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Centro de Ciências Exatas - Departamento de Geociências IGOR FERNANDO SANTINI ZANATTA Expansão urbana e segregação residencial de Londrina: condomínios fechados horizontais e áreas subnormais Londrina – 2007

IGOR FERNANDO SANTINI ZANATTA - Universidade Estadual de ...€¦ · finalmente chegando às formas de segregação ligadas aos aspectos sócio-econômicos e até mesmo culturais,

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Centro de Ciências Exatas - Departamento de Geociências

IGOR FERNANDO SANTINI ZANATTA

Expansão urbana e segregação residencial de

Londrina: condomínios fechados horizontais e

áreas subnormais

Londrina – 2007

IGOR FERNANDO SANTINI ZANATTA

EXPANSÃO URBANA E SEGREGAÇÃO RESIDENCIAL DE

LONDRINA: CONDOMÍNIOS FECHADOS HORIZONTAIS E

ÁREAS SUBNORMAIS

Monografia apresentada ao Curso de Geografia, da Universidade Estadual de

Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Geografia.

Londrina, 2007

IGOR FERNANDO SANTINI ZANATTA

Monografia apresentada ao Curso de

Geografia, da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do

título de Bacharel em Geografia.

COMISSÃO EXAMINADORA

_____________________________

Profº. Dr. Omar Neto Fernandes Barros

Universidade Estadual de Londrina

_____________________________

Profª. Dra. Mirian Vizintim Fernandes Barros

Universidade Estadual de Londrina

_____________________________

Profª. Dra. Márcia Siqueira de Carvalho

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, ______ de Dezembro de 2005.

AGRADECIMENTOS

° A minha família e amigos.

° Ao Professor Dr. Omar Neto Fernandes Barros, pela paciência e por ter

concedido a bolsa CNPq por dois anos, o que possibilitou grande parte desse

trabalho. E a Professora Dra. Mirian Vizintim Fernandes Barros pelas

orientações.

° A turma do Curso de Geografia Noturno de 2001.

° A todos que ajudaram nesse processo de aprendizado acadêmico.

ZANATTA, Igor Fernando Santini. Expansão urbana e segregação residencial de Londrina:

condomínios fechados horizontais e áreas subnormais. Monografia (Trabalho de

Conclusão de Curso em Geografia). Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2007.

RESUMO

O déficit habitacional que existe no Brasil, algo entre 5 e 10 milhões

de habitações, é um dos graves problemas que a sociedade enfrente, e dentro

dessa questão surge uma outra, a segregação residencial, muitas vezes

agravada pelas políticas do governo para a questão da habitação é de grande

importância na discussão da produção e gestão do espaço urbano. A

segregação residencial é a aglomeração de determinados grupos étnicos ou

sociais em determinadas áreas, sendo essa aglomeração auto-imposta ou

forçada, é uma questão relacional onde só existe segregação de um grupo

quando outro se segrega ou é segregado. Esse fenômeno muito característico

e claro em grandes metrópoles também se mostra presente em cidades médias

como é o caso de Londrina, onde o crescimento do número de condomínios

fechados horizontais e das áreas subnormais tem contribuído para aumentar a

questão da segregação residencial na cidade.

Palavras-Chaves: Expansão Urbana, Segregação Residencial, Condomínios Fechados, Áreas

Subnormais.

SUMÁRIO

Lista de Figuras

1. Introdução ............................................................................................. 01

2. Histórico e Fundamentação Teórica: Segregação Residencial ...... 03

3. Metodologia ......................................................................................... 11

4. Resultados: Expansão Urbana – Condomínios fechados horizontais

e áreas subnormais..............................................................................16

5. Conclusões .......................................................................................... 29

6. Bibliografia .......................................................................................... 30

Lista de Figuras

Figura 1 – Mapa de comparação entre o rendimento dos responsáveis com

menos de 3 Salários Mínimos e com mais de 20 Salários Mínimos ................ 09

Figura 2 – Mapa de percentagem de Analfabetos por Setor Censitário em

Londrina-PR ..................................................................................................... 10

Figura 3– Percentagem de domicílios sem banheiro ou sanitário em Londrina-

PR .................................................................................................................... 11

Figura 4 – Mapa de Bairros de Londrina, conforme proposta do IPPUL e

adaptado pelo IMAP&P .................................................................................... 15

Figura 5 – Mapa de densidade populacional em Londrina-PR ....................... 17

Figura 6 – Mapa das ocupações não regularizadas em Londrina-PR ............ 20

Figura 7 – Foto do Condomínio Palmeira na Rua Prefeito Faria Lima ........... 22

Figura 8 – Foto do Condomínio Royal Golf ..................................................... 23

Figura 9 – Foto do Condomínio Catuaí Parque na Gleba Palhano ................ 24

Figura 10 – Condomínios Fechados Horizontais em Londrina-PR ................. 25

Figura 11 – Foto do Condomínio Havana, próximo ao Hospital Universitário..26

Figura 12 – Foto da entrada do Condomínio Berilo, do tipo Vila ................................ 27

Figura 13 – Foto do interior do Condomínio Osamo Takeda, do tipo Vila ...... 28

1

1. Introdução

A segregação residencial é, atualmente, um aspecto

incontestável da cidade capitalista moderna, e já aparece como um fator

importante no estudo da mesma. Esse aspecto ocorre de diversas formas e em

todo o mundo sem grandes distinções. Os Estados Unidos, considerado um

país desenvolvido e de economia sólida, apresenta uma grande determinante

racial na segregação residencial, que o diferencia dos outros. Esse mesmo

fenômeno ocorre em todas as grandes cidades francesas, onde a população

pobre, principalmente a imigrante, é praticamente relegada aos subúrbios e a

piores condições de moradia, o que vem causando uma insatisfação cada vez

maior dessa parte excluída da sociedade e gerando uma forte tensão social,

finalmente chegando às formas de segregação ligadas aos aspectos sócio-

econômicos e até mesmo culturais, que afetam as cidades da América Latina e

de grande parte do Leste Europeu, antigamente socialista.

De forma simples, a segregação residencial é o grau de

aglomeração de determinados grupos étnicos ou sociais em uma dada área,

gerando uma ocupação diferenciada em determinadas regiões. Alguns autores,

como Peter Mancuse (apud TORRES, 2004) refinam a definição do termo e

defendem que a segregação residencial se trata de um “processo por meio do

qual uma determinada população é forçada de modo involuntário a se agrupar

em uma dada área”, sendo que diversos componentes como práticas do

mercado imobiliário, políticas, instrumentos institucionais e mesmo

discriminação dos agentes imobiliários, induziriam essa aglomeração forçada

2

em determinadas regiões. A determinação, se a segregação residencial acaba

sendo um processo forçado ou natural, cabe mais as especificidades de cada

estudo e de cada caso, sendo muito difícil determinar uma regra geral para

todos eles.

A expansão urbana de Londrina é um dos aspectos mais

dinâmicos e interessantes no estudo da cidade. Durante os últimos anos essa

expansão tem se dado de maneira rápida e de forma acentuada nos seus

entornos, e a cada ano ocorre um crescimento considerável da área

efetivamente urbana da cidade. Todo esse processo possui suas

características próprias e peculiares, como a intensa verticalização ocorrida

nos anos 1980 ou o surgimento dos condomínios fechados horizontais.

Essa expansão vem se acentuando nos últimos anos, e do

meio da década de 1990 até hoje, vem ganhando características espaciais

diferenciadas. De um lado vê-se o surgimento em Londrina dos condomínios

fechados, ou exclusivos, horizontais, que vem ganhando um grande espaço em

praticamente toda a cidade. Do outro estão os assentamentos subnormais, que

são as áreas de ocupação irregular ou precária. Mesmo tendo origem nos

primórdios da ocupação urbana de Londrina, recentemente vem registrando um

número crescente de casos.

Dentro dessa situação realizou-se o estudo sobre a expansão

urbana de Londrina, mais especificamente envolvendo esses dois

componentes antagônicos da expansão urbana e da distribuição espacial da

população pela cidade. Com o apoio da bolsa de iniciação científica

Pibic/CNPq foi possível realizar a análise inicialmente prevista e formular o

3

banco de dados necessário para que essas informações integrassem o SIG da

cidade de Londrina, e também o “Atlas Urbano-Ambiental Digital” de Londrina,

desenvolvido pelo grupo de Pesquisa da UEL/CNPq - IMAP&P (Imagens,

Paisagens e Personagens), formado por docentes do Departamento de

Geociências da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e com financiamento

da Fundação Araucária.

Nesse estudo buscou-se primeiro uma contextualização geral

da segregação residencial e seus processos para depois demonstrar o caso de

Londrina, mais especificamente de uma primeira abordagem no que se referem

ao surgimento dos condomínios fechados e das áreas subnormais como um

processo de segregação residencial marcante na paisagem da cidade.

2. Histórico e Fundamentação Teórica: Segregação

Residencial

À definição simples de que segregação residencial é a

aglomeração de determinados grupos em uma dada área deve-se somar a

perspectiva de que todo esse processo é um fenômeno relacional, onde “só

existe segregação de um grupo quando outro grupo se segrega ou é

segregado” (TORRES, 2004). É na intensidade desse fenômeno e dessas

relações em que se mede o grau de isolamento e segregação de determinados

grupos sociais em relação a outros, e mesmo o grau de segregação interna de

determinadas cidades.

4

Um outro aspecto relacionado por Torres (2004) dentro do

estudo de segregação residencial é como essa contribui de fato para o

aumento e perpetuação da pobreza, sendo apresentados alguns elementos

para a comprovação dessa contribuição. O primeiro trata da má qualidade de

moradia, o que implica em riscos ambientais e principalmente para a saúde das

famílias de baixa renda, que por muitas vezes têm de buscar em áreas

impróprias e pouco dotadas de infra-estrutura mínima a solução para a falta de

lugar para viver. Um outro aspecto relacionado é a desproporcionalidade dos

custos de moradia entre as camadas ricas e pobres da sociedade, sendo que

esses últimos gastam, segundo Torres (2004), cerca de 25% dos rendimentos

com habitação, versus cerca de 17% das famílias com poder aquisitivo maior.

Esse gasto relativo maior das famílias pobres gera um aumento na disparidade

entre esses dois extremos da sociedade. Distância entre a moradia e o

emprego, efeitos de vizinhança e situação irregular de moradia são outros

elementos da segregação residencial que acabam por contribuir para a

perpetuação da pobreza, no sentido de que impõe barreiras e dificuldades para

o desenvolvimento dos moradores de áreas pobres, gerando um aumento da

desigualdade.

Alguns fatores têm se destacado nos estudos sobre o tema da

segregação residencial, como, por exemplo, o aumento significativo do número

de favelas e com isso de “favelados”, e o surgimento de inúmeros condomínios

fechados ou exclusivos. Essa auto-segregação imposta pelas classes com

maior poder aquisitivo não é uma novidade, nem um fenômeno recente dentro

da cidade, nem mesmo do convivo social da humanidade. Durante toda a

5

história a classe dominante buscou se distanciar física e socialmente das

classes mais pobres, se valendo de diversas formas de organização espacial.

As regras que organizam o espaço sejam elas implícitas ou explícitas, são

demonstrações de padrões de diferenciação social, espacial e também de

segregação. O que muda nos dias de hoje são apenas as formas que ocorrem

essa segregação. Que já foi apenas pelo tipo e qualidade de moradia e sem

grandes distâncias entre as classes, passando pelo clássico padrão das

cidades sul-americanas de centro-periferia. Com a ocupação das áreas

centrais pelas classes mais ricas e empurrando para a periferia as classes

pobres. Chegando até o atual estágio onde surge um novo e ainda não muito

claro padrão de segregação, determinado pelo crescimento periférico da

maioria das cidades que encurtou a distância entre as áreas ricas e pobres,

fazendo crescer os muros e aparatos de segurança para que essa distinção

entre as classes se torne cada vez mais clara. Chegando até o ponto de

separação de grandes áreas comuns exclusivas, que é o caso dos

condomínios residenciais murados que surgem na periferia das cidades

brasileiras.

Se a relação de auto-segregação das classes ricas e

segregação forçada das classes pobres é um elemento comum e recorrente a

grande parte da história das cidades, nos dias de hoje existe toda uma nova

forma em que essa dinâmica acontece. Tais fatos merecem uma atenção

especial e um estudo mais aprofundado tanto de como se processa essa

segregação no espaço urbano, quanto dos reflexos que essa separação pode

6

trazer nas relações entre essas áreas que estão tão próximas, e cada vez mais

separadas por mecanismos distintos.

A ação estatal na área de políticas públicas tem ajudado de

certa forma a reduzir as desigualdades, principalmente com ações nas áreas

de saneamento básico, educação e combate à fome e a miséria, mas por outro

lado, reproduzem e até agravam com as políticas de habitação as dimensões

da segregação residencial já que não promovem uma maior integração da

população, e sim uma diferenciação entre áreas para ricos e áreas para

pobres. Mesmo aquelas que são benéficas para a população pobre como a

readequação de favelas e regularização de áreas ocupadas só ajuda a manter

uma grande segregação já que geram um processo de homogeneização e

estigmatização de diversas áreas como de população de menor poder

aquisitivo. Outro problema é o enorme déficit habitacional existente no Brasil,

com números que variam de 5 a 7 milhões segundo dados do próprio governo

federal dos anos de 2000 e 2006, chegando até a marca de 10 milhões se

contadas as habitações sem as mínimas condições de saneamento básico e

moradia, o que representa cerca de 20 a 40 milhões de pessoas sem moradia.

Esse déficit somado a perpetuação da segregação residencial resultante das

ações do governo na política habitacional contribuem para o aumento da

pobreza, já que repetem as barreiras impostas aos moradores de áreas pobres,

o que reflete no crescimento da desigualdade, em um círculo que vai se

tornando vicioso.

Apesar de todos os novos processos que envolvem a

segregação residencial serem mais visíveis e claros em grandes metrópoles

7

como São Paulo ou Rio de Janeiro, algumas cidades médias, como Londrina,

também começam a sofrer com essas novas formas de segregação

residencial.

Em Londrina especificamente, segundo o relatório de 2002 do

PEMAS (Plano Estratégico Municipal de Assentamentos Subnormais), não

existe um número que indique precisamente a necessidade quantitativa de

novas moradias, mas com base em dados do IBGE do ano de 2000 e do

próprio PEMAS realizado pela COHAB Londrina, mostra que a demanda por

novos domicílios de 30.106 moradias. Destas, 27.787 unidades eram

demandadas por famílias sem moradias, sendo que para renda familiar até 3

salários mínimos a necessidade levantada era de 23.576 unidades

habitacionais, ou seja, 78% do total. Também com base no relatório, pode-se

observar que existe uma concentração dos opitantes sem moradias na zona

norte da cidade (27% do total) e certo equilíbrio entre as outras regiões (15%

na zona sul e oeste, 19,5% na zona leste e 18,6% no centro).

Um estudo do PNUD (Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento), BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do

Ministério das Cidades, intitulado “O Déficit Habitacional no Brasil - Municípios

Selecionados e Microrregiões Geográficas”, de 2005, apresenta o déficit

habitacional da cidade de Londrina de 9.869 unidades, sendo que 9.690 destes

localizados na área urbana do município, e mais de 87% das famílias afetadas

com rendimento inferior a 5 salários mínimos.

Em relação à estrutura da cidade, segundo dados publicados

no Perfil 2004 pela Prefeitura Municipal, o município de Londrina, em 2003,

8

possuía os seguintes índices: 100% da população com acesso à coleta de lixo;

81,5% da área urbana atendida pela rede de galerias pluviais; 67,50% da

população servida pelo sistema de esgotamento sanitário; 98,43% da

população atendida pelo sistema de abastecimento de água e 95% das vias

com pavimentação.

Ainda com relação à infra-estrutura urbana, o Sistema Nacional

de Indicadores Urbanos, organizados pelo Ministério das Cidades, mostra

números um pouco diferentes dos apresentados pela Prefeitura Municipal.

Segundo esse Sistema os indicadores apresentam 95,12% dos domicílios

ligados à rede de abastecimento de água, 95,61% ao serviço de coleta de lixo

e 77,06% dos domicílios ligados à rede geral coletora de esgoto ou a uma

fossa séptica.

Ainda que os números sobre infra-estrutura urbana da cidade

de Londrina sejam considerados bons em relação à média nacional, segundo o

próprio Sistema Nacional de Indicadores Urbanos, a desigualdade ainda é uma

marca presente quando se analisam os dados do Censo Demográfico de 2000

do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desigualdade essa

que está representada nas Figuras 1 e 2, sendo que a primeira trata da

comparação de renda entre responsáveis pelo domicílio que ganham até 3

salários mínimos e mais de 20 salários mínimos, e a Figura 2 trata da

percentagem de analfabetos entre os responsáveis pelo domicílio por setor

censitário.

Ainda que as recentes mudanças com relação à expansão

urbana, principalmente dos condomínios fechados horizontais, não estejam

9

contemplada nos dados do Censo de 2000, nota-se uma profunda separação

entre os que ganham mais e os que ganham menos, além das taxas de

analfabetismo bastante discrepantes entre a área central e as áreas periféricas.

Figura 1 – Comparação entre o rendimento dos responsáveis com menos de 3

Salários Mínimos e com mais de 20 Salários Mínimos

10

Figura 2 – Percentagem de Analfabetos por Setor Censitário em Londrina-PR

Outro ponto a ser destacado das análises sobre os dados do

Censo Demográfico do IBGE é a comprovação de que Londrina tem um bom

índice de população atendida pela rede de esgoto sanitário se comparado aos

índices nacionais. Mas mesmo em um serviço em que o município presta

razoavelmente bem à população nota-se que a espacialidade deste serviço é

seletiva, com diversas áreas com grande déficit em relação ao resto da cidade,

como representado na Figura 3.

11

Figura 3– Percentagem de domicílios sem banheiro ou sanitário em Londrina-PR

3. Metodologia

A metodologia empregada no presente estudo foi o trabalho de

campo para levantamentos de dados sobre os condomínios, e as áreas

subnormais na cidade de Londrina, aliado ao levantamento de dados

estatísticos, documentos cartográficos e diversas análises anteriores sobre a

temática, que permitiram uma abordagem inicial sobre a expansão urbana e

12

sobre segregação residencial, além da utilização de técnicas de

geoprocessamento visando à formulação de um banco de dados.

Os dados usados nesse trabalho foram obtidos junto a

Secretaria de Obras da Prefeitura e ao IPPUL (Instituto de Pesquisa e

Planejamento Urbano de Londrina), além de contar com dados da COHAB-LD

(Companhia de Habitação – Londrina) e do Censo Demográfico do IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizado em 2000.

Através da relação de condomínios fechados horizontais

aprovados pela Prefeitura Municipal e da relação de áreas subnormais obtidas

de um estudo da COHAB-Londrina, buscou-se espacializar e analisar essas

informações para que as mesmas fizessem parte do SIG da cidade de

Londrina.

O levantamento das informações junto a Prefeitura Municipal

de Londrina foi parte importante do projeto, porém seus resultados não foram

conclusivos. A definição de condomínio e loteamento fechado não foi

sistematizada em todos os setores e órgãos da prefeitura, gerando confusão ao

se estabelecer quais áreas seriam consideradas como condomínios exclusivos.

Ao final dos levantamentos chegou-se a um número de condomínios exclusivos

que não correspondia aos efetivamente encontrados na cidade, sendo

necessária uma pesquisa de campo para que as informações fossem

conferidas e complementadas, que fez o número de condomínios incluídos na

análise saltar dos 14 inicialmente listados na prefeitura para 49, tendo como

referência o ano de 2004 para essa listagem.

13

Para esse trabalho foi criada uma diferenciação entre os

grandes e pequenos condomínios horizontais fechados, chamando de feudos

os de maior porte e certas características, de condomínios em vila ou somente

Vilas os de menor porte e ainda algumas adaptações que remetem à idéia de

condomínio fechado. Os Feudos são grandes empreendimentos, com muitos

lotes em um mesmo condomínio. Contam com segurança reforçada, grandes e

imponentes pórticos de entrada controlando a circulação em seu interior, além

de áreas de lazer com diversos equipamentos e até mesmo lagos e bosques

particulares, e todo um sistema de arruamento semelhante a qualquer bairro

não fechado. Para esse tipo específico de condomínio, um loteamento inteiro

cercado por muros e com sua circulação interna restrita, deu-se o nome de

feudo pela semelhança com as antigas fortificações européias, porém sem

nenhuma intenção de associação ou estudo entre um e outro.

Um segundo tipo de condomínio, de menor porte, são as

chamadas Vilas. Esses condomínios, pelo seu tamanho, não precisam de um

grande sistema de ruas e sim de apenas uma via de passagem, tendo sua

circulação devidamente controlada, sendo que muitos deles não contêm

guaritas ou seguranças. A entrada é controlada pelos próprios moradores

através de portões eletrônicos. As áreas de lazer são pequenas até mesmo por

razão do pequeno número de moradores.

Outro ponto diferencial dos condomínios do tipo Vila é a forma

de construção e venda do imóvel. Em sua grande maioria o empreendedor do

condomínio é também o responsável pela construção das casas, agregando

assim mais valor ao empreendimento. Outro fator a ser destacado é a

14

ausência, em muitos casos, de publicidade para a venda das casas, já que o

pequeno número de lotes tem na própria vizinhança dos bairros os seus

potenciais compradores, ou mesmo nos trabalhadores de fora das grandes

empresas instaladas na cidade, que acabam por morar nesses condomínios

próximos ao local de trabalho e distantes do centro.

Há ainda as chamadas adaptações, que são empreendimentos

imobiliários onde algum aspecto físico ou imaginário dos condomínios está

presente na concepção do mesmo, tais como, muro fechando parcialmente o

loteamento e controle parcial de acesso e circulação.

As áreas de assentamentos subnormais já estavam mais bem

definidas devido a estudos recentes realizado pela COHAB de Londrina e da

própria prefeitura, já que se trata de áreas que exigem um maior cuidado do

poder público. Sendo que áreas subnormais são favelas, ocupações e

assentamentos, e que segundo a definição do IBGE é

“o conjunto constituído por no mínimo 51 unidades habitacionais

(barracos, casas, etc.) ocupando ou tendo ocupado, até período

recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular),

dispostas, em geral, de forma desordenada e densa. Em sua maioria

são carentes de serviços públicos essenciais” (In: O Déficit

Habitacional no Brasil - Municípios Selecionados e Microrregiões

Geográficas, p. 32)

As áreas trabalhadas pela COHAB Londrina foram as Favelas

Urbanizadas, produto de invasão livre ou de ocupação desordenada, que

passou por um processo de urbanização básica visando uma futura

regularização fundiária; Assentamento que é um núcleo planejado, de área

15

pública, onde em um primeiro momento as famílias são retiradas para uma

urbanização básica, e posterior assentamento regularizado das famílias que

ocupavam esse ou outro local; e Ocupações Irregulares que são as áreas

impossíveis de serem regularizadas devido a risco e a insalubridade, e que

também são fruto de ocupações.

Para a designação dos bairros de Londrina adotaremos a

proposta do IPPUL e adaptada pelo IMAP&P, confirma a figura 4.

Figura 4 – Mapa de Bairros de Londrina, conforme proposta do IPPUL e

adaptado pelo IMAP&P

16

4. Resultados: Expansão Urbana – Condomínios fechados

horizontais e áreas subnormais

A utilização das áreas no entorno da cidade de Londrina

acontece desde os primeiros anos de sua existência. Logo em 1936, apenas

dois anos depois de Londrina ter sido transformada em sede administrativa

municipal, já se registrava a ocupação de áreas fora do perímetro urbano por

populações de baixa renda (FRESCA, 2002). Mesmo com a valorização desses

lotes eles ainda eram muito baratos se comparados aos da área urbana central

da cidade. Cada loteamento, vendido à população com renda menor se

transformava em uma vila, que acabaram sendo uma das principais

características do processo de urbanização da cidade de Londrina e, hoje já

constam como aspecto histórico da cidade. Essas vilas tinham uma expansão

rápida, que acontecia de maneira desordenada, contrastando com todo o

planejamento realizado pela Companhia de Terras para a área central da

cidade. No final do ano de 1947 já se encontrava em Londrina 53 vilas

espalhadas pelo entorno da cidade. Mesmo com a proibição de novos

loteamentos, em 1948, eles continuaram crescendo e sendo parte importante

do processo de expansão territorial e urbana do município.

O principal fator do aparecimento dessa ocupação em torno da

cidade foi o elevado crescimento populacional que Londrina apresentou

durante seu pequeno período de existência. Crescimento esse impulsionado

por ciclos de produção cafeeira e pela posição de capital regional alcançada

17

pela cidade. No ano de 1970 a cidade registrava uma população de 228.000

habitantes, sendo que no Censo de 1991 os números já chegavam a 390.000,

e atualmente ultrapassa os 497.000. Alcançou nesse período a posição de 3º

maior cidade do Sul do País. Em menos de 30 anos a cidade quase dobrou o

número de habitantes, índice de crescimento considerado alto, o que forçou a

sua expansão, muitas vezes de forma irregular.

Figura 5 – Densidade populacional em Londrina-PR

Na figura 5, que corresponde ao mapa da densidade

populacional da cidade de Londrina pode-se notar, ao se comparar com o

18

mapa de ocupações não-regularizadas (figura 6, página 20) e o mapa dos

condomínios fechados (figura 10, página 25), que esses dois fenômenos da

expansão urbana buscam preferencialmente as áreas não centrais e, em se

tratando dos grandes condomínios, áreas com menor densidade populacional.

Atualmente as ocupações de áreas que envolvem a cidade

continuam a acontecer, mas agora com outros contornos políticos e sociais.

Em 2001 a COHAB-LD contabilizou dentro do perímetro urbano da cidade, 57

áreas subnormais, entre favelas, assentamentos e ocupações irregulares de

áreas públicas e particulares, se estendendo por toda a cidade, e com maior

presença nas zonas Norte e Leste (ZEQUIM, 2004), nos bairros Olímpico, Vivi

Xavier, Cidade Industrial e Cilo 3. Muitas dessas em áreas de fundo de vale,

que foram municipalizadas, passando assim a se tornar responsabilidade da

Prefeitura, que deveria urbanizar e preservá-las. Como isso acaba não

acontecendo, essas áreas tornam-se alvos das ocupações.

As áreas de ocupação subnormal, estudadas com base no

relatório da COHAB, dizem respeito tanto às ocupações irregulares, que são

áreas que foram ocupadas, organizadamente ou não, e que são impossíveis de

serem regularizadas devido à insalubridade, riscos ambientais ou de futura

ocupação pelo poder público, quanto área de favelas e assentamentos, que

são ou podem ser urbanizados e regularizados pela Prefeitura.

Dentro dessas 57 áreas encontravam-se 9.144 lotes, em que

vivia 45.766 pessoas, um número muito alto se considerando que a população

urbana do município no ano de 2000 foi de 433.369 habitantes, isso é, mais de

10% da população de Londrina viviam em áreas subnormais no ano de 2001.

19

Uma série de programas governamentais tem sido criada para a regularização

e normalização das áreas subnormais, porém seu crescimento continua

acelerado devido tanto ao crescimento da cidade, quanto da ineficácia desses

programas de atingir um alvo maior em suas operações.

Das áreas subnormais existem àquelas que apresentavam os

problemas mais graves dentre todas as ocupações. As áreas destacadas pelo

estudo como as mais necessitadas são o Jardim João Turquino e Jardim

Maracanã I e II, localizados na região da Gleba Palhano, próxima a

Universidade Estadual de Londrina – UEL no Bairro Olímpico. Na figura 6 estão

representadas todas as áreas não-regularizadas da cidade no ano de 2002.

20

Figura 6 – Ocupações não regularizadas em Londrina-PR

Ainda dentro da expansão urbana da cidade, porém, em uma

situação sócio-econômica totalmente oposta estão os condomínios fechados

ou exclusivos, que em Londrina mostrou ser um fenômeno recente se

comparado à mesma situação em cidades de igual ou menor porte na região

Sul e no interior do estado de São Paulo.

21

O começo efetivo desse tipo de ocupação deu-se a partir da

implantação do Shopping Center Catuaí na região sudoeste da cidade, no

Bairro Vivendas do Arvoredo, próximo a Universidade Estadual de Londrina e

ao IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná). Inaugurado em 1990 o Shopping

deu início a uma valorização da região onde foi instalado. Tal fato gerou um

interesse dos grupos imobiliários da cidade, que viram na região um local

apropriado para a instalação de condomínios fechados.

Tentativas anteriores de fechamento de loteamentos e

condomínios horizontais tinham sido proibidas pela Prefeitura durante anos,

como o caso do condomínio Palmeira, na Rua Prefeito Faria Lima. Hoje se

encontra com os muros que cercariam a entrada do local, porém, de portões

abertos e com a circulação livre em seu interior (figura 7). O local ainda conta

com alguns aspectos de condomínio fechado como os próprios muros e os

vigias que circulam pelas ruas.

No começo da década de 1990 foram definidas as legislações

do município em relação ao fechamento de áreas residenciais, o que

proporcionou a instalação dos condomínios horizontais na cidade.

22

Figura 7 – Foto do Condomínio Palmeira na Rua Prefeito Faria Lima

Em 1995 foi aprovado o Royal Golf Residence (figura 8),

loteamento do grupo Teixeira & Holzmann dando início à ocupação da área da

Gleba Palhano por inúmeros condomínios do mesmo tipo. A partir de 1997 os

condomínios foram se espalhando de maneira lenta por outras áreas da cidade

(Figura 10, página 25), adquirindo em cada área características próprias, seja

com um número menor de lotes ou em uma estrutura diferenciada no padrão e

custo dos lotes. Além dos condomínios localizados na Gleba Palhano, que

seguem um padrão mais alto, ainda existem condomínios fechados na Zona

Leste, Bairro Aeroporto, próximo ao Hospital Universitário, na Zona Oeste tanto

próximo da Avenida Arthur Thomas quanto do Estádio do Café, nos Bairros

23

Jamaica, Bandeirantes, Leonor e Coliseu, e outros pequenos espalhados pela

cidade.

Figura 8 – Foto do Condomínio Royal Golf, sem segundo plano.

Os condomínios da Gleba Palhano, na Zona Sul, caracterizam-

se por serem grandes empreendimentos, na maioria das vezes com mais de

150 lotes cada, apresentando as características clássicas de condomínios

fechados, estando associadas à imagem que esses passam para a população

em geral.

24

Figura 9 – Foto do Condomínio Catuaí Parque na Gleba Palhano

Muitos desses condomínios estão localizados próximos ao

Shopping Catuaí e a UEL, na Gleba Palhano (Figura 9), tendo na Avenida

Mario Gonçalves Palhano sua principal via de acesso, contando ainda com o

isolamento em relação aos bairros mais habitados e proximidade com áreas

verdes e córregos, o que torna o ambiente mais bucólico. Tais fatos estão

associados à pretensão dos moradores, que buscam além da segurança dos

condomínios, uma maior proximidade com áreas verdes e uma tranqüilidade

que não se encontra mais no centro da cidade ou em um bairro movimentado.

25

Figura 10 – Condomínios Fechados Horizontais em Londrina-PR

Também construídos no sistema de feudo, são alguns

condomínios localizados próximos ao Hospital Universitário, na Zona Leste da

cidade (Figura 11), construídos pelos mesmos empreendedores dos grandes

condomínios da Zona Sul. O diferencial desses para os localizados na Gleba

Palhano é a inserção dos condomínios dentro da cidade, em uma área

bastante movimentada e com bairros ao redor. Por localizaram-se em uma

Avenida, ou próximos ao Hospital, acabam por perder o ambiente tranqüilo,

mesmo conservando as medidas de segurança e os equipamentos de lazer

que seus similares possuem.

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Figura 11 – Foto do Condomínio Havana, próximo ao Hospital Universitário.

Também na Zona Oeste pode-se observar um fenômeno que

permeia outras áreas da cidade, que são os condomínios do tipo Vila (figura 12

e 13). São formados normalmente por poucos lotes, entre 15 e 30. Esses são

uma adaptação dos grandes condomínios fechados e também dos

condomínios verticais, construídos principalmente para atender a classe média.

27

Figura 12 – Foto da entrada do Condomínio Berilo, do tipo Vila.

O que une esses dois tipos de condomínios, as Vilas e os

Feudos, é a idéia imaginária dos mesmos, que visam oferecer segurança e

qualidade de vida aos seus moradores, sendo da classe alta ou média, em uma

localização relativamente distante do centro da cidade, mas ao mesmo tempo

próximo da infra-estrutura básica da vida urbana como supermercados,

hospitais e comércio. A imagem vendida por esses empreendimentos, um

enclave residencial fortificado, com segurança e bem-estar, busca desassociá-

los da imagem da cidade, sempre violenta, suja e barulhenta. Principalmente

nos condomínios do tipo Feudo, localizados em áreas pouco urbanizadas,

28

vende-se não só um empreendimento imobiliário, mas um símbolo de status

associado com uma imagem “anti-urbana” e luxuosa.

Figura 13 – Foto do interior do Condomínio Osamo Takeda, do tipo Vila

A grande procura pelos condomínios exclusivos pode ser

observada no rápido crescimento desse tipo de empreendimentos na cidade de

Londrina, que já somam 49. Com uma estrutura de mais de 3.700 lotes

distribuídos entre os grandes e pequenos condomínios ao longo de toda a

cidade. E ainda com diversos projetos para novos condomínios.

29

Se considerarmos a densidade média de 4 moradores por

domicílio, teremos 14.800 potenciais habitantes nesse tipo particular de

moradia, ou seja, cerca de 3,4% da população total da cidade.

5. Conclusões

Contextualizando a forma que a segregação residencial

assume em Londrina pode-se notar a grande diferença ainda existente entre

uma cidade de porte médio para as grandes metrópoles brasileiras como São

Paulo e Rio de Janeiro. Nota-se que essa intensa e nova forma de segregação

afeta a cidade com aspectos muito parecidos com a das grandes metrópoles

mesmo que em uma escala reduzida.

Estudar esse processo em seu relativo início e com essa

escala espacial reduzida torna-se interessante para apreender como se dá

essa transformação das áreas periféricas da cidade e também quais

conseqüências tais processos trarão. Além das relações sociais e espaciais

que essas áreas distintas apresentadas no texto, os condomínios e as áreas

subnormais, terão ao dividir espaços tão próximos.

É também muito importante que se busque mais que os

aspectos superficiais dessas transformações, procurando o contexto em que se

dão esses processos de mudanças. Com o suporte dos dados levantados

através de censos demográficos e outras pesquisas de diversas fontes como

Cohab e Prefeitura, pode-se chegar à conclusões acerca da segregação

30

residencial na cidade de Londrina, que mesmo estando em um processo não

tão avançado já mostra características marcantes, e com clara tendência a se

tornar significativo na organização espacial da cidade.

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