21
Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Ciência da Computação IHC – Primeiro Trabalho Prático Avaliação de Acessibilidade Parte 1 Fabio Neves de Miranda Gessé Silva Ferreira de Dafé Samuel Almeida Cardoso

IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Ciência da Computação

IHC – Primeiro Trabalho Prático

Avaliação de Acessibilidade

Parte 1

Fabio Neves de Miranda Gessé Silva Ferreira de Dafé

Samuel Almeida Cardoso

Page 2: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

1. Definições Gerais da Avaliação

1.1. Site a Ser Avaliado

Será avaliado o site da Receita Federal do Brasil.

1.2. Páginas Selecionadas para Avaliação

• Página principal do site: o http://www.receita.fazenda.gov.br/

• Página de serviços relacionados ao CPF: o http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/CPF/CadastroPF.htm

• Emissão do Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral no CPF: o http://www.receita.fazenda.gov.br/Aplicacoes/ATCTA/CPF/Consulta

Publica.asp • Página de entrada da pesquisa de situação fiscal:

o http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisicaeJuridica/SitFisCodigoAcesso/Default.htm

• Página de execução da pesquisa de situação fiscal: o https://cav.receita.fazenda.gov.br/scripts/CAV/login/login.asp

2. Objetivo da Avaliação

2.1. Objetivo Específico

A avaliação aqui proposta tem por objetivo detectar possíveis problemas no site da Receita Federal do Brasil que venham a dificultar ou mesmo impedir a execução eficaz e eficiente de algumas tarefas essenciais disponíveis no site por usuários portadores de deficiência visual ou auditiva.

2.2. Objetivos Gerais

A investigação da acessibilidade do site em questão visa à obtenção dos se seguintes benefícios:

• Identificar as necessidades de usuários; • Identificar problemas de interação ou de interface;

• Investigar como uma interface afeta a forma de trabalhar dos usuários; • Verificar se interface atinge objetivos de qualidade de uso desejáveis;

2.3. Perguntas a Serem Respondidas

As perguntas a serem respondidas estão intimamente relacionadas aos cenários definidos para esta avaliação. São elas:

1. Uma pessoa portadora de deficiência visual ou auditiva seria capaz de consultar sua situação fiscal através do site da Receita Federal do Brasil, de maneira autônoma e digna?

Page 3: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

2. Uma pessoa portadora de deficiência visual ou auditiva seria capaz de emitir um Comprovante de Inscrição e Situação Cadastral do CPF, através do site da Receita Federal do Brasil, de maneira autônoma e digna?

3. Quais dificuldades ou entraves uma pessoa nessas condições enfrentaria ao realizar tais tarefas?

3. Metodologia Adotada

Para a realização da avaliação, será adotada a metodologia de Percurso de Barreiras (Barrier Walkthrough), em combinação com uma avaliação automática feita por software.

3.1. Descrição do Método

Uma vez estando definidas as categorias de usuários, os objetivos da avaliação, as páginas alvo e os cenários considerados, seguem-se as seguintes etapas:

1. Confrontam-se cada uma das páginas selecionadas com cada barreira aplicável àquelas categorias de usuários estabelecidas;

2. Determina-se a severidade de cada barreira encontrada. Essa severidade é obtida pela análise de por dois fatores: a freqüência com que a barreira ocorre e as conseqüências de sua presença. Essas conseqüências são descritas em termos de variáveis de desempenho: eficácia, produtividade, satisfação e segurança. De acordo com a persistência e com as conseqüências de uma barreira, esta é classificada com uma nota, sendo:

• 1 – Problema Pequeno, • 2 – Problema Significante ou

• 3 – Problema Crítico; 3. Os resultados obtidos por cada avaliador serão mesclados, de maneira a

produzir um único relatório, através de consenso, no qual são listados todos os problemas, suas respectivas severidades e uma justificativa para sua citação;

4. Será realizada uma avaliação automática de cada uma das páginas selecionadas, utilizando o software Da Silva;

5. Os resultados obtidos pelas duas abordagens serão mesclados e condensados em um relatório unificado, removendo-se problemas duplicados e eventuais falsos positivos.

3.2. Justificativa da Utilização do Método

O objetivo da combinação da metodologia de Percurso de Barreiras e da avaliação automática por software é obter um conjunto de dados mais refinados e mais precisos do que aqueles que se podem obter de maneira isolada. Outra vantagem da utilização dessa combinação de métodos deve-se ao baixo custo e relativa rapidez com que podem ser realizados, em especial quando comparados àqueles que envolvem testes com usuários.

Page 4: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Ao final da avaliação, espera-se obter um panorama dos potenciais problemas de acessibilidade existentes nos cenários propostos, bem como a gravidade de cada um desses problemas, em termos do prejuízo à funcionalidade e da freqüência com que ocorrem.

3.3. Questões Práticas

3.3.1. Cenários a Serem Considerados

• Cenário Um:

Regina de Souza, 44 anos, surda desde os 3, cozinheira de uma escola pública no interior de Minas Gerais, pretende fazer uma pequena reforma na casa onde mora com sua mãe. Para tal, ela quer aproveitar a baixa taxa de juros que está sendo oferecida para a realização de empréstimos aos servidores públicos da rede municipal de ensino. Ela procurou uma agência bancária e foi muito bem recebida pelo gerente. Contudo, como não é correntista daquele banco, ela deve apresentar uma série de documentos para conseguir a liberação do empréstimo. Quase toda a documentação já foi obtida pela Regina, faltando agora apenas o Comprovante de Incrição e Situação Cadastral do CPF e o Relatório de Situação Fiscal, os quais ela sabe que estão disponíveis no site da Receita Federal. Regina já tem o costume de usar a internet. Por ter participado de cursos de informática oferecidos na escola, ela se interessou muito pela ferramenta e logo comprou um computador e um serviço de internet para sua casa. Ela está certa de que obter os documentos necessários não será uma tarefa complicada.

• Cenário Dois:

Maria de Lourdes, cantora, 32 anos, portadora de cegueira congênita, foi aprovada em um concurso público para trabalhar na prefeitura da pequena cidade onde reside, no interior de Minas Gerais. Para fins de ser efetivada no cargo, ela precisa apresentar uma série de documentos, atestados e declarações de repartições públicas municipais, estaduais e federais. Ela já conseguiu quase todos os papéis necessários, porém estão faltando dois documentos da Receita Federal, a qual não possui representação na cidade onde ela mora. Para evitar a necessidade de se deslocar até uma agência da Receita em uma cidade vizinha, Maria pretende obter esses documentos através do site da Receita Federal. Os documentos que ela precisa são o Comprovante de Incrição e Situação Cadastral do CPF e um relatório de sua situação fiscal perante aquela instituição. Seu namorado até se prontificou para ajudá-la, mas Maria, sempre muito independente, resolveu tentar resolver o problema sozinha. Ela acredita que os sistemas do Governo, por serem pioneiros na área,

Page 5: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

costumam ser bem planejados no sentido de facilitar a vida dos cegos e de outras pessoas portadoras de deficiências.

3.3.2. Navegador Escolhido

Será utilizado o navegador Mozilla Firefox, em sua versão mais recente: 3.6.3.

3.3.3. Necessidades Especiais Consideradas

Serão consideradas, nesta avaliação, deficiências visuais e auditivas totais.

3.3.4. Tecnologia Assistiva Utilizada

Leitor de tela NVDA, na versão 2010.

3.4. Classificação da Avaliação

Critério Classificação

Momento da Coleta Somativa

Método de Coleta e Análise de Dados Coleta de Opinião de Especialistas

Tipo de Dados Qualitativos

Base dos Métodos Empírica

Abordagem dos Métodos Analítica

4. Referências

Artigos Resumidos por Fabio N. Miranda

Título Autor(es) Fonte

Web accessibility for individuals

with cognitive deficits: A

comparative study between an

existing commercial web and its

cognitively accessible equivalent

Sevilla, J., Herrera, G.,

Mart´ınez, B., and

Alcantud, F.

ACM Trans. Comput.-Hum. Interact.

14, 3, Article 12. 2007

Applying Web accessibility to

Internet portals

Gappa, Henrike &

Nordbrock, Gabriele.

ACM Trans. Universal Access in the

Information Society. Springer Berlin /

Heidelberg. Issue Volume 3, Number

1. Pages 80-87. 2004

Comparing website accessibility

evaluation methods and learnings

from usability evaluation methods

Lang, Tania http://www.peakusability.com.au/pdf

/website_accessibility.pdf

An evaluation of web accessibility

metrics based on their attributes

Freire, André.,Fortes,

Renata., Turine

Marcelo., Paiva, Débora

ACM Special Interest Group for Design

of Communication. Proceedings of the

26th annual ACM international

conference on Design of

communication. Pages: 73-80. 2008

Page 6: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Artigos Resumidos por Gessé S. F. Dafé

Título Autor(es) Fonte

Barrier Walkthrough - Heuristic

Evaluation Guided by Accessibility

Barriers - Method Description

Giorgio Brajnik http://users.dimi.uniud.it/~giorgio.br

ajnik/projects/bw/bw.html

SAMBA: a Semi-Automatic Method

for Measuring Barriers of

Accessibility

Giorgio Brajnik &

Raffaella Lomuscio

Assets '07: Proceedings of the 9th

international ACM SIGACCESS

Conference on Computers and

Accessibility. Pages 43-50. ACM, 2007

Remote Usability Evaluations with

Disabled People

Helen Petrie, Fraser

Hamilton, Neil King &

Pete Pavan

CHI '06: Proceedings of the SIGCHI

Conference on Human Factors in

Computing Systems. Pages 1133-

1141. ACM, 2006

Applying Heuristics to Perform a

Rigorous Accessibility Inspection in a

Commercial Context

Claire Paddison & Paul

Englefield

ACM SIGCAPH Computers and the

Physically Handicapped. Issues 73-74.

Pages 126-133. ACM, 2002.

Artigos Resumidos por Samuel A. Cardoso

Título Autor(es) Fonte

Is Your Web Page Accessible? A

Comparative Study of Methods for

Assessing Web Page Accessibility for

the Blind

Jennifer Mankoff, Holly

Fait & Tu Tran

Proceedings of the SIGCHI conference

on Human factors in computing

systems. Pages 50. ACM, 2005

Assessing Section 508 compliance

on federal e-government Web sites

A multi-method, user-centered

evaluation of accessibility for

persons with disabilities

Paul T. Jaeger

Journal: Government Information

Quarterly. Volume 23, Pages 169-190.

2006

A Quality Inspection Method to

Evaluate E-Government Sites

Ana Cristina Bicharra

Garcia, Cristiano Maciel

& Fernando Bicharra

Pinto

Journal: Electronic Government.

Pages 198-209. 2005

Desenvolvimento de um checklist

para a avaliação de acessibilidade da

web para usuários idosos

Márcia Barros de Sales

& Walter de Abreu

Cybis

Dissertação (Mestrado em Engenharia

de Produção). Programa de Pós

Graduação em Engenharia de

Produção, UFSC, Florianópolis. 2002.

Page 7: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Anexo 1 – Resumos por Gessé S. F. Dafé

Page 8: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Barrier Walkthrough: Heuristic Evaluation Guided by Accessibility Barriers

Method Description

Giorgio Brajnik

1. Descrição

O método de Percurso de Barreiras (Barrier Walkthrough) é uma adaptação do método de inspeção heurística, usado para avaliações de usabilidade, substituindo-se os princípios heurísticos pelas chamadas barreiras de acessibilidade. A idéia subjacente consiste de que, para fins de teste e avaliação, é melhor começar por tipos conhecidos de problemas ao invés de seguir orientações gerais ou diretrizes de design.

Uma barreira de acessibilidade é qualquer condição que dificulta ou impede o progresso de um usuário na execução de uma determinada tarefa através de uma interface de software. Uma barreira de acessibilidade é descria em termos de:

• A categoria do usuário e o tipo de deficiência ou limitação; • O tipo de tecnologia assistiva usada; • Qual tarefa ou atividade é dificulta ou impedida e como isso ocorre; • Quais partes ou funcionalidades da página apresentam essa barreira.

São sugeridos sessenta e seis tipos diferentes de barreiras, que se aplicam a nove categorias de usuários, as quais abrangem desde deficientes físicos até usuários não humanos, como, por exemplo, robôs de pesquisa da Web.

2. Procedimento

A avaliação por Percurso de Barreiras é executada da seguinte maneira:

a. Determinam-se as categorias de usuários a serem consideradas; b. Definem-se os objetivos a serem alcançados, as páginas a serem avaliadas e

os cenários a serem considerados; c. Confrontam-se cada uma das páginas selecionadas com cada barreira

aplicável àquelas categorias de usuários estabelecidas; d. Determina-se a severidade de cada barreira encontrada.

A gravidade de uma barreira é determinada por dois fatores: a freqüência com que ela ocorre e as conseqüências de sua presença. Essas conseqüências são descritas em termos de variáveis de desempenho: eficácia, produtividade, satisfação e segurança. De acordo com a persistência e com as conseqüências de uma barreira, esta é classificada com uma nota, sendo: 1 – Problema Pequeno, 2 – Problema Significante ou 3 – Problema Crítico.

Caso haja mais de um avaliador, esses devem, de maneira independente, confrontar todas as páginas selecionadas com cada uma das barreiras possíveis e pontuar a gravidade de cada barreira encontrada. Eventualmente, os avaliadores se reúnem e mesclam os problemas em uma lista única, e atribuem a cada problema uma única pontuação de gravidade.

Page 9: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

SAMBA A Semi-Automatic Method for Measuring Barriers of Accessibility

Giorgio Brajnik & Raffaella Lomuscio

1. Descrição

Os métodos de avaliação de acessibilidade Web são guiados por métricas. Contudo essas métricas ainda não foram bem desenvolvidas e estudadas. A maioria é voltada à conformidade baseando-se, geralmente, nas diretrizes WCAG. Por isso, essas métricas não são adequadas para se determinar se um sítio Web apresenta barreiras críticas a algum grupo de usuários. O artigo aqui resumido apresenta uma nova metodologia e uma métrica associada, capazes de combinar a revisão de especialistas com avaliações automatizadas. A metodologia apresentada pelos autores, chamada SAMBA, baseia-se em um método criado pelo próprio Giorgio Brajnik, chamada Percurso de Barreiras (Barrier Walkthrough – BW).

2. Procedimento

A metodologia SAMBA é aplicada através dos seguintes procedimentos:

a. Executa-se a avaliação de acessibilidade do sítio Web através de alguma ferramenta automática;

b. Através de uma tabela de mapeamento entre as diretrizes seguidas pela ferramenta e as barreiras do método BW, gera-se uma lista das possíveis barreiras existentes no sítio;

c. Efetuam-se testes manuais, conforme descritos no método BW, com o objetivo de detectar barreiras não encontradas pela ferramenta automática;

d. Da lista de todas as barreiras encontradas, extrai-se uma amostragem não proporcional das duas formas de coleta;

e. Elege-se um comitê de juízes; f. A cada juiz é entregue a amostragem obtida, devendo cada um:

i. Visitar as páginas onde as barreiras ocorrem; ii. Pensar nas metas possíveis de serem realizadas nessas páginas; iii. Atribuir um grau severidade à barreira encontrada para o conjunto

meta/deficiência em questão. g. Os julgamentos são mesclados por média, de forma que cada barreira receba

um valor dentre: 0-Falso-positivo, 1-Pequeno, 2-Importante, 3-Crítico; h. Calcula-se a Matriz de Severidade, através do número de ocorrências e

severidade de cada barreira por tipo de deficiência. i. Calcula-se um intervalo de confiança para cada elemento da matriz; j. Calcula-se a Densidade de Barreiras do sítio (n. barreiras / n. linhas HTML); k. Calcula-se o Índice de Acessibilidade Ponderado (AIw), que representa a

probabilidade de um deficiente enfrentar uma barreira durante a realização de uma meta no sítio.

3. Conclusão

O AIw, apesar de sua resolução limitada em relação a outros índices, é livre de erros de ferramentas (falsos positivos), é focado na acessibilidade e não na conformidade e leva em consideração a severidade das barreiras encontradas nos sítios web.

Page 10: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Remote Usability Evaluations with Disabled People

Helen Petrie, Fraser Hamilton, Neil King & Pete Pavan

1. Descrição

Encontrar participantes para avaliações em uma região específica pode ser um problema para os especialistas das áreas de Usabilidade e Experiência do Usuário. Em particular, encontrar participantes portadores de deficiências é especialmente problemático. Muitas vezes, realizar o deslocamento geográfico de usuários pode ser muito complicado e inviavelmente caro. Surge, nesse contexto, a utilidade das avaliações remotas com usuários. O trabalho publicado por Helen Petrie e outros relata duas avaliações realizadas de maneira assíncrona e parcialmente remota com usuários portadores de deficiência visual. Em ambos os casos os participantes foram divididos em dois grupos, de maneira que parte deles realizou a avaliação à distância e parte a realizou localmente. O foco deste resumo reside na avaliação remota de um sistema de leitura de diagramas técnicos (por exemplo, diagramas UML, plantas arquiteturais e diagramas de circuitos eletrônicos) especialmente desenvolvido para deficientes visuais.

2. Procedimento da Avaliação Remota com Deficientes Visuais

A avaliação remota foi conduzida de acordo com os seguintes procedimentos:

a. Foram enviados, aos participantes, pacotes de instalação do sistema a ser avaliado, juntamente com seu manual de instalação e tutorial de utilização;

b. Solicitou-se aos usuários que instalassem o sistema em seus computadores pessoais, seguindo o manual de instalação;

c. Solicitou-se, também, que os usuários estudassem o tutorial introdutório sobre o sistema, enviado juntamente com o pacote de instalação;

d. Foi elaborado um cenário de uso, contendo um conjunto de tarefas que cobrissem as principais funcionalidades do sistema. Nesse cenário, os participantes deveriam explorar a planta arquitetural de uma construção;

e. Agendou-se a avaliação; f. Durante a avaliação, os participantes anotaram os problemas encontrados

durante a execução de cada tarefa do cenário; g. Após a avaliação, os participantes enviaram os problemas encontrados ao

avaliador; h. Foram feitas entrevistas por telefone com cada um dos participantes remotos

e entrevistas presenciais com os participantes locais. Questionários com escalas de pontuação e perguntas abertas foram utilizados para capturar a percepção dos participantes em relação às principais funções do sistema, sua utilidade e como ele poderia ser melhorado.

3. Comparação de Resultados das Avaliações Remota e Local

Ambas as avaliações forneceram quantidades considerável de dados qualitativos. Porém, a avaliação local forneceu dados mais ricos, uma vez que os pesquisadores foram capazes de detectar problemas que os participantes remotos sequer tomaram ciência. Por exemplo, na avaliação à distância, os pesquisadores não foram capazes de determinar se os participantes conseguiram visitar todos os cômodos da planta. O trabalho conclui que essa deficiência não é causada pela distância geográfica, mas sim pela natureza assíncrona das avaliações realizadas.

Page 11: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Applying Heuristics to Perform a Rigorous Accessibility Inspection in a Commercial Context

Claire Paddison & Paul Englefield

1. Descrição

O trabalho de Claire Paddison e Paul Englefield discute os aspectos gerais da utilização de heurísticas nas avaliações de acessibilidade. São abordados conceitos chave sobre o tema, tais como o significado de acessibilidade e sua importância sob os pontos de vista da ética, da legislação e dos negócios. Outro conceito abordado é a própria avaliação heurística, suas origens, sua utilidade e sua adaptação ao universo da acessibilidade. O artigo oferece dois estudos de caso sobre a avaliação heurística de acessibilidade. Um deles é o foco deste resumo.

2. Avaliação Heurística de Acessibilidade do Sítio Web UsabilityNews

O sítio Web UsabilityNews contém informações sobre as notícias mais recentes relacionadas a IHC e usabilidade, eventos, produtos, empregos e trabalhos científicos provenientes do sítio Web do Grupo Britânico de IHC. A avaliação do UsabilityNews teve por objetivo tornar esse sítio mais acessível através da categorização e priorização dos problemas de design encontrados.

a. Procedimento

• Cinco avaliadores foram convidados; • Seis tarefas foram sugeridas, por exemplo, “verificar se existem

oportunidades de emprego fora do Reino Unido”; • Nove heurísticas foram usadas, mais uma heurística do tipo “genérico”; • A avaliação foi executada nos moldes de uma avaliação heurística

convencional, conforme a proposta original de Jacob Nielsen. b. Resultados

Diversos problemas de acessibilidade foram encontrados, incluindo controle de foco incorreto via teclado, tamanhos fixos de fontes de texto, falta de suporte a navegação, imagens inibindo a acessibilidade e inconsistências entre a visualização e os leitores de tela.

Os relatórios produzidos foram extremamente úteis à equipe de desenvolvimento do UsabilityNews, uma vez que estratificou e priorizou as partes do sistema a serem melhoradas, destacando os problemas mais agudos de acessibilidade encontrados.

3. Conclusão O uso de heurísticas de acessibilidade, ao invés do uso isolado das diretrizes de acessibilidade, pode garantir que uma maior gama de necessidades especiais seja coberta durante uma avaliação. A principal vantagem do uso das heurísticas, em relação ao uso das diretrizes, reside no fato de que as primeiras são mais concisas, fáceis de memorizar, intuitivas e elucidativas que as outras. Contudo, elas não são capazes de determinar se um sítio Web está ou não em conformidade com a legislação. Dessa maneira, é de fundamental importância considerar o objetivo da avaliação a ser conduzida antes de lançar mão dessa metodologia.

Page 12: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Anexo 2 – Resumos por Fabio Neves de Miranda

Page 13: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Acessibilidade web para pessoas com Deficiências cognitivas: Um Estudo Comparativo entre uma Web comercial e seus equivalentes cognitivos

acessíveis

Javier Sevilla, Geraldo Herrera, Bibiana Mart´inez e Francisco Alcantud

1. Introdução Uma grande quantidade de pesquisas tem sido feitas para tornar a web acessível

a pessoas com deficiência sensorial ou motora. Com o aumento do número de instituições governamentais, a empresa necessita ser acessível a todos conforme a máxima de Tim Bernes-Lee “O poder da web está na sua universalidade independente da deficiência é um aspecto essencial”. Alguns autores, como Harrysson, destacam a importância de uma web acessível cognitivamente.

Muitas organizações estão preocupadas com a questão da acessibilidade como,

por exemplo: ATCR (Adaptive Technology Resource Centre da University of Toronto), como também a WCAG. Existem muitas recomendações e ferramentas disponíveis para pessoas com deficiências visuais (cegueira, baixa visão e daltonismo), deficiências auditivas (surdez), deficiência física (deficiências motoras), porém o autor enfatiza a deficiência intelectual.

2. O projeto

Nos dias atuais, existe um número considerável de pesquisas em acessibilidade para deficientes físicos e motores, porém há pouca pesquisa no que concerne à acessibilidade para pessoas com deficiência cognitiva. O retardo mental tem sido um dos mais freqüentes problemas envolvendo deficiência cognitiva de acordo com a AAMR (American Association of Intellectual and Developmental Disabilities). Há um destaque especial para o projeto NI4, criado em 2003, que tem como finalidade o acesso à web para pessoas com deficiências cognitivas. Com relação à navegabilidade, este projeto baseia-se em três áreas principais: conteúdo e navegação, suporte e ajuda, design e estilo.

O autor explica o conceito de web alternativa que tem sido construída e testada em grupos de participantes com deficiência cognitiva (N = 20) com resultados positivos encorajadores. Esta web alternativa implica a utilização de um navegador web e também um design simplificado.

Muitas discussões sobre a necessidade de ter vários níveis de acessibilidade

cognitiva, equivalentes (embora não idênticas) e necessidade de protocolos testáveis de acessibilidade que suportem essas necessidades das pessoas têm sido motivos de pesquisas ao longo dos tempos.

3. Conclusão O autor termina com suas conclusões sobre o potencial impacto de sites

acessíveis na vida diária das pessoas que sofrem de déficits cognitivos, destacando as características a serem consideradas dentro de uma especificação do perfil do usuário que suportem dificuldades cognitivas e que se adaptem às tecnologias de Web semântica para futuros desenvolvimentos nesta área.

Page 14: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Aplicando acessibilidade web para portais internet

Henrike Gappa e Gabriele Nordbrock 1. Introdução

O autor tem com objetivo destacar os principais obstáculos de acessibilidade em

portais web, trazendo recomendações de layout e estrutura para portais, com base nos resultados de um conjunto de requisitos aplicados ao usuário.

Devido à diversidade e às vezes contraditórias necessidades dos grupos de usuários, a personalização da apresentação da informação desempenha um papel importante na garantia de acessibilidade e usabilidade de portais da Internet. É feita uma breve descrição dos resultados em relação ao projeto atual de trabalho desenvolvido pela Web Content Accessibility Guidelines 2.0 (WCAG 2.0). Os autores expõem a importância dos portais web. Neles os usuários podem acessar todo tipo de serviços como pesquisas, compras online, e-mails, notícias, boletins meteorológicos, cotações da bolsa, fóruns da comunidade, mapas, informações sobre viagens, emprego, dentre outros.

2. Metodologia

Na segunda seção, sobre metodologia, houve uma preocupação em reunir dados qualitativos em vez de quantitativos e para isto foram usados pontos de vista individuais de acessibilidade como também problemas de usabilidade que são importantes para o desenvolvimento de uma compreensão abrangente em portais na web. As ferramentas usadas foram: questionários, tarefas padrões (standard), arquivos de logs, protocolos observacionais.

Resultados foram obtidos com todos os participantes no teste de acessibilidade e usabilidade. Foram relatados obstáculos na resolução da tarefa standard. Nenhum deles foram capazes de resolver a tarefa padrão (standard), sem erros, que foram principalmente devido à insuficiência de acomodação das necessidades no design do portal Internet. Finalmente com relação à análise de protocolos, todos os usuários que tomaram parte no experimento foram constantemente visitando os sites web.

É evidente que a solução para problemas de acessibilidade e usabilidade para pessoas com necessidades especiais, quando feitos através de portais Web está intimamente ligada à customização/personalização. Alguns grupos de usuários têm exigências que podem parecer contraditórias, e somente poderão ser resolvidos através da implementação sofisticada dos usuários ou perfis de dispositivos (device profiles).

Ajustar as necessidades das pessoas com deficiência e em usuários mais experientes em portais de internet é uma tarefa árdua.

3. Conclusão

Futuramente, o autor declara sua intenção em definir alguns testes em aplicações de portais, onde as recomendações vistas serão implementadas, como também realizará um segundo estudo para verificar satisfação dos usuários.

Page 15: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Comparando métodos de avaliação de acessibilidade em website com o aprendizado dos métodos de avaliação de usabilidade

Tania Lang dezembro 2003

1. Introdução Uma grande quantidade de sites hoje são inacessíveis para usuários com

deficiência. As organizações precisam tomar iniciativas para tornar seus sites acessíveis e para isso uma grande quantidade de métodos e ferramentas têm sido desenvolvidos por pesquisadores e profissionais em Tecnologia da Informação (TI). Existem opiniões diferentes sobre o melhor método de avaliação e há relativamente poucos estudos de comparação de métodos de avaliação de acessibilidade e inúmeros artigos discutindo os métodos de avaliação de usabilidade.

Diante disso algumas questões podem ser levantadas: 1) Existe uma correlação entre os métodos de avaliação da acessibilidade e usabilidade? 2) Quais os métodos de avaliação de acessibilidade (AEMS) estão disponíveis e quais são as vantagens e desvantagens de diferentes métodos? 3) O cumprimento integral usando o WCAG 1.0 na verdade, significa que um site é totalmente acessível para pessoas com deficiência? 4) Assim, qual é o mais eficaz método de avaliação para determinar a acessibilidade na web ?

2. Métodos avaliados

Na primeira seção, Lang compara os métodos de avaliação de usabilidade (UEMS) e aprendizados possíveis usando os métodos de avaliação de acessibilidade (AEMS). Destaca que de acordo com a Australian Bureau of Statistics (1998), cerca de 19% dos australianos têm uma deficiência. Os designers precisam, por exemplo, assegurar que a navegação em um site é consistente e adequado a linguagem, levando em consideração a dislexia, mesmo porque a web é um recurso fundamental no trabalho, na escola, enfim, em todas as facetas da sociedade.

Na segunda parte, o autor mostra uma visão geral dos métodos de avaliação de acessibilidade e suas vantagens e desvantagens. Destaca algumas ferramentas para avaliação como o Booby, Web Visual Evaluator (WAVE), o UsableNet LIFT, dentre outros.

3. Conclusão

Finalizando, o autor discute a validade e a utilidade do W3C WCAG 1.0, como também métodos mais eficazes de avaliação de acessibilidade e da combinação de técnicas para determinar a acessibilidade web. Enfatiza três métodos de avaliação - que muitas vezes combinam diferentes métodos individuais: 1) métodos discount de acessibilidade; 2) testes de acessibilidade com os usuários 3) método de avaliação de com acessibilidade total. Enfim, há três razões importantes para assegurar websites são acessíveis, a saber: razões de interesse social, econômico, comerciais e de ordem jurídica. Apesar destas razões, muitas organizações ainda têm sites que não são acessíveis às pessoas com deficiência. Uma abordagem totalmente integrada (combinação de análises automatizadas e manuais, bem como testes de acessibilidade) é sem dúvida o método mais eficaz no contexto atual.

Page 16: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Uma Avaliação de métricas de acessibilidade Web baseado em seus atributos

André P. Freire, Renata P. M. Fortes, Marcelo A. S. Turine, Debora M. B. Paiva

É um fato inegável que a acessibilidade Web tornou-se um atributo de qualidade muito importante dentro do vem sendo intitulado de Web Engineering. Oferecer aplicativos acessíveis é uma questão fundamental para permitir uma Web mais inclusiva e ampliar o acesso a todos, independentemente da deficiência.

Um dos requisitos fundamentais como medição e monitoramento de acessibilidade tem sido muito importante para apoiar os processos de engenharia Web (Processes Web Engineering). Neste sentido métricas de acessibilidade são importantes contribuições para permitir realizar uma análise quantitativa sobre acessibilidade.

As métricas são muito importantes para ajudar a entender, controlar e melhorar os produtos e processos de desenvolvimento de software. Em termos de acessibilidade, a métrica pode ser especialmente útil em duas situações: as empresas podem melhorar a acessibilidade dos produtos finais e empresa no início de desenvolvimento de software pode apresentar problemas de acessibilidade no processo de desenvolvimento.

É fundamental considerar aspectos diferentes do projeto de acessibilidade ao escolher uma determinada métrica. Cada métrica de acessibilidade pode ser mais apropriada para diferentes projetos de acordo com as necessidades dos tais projetos. As métricas são organizadas em cinco categorias: (1) grande dimensão, (2) reutilização; (3) o tamanho da complexidade; (4) o esforço e (5) fatores de confusão. As métricas de tamanho de comprimento incluem, por exemplo, o número de arquivos HTML, arquivos de mídia, os arquivos JavaScript e applets Java, duração de áudio, vídeo e animação, e tamanho de arquivos de mídia (Kbytes), dentre outros.

Os autores fizeram uma revisão sobre os principais trabalhos publicados sobre métricas de acessibilidade Web, como também a apresentação das principais características de cada métrica. Os principais atributos das métricas foram discutidos para prover meios aos gerentes de projeto e desenvolvedores trazendo assim uma reflexão sobre quais métricas podem ser mais adequados para um determinado projeto de desenvolvimento web.

As métricas WAB (Web Accessibility Barriers) e WAQM (Web Accessibility Quality Metric) estão muito associadas com as diretrizes WCAG (Web Content Accessibility Guidelines). WAQM foi projetada para aderir estritamente às ferramentas de avaliação automática. Neste ínterim, as fórmulas A3 e Uwem são propostas para o uso de coeficientes de barriers weights (barreiras de pesos). Foram apresentados também avaliações em grande escala de páginas web governamentais no Brasil usando as métricas em questão.

Page 17: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Anexo 3 – Resumos por Samuel A. Cardoso

Page 18: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Is Your Web Page Accessible? A Comparative Study of Methods for Assessing Web Page Accessibility for the

Blind

Jennifer Mankoff, Holly Fait & Tu Tran

1. Introdução Este artigo apresenta uma comparação de diferentes métodos para encontrar problemas de Acessibilidade afetando usuários cegos. A comparação é feita com desenvolvedores Web sem experiência com Acessibilidade e usuários cegos. São comparados: um estudo de laboratório para usuários cegos utilizando uma ferramenta automática e uma revisão de desenvolvedores Web (utilizando especificações padronizadas de Acessibilidade) com e sem a utilização de um leitor de tela.

2. Procedimento

Um estudo de laboratório:

Foram recrutados 5 adultos cegos, usuários de computador, com idades entre 19 e 52 anos. Todo participantes utilizaram a ferramenta JAWS. Cada participante foi pedido para realizar uma tarefa em cada um de quatro sítios, cada um com um nível diferente de dificuldade. As tarefas representavam tarefas diárias comuns, como utilizar formulários, pesquisar e comprar na internet.

Enquanto os usuários executavam as tarefas, foi pedido para que eles “pensassem alto”, falando os problemas que eles encontravam. Todas as sessões foram gravadas em vídeo e todos os links e sítios foram armazenados. Após, os avaliadores verificaram os resultados e categorizaram os problemas por grau de importância, baseado no grau que o determinado problema afetou o participante.

Revisão de desenvolvedores Web:

Foram recrutados 18 desenvolvedores Web, com 2 a 8 anos de experiência profissional. Todos participantes tinham pouco ou nenhum conhecimento de Acessibilidade. Eles foram divididos em dois grupos e pedidos para executar tarefas comuns na internet, assim como os usuários cegos. O primeiro grupo deveria identificar problemas surgidos utilizando um leitor de tela. Já o segundo, deveria conferir se as páginas visitadas seguiam as especificações do W3C Web Accessibility Initiative.

Após esta etapa, os avaliadores verificaram os resultados de ambos os procedimentos (estudo de laboratório e revisão de desenvolvedores Web) e os compararam, com base na quantidade de problemas encontrados.

3. Conclusão

De forma surpreendente, o método mais eficaz para encontrar problemas de Acessibilidade foi a utilização de múltiplos desenvolvedores, utilizando um leitor de tela.

Page 19: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Assessing Section 508 compliance on federal e-government Web sites A multi-method, user-centered evaluation of accessibility for

persons with disabilities

Paul T. Jaeger

1. Introdução Este artigo detalha um método centrado no usuário para verificar a Acessibilidade de sítios governamentais. Aplicando análise de políticas, testes de usuários, testes avançados, automáticos e um questionário para desenvolvedores Web, o estudo pretende mostrar um retrato dos níveis de Acessibilidade de sítios governamentais.

2. Procedimentos

Análise de políticas:

A analise foi realizada sobre a Seção 508 e seus regulamentos, e tem a intenção de determinar se seus padrões resultam em um sítio acessível.

Testes de usuários: Foram elaboradas tarefas (scripts) e estabelecido um conjunto de questões que o participante deveria executar em uma ordem específica, guiado pelo pesquisador. Além disso, foi utilizada a técnica de “pensamento alto”, onde o usuário deve falar em voz alta seus pensamentos, na medida em que ele vai interagindo com o sistema.

Com os usuários interagindo com os elementos do sítio, o script permite ao usuário descobrir quais informações e serviços nos sítios são acessíveis para suas necessidades particulares. Após completar as atividades, os usuários foram pedidos para explorar os sítios da sua própria forma (sem a utilização de scripts) e expressar pensamentos a respeito da Acessibilidade de cada sítio.

Testes avançados: Foi utilizado um instrumento especialmente construído para avaliar a acessibilidade em sítios governamentais, em termos de usuários com deficiências. O objetivo dessa fase foi prover um entendimento de quais sítios cumpriam os padrões da Seção 508 e como esses sítios interagiam com tecnologias assistivas. Este tipo de teste tem o objetivo de identificar problemas potenciais para um grupo de usuários, diferentemente dos testes de usuários, que envolvem testes focados em cada participante.

Testes de automáticos: Os programas foram avaliados através de sua utilidade para os usuários dos testes e as descobertas foram comparadas com as descobertas encontradas em outros métodos do estudo.

Questionário para os desenvolvedores: Um questionário foi preparado e distribuído para os desenvolvedores Web de sítios que estavam sendo estudos na pesquisa. As questões no questionário perguntavam como desenvolvedores dos sítios provavelmente decidiram implementar os guias da Seção 508, que fatores influenciaram naquela decisão e quais tipos de teste os desenvolvedores dos sítios provavelmente executaram nos sítios.

Page 20: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

A Quality Inspection Method to Evaluate E-Government Sites1

Ana Cristina Bicharra Garcia, Cristiano Maciel & Fernando Bicharra Pinto

1. Introdução e Descrição Este trabalho propõe uma extensão do método de Avaliação Heurística proposto por Nielsen. O método g-Quality é direcionado a sítios do governo, como os de informação, serviços e participação de cidadãos. Além da categoria de acessibilidade, o método também abrange as categorias de interoperabilidade, segurança e privacidade, agilidade e transparência do serviço.

A seguir, será apresentado um breve resumo do método de Avaliação Heurística proposto por Nielsen:

O método envolve vários avaliadores. Inicialmente, cada avaliador (sozinho) inspeciona a interface. Somente quando algumas avaliações estiverem concluídas é que os avaliadores são permitidos se comunicar e ter suas descobertas agregadas. No processo, existe um observador, que pode auxiliar os avaliadores e tomar nota dos comentários dos mesmos. A saída do processo é uma lista de problemas de usabilidade, baseada no catálogo de heurísticas de referência (também, proposto por Nielsen). A sessão deve durar uma ou duas horas.

2. Procedimento e Definição das Heurísticas As heurísticas acrescentadas às heurísticas propostas por Nilsen são: Acessibilidade, Interoperabilidade, Segurança e Privacidade, Confiança na Informação e Precisão de Conteúdo, Agilidade do Serviço, Transparência.

Com ligeiras diferenças, o método g-Quality se desenvolve nos mesmos moldes do método de avaliação proposto por Nielsen, porém, seu grande diferencial são as novas heurísticas propostas e os seus agrupamentos em cinco critérios de avaliação: Esforço Cognitivo, Tolerância, Alcance, Esforço Psíquico e Confiança.

Para cada heurística há o mapeamento de cada um dos cinco critérios em 0 a 3: 0 para uma relevância pequena, 1 para média e 2 para uma grande relevância. Ao final do método, são geradas tabelas e gráficos para facilitar as análises quantitativas.

1 Comentários do autor do resumo: Embora este artigo não descreva a adaptação do método do Nielsen para ajustá-lo ao contexto de heurísticas de Acessibilidade, acredito que ele tenha sido interessante para avaliar o método de avaliação proposto por Nielsen e, assim, possivelmente incorporá-lo ao nosso trabalho.

Page 21: IHC-TrabalhoPratico1-Parte1

IHC – 2010/1 – Primeiro Trabalho Prático – Parte 1

Fábio N. Miranda, Gessé S. F. Dafé e Samuel A. Cardoso

Desenvolvimento de um checklist para a avaliação de acessibilidade da web para usuários idosos1

Márcia Barros de Sales & Walter de Abreu Cybis

1. Introdução e Metodologia Este artigo apresenta o desenvolvimento de um checklist para a avaliação da acessibilidade de sites para usuários idosos. Segundo os autores, embora não sejam considerados deficientes, grande número deles apresenta uma ou mais alterações funcionais, conforme citado pelo Grupo Português de Iniciativas em Acessibilidade.

Em se tratando das necessidades especiais no contexto de usuários idosos, são destacadas as a alterações sensoriais, que se dividem em visão e audição; as alterações na cognição, que se dividem em deficiências de memória e atenção; alterações quanto ao tempo de reação; e, por fim, alterações emocionais, como a auto-estima.

Para a elaboração do checklist, foram desenvolvidas as seguintes atividades:

2. Realização de oficina de utilização de ferramentas de comunicação via Web por um grupo de pessoas idosas e análise dos dados obtidos.

3. Revisão bibliográfica e coleta de recomendações sobre a acessibilidade na Web, incluindo a análise do estado da arte no que se refere a checklists para a acessibilidade em geral;

4. Montagem da primeira versão do checklist a partir da reformulação e organização das recomendações selecionadas;

5. Verificação, por meio da leitura das questões do checklist por um grupo de avaliadores externos ao projeto, com conseqüente verificação e revisão, originando a segunda versão do checklist;

6. Validação e revisão do checklist por aplicação a um grupo avaliadores externos à equipe de projeto, originando a terceira versão do checklist;

7. Validação e revisão do checklist pelo confronto dos resultados de sua aplicação com as observações obtidas na realização das oficinas (item 1), originando a versão final do checklist.

8. Resultado Cada questão item do checklist possui a seguinte estrutura: Questão (texto identificando exatamente o que deve ser verificado nas páginas de interesse); Aplicação (indica sobre quais características das páginas, a questão se aplica); Relevância (explica o sentido e a importância da questão); Origem da questão (refere-se ao tratamento que deu origem à questão); Prioridade (a prioridade do item); Critério Ergonômico (indica qual o Critério Ergonômico, segundo Scapin & Bastien, está associado à questão).

1 Comentários do autor do resumo: Embora este artigo não descreva o método de avaliação, acredito que ele seja interessante para coletarmos algumas heurísticas de Acessibilidade.