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Plano Diretor de Drenagem – Diretrizes, Orientações e Propostas 61 O Mapa de Suscetibilidade à Erosão 2.5.7.a. (solos mais frágeis ao desenvolvimento de erosões) foi elaborado a partir dos compartimentos definidos na tabela 2.5.7. e mostram áreas mais ou menos críticas encontradas em todo o Município. Ele mostra que as áreas mais acidentadas ocupadas por rochas cristalinas, situadas nos cursos superiores dos afluentes da margem direita do rio Baquirivu Guaçu, nascentes da Bacia do Canal de Circunvalação e curso superior do Cabuçu de Cima apresentam suscetibilidade muito alta. Na Bacia do Baquirivu Guaçu, uma expansão urbana aumentaria a produção de sedimentos nas áreas afeta- das, provocando, em conseqüência, uma grande ampliação do assoreamento nos seus cursos inferiores e no Rio Baquirivu Guaçu, agravando as enchentes ao longo do seu percurso e o transporte de sedimentos para a Barragem da Penha. Um aumento do assoreamento também se daria nos contribuintes da Bacia do Canal de Circunvalação e no Cabuçu de Cima, ambos já bastante degradados por este fator. II. Áreas onde ocorrem os processos erosivos mais intensos no Município A produção de sedimentos gerados por erosões nas áreas urbanas é significativamente maior que nas áreas rurais. As principais fontes de sedimentos estão nos movimentos de terra executados para a implantação de loteamentos, conjuntos habitacionais, obras viárias e empreendimentos comerciais e industriais e atividades de extração mineral. As erosões iniciam-se com a supressão da cobertura vegetal, que cumpre um importante papel de proteção natural do terreno. No entanto, os movimentos de terra responsáveis pelas grandes alterações do relevo (cortes como para aterros, áreas de empréstimo etc.), cujas intervenções que não se limitam às camadas superficiais dos solos (solos superficiais) são os maiores responsáveis pela enorme produção de sedimentos no Município. Os loteamentos, localizados principalmente nas áreas periféricas são executados freqüentemente com intenso movimento de terra, baseado no conceito de “terra arrasada”, alterando condições de escoamento das águas pluviais, criando grandes áreas de solo exposto, formando extensas áreas submetidas a erosões. Os processos erosivos atingem a máxima intensidade nos estágios iniciais de sua implantação e ocupação, reduzindo progressivamente com o aumento de sua ocupação e implantação da infra-estrutura, de modo que, quanto mais consolidada for a ocupação, menor é a produção de sedimentos. Nos terraplenos isolados (empreendimentos comerciais, industriais) os processos erosivos, normalmente, têm menor tempo de duração, restringindo-se praticamente ao período de execução das obras. O Mapa 2.5.7.b. mostra as áreas do Município expostas a erosões constituindo as principais áreas fontes de produção de sedimentos, envolvendo loteamentos e terrenos com solo exposto, movimentos de terra e ocupa- ções mais recentes nas áreas rurais. A presença de extensas planícies aluviais no rio Tietê, Canal de Circunvalação e do Baquirivu Guaçu com exten- sas várzeas e brejos tem tornado freqüente a prática de aterramentos, favorecendo a ocorrência posterior de erosões, redução de várzeas e todos outros efeitos ambientais negativos. III. Assoreamento 18 As erosões estão intimamente associadas ao assoreamento: enquanto que os primeiros representam a fonte de sedimentos, o segundo consiste no seu destino final, provocando o entulhamento das calhas dos cursos d`água, lagos naturais ou represas. Em Guarulhos, as erosões em áreas urbanas constituem o principal fator responsável pelas inundações em muitos cursos d`água, como na maioria dos afluentes e no curso principal do Rio Baquirivu Guaçu, promo- vendo a redução da capacidade de escoamento das águas e contribuindo para a degradação da qualidade de suas águas. As erosões geram outros efeitos danosos para o Município, como a necessidade de executar serviços de desas- soreamento 19 com custos bastante elevados e as enormes dificuldades para proceder à disposição final destes materiais, em grande parte contaminados pelos poluentes encontrados nas águas. Estudos realizados pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulico - FCTH, em 1991 e 1992 (citado por DAEE, 2002), no Rio Baquirivu Guaçu, estimaram a sua descarga sólida total transportada em, aproximadamente, 1.215.000 m³/ano 20 . Deste total, cerca de 850.000 m³/ano, ou 170.400 caminhões, são transportados pelo Rio Baquirivu Guaçu para o Tietê, por ano. 21 A maior parte dos sedimentos que chegam ao Rio Baquirivu Guaçu e que consistem na maior fonte de pro- dução de sedimentos do Município decorrem da expansão urbana nas sub-bacias da sua margem direita, com destaque para as do Lavras,Tanque Grande e Araçau, especialmente a primeira, onde está localizado o lotea- mento “Fortaleza”. A sub-bacia do Lavras, embora conte com urbanizações periféricas em expansão, tem seus sedimentos retidos nas antigas cavas formadas pelas atividades de extração mineral.

II. Áreas onde ocorrem os processos erosivos mais ...servicos.guarulhos.sp.gov.br/destaques/coord_assunt_aerop/plano... · lembrar que o gerenciamento dos resíduos sólidos só

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Plano Diretor de Drenagem – Diretrizes, Orientações e Propostas 61

O Mapa de Suscetibilidade à Erosão 2.5.7.a. (solos mais frágeis ao desenvolvimento de erosões) foi elaborado a partir dos compartimentos definidos na tabela 2.5.7. e mostram áreas mais ou menos críticas encontradas em todo o Município.

Ele mostra que as áreas mais acidentadas ocupadas por rochas cristalinas, situadas nos cursos superiores dos afluentes da margem direita do rio Baquirivu Guaçu, nascentes da Bacia do Canal de Circunvalação e curso superior do Cabuçu de Cima apresentam suscetibilidade muito alta.

Na Bacia do Baquirivu Guaçu, uma expansão urbana aumentaria a produção de sedimentos nas áreas afeta-das, provocando, em conseqüência, uma grande ampliação do assoreamento nos seus cursos inferiores e no Rio Baquirivu Guaçu, agravando as enchentes ao longo do seu percurso e o transporte de sedimentos para a Barragem da Penha. Um aumento do assoreamento também se daria nos contribuintes da Bacia do Canal de Circunvalação e no Cabuçu de Cima, ambos já bastante degradados por este fator.

II. Áreas onde ocorrem os processos erosivos mais intensos no Município

A produção de sedimentos gerados por erosões nas áreas urbanas é significativamente maior que nas áreas rurais. As principais fontes de sedimentos estão nos movimentos de terra executados para a implantação de loteamentos, conjuntos habitacionais, obras viárias e empreendimentos comerciais e industriais e atividades de extração mineral.

As erosões iniciam-se com a supressão da cobertura vegetal, que cumpre um importante papel de proteção natural do terreno. No entanto, os movimentos de terra responsáveis pelas grandes alterações do relevo (cortes como para aterros, áreas de empréstimo etc.), cujas intervenções que não se limitam às camadas superficiais dos solos (solos superficiais) são os maiores responsáveis pela enorme produção de sedimentos no Município.

Os loteamentos, localizados principalmente nas áreas periféricas são executados freqüentemente com intenso movimento de terra, baseado no conceito de “terra arrasada”, alterando condições de escoamento das águas pluviais, criando grandes áreas de solo exposto, formando extensas áreas submetidas a erosões.

Os processos erosivos atingem a máxima intensidade nos estágios iniciais de sua implantação e ocupação, reduzindo progressivamente com o aumento de sua ocupação e implantação da infra-estrutura, de modo que, quanto mais consolidada for a ocupação, menor é a produção de sedimentos. Nos terraplenos isolados (empreendimentos comerciais, industriais) os processos erosivos, normalmente, têm menor tempo de duração, restringindo-se praticamente ao período de execução das obras.

O Mapa 2.5.7.b. mostra as áreas do Município expostas a erosões constituindo as principais áreas fontes de produção de sedimentos, envolvendo loteamentos e terrenos com solo exposto, movimentos de terra e ocupa-ções mais recentes nas áreas rurais.

A presença de extensas planícies aluviais no rio Tietê, Canal de Circunvalação e do Baquirivu Guaçu com exten-sas várzeas e brejos tem tornado freqüente a prática de aterramentos, favorecendo a ocorrência posterior de erosões, redução de várzeas e todos outros efeitos ambientais negativos.

III. Assoreamento18

As erosões estão intimamente associadas ao assoreamento: enquanto que os primeiros representam a fonte de sedimentos, o segundo consiste no seu destino final, provocando o entulhamento das calhas dos cursos d`água, lagos naturais ou represas.

Em Guarulhos, as erosões em áreas urbanas constituem o principal fator responsável pelas inundações em muitos cursos d`água, como na maioria dos afluentes e no curso principal do Rio Baquirivu Guaçu, promo-vendo a redução da capacidade de escoamento das águas e contribuindo para a degradação da qualidade de suas águas.

As erosões geram outros efeitos danosos para o Município, como a necessidade de executar serviços de desas-soreamento19 com custos bastante elevados e as enormes dificuldades para proceder à disposição final destes materiais, em grande parte contaminados pelos poluentes encontrados nas águas.

Estudos realizados pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulico - FCTH, em 1991 e 1992 (citado por DAEE, 2002), no Rio Baquirivu Guaçu, estimaram a sua descarga sólida total transportada em, aproximadamente, 1.215.000 m³/ano20. Deste total, cerca de 850.000 m³/ano, ou 170.400 caminhões, são transportados pelo Rio Baquirivu Guaçu para o Tietê, por ano.21

A maior parte dos sedimentos que chegam ao Rio Baquirivu Guaçu e que consistem na maior fonte de pro-dução de sedimentos do Município decorrem da expansão urbana nas sub-bacias da sua margem direita, com destaque para as do Lavras,Tanque Grande e Araçau, especialmente a primeira, onde está localizado o lotea-mento “Fortaleza”. A sub-bacia do Lavras, embora conte com urbanizações periféricas em expansão, tem seus sedimentos retidos nas antigas cavas formadas pelas atividades de extração mineral.

Prefeitura de Guarulhos64

IV. Composição dos materiais assoreados

Amostragens realizadas pela FCTH (citado por IPT, 1992) em trechos dos rios Tietê e Pinheiros acusaram uma composição de apenas 5% em peso de lixo e detritos urbanos variados (madeira, plásticos, papéis, couros, lo-nas, borrachas / pneus, vidros, latas tecidos, restos vegetais etc.) e o restante corresponde a sedimentos gerados por processos erosivos, juntamente com resíduos de construção civil, cuja separação não pode ser feita.

Esta percentagem certamente não é a mesma nos cursos d`água de Guarulhos, contribuintes do Rio Tietê, posicionados a montante e muito mais próximos das fontes geradoras. No entanto, ela é indicativa da predo-minância marcante de sedimentos na composição dos materiais assoreados. Mesmo que a percentagem de lixos e resíduos variados seja menor, seus efeitos sobre a qualidade das águas é extremamente danosa. Esta informação serve também para esclarecer o papel que desempenham os resíduos (lixo) no entulhamento dos corpos d`água e, conseqüentemente, nas enchentes.

Resíduos Sólidos2.5.8

A urbanização tende a gerar grande quantidade resíduos sólidos de origem e composições diversas, que con-tribuem, significativamente, para a poluição dos corpos d`água, como foi visto. A maior ou menor capacidade de afetar a qualidade das águas depende, de um modo geral, de um bom gerenciamento dos serviços de limpeza propriamente dito (coleta, transporte de lixo domiciliar e hospitalar, varrição, capinação, remoção de animais mortos, limpeza de córregos, entre outros) e dos serviços de tratamento e de disposição final. Cabe lembrar que o gerenciamento dos resíduos sólidos só pode ser eficiente se contar com a colaboração efetiva da população.

Os resíduos originados por atividades industriais, em grande parte considerados tóxicos, quando dispostos de forma inadequada são extremamente prejudiciais à qualidade das águas. Os entulhos (resíduos da construção civil, solos de escavações etc.), normalmente classificados como “inertes”, embora não tendem a afetar a qua-lidade das águas na mesma intensidade que o lixo orgânico, muito podem contribuir para o assoreamento dos cursos d´água e, conseqüentemente, para as inundações.

Nos últimos anos, vem ocorrendo um visível aumento do descarte de embalagens plásticas (“PETs” e outros tipos) com grande resistência à degradação, que acabam alcançando os cursos d`água, contribuindo para obs-truções localizadas.

De acordo com o Departamento de Serviços Públicos, responsável pelo gerenciamento dos resíduos sólidos de Guarulhos, a coleta de lixo abrange, praticamente, toda a área urbana do Município, incluindo as favelas e, em particular, aquelas localizadas na beira de córregos. Para os materiais inertes, o Município conta com um programa específico, baseado em Pontos de Entrega Voluntária – PEVs. Não obstante esses serviços, ainda ocorrem significativos despejos clandestinos, tanto de lixo como de entulho, dispersos em diferentes pontos da cidade, principalmente próximo às vias públicas, além de descartes diretos nos corpos d`água, de resíduos domésticos e de entulhos.

Áreas contaminadas e vulnerabilidade de aqüíferos2.5.9

O diversificado parque industrial de Guarulhos, composto por grande número indústrias com altas concen-trações de produtos químicos e atividades que geram produtos e efluentes perigosos (metalúrgica, mecânica, auto-peças, química, farmacêutica e distribuição de combustíveis), exige uma atenção especial na gestão deste setor, pelo seu elevado potencial de contaminação. Contribuem também para esse potencial os serviços de es-tocagem subterrânea de combustíveis (entre os quais os postos de gasolina, disseminados pela cidade), além da extensa área urbanizada sem tratamento de esgotos, do lançamento de efluentes industriais fora de controle e das descargas clandestinas de resíduos sólidos.

As contaminações podem atingir o solo, as águas superficiais e subterrâneas, representando sério risco à saúde pública e aos ecossistemas. De acordo com os critérios definidos pela CETESB (Manual de Gerenciamento de Águas Contaminadas, CETESB, 2001), pode ser feita uma graduação no processo de classificação das áreas contaminadas, em 3 tipos:

1. Área Potencialmente Contaminada: terrenos onde foram ou estão sendo desenvolvidas atividades potencialmente contaminadas, que podem causar danos e/ou riscos aos bens a proteger;

2. Área Suspeita de Contaminação: local onde existe suspeita de contaminação do solo e das águas

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subterrâneas e/ou outros compartimentos do meio ambiente, não tendo sido feito ensaios e estudos para sua comprovação; e

3. Área contaminada: terreno em que foi comprovada por ensaios a existência de contaminações, que podem provocar danos e/ou riscos aos bens existentes na própria área investigada ou em seus arredores.

Os conceitos utilizados envolvem, portanto, não somente a presença de poluentes, mas também a existência de danos ou riscos aos bens a proteger, como os solos, as águas subterrâneas e a saúde das comunidades afe-tadas. Durante muito tempo, o solo foi, na prática, considerado um meio capaz de receber, de forma ilimitada, as substâncias nocivas (lixos, resíduos industriais e outros), confiando-se na sua capacidade de autodepuração. Hoje, sabe-se que esta avaliação é equivocada, e que gerou um passivo ainda desconhecido na sua real dimen-são.

O Mapa 2.5.9.a. identifica no Município as áreas potencialmente contaminadas e aquelas já compro-vadas, por parte da Prefeitura (Secretaria de Meio Ambiente) e da CETESB, que podem ser classificadas em quatro categorias:

1. Áreas contaminadas por armazenamento de combustíveis em postos de gasolina, de acordo com levantamento efetuado pela CETESB (2006);

2. Áreas potencialmente contaminadas, onde ocorreram descargas de resíduos variados, disposição de resíduos industriais, aterros industriais ou químicos, áreas abandonadas por antigas atividades de extração mineral (areia e pedreira) e regiões de concentração de indústrias;

3. Áreas potencialmente contaminadas pela presença de fontes projetadas para reter substâncias du-rante o seu transporte, ou fontes enterradas: oleodutos, querodutos, cemitérios; e

4. Áreas potencialmente contaminadas nos locais de concentração industrial.

Vulnerabilidade de aqüíferos22

A vulnerabilidade dos aqüíferos à poluição depende de vários fatores, principalmente a composição dos solos e rochas e sua interação da água infiltrada, profundidade do nível d’água, entre outros. Ou seja, o critério de vulnerabilidade aqui adotado, envolve a capacidade de resistir às formas de contaminação. De modo geral, os sedimentos Quaternários são mais vulneráveis à poluição (alta vulnerabilidade).

Os sistemas aqüíferos de Guarulhos estão sujeitos à degradação progressiva, diante das inúmeras fontes de poluição presentes, decorrentes das precárias condições de coleta de esgoto e das potenciais fontes geradas pelas atividades industriais.

De modo geral, no sistema aqüífero sedimentar o risco de poluição às águas subterrâneas é maior, particu-larmente nas áreas de ocorrência dos sedimentos aluvionares Quaternários, cuja vulnerabilidade é alta (mapa 2.5.9.b.). Por outro lado, no sistema aqüífero cristalino, as águas subterrâneas estão mais protegidas (média baixa – baixa), devido principalmente à presença de uma cobertura de solo (manto de intemperismo).

Os pontos de despejos de esgotos não tratados e as áreas contaminadas e com potencial de contaminação (mapa 2.5.9.a.) estão localizadas justamente nas regiões mais vulneráveis (alta, média alta e media), fazendo com que as águas subterrâneas fiquem mais expostas a uma deterioração progressiva.

Poluição das águas e risco à saúde2.5.10

I. Esgotos

O Município de Guarulhos possui um sistema de coleta de esgotos implantado de forma parcial e descontínua, fazendo com que, praticamente todo o esgoto produzido no Município seja lançado nos corpos d`água super-ficiais ou em galerias pluviais, sem nenhum tipo de tratamento. Ou seja, a taxa de tratamento de esgoto é nula e existem mais de 245 mil metros de ruas desprovidas de redes coletoras (SAAE, 2004). A Tabela 2.5.10 contém uma síntese do sistema de esgotamento sanitário do Município.

O Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo (Cetesb, 2006) contém os resultados do IQA – Índice de Qualidade das Águas, apresentando a análise de quatro pontos de coletas bimestrais durante o ano de 2006 no município, sendo um no rio Baquirivu Guaçu divisa com Arujá, um no rio Tietê à montante da foz do Baquirivu Guaçu e um no córrego Tanque Grande próximo à sua cabeceira, tendo como resultados a tabela 2.5.10.b:

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CategoriaEconomias ativas

de esgotoContribuição de esgoto (m³/mês)

Contribuição de esgoto por economia (m³/econ./mês)

Residencial 216.807 2.996.926 13,82

Comercial 16.566 3190.095 19,26

Industrial 1.446 106.488 73,64

Total 235.401 3.506.338 14.90

Tabela 2.5.10.a – Situação dos esgotos em Guarulhos. Fonte: Relatório Final e Síntese Multidisciplinar – Plano Diretor de Esgotos de Guarulhos, SAAE, 2004.

Resultados mensais e médias anual do IQA - 2006

CÓDIGO DO PONTO

CORPO D´ÁGUA JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MÉDIA

BQGU03300Rio Baquirivu

Guaçu42 33 39 55 13 13 32

CRIS03400Ribeirão dos

Cristais64 59 64 67 60 53 61

DUVA04900Rio

Aricanduva22 25 20 14 15 19

JQJU00900

Reservatório do Juqueri ou Paiva Castro

82 83 81 83 91 84 84

JQRI03800 Rio Juqueri 31 31 25 23 18 27 26

NINO04900Ribeirão dos

Meninos19 41 13 18 17 18 21

PINH04100 Rio Pinheiros 37 22 44 23 21 11 26PINH04900 Rio Pinheiros 14 16 12 14 15 14

TAMT04500Rio

Tamanduateí17 38 15 16 15 15 19

TAMT04900Rio

Tamanduateí14 16 14 14 14 14

TGDE00900Reservatório do Tanque

Grande77 79 85 86 82 77 81

TIES04900Reservatório Edgard de

Souza18 16 15 13 14 14 15

TIET04150 Rio Tietê 26 29 16 18 13 17 20TIET04170 Rio Tietê 30 24 19 15 14 15 20TIET04180 Rio Tietê 22 26 16 20 12 14 18TIET04200 Rio Tietê 15 16 16 16 15 20 16

TIPI04900Reservatório de Pirapora

18 18 17 17 15 14 17

Classificação

Ótimo Boa Regular Ruim Péssima

Tabela 2.5.10.b – Qualidade dos corpos d’água em Guarulhos: rios Tietê e Baquirivu Guaçu e Reservatório do Tanque Grande. Fonte: Relatório de Qualidade de Águas Interiores do Estado de São Paulo, Cetesb 2006

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II. Leptospirose

A Leptospirose é uma doença infecciosa, causada por uma bactéria encontrada na urina dos ratos, transmitida, na maioria das vezes, através do contato com as águas, a lama trazida pela enchente, os alimentos, ou mesmo pelo solo contaminado por animais portadores do leptospira. A bactéria penetra no corpo pela pele, com ou sem ferimentos. Entre os animais transmissores, além dos roedores (ratos) que são os maiores responsáveis, também pode ocorrer a difusão da doença por bovinos, eqüinos, cães e animais selvagens. A leptospirose constitui um problema de saúde pública, associado, principalmente à falta de controle de ratos e más condi-ções de higiene, agravadas, principalmente, pela presença de água ou lama contaminadas, normalmente por enchentes.

O Departamento de Higiene e Proteção da Saúde (Divisão de Epidemiologia), responsável pelo controle da doença no Município registrou 129 casos notificados (para esse departamento do Município de Guarulhos), durante todo o ano de 2006, além de outros 11 que foram contraídos fora do Município, como mostra a Tabela 2.5.10.b., a seguir e respectiva Figura 2.5.10. (gráfico), que ilustra os dados apresentados. Esses casos foram provocados por vários tipos de contaminações ou situações de risco.

Mês Autóctones Importados

Jan 10 3

Fev 22 3

Mar 39 3

Abr 23 1

Mai 4 0

Jun 3 0

Jul 2 0

Ago 7 1

Set 8 0

Out 5 0

Nov 1 0

Dez 5 0

TOTAL 129 11

Tabela 2.5.10.c – Casos de Leptospirose23 no município de Guarulhos no ano de 2006, segundo classificação. Fonte: Prefeitura de Guarulhos — Secretaria de Saúde – DHPS – DTE – SINANW.

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Figura 2.5.10 – Casos de Leptospirose. Fonte: Prefeitura de Guarulhos — Secretaria de Saúde – DHPS – DTE – SINANW.

A tabela e a figura mostram, também, que as maiores incidências da doença ocorrem nos meses de de-zembro a abril, período de chuvas. Registram também que, mais de 47% das ocorrências notificadas na Vigilância Sanitária da Prefeitura se deram por contato com as águas de enchentes, normalmente o prin-cipal fator responsável.

Os casos de leptospirose gerados, unicamente, por contaminações em áreas inundáveis nas sub-bacias hidro-gráficas de Guarulhos, estão representados no mapa e tabela, a seguir apresentados.

Situação de riscoAutóctone

n.casos %

água de rio, córrego, lago, mangue 8 6,20

água e ou lama de enchente 61 47,29

entulho, lixo 5 3,88

fossa, esgoto 1 0,78

limpeza de caixa d`água 1 0,78

terreno baldio 2 1,55

Roedores 51 39,53

TOTAL 129 100,00

Tabela 2.5.10.d – Dados parciais de 2006 até 08/03/2007 de casos de Leptospirose por situação de risco em Guarulhos no ano de 2006. Fonte: Prefeitura de Guarulhos — Secretaria de Saúde – DHPS – DTE – SINANW.

O mapa de caso de leptospirose 2.5.10 mostra, ainda, bacias críticas que exigem ações preventivas de sanea-mento, destacando-se, especialmente, aquelas encontradas na região do Bairro Ponte Alta e na ocupação Anita Garibaldi (Bacia do Córrego Guaraçaú).