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Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica Nº 108 - julho / 2018 Comunhão Anglicana www.pinterest.co.uk

Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica Comunhão ... · O mais importante na oração de Jairo foi a certeza do poder de cura de Jesus. Ele tinha a certeza de que, se Jesus

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Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica

Nº 108 - julho / 2018

Comunhão Anglicana

www.pinterest.co.uk

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PRESIDÊNCIA

DOS CULTOS

Dá-me, Senhor, força e coragem pa-ra vencer os momentos de desespero e cansaço.

Ajuda-me, para que eu seja paciente e compreensivo, simples e modesto.

Neste momento, ofereço-Te todas as

minhas preocupações, angústias e sofrimentos, para que eu seja mais digno de Ti.

Aceita, Senhor, que eu una os meus sofrimentos aos sofrimentos do teu Filho Jesus Cristo, que por amor de nós deu a sua vida no alto da Cruz.

Ámen.

OREMOS PELOS

DOENTES

04 – Manuela Meireles

07 – Flor Silva

08 – Carolina Sousa

08 – Matilde Fernandes

12 – Cátia Fernandes

25 – Irene Mota

26 – Bruno Alexandre

Por definir

hora do fecho desta edição

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Marcos 5,21-43

Jairo teve o privilégio de

fazer uma oração na presen-

ça física do próprio Jesus.

Deu um passo certeiro, por

ter sido feito com fé. Jairo

era uma pessoa muito im-

portante, um dos principais

da sinagoga e teve três

ações diante de Jesus:

Jairo estava aflito, não sabia o que fazer, a sua filha estava a morrer.

Então, ele olha para Jesus. É preciso ser humilde e reconhecer que sem

Deus nada podemos. É preciso em primeiro lugar olhar para Jesus, sa-

ber que para Ele nada é impossível. Jairo reconheceu isso e teve uma

atitude de uma simplicidade ainda maior: prostrou-se diante de Jesus.

Ele é o nosso rei, Ele é o nosso Mestre, devemos diariamente prostrar-

mo-nos diante de Deus em oração.

O mais importante na oração de Jairo foi a certeza do poder de cura de

Jesus. Ele tinha a certeza de que, se Jesus impusesse as mãos sobre ela,

a menina seria curada. Se Jesus iria atender ou não, não dependia de

Jairo, mas ele tinha fé no poder salvífico e de cura de Jesus. Isso é ter

fé: é crer que Jesus pode!

Antes de ir à casa de Jairo para curar a sua filha, no caminho, aconte-

ceu um outro milagre. Uma mulher que sofria de hemorragias já tinha

passado por vários médicos, piorando cada vez mais. E no meio daque-

la multidão, a mulher tocou-lhe as vestes, e dizia: “Se eu apenas lhe

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tocar as vestes, ficarei curada”. Mais uma prova de fé. A mulher tinha a certe-

za do poder de Jesus para curá-la. E no meio daquela multidão, Jesus pergun-

ta: Quem me tocou? Então a mulher se prostrou diante de Jesus e declarou

toda a verdade. Muitas pessoas, naquele momento, estavam a tocar em Jesus.

Mas Jesus percebeu que alguém tocou com fé, crendo no Seu poder. Hoje,

muita gente busca Jesus, toca-lhe as vestes, mas falta-lhe a fé. Falta a certeza

do poder de Jesus. Fé é dar um passo de coragem e confiança.

Jesus chega, então, à casa de Jairo. A situação estava ainda mais complicada,

pois a menina já não estava doente, mas morta. Ninguém acreditava na possi-

bilidade de um milagre. Mas, Jesus foi o pastor de Jairo e alimentou ainda

mais a fé que ele tinha, dizendo: “não temas, crê somente”. Jairo já tinha pe-

dido a Jesus, portanto agora bastava-lhe crer e confiar. Às vezes nos parece

que tudo está morto, acabado, que não há mais solução; mas para Jesus era

apenas um sono.

A palavra de Jesus tem poder. Quando Deus ordena, o mundo é criado.

Quando Jesus ordena, a tempestade acalma-se. Quando Jesus ordena, as suas

bênçãos são derramadas nas nossas vidas.

Em todas as situações da nossa vida, temos que crer no poder de Jesus. É pre-

ciso acreditar no poder de Jesus em todas as circunstâncias. Sejamos confian-

tes conforme a nossa fé.

Somos desafiados a viver diariamente a nossa fé em Cristo, somos provados

nessa fé, e só são aprovados aqueles que fazem da fé um estilo de vida e não

atitudes momentâneas de oração e louvor sem compromisso e sem fidelidade.

Acreditemos e tenhamos fé no poder da oração. Com Jesus e pela força da

oração, tudo pode ser mudado!

José Manuel Santos, adaptado de homilia.cancaonova.com

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João 20,24-29

No episódio narrado no

evangelho, Tomé não é,

certamente, um modelo

para nós. Jesus di-lo clara-

mente: “Porque me viste,

acreditaste. Felizes os que

crêem sem terem visto!” (v. 29). Mas, como já referimos, a sua incredu-

lidade foi útil para nós.

O que mais impressiona é que Tomé acompanhara Jesus, tal como os

outros apóstolos. Conhecia bem o seu rosto e as suas palavras. Mas,

agora, para acreditar, quer ver os sinais da Paixão: “Se eu não vir o si-

nal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos

pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.” (v. 25). Mas, exata-

mente nisto, Tomé torna-se modelo para nós, pois sabe discernir o que

carateriza Jesus. Depois da Paixão, Jesus é caraterizado pelas suas cha-

gas. Esses sinais do seu amor são suficientes para O reconhecermos.

Por isso, as conserva na sua carne gloriosa: “Olha as minhas mãos: che-

ga cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas

incrédulo, mas fiel.” (v. 27). Tomé, podemos dizê-lo, foi o primeiro

devoto do Coração de Jesus. Quis contatar, também fisicamente, com

esse Coração trespassado por nosso amor. Quantos cristãos contempla-

ram o Lado aberto e o Coração trespassado de Jesus. O P. Dehon com-

para-o ao livro escrito por fora e por dentro, referido no Apocalipse, e

que nos fala só de amor.

A contemplação do Lado aberto e do Coração de Jesus levou Tomé à

sua fortíssima expressão de fé: “Meu Senhor e meu Deus!” (v. 28). Que

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essa mesma contemplação do mais expressivo sinal do amor do nosso Salva-

dor nos leve a uma fé clara, decidida, forte, apostólica.

Pedro Fernandes, adaptado de dehonianos.org

S. Marcos 6, 1-6

A fé é condição necessária para que Jesus possa atuar e conceder as suas gra-

ças. Por isso é que Jesus não pôde realizar prodígios entre os seus conterrâ-

neos, também nós, podemos deter-nos nas aparências contrárias e não reco-

nhecer as intervenções de Deus na nossa vida e na vida do mundo. Quando

nos encontramos no meio de provações, que nos parecem incompreensíveis e

mesmo absurdas, ficamos inquietos e facilmente sucumbimos à tentação con-

tra a fé. A Palavra de Deus, hoje, ajuda-nos a permanecer firmes. Não nos dá

respostas diretas para cada caso de sofrimento, mas convida-nos a reencontrar

aquela atitude filial que, nos momentos de dor, nos permite reconhecer a mão

de um Deus que é, acima de tudo, Pai. O homem é homem pelo mistério da

sua liberdade. Deus jamais lhe retira esse dom, mas ajuda-o a crescer numa

atitude de confiança e de abandono n´Ele, mesmo quando nos vemos em situ-

ações de lágrimas e san-

gue. Nem Jesus, o Filho

predileto, santo e inocen-

te foi poupado: «O casti-

go que nos salva caiu

sobre ele, fomos curados

pelas suas chagas» (Is

14º DOMINGO COMUM 8 DE JULHO

7

53, 5).

Não há provação tão dolorosa que não nos permita lançar sobre Ele o nosso

olhar para reencontrarmos nas suas lágrimas de compaixão a certeza de que o

sofrimento, a dor, os sofrimentos não são maldição, mas caminho que o pró-

prio Amor nos faz percorrer, no seu abraço sem fim. Não podemos compre-

ender, Deus é Deus e, diante d´Ele, diante dos seus insondáveis caminhos, há

apenas que assumir uma atitude de adoração e de fé. O maior escândalo para

o nosso coração consiste em que, não só o sofrimento não nos seja retirado,

mas que o próprio Deus tenha vindo para meio de nós em pobreza, insignifi-

cância, a derramar as suas lágrimas humanas de Filho. A Carta aos Hebreus

já nos disse como Jesus quis aprender a obediência pelas coisas que sofreu,

quis conhecer aquela educação dolorosa que nos é necessária. Quando, por

nosso lado, vivemos estes momentos de dolorosa educação, estamos unidos a

Ele de modo especial e podemos crescer muito no seu amor.

Jorge Filipe Fernandes

S. Marcos 6,7-13

Chamou a si os doze, e começou a enviá-los a dois e dois, e deu-lhes poder

sobre os espíritos imundos.

Esta imagem de uma evangelização dois a dois ser-nos-á bastante familiar.

Todos nós já fomos abordados por esta estratégia. Alguns grupos religiosos

entre nós cumprem á risca esta prática. Sempre me fascinou esta forma de

envio muito distante do que eu conhecia. Nunca se colocou a questão de ir

“eu e outro”, mas sempre um como testemunho individual de vida ou muitos

como testemunho coletivo da Igreja. Confesso, e talvez aqui pela primeira

15º DOMINGO COMUM 15 DE JULHO

8

vez, que esta estratégia foi para

mim aterradora durante muito

tempo. Fazia-me lembrar o pior

da minha infância e da minha

adolescência. Como nunca tive

muito jeito para desportos, lembro

-me que gelava quando ouvia as

terríveis palavras: “Agora divi-

dam-se em grupos e escolham com quem querem jogar”… Era o momento de

ter que enfrentar não apenas a minha pouca simpatia por redes e raquetes e

bolas de futebol e etc… mas o ter que ver lentamente a escolha, e os que co-

mo eu iam ficando desgraçadamente para trás confrontados com o não serem

escolhidos, não incluídos e no fim quase sempre ouvir: “só sobrou este, lá

vou ter que jogar com este imbecil que nem um pontapé sabe dar numa bo-

la…”. Assim friamente, sem apelo, num tempo sem pedagogia, pelo menos no

desporto, fui-me tornando numa espécie de mal menor, tipo: já que não há

mais ninguém…. Mais tarde, ainda hoje sem saber bem como nem porquê,

descobri milagrosamente que era bom na baliza. Pelo menos estava parado

uma boa parte do tempo o que me protegia da exposição pública e me dava

energia para que quando fosse necessário sair da área o fazer sem hesitar.

Para meu espanto passei a ser o primeiro a ser escolhido para a ir à baliza,

como se dizia naquele tempo. Ao contrário do Cristiano Ronaldo que mete

golos de “bicicleta” cheguei a fazer o contrário, a defender golos de

“bicicleta”, para espanto de todos especialmente de mim mesmo!!! Não é

fácil trabalhar em equipa e talvez dois a dois ainda menos. Só muito mais

tarde descobri o valor do mais pequeno grupo humano que pode existir: dois.

Isso aconteceu quando ao ler uma das obras de Aristóteles, ele escreve que a

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verdade só pode ser defendida com o número minino de duas pessoas. Um

pode mentir e enganar a todos, mas dois só se concordarem entre si mentir é

que enganam alguém e se se zangarem então descobre-se a verdade. Sempre

que leio este texto de Marcos, me questiono acerca da forma como foram di-

vididos dois a dois. Quem se uniu a quem? Quem é que foi com quem? Foi o

Senhor que os juntou dois a dois, ou eles escolherem com queriam ir, ou ape-

nas se juntaram com quem estava do seu lado esquerdo ou direito ombro a

ombro? Com quem foi Pedro? Quem é que foi com Judas? Quem calhou a

Tomé? Que é o mesmo que perguntar com quem foi a Negação? Com que foi

a Traição? Com que foi a Dúvida? Quem ficou no último grupo, se o houve?

Teria ficado ofendido? Sabem-se lá as respostas para estas minhas questões.

Haverá quem possa até pensar que estas são questões inúteis na sua formula-

ção. Mas nada me impede de imaginar estes discípulos dois a dois, com ca-

racteres diferentes, talvez até com objetivos diferentes. Dois a dois a trabalha-

rem segundo a regra de Aristóteles que quando isto aconteceu já tinha morri-

do há muitos séculos, e serem como aqueles acerca dos quais o Senhor afir-

mou: “quando dois concordarem entre si…” (cf. Mateus 18:19). Se nas nos-

sas igrejas, para sermos enviados a evangelizar tivéssemos de escolher al-

guém para ir connosco, quem escolheríamos? Aceitem esta minha provoca-

ção… E se isto não for ser assim, pelo menos durante um dia escolham no

silêncio do coração um/a companheiro/a, façam de conta que estão na sua

companhia, conversem em oração com quem escolherem, evangelizem-se á

distância do Amor que não tem distância. Assim sairemos sem sair, e ambos

atestarão a Verdade do Evangelho que há em cada um!

Tento imaginar estes pares de discípulos

José Manuel Cerqueira, Pastor

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S. Marcos 6,30-34

Novamente os após-

tolos juntam-se a Je-

sus. Este texto suben-

tende que eles vinham

de regresso “…

contaram o que ti-

nham feito e assina-

do”. S. Lucas 9:10 e outros, indicam que isto se passou na zona de

Betsaida, quando os 12 enviados regressaram do primeiro envio. Tu-

do indica que andaram entusiasmados, num corre-corre. Jesus reco-

menda uma pausa, ir para lugar deserto, longe do bulício, para come-

rem e repousarem. Para isso foram de barco para outro local da mar-

gem. Pelo lago o barco permitia ir em linha reta, mas pela margem,

em semicírculo chegava-se ao mesmo local… Para mais o texto diz

que quando o reconheceram “correram para lá”. Povo dos campos e

cidade, “grande multidão” mas o número só fica claro um pouco de-

pois do vers. 34. Jesus viu que era uma multidão como ovelhas sem

pastor, isto é desgarradas, sem rumo, sem proteção (contra lobos e

ladrões), extraviadas. Mas também havia maus pastores, pastores

mercenários e em fuga. Não é de admirar que noutro local Jesus fale

do Pastor que dá a vida pelas ovelhas.

Eram gente simples, pobre, ignorante e abandonada mas ansiosa por

quem trouxesse esperança e auxilio. Hoje ainda há multidões ignoran-

tes, e o principal até nem será a ignorância de conhecimentos e tecno-

logia, mas ignorantes da espiritualidade, da ética e da fé, que só nos

ensinos de Jesus, transmitidos com fidelidade, podem ser aprendidos.

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E a Igreja e seus membros são os principais encarregados de “fazer e ensi-

nar”, sabendo que isso implica cansaço e pausas.

É quase certo que Jesus terá falado muitas horas, e o povo até terá achado que

queria mais… Hoje um sermão com meia hora ou mais já leva os ouvintes a

ficarem menos atentos ou mesmo impacientes… Por vezes é preciso um bom

orador, com dom especial da palavra, para captar ouvintes, em longas prédi-

cas. As pressas do nosso tempo e a impaciência são “maus conselheiros”. É

claro que nem sempre os temas escolhidos são os mais cativantes, a voz pode

ter uma falha, a ênfase pode não entusiasmar? Em Jesus tudo estava perfeito

e os corações ansiosos sentiam estar a ouvir o que era preciso.

Mas atenção, há quem tenha o dom da palavra e o use para manipular multi-

dões, fazendo-as ouvir só o que agrada esquecendo as verdades desagradáveis

mas necessárias, predispondo-as para caminhos errados. Ou falando apenas

para proveito próprio. Não exagerar, mas por vezes é preciso dar uma repre-

ensão justa. Na hora certa e dose certa é necessária e pode ser útil. Estamos,

ao falar deste ponto, no assunto inicial da pregação do Baptista e do Salvador.

Falar da necessidade do arrependimento e do pecado que precisa ser remido.

Mas da certeza que o poder para perdoar e renovar é possível, através de Je-

sus

Jorge Barros, Pastor

S. João 20,1-8

"Neste dia, recordamos Maria Madalena. Mas quem foi esta personagem do

Novo Testamento, sempre tão próxima de Jesus?

Lucas (8,2) diz-nos que, entre as mulheres que seguiam Jesus e o assistiam

SANTA MARIA MADALENA 23 DE JULHO

12

com seus bens, estava Maria Ma-

dalena, ou seja, uma mulher cha-

mada Maria, que era originária

de Migdal Nunayah, Tariquea

em grego, uma pequena povoa-

ção junto ao lago da Galileia, a

poucos quilómetros de Tibería-

des. Dela Jesus havia expulsado

sete demónios (Lc. 8,2; Mc. 16,9), o que equivale dizer “todos os demónios”.

A expressão pode ser entendida tanto como uma possessão diabólica quanto

como uma doença do corpo ou do espírito. Os Evangelhos sinópticos a men-

cionam como a primeira de um grupo de mulheres que contemplou, de longe,

a crucificação de Jesus (Mc. 15, 40-41 e par.) e que permaneceu sentada em

frente ao sepulcro (Mt 27,61), enquanto sepultavam Jesus (Mc. 15,47). Assi-

nalam que, na madrugada do dia depois do sábado, Maria Madalena e outras

mulheres voltaram ao sepulcro para ungir o corpo com os perfumes que havi-

am comprado (Mc 16, 1-7 e par); é, então, que um anjo lhes comunica que

Jesus havia ressuscitado e as encarrega de levarem a notícia aos discípulos

(Mc. 16, 1-7). São João apresenta os mesmos factos com pequenas variações.

Maria Madalena está junto à Virgem Maria ao pé da cruz (João 19,25).

Depois do sábado, quando ainda era noite, ela se aproxima do sepulcro, vê a

pedra afastada e avisa Pedro, pensando que alguém tinha roubado o corpo de

Jesus (João 20,1-2). Voltando ao sepulcro, enquanto chora, encontra-se com

Jesus ressuscitado que a encarrega de anunciar aos discípulos a Sua volta ao

Pai (João 20,11-18). Esta é a sua glória. Por isso, a Tradição, na Igreja Orien-

tal, a chamou de isapóstolos “igual a um apóstolo” e, na Igreja Ocidental,

apostola apostolorum “apóstolo dos apóstolos” . Uma tradição do Oriente

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diz que ela foi enterrada em Éfeso e que suas relíquias foram levadas para

Constantinopla no século IX.

Maria Madalena foi identificada frequentemente com outras mulheres que

aparecem nos Evangelhos. Na Igreja Latina, a partir dos séculos VI e VII,

houve a tendência de identificar Maria Madalena com a mulher pecadora que

na casa de Simão, o fariseu, ungiu os pés de Jesus com suas lágrimas (Lc.

7,36-50). Por outro lado, alguns Padres a escritores eclesiásticos, harmoni-

zando os evangelhos, já haviam identificado esta mulher pecadora com Ma-

ria, irmã de Lázaro, que em Betânia unge com um perfume a cabeça de Jesus

(João 12,1-11; Mateus e Marcos, no trecho correspondente, não mencionam o

nome de Maria, apenas dizendo tratar-se de uma mulher e que a unção ocor-

reu na casa de Simão, o leproso (Mt 26,6-13).

Mas os dados evangélicos sugerem apenas que se deve identificar Maria Ma-

dalena com a Maria que unge Jesus em Betânia, pois presumivelmente é a

irmã de Lázaro (João 12,2-3). Os evangelhos também não permitem deduzir

que seja a mesma que a pecadora que, segundo Lc. 7,36-49, ungiu Jesus, em-

bora a identificação seja compreensível pelo facto de São Lucas, imediata-

mente depois do relato em que Jesus perdoa esta mulher, mencionar que algu-

mas mulheres o ajudavam, entre elas Maria Madalena (Lc. 8,2). Além disso,

Jesus elogia o amor da mulher pecadora: muitos pecados lhe são perdoados

porque muito amou (Lc. 7,47) e também se percebe um grande amor no en-

contro entre Maria e Jesus depois da Ressurreição (João 20,14-18). Em todo

caso, mesmo em se tratando da mesma mulher, seu passado de pecados não é

um desdouro. Pedro foi infiel a Jesus e Paulo um perseguidor dos cristãos. A

grandeza deles não está na sua imunidade ao pecado, mas no seu amor.

Por seu papel de relevo no Evangelho, Maria Madalena foi uma protagonista

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que recebeu especial atenção em alguns grupos marginais na Igreja primitiva.

Autores eclesiásticos e outras obras destacam o papel de Maria como discípu-

la do Senhor e anunciadora do Evangelho. A partir do século X surgem narra-

ções fictícias que elogiam sua pessoa e que se difundem principalmente na

França. É aí que nasce a lenda, que não tem nenhum fundamento histórico, de

que Madalena, Lázaro e outros mais, foram de Jerusalém a Marselha, quando

se iniciou a perseguição contra os cristãos, e evangelizaram a Provença. Se-

gundo esta lenda, Maria morreu em Aix-en-Provence ou Saint Maximin e

suas relíquias foram levadas a Vezelay."

J. Rafael Coelho

S. Marcos 10,35-45

Este texto lembra-nos a ignorância, competição e vontade de poder de dois

dos apóstolos de Jesus. Ao aceitarem que Ele era o Messias, e em continuida-

de com o que os judeus espera(va)m do Messias, queriam ter poder no Seu

reino, serem os mais importantes.

Revela também a incapacidade deles em perceberem a verdadeira Missão de

Jesus, que só foi compreendida após a Sua ressurreição.

Jesus reafirma que a Sua missão é servir não ser servido, e se estes discípu-

los pretendem ser privilegiados devem ser aqueles que mais servem os ou-

tros; o prémio que ganharem será o cálice de Jesus, ou seja: a sua horrenda

morte e a sua gloriosa ressurreição.

S. TIAGO, APÓSTOLO 25 DE JULHO

15

É um enorme e sempre

atual alerta para aqueles

que se consideram Seus

discípulos: não usemos a

Igreja nem a nossa Fé para

humilhar, denegrir ou nos

engrandecermos aos olhos

do mundo, mas sejamos antes submissos à vontade de Deus, em plena humil-

dade e compaixão pelos outros; porque o Amor de Deus não é conquistado,

mas é antes uma Graça que nos foi dada. A filosofia ubuntu diz-nos que eu

sou porque tu és, ou seja, sem o outro nada somos, e esse outro é qulquer pes-

soa deste mundo e não apenas aqueles de quem gostamos e que nos amam.

Clara Oliveira

S. João 6,1-15

“Jesus pegou nos pães, deu graças a Deus e distribuiu-os” João 6:14

O Ano Litúrgico B acompanha o Ministério de Jesus segundo S. Marcos.

Tem, no entanto, uma interrupção durante alguns domingos, com início no

17.º Domingo Comum, durante os quais acompanhamos Jesus lendo o capítu-

lo 6.º do Evangelho segundo S. João.

O evangelista João procurou na sua narrativa deixar-nos um testemunho que

nos leve a crer em Jesus como o Filho de Deus. Por isso, não se limita a des-

crever os factos. Realça os pormenores e procura desenvolver todas as conse-

17º DOMINGO COMUM 29 DE JULHO

16

quências.

João localiza o milagre no espaço (junto ao lago da Galileia) e no tempo

(estava próxima a festa da Páscoa). Nos pormenores narra o diálogo de Jesus

com Filipe (que João comenta), a incapacidade revelada por Filipe (nem du-

zentas moedas de prata chegavam para comprar pão para dar um bocado a

cada pessoa), a interferência de André (que além de reconhecer a incapacida-

de de dar de comer com cinco pães e dois peixes, denota alguma esperança

em Jesus), as instruções de Jesus: mandem sentar toda a gente, e o ponto fun-

damental: Jesus pegou nos pães, deu graças a Deus e distribuiu-os à multidão.

Fez o mesmo com os peixes, isto quer dizer que Jesus voltou a dar graças a

Deus, antes de distribuir. E as instruções finais de Jesus, depois de toda as

pessoas terem comido: recolham os bocados que sobraram para que nada se

perca.

O evangelista escreveu ainda que aquele povo ao ver o milagre que Jesus ti-

nha feito, disse: este é, na verdade o profeta que havia de vir ao mundo. E

queriam levá-lo para o proclamarem rei, mas Jesus retirou-se sozinho para o

monte.

De todos os porme-

nores descritos por

João, há dois muito

importantes: Jesus

não ficou preocupa-

do com a resposta de

Filipe nem com a de

André. Pelo contrá-

rio, aceitou a suges-

tão de André e a

17

oferta dos cincos pães e dois peixes detidos por um rapaz da assistência. E o

mais importante: antes de mandar distribuir Jesus deu graças a Deus e aquele

pouco se transformou em muito.

O evangelho deste 17.º domingo, alerta-nos para a nossa pequenez perante o

poder de Deus. Demonstra a nossa incapacidade perante os grandes desafios.

Revela-nos que devemos ser humildes perante Deus, aceitar com gratidão o

pouco que temos e mesmo esse pouco deve ser dedicado ao Senhor. Assim

fazendo, Deus operará em nós as suas maravilhas.

Cremos em Jesus como o Filho de Deus, que dava graças ao Pai pelo que ti-

nha. Ser discípulo de Jesus é seguir o Mestre, dando graças a Deus por tudo

oque temos.

Carlos Duarte, Presbítero

CONHEÇA. PARTICIPE. CONTRIBUA.

18

19

01 Culto Dominical - 11h

04, 11, 18, 25 Oração da Manhã – Torne – 9h

07 Pic-nic Paroquial – 12h

08 Culto Dominical - 11h

Almoço solidário - 13h

15 Culto Dominical - 11h

21 Abertura Loja Social c/ Oração breve da Tarde 15h

22 Culto Dominical - 11h

22 a 31 Campos de Férias “Jovens”

29 Culto Dominical - 11h

JULHO - AGENDA PAROQUIAL E DIOCESANA

20

ACTIVIDADES REGULARES DA PARÓQUIA

Templo - Rua Visconde de Bóbeda

Área social - Rua Barão de S. Cosme, 223

Cultos Dominicais - 11 horas

Escola Dominical - 2 classes (crianças e jovens) - Domingos, 10 horas

Loja Social - 3º sábado de cada mês - 15h

Propriedade: Paróquia do Redentor ♦ Equipa Redatorial: Jorge Filipe Fernandes, José Manuel Santos,

Pedro Miguel Fernandes ♦ Redação: Rua Barão de S. Cosme, 223 4000-503 PORTO ♦ Periodicidade:

Mensal ♦ Contactos: www.paroquiaredentor.org; [email protected]; [email protected]

♦ O conteúdo dos diferentes artigos deste Boletim é da responsabilidade dos seus autores, e não representa

necessariamente a posição da Paróquia do Redentor ou da Igreja Lusitana.

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O poder da oração não vem de nós . Não tem a ver com palavras espe-

ciais que dizemos de um jeito especial, nem com a frequência com que

as repetimos. O poder da oração não é baseado na direção em nos vira-

mos ou na posição dos nossos corpos quando oramos. O poder da ora-

ção não vem do uso de artefactos, imagens, velas ou outros objetos.

O poder da oração é baseado em Quem escuta a nossa oração e a ela

responde. A oração coloca-nos em contato com o Deus todo-poderoso,

e devemos esperar grandes resultados, quer Deus entenda dar-nos ou

negar-nos o que pedimos, ou até mesmo se Ele pede para que espere-

mos n’Ele. Qualquer que seja a resposta às nossas orações, o Deus a

quem oramos é a fonte de todo o poder. Ele pode e vai nos responder

de acordo com a Sua perfeita vontade e no momento em que Ele julgar

correto.

Adaptado de www.gotquestions.org