes Financeiras

    Art. 11. As pessoas referidas no art. 9:

    I - dispensaro especial ateno s operaes que, nos termos de instrues emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em srios indcios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;

    II - devero comunicar, abstendo-se de dar aos clientes cincia de tal ato, no prazo de vinte e quatro horas, s autoridades competentes:

    a) todas as transaes constantes do inciso II do art. 10 que ultrapassarem limite fixado, para esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condies por ela estabelecidas;

    a) todas as transaes constantes do inciso II do art. 10 que ultrapassarem limite fixado, para esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condies por ela estabelecidas, devendo ser juntada a identificao a que se refere o inciso I do mesmo artigo; (Redao dada pela Lei n 10.701, de 9.7.2003)

    b) a proposta ou a realizao de transao prevista no inciso I deste artigo.

    1 As autoridades competentes, nas instrues referidas no inciso I deste artigo, elaboraro relao de operaes que, por suas caractersticas, no que se refere s partes

    https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.701.htm#art3art10ahttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.701.htm#art3art10ahttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.701.htm#art4art11iiahttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.701.htm#art4art11iia

  • envolvidas, valores, forma de realizao, instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento econmico ou legal, possam configurar a hiptese nele prevista.

    2 As comunicaes de boa-f, feitas na forma prevista neste artigo, no acarretaro responsabilidade civil ou administrativa.

    3 As pessoas para as quais no exista rgo prprio fiscalizador ou regulador faro as comunicaes mencionadas neste artigo ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras - COAF e na forma por ele estabelecida.

    CAPTULO VIII

    Da Responsabilidade Administrativa

    Art. 12. s pessoas referidas no art. 9, bem como aos administradores das pessoas jurdicas, que deixem de cumprir as obrigaes previstas nos arts. 10 e 11 sero aplicadas, cumulativamente ou no, pelas autoridades competentes, as seguintes sanes:

    I - advertncia;

    II - multa pecuniria varivel, de um por cento at o dobro do valor da operao, ou at duzentos por cento do lucro obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realizao da operao, ou, ainda, multa de at R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);

    III - inabilitao temporria, pelo prazo de at dez anos, para o exerccio do cargo de administrador das pessoas jurdicas referidas no art. 9;

    IV - cassao da autorizao para operao ou funcionamento.

    1 A pena de advertncia ser aplicada por irregularidade no cumprimento das instrues referidas nos incisos I e II do art. 10.

    2 A multa ser aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9, por negligncia ou dolo:

    I deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertncia, no prazo assinalado pela autoridade competente;

    II no realizarem a identificao ou o registro previstos nos incisos I e II do art. 10;

    III - deixarem de atender, no prazo, a requisio formulada nos termos do inciso III do art. 10;

    IV - descumprirem a vedao ou deixarem de fazer a comunicao a que se refere o art. 11.

    3 A inabilitao temporria ser aplicada quando forem verificadas infraes graves quanto ao cumprimento das obrigaes constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidncia especfica, devidamente caracterizada em transgresses anteriormente punidas com multa.

    4 A cassao da autorizao ser aplicada nos casos de reincidncia especfica de infraes anteriormente punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo.

    Art. 13. O procedimento para a aplicao das sanes previstas neste Captulo ser regulado por decreto, assegurados o contraditrio e a ampla defesa.

  • CAPTULO IX

    Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras

    Art. 14. criado, no mbito do Ministrio da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrncias suspeitas de atividades ilcitas previstas nesta Lei, sem prejuzo da competncia de outros rgos e entidades.

    1 As instrues referidas no art. 10 destinadas s pessoas mencionadas no art. 9, para as quais no exista rgo prprio fiscalizador ou regulador, sero expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definio das pessoas abrangidas e a aplicao das sanes enumeradas no art. 12.

    2 O COAF dever, ainda, coordenar e propor mecanismos de cooperao e de troca de informaes que viabilizem aes rpidas e eficientes no combate ocultao ou dissimulao de bens, direitos e valores.

    3o O COAF poder requerer aos rgos da Administrao Pblica as informaes

    cadastrais bancrias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas. (Includo pela Lei n 10.701, de 9.7.2003)

    Art. 15. O COAF comunicar s autoridades competentes para a instaurao dos procedimentos cabveis, quando concluir pela existncia de crimes previstos nesta Lei, de fundados indcios de sua prtica, ou de qualquer outro ilcito.

    Art. 16. O COAF ser composto por servidores pblicos de reputao ilibada e reconhecida competncia, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comisso de Valores Mobilirios, da Superintendncia de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal, de rgo de inteligncia do Poder Executivo, do Departamento de Polcia Federal e do Ministrio das Relaes Exteriores, atendendo, nesses trs ltimos casos, indicao dos respectivos Ministros de Estado.

    Art. 16. O COAF ser composto por servidores pblicos de reputao ilibada e reconhecida competncia, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comisso de Valores Mobilirios, da Superintendncia de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal, de rgo de inteligncia do Poder Executivo, do Departamento de Polcia Federal, do Ministrio das Relaes Exteriores e da Controladoria-Geral da Unio, atendendo, nesses quatro ltimos casos, indicao dos respectivos Ministros de Estado. (Redao dada pela Lei n 10.683, de 28.5.2003)

    1 O Presidente do Conselho ser nomeado pelo Presidente da Repblica, por indicao do Ministro de Estado da Fazenda.

    2 Das decises do COAF relativas s aplicaes de penas administrativas caber recurso ao Ministro de Estado da Fazenda.

    Art. 17. O COAF ter organizao e funcionamento definidos em estatuto aprovado por decreto do Poder Executivo.

    Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 3 de maro de 1998; 177 da Independncia e 110 da Repblica.

    https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.701.htm#art5art143https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.701.htm#art5art143https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.683.htm#art57

  • FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Iris Rezende Luiz Felipe Lampreia Pedro Malan

    Este texto no substitui o publicado no D.O.U. de 4.3.1998

    Presidncia da Repblica Casa Civil

    Subchefia para Assuntos Jurdicos

    DECRETO N 3.665, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2000.

    D nova redao ao Regulamento para a Fiscalizao de Produtos Controlados (R-105).

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso das atribuies que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituio, e tendo em vista o disposto no Decreto n

    o 24.602, de 6 de julho de 1934,

    do ento Governo Provisrio, recepcionado como Lei pela Constituio Federal de 1934,

    D E C R E T A :

    Art. 1o Fica aprovada a nova redao do Regulamento para a Fiscalizao de Produtos

    Controlados (R-105), na forma do Anexo a este Decreto.

    Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 3o Fica revogado o Decreto n

    o 2.998, de 23 de maro de 1999.

    Braslia, 20 de novembro de 2000; 179o da Independncia e 112

    o da Repblica.

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Geraldo Magela da Cruz Quinto

    Este texto no substitui o publicado no D.O.U. de 21.11.2000

    ANEXO

    REGULAMENTO PARA A FISCALIZAO DE PRODUTOS CONTROLADOS (R-105)

    TTULO I

    PRESCRIES BSICAS

    CAPTULO I

    OBJETIVOS

    Art. 1o Este Regulamento tem por finalidade estabelecer as normas necessrias para a correta fiscalizao das atividades exercidas por pessoas fsicas e jurdicas, que envolvam produtos controlados pelo Exrcito.

    Pargrafo nico. Dentre as atividades a que se refere este artigo destacam-se a fabricao, a recuperao, a manuteno, a utilizao industrial, o manuseio, o uso esportivo, o colecionamento, a exportao, a importao, o desembarao alfandegrio, o armazenamento, o comrcio e o trfego dos produtos relacionados no Anexo I a este Regulamento.

    http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%203.665-2000?OpenDocumenthttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2998.htm

  • Art. 2o As prescries contidas neste Regulamento destinam-se consecuo, em mbito nacional, dos seguintes objetivos:

    I - o perfeito cumprimento da misso institucional atribuda ao Exrcito;

    II - a obteno de dados de interesse do Exrcito nas reas de Mobilizao Industrial, de Material Blico e de Segurana Interna;

    III - o conhecimento e a fiscalizao da estrutura organizacional e do funcionamento das fbricas de produtos controlados ou daquelas que faam uso de tais produtos em seu processo de fabricao e de seus bens;

    IV - o conhecimento e a fiscalizao das pessoas fsicas ou jurdicas envolvidas com a recuperao, a manuteno, o manuseio, o uso esportivo, o colecionamento, a exportao, a importao, o desembarao alfandegrio, o armazenamento, o comrcio e o trfego de produtos controlados;

    V - o desenvolvimento da indstria nacional desses produtos; e

    VI - a exportao de produtos controlados dentro dos padres de qualidade estabelecidos.

    CAPTULO II

    DEFINIES

    Art. 3o Para os efeitos deste Regulamento e sua adequada aplicao, so adotadas as seguintes definies:

    I - acessrio: engenho primrio ou secundrio que suplementa um artigo principal para possibilitar ou melhorar o seu emprego;

    II - acessrio de arma: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modificao de um efeito secundrio do tiro ou a modificao do aspecto visual da arma;

    III - acessrio explosivo: engenho no muito sensvel, de elevada energia de ativao, que tem por finalidade fornecer energia suficiente continuidade de um trem explosivo e que necessita de um acessrio iniciador para ser ativado;

    IV - acessrio iniciador: engenho muito sensvel, de pequena energia de ativao, cuja finalidade proporcionar a energia necessria iniciao de um trem explosivo;

    V - agente qumico de guerra: substncia em qualquer estado fsico (slido, lquido, gasoso ou estados fsicos intermedirios), com propriedades fsico-qumicas que a torna prpria para emprego militar e que apresenta propriedades qumicas causadoras de efeitos, permanentes ou provisrios, letais ou danosos a seres humanos, animais, vegetais e materiais, bem como provocar efeitos fumgenos ou incendirios;

    VI - aparato: conjunto de equipamentos de emprego militar;

    VII - apostila: documento anexo e complementar ao registro (Ttulo de Registro - TR e Certificado de Registro - CR), e por este validado, no qual estaro registradas de forma clara, precisa e concisa informaes que qualifiquem e quantifiquem o objeto da concesso e alteraes impostas ou autorizadas, segundo o estabelecido neste Regulamento;

    VIII - rea perigosa: rea do terreno julgada necessria para o funcionamento de uma fbrica ou para a localizao de um paiol ou depsito, dentro das exigncias deste Regulamento, de modo que, eventualmente, na deflagrao ou detonao de um explosivo ou vazamento de produto qumico agressivo, somente pessoas ou materiais que se encontrem dentro da mesma tenham maior probabilidade de serem atingidos;

    IX - arma: artefato que tem por objetivo causar dano, permanente ou no, a seres vivos e coisas;

    X - arma automtica: arma em que o carregamento, o disparo e todas as operaes de funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado ( aquela que d rajadas);

    XI - arma branca: artefato cortante ou perfurante, normalmente constitudo por pea em lmina ou oblonga;

    XII - arma controlada: arma que, pelas suas caractersticas de efeito fsico e psicolgico, pode causar danos altamente nocivos e, por esse motivo, controlada pelo Exrcito, por competncia outorgada pela Unio;

    XIII - arma de fogo: arma que arremessa projteis empregando a fora expansiva dos gases gerados pela combusto de um propelente confinado em uma cmara que, normalmente, est solidria a um cano que tem a funo de propiciar continuidade combusto do propelente, alm de direo e estabilidade ao projtil;

  • XIV - arma de porte: arma de fogo de dimenses e peso reduzidos, que pode ser portada por um indivduo em um coldre e disparada, comodamente, com somente uma das mos pelo atirador; enquadram-se, nesta definio, pistolas, revlveres e garruchas;

    XV - arma de presso: arma cujo princpio de funcionamento implica o emprego de gases comprimidos para impulso do projtil, os quais podem estar previamente armazenados em um reservatrio ou ser produzidos por ao de um mecanismo, tal como um mbolo solidrio a uma mola, no momento do disparo;

    XVI - arma de repetio: arma em que o atirador, aps a realizao de cada disparo, decorrente da sua ao sobre o gatilho, necessita empregar sua fora fsica sobre um componente do mecanismo desta para concretizar as operaes prvias e necessrias ao disparo seguinte, tornando-a pronta para realiz-lo;

    XVII - arma de uso permitido: arma cuja utilizao permitida a pessoas fsicas em geral, bem como a pessoas jurdicas, de acordo com a legislao normativa do Exrcito;

    XVIII - arma de uso restrito: arma que s pode ser utilizada pelas Foras Armadas, por algumas instituies de segurana, e por pessoas fsicas e jurdicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Exrcito, de acordo com legislao especfica;

    XIX - arma pesada: arma empregada em operaes militares em proveito da ao de um grupo de homens, devido ao seu poderoso efeito destrutivo sobre o alvo e geralmente ao uso de poderosos meios de lanamento ou de cargas de projeo;

    XX - arma no-porttil: arma que, devido s suas dimenses ou ao seu peso, no pode ser transportada por um nico homem;

    XXI - arma de fogo obsoleta: arma de fogo que no se presta mais ao uso normal, devido a sua munio e elementos de munio no serem mais fabricados, ou por ser ela prpria de fabricao muito antiga ou de modelo muito antigo e fora de uso; pela sua obsolescncia, presta-se mais a ser considerada relquia ou a constituir pea de coleo;

    XXII - arma porttil: arma cujo peso e cujas dimenses permitem que seja transportada por um nico homem, mas no conduzida em um coldre, exigindo, em situaes normais, ambas as mos para a realizao eficiente do disparo;

    XXIII - arma semi-automtica: arma que realiza, automaticamente, todas as operaes de funcionamento com exceo do disparo, o qual, para ocorrer, requer, a cada disparo, um novo acionamento do gatilho;

    XXIV - armeiro: mecnico de armas;

    XXV - artifcio de fogo: dispositivo pirotcnico destinado a provocar, no momento desejado, a exploso de uma carga;

    XXVI - artifcio pirotcnico: designao comum de peas pirotcnicas preparadas para transmitir a inflamao e produzir luz, rudo, incndios ou exploses, com finalidade de sinalizao, salvamento ou emprego especial em operaes de combate;

    XXVII - atirador: pessoa fsica praticante do esporte de tiro, devidamente registrado na associao competente, ambas reconhecidas e sujeitas s normas baixadas pelo Exrcito;

    XXVIII - ato normativo: ato oficial que tem por finalidade precpua informar, estabelecer regras para a conduta dos integrantes da Fora ou regular o funcionamento dos rgos do Exrcito;

    XXIX - balo pirotcnico: artefato de papel fino (ou de material assemelhado), colado de maneira que imite formas variadas, em geral de fabricao caseira, o qual se lana ao ar, normalmente, durante as festas juninas, e que sobe por fora do ar quente produzido em seu interior por buchas amarradas a uma ou mais bocas de arame;

    XXX - barricado: protegido por uma barricada;

    XXXI - blico: diz respeito s coisas de emprego militar;

    XXXII - blster: elemento encarregado de organizar e conectar a distribuio e disposio dos explosivos e acessrios empregados no desmonte de rochas;

    XXXIII - blindagem balstica: artefato projetado para servir de anteparo a um corpo de modo a deter o movimento ou modificar a trajetria de um projtil contra ele disparado, protegendo-o, impedindo o projtil de produzir seu efeito desejado;

    XXXIV - caador: pessoa fsica praticante de caa desportiva, devidamente registrada na associao competente, ambas reconhecidas e sujeitas s normas baixadas pelo Exrcito;

    XXXV - calibre: medida do dimetro interno do cano de uma arma, medido entre os fundos do raiamento; medida do dimetro externo de um projtil sem cinta; dimenso usada para definir ou caracterizar um tipo de munio ou de arma;

    XXXVI - canho: armamento pesado que realiza tiro de trajetria tensa e cujo calibre maior ou igual a vinte milmetros;

  • XXXVII - carabina: arma de fogo porttil semelhante a um fuzil, de dimenses reduzidas, de cano longo - embora relativamente menor que o do fuzil - com alma raiada;

    XXXVIII - carregador: artefato projetado e produzido especificamente para conter os cartuchos de uma arma de fogo, apresentar-lhe um novo cartucho aps cada disparo e a ela estar solidrio em todos os seus movimentos; pode ser parte integrante da estrutura da arma ou, o que mais comum, ser independente, permitindo que seja fixado ou retirado da arma, com facilidade, por ao sobre um dispositivo de fixao;

    XXXIX - categoria de controle: qualifica o produto controlado pelo Exrcito segundo o conjunto de atividades a ele vinculadas e sujeitas a controle, dentro do seguinte universo: fabricao, utilizao, importao, exportao, desembarao alfandegrio, trfego, comrcio ou outra atividade que venha a ser considerada;

    XL - Certificado de Registro - CR: documento hbil que autoriza as pessoas fsicas ou jurdicas utilizao industrial, armazenagem, comrcio, exportao, importao, transporte, manuteno, recuperao e manuseio de produtos controlados pelo Exrcito;

    XLI - colecionador: pessoa fsica ou jurdica que coleciona armas, munies, ou viaturas blindadas, devidamente registrado e sujeito a normas baixadas pelo Exrcito;

    XLII - Contrato Social: contrato consensual pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a reunir esforos ou recursos para a consecuo de um fim comum;

    XLIII - deflagrao: fenmeno caracterstico dos chamados baixos explosivos, que consiste na autocombusto de um corpo (composto de combustvel, comburente e outros), em qualquer estado fsico, a qual ocorre por camadas e a velocidades controladas (de alguns dcimos de milmetro at quatrocentos metros por segundo);

    XLIV - detonao: fenmeno caracterstico dos chamados altos explosivos que consiste na autopropagao de uma onda de choque atravs de um corpo explosivo, transformando-o em produtos mais estveis, com liberao de grande quantidade de calor e cuja velocidade varia de mil a oito mil e quinhentos metros por segundo;

    XLV - edifcio habitado: designao comum de uma construo de alvenaria, madeira, ou outro material, de carter permanente ou no, que ocupa certo espao de terreno. geralmente limitada por paredes e tetos, e ocupada como residncia ou domiclio;

    XLVI - emprego coletivo: uma arma, munio, ou equipamento de emprego coletivo quando o efeito esperado de sua utilizao eficiente destina-se ao proveito da ao de um grupo;

    XLVII - emprego individual: uma arma, munio, ou equipamento de emprego individual quando o efeito esperado de sua utilizao eficiente destina-se ao proveito da ao de um indivduo;

    XLVIII - encarregado de fogo: o mesmo que blster;

    XLIX - espingarda: arma de fogo porttil, de cano longo com alma lisa, isto , no-raiada;

    L - exploso: violento arrebentamento ou expanso, normalmente causado por detonao ou deflagrao de um explosivo, ou, ainda, pela sbita liberao de presso de um corpo com acmulo de gases;

    LI - explosivo: tipo de matria que, quando iniciada, sofre decomposio muito rpida em produtos mais estveis, com grande liberao de calor e desenvolvimento sbito de presso;

    LII - fogos de artifcio: designao comum de peas pirotcnicas preparadas para transmitir a inflamao a fim de produzir luz, rudo, incndios ou exploses, e normalmente empregada em festividades;

    LIII - fuzil: arma de fogo porttil, de cano longo e cuja alma do cano raiada;

    LIV - Guia de Trfego GT: documento que autoriza o trfego de produtos controlados;

    LV - grau de restrio: qualifica o grau de controle exercido pelo Exrcito, segundo as atividades fiscalizadas;

    LVI - grupo de produtos controlados: agrupamento de produtos controlados, de mesma natureza;

    LVII - iniciao: fenmeno que consiste no desencadeamento de um processo ou srie de processos explosivos;

    LVIII - linha de produo: conjunto de unidades produtivas organizadas numa mesma rea para operar em cadeia a fabricao ou montagem de determinado produto;

  • LIX - manuseio de produto controlado: trato com produto controlado com finalidade especfica, como por exemplo, sua utilizao, manuteno e armazenamento;

    LX - material de emprego militar: material de emprego blico, de uso privativo das Foras Armadas;

    LXI - metralhadora: arma de fogo porttil, que realiza tiro automtico;

    LXII - morteiro: armamento pesado, usado normalmente em campanha, de carregamento antecarga (carregamento pela boca), que realiza unicamente tiro de trajetria curva;

    LXIII - mosqueto: fuzil pequeno, de emprego militar, maior que uma carabina, de repetio por ao de ferrolho montado no mecanismo da culatra, acionado pelo atirador por meio da sua alavanca de manejo;

    LXIV - munio: artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito desejado pode ser: destruio, iluminao ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exerccio; manejo; outros efeitos especiais;

    LXV - obuseiro: armamento pesado semelhante ao canho, usado normalmente em campanha, que tem carregamento pela culatra, realiza tanto o tiro de trajetria tensa quanto o de trajetria curva e dispara projteis de calibres mdios a pesados, muito acima de vinte milmetros;

    LXVI - petrecho: aparelho ou equipamento elaborado para o emprego blico;

    LXVII - pistola: arma de fogo de porte, geralmente semi-automtica, cuja nica cmara faz parte do corpo do cano e cujo carregador, quando em posio fixa, mantm os cartuchos em fila e os apresenta seqencialmente para o carregamento inicial e aps cada disparo; h pistolas de repetio que no dispem de carregador e cujo carregamento feito manualmente, tiro-a-tiro, pelo atirador;

    LXVIII - pistola-metralhadora: metralhadora de mo, de dimenses reduzidas, que pode ser utilizada com apenas uma das mos, tal como uma pistola;

    LXIX - produto controlado pelo Exrcito: produto que, devido ao seu poder de destruio ou outra propriedade, deva ter seu uso restrito a pessoas fsicas e jurdicas legalmente habilitadas, capacitadas tcnica, moral e psicologicamente, de modo a garantir a segurana social e militar do pas;

    LXX - produto de interesse militar: produto que, mesmo no tendo aplicao militar, tem emprego semelhante ou utilizado no processo de fabricao de produto com aplicao militar;

    LXXI - raias: sulcos feitos na parte interna (alma) dos canos ou tubos das armas de fogo, geralmente de forma helicoidal, que tm a finalidade de propiciar o movimento de rotao dos projteis, ou granadas, que lhes garante estabilidade na trajetria;

    LXXII - Razo Social: nome usado pelo comerciante ou industrial (pessoa natural ou jurdica) no exerccio das suas atividades;

    LXXIII - Regio Militar de vinculao: aquela com jurisdio sobre a rea onde esto localizadas ou atuando as pessoas fsicas e jurdicas consideradas;

    LXXIV - revlver: arma de fogo de porte, de repetio, dotada de um cilindro giratrio posicionado atrs do cano, que serve de carregador, o qual contm perfuraes paralelas e eqidistantes do seu eixo e que recebem a munio, servindo de cmara;

    LXXV - TR: documento hbil que autoriza a pessoa jurdica fabricao de produtos controlados pelo Exrcito;

    LXXVI - trfego: conjunto de atos relacionados com o transporte de produtos controlados e compreende as fases de embarque, trnsito, desembarao, desembarque e entrega;

    LXXVII - trem explosivo: nome dado ao arranjamento dos engenhos energticos, cujas caractersticas de sensibilidade e potncia determinam a sua disposio de maneira crescente com relao potncia e decrescente com relao sensibilidade;

    LXXVIII - unidade produtiva: elemento constitutivo de uma linha de produo;

    LXXIX - uso permitido: a designao "de uso permitido" dada aos produtos controlados pelo Exrcito, cuja utilizao permitida a pessoas fsicas em geral, bem como a pessoas jurdicas, de acordo com a legislao normativa do Exrcito;

    LXXX - uso proibido: a antiga designao "de uso proibido" dada aos produtos controlados pelo Exrcito designados como "de uso restrito";

  • LXXXI - uso restrito: a designao "de uso restrito" dada aos produtos controlados pelo Exrcito que s podem ser utilizados pelas Foras Armadas ou, autorizadas pelo Exrcito, algumas Instituies de Segurana, pessoas jurdicas habilitadas e pessoas fsicas habilitadas;

    LXXXII - utilizao industrial: quando um produto controlado pelo Exrcito empregado em um processo industrial e o produto final deste processo no controlado;

    LXXXIII - viatura militar operacional das Foras Armadas: viatura fabricada com caractersticas especficas para ser utilizada em operao de natureza militar, ttica ou logstica, de propriedade do governo, para atendimento a organizaes militares;

    LXXXIV - viatura militar blindada: viatura militar operacional protegida por blindagem; e

    LXXXV - visto: declarao, por assinatura ou rubrica de autoridade competente, que atesta que o documento foi examinado e achado conforme.

    CAPTULO III

    DIRETRIZES DA FISCALIZAO

    Art. 4o Incumbe ao Exrcito baixar as normas de regulamentao tcnica e administrativa para a fiscalizao dos produtos controlados.

    Art. 5o Na execuo das atividades de fiscalizao de produtos controlados, devero ser obedecidos os atos normativos emanados do Exrcito, que constituiro jurisprudncia administrativa sobre a matria.

    Art. 6o A fiscalizao de produtos controlados de que trata este Regulamento de responsabilidade do Exrcito, que a executar por intermdio de seus rgos subordinados ou vinculados, podendo, no entanto, tais atividades ser descentralizadas por delegao de competncia ou mediante convnios.

    Pargrafo nico. Na descentralizao da fiscalizao de produtos controlados no ser admitida a superposio de incumbncias anlogas.

    Art. 7o As autorizaes que permitem o trabalho com produtos controlados, ou o seu manuseio, por pessoas fsicas ou jurdicas, devero ser emitidas com orientao voltada obteno do aprimoramento da mobilizao industrial, da qualidade da produo nacional e manuteno da idoneidade dos detentores de registro, visando salvaguardar os interesses nacionais nas reas econmicas, da defesa militar, da ordem interna e da segurana e tranqilidade pblicas.

    TTULO II

    PRODUTOS CONTROLADOS

    CAPTULO I

    ATIVIDADES CONTROLADAS, CATEGORIAS DE CONTROLE, GRAUS DE RESTRIO E GRUPOS DE UTILIZAO

    Art. 8 A classificao de um produto como controlado pelo Exrcito tem por premissa bsica a existncia de poder de destruio ou outra propriedade de risco que indique a necessidade de que o uso seja restrito a pessoas fsicas e jurdicas legalmente habilitadas, capacitadas tcnica, moral e psicologicamente, de modo a garantir a segurana da sociedade e do pas.

    Art. 9o As atividades de fabricao, utilizao, importao, exportao, desembarao alfandegrio, trfego e comrcio de produtos controlados, devem obedecer as seguintes exigncias:

    I para a fabricao, o registro no Exrcito, que emitir o competente Ttulo de Registro TR;

    II para a utilizao industrial, em laboratrios, atividades esportivas, como objeto de coleo ou em pesquisa, registro no Exrcito mediante a emisso do Certificado de Registro - CR;

    III para a importao, o registro no Exrcito mediante a emisso de TR ou CR e da licena prvia de importao pelo Certificado Internacional de Importao CII;

    IV para a exportao, o registro no Exrcito e licena prvia de exportao;

    V - o desembarao alfandegrio ser executado por agente da fiscalizao militar do Exrcito;

  • VI - para o trfego, autorizao prvia por meio de GT ou porte de trfego, conforme o caso; e

    VII - para o comrcio, o registro no Exrcito mediante a emisso do CR.

    Pargrafo nico. Devero ser atendidas, ainda, no transporte de produtos controlados, as exigncias estabelecidas pela Marinha para o transporte martimo, as estabelecidas pela Aeronutica para o transporte areo e as exigncias do Ministrio dos Transportes para o transporte terrestre.

    Art. 10. Os produtos controlados, conforme as atividades sujeitas a controle, so classificados, de acordo com o quadro a seguir:

    Categoria de

    Controle

    Atividades Sujeitas a Controle

    Fabricao Utilizao Importao Exportao Desembarao Alfandegrio

    Trfego Comrcio

    1 X X X X X X X

    2 X X X - X X X

    3 X - X X X X(*) -

    4 X - X X X - -

    5 X - X X X - X

    Legenda: ( X ) Atividades sujeitas a controle.

    ( - ) Atividades no sujeitas a controle.

    (*) Sujeito a controle somente na sada da fbrica, porto ou aeroporto.

    Art. 11. Os produtos controlados de uso restrito, conforme a destinao, so classificados quanto ao grau de restrio, de acordo com o quadro a seguir:

    Grau de Restrio Destinao

    A Foras Armadas

    B Foras Auxiliares e Policiais

    C Pessoas jurdicas especializadas registradas no Exrcito.

    D Pessoas fsicas autorizadas pelo Exrcito

    Art. 12. Os produtos controlados so identificados por smbolos segundo seus grupos de utilizao, de acordo com o quadro a seguir:

    Smbolo Grupos de Utilizao

    AcAr Acessrio de Arma

    AcEx Acessrio Explosivo

    AcIn Acessrio Iniciador

    GQ

    Agente de Guerra Qumica (Agente Qumico de Guerra),

    Armamento Qumico ou Munio Qumica

    Ar Arma

    Pi Artifcio Pirotcnico

    Dv Diversos

  • Ex Explosivo ou Propelente

    MnAp Munio Autopropelida

    Mn Munio Comum

    PGQ Precursor de Agente de Guerra Qumica

    QM Produto Qumico de Interesse Militar

    Art. 13. O Exrcito poder incluir ou excluir qualquer produto na classificao de controlado, criar ou mudar a categoria de controle, colocar, retirar ou trocar a classificao de uso restrito para permitido, ou vice-versa, ou ainda alterar o grau de restrio.

    CAPTULO II

    RELAO DE PRODUTOS CONTROLADOS

    Art. 14. Os produtos controlados se acham especificados, por ordem alfabtica e numrica, com indicao da categoria de controle e o grupo de utilizao a que pertencem, na relao de produtos controlados pelo Exrcito, Anexo I.

    1 A tabela de nomes alternativos, Anexo II, complementar relao de produtos controlados e tem por objetivo identificar os produtos que tenham mais de um nome tradicional ou oficial, por nomes e nomenclaturas usuais, consagrados e aceitos pelos meios especializados, reconhecidos pelo Exrcito, relacionando-os com a relao de produtos controlados, de modo a facilitar o trabalho do agente da fiscalizao militar.

    2 A tabela de emprego e efeitos fisiolgicos de produtos qumicos, Anexo III, complementar ao Anexo I e tem por objetivo identificar produtos controlados pelo Exrcito por seus empregos, civis e militares, de modo a facilitar o trabalho do agente da fiscalizao militar.

    3o As tabelas de nomes alternativos e de emprego e efeitos fisiolgicos de produtos qumicos podem ser modificadas pelo Chefe do Departamento Logstico - D Log.

    CAPTULO III

    PRODUTOS CONTROLADOS DE USO RESTRITO E PERMITIDO

    Art. 15. As armas, munies, acessrios e equipamentos so classificados, quanto ao uso, em:

    I - de uso restrito; e

    II - de uso permitido.

    Art. 16. So de uso restrito:

    I - armas, munies, acessrios e equipamentos iguais ou que possuam alguma caracterstica no que diz respeito aos empregos ttico, estratgico e tcnico do material blico usado pelas Foras Armadas nacionais;

    II - armas, munies, acessrios e equipamentos que, no sendo iguais ou similares ao material blico usado pelas Foras Armadas nacionais, possuam caractersticas que s as tornem aptas para emprego militar ou policial;

    III - armas de fogo curtas, cuja munio comum tenha, na sada do cano, energia superior a (trezentas libras-p ou quatrocentos e sete Joules e suas munies, como por exemplo, os calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto;

    IV - armas de fogo longas raiadas, cuja munio comum tenha, na sada do cano, energia superior a mil libras-p ou mil trezentos e cinqenta e cinco Joules e suas munies, como por exemplo, .22-250, .223 Remington, .243 Winchester, .270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester, 7,62 x 39, .357 Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum;

    V - armas de fogo automticas de qualquer calibre;

    VI - armas de fogo de alma lisa de calibre doze ou maior com comprimento de cano menor que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milmetros;

    VII - armas de fogo de alma lisa de calibre superior ao doze e suas munies;

  • VIII - armas de presso por ao de gs comprimido ou por ao de mola, com calibre superior a seis milmetros, que disparem projteis de qualquer natureza;

    IX - armas de fogo dissimuladas, conceituadas como tais os dispositivos com aparncia de objetos inofensivos, mas que escondem uma arma, tais como bengalas-pistola, canetas-revlver e semelhantes;

    X - arma a ar comprimido, simulacro do Fz 7,62mm, M964, FAL;

    XI - armas e dispositivos que lancem agentes de guerra qumica ou gs agressivo e suas munies;

    XII - dispositivos que constituam acessrios de armas e que tenham por objetivo dificultar a localizao da arma, como os silenciadores de tiro, os quebra-chamas e outros, que servem para amortecer o estampido ou a chama do tiro e tambm os que modificam as condies de emprego, tais como os bocais lana-granadas e outros;

    XIII - munies ou dispositivos com efeitos pirotcnicos, ou dispositivos similares capazes de provocar incndios ou exploses;

    XIV - munies com projteis que contenham elementos qumicos agressivos, cujos efeitos sobre a pessoa atingida sejam de aumentar consideravelmente os danos, tais como projteis explosivos ou venenosos;

    XV espadas e espadins utilizados pelas Foras Armadas e Foras Auxiliares;

    XVI - equipamentos para viso noturna, tais como culos, periscpios, lunetas, etc;

    XVII - dispositivos pticos de pontaria com aumento igual ou maior que seis vezes ou dimetro da objetiva igual ou maior que trinta e seis milmetros;

    XVIII - dispositivos de pontaria que empregam luz ou outro meio de marcar o alvo;

    XIX - blindagens balsticas para munies de uso restrito;

    XX - equipamentos de proteo balstica contra armas de fogo portteis de uso restrito, tais como coletes, escudos, capacetes, etc; e

    XXI - veculos blindados de emprego civil ou militar.

    Art. 17. So de uso permitido:

    I - armas de fogo curtas, de repetio ou semi-automticas, cuja munio comum tenha, na sada do cano, energia de at trezentas libras-p ou quatrocentos e sete Joules e suas munies, como por exemplo, os calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32 S&W, .38 SPL e .380 Auto;

    II - armas de fogo longas raiadas, de repetio ou semi-automticas, cuja munio comum tenha, na sada do cano, energia de at mil libras-p ou mil trezentos e cinqenta e cinco Joules e suas munies, como por exemplo, os calibres .22 LR, .32-20, .38-40 e .44-40;

    III - armas de fogo de alma lisa, de repetio ou semi-automticas, calibre doze ou inferior, com comprimento de cano igual ou maior do que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milmetros; as de menor calibre, com qualquer comprimento de cano, e suas munies de uso permitido;

    IV - armas de presso por ao de gs comprimido ou por ao de mola, com calibre igual ou inferior a seis milmetros e suas munies de uso permitido;

    V - armas que tenham por finalidade dar partida em competies desportivas, que utilizem cartuchos contendo exclusivamente plvora;

    VI - armas para uso industrial ou que utilizem projteis anestsicos para uso veterinrio;

    VII - dispositivos ticos de pontaria com aumento menor que seis vezes e dimetro da objetiva menor que trinta e seis milmetros;

    VIII - cartuchos vazios, semi-carregados ou carregados a chumbo granulado, conhecidos como "cartuchos de caa", destinados a armas de fogo de alma lisa de calibre permitido;

    IX - blindagens balsticas para munies de uso permitido;

  • X - equipamentos de proteo balstica contra armas de fogo de porte de uso permitido, tais como coletes, escudos, capacetes, etc; e

    XI - veculo de passeio blindado.

    Art. 18. Os equipamentos de proteo balstica contra armas portteis e armas de porte so classificados quanto ao grau de restrio uso permitido ou uso restrito de acordo com o nvel de proteo, conforme a seguinte tabela:

    Nvel Munio Energia Cintica

    (Joules)

    Grau De Restrio

    I .22 LRHV Chumbo 133 (cento e trinta e trs)

    .38 Special RN Chumbo

    342 (trezentos e quarenta e dois)

    II-A 9 FMJ 441 (quatrocentos e quarenta e um)

    .357 Magnum JSP 740 (setecentos e quarenta)

    Uso permitido

    II 9 FMJ 513 (quinhentos e treze)

    .357 Magnum JSP 921 (novecentos e vinte e um)

    III-A 9 FMJ 726 (setecentos e vinte e seis)

    .44 Magnum SWC Chumbo

    1411 (um mil quatrocentos e onze)

    III 7,62 FMJ (.308 Winchester)

    3406 (trs mil quatrocentos e seis)

    Uso restrito

    IV .30-06 AP 4068 (quatro mil e sessenta e oito)

    Pargrafo nico. Podero ser autorizadas aos veculos de passeio as blindagens at o nvel III.

    TTULO III

    ESTRUTURA DA FISCALIZAO

    CAPTULO I

    RGOS DE FISCALIZAO

    Art. 19. Cabe ao Exrcito autorizar e fiscalizar a produo e o comrcio dos produtos controlados de que trata este Regulamento.

    Art. 20. As atividades de registro e de fiscalizao de competncia do Exrcito sero supervisionadas pelo D Log, por intermdio de sua Diretoria de Fiscalizao de Produtos Controlados - DFPC.

    Art. 21. As atividades administrativas de fiscalizao de produtos controlados sero executadas pelas Regies Militares - RM, por intermdio das redes regionais de fiscalizao de produtos controlados, constitudas pelos seguintes rgos:

    I - Servio de Fiscalizao de Produtos Controlados de Regio Militar -SFPC/RM; e

    II - Servios de Fiscalizao de Produtos Controlados de Guarnio -SFPC/Gu, de Delegacia de Servio Militar - SFPC/ Del SM, de Fbrica Civil - SFPC/FC e Postos de Fiscalizao de Produtos Controlados - PFPC, nas localidades onde a fiscalizao de produtos controlados seja vultosa e no houver Organizao Militar - OM.

    1 Nas guarnies onde a fiscalizao de produtos controlados seja vultosa, especialmente nas capitais de estado que no sejam sedes de RM, ser designado um oficial exclusivamente para essa incumbncia, pelo Comandante da RM.

  • 2 Excetuada a hiptese do pargrafo anterior, a designao do Oficial SFPC/Gu caber ao Comandante da Guarnio.

    3 Os SFPC/FC subordinam-se s RM com jurisdio na rea onde estiverem instaladas as fbricas e sero estabelecidos a critrio do Chefe do D Log.

    4 de competncia do Comandante da RM o ato de designao dos oficiais para a fiscalizao nos SFPC/FC, cujas funes sero exercidas sem prejuzo de suas funes normais.

    Art. 22. So elementos auxiliares da fiscalizao de produtos controlados:

    I - os rgos policiais;

    II - as autoridades de fiscalizao fazendria;

    III - as autoridades federais, estaduais ou municipais, que tenham encargos relativos ao funcionamento de empresas cujas atividades envolvam produtos controlados;

    IV - os responsveis por empresas, devidamente registradas no Exrcito, que atuem em atividades envolvendo produtos controlados;

    V - os responsveis por associaes, confederaes, federaes ou clubes esportivos, devidamente registrados no Exrcito, que utilizem produtos controlados em suas atividades; e

    VI - as autoridades diplomticas ou consulares brasileiras e os rgos governamentais envolvidos com atividades ligadas ao comrcio exterior.

    CAPTULO II

    RESPONSABILIDADES E ESTRUTURA DOS RGOS DE EXECUO DA FISCALIZAO

    Art. 23. A fiscalizao dos produtos controlados no territrio nacional executada de forma descentralizada, nos termos do art. 5o deste Regulamento, sob a responsabilidade:

    I - do D Log, coadjuvado pela DFPC;

    II - do Comando da RM, coadjuvado pelo SFPC regional;

    III - do Comando de Guarnio, coadjuvado pelo SFPC/Gu, sob superviso da RM;

    IV - da Delegacia de Servio Militar, nas localidades onde forem criados SFPC/Del SM, sob superviso da RM;

    V - dos fiscais militares, nomeados pelo Chefe do D Log ou Comandante de RM junto s empresas civis registradas que mantiverem contrato com o Exrcito, ou quando for julgado conveniente; e

    VI - dos fiscais nas localidades onde forem criados PFPC.

    Art. 24. Na organizao da DFPC e dos SFPC regionais devem constar de seus quadros:

    I - oficiais Engenheiros Qumicos e de Armamento;

    II - oficiais e sargentos para organizao da parte burocrtica; e

    III - pessoal civil necessrio.

    Art. 25. A Chefia dos SFPC regionais ser exercida, sempre que possvel, por oficial Engenheiro Qumico ou de Armamento.

    Pargrafo nico. O Engenheiro Qumico do SFPC ser, tambm, o Chefe do Laboratrio Qumico Regional - Lab QR.

    Art. 26. O Chefe do D Log poder propor ao Estado-Maior do Exrcito - EME, quando necessrio, modificaes nos Quadros de Dotao de Pessoal, de modo a manter o bom funcionamento do SFPC.

    CAPTULO III

  • ATRIBUIES DOS RGOS DE FISCALIZAO

    Seo I

    Exrcito

    Art. 27. So atribuies privativas do Exrcito:

    I - fiscalizar a fabricao, a recuperao, a manuteno, a utilizao industrial, o manuseio, a exportao, a importao, o desembarao alfandegrio, o armazenamento, o comrcio e o trfego de produtos controlados;

    II - decidir sobre os produtos que devam ser considerados como controlados;

    III - decidir sobre armas e munies e outros produtos controlados que devam ser considerados como de uso permitido ou de uso restrito;

    IV - decidir sobre o registro de pessoas fsicas e jurdicas que queiram exercer atividades com produtos controlados previstas neste Regulamento;

    V - decidir sobre a revalidao de registro de pessoas fsicas e jurdicas;

    VI - decidir sobre o cancelamento de registros concedidos, quando no atenderem s exigncias legais e regulamentares;

    VII - fixar as quantidades mximas de produtos controlados que as empresas registradas podem manter em seus depsitos;

    VIII - decidir sobre os produtos controlados que podero ser importados, estabelecendo quotas de importao quando for conveniente;

    IX - decidir sobre a importao temporria de produtos controlados para fins de demonstrao;

    X - decidir sobre o desembarao alfandegrio de produtos controlados trazidos como bagagem individual;

    XI - decidir sobre o destino de qualquer produto controlado apreendido;

    XII - decidir sobre a exportao de produtos controlados;

    XIII - decidir, aps pronunciamento dos rgos competentes, sobre a sada do pas de produtos controlados, pertencentes a pessoas fsicas ou jurdicas, que possam apresentar valor histrico para a preservao da memria nacional;

    XIV - decidir sobre as quantidades mximas, que pessoas fsicas e jurdicas possam possuir em armas e munies e outros produtos controlados, para uso prprio;

    XV - regulamentar as atividades de atiradores, colecionadores, caadores ou de qualquer outra atividade envolvendo armas ou produtos controlados;

    XVI - decidir sobre a aplicao das penalidades previstas neste Regulamento; e

    XVII - outras incumbncias no mencionadas expressamente nos incisos anteriores, mas que decorram de disposies legais ou regulamentares.

    Art. 28. Compete Diretoria de Fiscalizao de Produtos Controlados:

    I - efetuar o registro das empresas fabricantes de produtos controlados e promover as medidas necessrias para que o registro das demais empresas, que atuem em outras atividades com tais produtos, em todo o territrio nacional, se realize de acordo com as disposies deste Regulamento;

    II - promover as medidas necessrias para que as aes de fiscalizao estabelecidas neste Regulamento sejam exercidas com eficincia pelos demais rgos envolvidos;

    III - promover as medidas necessrias para que as vistorias nas empresas que exercem atividades com produtos controlados sejam realizadas, eficientemente, pelos rgos responsveis;

    IV - manter as RM informadas das disposies legais ou regulamentares, inclusive as recm-aprovadas, que disponham sobre a fiscalizao de produtos controlados;

  • V - organizar a estatstica dos trabalhos que lhe incumbem;

    VI - propor medidas necessrias melhoria dos servios de fiscalizao;

    VII - apresentar, anualmente, ao D Log, relatrio de suas atividades e dos SFPC regionais;

    VIII - assessorar o D Log no estudo dos assuntos relativos regulamentao de produtos controlados;

    IX - elaborar as instrues tcnico-administrativas que se fizerem necessrias para complementar ou esclarecer a legislao vigente;

    X - colaborar com entidades militares e civis na elaborao de normas tcnicas sobre produtos controlados, de modo a facilitar a fiscalizao e o controle, e assegurar a padronizao e a qualidade dos mesmos; e

    XI - outras incumbncias no mencionadas, mas que decorram de disposies legais ou regulamentares.

    Art. 29. Compete s Regies Militares:

    I - autorizar e fiscalizar as atividades relacionadas com produtos controlados, na rea de sua competncia;

    II - promover o registro de todas as pessoas fsicas e jurdicas que exeram atividades com produtos controlados, na rea de sua competncia;

    III - preparar os documentos iniciais exigidos para o registro de fbricas de produtos controlados, organizando o processo respectivo e remetendo-o, instrudo, DFPC;

    IV - executar anlises, por intermdio dos Lab QR;

    V - executar as vistorias de interesse da fiscalizao de produtos controlados;

    VI - promover a mxima divulgao das disposies legais, regulamentares e tcnicas sobre produtos controlados, visando manter os SFPC integrantes de sua Rede Regional e o pblico em geral, informados da legislao em vigor;

    VII - remeter, estudados e informados, s autoridades competentes, os documentos em tramitao e executar as decises exaradas;

    VIII - organizar a estatstica dos seus trabalhos;

    IX - remeter DFPC, quando solicitado, os mapas de sua responsabilidade;

    X - propor ao D Log as medidas necessrias melhoria do sistema de fiscalizao de produtos controlados;

    XI - remeter ao D Log, at o final do ms de janeiro de cada ano, um relatrio das atividades regionais, na rea de produtos controlados, realizadas no ano anterior; e

    XII - realizar as anlises e os exames qumicos necessrios determinao do estado de conservao das munies, artifcios, plvoras, explosivos e seus elementos e acessrios.

    Art. 30. Compete aos integrantes das Redes Regionais de Fiscalizao de Produtos Controlados:

    I - providenciar o registro das empresas estabelecidas na rea sob sua jurisdio, cujas atividades envolvam produtos controlados, e sua revalidao, recebendo, verificando e encaminhando ao SFPC/RM a documentao pertinente, acompanhada dos termos das vistorias, que se fizerem necessrias;

    II - autorizar o trfego dos produtos controlados de acordo com as prescries contidas neste Regulamento;

    III - receber das empresas, corretamente preenchidos, os mapas de sua responsabilidade e encaminh-los ao SFPC regional;

    IV - providenciar os desembaraos alfandegrios determinados pelo SFPC regional, dos produtos controlados que tiverem sua importao autorizada, bem como de armas e munies trazidas por viajantes;

    V - vistoriar, quando necessrio e sempre que possvel, as pessoas fsicas e jurdicas registradas, principalmente, os locais destinados a depsitos de produtos controlados;

  • VI - lavrar os autos de infrao e termos de apreenso, quando constatadas irregularidades, remetendo-os ao SFPC regional;

    VII - informar ao SFPC regional qualquer atividade suspeita, que envolva produtos controlados;

    VIII - manter estreito contato com as polcias locais, a fim de receber destas toda a colaborao e mant-las a par das disposies legais sobre a fiscalizao de produtos controlados; e

    IX - manter arquivos referentes s pessoas fsicas e jurdicas registradas em sua rea e sobre a legislao em vigor.

    Art. 31. Caber ao Engenheiro Qumico do SFPC regional e Chefe do Lab QR coordenar o funcionamento dos demais laboratrios subordinados ao respectivo Comando Militar de rea enquanto no disponham de Engenheiro Qumico.

    Seo II

    Departamento de Polcia Federal

    Art. 32. O Departamento de Polcia Federal prestar aos rgos de fiscalizao do Exrcito toda a colaborao necessria.

    Pargrafo nico. As instrues expedidas pelo Departamento de Polcia Federal, sobre a fiscalizao de produtos controlados pelo Exrcito, tero por base as disposies do presente Regulamento.

    Seo III

    Secretarias de Segurana Pblica

    Art. 33. As Secretarias de Segurana Pblica, prestaro aos rgos de fiscalizao do Exrcito toda a colaborao necessria.

    Pargrafo nico. As instrues expedidas pelas Secretarias de Segurana Pblica, sobre a fiscalizao de produtos controlados pelo Exrcito, tero por base as disposies do presente Regulamento.

    Art. 34. So atribuies das Secretarias de Segurana Pblica:

    I - colaborar com o Exrcito na fiscalizao do comrcio e trfego de produtos controlados, em rea sob sua responsabilidade, visando manuteno da segurana pblica;

    II - colaborar com o Exrcito na identificao de pessoas fsicas e jurdicas que estejam exercendo qualquer atividade com produtos controlados e no estejam registradas nos rgos de fiscalizao;

    III - registrar as armas de uso permitido e autorizar seu porte, a pessoas idneas, de acordo com a legislao em vigor;

    IV - comunicar imediatamente aos rgos de fiscalizao do Exrcito qualquer irregularidade constatada em atividades envolvendo produtos controlados;

    V - proceder ao necessrio inqurito, percia ou atos anlogos, por si ou em colaborao com autoridades militares, em casos de acidentes, exploses e incndios provocados por armazenagem ou manuseio de produtos controlados, fornecendo aos rgos de fiscalizao do Exrcito os documentos e fotografias que forem solicitados;

    VI - cooperar com o Exrcito no controle da fabricao de fogos de artifcio e artifcios pirotcnicos e fiscalizar o uso e o comrcio desses produtos;

    VII - autorizar o trnsito de armas registradas dentro da Unidade da Federao respectiva, ressalvados os casos expressamente previstos em lei;

    VIII - realizar as transferncias ou doaes de armas registradas de acordo com a legislao em vigor;

    IX - apreender, procedendo de acordo com o disposto no Captulo IV do Ttulo VII deste Regulamento:

    a) as armas e munies de uso restrito encontradas em poder de pessoas no autorizadas;

    b) as armas encontradas em poder de civis e militares, que no possurem autorizao para porte de arma, ou cujas armas no estiverem registradas na polcia civil ou no Exrcito;

    c) as armas que tenham entrado sem autorizao no pas ou cuja origem no seja comprovada, no ato do registro; e

  • d) as armas adquiridas em empresas no registradas no Exrcito;

    X - exigir dos interessados na obteno da licena para comrcio, fabricao ou emprego de produtos controlados, assim como para manuteno de arma de fogo, cpia autenticada do Ttulo ou Certificado de Registro fornecido pelo Exrcito;

    XI - controlar a aquisio de munio de uso permitido por pessoas que possuam armas registradas, por meio de verificao nos mapas mensais;

    XII - fornecer, aps comprovada a habilitao, o atestado de Encarregado do Fogo (Blster);

    XIII - exercer outras atribuies estabelecidas, ou que vierem a ser estabelecidas, em leis ou regulamentos; e

    XIV registrar os coletes a prova de balas de uso permitido e os carros de passeio blindados, bem como realizar as suas transferncias.

    Seo IV

    Receita Federal

    Art. 35. A Receita Federal prestar aos rgos de fiscalizao do Exrcito toda a colaborao necessria.

    Art. 36. So atribuies da Receita Federal:

    I - verificar se as importaes e exportaes de produtos controlados esto autorizadas pelo Exrcito; e

    II - colaborar com o Exrcito no desembarao de produtos controlados importados por pessoas fsicas ou jurdicas, ou trazidos como bagagem.

    Seo V

    Departamento de Operaes de Comrcio Exterior

    Art. 37. O Departamento de Operaes de Comrcio Exterior - DECEX, prestar aos rgos de fiscalizao do Exrcito toda a colaborao necessria.

    Art. 38. O DECEX s poder emitir licena de importao ou registro de exportao de produtos controlados de que trata este Regulamento, aps autorizao do Exrcito.

    TTULO IV

    REGISTROS

    CAPTULO I

    DISPOSIES PRELIMINARES

    Art. 39. O registro medida obrigatria para pessoas fsicas ou jurdicas, de direito pblico ou privado, que fabriquem, utilizem industrialmente, armazenem, comerciem, exportem, importem, manuseiem, transportem, faam manuteno e recuperem produtos controlados pelo Exrcito.

    1o Estas disposies no se aplicam s pessoas fsicas ou jurdicas com iseno de registro, previstas no Captulo VII do Ttulo IV - Isenes de Registro, deste Regulamento.

    2o O exerccio, no Brasil, de qualquer dos direitos de representante, confere ao mandatrio ou representante legal qualidade para receber citao.

    Art. 40. As pessoas fsicas ou jurdicas, registradas ou no, que operem com produtos controlados pelo Exrcito, esto sujeitas fiscalizao, ao controle e s penalidades previstas neste Regulamento e na legislao complementar em vigor.

    Art. 41. O registro ser formalizado pela emisso do TR ou CR, que ter validade fixada em at trs anos, a contar da data de sua concesso ou revalidao, podendo ser renovado a critrio da autoridade competente, por iniciativa do interessado.

    Pargrafo nico. No ser concedido CR ao possuidor de TR.

  • Art. 42. O TR o documento hbil que autoriza a pessoa jurdica fabricao de produtos controlados pelo Exrcito.

    Pargrafo nico. A critrio do D Log, nas condies estabelecidas por esse, microempresas fabricantes artesanais de fogos de artifcio podem ser autorizadas a funcionar com CR.

    Art. 43. O CR o documento hbil que autoriza as pessoas fsicas ou jurdicas utilizao industrial, armazenagem, comrcio, exportao, importao, transporte, manuteno, reparao, recuperao e manuseio de produtos controlados pelo Exrcito.

    Art. 44. O registro somente dar direito ao que nele estiver consignado e s poder ser cancelado pela autoridade militar que o concedeu.

    Art. 45. Sero lanados no TR ou CR:

    I - o nmero de ordem, a categoria de controle, o smbolo do grupo e a nomenclatura do produto, constantes da relao de produtos controlados pelo Exrcito, o grau de restrio e o nome comercial ou de fantasia do produto;

    II - as atividades autorizadas de forma clara, precisa e concisa;

    III - a Razo Social da pessoa jurdica e, no caso de pessoa fsica, o nome do interessado; e

    IV - outros dados considerados necessrios, a juzo da autoridade militar competente.

    1o Nos casos em que forem requeridas e autorizadas modificaes de atividades, ser impresso novo registro e mantida a mesma numerao.

    2 Nos casos de alterao da razo social, ser emitido novo registro, mudando-se a numerao.

    Art. 46. A Apostila ao registro um documento complementar e anexo ao TR ou ao CR.

    1o Sero lanados na Apostila:

    I - as modificaes autorizadas de espectro de produtos ou nomenclatura, devendo constar o nmero de ordem, a categoria de controle, o smbolo do grupo, a nomenclatura constante da Relao de Produtos Controlados pelo Exrcito, o grau de restrio e o nome comercial ou de fantasia do produto;

    II - as mudanas de endereo das pessoas fsicas ou jurdicas;

    III - as alteraes de Apostilas j emitidas;

    IV - novas filiais ou sucursais localizadas no mesmo municpio;

    V - autorizao de transporte, de aquisio no mercado interno ou importao de produtos controlados para fins comerciais mediante solicitao do interessado e a critrio do Exrcito; e

    VI - outras alteraes consideradas necessrias, a juzo da autoridade competente.

    2 A Apostila ser obrigatoriamente substituda, com cancelamento expresso naquela que a substituir, quando houver:

    I - alterao do espectro de produtos constantes em Apostilas;

    II - destruio, extravio ou inservibilidade;

    III - alterao de nomenclatura; e

    IV - outras hipteses, a juzo da autoridade competente.

    Art. 47. Os TR, os CR e as Apostilas no podero conter emendas, rasuras ou incorrees.

    Art. 48. Na confeco dos TR, dos CR e das Apostilas sero obedecidos os modelos anexos a este Regulamento.

    Art. 49. Na revalidao dos TR e dos CR ser emitido um novo documento, mantendo-se a numerao original, conforme o caso.

  • 1 O pedido de revalidao dever dar entrada na RM de vinculao do requerente, no perodo de 90 (noventa) dias que antecede o trmino da validade do registro.

    2 O vencimento do prazo de validade do registro, sem o competente pedido de revalidao, implicar o seu cancelamento definitivo e sujeitar as pessoas fsicas ou jurdicas ao previsto no art. 241 deste Regulamento.

    3o Satisfeitas as exigncias quanto documentao e aos prazos, no ato de protocolizar o pedido de revalidao, o registro ter sua validade mantida at deciso sobre o pedido.

    Art. 50. O registro poder ser suspenso temporariamente ou cancelado:

    I - por solicitao do interessado;

    II - em decorrncia de penalidade prevista neste Regulamento;

    III - pela no-revalidao, caso em que ser cancelado por trmino de validade, nos termos do 2 do art. 49 deste Regulamento; e

    IV - pelo no-cumprimento das exigncias quanto documentao.

    Pargrafo nico. A suspenso temporria do registro no implica dilatao do prazo de validade deste.

    Art. 51. As pessoas fsicas ou jurdicas registradas, que desistirem de trabalhar com produtos controlados pelo Exrcito, devero requerer o cancelamento do registro autoridade que o concedeu, sob pena de sofrer as sanes previstas neste Regulamento.

    Art. 52. As vistorias sero realizadas pelo SFPC com jurisdio sobre o local vistoriado, podendo, no entanto, a critrio da autoridade competente e no interesse do servio, serem realizadas por outro SFPC.

    Art. 53. Os atos administrativos de concesso, revalidao e cancelamento de registro sero publicados em Boletim Interno do rgo expedidor.

    Pargrafo nico. O ato de cancelamento de registro dever ser motivado.

    CAPTULO II

    CONCESSO DE TTULO DE REGISTRO

    Art. 54. O pedido para obteno do TR dar entrada na RM de vinculao onde ser exercida a atividade pleiteada.

    Pargrafo nico. A documentao necessria instruo do pedido dever ser assinada pelo representante legal da pessoa jurdica.

    Art. 55. Para a obteno do TR o interessado dever apresentar a documentao a seguir enumerada, em original e cpia legvel, formando dois processos adequadamente capeados:

    I - Requerimento para Obteno de Ttulo de Registro, Anexo IV, dirigido ao Chefe do D Log, que qualifique a pessoa jurdica interessada e especifique as atividades pretendidas;

    II - Declarao de Idoneidade, Anexo V:

    a) do diretor que representa a empresa judicial e extrajudicialm