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Ignácio de Antioquia Destaques: Diante da Vida Eterna Privações Voluntárias. Mortificações Desencarne e Sonho II Vaidade Disfarçada Família Distribuição Gratuita abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 8 - nº 72 - Outubro/2007 PROIBIDA A VENDA

Ignácio de Antioquia - espiritismoeluz.org.br · Ana e Simeão, notando a admiração de Sara e até um olhardecensura,adiantaram-seemexplicar-lhequeJesusa ninguém preteria, porque

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Ignácio deAntioquia

Destaques:Diante da Vida Eterna

Privações Voluntárias. MortificaçõesDesencarne e Sonho II

Vaidade DisfarçadaFamília

Distribuição Gratuita

abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 8 - nº 72 - Outubro/2007

PROIBIDA A VENDA

EditorialSeareiro

SeareiroSeareiro2

editorial

Publicação MensalDoutrinária-espírita

Direção e Redação

Endereço para correspondência

Conselho Editorial

Jornalista Responsável

Diagramação e Arte

Imagem da Capa

Impressão

Tiragem

Ano VIII - nº 72 - Outubro/2007Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737

Seareiro é uma publicação mensal,destinada a expandir a divulgação dadoutrina espírita e manter o intercâmbioentre os interessados em âmbito mundial.Ninguém está autorizado a arrecadarmateriais em nosso nome a qualquertítulo. Conceitos emitidos nos artigosassinados refletem a opinião de seurespectivo autor. Todas as matériaspodem ser reproduzidas desde que citadaa fonte.

Rua das Turmalinas, 56 / 58Jardim Donini

Diadema - SP - BrasilCEP: 09920-500

Caixa Postal 42Diadema - SP

CEP: 09910-970Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa

E-mail: [email protected]

Ana Daguimar de Paula AmadoFátima Maria Gambaroni

Geni Maria da SilvaJosé Roberto Amado

Marcelo Russo LouresReinaldo Gimenez

Roberto de Menezes PatrícioRosangela Neves de Araújo

Rosane de Sá AmadoRuth Correia Souza Soares

Silvana S.F.X. GimenezVanda Novickas

William de Paula AmadoWilson Adolpho

Eliana Baptista do NorteMtb 27.433

Reinaldo GimenezSilvana S.F.X. Gimenez

Adaptada de http://santiebeati.it/immagini/Original/24900/24900C.JPG

Van Moorsel, Andrade & Cia LtdaRua Souza Caldas, 343 - Brás

São Paulo - SPCNPJ: 61.089.868/0001-02

Tel.: (11) 6764-5700

12.000 exemplares

Estamos em pleno século XXI e, como era de se esperar, com todo o progressotecnológico atuando em nossas vidas.

Facilitaram para nós muitas das atividades que antigamente demandavam tempo pararealizarmos.

Precisávamos aguardar por horas para realizar um interurbano; hoje o fazemos de umtelefone móvel.

Para cozinhar, precisávamos preparar os ingredientes muito tempo antes; hoje tiramosum pacote do freezer e o colocamos no microondas que, em minutos, nos oferece arefeição pronta.

Estes são só alguns exemplos simples.E para que tanta tecnologia e facilidade?Para termos mais tempo disponível.E para que mais tempo disponível?Esta é a pergunta que cada um deve buscar responder.Alguns ficam inventando os “modismos” que vão influenciar o restante das pessoas e

vão preencher o espaço vazio, deixado pelo não ter o que fazer.Com o Espiritismo não está ocorrendo fato diferente.Entramos no século XXI sem a presença física de nosso querido companheiro

Francisco Cândido Xavier.Com este “vazio” deixado por ele, ficamos nos perguntando: E agora, o que faremos e

que rumo tomaremos?Passados alguns anos, começaram a “pipocar” modismos aqui e ali, aos montes.Já tivemos a notícia de portais astrais que se abriram, depois, e mais recente, que

estariam reencarnando crianças prodígios, com genética e espiritualidade superiores (astais crianças índigos) e sabe-se lá quantos mais “modismos” estão circulando no meioespírita.

Tudo isto porque achamos que sem a presença de Chico Xavier, devemos colocaralguém no seu lugar ou devemos ficar procurando novidades do mundo espiritual.

O acervo espírita deixado pelo valoroso médium Chico Xavier é imenso. São mais dequatrocentos livros!

Quem de nós pode afirmar que leu todos estes livros?Porque ir atrás de notícias ou novidades espirituais mirabolantes se não conseguirmos

entender nem o básico da Doutrina Espírita, codificada nos livros deAllan Kardec?Basta dizer que muitos agrupamentos espíritas não estudam o livro “A Gênese”, porque

o consideram complicado demais. Se não conseguem estudar Kardec, porque procuraroutras novidades? Deveriam sim, esforçar-se para compreender Kardec.

Quando o Espírito Valérium ditou um livro ao não menos valoroso médium Waldo Vieira,foi muito feliz ao intitulá-lo de “Bem-aventurados os simples”.

É desta simplicidade que o Espiritismo está precisando.Jesus foi simples em seus ensinamentos.Não nos desviemos do caminho traçado pelo Mestre para que não atrasemos mais

ainda a marcha do progresso espiritual ao qual o Espiritismo veio para nos ajudar.Equipe Seareiro

Grandes PioneirosClube do LivroCantinho do Verso em ProsaFamília:Tema livre:Contos:Sonhos:Livro em FocoAtualidadeKardec em EstudoEsperanto:

: Ignácio de Antioquia - Pág. 3: O Amor e a Multidão dos Pecados - Pág. 13

: Quando Jesus Pregava - Pág.14Família - Pág. 14

Diante da Vida Eterna - Pág. 15O Desencarne da Borboleta - Pág. 15Desencarne e Sonho II - Pág. 16

: Roteiro - Pág. 17: Vaidade Disfarçada - Pág. 18

: Privações Voluntárias. Mortificações - Pág. 18Espiritismo e Esperanto - Pág. 19

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Informe-se através:E-mail: [email protected](11) 4044-5889 (com Eloísa)Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP

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Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”

A cidade de Antioquia foi fundada no ano 300 a.C. Seufundador foi Seleuco Nicátor, homem poderoso e dominador.Tornou-se a capital do império selêucida. Muitos anos depoisfoi conquistada pelos romanos e tornou-se a terceira cidade,depois de Roma e Alexandria. Chegou a abrigar 500 milhabitantes.

E foi em Antioquia que nasceu o menino Ignácio, nomeque lhe fora dado pela sua mãezinha Sara. Esta enviuvaralogo após o nascimento de Ignácio. Seu paizinho fora vítimade uma pertinaz doença que, diziam, ser uma peste, aindadesconhecida para ser tratada. Sara, com esseacontecimento, passou a fazer serviços domésticos paragarantir o sustento de seu filhinho.

Poucos dias antes de seu desencarne, Sara, a mãe deIgnácio, durante o sono, registrou a presença de seu esposoIsaac, que, abraçando-a, saudoso, disse-lhe ter algo muitosério a lhe contar, mas para isso precisaria que ela ficassetranqüila.

Sara, jubilosa, por ver seu amado esposo beijando-lhe asfaces e com lágrimas a correr de seus olhos, pede-lhe que aoriente com relação ao filhinho, porque temia pelo futuro dacriança. Sente que sua desencarnação estava próxima eIsaac relata-lhe a que veio:

— Fico mais sereno agora porque é justamente por causado futuro de nosso filhinho que aqui estou. Tenho trabalhadono mundo espiritual, junto com os servos de Jesus. Quandovivia na Terra, pouca atenção dava ao aparecimento do filhode Deus. Mas agora, após ter-me reconhecido vivo nomundo maior, fui procurado certa vez por Ele. Chorava,vendo-me em meio estranho e, orando como fazíamos, apedir a bênção de Deus. Repentinamente, vi luzes cintilantesparecendo-me estrelas que caíam do Alto; assustado, falei:“Meu Deus, que castigo merecerei do Senhor, por estar tãoperdido e inútil?” E um vulto formou-se sobre meu olhar... eem meio a minha agitação, ouvi uma voz serena, falando-meao ouvido:

“Isaac, sou Jesus de Nazaré! Venho da parte de meu Paique está a nos cuidar, dizer-lhe que seu lar terreno recebeu,através da vida que você e Sara deram ao pequeno Ignácio,a oportunidade de que ele possa desenvolver, durante a suareencarnação, a missão que lhe foi confiada, de continuar a

semeadura do Evangelho, que irá iluminar a humanidade.Deverá ele seguir os passos dos apóstolos que caminhamao meu lado e o pequeno Ignácio aprenderá junto deles eserá amparado pelo Alto nos momentos dolorosos daverdade. Diga a Sara que não tema pelo futuro do menino.Surgirão aqueles que o ajudarão e o educarão preparando-opara as lutas redentoras.”

Nesse exato momento, Sara desperta, sentindo o pranto asufocar o seu desejo de gritar... procura acalmar-se...levanta-se e bebe um gole de água fresca da bilha, colocadaao lado da cama.

Mais contida, procura lembrar-se das palavras de Isaac...“então”, dizia para si mesma, “meu marido parece-me vivo...ele falava com tanta naturalidade... preciso, meu Deus...preciso saber quem é esse Jesus... Isaac deixou-meprevenida quanto ao futuro do nosso filhinho... será mesmoesse Jesus um feiticeiro, como apregoam as tribosjudaicas?...” Sara procurava no fundo de sua memória aslembranças de quando ouvira as pessoas que tinham vistoas curas através de Jesus voltarem contentes e dizendo quede fato Ele poderia ser mesmo o filho de Deus, enquantomuitos judeus revoltavam-se e chegavam até a altercarem-se bradando que jamais o salvador de Israel seria umsimples filho de carpinteiro.

Resoluta, após tanto tempo seus pensamentos duelarem,Sara resolveu que, assim que o sol se fizesse brilharanunciando um novo dia, ela iria à procura do Nazareno...embora soubesse que seus patrícios judeus, rigorosos emsuas convicções, a odiariam por esse ato.

Na manhã desse dia radioso, Sara foi à procura de suaamiga Ana, que era seguidora dos princípios cristãos. Porvárias vezes,Ana falara sobre o profeta Nazareno, mas Saranão gostava que se falasse em sua casa sobre Ele, poisIsaac se exaltava.

Lembrando-se do sonho que continuava tão nítido em suamente, foi à procura da amiga; afinal, fora o próprio Isaac quea deixara confusa com respeito a Jesus.

Ana era serva da esposa de Publius Lentulus, dona LíviaCornélia, que devotava profundo afeto porAna. Esta cuidavada pequena Flávia, filha do casal, uma criança frágil e vítimade uma grave doença. Reencontrando a amiga, apóscordiais abraços, Sara confiou a Ana o acontecido durante anoite.Ana, prestativa, informou-lhe:

— Minha amiga, logo mais à tardinha, eu e minha amaLívia iremos ter com Jesus. Saiba que, com o encontro deminha ama com Jesus, a nossa pequena Flávia estápraticamente curada.

EAna conta todo o ocorrido da cura de Flávia. E continua:—Acredito, Sara, que seu marido já esteja convertido. Ele

estava apenas equivocado. Todos nós passamos por isso.Agora é chegada a sua vez... e creia também que se Jesusapareceu foi para que seu filhinho seja orientado e não sedesvie do trabalho na obra divina.

— Mas que obra é essa, minha amiga? Você sabe, tãobem quanto eu, que para o povo judeu esse Jesus é umimpostor — diz Sara.

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 3

Ignácio de AntioquiaIgnácio de Antioquia

Ana, ouvindo-a, responde commeiguice:

— Não tire conclusõesprecipitadas. Venha conosco,Sara, e depois de ver e ouviras pregações de Jesus, aís i m , c r e i o q u e v o c êentenderá o recado vindopelo seu esposo, a pedido deJesus. Qualquer pessoatemente a Deus diria queesse fato é absurdo ou outrospoderiam interpretá-lo comoprivilégio divino. Sabemos,Sara, que não é nem umacoisa nem outra. São

cuidados que o Alto toma para quea obra do Cristo permaneça.

Acreditamos que Deus, como Pai justo e misericordioso,nos enviou o Cristo, seu dileto filho, para que aprendamosatravés das reencarnações a crescermos espiritualmente.Esquecidos do passado, no qual cometemos muitos erros,Deus nos oferece a oportunidade de resgatá-los. É isso,minha amiga, que Jesus está nos ensinando em suaspregações. E elas terão que permanecer através dosenviados do Senhor em tempos que virão. Veja o exemplo deminha ama Lívia. Ela suportou toda a pressão de seuesposo, o senador Publius Lentulus. Apesar de muitorespeitá-lo, ela o enfrentou por amor a sua filhinha Flávia.Chegou até Jesus, que curou a pequenina Flávia da lepra. EJesus esteve presente em longa conversação com osenador, que não soube explicar a cura da filha, a não seracreditando que aquele “Homem” tinha algo especial.

Por isso, Sara, reflita e venha conhecê-lo, pois Ele é oMessias prometido por Deus, que viria nascer entre oshabitantes da Terra.

Sara ouviu a narração de Ana com profunda emoção. Aspalavras da amiga a convenceram. Iria ao encontro deJesus! Abraçaram-se e combinaram para logo apósencontrarem-se com o grupo que seria guiado até Jesus pelotio de Ana, o velho Simeão de Samaria, como era conhecidopelos cristãos. Simeão estava sempre informado pelosapóstolos onde o Mestre estaria, pois as perseguições dossoldados da Corte Imperial já se faziam violentas, prendendoe açoitando os adeptos de Jesus.

Mais tarde, quando o sol já principiava a deixar seus raiosluminosos para a chegada da noite, o grupo reunidoesperava por Simeão, que estava vindo juntar-se a todos,acompanhado pela sua sobrinhaAna e Sara. Esta mostrava-se ansiosa e admirava-se por ver tantas criaturascaminhando em direção ao monte, próximo ao mar daGaliléia. Todos iriam ao encontro de Jesus, diziaAna.

Sara sentia-se emocionada. A cena que presenciara eradeveras triste para seus olhos. Quantas mães trazendo aocolo filhinhos de aspectos dolorosos, que apresentavamprofunda desnutrição, podendo-se contar os ossos à mostrapela miséria material! Casos de demência em que osdoentes gritavam, gesticulavam e ameaçavam com palavrasas pessoas que os rodeavam. Muitos cegos e paralíticos.Sara também observava que, em meio a isso tudo, haviapessoas da sociedade de Israel e de Roma, que,disfarçados, trajando roupas iguais aos que ali estavam,misturavam-se entre os doentes buscando também alíviopara seus dissabores.

Ana e Simeão, notando a admiração de Sara e até um

olhar de censura, adiantaram-se em explicar-lhe que Jesus aninguém preteria, porque a dor, dizia Ana, era idêntica entreo rico e o pobre. E, para Jesus, falava Simeão, somos todosiguais. É por esse motivo que Ele está entre nós. Logo apósfez-se ouvir palavras como:

— Ele está chegando... Vejam, é Jesus... É Jesus deNazaré... e muitos ajoelharam-se diante de sua passagementre a multidão.

O Mestre estava acompanhado por seus apóstolos. Entreeles, João Evangelista, que, no futuro breve seria tãoimportante na vida do pequeno Ignácio. Talvez por isso afigura de João foi tão fixada na mente de Sara, que semantinha em êxtase com a passagem de Jesus. Para ela,aquele instante era como o ressurgir de uma realidade queestivesse oculta em seu interior.

Enquanto o Cristo pregava, as curas se efetuavam. Era omomento da fé em que as criaturas se despojavam de seuserros e padecimentos para darem glória a Deus, amando seufilho que ali estava ensinando o caminho da salvação paraquem quisesse modificar antigos hábitos, arraigados emseus interiores.

Terminados os ensinamentos de Jesus, grande númerode pessoas queria tocá-lo. O Mestre a todos abençoava,dirigindo palavras de conforto.

A saída do Cristo entre o povo era de grande dificuldade.Os apóstolos caminhavam a sua frente para facilitar-lhe apassagem. Quando Jesus ia passando perto de Simeão,parou e olhando-o levantou a mão direita e disse-lhe:

— Simeão, abençôo-te em nome do Pai. Devestepreparar para dares o testemunho da tua fé e do caminho daverdade. Em breve, deverás renunciar ao que fazes na vida,para a regeneração dos pecadores. Auxiliar-me-ás a trazerde volta as ovelhas desgarradas da “Casa do meu Pai”. Tensamor no coração para tanto, por isso busco teus recursos, jáque compreendeste o valor real da vida.

Simeão exultava em felicidade. Beijando as vestes deJesus, disse-lhe:

— Senhor, nada represento para o mundo, mas fareiqualquer sacrifício para seguir-lhe os passos. Faça-se emmim segundo a sua vontade, pois tudo devo a meu Pai e aomeu Senhor.

Sara e Ana deixavam que o pranto corresse pelas suasfaces.

Jesus, lançando seu olhar sobre as duas amigas,abençoou Ana que, tomando-lhe as mãos, beijou-asemocionada. Dirigiu-se Elepara Sara e falou-lhemansamente:

— Minha filha, Deusdesignou-lhe paraser mãe eor ien tadorado pequenoIgnácio. Teráe l e q u edesenvolver at a r e f a q u eD e u s l h eofertou, paracontinuar seuengrandecimen-to espiritual. Isso Isaac já lhe deixou ciente. Tenho confiançade que você saberá como honrar os desígnios do Pai. Não sepreocupe e nem esmoreça diante dos acontecimentos quevirão. Creio que esse momento de nossa aproximação a fará

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entender que nãofora ocasionalter ido você atéAna e Isaac tê-l a v i s i t a d odurante o sononoturno.

E J e s u sc h a m o u aJ o ã oEvangelista,p o u s o u

suas mãos em seus ombros e, olhando de frente, aditou-lhe:— João, a tempo você tomará conta do pequeno Ignácio

para que ele venha a conhecer-me. Você o tomará comofilho.

Findas as orientações, que trouxeram mais tranqüilidadeao coração de Sara, Jesus, despedindo-se do pequenogrupo, afasta-se, abençoando e curando a multidão que oacompanhava, sedenta do amparo do Senhor.

Em retirada um pouco mais afastado do Cristo, JoãoEvangelista aproxima-se de Sara e fala-lhe ao ouvido:

— Tenha confiança nas palavras do Mestre. Seu filhinhoficará sob minha guarda, como orientou-nos o Cristo.

Ainda enlevados com os acontecimentos, retornaram ostrês para Cafarnaum. Sara encontrava-se mais tranqüila,porém, sem entender bem o que para ela seria como umaprofecia dita por Jesus, quando falou do futuro de seufilhinho. Parecia-lhe que o Senhor estava prevendo suabreve partida, sua morte. Ana, vendo-a com certapreocupação no olhar, prossegue, comentando:

— Sara, creio que para qualquer mãe, ouvindo aspalavras de Jesus em relação ao seu filho e a sua tarefaconfiada por Deus a ele, seria de profundo contentamento.Estará essa criatura servindo à causa mais nobre da Terra.Sabemos que será uma vida de sacrifícios, como Simeãointerpretou, mas é um testemunho de certa forma apreciadopor Deus, pois sabe Ele que são poucos aqueles que virãopara uma missão tão séria a ser cumprida.

— Mas, apesar do consolo que Jesus passou-me quantoao meu filho, o que foi realmente maravilhoso, senti que Ele,deixando João como protetor de Ignácio, queria que eu nãotemesse em deixá-lo sozinho... porque minha vida está nofinal.

Ana, abraçando a Sara, após essa confidência,transmitiu-lhe fortes vibrações que encorajaram Sara asorrir. Simeão também confirmou seu sorriso entre as duas.Com toda a sua humildade, dizia às amigas:

— Agradeçamos ao Pai Celestial, que nos permitiu essadádiva. Poucos são aqueles que ouviram o que nós ouvimos.Pesemos as responsabilidades que temos em nossosombros. Sejamos gratos ao filho de Deus.

Após esse memorável encontro com Jesus, a vida seguiuseu rumo; Sara continuava sua tarefa no trabalho domésticoe a venda de quitutes que preparava para as famílias quefaziam suas encomendas por sabê-los saborosos. Com isso,ela conseguia mais alguns proventos, ajudando-a naalimentação e nas roupas para o pequeno Ignácio.

Numa manhã, Ignácio acorda chorando, assustandoSara, que desperta sobressaltada com o menino indicando aporta do quarto. Aconchegando Ignácio ao seu regaço, elafirma seu olhar para o lugar que a criança teimava emmostrar e ela reconhece Isaac, vindo ao encontro dela e domenino. Entre a alegria e o assombro, ela consegueperguntar:

— Isaac, você veio visitar nosso filhinho... veja como eleestá lindo... ele chora porque naturalmente acordouassustado. Ignácio não chegou a conhecê-lo, você partiuquando ele ainda era um bebê...

Sara falava sem parar entre risos e soluços. Isaac,compreendendo seu estado, tenta acalmá-la e, passando asmãos em seu rosto e no pequeno que voltara a adormecer,fala-lhe com extremado carinho:

— Minha querida esposa, Jesus permitiu-me vir até você.Partiremos juntos dentro de poucas horas. Veja como essehumilde local repleta-se de luzes...

Sara, colocando Ignácio ao seu lado na cama, agarra-seàs mãos de Isaac e pronuncia:

— Vejo sim você entre muitos que não conheço... masIsaac eu não gostaria de ir-me sem deixar que nosso filhinhotenha quem cuide dele... — e chorando prossegue não,meu Deus, não agora...

Isaac tenta confortá-la:— Calma, Sara... procure lembrar-se de Jesus... Ele deu a

você o tempo que lhe era devido. Você sabe que há muitotempo seu coração está enfraquecido... Viemos à Terra paradarmos vida e um lar a Ignácio. Ele não nos pertence, Sara.Ignácio, assim como todos, é filho de Deus. Não sepreocupe, você sabe quem cuidará dele.

Sara começou a sentir fortes dores nos pulmões e umsufocar em sua garganta. Quis gritar, mas seus braçosestavam hirtos e o ataque cardíaco absorvia suas últimasforças vitais.

Sentiu que, fora Isaac, alguém a colocava nos braços,como se fosse uma criança. Com dificuldade no olhar,reparou que era uma mulher. Fixando-se naquela carinhosafigura que a envolvia, pôde reconhecer sua mãezinhaRaquel. Com contentamento e profunda saudade, exclamaem soluços:

— Minha mãe!... Minha querida mãezinha...E Raquel, ajudada por Isaac e outros espíritos da

caravana de sustentação para o reequilíbrio de Sara, diz-lhe,afetuosa:

— Durma, filhinha amada. Entregue-se com confiançapara que você possa despertar no reino de luz. Você cumpriuna Terra o que lhe foi proposto por Deus. Seguiremos juntosa essa caravana espiritual e na “Colônia de Regeneração”,continuaremos nosso trabalho, cuidando de Ignácio e deoutros missionários de Jesus.

Os anos se passaram.Após o desencarne de Sara, Ruth, amiga e vizinha dessa

criatura que acompanhava de longe a vida e a luta quedesempenhava para criar o filho, ao ver a criança sozinha,tomou-a como um filho adotivo. Ruth era cristã e conheciaAna. Essa pediu-lhe para que olhasse por Ignácio, pois sabiaque assim que João pudesse, viria buscá-lo, como haviaouvido dos lábios do Mestre, só não atinava quando isso viriaa acontecer. Dizia Ana a Ruth que ela não poderia ficar comIgnácio, embora quisesse, porque morava na mansão dosLentulus e era ama da filhinha do casal, Flávia. Seu tempointegral era reservado à menina e acreditava que jamais osenador permitiria outra criança naquele lar, principalmentepor pertencer a tribo judaica e pobre.

Ruth tinha profunda afeição pelo menino. Sempre quepodia, contava-lhe sobre a vinda do Cristo, que era filho deDeus. O menino ficava encantado e fazia-lhe muitasperguntas.

Ruth, informada por Ana, sabia que um dia o apóstolo doCristo, João Evangelista, viria buscar Ignácio. Por isso, elaevitava apegar-se muito a ele. Iria sofrer demais. Ignácio era

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um menino inteligente... estava com quatro anos e dentre osrabiscos naturais de sua idade, ajudado por Ruth e Ana, jásabia escrever algumas palavras... uma delas era de suapreferência... escrever e ler as palavras Jesus de Nazaré! Edizia sempre: “Quero ver Jesus... quero ver Jesus...” epulava e batia palmas.

Muitas vezes, Ignácio quedava-se em tristeza. Seucoração sentia a ausência dos pais. Ele não concebia a idéiade Jesus ser tão bom como lhe ensinavam e ter Ele levadoseus pais quando era tão pequeno e nem guardava alembrança da mãezinha. Só os conhecia por um retrato queAna havia conseguido, através do seu paizinho, no dia deseu aniversário. E pensava: “Esse Jesus deve ser muitobravo com as crianças. Por certo eu teria feito alguma coisaerrada... por isso Jesus levou meus pais para bem longe”.

Ruth preocupava-se quando o via nesse estado. Emmuitas ocasiões, sentia vontade de ir ao encontro de JoãoEvangelista para saber como educar Ignácio... porém a fasenão era propícia. Era preciso ter paciência, dizia Ana. A horaque Deus achar oportuno, João Evangelista virá. Essa fora apromessa que o Cristo deixara a Sara. Por certo ela tambémestaria a ampará-lo.

Com acúmulo de afazeres e o cuidado com o pequenoIgnácio, Ruth não mais pudera acompanharAna ao encontrocom Jesus. Mas, levada por um impulso que lhe pareciafamiliar, chamou Ignácio, dizendo-lhe:

— Ignácio, hoje vamos ouvir Jesus. Você irá conhecê-lo...se...

E antes que Ruth completasse seu pensamento, Ignáciopulou à sua frente, numa alegria infinita. Finalmente, ele iriaver Jesus de perto.

Junto a Ana e a Lívia Lentulus, Ruth ansiava, assim comoo pequeno Ignácio, ouvir as pregações do Mestre e revê-lo esaber com João Evangelista até quando o seu cuidado com omenino se faria necessário.

Seguiram até Cafarnaum. A multidão como sempreagitava-se para poder ver e ouvir melhor a voz do Cristo.

Em meio ao tumulto, Ruth viu Ana apontando para bempróximo delas a figura de João Evangelista. Ruth fez mençãode ir ao encontro dele, o que foi aceito por Ana, que lhe pediupara levar o pequeno Ignácio. De imediato, Ruth pegou amão do menino e, com dificuldade, conseguiu chegar atéJoão. Esse, vendo-a com uma criança e sem reconhecê-la,comentou:

— Senhora, espere o término da pregação. Depois alevarei até Jesus. Creio que o problema está com o garoto,não é?

Ruth, sorrindo, fala:— Até certo ponto, sim... de fato, o problema é com o

menino... mas será para que o Mestre conheça Ignácio deAntioquia. O menino que veio ao mundo para seguir ospassos de Jesus, segundo Suas palavras.

João abaixa-se e, com os olhos rasos de pranto, ergueIgnácio. Esse, sem nada entender, mas, abraçando-o,pergunta, em sua inocência:

— O senhor é Jesus?... Como eu queria beijá-lo...João, enternecido com a pureza daquele pequeno ser,

diz-lhe:— Não, meu menino, eu não sou Jesus... mas vou levá-lo

até Ele para que você possa beijá-lO e saber que, de ora emdiante, Ele será o Mestre que irá guiar o roteiro de suareencarnação.

O menino aperta os bracinhos ao redor do pescoço deJoão. Naturalmente, ele ainda não poderia entender aspalavras de João, mas repetia:

— Então, vamos ver Jesus...Terminada a palavra do Cristo, após todo o atendimento

diário feito por Ele aos doentes e obsessos (pessoas emdesequilíbrio), Jesus, acompanhado dos apóstolos,afastava-se para um breve descanso na casa de SimãoPedro. João Evangelista vem ao seu encontro, trazendo aocolo o pequeno Ignácio, acompanhado por Ruth.

Ao vê-los, Jesus, diminuindo seus passos paraaproximarem-se, dirige-se à criança e fala abrindo osbraços:

— Vem a mim, Ignácio deAntioquia, filho de meu Pai e dosconsagrados corações de Isaac e Sara.

Ruth e Ana, que os seguiam à distância, ficaram emêxtase diante daquele lindo quadro. Lívia, que também osseguira, naquele instante, lembrou-se de seu encontro comJesus, quando viera pedir alívio para as dores sua pequenaFlávia. Agradecendo a Deus pela cura de sua filhinha, elainteriormente orava pela alegria que via naquele menino quemostrava seus olhinhos brilhantes de felicidade, quandoJesus o pegou em seu regaço. A cena foi emocionante. Atéos que ali ficaram para acompanhar Jesus até a casa dePedro, estavam curiosos por saber quem era aquela criançaque Jesus tomou em seus braços. Sara e Isaac a tudoacompanhavam espiritualmente.

Abraçados, choravam por esse instante tão esperado poreles. Sara, embora seu empenho na realização das tarefasno mundo espiritual ao lado de Isaac, sentia preocupaçãopor saber que Ignácio ainda não fora adotado por JoãoEvangelista. Seu coração materno não havia assimiladoainda a separação material. Podia vê-lo, abraçá-lo, maschorava por vezes, quando o sentia triste por não ter seuspais ao seu lado. “Pobrezinho”, pensava, “deixei-o tãopequenino...” Mas, de imediato, arrependia-se dessespensamentos quando a assaltava pela falta de vigilância,deixando-se envolver pelo apego em achar que Ignácioestava abandonado. Isaac a fazia retornar à razão,lembrando-a de que dessa forma ela estaria extrapolando asLeis de Deus.

Acariciando a criança em seus braços, olhando João eprocurando por Ruth, Ele exclama:

— Filhos, esperem a hora em que Ignácio virá habitar ocoração de João. Você, discípulo amado, o guiará a serviçode meu Pai, após mim. Breve, isso se tornará realidade. E,dirigindo-se a Ruth,colocando-lhe acr iança nosbraços, diz-lhe: — Porenquanto,t enha -oc o m os e ufilho efa l e ae s s epequenocoração dasd á d i v a scelestiais. Ensine-o a serpequeno entre os grandes, a ser humilde entre osorgulhosos. Lembre-o de que a maior de todas as virtudes éa Caridade. Ela deverá ser o lema que norteará sua vida.

E assim dizendo, Jesus segue seu caminho entre osapóstolos, deixando as mulheres que ficaram a refletir nosensinamentos do Cristo, principalmente Ruth que fixava

seus olhos no pequeno Ignácio, que adormecera em seusbraços e que estampava um sorriso feliz em seus lábiosinfantis. João aproxima-se e, osculando as mãos de Ruth,despede-se num breve adeus, dizendo-lhe:

—Aguardemos, minha amiga, os desígnios de Deus.O tempo passa e Jesus, fortificando os corações através

da fé e do consolo, deixa cada vez mais o amadurecimentoaparecer às criaturas. A era da Doutrina Espírita estava sefirmando. Continuando suas pregações, ele segue para aGaliléia, atravessando os pequenos vilarejos através do rioJordão. Sempre a multidão seguindo suas pregações. VaiEle até Bete-Arabá Jericó e Betfagé. Voltando dessa últimajornada, entra triunfalmente na terra dos judeus. Tudo jáestava preparado para que se efetuasse a traição de JudasIscariotes. Jesus seguiu para sua hora final. E, do alto dacruz, olhando para toda a multidão enlouquecida, brada aoscéus:

— Pai, perdoa-lhes... eles não sabem o que fazem.Maria de Nazaré sofria a mais profunda dor que dilacerava

seu coração. Amparada por Isabel,sua prima, e por Madalena, viatambém as mulheres que sempreestiveram ao lado de seu filho. E,chorando convulsivamente, JoãoEvangelista, o único dos discípulosque ficara acompanhando o Mestre,

aproxima-se de Maria e diz-lhe:— Mãe, Jesus deixou-nos, em seus

últimos instantes na cruz, uma liçãoque jamais será esquecida. Pensam os

homens que em O crucificando,eliminaram um malfeitor. Entretanto, oCristo ficará como grande vencedor, umvitorioso. Suas pregações ficarãoressoando nos ouvidos dos povos,

entre nações, por séculos e séculos vindouros.E, após o martírio, Jesus ressurge entre os apóstolos.

Com a ressurreição e o desaparecimento do corpo do Cristo,surgiram muitos comentários. Alguns maldosos e outrosdignos de estudos, como fizeram João, Ruth e Maria Marcos.João comentava:

— Desconhecemos por completo com que rapidez deu-seo desaparecimento dos despojos do corpo físico de Jesus.Mas devemos crer, por seus pensamentos, que finda a vidamaterial, nossos pensamentos deverão estar atentos paraas questões espirituais e não em tornar-se o corpo como sefosse o principal. Esse é transitório, mas a maior lição, e essasim é que deverá ser sempre discutida, é a ressurreição. Elasignifica a realidade verdadeira. O Cristo deu-nos, com esseacontecimento, o testemunho de que o espírito é eterno.

Na continuidade de mortes e prisões entre os cristãos,muitos foram açoitados e levados às feras, como Ana, Lívia,esposa do senador romano Publius Lentulus e outros queouviam as lições do Mestre feitas em comentáriosedificantes por João. Com a chegada dos soldados, otumulto espalhou-se; alguns puderam fugir. João conseguiuesconder-se por entre pedras, mas nada pôde fazer parasalvar Ruth e as outras mulheres. Seriam todos levados àsferas do circo romano. De imediato, João seguiu para a casa

de Ruth, em busca do pequeno Ignácio. O menino brincavacom outras crianças. Ao ver João chegar, correu paraabraçá-lo. João procurava esconder as lágrimas queteimavam em correr de seus olhos. E o garoto de prontopergunta-lhe:

— Onde está mãe Ruth? Ela não veio com o senhor?João, tomando-lhe a mão e afagando seus revoltos

cabelos, diz com serenidade:— Ruth precisou ficar com sua amiga Ana; ela não está

bem e Ruth ficou para ajudá-la. Mas eu estou aqui e vimbuscá-lo. Você irá comigo e sabe com quem iremos nosencontrar?

O menino pulava de contentamento e perguntava:— Com quem?... Com quem?...E João respondeu-lhe, fingindo alegria:— Com a mãe de Jesus... a nossa mãe Maria de Nazaré...O menino, batendo palmas, dizia:— Vamos então... vamos logo que eu quero beijar a mãe

de Jesus. Por esse tempo, João Evangelista já morava comMaria de Nazaré e juntos trabalhavam na assistência aosnecessitados. E o pequeno Ignácio de Antioquia faria parteora em diante desse mundo de aprendizado, para executar asua missão em louvor ao Mestre Jesus.

Ignácio encontrou naquele lar carinho e muita dedicaçãode Maria e João, a quem ele passou a chamar de pai João.

Com o passar do tempo, a sua indagação com respeito aRuth foi sendo respondida de acordo com a sua capacidadede compreensão. Tornando-se adulto, João o colocara a parda verdade. Entendendo as ocorrências e maldades feitaspara com os cristãos, chorou muito... porém orava semprepela mãezinha Sara de quem pouca lembrança guardavapor ser muito pequeno quando ela partiu, mas que sabia tersido Sara uma mãe carinhosa e benevolente. Ruth, suasegunda mãe, não o deixava esquecer Sara. Agora, em suajuventude, guardava carinho e saudade dessas duas figurasque foram tão importantes em sua vida. Ignácio, orientadopor Maria e João, estava cada vez mais dedicado às tarefasde socorro ao próximo.Aprendia com a mãe de Jesus a fazercurativos. Participava do Evangelho no Lar onde Joãocomentava as lições do Mestre. Ignácio queria a tudoentender. Em pouco tempo já comentava o Evangelho comos doentes.

Certa noite, após ter acompanhado Maria em visita a umafamília carente, deitou-se para adormecer e poder restaurarsuas energias. No dia seguinte, ele iria acompanhar Joãopara participar pela primeira vez no encontro com os cristãosdoentes que, escondidos nas catacumbas nas cercanias deGenesaré, seriam abençoados por João, através dos passese das orações. Encontrava-se interiormente muito agitado.Exultava-se, pois João lhe dissera que ele deveria falarsobre as lições do Mestre, enquanto ele, João, faria ospasses curativos espirituais. Resolveu orar, buscando atranqüilidade. E foi em meio a oração que Ignácio sentiu leveroçar em seu rosto. Forte luz e perfume invadiram o pequenoaposento. Súbito ele viu um casal ao seu lado. Recebendoos pensamentos de Sara, pôde abraçar com muita emoçãoseus pais, Sara e Isaac. Sem saber como, sentiu-se envoltopor vibrações enternecedoras, que o levaramespiritualmente ao regaço materno. Viu seu corpo genuflexo

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 7

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP

Tratamento Espiritual: 2ª e às 19h453 e às 14h45

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Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniõesReuniões: 2ª, 4 e 5 às 20 horas3 e 6 às 15 horas

Domingo às 10 horas

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Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas

ao lado da cama, quando se pôs a orar. E agora parecia-lheter voltado a ser bebê, aconchegado ao colo materno.Passados esses momentos, ouviu a voz de sua mãezinha:

— Filho, Deus concedeu-nos esse alegre reencontroespiritual. Você agora irá iniciar outro roteiro em sua vida,você será mais um servidor do Cristo. Ele espera que vocênão desanime em sua tarefa de divulgar sua DoutrinaConsoladora. Muitos estão sucumbindo diante dos quadrosdas torturas e sofrimentos terrenos. É preciso que você,junto a João, dê seu testemunho de fé e perseverança aosensinamentos do Cristo, através do trabalho edificante.Isaac acomodava-se ao redor da mãe e do filho.Aproveitando o minuto final daquele encontro, falou aocoração do filho:

— Segue, meu pequeno (a maneira como ele falava aofilho ao nascer), com alegria seu caminho. Lembre-sesempre nos momentos amargos que poderão vir de queJesus confiou-lhe uma grande missão, dizer sempre aVerdade e nunca omiti-la. Seus interesses deverão sersempre em difundir a paz e trazer os homens ao Reino daGlória em Cristo nos corações. Nunca permita que os bensmateriais e as tentações da carne desviem seu caminho.Seja sempre fiel aos ensinos cristãos.

Ignácio quis dizer alguma coisa, mas o pranto sufocavasua voz. Sentiu novamente o roçar em suas faces. Voltandoa si do que parecera-lhe um torpor, sentia ainda as lágrimasque teimavam em escorrer pelo rosto. Tudo voltara aonormal. O silêncio tomara conta de seu interior.Materialmente ouvia ao longe latidos de cachorros e o pio dealguma ave noturna.

No dia seguinte, Ignácio contou a João o acontecidodurante a noite. João extasiou-se. Procurou ele prosseguirnos ensinamentos do Cristo, aproveitando o assuntodeixado pelos seus pais.

Após a refeição matinal, seguiram para o trabalho doEvangelho, que já estava acertado entre os cristãos.Despediram-se de Maria e, com as bênçãos dessavenerável mãe, partiram.

A chegada de ambos foi de grande entusiasmo. João,como sempre ao falar da passagem do Cristo sobre a Terra,enlevava as mentes que o ouviam. Muitos curavam-se pela

intensa vibração daquele discípuloamado do Cristo,

q u e ,envo lv i -do pelocoraçãosimples

e sereno,e r a om é d i u mperfeito doM e s t r e .I g n á c i oprocurava

v e r ecolaborar com suas preces, atento às palavras de João.

Findo o encontro, esperando o momento propício,aproximou-se deles um guarda que procurava esconder-seentre o povo. Era ele simpatizante dos cristãos e profundoadmirador de João. Esse em o reconhecendo, chamou-opelo nome:

— Tadeu Barjonas... você aqui, entre os cristãos... seráque já se converteu ao cristianismo? Disse alegremente.

— Não, meu caro, embora essas pregações me fascinem.

Porém, não propriamente por isso aqui estou. Soube queestaria por essas cercanias e, como tenho algo muitoimportante a lhe comunicar, corri para cá. E Tadeuperguntou-lhe: — Onde está o menino Ignácio deAntioquia?

João, assustado, respondeu-lhe:— Por quê? Por acaso você veio até aqui para prendê-lo?— Não... jamais o faria... sei que ele está sob sua guarda e

de Maria de Nazaré... Acho que a notícia que lhe trago, emais especificamente a Ignácio, trarão grandes júbilos aambos.

E quando Tadeu ia prosseguir, Ignácio, que estava àprocura de João, chama-o para continuarem a jornada;entretanto, vendo a presença do soldado, parou e, ao recuar,João o estimula a se aproximar, dizendo-lhe:

— Venha, Ignácio, o guarda Tadeu é amigo.Tadeu, sorrindo e abraçando ao jovem, fala alegre:— Meu jovem, sei que a notícia que trago fará você e João

muito felizes... preparem-se...João, não suportando tanto suspense, ameaça-o:— Diga logo, do contrário, eu o denunciarei aos cristãos.Entre risos, Tadeu fala:— Ruth, a amada amiga de Sara, está viva e fui eu mesmo

que a libertei, por ordens superiores vindas da Corte.João e Ignácio ficaram lívidos. E João, não contendo a

satisfação que lhe cobria o coração, brada:— Rendamos graças a Deus. Fez-se a justiça em nome do

Cristo.Ignácio não conseguia falar, tão forte era a emoção

sentida. Reagindo rapidamente, volta-se para Tadeu,perguntando:

— E onde... onde está ela?... gostaria tanto de vê-la...—Aesta hora deverá ela estar seguindo para Ptoleimada,

próxima à cidade de Antioquia. Estará de retorno ao seu lar.E creio que João o levará até sua cidade natal — completaTadeu Dessa forma, minha tarefa cristã está feita.

Todos riram.Com a indicação deixada por Barjonas, encetaram a

viagem.Seguiram pela costa mediterrânea, fazendo a pé o

percurso de cinqüenta quilômetros até Ptoleimada. Talvezencontrassem Ruth e depois seguiriam juntos a Antioquia.Apesar do cansaço, estavam felizes. Ignácio não via a horada chegada. Pensava na bondade de Deus para com ele.Vira seus pais espiritualmente e agora após tantos anosreveria sua mãezinha adotiva e teria a felicidade de trabalhare aprender a ser útil com a mãe de Jesus. Realmente suadívida para com o Mestre era imensa. Tinha mesmo muitoque fazer para tornar-se digno do que recebera.

Ao entrarem em Ptoleimada, continuaram seguindo a orlamarítima. Súbito, João chamou a atenção de Ignácio:

— Veja, filho... lá à frente... está vendo uma mulhercaminhando pelas águas do mar? Pelo modo com que brincacom as ondas, tenho certeza de que é Ruth.

Ignácio não esperou mais nada e, correndo como umpássaro entre a areia e as águas, brada, ofegante:

— Ruth, minha mãezinha Ruth... espere... espere... é seufilho chegando!

Aos poucos, Ruth olha para trás... com a proximidade dojovem e vendo mais ao longe um senhor caminhando comdificuldade, ela diz para si mesma:

— Será, meu Deus?... será verdade?... é JoãoEvangelista e esse jovem...

E, Ignácio chegando à sua frente, abrindo seus braçosentre gritos e risos, exclama:

— Mãezinha Ruth... Ruth...

SeareiroSeareiro8

E ambos abraçados rolam pela areia, num esfuziantecontentamento. Pouco tempo depois, João reúne-se a eles,dizendo:

— Minha boa amiga... Jesus uniu-nos novamente...seguiremos juntos nas tarefas que nos foram confiadaspelas dádivas celestiais.

Procuraram por um abrigo para que pudessemrestabelecer as energias. Encontraram vários cristãos quelhes deram de comer e beber. Foram recolhidos em casa deamigos para passarem a noite. Pela madrugada, os trêsamigos partiram, confabulando planos para visitarem osnúcleos cristãos que encontrassem em cada cidade.

Seguiram pela mesma rota, a costa mediterrânea.Passaram por Tiro, Sidon, Berytus, Tripolis, Antaradus.Depois seguiram pelo vale do rio Orontes, que os levaria aAntioquia. Fora um percurso de quinhentos e cinqüentaquilômetros. A riqueza da paisagem valia por todo cansaçoque envolvia Ignácio. Pela primeira vez, o contato direto coma Natureza! Que felicidade ele sentia!

Antioquia ali estava! Ignácio e os dois pais adotivos do seucoração também se sentiam felizes pelo retorno. Ruthlembrou-se de um ancião que morava na periferia da cidade,numa humilde casinha, mas sabia que não negavahospedagem a ninguém. Contava Ruth a João que soubera,enquanto presa que sua casa, embora simples, foraconfiscada pela Corte, portanto, era preciso pedir amparoaos amigos. João, ouvindo-a, dizia saber desseprocedimento, típico da lei terrena, feita pelo homem. Olhoupara Ignácio que, cansado, se sentara ao rés do chão e jácochilava.Apressaram-se a encontrar essa hospedagem, daqual, em boa hora, Ruth se lembrara.

Encontrada a casinha em meio à mata, bateram à porta. Asurpresa fora geral... João não acreditava, ali à sua frenteestava Manahen, amigo dileto de Simão Pedro, que, sob suaorientação, fundara a “Casa do Caminho do Cristo”, aprimeira na cidade de Antioquia. Manahen, ao avistar João,soltou risos de prazer, exclamando:

— Louvado seja Nosso Mestre e Senhor!!E abraçaram-se, movidos pelo pranto. Manahen

conheceu Ruth e Ignácio, apresentados por João, queexplicou a ele como chegaram à sua casa.

Abrigados e reconfortados, passaram a trocarinformações em torno do trabalho cristão.

Manahen falou de todas as dificuldades encontradaspelas perseguições violentas por que sofriam os cristãos.Dizia que elas eram os resultados do ódio que Paulo deTarso sempre teve para com aqueles que se mostrassemcontra as Sagradas Escrituras. E continua a sua explanaçãoaos amigos:

— Acredito que Antioquia, por estar longe de Jerusalém,sofre muito menos essas perseguições. Aqui os cristãos sesentem mais seguros. Os imigrantes são atraídos pelotrabalho que vem se desenvolvendo, com o progresso dacidade. Essas criaturas que por aqui passam e sentem que,se permanecerem poderão melhorar a vida, são pessoassimples. Chegam ávidos de esperanças e, assim que seenvolvem com o Evangelho, ajudam a divulgá-lo,aumentando o número de tarefeiros sinceros e respeitososcom os ensinos de Jesus. Porém aduzia temos falta depregadores da “Boa Nova”. Você, João, poderia ser umdesses colaboradores. Sua vinda até aqui não foi por acaso.Muito tenho orado para que aqui chegue alguém paracontinuar a obra desse núcleo. Minha idade está avançada eminha estadia aqui na Terra está vencendo. Fique, João, epense que, para o jovem Ignácio, esse campo vasto poderá

ser-lhe o preparo para o trabalho que terá que cumprir.Manahen silencia, esperando a resposta de seu amigo.Ruth e Ignácio esperam também com ansiedade a

aceitação de ali permanecerem. Era o retorno à terra amada.Sentem que a tarefa os espera.

Finalmente, João sai de sua concentração e, levantando-se, e aproximando-se do amigo, abraça-o e dizserenamente:

— Sou grato à confiança que Jesus e você, Manahen,depositam em mim. Nós três aqui ficaremos. Sentimos queserá profícuo cultivarmos nos corações sofridos a presençado nosso Mestre.

Todos aplaudiram a decisão de João. Manahen sugeriuque antes de irem ao repouso noturno que fosse feita umaprece de gratidão a Deus pelos trabalhos redentoresrealizados em Antioquia e pelos operários do bemespalhados pela Terra.

João, Ruth e Ignácio foram se tornando amados por todosdo núcleo de Antioquia. Ignácio esmerava-se noaprendizado dos poucos orientados por João, tornando-sebrilhante em seus comentários sobre a vida de Jesus.Comovia a todos. Suas preces eram esperadas pelosassistidos da Casa do Caminho de Antioquia que, dia a dia,via crescer as pessoas que vinham de longe para participardas orações feitas por Ignácio deAntioquia.

O tempo passou rapidamente. João, sempre ativo, viajavaconstantemente. O velho Manahen já não podia maisparticipar do núcleo. A doença o mantinha no leito. Suasenergias estavam se esvaindo. Certa noite, todos estavamjubilosos com a presençade João nas tarefas doEvangelho. Estava elec o m e n t a n d o o st r a b a l h o s q u e s erealizavam nos núcleosque visitara, quandocompanheiros, vindosda casa de Manahen,pediram para que João e osamigos fossem rapidamente ver o velhinho que estava muitomal. Ao chegarem no aposento, ficaram espantados com asluzes que iluminavam toda a casa e, mais assustadosficaram quando viram a materialização de Abigail, irmã deEstevão, o primeiro mártir cristão, que, em se dirigindo aoancião, falava ao seu coração:

— Alegre-se, querido companheiro de lutas edificantes,Jesus, ouvindo suas súplicas, o libertará dos sofrimentoscarnais. Virá para o reino da espiritualidade, onde vocêcontinuará seu trabalho junto aos espíritos que se desviaramdo caminho da Verdade.

João, Ruth e Ignácio ajoelharam-se diante dagrandiosidade espiritual de Abigail e dos instrutores que aliestavam ajudando no desligamento do espírito do corpocarnal de Manahen. Esse, pela última vez, olhando seusamigos e a figura espiritual de Abigail, transmite suaserenidade num sorriso de adeus a todos que com eleparticiparam de sua vida terrena.

Entre lágrimas, João, Ruth e Ignácio, beijaram-lhe a frontee puderam registrar o corte dos fios vitais prateados queprendiam Manahen ao corpo físico; feita essa reparaçãopelas mãos deAbigail que, de imediato, retirou com carinho oespírito de Manahen, que parte junto ao cortejo luminosopara a espiritualidade superior.

A vida deu continuidade às tarefas. Ignácio já estavapreparado para as viagens de divulgação das lições do

— —

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Mestre. Sabia dos entraves que iria enfrentar eas perseguições que sofreria, mas estava firmeem seus propósitos. Ruth estava muitopreocupada. Ficaria sozinha, isto é, sem o filhoadotivo, sem a segurança de João. Ignáciochamava-a a atenção de que Jesus jamaisabandona a ninguém. Outros companheiros deideal estavam ali, ao seu lado, apoiando-a.Ignácio já estava com o roteiro de sua viagem.Éfeso seria a primeira a ser visitada. Sabia, através dascartas de João, que ali ele estaria em confronto com oshebreus e os gregos, que se limitavam a estéreis discussõesna sinagoga, só para impressionar os cristãos. Seria suaprimeira convocação por Jesus, para que seu testemunho sefizesse pela eloqüência de sua fé.

No dia de sua partida, Ruth procurava esconder suaslágrimas. Queria mostrar a Ignácio que era suficientementeforte e nada a perturbaria nas tarefas da Casa do Caminhodo Cristo. Ignácio sentia que não era bem isso queaconteceria, mas tinha certeza de que o tempo faria suamãezinha se fortalecer. Entre beijos e abraços, Ignácio partiupara duras provas de amor a Deus e a Jesus.

Sua chegada a Éfeso foi assustadora!Grupos de jovens inconseqüentes passavam por ele,

causando arruaças, desrespeitando os velhos. Pessoasembriagadas que roubavam, faziam gestos obscenos ehumilhantes diante de seres que transitavam rápidos pelasruas, para cumprirem seus compromissos.

Ignácio sentia-se atordoado. Pensava consigo mesmoonde ficara a cultura grega dos antepassados tão ilustres?Será que tudo que lera e aprendera com João fora apenasuma fase que ficou esquecida?

Acomodado numa simples hospedagem, Ignácio, deimediato, começou a fazer contato com os poucos cristãosque encontrava. Diante das dificuldades encontradas teve aidéia de escrever cartas. Sabia que a cidade de Esmírniaficava a oeste de Éfeso e havia ali um grupo cristão. Parapoder estar mais próximo a eles, recomenda nessa Epístolao seguinte: “O cristão não tem poder sobre si mesmo, masestá livre para servir a Deus”. (cap. 7:3).

Essa epístola foi enviada a Policarpo que, de imediato,reuniu os adeptos do cristianismo, para, juntos, estudaremesse valioso texto que teria a finalidade de reunirconhecimentos entre a finalidade da vida material e o reflexopara com a moral e a espiritualidade. Com muita dificuldade,suas pregações na sinagoga eram boicotadas pelos hebreuse pelos jovens gregos. Preparavam armadilhas, vaiavamsuas palavras, zombavam ao ser pronunciado o nome doCristo. Por várias vezes, Ignácio foi preso, por inventaremser ele um feiticeiro de grandes poderes. Isso porqueaqueles que se aproximavam dele caíam em prantos. Outrosmentiam em não poder enxergar e quando o “feiticeiro”

levantava as mãos, diziam estar curados. E, diante de todasessas calúnias, Ignácio era levado a prisão e açoitado. E,como Paulo de Tarso, cada vez que o encarceravam, Ignáciotambém escrevia Epístolas, para tornar seu tempo útil.Essas Epístolas foram para Policarpo, em Esmirna, aosEfésios, aos Esminiotas, aos Filadelfos, aos Magnesios, aosRomanos, aos Tralianos.

As lutas prosseguiram. Tanto Ignácio como João nãotinham tréguas. Vez por outra eles se encontravam parajuntos exercerem mais influências e darem mais coragemaos cristãos. Alguns que não tinham a fé fortalecida no idealde Jesus desistiam no meio do caminho.

Em Esmirna, Ignácio, junto com João e Apolônio,encontraram muita resistência pelos adeptos ao paganismoque se infiltravam por ídolos e imagens de pedras, esufocavam os ideais cristãos. E juntavam-se aos israelitasque também combatiam a doutrina cristã, dizendo ser essaimpura e maléfica. Ignácio lutou bravamente pararestabelecer o núcleo cristão que era dirigido por Policarpo, aquem muito admirou. Quando conseguiram restabelecer onúcleo, Policarpo assume novamente a sua direção, que seencontrava quase sem seguidores. Esses, temerosos,fugiram para não serem sacrificados se fossem presos. Essaera a ordem: matá-los. Ignácio e seus companheirosseguiram para a cidade de Magnésia. Situava-se a sudoestede Éfeso, sendo no passado, cidade costeira do reino daCária, que se mantinha entrecortada pelo Mar Egeu.

Foram Ignácio e seu companheiro Apolônio, que sepropôs a acompanhá-lo. A cidade de Magnésia mantinha o

de cidade livre, aliada aos interesses romanos.Com muito trabalho, o Evangelho tomou seu lugar nos

corações daqueles que se sentiam oprimidos pelospoderosos da Corte romana.As viagens continuaram. Váriosnúcleos foram fundados, como em Trális, na Ásia, Filadélfiae outros núcleos menores em vilarejos onde se reuniam ostrabalhadores rurais.

Com imensa saudade no coração, Ignácio retorna aAntioquia. Desejava abraçar sua mãezinha Ruth, o queaconteceu tempos depois.

A sua surpreendente chegada quase fez Ruth desfalecer.Ela dizia não acreditar, parecia-lhe um sonho. Choraramambos pela alegria do retorno ao lar. Ignácio fez questão derever seu aposento tão bem cuidado por Ruth. Essa dizia-lhe

que todos os dias trocava as flores silvestresdo vaso, que davam a ela a certeza da voltade seu filho para seus braços maternais. Enessa troca de conversação ficaram atéaltas horas da noite. Ignácio fazia questãoque Ruth soubesse do imenso trabalho edas prisões que sofrera. Mas a confortavadizendo que era feliz em poder servir aJesus.

Ignácio não parava um minuto. Erasempre chamado para atender doentes epessoas atacadas por problemasobsessivos. Seu trabalho junto a Ruth no

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núcleo era intenso. Ambos haviam formado grande númerodos “operários do bem”, como os chamava Ignácio.

Tempos depois começaram a surgir notíciaspreocupantes de Roma. Nero, em sua alienação mental,mandava matar a todos os cristãos. Mandava invadir suascasas, não respeitando mulheres, velhos e crianças. Se nãoisso, os cristãos eram mortos pelas feras no circo romano.Ignácio comunica a Ruth que ele necessitava ir até Éfeso,para encontrar João, que lá ficara para ajudar os cristãos quede tão imaturos, por serem ainda jovens, precisavam deevangelização. E com a experiência do apóstolo de Jesus,pretendia Ignácio aconselhar-se quanto ao núcleo de Roma.

Ruth, de imediato, diz não querer mais ficar sozinha. Elaviajaria em sua companhia. Ignácio alegra-se com a notícia.

A viagem foi cansativa. Ruth mostrava-se ansiosa, issoacontecia porque João encontrava-se junto a Maria deNazaré. Apolônio mandara recado pelos cristãos a Ignáciode que João os esperava em Éfeso. Essa era a ansiedade deRuth: ter a oportunidade de abraçar Maria de Nazaré.

João aguardava-os no núcleo de Cafarnaum. A chegadafoi de júbilos e de saudades. Partiram ao encontro de Mariade Nazaré. Após abraços fraternos e a emoção de todosjunto à mãe de Jesus, esta ofereceu água fluidificada paraque todos sentissem a presença de Jesus. Ruth, ouvindoque João, Apolônio e Ignácio falavam em partirem para avisitação aos núcleos já fundados, pediu a Ignácio que adeixasse em companhia da Mãe Santíssima. Ela a ajudaria acuidar dos doentes.

E assim foi feito. Maria abençoou a viagem dos discípulosdo Cristo e agradeceu muito a Ruth por permanecer ao seulado.

Em cada lugar que os viajantes passavam, uma multidãoos aguardava. Curas eram sucessivas, realizadas por João eIgnácio que, por essa época, mostrava cada vez maisdedicação a Jesus.

Durante toda a peregrinação, por várias vezes forampresos e maltratados. As perseguições acirradas setornaram mais graves, ao se aproximarem de Roma. Aochegarem em Óstia, após terem fugido da prisão de Lácio,auxiliados pelos cristãos, souberam da morte de Paulo deTarso, que fora degolado, e da de Simão Pedro, que pedirafosse crucificado de cabeça para baixo na cruz, porque elenão era digno de ser crucificado como seu Mestre Jesus deNazaré. Os peregrinos choraram convulsivamente com atriste notícia, mas deu-lhes coragem suficiente paracontinuar na divulgação do amor pelo qual Jesus e seusapóstolos se sacrificaram.

Os dias e anos passaram-se. Mesmo nas prisões, Ignácionão parava de fazer suas pregações sobre o Evangelho.Todos ficavam contritos e mais firmes na fé. Sob a guardados benfeitores espirituais, Ignácio sempre recebia oreequilíbrio de suas energias. Ele sentia que, se Deus eJesus davam-lhe meios para se libertar, seria pelo fato deque seu trabalho ainda teria oportunidade. Isso lhe enchia ocoração de esperanças renovadas.

Certa feita, estando em casa de amigos cristãos para oEvangelho, notou certa tristeza no semblante de Apolônio.Após os comentários feitos por João, fez esse uma precededicada aos enfermos, lembrando das mãos de Jesus, queabençoava e curava a todos os necessitados, mesmo aosdistantes, e aí João rogou bênçãos ao saudoso coração deRuth. Ignácio percebeu que João chorava. Havia algo,pensava ele, com relação a sua mãezinha querida.

Terminado o culto junto a Apolônio, quis Ignácio saber deambos o que ocorria com Ruth. João, serenamente, contou-

lhe que recebera notícias de Cafarnaum sobre a saúde deRuth. Disseram-lhe que após a partida de Maria de Nazarépara a espiritualidade, Ruth continuou as tarefasdesempenhadas por Maria, com a mesma dedicação,cuidando dos leprosos, dos desvalidos de toda sorte. Oravae dava-lhes a água abençoada, como a Mãe de Jesus lheensinara. Porém, seu estado físico já se mostrava debilitadoe as marcas da lepra começaram a aparecer em seu corpo.João se reteve no comentário; Ignácio estava em prantos equeria ir vê-la de imediato.

Resolveram Apolônio e João acompanhá-lo. Seguiram ostrês rumo a Cafarnaum e, depois Éfeso, amparados pelosreflexos do luar em noite fria.

Na manhã seguinte, Ruth sentia-se sem forças paralevantar. Seu corpo em chagas dava-lhe profundas dores.Os colaboradores e os mais fortes que habitavam o núcleode Maria de Nazaré faziam o serviço todo, mas os enfermosqueriam ouvir Ruth na prece matinal. E quando tentava pôr-se em pé, para atender os mais necessitados, viu abrir-se aporta de seu aposento. Vê, como que por encanto, seu filhoIgnácio a correr a abraçá-la. Ele não pôde deixar de ver oaspecto físico daquela mulher sempre forte e decidida, agoratransformada quase que num vulto repleto de chagas.Mesmo assim, Ignácio lançou-se em seus braços. Ambosformavam um único ser. Entretanto, Ruth, lembrando-se desua doença, afasta Ignácio, dizendo-lhe:

— Não, meu filho, fique longe de mim! Não querocontaminá-lo. Estou certa de que Deus está dando-me aoportunidade de resgatar meu passado culposo, pelasferidas abertas em meu corpo, cujas marcas causei emoutras criaturas e que me foi dado o tempo para reconciliar-me com todos eles que aí estão.

— Como, mãe querida? Por acaso afebre está tão alta que a faz delirar?exclama Ignácio, levando-a aocoração, num gesto de ternura.

João e Apolônioa tudo assistiamcomovidos.

R u t hcontinuou:

— N ã otenho febren e s s emomento ,meu filho, apenas digo a verdade que me faz sentir feliz.Aprendi, através do Evangelho e dos exemplos vivos deresignação de nossa Mãe Santíssima, que a dor nosregenera, se assim a compreendermos. Jesus está meproporcionando refazer meus caminhos de enganos nosquais tantas criaturas envolvi pelos meus caprichos semlimites. Abusei da bondade de seres inocentes, portanto,hoje me foi dado reverter o quadro. Ainda bem que pudecomeçar a saldar minhas dívidas, dando carinho e remédiopara diminuir a dor desses corações desalentados.

Ignácio procurava entendê-la, acariciando-a e lavandoaquelas chagas com as lágrimas de seu amor, por aquelaque lhe doou os melhores anos de sua vida.Agora começavaa entender os propósitos de Jesus. Súbito, Ruth começou abalbuciar algo estranho. Ignácio, um tanto aflito, ao vê-laempalidecer, sacode-a, exclamando:

— Que foi, mãe?... O que está acontecendo?Ruth, abrindo os olhos desmesuradamente, responde de

forma vagarosa:— Todos os nossos amigos... aqui estão ao redor do meu

SeareiroSeareiro12

leito... seus pais, Isaac e Sara falam ao seu coração,abençoando-o.

Embora João procurasse animar-lhe as forças, viu que ofim material se fazia. Ruth lançou seu olhar derradeiro sobretodos. Manahen espiritualmente ajudou-a a se desfazer doslaços materiais e Sara e Isaac levantaram-na do leito. Ruthpartia com a caravana de amigos. Ana e Abigail juntaram-seàs orações proferidas pelos amigos da Terra. João, abraçadoa Ignácio, dirigia suas preces a Maria de Nazaré para queRuth fosse tranqüila à morada espiritual. Junto a Ignácio,puderam ver as pétalas de rosas que aromatizavam todo oambiente de bênçãos percorrido por Ruth.

A vida continuava seu rumo. João recebera uma cartavinda de Antioquia, para que retornasse ao núcleo,desejosos que estavam os cristãos em vê-lo. Ignácio e osoutros amigos não lhe permitiam viajar pela idade avançadae o organismo apresentando certa fragilidade. Ignácio dizia-se saudoso de Antioquia e para lá foi no lugar de João. Adespedida foi emocionante. João sabia que aquele seria oúltimo abraço a seu filho adotado pelo seu coração.

Ignácio, por onde passava, deixava sua palavra de amor aJesus. Após vários anos em Antioquia, vieram notícias damorte de João. Ignácio chorou amargamente por sentir-seórfão. Porém, fazendo suas orações, viu-se abraçado porJoão e Ruth, que o confortavam, dizendo-lhe que muito embreve estariam juntos novamente. Antes, ele deveria nutrir-se de energias para não sucumbir diante dos infortúniosvindouros. Ignácio, despertando dessas visões, viu-se emmeio a uma soldadesca com ordens de levá-lo a Óstia, presopor atos de desacatos à Corte. Ignácio, lembrando-se daspalavras de seus pais adotivos, não ofereceu resistência àprisão. Diante do desespero dos agregados do núcleo queficaram furiosos, Ignácio pediu para que orassem emantivessem o trabalho, em nome de Jesus. Muitos doscristãos foram levados com ele pela revolta contra ossoldados.

Ignácio e os companheiros foram levados por umaembarcação até Roma, porém sua presença eraansiosamente aguardada em Óstia. Ali chegando, recebeuele todo o carinho das pessoas que o aguardavam e queriamsuas bênçãos. Apesar de sua condição, tendo os pés e asmãos acorrentados aos férreos grilhões, e a sua fragilidadefísica, abençoou a todos com seu sorriso sereno. Numaatitude pura, pede licença aos soldados. Ajoelhando-se,agradece a Deus pela oportunidade de dar seu testemunhode fé e amor a Jesus. Iria para seu martírio como um filho quesoube respeitar seu Pai. Voltando-se para os soldados,disse-lhes:

— Vamos, meus amigos, cumpram seu dever.Seguiram pela Via Ápia e quando alcançaram o cume da

colina que rodeava a cidade, Ignácio começou a sorrir, juntoàs lágrimas que corriam de seus olhos.

Os soldados, vendo-o nesse estado, ficaram assustados.Um deles aproximou-se e perguntou-lhe:

— O que acontece, homem? Por acaso, está ficandolouco?

— Não, meu filho... estou emocionado e alegre ao mesmotempo. Veja a beleza desse lugar... Veja a imponência deRoma... seus casarios de mármores... as estátuas refletidasem dourado pelos reflexos solares... as águas prateadas doTibre circundando as montanhas... Tudo isso é o imensoamor de Deus. Sentir toda essa felicidade de uma Naturezapura. Se para os corrompidos e criminosos, Deus concedetanta beleza, o que não haverá Ele reservado para todosaqueles que lhe são fiéis? Sou feliz pelo sofrimento que me é

imposto... vamos, leve-me logo ao martírio carnal...oferecerei meu espírito a Jesus.

A soldadesca, atônita com as palavras de Ignácio,rapidamente o levaram ao prefeito dos pretorianos, com umacarta do ex-imperador Trajano, que o condenava ao suplícioe à morte.

Ignácio por longo tempo foi preso e torturado todos os diase jogado numa imunda cela. Mesmo assim ele se mantinhafirme e pregava em alta voz o Evangelho de Jesus.

Numa manhã, Ignácio fora acordado pelos brados dossoldados que vinham buscar os cristãos para os festejos docirco romano, comemorando os jogos públicos,transformando essa festa em espetáculo de pura maldade,pelo prazer da luxúria e da alta dosagem alcoólica dospretensos convidados da nefanda Corte Imperial.

Enfileirados, os cristãos foram saindo das celas. À frente,Ignácio falava a todos:

— Lembremo-nos, meus amigos, que Jesus nos deixou oleme de seu carinho através dessas palavras “Filhos amadosdo meu Pai, creiam que meu reino não é deste mundo”.Sigamos para o reino da luz. Temos a nossa consciênciatranqüila pelo reto procedimento dos nossos atos.

E elevando o tom de sua voz, que ecoou por toda a prisão,bradou:

—Ave, Cristo! Para sempre seja louvado...E todos o seguiram, cantando em louvor ao Senhor.O povo, enlouquecido, gritava pelo espetáculo de

sangue... queriam os cristãos na arena. Logo, as feras foramsoltas no local. Estavam famintas. Ficaram sem alimentaçãopor vários dias. Eram touros furiosos, panteras, tigresasiáticos e leões africanos. Rodopiavam sobre a arena. Daí ainstantes, os cristãos foram atirados às feras; em minutos, oscorpos de velhos, jovens e crianças foram destroçados. Amultidão aplaudia entusiasticamente o espetáculo horrendo.

Ignácio fora amarrado a um poste, mas nenhuma feraaproximava-se dele. Ele orava para que não fosse poupadodo sacrifício. Queria morrer, juntamente com seuscompanheiros de fé. Repentinamente, um raio explodiusobre o poste, iluminando todo o corpo de Ignácio epermanecendo estranha luz sobre o poste. A multidão,assustada, silenciou e as feras ficaram como queparalisadas.

Ignácio rendeu-se em oração a Jesus. Rogava a Deuspela sua prova de amor a Ele. Sendo amparado pelas suasrogativas, nem de leve sentiu quando um dos tigres asiáticos,como uma flecha, velozmente desferiu-lhe um golpe violentocom as patas. O animal, assim como apareceu de súbito,saiu na mesma disparada.

Nem um dos animais veio para dilacerar o corpo deIgnácio. Pelo contrário, queriam voltarpelo mesmo caminho que entraram.Passado o impacto, opovo gritava:

— Ignácio, o “feiticeiro” não pode ser poupado, aticem asferas sobre ele.. aticem...

� Anotações particulares de Roque Jacintho.Chico - Diálogos e Recordações - Carlos Alberto BragaCosta, Ed. U.E.M. 1ª ed., 2006.Francisco de Assis - psicografia de João Nunes Maia, peloespírito Miramez, Ed. Espírita Cristã Fonte Viva. 9ª ed.,1944.Ignácio de Antioquia - psicografia de Geraldo Lemos Neto,

pelo espírito Theophorus. Ed. Vinha de Luz. 1ª ed., 2005.Ilustrações:

Adaptadas de R. Matias.Imagens:

http://www.lavistachurchofchrist.org/Pictures/The%20Boys%20of%20the%20Bible/images/scan0011.jpghttp://www.lavistachurchofchrist.org/Pictures/Treasures%20of%20the%20Bible%20(Church%20Age)/images/scan0011.jpgB

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 13

Clube do Livroclube do livro

O Amor e a Multidão dos Pecados“O Amor e a Multidão dosPecados” é o livro do mês dejulho, enviado aos associados doClube do Livro Espírita “JoaquimAlves (JÔ)”.Baseado em fatos verídicos, oautor escreve um romance emque relata a experiência deprocesso obsessivo para quenos consc ien t i zemos daimportância das orientações doplano espiritual superior.A obra expõe questões quesempre causam bastantepolêmica, como o “consumo dacarne animal” e traz explicaçõescoletadas em algumas obras de

a u t o r e s c o m oFranc isco

Cândido Xavier

Mostra-nos a experiência de convívio em um lar onde opai, em determinado momento, passa a questionar-se sobreos valores morais desenvolvidos no decorrer de sua vida,após começar a observar a falta de preocupação de seusfamiliares em conservar e fazer o bom uso do que foravivenciado ao lado deles.

No decorrer da estória vemos o trabalho de espíritos doBem na tentativa de convencerem mãe e filho a lutaremcontra o assédio de espíritos inferiores que buscam induzi-los a matar o pai, para que eles possam desfrutar de suafortuna mais rapidamente.

Destaca, com clareza, a opção do bom ou mau uso do livrearbítrio, diante da idéia de que ao mesmo tempo em queexiste o assédio, existe também o socorro a todos os quequiserem ser auxiliados.

Mostra o quanto é necessário estarmos ligados com oplano superior e como nossas escolhas serão importantespara o futuro. Existem vários traçados, porém, o caminho aseguir só depende de nós. Vale a pena a leitura!

Marcelo

E m m a n u e l ,ps icografadas por .

.

Ricardo Orestes ForniEditora O Clarim

128 páginas

1 edição - 2007ª

Diante da fúria dos convidados e do povo ali presente, ocenturião Sinfronius foi chamado pelo imperador, que lhe deuordens para arrancar o coração de Ignácio e oferecê-lo aopovo. Dessa forma, a festa teria um final surpreendente.Sinfronius, constrangido, teve que executar as ordensimperiais, pois esse desejo fora uma sugestão magníficapara os convidados. O centurião, entrando na arena,aproximou-se do corpo inerte de Ignácio, ainda no poste, ecom a espada, destroçou-lhe o peito, arrancando o coraçãocom a ponta da espada. Esse, espetado, foi atirado para aplatéia, que silenciara durante essa terrível ação e, depois,sob aplausos e gritos, disputavam o nobre coração deIgnácio deAntioquia.

Nesse exato momento, um breve estalo em seu espíritofez com que Ignácio enxergasse que, do oco deixado em seucorpo carnal pelo coração arrancado, todos pudessem sertestemunhas de que ali um foco de luz fora projetado,alcançando a multidão.

Ignácio elevava suas preces de agradecimento a Jesus,quando divisou ao seu lado Isaac e Sara. Essa o envolviacom seu amor e com as mãos postas ao seu coração trazia oespírito de seu filho ao seu regaço. Esse, como débil criançaalimentada pelos elos de fluidos regeneradores, agradeceu aDeus pelo corpo que mantivera durante sua estada namatéria. Sua preocupação era o de saber com Jesus se elehavia sido útil, desde que renascera para continuar a obra doSenhor junto a seus apóstolos.

Diante desse seu propósito, uma figura azulínea colocou-se entre eles. Sob as lágrimas que vertiam dos olhos de

Ignácio, pôde ele reconhecer o espírito de Maria de Nazaré,que, chegando junto a Ignácio, falava-lhe ao ouvido:

— Aqui estou, a pedido de meu filho Jesus, que lhe pedeacompanhar-me junto a seus pais às catacumbas, para ondeiremos ajudar, nas pregações aos cristãos encarnados, doisespíritos que muito também foram martirizados na Terra pelafidelidade a Deus e a Jesus. São eles Paulo de Tarso e SimãoPedro. Esses foram, como você, os escolhidos de Jesus paraque o cristianismo fosse divulgado em toda parte da Terra.Vocês assim o fizeram e continuarão a fazer espiritualmentecomo sementes de luz espalhadas pelo mundo.

A caravana partiu para mais uma excursão de Amor.Ignácio vibrava de felicidade, que se tornou plena ao adentraràs catacumbas e ver João e Ruth, na companhia de SimãoPedro e Paulo de Tarso, que os esperavam para que omomento tão luminoso se transformasse em júbilos, pela lutacristã dos encarnados presentes que jamais poderiamimaginar a caravana celestial que os envolvia. Em meio àspétalas de rosas vindas do Alto, Jesus de Nazaré a todosabençoava, dizendo:

“— Vinde a mim todos vocês para a glória e o reino de meuPai”.

Eloisa

N.A.: Tem-se notícias que, entre as reencarnações de Ignácio deAntioquia, foi ele Bernardo de Quintavalle, no século XII e XIII,acompanhando Francisco de Assis. E retornou no século XIX comoAdolfo, Bispo deArgel. Este foi colaborador na obra kardequiana.

“Eu estou entre vós como quem serve.”- Jesus

é a de perdoar aos que Deuscolocou sobre o seu caminho para sereminstrumentos de seus sofrimentos esubmeter a sua paciência à provação.

Temos como estereótipo da família, umagrupamento de pessoas que convivemem harmonia, reunindo-se no fim do diapara o jantar, com os pais conversandocom os filhos sobre assuntos amenos,assistindo televisão juntos, etc.

Esta é a cena que todos queremos quese concretize em nossa família. Mas nemsempre é assim.

O Espiritismo nos esclarece que oscompromissos familiares são, na maioriados casos, de reencontros para reajustesde ódios antigos.

Por isso, quando um dos componentesda família adquire algum entendimentosobre a moral cristã, sente uma grande dificuldade detransmitir estes conceitos para os outros familiares que aindanão “acordaram” para as realidades espirituais nas quaisestamos envolvidos.

Aquele que já compreendeu que é preciso entendimento,respeito, amor e perdão, sofre por não ser correspondidopelo restante da família. Tenta, por todos os meios, que seinteressem por uma religião, que parem as discussões porbanalidades, que haja a tão sonhada harmonia familiar, masnem sempre consegue.

Ainda há os que, frente à resistência da família, acabamtambém desistindo da vivência da moral cristã.

Que fazer então? Desistir da tarefa de esclarecê-los?Largar a prática do bem e se igualar ao resto da família?

E quando a família, além de não aceitar os novos

conceitos, critica e ofende as posiçõestomadas por aquele que quer perseverar nocaminho correto?

Busquemos as palavras de um Espíritoamigo:

“Mas há uma (caridade) bem maispenosa e, consequentemente, bem maismeritória que

” (OEvangelho Segundo o Espiritismo, capítuloIX, item 7)

Palavras sábias, pois aquele que jádespertou para as verdades espirituais sofrepor ver que os seus familiares queridosainda vivem somente para a vida material,levando adiante ódios e rancores antigos.

Mas há casos que falar não é o caminho.Por isso a recomendação da paciência, quedevemos aliar à sabedoria.

Jesus ainda nos recomenda que “se qualquer vos obrigara caminhar uma milha, ide com ele duas. Dai a quem vospedir, e não vos desvieis daquele que quiser que lheempresteis.” (Mateus, capítulo 5, versículos 38 a 42)

Ou seja, não abandonemos o familiar difícil, aquele que,por mais que insistamos para que ele ouça os ensinamentosde Jesus, evita e até faz pouco caso.

Não devemos desistir!Mudemos a tática. Sigamos o método de Jesus:

ensinemos pelo exemplo.Façamos nossa parte dentro do lar. Sejamos pacientes,

prestativos, amorosos. Oremos por todos, demonstremoscarinho e atenção.

Não deixemos de fazer o Culto do Evangelho no Lar.

SeareiroSeareiro14

Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Que sintonia harmônica faz-se ouvir como cântico vindo do Alto!Que doce recordação esse poema nos traz do “Paraíso”, onde essapalavra significa o local onde todos os espíritos iluminadostrabalham intensamente em nome de Deus. E a “recordação” a quenos referimos é por termos a certeza de que, se cada ser munir-seda boa vontade, poderá senti-lo no altar do coração.

Como o poeta descreve, cada pregação de Jesus ressoava nointerior da criatura o bem, envolvendo-a com pensamentosserenos, deixando as aflições, trocando as lágrimas por sorriso epelo querer abraçar o semelhante, movido pela “magia doAmor”.

Quando Jesus pregava... e Ele continua, através do Evangelho,chamando o povo para o exercício da Paz, na canção da Esperançaa caminho do perdão.

ElielceWenceslau José de Oliveira Queiroz foi poeta, jornalista, conferencista, crítico

literário. Precursor do Simbolismo e um dos fundadores daAcademia Paulista deLetras, ocupou a cadeira nº 9. Foi também bacharel em Direito e Juiz Federal emSão Paulo. Viveu uma existência amargurada. Nasceu em Jundiaí (SP), em 2 dedezembro de 1865 e desencarnou na mesma cidade, em 29 de janeiro de 1921.

Quando Jesus pregava, o mundo deliranteOuvia emocionado os poemas divinos...Na palavra da fé, a harmonia estuanteRededilhava n'alma os mais formosos hinos...

A Natureza inteira, o infinito distante,Os roteiros da Dor e os sonhos peregrinosRecolhiam da voz do Excelso ViandanteAs Canções da Bondade e os Celestes Ensinos

A magia do Amor tocava a criatura,Transfundindo a revolta em suave sorriso,O apogeu da aflição em auge de ventura.

A vestir de Esperança a Terra enferma e escrava,Doce, pura e sublime, a luz do ParaísoBanhava o mundo em paz, quando Jesuspregava...

Wenceslau José de Oliveira QueirozPsicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira - Livro

“Antologia dos Imortais - Poesias Mediúnicas” - Poetas diversos.Ed. FEB. 1ª ed., 1963.

Quando Jesus Pregava

Famíliafamilia

Família

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 15

Façamos que a família leia o Evangelho em seus atos.Lembremos o ditado: “água mole em pedra dura, tanto

bate até que fura.” Ou seja, se perseverarmos na dobem ensinaremos mais do que milhões de palavras.

A humildade praticada amolece até os corações maisduros.

Esclarece-nos Emmanuel sobre este assunto:

“A prática é o seu modo de convencer. O próprio sacrifícioé o seu método de transformar. Aprendamos com o DivinoMestre a ciência da renovação pelo bem. E modificar a nósmesmos, para a vitória do bem, elevando pessoas emelhorando situações, é servir sempre, como quem sabeque fazer é o melhor processo de aconselhar.” (livro “Segue-me” - Francisco Cândido Xavier)

prática,

WilsonImagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/1/19/Family_Ouagadougou.jpg

Um dia, quando ainda na espiritualidade, presos aosgrilhões da dor, em processo de redenção, levantamos nossoolhar e oramos ao Sublime Nazareno implorando-lhe, pormisericórdia, a oportunidade do aprendizado, da volta aocorpo carnal para a depuração de nosso espírito.

Suplicamos o ingresso nas escolas da espiritualidade embusca do preparo para reencarnar com melhor conhecimentodas verdades espirituais fortalecidos para os embates navida material, dentro do processo de regeneração.

Pedimos forças para repudiarmos o mal que existia emnosso coração e palmilharmos os caminhos da moral cristã,para que não viéssemos a sucumbir às tentações das ilusõesda matéria e, mais uma vez, desperdiçarmos a oportunidadede conquistar méritos espirituais.

Oh! Mestre amado, percebemos hoje que já fizemos essasúplica ao vosso coração misericordioso.

Fomos atendidos: nossa reencarnação redentora está em

pleno curso, mas esquecidos de que asaflições — frutos de nosso passado — forampor nós mesmos ardentemente desejadas,para a reparação justa que nos libertará do

remorso e das acusações, formuladas no altar de nossaconsciência, naquele dia em que rogamos a Jesus uma novaencarnação.

Agora, neste momento sublime de oração, pedimos aosBons Espíritos, vossos mensageiros de luz, que nos ajudempara que tenhamos as forças necessárias para suportar asdificuldades da vida, para bem aproveitarmos as provas eexpiações desta encarnação, graças ao Espiritismo que nosiluminou a mente e pudemos compreender a vossa bondadee justiça, através do conhecimento das vidas sucessivas e daeterna evolução.

Fortalecei nossa fé para que sobre ela consigamosconstruir o edifício das virtudes evangélicas que nos abrigarádas tempestades do erro e do mal.

Que a vossa benção anime aos que na erraticidadesuplicam por uma reencarnação e a todos nós que oravivemos encarnados nesta Terra, bendita escola e hospital.

Homero Moraes Barros

Diante da Vida Eternatema livre

Tema Livre

O Sol brilhava iluminando todo o jardim.As flores se abriam colorindo todos os cantos e o perfume

chegava a todos lembrando do envolvimento misericordiosodo Criador.

Todos os bichos do jardim iam e vinham nas suas tarefasdiárias.

Tudo era alegria e paz.Assim também encontramos a nossa amiga borboleta.O tempo passou e ela já estava muito idosa.Não podia voar mais e quando se movimentava muito,

tinha muita dor.Era obrigada a ficar longos dias de repouso para não piorar

a sua saúde.De vez em quando aparecia algum bicho do jardim para ver

se ela não precisava de algo.Aproveitava estes momentos para conversar sobre as

coisas boas que acontecera na sua vida.Lembrava da amiga lagarta que lhe ensinou o valor da

amizade e da caridade, da família dos sapos e dos pássaros,os quais pode ajudar em momentos de sofrimento.

Não deixava que os momentos ruins tomassem conta daconversa. Dizia ela:

— Se usarmos a voz para falarmos de coisas boas,estaremos agradecendo a Deus por este dom.

Mas nem sempre ela recebia visitas. Havia períodos emque ficava sozinha e tinha que ter paciência, pois não podialevantar e fazer as coisas do dia a dia.

À s v e z e st i n h adificuldade emobter alimento.

N e s t e smomentos nãoficava triste ourevoltada como s a m i g o s .Refletia sobre a suasituação e orava a Deus pedindo misericórdia, pois sabia queEle sempre protegia a todos.

Conforme o tempo passava, mais a sua saúde piorava.Chegou um dia que não conseguia sair da cama.

Abicharada logo se organizou para ajudá-la!Não ficava um segundo sem ter algum amigo ao lado de

sua cama lhe dando apoio para os momentos de dor.Ela chorava de alegria e orava em agradecimento a Deus,

pois não se achava merecedora de tanta bondade.Logo todos viram que estava chegando o dia em que ela

partiria.Achamada “morte” se aproximava.Reconhecendo que isto seria inevitável, ela pediu que a

levassem perto das flores.Improvisaram uma cama com folhas no meio do jardim.Ela, chegando lá carregada pelos amigos, olhou para a

beleza de todas as flores e ficou maravilhada. Parecia quetudo refletia uma luz muito radiante.

O Desencarne da Borboletacontos

Contos

SeareiroSeareiro16 SeareiroSeareiro16

Aprendemos, nas experiências relatadas por André Luiz,que podemos dormir e sonhar após desencarnarmos.

Aprendemos, igualmente, que o sono é uma necessidadedo corpo físico e que tanto os espíritos desencarnadosrecentemente, quanto os que ainda não se apropriaram doseu estado atual (de desencarnados), podem continuar comas mesmas necessidades de antes, sentindo o cansaço e anecessidade do repouso.

Por isso, após a morte física o Espírito conserva aspercepções que tinha na Terra e detém outras atinentes aoestado de libertação do espírito. Exemplificando, no capítulo36 de “Nosso Lar”, André afirma que a riqueza das emoçõessentidas durante o seu sono era de maneira cada vez maisintensa e as noções de espaço e tempo eram exatas.

Apesar de sonhar como qualquer encarnado, os sentidosficam mais aguçados e o entendimento dos sonhos se fazmais compreensível. Lembremos que isso ocorre de acordocom a evolução espiritual alcançada durante o convívio namatéria e o esforço contínuo no trabalho em prol do bem querealizarmos após o desencarne, o que significa dizer quecada um terá o repouso e o sono atinentes a sua própriaevolução.

No capítulo 23, do livro “Os Mensageiros”, o instrutorespiritual Aniceto explica que há na espiritualidade ochamado “bom sono” entre os trabalhadores que dedicamseu tempo nas tarefas e responsabilidades que lhes cabemao serviço do bem comum. Estes descansam e adormecemcom a consciência do dever cumprido, no intuito derefazimento das energias para continuação do trabalho,cientes de que há muito o que fazer na seara do Cristo.

No decorrer do tempo, diminuindo-se o condicionamentodecorrente das necessidades fisiológicas, o desencarnadonão mais precisará do repouso conforme o entendemos. “OEspírito, entretanto, repousa, no sentido de não estar emconstante atividade”. “Sua ação é toda intelectual einteiramente moral o seu repouso”, (trechos de “O Livro dosEspíritos” - questão 254).

Mas, assim como o desencarnado é passível de sentirsono e ter bons sonhos, existem também os que morrem e

d o r m e m ,atormentadospelos desatinoscometidos ems u a sexpe r i ênc iascarnais?

Do livro “OsMensageiros”,no capítulo 22, éest imado emtorno de doismil, o número dedesencarnadosrecolhidos queestão adormecidos e, segundo a descrição de André Luiz, amaioria tinha no rosto a expressão do horror, poucos eram osque tinham os olhos fechados aparentando tranqüilidade,“raríssimos pareciam dormir um sono natural”.

Criaturas assim são aquelas que nunca procuraramentender e aprender a fazer o bem ao próximo e tinham porconvicção que a vida se acabaria com a morte física, nadamais existindo.

É aquele triste pensamento que muitas vezes ouvimos(temos ou tivemos): “Eu vou aproveitar tudo enquanto estouvivo, porque depois os vermes vão comer mesmo...” e outrosdo mesmo tipo. E as conseqüências deste comportamentoegoísta e materialista vêm à tona depois, confirmando a LeideAção e Reação.

Mas, sempre há tempo de acordarmos em vida, pois amisericórdia divina nos alerta por todos os meios, haja vista asexperiências de André Luiz que nos são trazidas em obrasliterárias psicografadas. São os trabalhadores do Bematuando a nosso favor.

Vejamos mais uma passagem do capítulo 22, referente aosdesencarnados que continuaram em profundo sono, após odesenlace carnal: “Semelhantes criaturas necessitam desono, de profundo repouso, até que despertem para o examedas responsabilidades que a vida traduz”.

sonhosSonhos

Desencarne e Sonho II

Agradeceu a todos os amigos que a ajudaram e pediu parafazer uma oração, que todos acompanharam:

— Senhor, criador de todas as belezas que nos rodeiam,agradeço pelos momentos felizes que tive nesta vida. Anteseu era orgulhosa e não via nada além de minhas asas bonitase coloridas, mas o Senhor, na sua extrema bondade, me fezver que só a simpatia e o amor nos tornam felizes.

A partir deste momento, Senhor, eu vi que as cores deminhas bonitas asas não eram nada comparadas ao arco-írisdo amor que me rodeou quando passei a enxergar todos queestavam a minha volta como irmãos.

Agradeço, Senhor, pelas oportunidades oferecidas paraque pudesse auxiliar aqueles que sofrem.

Recebi em cada um desses momentos mais do queofereci, pois sentia o bálsamo que envolvia meu coração.

Senhor, já não posso me movimentar, a não ser pela ajudadestes corações amigos, a quem eu peço que abençoe portanta bondade. Coloco-me a partir deste momento em Suasmãos.

Obrigada por esta vida de aprendizado de amor. Perdoe-

me se errei, peço misericórdia, pois ainda sou muitoimperfeita.

Que seja feita a sua vontade.Terminada esta linda oração, todos choravam pelo amor

que ela transmitia em cada palavra.Toda a natureza tinha parado para ouvir aquele

coraçãozinho amoroso.Muitos choravam de emoção.Levaram-na de volta para a sua casa.Passados alguns dias, a nossa amiga borboleta

desencarna com o pensamento voltado para Deus.Ao se libertar do corpo, o espírito dela foi recebido por

vários amigos espirituais que a acompanhavam.Colocaram-na em uma maca e foram com ela para um

jardim na espiritualidade, onde ela se recuperaria dodesencarne e depois poderia continuar ajudando a muitos emespírito, pois aprendera que “Fora da caridade não hásalvação”.

No jardim, o Sol aquecia a todos os animais e plantas,numa mensagem de que a vida continua.

Adolpho

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 17

livro em focoLivro em Foco

Roteiro

Será que precisaremos da dor suprema para termosolhos de ver e ouvidos de ouvir, como nos orienta oEvangelho? É preciso que cuidemos de nossospensamentos, a fim de preservar o nosso equilíbrio mental.Discernir dentro de nós mesmos, os valores interiorizados.Aquilo que parece normal dentro do nosso contexto de vidana Terra, pode ser puro desequilíbrio para o nosso espírito.Precisamos nos fortificar através de valores morais, pois nomundo espiritual não dá para escondermos intenções efingirmos ser bonzinhos.

Os desencarnados que conseguem despertar de pesadosono, necessitam de auxílio e esclarecimento e em sua

grande maioria, sem atinar que já desencarnaram,atormentam-se com os mesmos problemas materiais de ordeminferior, tal qual em suas existências terrenas, sem se daremconta de que nada assimilaram dos propósitos divinos.

Ao nos ligarmos egoisticamente aos problemas terrenos,estaremos com grande probabilidade de engrossarmos asfileiras dos que continuam dormindo na pátria espiritual e aodespertarmos, sermos os dementes que pleiteiam providênciasde ordem inferior, menosprezando o ensejo de iluminação.

RosangelaBibliografia: O Livro dos Espíritos - Allan Kardec. Ed. FEB. 84ª ed., 2003.; OsMensageiros - Francisco C. Xavier, pelo espírito André Luiz. Ed. FEB. 44ª ed.,2007.; Nosso Lar - Francisco C. Xavier, pelo espírito André Luiz. Ed. FEB. 55ª ed.,2005.; Imagem: www.joelalexandre.com/ide/imagens/sono.jpg

Francisco Cândido Xavierpelo espírito Emmanuel

FEB - 175 páginas11 edição - 2004ª

Nesta obra de Emmanuel,psicografada por FranciscoCândido Xav ier, e le nosdescreve, nos mostra, nos indicao verdadeiro ROTEIRO de vidapara chegarmos, através denosso próprio esforço, à nossameta verdadeira que é aevolução e transformação morale espiritual de retorno ao Paiatravés de nosso Mestre Jesus

Cristo.Emmanuel, neste roteiro, nos

mostra em cada uma de suas 40l ições, desde o in íc io da

civilização, o antes de Cristo e o após Cristo.Descreve-nos sobre:

o Homem ante a vida;no Plano carnal;nossa evolução;aprimoramento;a Terra como nosso grande educandário;a importância das religiões;a fé religiosa raciocinada;o serviço religioso.

Continua a nos descrever de forma profunda a relação daimportância do Evangelho na nossa evolução moral, emcada item de nosso dia a dia.

Entra em seguida a nos mostrar que “...o Espiritismo, nostempos modernos, é, sem dúvida, a revivescência doCristianismo em seus fundamentos mais simples.

Descerrando a cortina densa, postada entre os doismundos...”.

Nos descreve de maneira elucidativa, que “desde osprimórdios, o culto dos desencarnados aparece como luz desublime esperança”, onde os fenômenos eram de grandeimportância devido ao nosso grau de evolução e que o Cristoveio como disciplinador dos sentimentos, com o imperativode nossa constante renovação, tendo como normas:

Nas entrelinhas das lições desta obra de Emmanuel, estãopresentes a nos indicar os cuidados que devemos ter paraque os nossos maiores vícios, orgulho, vaidade, egoísmonão retornem a crescer, pois esses vícios podem nos levarfacilmente a dar crédito, através de nossos ouvidos e olhos,àquilo que nos engoda, por nossa aceitação, principalmentepelos modismos, que de tempos em tempos aparecemcomoa questão das ditas “crianças índigo e cristal”, apregoadaspor quem tem o dom da eloqüência e sabe levar os maisincautos a acreditarem em tais fantasias.

Se assim o fosse, bastaria que pintássemos todos ossanatórios de azul índigo e colocássemos cristais nas salasde tratamento e não teríamos mais doentes mentais, mas oque vale são os nossos pensamentos e atitudes, seguindo osensinamentos vivificados do Cristo.

Portanto, quando vermos e/ou ouvirmos qualquer que sejao assunto ou atitudes, que nos levem a acariciar nossosvícios, ou que nos causem dúvidas, devemos irimediatamente ao Evangelho do Cristo para orientarmo-nosse o que vimos e/ou ouvimos é do Cristo.

E logo teremos a resposta, pois não podemos maisficarmos em dúvidas, pois já lemos e estudamos pelo menosuma frase do Evangelho do Cristo...

Na obra “A Gênese” da codificação de Allan Kardec, noúltimo capítulo, item 34, A Geração Nova, o qual segueabaixo, Kardec nos fala da remodelação da Humanidade deuma maneira simples e objetiva:

“Opera-se presentemente um desses movimentos gerais,destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. Amultiplicidade das causas de destruição constitui sinalcaracterístico dos tempos, visto que elas apressarão aeclosão dos novos germens. São as folhas que caem nooutono e às quais sucedem outras folhas cheias de vida,porquanto a Humanidade tem suas estações, como osindivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas daHumanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes deventos, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmosopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.”

Kardec nos mostra no item acima, que devemos sersimples, não fugindo das Leis da Natureza, a qual foi co-criada por Cristo.

As folhas mortas que caem no outono, pelas rajadas egolpes de ventos, somos nós, devido às nossas falhascausadas por nós mesmos, através dos nossos vícios;porém assim como a Natureza, nós também temos nossasestações e voltamos tantas vezes quanto forem necessáriaspara renascermos mais vivazes sob o mesmo sopro de vidaque não se extingue, mas se purifica.

Através de comunicações e, dos exemplos vivos de

Trabalhar incessantemente é deverServir é elevar-seAprender é conquistar novos horizontesAmar é engrandecer-se

Trabalhando e servindo, aprendendo e amando; a nossavida íntima se ilumina e se aperfeiçoa, entrandogradativamente em contato com os grandes gênios da

imortalidade gloriosa.

SeareiroSeareiro18

Devemos suportar as provas que Deus nos envia, porqueelas têm por finalidade o desenvolvimento da inteligência e odespertar da resignação e da paciência.

Cabe a todos nós abrandarmos as nossas própriasprovas. Entregar-se à indiferença diante das dificuldades,não representa virtude e sim preguiça.

Nas situações difíceis precisamos encontrar meios paravencer as dificuldades, sempre com fé, perseverança e semdesespero.

Para que tenhamos força e saúde para trabalhar, tornandoo corpo útil ao espírito, devemos zelar pelo corpo provendosuas necessidades, porque precisamos de energia paracumprir nossas tarefas na Terra.

A busca pelo bem-estar também é desejável, desde quenão ocorra à custa dos outros e igualmente não comprometa

o nosso equilíbrio moral e físico.As privações voluntárias são importantes quando

contribuem para o bem dos outros, porque nos libertam damatéria e elevam nossa alma. Isto quer dizer que toda vezque nos privamos de prazeres inúteis, que nos arrastam aexcesso de interesses e aproveitamos as oportunidades emprol do próximo, doando aquilo que possuímos, sejam bensmateriais, intelectuais, físico, ou tempo, estamos evoluindomoralmente. Contudo, toda doação tem que ser feita comamor e nunca esperar nada em troca.

Uma das características que nos distingue dos outrosanimais é que raciocinamos e necessitamos exercer estafaculdade. Não podemos renunciar ao nosso raciocínio e simdesenvolvê-lo.

A fé tem que ser raciocinada e não ser cega, sem sentido,

kardec em estudoKardec em Estudo

Questão 727 - Se não devemos criar sofrimentos voluntários sem utilidade para os outros, devemo-nos preservar daqueles que prevemos ouque nos ameaçam?— O instinto de conservação foi dado a todos contra os perigos e os sofrimentos. Mortificai o Espírito e não vosso corpo, exterminai o vossoorgulho, sufocai o vosso egoísmo, que parece uma serpente que vos tortura o coração, e fareis mais por vosso adiantamento do que por meiode rigores que não são mais deste século.

Privações Voluntárias. MortificaçõesO Livro dos Espíritos Capítulo “Lei de Conservação”

É útil, vez por outra, examinar a nossa vaidade.Olhar-se demoradamente no espelho ou deter-se nos

detalhes das peças do vestuário e nos retoques doscosméticos, afiando a elegância pessoal, não são sinais tãograves de vaidade, porque afetam exclusivamente a quemassim procede, enquanto outras manifestações existem queferem os companheiros de caminhada.

Hoje observamos alguém tentando elevar-seespiritualmente, numa batalha surda contra o seu passado eos seus defeitos pessoais. Razoável seria oferecer-lhe anossa simpatia, o nosso apoio, mesmo que ele venha aelevar-se acima de nós. Deveremos guardar a certeza deque outros já nos serviram e muitos nos servirão ainda desuporte para a nossa ascensão.

Nesse momento, porém, a vaidade nos sufoca.A sua manifestação, não raro, disfarça-se num tom de

ironia com que examinamos a porfia regenerativa docompanheiro, e de quem dizemos:

— Se desejasse mesmo aperfeiçoar-se, não agiriaassim...

— Se é candidato a anjo, deveria ter asas...— Nesta encarnação, pode desistir...— Quem nasceu para cavalo, não chega a cavaleiro...— É assim por fora... Vejamos por dentro!Como não pretendemos aparar as nossas arestas — ou

cremos já tê-las aparadas! —, empreendemos acampanha de descrédito, para que nossa vaidade nãose fira e, em decorrência, preferimos que todos

permaneçam refocilados na lama, bem ao nosso lado.De outras vezes, não fazemos esse apelo à sua imediata

santificação, mas não deixamos de ilhá-lo com o nossoazedume, com nosso desatino, afirmando:

— Pau que nasce torto...— Cesteiro que fez um cesto, faz um cento!— Onde há fumaça, há fogo...— Por acaso, não tenho noticias de teu passado?!E, após, relacionamos mental ou verbalmente as

estatísticas de suas falhas, que coletamos no departamentode lixos morais, assegurando-nos de que, novamente, elerolará no charco de que almeja libertar-se.

A vaidade, nesse plano, toma aparências de falsapiedade, de falsos conceitos de obsessão, de falsasuperioridade de nosso juízo, de falso bom-senso quealardeamos possuir, mas não deixa de ser tão-somente oreceio de que alguém que nos era semelhante venha, à custade inauditas renunciações, conquistar uma posição acima danossa.

Cuidemos, portanto, do nosso auto-exame.Observemos se a nossa vaidade não está armando e

remetendo as setas da maledicência, se não está forjando eutilizando as lâminas da calúnia, se não nos estáenceguecendo com a germinação de vibrações umbralinas,obstando que entrem no Céu os que querem entrar, sem quesejamos para eles as pedras de tropeço.

Roque Jacintho

Vaidade Disfarçadaatualidade

Atualidade

atitudes de espíritos reencarnados, percebemos que jáevoluíram moral e espiritualmente e que vão formando váriascolônias espirituais para nos amparar e dependendo de nós,de nossa força de vontade, para aceitarmos, iremos entãosucedendo outras folhas cheias de vida.

Portanto, seremos nós mesmos que aqui estaremos,através de nossa própria força e sempre amparados eiluminados pelo Cristo é que faremos parte da Nova Geraçãona remodelação da Humanidade.

“Sigamos o Cristo, estudando Kardec.”Família Amado

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 19

O Esperanto existe como idioma desde 1887 e já em 15de fevereiro de 1909, na revista “Reformador”, aparece oprimeiro artigo de autoria de J. Camille Chaigneau intituladoO Esperanto e o Espiritismo.

No Brasil, desde essa época vem o Espiritismo apoiandoincondicionalmente o uso, estudo e divulgação doEsperanto e em contrapartida tem tido bastante êxito nadivulgação dos princípios doutrinários a outros povos,através da tradução para o Esperanto das obras de Kardece de Chico Xavier, principalmente.

Atualmente existem dezenas de obras Espíritas emEsperanto sendo traduzidas para os idiomas dos países emque estão disponíveis. Como exemplo recente podemosdestacar a tradução para o Húngaro do livro “Memórias deum Suicida”, a partir de sua edição em Esperanto. Issoprova e demonstra o quanto pode o Esperanto contribuirpara a construção de um movimento espírita mundial.

DavidsonRevisão: Osvaldo Pires de Holanda

*O Esperanto é idioma neutro, por isso não é propriedade do Espiritismo, ou dequalquer religião

Esperanto ekzistas kiel idiomo ekde 1887 kaj je la 15ªde februaro de 1909 en la revuo “Reformador”, aperis launua artikolo skribita de J. Chaigneau titolita “O Esperantoe o Espiritismo”.

En Brazilo ekde tiu epoko Spiritismo apolas senkondiĉela uzo, studado kaj disvastigo de Esperanto kiu aliflankebone sukcesas disvastigi Spiritismon al aliaj popoloj ĉefeper tradukoj de Kardek kaj “ChicoXavier”.

Nuntempe estas dekoj da spiritaj verkoj tradukitaj alidiomo de aliaj landoj kie ili estas disponeblaj. Ekzemple nipovas mencii la hungazan tradukon de la verko “Memóriasde um suicida” (Memoraĵoj de sinmortiginto) kio elmontraskiome Esperanto povas kontribui por la disvastigo de laspiritisma movado.

Esperanto estas neŭtrala idiomo, pro tio ĝi ne estas propraĵo de Spiritismo aŭ iuajn religio*

.

Spiritismo kaj Esperanto*

Tradução: Espiritismo e Esperanto*

esperantoEsperanto

a ponto de cometer atrocidades, com a falsa idéia de que éem nome de Deus.

Achar que através de flagelos, torturas, mortificações,mutilações, isolamento está se purificando, é bobagem e nãotem propósito. Para quem isto é útil?

Temos o livre-arbítrio, a Lei do Amor, o raciocínio enecessitamos utilizá-los a nosso favor e principalmente emfavor do próximo.

Por que ficarmos sem alimento ou água por dias, sabendoque isto é fundamental para a nossa saúde, para o nossocorpo, e que este nos foi confiado por Deus?

Em qualquer privação voluntária, devemos perguntar parao que e a quem ela serve. Se servir apenas para si próprio,servir para impedir de fazer o bem, para dar mau exemplo,para prejudicar alguém, então esqueçamos tudo isto, porqueestaremos alimentando o egoísmo e o orgulho, instintos quetemos que combater a todo momento.

Chega desses modismos, posturas e crendices, muitasdas quais faziam parte de séculos passados e que foramfrutos da imaginação de mentes doentias. São cultosexternos, exercidos por pessoas ainda muito distantes dasverdades espirituais.

A mortificação do corpo não purifica o espírito.Procuremos a coerência, o equilíbrio, porque o excesso e aescassez sempre fazem mal, seja de alimentos, de trabalho,de lazer, de higiene etc.

Conseguiremos a coerência, o equilíbrio, buscandoorientação em Deus, através da prece, do trabalho no campodo bem, do estudo de obras sérias e em instituições sérias.

Francisco Cândido Xavier nos deixou pelo menos 417obras,Allan Kardec mais de 12 obras e no entanto o que maisexiste é a busca por fantasias.

Como aprender, estudando bobagens, estudandofantasias? Ou como distinguir o que é sério do que ébobagem se não estudamos as obras sérias? Ou até mesmocomo orientar nossos filhos se não sabemos o que é Deus ou

quem é Jesus, seus ensinamentos, a sua vida?Muitos falam:Ah! Eu já li a Bíblia toda!E aí, entendeu? Será que realmente entendeu? Mudou

suas atitudes para o bem?Por isto que o estudo além de individual, também precisa

ser em grupo, em uma instituição séria! Porque ainda nãoconseguimos fazer uma boa interpretação de texto; isto detextos simples, imaginem textos sobre ensinamentoscristãos, parábolas, linguagem mais rebuscada...

Durante uma leitura, alguém busca no dicionário umapalavra que não compreendeu? São raras as pessoas quefazem isto!Afinal, que estudo é este, com meio entendimentoou entendimento nenhum?

Tomemos cuidado para não utilizarmos o nosso livre-arbítrio gerando sofrimentos voluntários para nós e para osoutros. É nossa tendência optar por aquilo que é fácil, porcausa do comodismo!

Tomara que um dia consigamos diferenciar o cansaço dapreguiça; que sejamos cautelosos com relação aos perigos esofrimentos; que não tenhamos má vontade para raciocinar;que conservemos muito bem tudo aquilo que Deus nosconfiou e que façamos bom uso; que não mortifiquemos onosso corpo, mas sim, mortifiquemos em nosso espírito oorgulho e o egoísmo, e desta maneira, pensaremos na vidafutura e evoluiremos intelectualmente e moralmente.

“Raros homens aprendem a encontrar o proveito dastribulações. A maioria menospreza a oportunidade deedificação e, sobretudo, agrava os próprios débitos,confundindo o próximo e precipitando companheiros emzonas perturbadas do caminho evolutivo.

Todas as criaturas sofrem no cadinho das experiênciasnecessárias, mas bem poucos espíritos sabem padecercomo cristãos, glorificando a Deus.” Emmanuel - Livro “Vinhade Luz”, capítulo “Como Sofres?”

Silvana GimenezBibliografia: O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Tradução Salvador Gentil.Ed. IDE. 124ª ed., 1999.; O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec -Tradução Roque Jacintho. Ed. Luz no Lar, 2004.

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