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abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Distribuição Gratuita PROIBIDA A VENDA A Reencarnação da Dona Borboleta O Papel da Família na Vontade de Reencarnar Livros: “Intervalos” e “Além dos Limites do Céu” Força Mental Idiotismo e Loucura Vá com Deus Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 78 - Abril/2008 Victor Destaques: Hugo

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Distribuição Gratuita

PROIBIDA A VENDA

A Reencarnação da Dona BorboletaO Papel da Família na Vontade de ReencarnarLivros: “Intervalos” e “Além dos Limites do Céu”

Força MentalIdiotismo e LoucuraVá com Deus

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 78 - Abril/2008

Victor

Destaques:

Hugo

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EditorialSeareiroeditorial

Publicação MensalDoutrinária-espírita

Direção e Redação

Endereço para correspondência

Conselho Editorial

Jornalista Responsável

Diagramação e Arte

Imagem da Capa

Impressão

Tiragem

Ano 9 - nº 78 - Abril/2008Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737

Seareiro é uma publicação mensal,destinada a expandir a divulgação dadoutrina espírita e manter o intercâmbioentre os interessados em âmbito mundial.Ninguém está autorizado a arrecadarmateriais em nosso nome a qualquertítulo. Conceitos emitidos nos artigosassinados refletem a opinião de seurespectivo autor. Todas as matériaspodem ser reproduzidas desde que citadaa fonte.

Rua das Turmalinas, 56 / 58Jardim Donini

Diadema - SP - BrasilCEP: 09920-500

Caixa Postal 42Diadema - SP

CEP: 09910-970Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa

E-mail: [email protected]

Ana Daguimar de Paula AmadoFátima Maria Gambaroni

Geni Maria da SilvaJosé Roberto Amado

Marcelo Russo LouresReinaldo Gimenez

Roberto de Menezes PatrícioRosangela Neves de Araújo

Rosane de Sá AmadoRuth Correia Souza Soares

Silvana S.F.X. GimenezVanda Novickas

William de Paula AmadoWilson Adolpho

Eliana Baptista do NorteMtb 27.433

Reinaldo GimenezSilvana S.F.X. Gimenez

Adaptada dehttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/co

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Van Moorsel, Andrade & Cia LtdaRua Souza Caldas, 343 - Brás

São Paulo - SPCNPJ: 61.089.868/0001-02

Tel.: (11) 6764-5700

12.000 exemplares

Nesta edição do mês de abril, não poderíamos deixar de falar de nosso Chico Xavier e desua obra, e que neste mês ele completaria 99 anos, caso ainda estivesse encarnado.

Neste mês, teremos na cidade de Uberaba o, nos dias 19 e 20. Este encontro ocorrerá todos os anos, intercalado com a

cidade de Pedro Leopoldo, cidade natal do nosso Chico.Talvez não tenhamos a dimensão da importância destes encontros que se iniciarão neste

mês, diante da importância da obra de Chico Xavier no processo de cristianização da Terra,onde todos nós teríamos que nos ajustar à Lei doAmor, proposta pelo nosso Pai Celestial.

E são nas obras psicografadas pelo nosso Chico Xavier (418 livros), que encontramos abase do conhecimento para adquirir o entendimento que todos nós necessitamos para ummelhor aproveitamento de nossa reencarnação. Muitos agrupamentos e dirigentesespíritas, infelizmente, se desviaram destes ensinamentos, adotando para estudos obrasde contexto constestável, diante de Kardec. A fantasia doutrinária reina do meio espírita,comandada por espíritas que falseiam os ensinamentos do Cristo, sempre com intuito desatisfazer à própria vaidade, sendo verdadeiros falsos cristos e falsos profetas.

Nós que somos órgãos divulgadores espíritas, temos o dever, à luz da Doutrina Espírita,de alertarmos a nós mesmos dos desvios a que todos somos tentados, e que muitas vezes,diante do nosso orgulho e do nosso egoísmo, e por falta de um estudo sério, levamos a nóse a muitos, enganos doutrinários e que no futuro seremos responsabilizados pela nossaprópria consciência, desta atitude de real traição ao nosso Mestre Jesus.

Muito se fala de Judas Iscariotes, de sua traição, de seus equívocos, mas o quediferencia de hoje quando vemos grupos espíritas venderem jornais, boletins e revistas querecebem gratuitamente; de programarem palestras onde para se participar, tenha que sepagar entrada, mesmo que seja com um quilo de alimento, ou até em lugares luxuosos ondeincluem hospedagem e agências de turismo, negando a simplicidade a que o Cristo nosexemplificou e até de cultos exteriores e fantasias inseridas nos grupos espíritas iludindo ascriaturas e criando uma descrença junto daqueles que despertam diante da falsidade cristãque foi apresentada numa casa dita do Cristo? Isto é Doutrina Espírita? Claro que não! É seutilizar da Doutrina como um trampolim para se salientarem, atendendo ao orgulho dacriatura. Kardec nos ensina no livro que devemos viajar peladivulgação da doutrina até onde o nosso bolso alcança. Se não podemos ir pelas nossaspróprias expensas, não saiamos de onde estivermos e busquemos fazer o melhor juntodaqueles a quem Deus colocou junto de nós, e que ainda o foi pela Sua Misericórdia Infinita,já que não somos merecedores de nada.

Por isso, estes encontros que ocorrerão, serão de extrema importância para queestejamos atentos à nossa fidelidade ao Cristo, e onde poderemos trocar informações queenriqueçam a nossa união a um mesmo ideal, que é de difundir as obras de Kardec e aspsicografadas pelo nosso Chico Xavier. As outras obras editadas são importantes? Assérias e fiéis a Kardec sim, mas temos que conhecer e estudar a base, já que somosespíritos ainda bastante difíceis e compromissados, e precisamos estudar o que nos leva àrealidade espiritual a que nos encontramos, sem fantasias. Após estudarmos (e não lermosapenas) muito esta base, teremos aí sim, como separar o joio do trigo. Antes disso, só nosresta a pretensão do esclarecimento verdadeiro.

A falange de Espíritos Superiores estará, com certeza, a envolver estes encontros, e atodos que levarem muito a sério a continuidade a que todos nós teremos que dar no resto doano, em nossas casas espíritas e em nosso trabalho e estudo individual. Teremos que reveros nossos conceitos doutrinários, para que não traiamos também o próprio Chico, que peloseu esforço, nos trouxe este verdadeiro manancial de luz à crosta terrena, e quedeveríamos ter uma enorme gratidão ao seu coração, diante do amor a que ele sempreenvolveu a humanidade, e onde não temos ainda o entendimento real da importância desua obra.

Chico Xavier, a luz que Jesus enviou até nós para que as trevas se dissipassem diante doseu exemplo e do seu trabalho, mas que espera que cada um de nós assuma as própriasresponsabilidades nesta tarefa, tarefa esta que é do Cristo, mas que todos somoschamados à sua vinha, como os da

O que estamos fazendo com o Seu convite?Equipe Seareiro

I Encontro Nacional dos Amigos de ChicoXavier e sua obra

Viagem Espírita em 1862

última hora.

Grandes Pioneiros:Clube do Livro:Contos:Atualidade:Pegadas de Chico Xavier:Kardec em Estudo:Família:Cantinho do Verso e Prosa:Livro em Foco:Tema Livre:

Victor Hugo - Pág. 3Além dos Limites do Céu - Pág. 12

AReencarnação da Dona Borboleta - Pág. 13Força Mental - Pág. 14

Vá com Deus - Pág. 14Idiotismo e Loucura - Pág. 15

O Papel da Família na Vontade de Reencarnar - Pág. 16Quem Escreve - Pág. 17

Intervalos - Pág. 17Dissimulação - Pág. 18

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Pela Criação Divina, os seres habitantes do planeta Terra,vêem crescer cada vez mais o progresso material.

Desde o surgimento da espécie humana, Deus temproporcionado, além do básico, todas as condições paraque os reencarnantes pudessem ser favorecidos, pelosbenefícios do Amor, desde o testemunho maior para que oBem fosse instalado em cada coração, pela vinda à Terra deseu filho Jesus.

Muitos foram os espíritos preparados para que oprogresso se desenvolvesse, vieram com a missão detransmitir conhecimentos novos, nas áreas das invenções,nas artes da pintura e da música, dos escritores trazendomensagens pelas poesias, romances edificantes, enfimDeus premiou a Terra nos primórdios tempos, no preparo dereencarnações que, saindo do primitivismo, pudessemsentir o desejo de aclarar a mente com maioresconhecimentos, distribuídos entre todas as civilizações, quefazem parte dessa humanidade terrena. Cada um vivendosuas experiências reencarnatórias em países, estados oucidades, dentre as muitas raças, diferenciando os povos,mas com as mesmas características, evoluindo, emboravagarosamente, para o despertar em vidas futuras.

E como outros enviados do Plano Espiritual Superior veioa reencarnar no dia 26 de fevereiro de 1802, Victor-MarieHugo, na França, em Besançon.

Foi ele o terceiro filho do general napoleônico JosephLéopol Sigisbert Hugo e de dona Sophie Tribuchet.Regressava Victor Hugo, com imensa bagagem deconhecimentos, que envolveria a humanidade pelos seusescritos e vivência de postura, diante dos ensinamentoscristãos.

Destacou-se na poesia, foi romancista, dramaturgo,ensaísta e um grande orador. Os literatos do século XIXtiveram seus ideais voltados para as obras de Victor Hugo.Teve ele profunda influência nos meios políticos.

Sua fama percorreu os países ocidentais. Emsuas oratórias não temia os resultados quepudessem causar no meio político, pois seuideal era sempre em defesa dos mais fracos.

Victor Hugo passou boa parte de suainfância junto a sua mãe, Dona Sophie, queperiodicamente o levava a visitar o senhorJoseph, que era obrigado a viver em outrospaíses, em obediência à sua carreira demilitar. Por esse motivo, a família de VictorHugo morou durante um ano em Madri,Espanha. Logo após, seus pais o enviarampara o Seminário de Los Nobles, onde eleiniciou seus primeiros estudos, comointerno.

Alguns anos após, Victor Hugo e seusirmãos sofrem um grande impacto familiar.Não sabiam, ele e os irmãos, que seus pais jáhá um bom tempo, estavam com orelacionamento conjugal abalado. Dona Sophie,sua mãezinha, preferiu a separação, causandogrande tristeza à família. Por isso Victor Hugo voltou à

França, junto aos irmãos epassaram a viver comDona Sophie, no bairroparisiense de Val deGrâce.

V i c t o r H u g osentia cada vezmais a vontade deescrever e traduzirem seus escritos oq u e s u a a l m aextravasava. E comesse intuito, numc o n c u r s opromovido pelaA c a d e m i aFrancesa, sobrepoesias, deu-lheessa o prêmio, comorevelação do mais novopoeta, com suas “Páginas Poéticas”.

Algum tempo passado em que o reflexo desse prêmio oanimou a novos rumos, ele, junto com seus irmãos, fundamuma revista: “Conservador Literário”. Essa revista temgrande sucesso entre os jovens e com isso, Victor Hugo,ganha outro prêmio da “Academia de Jeux Floraux”.

Dessa mesma Academia, anos depois, Victor Hugo,recebe o prêmio “Lírio de Ouro”, referente à poesia emhomenagem a Henri IV, pela restauração de sua estátua emToulouse, França.

Victor Hugo era profundo admirador das obras literáriasde François-René Chateaubriand. Revelava a todos queesse era seu ídolo. Achava-o franco ao abordar seus temas.Esses eram objetivos e direcionavam uma linha de conduta,

com princípios elevados.Desde a adolescência namorava uma bela jovemde nome Adèle Foucher. Victor Hugo tecia com ela

seus planos futuros. E prometia-lhe que assimque fosse reconhecido como escritor, poeta eliterato, ele a levaria para o altar. Mas esseromance não era bem aceito por sua mãe,Dona Sophie, porque ela sabia, e Victortambém, que seu irmão Eugène eraapaixonado por Adèle. Dona Sophie temiaque isso pudesse resultar em briga entre osirmãos e causar danos familiares. Mas issonão impediu o namoro entre eles.

Daí em diante Victor Hugo dedicou-seintensamente a obras de grande vulto e devárias formas literárias que o fez surgir,como o maior escritor romancista da época.

Diziam os críticos que suas obras românticastinham algo de estranho, indo do exótico ao

pitoresco. E isso agradava ao público leitor.O casamento de Victor Hugo e Adèle já estava

sendo cogitado por ambos, porque com apublicação do livro “Odes e poesias diversas”, o rei

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 3

Victor HugoVictor Hugo

Adèle FoucherAdèle Foucher

Victor Hugo em 1827Victor Hugo em 1827

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SeareiroSeareiro4

Luís XVIII chegou a conceder-lhe um prêmio,transformando-o em proventos, que lhe garantiriam umasobrevivência tranqüila. O que chamou a atenção de LuísXVIII foi a poesia chamada “Ode à morte do Duque deBerry”, na qual Victor Hugo homenageava a vida de grandesfeitos do duque Berry. Com isso o enlace estava previstopara breve.

Mas Dona Sophie, desde algunsanos, vinha apresentando sériosproblemas de saúde. Muitoenfraquecida, veio a morrer e comisso o casamento foi adiado.

Passam-se meses. O sucessode Victor Hugo trouxe muitaspolêmicas no meio social eintelectual. Ele abrangeu assuntosde raças, preconceitos etc.,embora agradando alguns, causouaborrecimentos a outros. Porém, felizcom os bons resultados, ele e Adèlefinalmente se consorciam. O casamento realizou-se naIgreja Saint-Sulpice, em Paris, com simplicidade entremuitos admiradores e amigos do casal. Eugène, irmão deVictor, não compareceu ao casamento, dizendo-se muitotriste com a falta de sua mãe. Preferiu viajar, alegando nãosaber a data de seu retorno à França.

Um ano após seu casamento, quando festejava ele apublicação de mais uma obra em forma de romance “Hand'Islande”, chegava-lhe também, a notícia da obra prima danatureza, o nascimento do seu primeiro filho, Léopold. VictorHugo sentia-se imensamente feliz.

Após três meses de vida, Léopold, seu filhinho, vem adesencarnar subitamente. Diziam os médicos que porsufocação, enquanto dormia. Essa dor fora terrível paraAdèle e Victor Hugo. Uma amargura tece em seu íntimo aincredulidade e a revolta, que o faz pensar no “porquê davida”. Seria possível que, se existisse um Deus, comoaprendera no seminário, onde obtivera tantas aulas sobre aexistência de Deus, fosse Ele tão injusto a ponto de tirar avida de um ser tão indefeso, com tão pouco tempo de vida?Onde estaria o tão aclamado Pai, justo e perfeito? Victorchorava diante da esposa, tão inconformada quanto ele.

Victor Hugo encontra em seu amigo de infância AugusteVacquerie o consolo necessário para essa dor. ContaVacquerie que conhecera a senhora Delphine de Girardin,

estudiosa dos fenômenos psíquicos.Ela acreditava na vida após a morte e

dizia-lhe:— Não seria interessante você

ouvi-la?E antes de Vacquerie

cont inuar, Vic torHugo responde:

— Para quê,meu amigo? Meufilho se foi... nom o m e n t o n ã oconsigo pensarem mais nada, a

n ã o s e r e mc o n t i n u a r m e u

trabalho, cujo título, por sinal, já tenho e será“Nouvelles Odes”.

Despede-se Vacquerie do amigo, mas insiste

para que ele procure pelo menos entender a Lei de Deus, jáque tem tanta sensibilidade literária.

Após um ano, Victor Hugo e sua esposa Adèle recebem,pelas bênçãos de Deus, o nascimento de uma bela menina,que vem a se chamar Léopoldine.

Diante dessa alegria, juntou-se outra que vem dar maistranqüilidade ao interior de Victor. Ele é

nomeado pela corte de “Cavaleiro daLegião de Honra”.

Com o passar do tempo, VictorHugo fixa cada vez mais a suapresença como o maior poeta eromancista de todos os tempos.Surgem muitas obras de sucessocomo “Bug-Jargal”, ampliada emsua segunda edição.

Em meio às vitórias e tambémcontrovérsias sobre suas obras, que

muitos diziam conter misturasprovocantes de monarquismo e

catolicismo, Victor prosseguia, demonstrando na realidadesinais de aberturas políticas. Nasce, nessa mesma época,mais um filho, que para Victor Hugo, seria esse, no dizer deseu amigo Vacquerie, o retorno de Léopold. De qualquermaneira, Victor Hugo sente-se mais feliz. O meninochamou-se Charles.

Logo após o nascimento de seu filho, recebe a notícia damorte de seu pai, o general Joseph. Deixou que algumaslágrimas rolassem de seus olhos. O afastamento dele apósa separação de sua genitora criou em seu coração algo demágoa para com seu pai. Porém, Victor Hugo alertou-sesobre os acontecimentos em sua vida. Antes de seucasamento, a morte de sua mãe. A breve vida de Léopold,mas o nascimento de Léopoldine. O sucesso de sua obra“Bug-Jargal” e a vinda de seu Charles, coincidindo com amorte de seu pai. Quantos altos e baixos em sua vida!

Continuando com suas reflexões, lembrou-se daspalavras de seu amigo Auguste Vacquerie: “— Procureentender as Leis de Deus. ” Será que com tudo isso haveráalgo que Deus queira me dizer? Com tudo isso fervilhandoem sua mente, ele retorna ao quarto do recém-nascido.

Os anos correm e junto à publicação de “Odes etBallades”, vem ao mundo seu filho Victor, que sua esposaAdèle fez questão que levasse o nome do pai.

Por volta do ano de 1830, Victor Hugo vê apresentada no“Teatro Francês” sua primeira peça intitulada ”Hernani”, queretumbou num enorme sucesso. E, como de outras vezes,para completar sua felicidade, sua esposa Adèle brinda-lheo sucesso com sua quinta filha, que por determinação do

pai, recebe o nome deAdèle, homenageando a esposae mãe.

Após a apresentação da peça “Hernani”, VictorHugo, começa a escrever a famosa peça “Notre-Dame de Paris”.

Depois vieram as peças “Folhas de Outono”,“Lucrèce Borgia” e “Marie Tudor”. Tudo commuita crítica favorável à sua imaginação tãopreciosa. Mas foi com a ópera “Esmeralda”,encenada no “Teatro Ópera de Paris” que entrouna “Academia Francesa”, como o revolucionárioda arte parisiense. Para Victor Hugo, era a tão

almejada glória para seu mundo artístico.Victor Hugo já não é mais um homem comum.

Torna-se uma celebridade. Os convites para festas,

Auguste VacquerieAuguste Vacquerie

Sophie Trebuchet,mãe de Victor HugoSophie Trebuchet,

mãe de Victor HugoGeneral Joseph,

pai de Victor HugoGeneral Joseph,

pai de Victor Hugo

Delphine de GirardinDelphine de Girardin

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Livro “Os Miseráveis -Editora FTD

Livro “Os Trabalhadores doMar” - Editora Nova Alexandria

homenagens e discursos sobreliteratura e política não faltam.

Começou a se ausentar dolar por muitas viagens

programadas onde nãofaltavam mulheres queo a s s e d i a v a m ,d i s p u t a n d o s e u scarinhos. E em meio aisso tudo ele conheceJuliette Drouet, umaatriz medíocre que nãoconsegue impor-se

c o m o t a l , m a sconseguiu, entre muitas,

ser a amante principal navida de Victor Hugo. Escreve

ele vários poemas dedicados aela.

Enquanto isso acontece, a esposa Adèle, cansada porver-se em segundo plano, começava a aceitar os galanteiosde Saint-Beuve, famoso por ser um crítico severíssimo dasobras de Victor Hugo. Realizou-se por conseguir ter emseus braços a bela e cortejada senhora Hugo.

Os filhos do casal seguem suas vidas entre estudos eviagens. Léopoldine, a primogênita de Victor Hugo, tem umardente romance com Charles, filho do amigo AugusteVacquerie. Esse noivado fora aceito com muita alegria porambos os amigos e as núpcias realizaram-se no mês defevereiro de 1845, com grandes festejos, embora Victor eAdèle estarem com o relacionamento abalado e pouco seimportarem com os comentários do meio social.

Nesse ínterim, Victor Hugo estréia a peça “LesBurgraves”. Não obteve a mesma repercussão de suasoutras encenações teatrais e a peça foi um tremendofracasso. Os comentários foram todos desfavoráveis.Muitos atribuíam à vida mundana a qual Victor se dedicavaentre o álcool e as mulheres.

E no dia 4 de setembro uma tragédia veio abalar ocoração do escritor. Adèle, sua ex-esposa viera procurá-lopara contar, entre lágrimas, que, num passeio de barcosobre o rio Sena, o barco, pelo excesso de pessoas quelevava, sofrera uma pane e virara, tendo, entre os afogados,Léopoldine e Charles. Esse fato foi fulminante para o já tãoconturbado interior de Victor Hugo. Seus pensamentos seatritavam. Não conseguia concentrar-se para colocar emseus dramas, como sempre fazia, o que se passava em suaalma. Victor Hugo isola-se de tudo ede todos. Durante três anos nãoescreve nada, apenas reflete sobreos erros cometidos.

Após esse período e com osacontecimentos políticos queenvolviam a França, trazendo arevolta do povo pela fome e amiséria cada vez mais espalhadaentre conflitos, ele, que eradefensor do regime monárquico,passa a defender os republicanos.E com um discurso onde eleescandaliza o Parlamento, comsuas idéias de destruir a miséria esendo aplaudido pelo povo, tornou-se depu tado de Par i s na

Constituinte e um ano depois foieleito deputado de Paris pelaAssembléia Legislativa. Essa lutapelo bem social continuava na vidade Victor Hugo, em que seusromances passaram a descrever amiséria do povo. Daí para frente omaior sucesso de sua carreiraliterária foi o aparecimento desua monumental obra “OsMiseráveis”, retrato fiel de suavivência polít ica com os“poderosos”, sufocando os maisfracos para se beneficiarem comsuas leis corruptas. Victor Hugo torna-seradicalmente contra Luís Napoleão Bonaparte. Seusdiscursos falam em liberdade, sobre o direito de o cidadãoescolher a quem deveria ser entregue a presidência de umpaís. Mas com um golpe de Estado, fora restaurado oImpério em 1851, sob a regência de Napoleão III. Emboracontra os atos de violência, Victor incentiva o povo a ir à luta,para defender um poder legítimo, a livre escolha degoverno. Seria necessário empunhar um fuzil, para oretorno dos “direitos humanos”. Isso leva a polícia aperseguir o escritor. Foge ele para Bruxelas, exilando-se em

e Jersey, ilhas anglo-normandas. E é aí, queVictor Hugo escreve seu primeiro panfleto, começando seuataque contra Luís Napoleão, denominando-o como“Napoleão, o Pequeno”. Vieram muitas outras obrasvaliosas defendendo a liberdade e incentivando aRepública.

Sentindo a forte influência de Victor Hugo sobre o povo,Napoleão III começa a temê-lo. Estava cada vez maisevidente que Victor Hugo tornara-se um inimigopoliticamente implacável. Resolve mudar sua atitude epropõe ao escritor a anistia e a sua volta à França.

Victor Hugo não aceita e prefere continuar no exílio. Issolhe propicia tempo para que seus pensamentos setransformem em mais poesias e romances. E numdesabafo, com relação à proposta oferecida por NapoleãoIII, Victor ainda responde-lhe: “Só voltarei à França, quandoa liberdade também estiver de volta”, e conclui comveemência, “continuarei a usar o tinteiro contra o canhão”. Eatravés de sua influente literatura, sua voz ressoava contratodas as barbáries, assim como a pena de morte e asinjustiças sociais, porque muitos nobres aproveitavamdessa terrível pena contra a vida dos semelhantes, para que

não sentissem abaladas suas falsasformas de bondade.

Diante dos atos dolorosos, masrefazendo-se através da natureza,Victor Hugo escreveu um belod r a m a c o m o t í t u l o “ O sTrabalhadores do Mar”. E parad e m o n s t r a r t o d o s e ureconhecimento àquele povo, quetão bem o recebeu, ele escreve naabertura de seu original: “Dedicoe s t e l i v r o a o r o c h e d o d ehospitalidade e de liberdade, a estecanto da velha Normandia, ondevive o nobre e pequeno povo domar, à ilha de Guernsey, severa ebranda, meu atual asilo, meu

Guernsey

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 5

Juliette DrouetJuliette Drouet

Napoleão IIINapoleão III

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provável túmulo”.Mas esse aprazível local deu a Victor Hugo a sua mais

célebre obra “Os Miseráveis”, que só pode ser concluída após,praticamente, serem abandonados seus originais pela mortede sua filha Léopoldine. Essa obra causou grande impacto naspessoas, pelas verdades cruéis ali contidas.

Em sua 1ª edição essa obra “Os Miseráveis” não foratotalmente escrita. Abalado pela morte de sua filha Léopoldine,ele deixa que o livro seja editado sem o final tão eloqüente deexperiências dolorosas que vivera no exílio. Por isso veio alume o 2º volume dessa monumental obra.

Sentindo-se amargurado com os acontecimentos, ele passaa meditar profundamente sobre a origem da vida.

Admirador pelas peças compostas por Will iamShakespeare, começou a raciocinar em seu diálogo com Deus.

Em meio a tudo isso, como Victor Hugo viera para ajudar naprogramação divina com sua bagagem evolutiva, essaaguardava o momento de seu amadurecimento, para que seconcretizassem os seus pensamentos para com aespiritualidade. Foi ele então surpreendido pelavisita de seu amigo Auguste Vacquerie,acompanhado por sua amiga e orientadora, asenhora Delphine de Girardin. Ambos foram deencontro a Victor Hugo em seu exílio. O escritorexulta em contentamento, pois estava em frenteda senhora Girardin, pois, além de Vacquerie,ele já ouvira algo a respeito do conhecimentoespiritual que ela obtinha através das mesas“falantes”.

Passados os momentos dos abraços econversas comuns, a senhora Girardin, começoua colocar para Victor Hugo os comentários que sefaziam nos salões nobres da França a respeito dasmesas “falantes”. (Esse era o termo mais usado na época, parao fenômeno das mesas girantes). Victor Hugo ouviu tudo commuita atenção junto de Vacquerie, que lhe confidencia:

— Caro amigo, a senhora Girardin aqui está para poderajudá-lo. Além de ser sua admiradora, ela sabe dos seuscompromissos para com a espiritualidade. E tem mais,madame Girardin tem certeza que se você estiver disposto,poderemos logo mais fazer uma reunião em torno da mesa eatravés desse fenômeno mediúnico, sua filha Léopoldinepoderá se manifestar.

A expressão no rosto de Victor não se altera. A senhora

Girardin, vendo-o meio incrédulo exclama:— Talvez o nosso caro amigo não acredite... mas ao

realizarmos uma experiência com a mesa, após vários evagos contatos nos veio uma rápida manifestação deLéopoldine. “Gostaria, dizia ela, que falasse a meu paique estarei a seu lado para falar-lhe...” e nada maistransmitiu. Procurei Vacquerie e aqui estamos... será quepoderíamos fazer essa tentativa?

O escritor ouviu muitas explicações com respeito aoprocedimento da reunião.Asenhora Girardin contou a eleque essa era a última novidade nos salões da nobreza.Alguns faziam a reunião a título de curiosidades e claroque as respostas eram fúteis tanto quanto as perguntastambém o eram. Mas, explicava ela, já havia um grupo depessoas cultas, muito favoráveis ao fenômeno, quequeriam estudar o fato seriamente, como o professorHippolyte Leon Denizard Rivail. A princípio, ele tambémjulgou uma brincadeira, mas assistindo várias reuniões

ele sentiu a profundidade do assunto.

— Estou começando a aceitar essa teoria, davida após a morte. Como faremos? Será queterei notícias da minha amada filha?

Tudo acertado, a reunião teve efeito naquelamesma noite, em sua vivenda “Marine-Terrace”,

junto aos amigos e familiares, seus filhos e JulietteDrouet, sua atual amante.

Atendendo as solicitações da senhora Girardin, todosse colocaram ao redor de uma mesa e colocaram asmãos sobre essa, a pedido da senhora Girardin e paraque todos se concentrassem na pergunta a ser feita.

A mesa levantaria um de seus pés e ela recitaria oalfabeto e quando a letra fosse usada na palavra a sercomposta, a mesa com o pé daria uma pancada.

Após esses registros, Victor Hugo e seus familiaresaguardavam a comunicação.As respostas foram breves.

Asenhora Girardin pergunta:

— Victor, prosseguiu a senhora Girardin, tenhoestado com ele e intelectuais escritores, comovocê, que vêem nisso, algo muito importante,que Deus está nos concedendo para quevenhamos a entender a continuidade da vidaapós a morte.

Victor Hugo interessou-se e com seriedadepergunta-lhe, comentando:

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Léopoldine HugoLéopoldine Hugo Charles HugoCharles Hugo François-Victor HugoFrançois-Victor Hugo Adèle HugoAdèle Hugo

Hippolyte Leon DenizardRivail (Allan Kardec)

Hippolyte Leon DenizardRivail (Allan Kardec)

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP

Tratamento Espiritual: 2ª e às 19h453 e às 14h45

4ªª 6ªAtendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniõesReuniões: 2ª, 4 e 5 às 20 horas3 e 6 às 15 horas

Domingo às 10 horas

ª ªª ª

Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas

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— Há algum espírito aqui?A mesa começou a agitar-se e com ela

ditando o alfabeto, formou-se a palavra:— Sim...— Pode você dar o seu nome?— Léopoldine...Victor Hugo com lágrimas correndo, de

súbito pergunta:— Onde você está, minha filha?— Na luz...— Que preciso fazer para estar consigo?— Trabalhar... amar...Todos estavam emocionados. Para

Victor Hugo, a certeza da continuidade davida... e pensava ainda entre soluços desaudade:

— Um dia o reencontro... minha filha amada.Após esse fato que para Victor Hugo, estava sendo até o

momento, o mais importante de sua vida, fixou-se em suamente o desejo imenso de estudar esses fenômenos queaté então, não eram conhecidos como espiritismo. Essetermo passou a ser usado, após a edição de “O Livro dosEspíritos”, em 1857, porAllan Kardec.

Victor Hugo passou às pesquisas. Começou a leravidamente as obras que estavam aparecendo nos meiosintelectuais, como Léon Denis, o grande filósofo Lavater,enfim tudo o que Victor Hugo, trazia em seusubconsciente, só agora começara a sentir anecessidade de saber, de esclarecer, paraentender o recado de Léopoldine.

Seguia passo-a-passo os estudos que traziamo nome do professor Rivail (Allan Kardec) comrespeito às manifestações mediúnicas e que erampublicadas por ele nos periódicos da época. Seuscontatos com as médiuns Júlia e Carolina Baudin,Rute Celina Japhet e Aline Carloti, é quetrouxeram ao professor Rivail, os profundosensinamentos do mundo espiritual superior e queviriam à tona com a codificação, após a basefundamental, o aparecimento a 18 de abril de1857 de “O Livro dos Espíritos”, que seriapublicado em Paris.

Mas tudo isso para o romancista Victor Hugo, eramexperiências que só o futuro lhe revelaria o conhecimentodoutrinário. Tornara-se agradecido à senhora Girardin, poisela fora sua iniciadora nesse processo da vida além damorte. Passou a escrever-lhe, porque ele, os familiares ealguns amigos que fizera no exílio continuavam com asreuniões das mesas falantes. Nas missivas relatava odesejo de contar-lhe todo o aprendizado que ele estavaobtendo com os fenômenos medianímicos, com as mesasfalantes. Encontrava-se vivendo em outro clima no exílio.

E continuava: “Como gostaria de tê-la aonosso lado, para ganharmos maisentendimento, sobre essa nova filosofia devida.”

E finalizava dizendo-lhe beijar as mãos eos pés, como respeito a quem havia lheensinado um novo roteiro de vida.

Em verdade, o que estava acontecendocom Victor Hugo, era que em cada reuniãomediúnica, ele começara a desenvolver amediunidade. Começou a ter audiência,pois terminada a reunião, ele ouvia vozes ebatidas na porta de seu quarto. Procurandoentre os familiares quem falara ou quembatera à porta de seu quarto, estranhavampor não terem visto e nem ouvido nada.

Certa feita, ele contara a seu amigo Vacquerie que elehavia conhecido o espírito do Duque de Orléans e outros, emantivera uma boa conversa com eles a respeito do mundoespiritual. Havia aprendido muito com eles. Contavatambém a respeito de um espírito que sempre estavapresente, junto dele, principalmente quando escreviapoemas. Ela o inspirava, Victor acostumando-se com suapresença, deu-lhe o nome de “A Dama de Branco”, poraparecer sempre vestida com uma bela túnica branca.

Com tudo isso acontecendo, seus familiares nãoquiseram mais que as reuniões continuassem,principalmente Juliette, que passou a sentir ciúmeda “Dama de Branco”. Porém, Victor Hugo, não sedeixou vencer, recebendo respostas de suasmissivas por madame Girardin. Ela o orientava emcomo disciplinar sua mediunidade. Procurandooutros amigos que se dispuseram a ajudá-lo comas reuniões mediúnicas, conseguiu ótimo auxíliocom outros médiuns. E desse intercâmbio com asmesas falantes, começaram a manifestar-sevários escritores e celebridades como: Molière,Shakespeare, DanteAlighieri, Camões etc.

Os médiuns que o auxiliavam na manutençãodo ambiente, ficavam impressionados, pelarapidez das batidas e pelas respostas sem

pausas, com que respondiam às perguntas de VictorHugo. Para ele tornava-se cada vez mais importante essesdiálogos, para aprofundar suas idéias com respeito ao além.

Daí veio a público duas obras que foram consideradasexcelentes pelo conteúdo pragmático a que Victor Hugodera a esses livros. O primeiro nesse conceito novo para eleintitulou-se: “As Contemplações” e o segundo “A Sombra doSepulcro”.

Por vezes o escritor ficava preocupado com asconversações com os espíritos, porque não lhe davam asrespostas que ele queria, surgiam dúvidas e Victor queria

maiores esclarecimentos. Certa feita,ficara meio irritado porque um dos espíritosem manifestando-se não quis lheresponder com mais clareza, o assuntolevantado pelo escritor, a respeito doinfinito. Meio acabrunhado, o espírito deGalileu veio a manifestar-se, dizendo-lhe:

— Se nos fosse imposto a falar al inguagem humana somente, nossentiríamos mais a vontade, porém, alinguagem celeste é a mais necessária,mas nos é difícil traduzi-la, porque não nos

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 7

Hauteville House, casa de Victor HugoHauteville House, casa de Victor Hugo

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“O Livro dos Espíritos”Editora FEB

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faríamos entender. Oshomens , por o ra , sóentendem do básico e creia-me, já é suficiente.

O tempo corre e junto aele, muitos dissabores paraVictor Hugo, porque comsuas publicações maisvoltadas para a vida eterna,muitos começaram a achá-lo doente da mente. Mas elecontava com o apoio de seusfilhos, Adèle e Charles, quetranscreviam os originais,facilitando o trabalho para apublicação das obras.

Ainda no exílio, seu filho Charles, conhecendo umajovem, apaixonados, vêm a unir suas vidas. Alice Lehornetorna-se além de nora, uma adorável filha para Victor Hugo.Afamília estava feliz.

Numa noite, com o frio que fazia, Victor Hugo e algunsamigos, aqueciam-se ao redor da lareira, quando em meioàs conversações, ele pede silêncio, pois mostra que haviaum espírito ali entre eles e que manifestava desejo de falar.Como Victor Hugo já tinha pleno controle sobre suamediunidade, aproximou-se e relatou a todos, a partida domundo físico para a espiritualidade de madame Girardin,que pedira a ele, Molière, que participasse aos seus amigosVictor e Vacquerie a sua partida.

A notícia entristece a todos, porém Victor Hugorecolhendo-se em preces agradece aquela alma bondosaque o fez compreender, “porque viera habitar num corpocarnal” e ajudá-lo a ter responsabilidades e assumi-las,perante Deus. Como ela havia lhe dito: “Hugo, você sabe aque veio, porém seu espírito estava adormecido, esperandoa hora certa para o seu despertar.”

“Doces recordações”, dizia Victor a todos. Porém, VictorHugo, teria que passar por outro dissabor. Foi acordadonuma manhã de domingo, com soluços a seu ouvido pelasua companheira Juliette, que contava ter Adèle deixadouma carta, onde dizia ter fugido para os Estados Unidos.Seguia com seu namorado para poderem casar e viveremem paz, sem o tumulto do exílio, por ter o pai tão famoso.Victor Hugo chora amargamente.

A l g u m t e m p o d e p o i s , o u t r oacontecimento, a morte de sua esposaAdèle Foucher. Embora com seurelacionamento abalado, Adèle por seresposa legítima de Victor Hugo, tambémteve que exilar-se em Bruxelas, aonde veioa falecer.

Para refazer-se de suas mágoasescreve obras que vieram a ser encenadase reconhec idas a té ho je como:Torquemada, O Homem que Ri e outroslivros, romances e poesias.

Foi também nesse período, quando seuespírito encontrava-se em grandeperturbação que escreveu “História de umCrime”.

Mas por pressões políticas e outrosembaraços sociais, essa obra só apareceuem 1877.

No dia 2 de setembro de 1870, Victor

Hugo recebe a notícia daderrota de Napoleão III, pelosprussianos em Sedan. Sitiadosem condições de reerguer-sese vê Napoleão III a entregar aespada, vendo a queda doSegundo Império.

V i c t o r H u g o b r a d aemocionado:

— “Agora poderei voltar àFrança!” E continua a falarentre os amigos que sempreestavam ao seu lado: “ Estoulivre do juramento que fiz aofugir para Bruxelas, que sóvoltaria à pátria, quando essat ivesse reconquis tado aliberdade.”

E no dia 5 de setembro,Victor Hugo, chega a Gare DuNord. Uma mult idão seaglomerava a espera de queassim que o trem parasse,pudesse ovacionar o tão famoso escritor romancista, VictorHugo. Assim que o comboio para, todos avançam paraabraçá-lo e gritavam “Viva a República”, “Viva VictorHugo”.

Victor Hugo estava emocionadíssimo. Jamais pensaraque a sua volta seria tão esperada pelo povo. Com fortuitaslágrimas ele abanava as mãos, com gestos deagradecimentos. O povo delirava quando o coche em quese encontrava passava entre a multidão. Viam comadmiração a figura de um homem ainda muito vigoroso.

Com seus 69 anos, barba e cabelos brancos, e um brilhofascinante no olhar, mostrava sua inteligência e postura deum grande astro. Atendia com aperto de mãos a todos queconseguiam aproximar-se do coche. Muitos o chamavam de“pai Hugo”, pelo bem que trazia sua presença ao povo.

Para poder atender a todos os compromissos e seorganizar, aceitou em instalar-se num escritório no bairro de“Tulheiras”. Ali muitos nobres e políticos foram homenageá-lo pelo tão aclamado retorno pelas ruas de Paris. Isso para apolítica e para um bom político era o necessário. Por isso o

convidaram para ser deputado naAssembléia Constituinte de Paris. Eleaceita para ver se consegue algo bom paracom a parte enfraquecida do povo. Para eleque já guardava esse ideal, razão de suaobra prima “Os Miseráveis”, e após mantercontato com a espiritualidade sentia queseus propósitos deveriam estar em ação.

Mas com o passar do tempo, VictorHugo, sente o ambiente muito difícil.Procura através de suas reflexões e ajudados espíritos superiores para tomardecisões acertadas para aquele momentotão tumultuado que novamente a Françapassava. Pediam os amigos espirituaispreces e calma, diziam-lhe:

— “Deus o guarda.”A França estava prestes a sucumbir.

Victor Hugo, fora avisado que o poderrevolucionário da Alemanha estava asufocar a frágil república francesa.

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Victor Hugo no exílio, emGuernsey (1855-1870)

Victor Hugo no exílio, emGuernsey (1855-1870)

Victor Hugo em Jersey (1853-1855)Victor Hugo em Jersey (1853-1855)

Charles, Adèle (filha), sua esposa Adèle,François-Victor e Victor Hugo em

Guernsey (1852-1853)

Charles, Adèle (filha), sua esposa Adèle,François-Victor e Victor Hugo em

Guernsey (1852-1853)

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 9

O escritor, mesmo sendodeputado pela Constituinte,sentia-se de mãos atadas. Oexército alemão comandado porVon Molke, vinha célere paraParis. A França caminha porrender-se, o governo provisórioencontra-se nas mãos do Comitêde Defesa Nacional, tendo afrente Léon Gambeta, mas essenão conseguia deter os alemães.Aagitação era geral. Os francesesdiziam que não capitulariam.

A Guarda Nacional e todopoliciamento civil, estavamdispostos a armar o povo.Dirigiram-se ao deputado VictorHugo. Esse recebendo ameaças esentindo que nada poderia fazer naquele momento tãocomplicado de sua vida, renuncia.

Isso se deu porque, Victor Hugo, não aceitara em colocarsua assinatura, junto a um tratado de submissão aosalemães, ao qual fora concedido pelo ministro provisório dosenado, o senhor Thiers. E para completar as angústiasporque passava, chega às mãos de Victor Hugo, umamensagem, avisando-o que Charles seu filho acabara demorrer.

Victor Hugo profundamenteabatido, mais uma vez deixa Paris eparte para Bruxelas, indo ao encontroda nora e seus familiares. Junto delea fiel Juliette.

E pelas ordens de Thiers, as tropasdo governo de Versalhes, entram emParis para desarmar a multidão. Foradeclarada a Comuna de Paris. Era od ia 21 de março de 1871.Acompanhando a toda essacatástrofe, Victor Hugo, declaroucondenando:

— Essa guer ra “Franco-Prussiana”, é uma guerra de caprichos e não de liberdade.

Como após tornar-se publicamente espírita duranteesses fatos terríveis acontecendo, Victor Hugo, escrevecolocando em todos os seus temas, a questão da igualdade,da solidariedade e união dos povos. Por isso, o tacharam decomunista e revolucionário. E Victor Hugo, não retrocedeu,continuou sua luta, através de seus romances. Muitos ao ler“Os Miseráveis”, ficavam pasmos, por ele ter descrito umfuturo, que estavam passando no presente.

Durante longos dias, Paris viveu o terror poressa guerra.

O povo vivia o inferno, vendo casas, prédiossendo incendiados, pessoas correndo pelasruas e avenidas sem destino em profundodesespero, mães que carregavam os filhosmortos nos braços. Outros já manifestavam aloucura em seus rostos.

Em Bruxelas, Victor Hugo sentia-secompletamente deprimido. Além de todos essesfatos, recebe ele a notícia do retorno de sua filhaAdèle, só que em uma terrível situação. Estavasob tratamento num sanatório na Bélgica,completamente louca. Não davam os motivos

pelos quais Adèle enlouquecera,apenas o informante dizia, que aidentificação deu-se pelos seusdocumentos, onde estava a suafiliação.

Após a verificação de maisessa chocante prova na vidadesse romancista, com asdevidas providências tomadaspara com a saúde de Adèle, Victorprossegue, mesmo distanteajudando aos seus compatriotasnessa tão inconseqüente guerrade orgulho e egoísmo.

Trabalhou intensamente paraque fossem recolhidos ossoldados que conseguiramsobreviver aos massacres e aos

desterrados, aos quais Victor denominou de “Ano Terrível”,que seria sua próxima obra, contando os horrorespraticados nessa matança, que começara em Montmatre,ficando conhecido como “Monte dos Mártires” e queterminava no muro dos federados do cemitério PèreLachaise. Foram mais de trinta mil corpos de trabalhadoresque tiveram seus corpos baleados, pelos subordinados dogeneral Mac-Mahon. Em nome da ordem social, juntaram-

se às tropas burguesas, tipos de váriascamadas criminosas, que saindo deseus esconderijos, apedrejavam,aqueles a quem os ferimentos jáprenunciavam as suas mortes. Diantedessa brutal repressão já não se sabiase eram os alemães que lutavamcontra os franceses ou se brigavamcontra si próprios, tanto fora odescalabro desse confronto de dores.

Victor Hugo lutava também, mascontra seus próprios pensamentos derevolta. Ajudado por Juliette e os

amigos que buscavam estar sempreao seu lado, realizava as reuniões

espirituais para lhe dar força e coragem. Outrasdesagradáveis notícias chegariam.

As autoridades de Bruxelas, não toleravam o pedido declemência que Victor Hugo fazia, para que os chamadoscomunards (os defensores em luta) fossem ali abrigados.

Mais uma vez Victor Hugo, teve que sair de Bruxelasfugindo para não ser preso, como traidor comunista, comreflexo ainda de sua maneira de agir para com os povos

sofridos. Idéias vistas como um grande mal enão da maneira cristã, que Victor aprenderacom os comunicantes das mesas falantes.Refugiou-se ele e Juliette em Luxemburgo até1873. Porém, outra mensagem que lhe chegaàs mãos o empalidece, seu filho François haviamorrido há dias, logo após a sua partida paraLuxemburgo. Estava ele a defender a suapátria, a França. Victor chora convulsivamentenos braços de Juliette.

Após algum tempo, terminada a revolução,Victor Hugo consegue retornar a Paris. Einstala-se na “55, rue Pigalle”. Logo à suachegada foi procurado pelos membros do meiopolítico que o convenceram a tornar-se senador

“Esmeralda” e “Quasímodo”, personagens de“Notre-Dame de Paris”

Livro “O Corcunda de Notre-Dame” - Editora Ediouro

Proclamação da Comuna de Paris, 21 de março de 1871

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pela Câmara Alta, de Paris. O convite fora aceitosem o entusiasmo de outrora.

Victor Hugo começa a sentir-se enfraquecido.Sua saúde abalada faz com que ele concordeem mudar-se para a Avenida D'Eylau, (queatualmente tem o nome de Avenida VictorHugo), porque segundo Juliette, ficava maispróxima das tarefas realizadas em seuescritório, onde a programação das edições deseus livros e assuntos políticos eram tratados.Mas tempos depois ele sofre um espasmocerebral. Embora o susto causado entre todos,Victor Hugo venceu o problema e continua a suajornada, porém quis ele dedicar mais tempo aoseu lado doutrinário. Victor Hugo destinavahoras a estudar a filosofia espírita. Procurava lertodas as pesquisas do professor Rivail (AllanKardec) já agora com o exemplar de “O Livro dosEspíritos”, que fora editado em 18 de abril de 1857.

Lembrava da senhora Girardin e soubera por seu amigoVacquerie que Allan Kardec usou muito dos estudos feitospor ela, com relação às mesas girantes. Diante de suasrecordações começou a definir seus pensamentos e chegouà conclusão de que sentia em cada parte de seu cérebro,através dos seus atos, que foram muitas suasreencarnações. Por isso sentia-se atropelado no quedeveria fazer e não conseguia: — Seria algo do passado arefletir o presente, onde ele tivesse desviado dos propósitosa serem realizados? Esses e outros temas de vidaassomavam-se a seu espírito, agora maduro para oentendimento divino.

Auguste Vacquerie, seu velho amigo ouvia osdesabafos de Victor e dizia-lhe:

— Uma coisa eu tenho certeza... Desde quevocê conheceu a doutrina, embora no iníciovocê fosse um tanto frio com relação a “falarcom os chamados mortos”, senti que vocêtransformou seus valores, influenciando atéem suas obras. Vimos essas últimas que sãoprofundamente espirituais. E creia-me,continuava Vacquerie, acredito sinceramenteque você na França, foi o primeiro a aceitaresses novos conceitos, defendendo eajudando de certo modo o professor AllanKardec. Portanto, querido amigo, agradeçamos aDeus pelos seus 80 anos de vida. Todos queremabraçá-lo e o meio intelectual está divulgando essadata para todos os lugares, onde o seu nome conseguiuchegar. Com suas peças que hoje se transformaram emóperas, onde os grandes músicos estão a utilizá-las comoreferências em assuntos, que transmitem mensagens defundo moral. Verdi não cansa de elogiá-lo. Você afinal, meuamigo, é amado por muitos e odiado por poucos.

O aniversário de seus 80 anos fez com que a rua em quemorava Victor Hugo, ficasse congestionada pelo número depessoas que queriam abraçá-lo e homenageá-lo, pelo seu

desempenho de lutas e glórias no decorrerdesses anos. Ele era o representante daquelespoucos defensores do povo fraco e oprimido.Victor Hugo aparecendo à porta de seu lar,agradeceu e emocionado dizia que sua glóriaera aquele povo simples vir até ele, quando eleera quem deveria homenageá-los, por teremsofrido tanto com a lei perversa dos homenspoderosos.

Dois anos após esses fatos que marcaram avida do escritor, vem ele a sofrer outro golpe, queo deixou profundamente abalado. Mais uma vez,ele via partir para o mundo espiritual, um entequerido e desta vez aquela que o acompanhou atodos os momentos de sua vida, Juliette Drouet.Vivera ela quase que incógnita na vida de Victor,porque ele e sua esposa Adèle, tinham quemanter as aparências de um casal feliz, embora

vivessem separados intimamente.Victor Hugo, a seu modo a amava e a respeitava.Trazendo-a para seu lar,Adèle o compreendeu e também

representou bem seu papel de primeira dama e Juliette degovernanta de seus filhos. Após a morte de Adèle, Juliettecontinuou a manter-se como tal, estando ao lado de Victor,como incentivadora de otimismo, principalmente nas horasdas grandes provações pela qual passou o escritor.

Nesse mesmo ano, de 1883, Victor Hugo, esgotado emsuas forças físicas, consegue completar o último volume desua obra “Lendas dos Séculos”. Outras obras estavamsendo mencionadas pelos críticos e outros. “O Noventa etrês”, que falava sobre a Revolução Francesa, em forma de

romance e “A arte de ser avô”, eram escritos de modopoético e lírico, que ressaltavam o respeito para com

a sua forma de vivência familiar e sentir-se avô.Tem início o ano de 1885.Victor Hugo já bastante debilitado reduz

consideravelmente a sua produção literária.Cada vez mais procura aprofundar-se nosestudos produzidos por Kardec. “O Livro dosEspíritos”, fora sempre a base para suaconfirmação com o mundo espiritual.

No dia 13 de maio do mesmo ano, VictorHugo começou a sentir grande indisposição

física e veio sofrer uma congestão pulmonar.Durante uma semana todos os esforços foram

feitos pelos médicos, mas Victor Hugo chegava aofim de sua jornada terrena. O calendário marcava a

data, 22 de maio de 1885.A notícia é espalhada por toda Paris. Os franceses

choram. O governo francês decreta luto oficial.Pelas ruas as pessoas choravam e em grupos ouvia-se a

mesma frase:— Victor Hugo morreu!Auguste Vacquerie, seu grande amigo, com o pranto a

sufocar sua voz, de imediato procurou fazer valer as últimasvontades do querido amigo, que havia lhe confiado seu

testamento. Nesse estava expresso o seguinte:— “Deixo 50.000 francos aos pobres. Quero umvelório rápido e simples. Desejo ser enterradonum caixão comum e ser levado ao cemitérionuma carreta igual a dos pobres. Recuso asorações das igrejas, mas creio em Deus”.

O corpo de Victor Hugo foi embalsamado epermaneceu para a visitação de todos que

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Victor com seus netosJeanne e Georges

Victor com seus netosJeanne e Georges

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Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”

"Cosette" personagem dolivro “Os Miseráveis” (1862)

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queriam vê-lo pela última vez, no Arcodo Triunfo. Após, foi retirado,atendendo a seu pedido, em carrofúnebre comum até o Pantheon. Ali foienterrado junto dos mais famososcidadãos franceses.

O velório de Victor Hugo durounove dias. Não poderia ser de outramaneira, foi ele o maior gênio literáriodo século XIX. Fez inúmeras escolasespiritualistas, assim que tomoucontacto com o mundo espiritual. Foraprofundamente defensor das classes mais desfavorecidas eum político, que nunca permitiu ser corrupto, por isso exilou-se.

O povo desfilava ao redor de seu caixão, deixando quesuas lágrimas banhassem aquela criatura, que por certoteria vindo do céu. Eram esses os pensamentos daqueles aquem Victor Hugo defendeu até o fim. O plano espiritual atudo acompanhou.

A senhora Girardin, acompanhadade outros pioneiros da espiritualidade,ajudavam o retorno do escritor, paraque o seu desprendimento do corpofísico fosse de muita tranqüilidade.Viam esses a interferência do cleroque junto aos espíritos afeitos aocatolicismo, procuravam influenciá-los para proclamá-lo católico.

Queriam os padres divulgar aopovo, que em seus últimos dias, Victorhavia aceitado a extrema unção. Massabiam que isso não poderia serdivulgado pelas vontades expressasem seu testamento. Ajudados peloscardeais desencarnados, o cleroparisiense divulga uma nota, ondedizia, que Victor Hugo, por ser herege,fora excomungado pela igrejacatólica.

Portanto, não teria direito ao céu. A espiritualidadeagradeceu a Deus por essa interferência tão abençoada,para que a paz fosse implantada no espírito desse lutadorpelo bem, em sua pátria de origem. Sem dúvida algumaVictor Hugo, deixou para a humanidade, dessa época tãodifícil, o caminho aberto para o Espiritismo, que aindadesconhecido, viesse oferecer bases primárias, para queAllan Kardec, desse o brilho tão importante, através de suasobras, na continuidade da Verdade do Cristo, sobre todos ospovos.

Todos os espíritos superiores que colaboraram noreencarne de Victor Hugo, ali estavam para recebê-lo de

retorno com alegria por ter elecumprido os desígnios que lhe foramconfiados por Deus, embora osdesvios cometidos pelas tentaçõesterrenas, mas ainda natural noprincípio evolutivo do homem.

A fi lha Léopoldine, sob asorientações da senhora Girardin,acompanha toda a movimentaçãotanto do lado físico como do espiritual.Esperava estar ao seu lado assim quedespertasse. Ela já havia aprendido a

ter paciência e controle das emoções, como já acontecera,quando se deram os retornos para a espiritualidade de suamãeAdèle e seus irmãos, Charles e Victor François.

Agora ela procurava guardar em seu coração de um diaestarem todos reunidos, se fosse assim designado pelosEspíritos Superiores.

Enquanto isso, no mundo físico, os funerais de VictorHugo repercutiam por todo o territórioda França. Em cada lugar ashomenagens se espalhavam atravésdos jornais, panfletos etc. Muitossalientavam o entusiasmo que asobras de Victor ocasionavam no povo,principalmente nos jovens, ondedeixou sua marca através da modernaliteratura da época, isto é, em todoséculo XIX e parte do século XX.

Até hoje a ópera “Rigoletto”,adaptada por Verdi, ainda ressoa,como uma das principais obrase n c e n a d a s , a g r a d a n d o a o sadmiradores do teatro sério e clássico.

De 1832 a 1848, durante suareencarnação, viveu ele no 2º andardo antigo hotel de Rohan - Guéménée.Esse hotel ficava na Place desVosges, local esse de grandesrecordações na vida do escritor,

porque aí tivera ele algumas cenas que lhe foram projetadaspela vidência, mediunidade que ele ainda pesquisava, umfenômeno que se divulgado na época, seria consideradocomo loucura. Mas foram por cenas que a espiritualidadelhe inspirou, que Victor Hugo, começou a resumir, a maisimportante obra de sua vida “Os Miseráveis”.

Com o passar do tempo, com tantas experiências que avida lhe proporcionou ele ao fazer essa obra e completando-a, sentiu o quanto a espiritualidade o auxiliou. Outras obrasali nasceram pela sua veia poética, “Lês Chants duCrépuscule, Les voix Interieures” e também o início de “LaLégende des Siècles”.

E s s e l o c a latualmente se tornouum museu, onde cadas a l a r e t r a t a u mperíodo da vida doa r t i s t a , c o mdocumentos, fotos,mobiliário, lembrançasde sua infância e até arecons t i tu ição docaixão simples comofo ra seu dese jo ,

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 11

“Maison de Victor Hugo” - De 1832 a 1848 VictorHugo viveu com sua família no 2º andar do antigohotel de Rohan,Guéménée, situado na Place desVosges, n 6 - Paris. Em seu grande apartamentoele escreveu e finalizou várias obras entre elas “OsMiseráveis”. Atualmente é um museu e cada sala édedicada a um período de sua vida exibindodocumentos, fotos, mobiliário etc. O museutambém abriga uma biblioteca sobre Victor Hugo.

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Enterro de Victor Hugo, em 1885Enterro de Victor Hugo, em 1885

Alguns livros de Zilda Gama, ditado pelo espírito Victor Hugo - Editora FEB

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deixado em testamento. E ainda nesse museu estão livrossobre Victor Hugo, dados de outros escritores, onde falam arespeito da influência dele sobre os literatos após seuperíodo de vida física.

Suas obras vindas do mundo espiritual aí estão e foramrecebidas através da psicografia da médium Zilda Gama,onde por afinidades espirituais, o escritor trouxe grandesverdades pelos dramas descritos.

O ano de 2002 foi o “Bicentenário” do nascimento deVictor Hugo. Muitas homenagens lhe foram prestadas, naFrança, lembrando-o como o escritor mais famoso do seutempo, como poeta e orador convicto de seus ideais. “Foi elequem humanizou as letras do século XIX”; escreveu-se nosperiódicos da França.

O clássico romance (2 volumes) “Os Miseráveis” foipublicado em várias cidades do mundo: Bruxelas,Budapest, Leipzig (Alemanha), Madri, Rio de Janeiro,Rotterdam e Varsóvia. Foi também traduzida para quasetodas as línguas do mundo. No século XX, “Os Miseráveis”se tornou um filme e também um musical da Broadway.

O livro “Notre-Dame de Paris” também tornou-se umfilme, onde milhões de criaturas choraram ao ver o drama do“corcunda Quasímodo” e seu grande amor a cigana“Esmeralda”. Esses romances foram criados pela mente de

Victor Hugo, mas com total aprovação do mundo espiritual,para que o povo começasse a sentir a dor do semelhante,pois no fundo todas as intuições que ele recebera do mundoespiritual, foram as suas realidades, vividas por ele e portodos aqueles que participaram nessa sua fasereencarnatória. Bem ou mal ele conseguiu deixar suamensagem. Bem, no que se refere às lutas sadias por umpovo, e mal, pelos desvios que poderiam ser evitados, senão fosse por suas tendências sexuais, que o fizeram porvezes esquecer seus deveres para com a família.

De Victor Hugo trecho de um de seus artigos, após a suamorte, encontrados em seus guardados pelo senhorAuguste Vacquerie...

Victor HugoUm grande vulto do século XIX.

Eloísa

O que é a morte?Creio ser a morte uma continuação da vida, portantoela não existe. Penso ser esse período umapassagem, uma renovação. Procuro senti-la comouma profundidade, que talvez fosse amedrontadora,mas creio ser sublime por ser a vida eterna.O vivo que morre, desperta e vê que é espírito.

Clube do Livroclube do livro

O livro enviado aosassociados do Clube do LivroEspírita “Joaquim Alves(Jô)”, no mês de janeiro de2008, intitula-se: “Além dosLimites do Céu”. A históriarelata uma época, por voltad e 1 9 4 0 , o n d ep r e p o n d e r a r a m f o r t e spreconceitos em relação àd o e n ç a H a n s e n í a s e ,conhecida popularmentecomo “Lepra” , devido,principalmente, à falta deconhecimento, que levoudiversos familiares e amigosa serem separados.

O que busca transmitir-nos o espírito Cândida quando nos traz essa obra, através damédium Oneida Terra, ao colocar em seu trabalho estetítulo? Quais seriam os “Limites do Céu”, caso existam...?

Somente pessoas com grande desenvolvimento moral,conseguido através de anos dedicados ao Evangelho vivo,além de trabalhos contínuos, visando sempre a esforçosconstantes na divulgação deste conhecimento, podemresponder e exemplificar-nos de forma tão expressiva, comoCândida o fez, questões tão profundas e marcantes como astratadas na obra:

Momentos de grande dor e superação quandodescobriam que pessoas queridas contraíam a doença e,por esse motivo, tinham de ser isoladas da sociedade; asensação de forte emoção no relato de experiências comcasais que acabaram gerando crianças dentro da instituiçãoe que, pelo fato de não nascerem com a doença, eramimediatamente separadas de seus pais; contudo, a emoçãoe um novo estímulo, por saber que seus filhos nasceriamsadios e poderiam ter uma vida normal, junto a pais que osadotariam.

Assim nos diz a sinopse:

Russo

“Quando a dor é compreendidacomo a mensageira do crescimento, é possível ir além doslimites do céu...”

Além dos Limites do Céu

Oneida Terrapelo espírito Cândida

Editora Pousada de Francisco224 páginas - 1ª edição - 2007

Grandes Vultos da Humanidade

O Problema do ser, do destino e da dor

Os Pioneiros do Espiritismo

Victor Hugo A face desconhecida de um gênio

Victor Hugo Espírita

- Sylvio BritoSoares, Ed. FEB, 2ª ed., 1975.

- LéonDenis, Ed. FEB, 9ª ed., 1975.

- J. Malgras, Ed.DPL, 1ª ed., 2002.

- -Maria do Carmo M. Schneider, Ed. Lachâtre, 1ª ed.,1999.

- Humberto Mariotti, Ed. EspíritaCorreio Fraterno doABC, 1ª ed., 1989.

Imagens adquiridas a partir de:http://commons.wikimedia.org/wiki/Victor_Hugohttp://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/pimage/victorhugo2.jpghttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/30/Napoleon-3.jpghttp://www.cefetsp.br/edu/eso/cleber/imagens/Page7.jpghttp://www.centre-lecture.com/home/IMG/jpg/adele_hugo-2.jpghttp://www.gavroche.org/vhugo/galleryhttp://www.v1.paris.fr/fr/environnement/img10/victorb.jpghttp://www.victorhugo.gg/images/vhback.jpghttp://www.victorhugo2002.culture.fr/culture/celebrations/hugo/fr/index1.html

Bibl

iogr

afia

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Adolphohttp://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Chenille1.jpg

Amiguinhos, lembram-se da Dona Borboleta?Ela desencarnou, foi recolhida a um jardim na espiritualidade até se

acostumar à sua nova situação e depois começou a trabalhar emespírito para ajudar os outros.

Intuiu o Senhor Girassol a sair da depressão através da ajuda aosoutros, sugeriu aos bichos que fizessem o Evangelho no Lar paraharmonizar o ambiente doméstico e muitas outras coisa boas ela fez.

Trabalhava em espírito sem parar. Sentia alegria e paz com oauxílio que prestava aos animais encarnados, mas sempre dizia:

— Não faço nada demais. Somente oro a Deus para que Ele ajudeno problema.

A nossa amiguinha aprendeu a ser humilde e sempre distribuíaamor em seus gestos, pois aprendeu que amor é energia emovimento a favor do próximo.

Depois de um tempo na espiritualidade ajudando a muitos, DonaBorboleta foi chamada pelo Chefe dos Bichos na Espiritualidade.Chegando lá, ele logo falou:

— Amiga Borboleta, você, desde que desencarnou e aqui chegou,não parou de trabalhar e de aprender a amar ao próximo.

Dona Borboleta ficou de cabeça baixa, com vergonha, pois nãogostava de se vangloriar do bem que havia feito.

Continuou o Chefe dos Bichos na Espiritualidade, com muitocarinho:

— Passado todo este tempo e com todo este mérito que vocêadquiriu, poderá escolher um jardim mais bonito e melhor para viver.

Dona Borboleta, ainda acanhada, pensou um pouco e falou:— Poderei escolher outro jardim?— Sim, poderá.

— De um coração amoroso como o seu, só poderia esperar umadecisão como esta. Reencarnar, no entanto, é uma decisão de muitaresponsabilidade. A vida na Terra é uma benção de primeiragrandeza!

Com lágrimas nos olhos a Dona Borboleta falou:— Sei que posso falhar, pois sou muito imperfeita, mas não posso

deixar os meus amigos sem uma chance de se reerguerem ecaminharem para o Bem. Tentarei ajudá-los.

A partir deste dia, vários preparativos foramefetuados para a Dona Borboleta reencarnar.

Escolheram uma família para ela e láforam todos os amigos espirituaisajudá-la.

Passados alguns meses, renascena Terra em um jardim pequeno, anossa amiga borboleta. Mas elanão renasceu linda e formosa comoera antes. Renasceu como lagarta,pequena, feia e peluda. Rastejavapara conseguir alimento.

Em compensação, o que ela tinhade aspecto ruim por fora não revelava ogrande coração de amor que ela era.

Desde pequena, com os pais, foraamorosa e respeitava todas as ordens dadas.

Quando fazia algo errado, traquinagens decriança, e os pais se zangavam, pedia desculpas e

nunca mais fazia aquilo.Sempre perguntava sobre Deus e ficava atenta

às lições que os seus pais comentavam sobreJesus. Com isto foi aprendendo bastante e, sempreque podia, falava para os seus amiguinhos sobrefazer o bem.

Se algum amiguinho a chamava para fazercoisas erradas ela não aceitava o convite e tentavaconvencê-lo a não fazer também.

Com isto, todos começaram a sentir simpatia porela, e os amiguinhos quando estavam tristes oupreocupados, gostavam de conversar com ela, poissabia que ela falava coisas boas.

Desse jeito, nossa amiguinha foi fazendo o queplanejou na espiritualidade, ou seja, ajudar aquelesque não conheciam as verdades de Jesus.

Na escola das lagartas, procurava ser obedienteà professora e sempre que podia, ajudava asamiguinhas com as lições.

Quando não sabia, ela procurava também aajuda dos que sabiam, e, em agradecimento, oravapor todos os que a ajudavam e pelos professores.

Quando ela ia passear pelo jardim, alguns bichossaíam de perto dela por causa de sua aparência,rastejando pelo jardim e toda peluda. Tinhaocasiões em que ela ficava triste com os bichos queassim agiam, chegava a chorar por vezes, mas asua mamãe a consolava e pedia para ela perdoar,pois eles não sabiam valorizar o que ela tinha debom sentimento no coração. Ela pensava naspalavras de sua mamãe e logo se alegrava eesquecia-se do acontecido.

Em casa procurava colaborar com os seus paisajudando nas tarefas domésticas. Seus irmãos nãoeram muito obedientes, mas ela sempreconversava com eles, dando conselhos para queeles obedecessem aos pais.

Fazendo tudo isto, a nossa amiguinha mostroucomo podemos ajudar uns aos outros desde

pequenos, sendo obedientes aos pais,aos professores e ajudando aos

nossos amigos com boaspalavras, bons conselhos

e orando por todos.S e m p r e q u e

podiam, os amigose s p i r i t u a i s i a mv i s i t á - l a et r a n s m i t i a m - l h eboas vibrações.

A s s i m n o s s aamiga borboleta, que

a g o r a t i n h areencarnado e ainda

estava como lagarta foicrescendo com muita

felicidade e paz no coração.

— Então, se for permitido por Deus, gostaria de reencarnar pois hámuitos amigos que ficaram na Terra, que ainda não conhecem o bomcaminho do amor e do respeito ao próximo e, se for permitido, repito,gostaria de ajudá-los.

A Reencarnação da Dona Borboleta

Contoscontos

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 13

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SeareiroSeareiro14

O dia em Uberaba amanhecera frio e cinzento com umaleve neblina.

Chico acordara assustado. Olhando o relógio viu queestava atrasado para o trabalho. Ficara psicografando comEmmanuel até a madrugada, por isso o cansaço. Vestiu-se esaiu rapidamente sem tomar o café da manhã.

Seus passos eram firmes e chegando ao ponto marcadoonde a charrete o levaria para a Fazenda Modelo, Chico paroualguns instantes, mas, temendo o atraso, resolveu ir a pé.

Ao dobrar uma das ruas do bairro, ouve alguém chamá--lo:— Chico, Chico... Por favor, um instante...Chico, sem parar, mas diminuindo o passo, olhando para

trás, responde:— Agora não posso minha filha, estou muito atrasado... Na

volta conversarei com a senhora...E volta a caminhar apressado, ouvindo a senhora a

retrucar:— Puxa, Chico, estou a esperá-lo desde as 6 horas...Chico já nem ouvia, mas Emmanuel surge-lhe à frente,

Chico estanca repentinamente e ouve de seu mentorespiritual:

— Que é isso, Chico? ... Volte imediatamente... Não serãoalguns minutos que irão atrasá-lo mais do que já está.Lembre-se de que Jesus sempre nos atende, ao chamá-Lo.

Chico, constrangido, volta e vai atender a senhora. Essabeijou-lhe a mão e, ato contínuo, Chico retorna o beijo na mãoda senhora. Isso era comum nele.

Após, ele pergunta:— E aí, minha filha o que aconteceu, para que a senhora

não pudesse esperar pela minha volta?— Sabe, Chico, eu estive lá no seu Centro e pedi uma

receita para o Dr. Bezerra de Menezes. Mas não sei comotomar as homeopatias, só tem o nome dos remédios.

Com o papel na mão, ela o mostrava para o Chico. Esse,olhando a receita e habituado com as dosagens, explica para

ela direitinho como tomar as homeopatias.Satisfeita, a senhora volta a beijar a mão de Chico e ele,

despedindo-se, vai caminhando e escutando a senhoraque dizia:

— Obrigada, Chico! Deus lhe pague! Vá com Deus!Chico, meio sorriso no rosto, sai apressado.Alguns metros à frente, Emmanuel, ao lado de Chico,

chama sua atenção:

Chico vê que fluidos brancos e luminosos saem da bocada senhora e vêm de encontro a ele, penetrando em seucorpo. Emmanuel explica:

— Viu, Chico, que benção ter você atendido a essasenhora, com paciência, transmitindo-lhe a alegria cristã?Agora imagine se você ao invés de ter ouvido “vai comDeus”, por ela ter ficado magoada por não ter sido atendida,tivesse ouvido “vá com o diabo”; então ao olhar para trás, asvibrações seriam de trevas em forma de larvas doentesetc., a penetrar em seu corpo, em forma de enfermidade.

Olhando carinhosamente para seu guia espiritual,sorrindo, agradece-lhe a atenção, dizendo ter entendido alição.

Continuou seu caminho, agora mais tranqüilo, porque

— Chico, pare um pouco, olhe para trás e veja o que estásaindo dos lábios da senhora que você atendeu.

pegadas de chico xavierPegadas de Chico Xavier

Vá com Deus

As criações mentais são uma incógnita. Emborapensemos, sem interrupção, a todas as horas do dia, malsabemos que cada idéia se corporifica à nossa volta, criandoo hálito espiritual que nos identifica diante dos demaisencarnados.

O pensamento, porém, vai além, muito além. A sábiainstrutora Veneranda, no livro derramaadvertências sensatas, dizendo:

"É coisa sabida que um homem é obrigado a alimentar ospróprios filhos; nas mesmas condições, cada espírito écompelido a manter e a nutrir as criações que lhe sãopeculiares. Uma idéia criminosa produzirá gerações mentaisda mesma natureza; um princípio elevado obedecerá àmesma lei. Recorramos a símbolo mais simples. Apóselevar-se às alturas, a água volta purificada, veiculando

vigorosos fluidos vitais, no orvalho protetor ou na chuvabenéfica; conservemo-la com os detritos da terra e fá-la-emos habitação de micróbios destruidores”.

Não fosse toda a excelência da obra psicografada peloEspíritoAndré Luiz por intermédio do médium Chico Xavier, odestaque feito acima, por si só já nos forneceria elementospara profundas meditações.

A geração mental de natureza criminosa, decorrente dasidéias criminosas que concatenamos, rebenta, vez por outra,no organismo enfermo de nossa sociedade, em convulsõesde toda espécie.

Guerra! Não apenas a guerra entre nações, mas tambémos embates surdos, dentro das quatro paredes de um lar,atirando irmãos contra irmãos, na mais absoluta ausência deserenidade entre nós.

Relendo muito deverá alterar-se em nossomundo íntimo, desde que absorvamos a sua mensagem dealertamento e construção do novo mundo.

Nosso Lar,

Nosso Lar,

Roque Jacintho

Força Mentalatualidade

Atualidade

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 15

Livros básicos da doutrina espírita. Temos os 417 livrospsicografados por Chico Xavier, romances de diversosautores, revistas e jornais espíritas. Distribuiçãopermanente de edificantes mensagens.

Praça Presidente Castelo BrancoCentro - Diadema - SPTelefone (11) 4043-4500 com RobertoHorário de funcionamento: 8 às 19h30Segunda-feira à Sábado

Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”

Numa reencarnação de um processo de idiotia, a criaturapassa uma reencarnação inteira l imitada pelocomprometimento que ela mesma ocasionou em seuperispírito, em reencarnações anteriores.

Quando na reencarnação atual, por o perispírito ser o“molde” do corpo, molda-se uma deformação no cérebro,pelo seu mau uso no passado, que imprime ao seu cérebro adeficiência adquirida.

E como os espíritos nos informam, é normal que o espíritotenha consciência do seu estado mental durante areencarnação com idiotia, para que ele tendo ciência doprocesso de prova e expiação a que está sujeito, possareajustar o seu mundo interior, como o aprendizado a queDeus lhe permite, pela Sua Infinita Misericórdia.

Podemos muitas vezes acreditar que estes espíritos sãode uma natureza inferior, o que não é verdade, já que somostodos iguais perante Deus, mas é normal que sejam espíritosque são mais inteligentes do que supomos, e que nãosouberam utilizar desta inteligência para o bem, lesando comisso o seu perispírito.

E diante deste abuso que cometeram em outrasreencarnações, e da expiação a que estão sujeitos, areencarnação atual se torna um estacionamento temporário,onde irá recompor o que destruiu em si mesmo.

O espírito que já alcançou determinada superioridadeintelectual, nem sempre se equivale na superioridade moral,esta sim que é a que eleva o espírito, e por isso muitas vezesse compromete no abuso que cometem pelo mau uso da suainteligência, que não é direcionada para o bem geral, masapenas para satisfazer suas vaidades e seus caprichos, deordem inferior.

Nesta condição de idiota, o seu livre-arbítrio se limita emseus atos no plano físico, mas continua pleno em suasdiretrizes mentais na condição de espírito livre, ou seja, emdesdobramento no mundo espiritual. Portanto, apesar de terplena consciência de sua condição, limitada pelasformações físicas mentais defeituosas, ele não podedeterminar o curso desta existência, acatando o convívio eexperiências a que Deus lhe propõe como forma de

renovação.Em seu processo de idiotia, com atos repetitivos, ele terá

dificuldade de se desvencilhar destes movimentos contínuosquando de seu desencarne. Da mesma forma que situaçõesque vivemos em nossas vidas durante décadas, nosinfluenciam quando do nosso desligamento do plano fisicoao desencarnarmos, o processo é o mesmo em desencarnede criaturas com idiotia, onde ele não compreende o quepassou durante aquela existência, pelo menos até que possater condições de analisar o que se passou, o que pode seestender a duas ou mais reencarnações.

E quanto mais tempo tenha estado reencarnado nestasituação, mais longínqüa se tornará a sua recuperação noPlano Espiritual.

Por isso da importância de buscarmos levar uma vidavoltada ao bem de todos, onde estaremos buscando seguiras pegadas do Mestre, numa luta interior sem tréguas, paradomarmos a fera que existe em nós, e que nos aprisiona apadrões vibratórios inferiores, impedindo que aproveitemosa existência para crescermos efetivamente em espírito.

Muitos dos chamados gênios do passado, em todas asáreas da cultura humana, estiveram em condições precáriasem suas reencarnações seguintes, em processo de idiotia,diante do mau uso da inteligência que Deus permitiu quetivessem, e que utilizaram de forma errônea.

Busquemos, então, reajustarmos o nosso pensamento,as nossas palavras e os nossos atos, dentro dos padrõespropostos pelo Evangelho de Jesus, para que dentro dacondição que nos encontramos, possamos fazer o melhorem favor de nós mesmos, atendendo ao nosso semelhantecom a criatura mais importante que nós próprios, aliviando oseu sofrimento, e buscando amar a todos.

E ao utilizarmos a inteligência que todos nós temos, emproporções diversas, a façamos de modo a ser de umaproveitamento de uma coletividade, e não no desequilíbrioque muitas vezes deixamos se instalar em nosso interior.

Roberto PatrícioBibliografia: O Livro dos Espíritos -Allan Kardec - Tradução SalvadorGentile. Ed. IDE. 124ª ed., 1999.

kardec em estudoKardec em Estudo

Idiotismo e LoucuraQuestão 374 — O idiota, no estado de Espírito, tem consciência de seu estado mental?

“Sim, muito freqüentemente; ele compreende que as cadeias que entravam seu vôo são uma prova e uma expiação.”

O Livro dos Espíritos - Parte II - Capítulo VII “Retorno a Vida Corporal”

havia atendido primeiramente o “serviço do Senhor”. Erefletindo interiormente, imaginava que, se conseguissedurante o dia tratar a todos com gentileza, tolerância,afabilidade, doçura e amor, estaria começando a colocar emprática o mandamento maior da Lei de Deus; “Amar a Deussobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”

***Érica

Com mais esse exemplo, Chico Xavier nos dá uma liçãode vida. Sua humildade, respeito, tolerância estão aí, paranos incentivar à prática do Amor. Por isso, Chico Xavierdeverá ser sempre lembrado, pois ele é e será em qualquerretorno à Terra, o verdadeiro “Homem de Bem”.

Bibliografia: - Ramiro Gama, Ed.Lake, 19ª ed., 2000.

Lindos Casos de Chico Xavier

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SeareiroSeareiro16

Na vida espiritual temos mais liberdade. Estamos emcontato com a nossa realidade, temos condições de serorientados aos caminhos corretos que devemos tomar, poisrecebemos a orientação dos espíritos superiores que nostutelam, muito embora em se reconhecendo necessitados depromoção a níveis mais nobres, pedimos novasreencarnações com as provas de que carecemos paraquitarmos consciencialmente conosco próprios.

A vida espiritual transmite uma grande sensação desegurança.

A vinda para o corpo físico (reencarnação) causa aoespírito um certo receio, pois na vida corporal a "tentação" émuito grande para nos desviarmos dos caminhos retos, ouseja, somos chamados a trilhar os caminhos tortuososcriados por nós mesmos.

Isto exige um esforço pessoal muito grande de nossaparte, pois cabe somente a nós resistir às tentações.

O papel da família, neste ponto, éfundamental para que não caiamosnas tentações, pois cabe à família aeducação moral desde a mais tenraidade, fortalecendo o caráter paraque as decisões dos caminhos as e g u i r m o s s e j a m t o m a d a sbaseadas na moral cristã.

Deus, como Pai amoroso, nãoviolenta a vontade de ninguém. Ele,em uma linguagem figurada,pergunta:

— Você consegue carregar estacruz?

Respondemos:

Então Deus pega uma cruzmenor e mais leve e nosentrega. Mas Ele espera quecarreguemos a nossa cruz commuita fé e caridade, nãodesanimando e crendo noamparo Dele.

Por isso, Deus não obriganinguém a reencarnar, ou sejarenascer no corpo físico.

Isto é muito comum.O espírito é chamado a

reencarnar. Conforme ose s f o r ç o s q u e t e n h aempreendido nos trabalhosque abraçou no planoespiritual, merece a criaturaos cuidados preparatóriosda nova tarefa em vista, af i m d e q u e h a j a aconjugação de todos osf a t o r e s p a r a q u ereencontre os credoresou as circunstânciasimprescindíveis, junto

aos quais se redima perante a Lei.Os espíritos bondosos que estão ajudando o levam para

conhecer o seu futuro lar, o aproximam dos seus futuros pais.Neste momento, brota um certo receio que o espírito tem

de que, ao reencarnar, possa ceder às tentações que a vidacorporal oferece e não resistindo, possa assumir pesadasdívidas de amor não vivido.

Por isso é muito importante que as famílias, desde a suaconstituição (casamento), tenham o hábito de se reunirempara discutir (conversar) sobre os ensinamentos de Jesus(Evangelho), pois quando os reencarnantes são trazidospara verificar como será a sua nova família, verão que serãobem orientados na moral cristã, pois no lar haverá oensinamento para fortalecer a sua fé e evitar que ele caia nastentações.

Quando o contrário acontece, ou seja, quando ele verificaque a família na qual ele terá que reencarnar não está

cultivando a religião dentro do lar, elesente o receio crescer e recusa-se areencarnar, pois como já foi dito, Deusnão violenta ninguém.

Se todas as famílias soubessem oquanto de benefício espiritual elasteriam se reunissem os componentesdo lar e conversassem sobre oEvangelho, pelo menos uma vez porsemana!

Os espíritos superiores que estãot u t e l a n d o a q u e l a f u t u r areencarnação tentam convencer osespíritos a reencarnarem, dando aeles ânimo e esperança, mas o quefaz um grande efeito é a parte quenós, como futuros pais, podemosoferecer para eles. Atendamos aoaler ta que consta de “OE v a n g e l h o S e g u n d o oEspiritismo”: “Compreendei quequando gerais um corpo, a almaque nele se reencarna vem domundo espiritual para evoluir.Inteirai-vos de vossos deverese colocai todo o vosso amor emaproximar essa alma de Deus.Esta é a missão que vos foiconfiada e recebereis a vossarecompensa se a cumprirdesfielmente.” (cap. XIV, item 9)

Wilson

— Esta cruz eu não consigo,acho que ela será muito pesada!

Bibliografia: Evolução emDois Mundos

O Evangelho Segundoo Espiritismo

- André Luiz,psicografia de FranciscoCândido Xavier e WaldoVieira, Ed. FEB, 9ª ed.,1986;

- Allan Kardec -tradução de Roque Jacintho,Ed. Luz no Lar, 3ª ed., 1991.Imagem: http://farm2.static.flickr.com/1300/1065878933_a86443a65a.jpg?v=0

O Papel da Família na Vontade de Reencarnar

Famíliafamilia

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 17

Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

A responsabilidade de quem escreve é o de transmitir uma verdadeconsoladora, em forma de romance ou poesia.

São sentenças que devem iluminar o terreno fecundo das fantasias,que cheguem a elevar a espiritualidade de cada um, no campo do “Bem”.

Cada inteligência colocada numa folha de papel, através dopensamento, demonstra a tendência do interior desse encarnado escritor.As afinidades espirituais se juntam; portanto, o cuidado para que essaplantação seja fecunda e dê bons frutos.

Aescrita deverá ser sempre educativa e elucidativa.Assuntos diversos poderão ser transcritos sem malícias ou maldades,

abrangendo todas as áreas da vida.Muitas vezes por tendências de um passado comprometedor, o ser

reencarnante, ao ler textos que salientem a violência ou quadrosdescritivos de crimes ou drogas, poderá reacender, em sua vida presente,a repetição de atos destrutivos, que impedirão sua evolução espiritual, poruma leitura sombria, páginas escritas por mentes perturbadas. Palavras,o vento leva, mas a idéia escrita é aquela que se fixa em cada um,materializada em livros, revistas ou mensagens.

ElielceBibliografia: - Ramiro Gama, Ed. Lake, 19ª ed., 2000.Lindos Casos de Chico Xavier

Quem escreve no mundoÉ como quem semeiaSobre o solo fecundo...

A inteligência brilha sempre cheiaDe possibilidades infinitas.

PlantaUma idéia qualquer onde te agitas,Semeia essa idéia pecadora ou santa,E vê-la-ás, a todos extensiva,Multiplicar-se milagrosa e viva.

Sem tanger as feridas e as arestas,Conduze com cuidadoA pena pequenina em que te manifestas!Foge à volúpia das maldades nuas,Não condenes, não firas, não destruas...Porque o verbo faladoMuita vez é dispersoPelo vento que flui da Fonte do Universo.

Mas a palavra escritaGuarda a força infinita,Que traz resposta à toda a sementeira,Em frutos de beleza e de alegriaOu de mágoa sombria,Para os caminhos de uma vida inteira.

Carmen Cinira

Quem Escreve

Francisco Cândido Xavier,pelo espírito Emmanuel

Editora O Clarim112 páginas - 1ª edição - 1981

livro em focoLivro em Foco

Aos leitores amigos, recomendamos aleitura do livro “Intervalos”, de autoria deEmmanuel, psicografado pelo nosso ChicoXavier.

Trata-se de livro simples no entendimentoe justamente por esta razão, perfeito para serutilizado como material de estudo nasreuniões de agrupamentos espíritas.

Ressaltamos a primeira lição ditada porEmmanuel, onde nos chama a atenção, poisdentro do agrupamento espírita, somosatenciosos uns para com os outros,oferecemos nossa colaboração espontâneapara a realização dos trabalhos, quandoalgum companheiro assume posiçãoinconveniente, reconhecemos de pronto anecessidade de entendimento e compaixão,e, em linha gerais somos gentis, discretos, cordiais erespeitosos. Este comportamento é o que se espera.

Mas Emmanuel nos lembra que devemos nos auto-examinar sobre o nosso comportamento nos dasreuniões espíritas, ou seja, aonde somos chamados a viver,lutar, trabalhar e aprender.

Sim, porque se o espiritismo nos oferece a liberdadereligiosa, nos libertando através do conhecimento daVerdade do Cristo, nos alerta que o livre-arbítrio de cada umdeve ser exercido com responsabilidade, para que oscompanheiros de nosso nível de experiência nos

reconheçam a melhoria no esforço de ascensãopara Deus.

O espiritismo não prega a liberdadedesenfreada e o rompimento violento com asregras morais estabelecidas, como muitospensam. Ele nos entrega uma independênciamoral, ou seja, cada pessoa pode ser o “diretor”de seu próprio rumo, , não nos iludamos queesta independência nos dá o direito depraticarmos inconveniências, sem regime deimpunidade.

Antigamente éramos ameaçados com oinferno, caso não cumpríssemos as ordens dosreligiosos. Esclarece a doutrina espírita quetemos “dispositivos muito seguros e sensatos, nagarantia da própria defesa, em vez que nãoacena com céus ou infernos exteriores, mas, aorevés disso, nos faz reconhecer que o céu ou oinferno, são criações nossas, funcionando,indiscutivelmente, em nós mesmos.”

Somos criaturas livres para cumprir o nossodever e não para fazermos o que desejarmos.

E qual é o nosso dever?Responde “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:“O dever do coração começa exatamente no ponto em que

você ameaça a felicidade ou a tranqüilidade de seu próximo,e termina no limite que você desejaria ver ninguém transporem relação a você mesmo.” (Capítulo XVII, item 7)

Por isso, companheiros, estudemos esta obra, refletindoem cada lição que ela nos apresenta e cumpramos amáxima: “Conhece a Verdade e ela te libertará.”

Vitório

intervalos

mas

Intervalos

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É interessante como temos a tendência de noscomportarmos como crianças diante de uma travessuraque cometeram procuram esconder dos pais ou daqueles aquem devem obediência o ato infeliz que praticaramassim somos nós, os adultos, diante da responsabilidadeque nos cabe e para com a qual inúmeras vezes faltamos.

Ouvimos corriqueiramente quanto aos costumes atuais asexpressões seguintes: “os tempos agora são outros”; “ascoisas mudaram, não são mais como antigamente” estasexpressões são utilizadas quando as pessoas são cobradasquanto à forma de educar os filhos ou mesmo de como estãose comportando ou então realizando as novas uniõesconjugais. É notório que as crianças que estãoreencarnando são mais ativas e mais precoces naaprendizagem, isto éóbvio, pois os espíritosreencarnantes já estãom a i s e v o l u í d o sintelectualmente quandod a s r e e n c a r n a ç õ e santeriores e, quanto aosadultos, pregam por umal iberdade egoís ta eperniciosa porque nãoestão levando em conta aliberdade do próximo nemo respeito ao mesmo.

Os tempos realmentesão outros, pois evoluímosm u i t o n o c a m p ointe lectual , mater ia l ,tecnológico e na ciênciacomo um todo, entretanto,no campo moral deixamosa desejar. Um assunto qued e p e n d e m u i t o d aeducação "moral" está emevidência, entretanto, ocomentário a respeito domesmo é de se lastimar;deixaremos um exemploem torno do problemapara que cada leitor possare f l e t i r e te r ma io rresponsabilidade antes detomar determinadas decisões na vida. Estamos falando daeducação e do aborto que de repente pode se tornar legaldiante dos homens em nosso país , mas que será sempreum crime diante da Vida trazendo desdobramentos de umador imensurável e que infelizmente as pessoas cometemutilizando aquelas expressões mencionadas anteriormente

os tempos mudaram.Essas expressões são fugas da responsabilidade que nos

cabe e da qual seremos sempre cobrados, pois é lei daNatureza e a ela ainda nos curvaremos uma vez que éimutável; mutáveis somos nós e deveremos adentrar nocaminho da moral por vontade própria ou pela dor que é aconseqüência da nossa irresponsabilidade. O tempo que

levaremos para realizar essa mudança será relativo a nossavontade, o Pai não nos violenta, nem nos pune, nemdetermina prazo, portanto não temos do que reclamar, éopção nossa.

Reproduziremos mais uma questão do livro "OConsolador" a respeito da educação, pois toda informaçãoque obtivermos é uma oportunidade a mais de aprendermos.

Após o esclarecimento de Emmanuel sobre o qualdevemos pensar muito a respeito, reproduziremos ummaterial farto de informações, referente à falta da educaçãoe a uma de suas conseqüências mais graves que é o aborto

ponto culminante do desequilíbrio mental por

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“113 - Os pais espiritistas devem ministrar a educaçãodoutrinária a seus filhos ou podem deixar de fazê-loinvocando as razões de que, em matéria de religião,apreciam mais a plena liberdade dos filhos?

O pretexto de que acriança deve desenvolver-se com a máxima noçãode liberdade pode darensejo a graves perigos.Já se disse, no mundo,que o menino livre é asemente do celerado. Aprópria reencarnação nãoconstitui, em si mesma,restrição considerável àindependência absolutada alma necessitada deexpiação e corretivo?

Além disso, os paise s p i r i t i s t a s d e v e mc o m p r e e n d e r q u equalquer ind i ferençanesse particular podeconduzir a criança aosprejuízos religiosos deoutrem, ao apego doconvencionalismo, e àausência de amor àverdade.

D e v e n u t r i r - s e ocoração infantil com acrença, com a bondade,com a esperança e com af é e m D e u s . A g i rcontrariamente a essas

normas é abrir para o faltoso de ontem a mesma porta largapara os excessos de toda sorte, que conduzem aoaniquilamento e ao crime.

Os pais espiritistas devem compreender essacaracterística de suas obrigações sagradas, entendendoque o lar não se fez para a contemplação egoística daespécie, mas, sim, para santuário onde, por vezes, seexigem a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.”

O período infantil em sua primeira fase, é o maisimportante para todas as bases educativas, e os paisespiritistas cristãos não podem esquecer seus deveres deorientação aos filhos, nas grandes revelações da vida. Emnenhuma hipótese, essa primeira etapa das lutas terrestresdeve ser encarada com indiferença.

SeareiroSeareiro18

tema livreTema Livre

Dissimulação

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 19

irresponsabilidade de quem não soube educar eprincipalmente de quem obteve até o último instante antesde cometer o hediondo crime o socorro para que tal ato nãofosse cometido. Gostaríamos de comentar o assunto deoutra forma, mas, ainda nos faltam o conhecimento e asabedoria, pois, somos criaturas também errantes, por issorecorreremos à fonte a fim de evitarmos equívocos emnossas colocações.

Abaixo segue do livro "No Mundo Maior" o aprendizadorecolhido por André Luiz na espiritualidade com o objetivo denos auxiliar em nossa caminhada exemplificando um poucodos comentários de Emmanuel.

:

Como se pode observar, não ocorreu ainda no exposto deAndré Luiz o desfecho do assunto o aborto ao qualdaremos prosseguimento em outra oportunidade, por orafaremos um breve comentário do que foi explanado.

André Luiz ressalta nossa falha na educação e suasconseqüências. Quantos de nós criamos nossos filhos commimos excessivos, dando-lhes o supérfluo insistentementeatendendo aos seus caprichos e assim deixando deincentivá-los ao dever do trabalho promovendo então aociosidade, fazendo comentários descabidos dizendo omeu filho não vai precisar passar pelo que passei comose o trabalho fosse um crime ou motivo de vergonha;quantos pais comparecem s escolas para tiraremsatisfação de professores ou dirigentes porque seus filhosforam advertidos por atos indisciplinares que praticaram,incentivando-os ao desrespeito e insubordinação; quantospais ao receberem uma ligação telefônica ou um toque decampainha mandam os filhos atenderem e dizer que nãoestão ensinando-lhes dessa forma a mentira. Infelizmenteeste tem sido o nosso comportamento como pais, ou seja, dese lamentar. Posteriormente quando os filhos crescem eadentram o mundo da queda moral reflexo de nossairresponsabilidade e deseducação temos a descabidacoragem de questionar “onde foi que eu errei?, eu dei de tudoque foi possível , sim, demos o que pudemos de materialmas não o essencial a verdadeira educação, o respeitovida e ao próximo, o valor de uma constituição familiar eprincipalmente o conhecimento das Leis Divinas e anecessidade de cumpri-las o que não fazemos também

, e por estas nossas falhas seremos também co-autoresdos erros que nossos filhos vierem a praticar.

Roberto Cunha

Capítulo 10 “Dolorosa perda”Dentro da noite, defrontamos com aflito coração materno.

A entidade, que nos dirigia a palavra, infundia compaixãopela fácies de horrível sofrimento.

Prometeu o orientador correr à doente em breves minutos,e voltamos à intimidade.

Interessando-me no assunto, o atencioso Assistentesumariou o fato.

Ante o espanto que inopinadamente me assaltara,sabendo eu que a reencarnação constitui sempre umabênção que se concretiza com a ajuda superior, o Assistenteafiançou, tranqüilizando-me:

Findo o breve preâmbulo, Calderaro continuou:

— Calderaro! Calderaro! — rogou, ansiosa — amparaminha filha, minha desventurada filha!

— Oh! teria piorado? — inquiriu o instrutor, evidenciandoconhecimento da situação.

— Muito! muito!... — gemeram os trementes lábios damãe aflita; observo que enlouqueceu de todo...

— Já perdeu a grande oportunidade?— Ainda não — informou a interlocutora —, mas encontra-

se à beira de extremo desastre.

— Trata-se de lamentável ocorrência — explicou-me,bondoso —, na qual figuram a leviandade e o ódio comoelementos perversores. A irmã que se despediu, hámomentos, deixou uma filha na Crosta Planetária, há oitoanos. Criada com mimos excessivos, a jovem desenvolveu-se na ignorância do trabalho e da responsabilidade, nãoobstante pertencer a nobilíssimo quadro social. Filha única,entregue desde muito cedo ao capricho pernicioso, tão logose achou sem a materna assistência no plano carnal,dominou governantes, subornou criadas, burlou a vigilânciapaterna e, cercada de facilidades materiais, precipitou-se,aos vinte anos, nos desvarios da vida mundana.Desprotegida, assim, pelas circunstâncias, não se preparouconvenientemente para enfrentar os problemas do resgatepróprio. Sem a proteção espiritual peculiar à pobreza, semos abençoados estímulos dos obstáculos materiais, e tendo,contra as suas necessidades íntimas, a profunda belezatransitória do rosto, a pobrezinha renasceu, seguida deperto, não por um inimigo propriamente dito, mas porcúmplice de faltas graves, desde muito desencarnado, aoqual se vinculara por tremendos laços de ódio, em passadopróximo. Foi assim que, abusando da liberdade, emociosidade reprovável, adquiriu deveres da maternidadesem a custódia do casamento. Reconhecendo-se agoranesta situação, aos vinte e cinco anos, solteira, rica eprestigiada pelo nome da família, deplora tardiamente oscompromissos assumidos e luta, com desespero, pordesfazer-se do filhinho imaturo, o mesmo comparsa dopretérito a que me referi; esse infeliz, por ‘acréscimo demisericórdia divina’, busca destarte aproveitar o erro da ex-companheira para a realização de algum serviço redentor,com a supervisão dos nossos Maiores.

Deus é o Pai amoroso e sábio que sempre nos converteas próprias faltas em remédios amargos, que nos curem efortaleçam. Foi assim que Cecília, a demente que dentro empouco visitaremos, recolheu da sua leviandade mesma oextremo recurso, capaz de retificar-lhe a vida... Entretanto, ainfortunada criatura reage ferozmente ao socorro divino,com uma conduta lastimável e perversa. Coopero nostrabalhos de assistência a ela, de algumas semanas para cá,em virtude das reiteradas e comoventes intercessõesmaternas junto a nossos superiores; todavia, acalento vagaesperança numa reabilitação próxima. Os laços entre mãe efi lho presuntivo são de amargura e de ódio,consubstanciando energias desequilibrantes; tais vínculostraduzem ocorrência em que o espírito feminino há querecolher-se ao santuário da renúncia e da esperança, sepretende a vitória. Para isso, para nivelar caminhossalvadores e aperfeiçoar sentimentos, o Supremo Senhorcriou o tépido e veludoso ninho do amor materno; contudo,quando a mulher se rebela, insensível às sublimes vibraçõesda inspiração divina, é difícil, senão impossível, executar oprograma delineado. A infortunada criatura, dando asas aocondenável anseio, buscou socorrer-se de médicos que,amparados de nosso plano, se negaram a satisfazer-lhe ocriminoso intento; valeu-se, então, de drogas venenosas,das quais vem abusando intensivamente. A situação mentaldela é de lastimável desvario.

Mas, não temos minuto a perder. Visitemo-la.”

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Bibliografia:

O EvangelhoSegundo o Espiritismo ,

O Consolador - ,, .; No Mundo Maior

Emmanuel psicografia de FranciscoCândido Xavier Ed. FEB, 23ª ed., 2001 -André Luiz- Francisco Cândido Xavier, Ed. FEB - 14ª ed., 1987.;

- Allan Kardec - Tradução Roque Jacintho Ed.Luz no Lar, 3ª ed., 1991.I m a g e m : h t t p : / / b p 2 . b l o g g e r . c o m / _ 5 7 b 7 x LW M b 2 A / R f G D i -D4ElI/AAAAAAAAABk/DHMZhkSUIG4/s1600-h/reizinho_final.jpg

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