Processos Erosivos No Centro - Oeste Brasileiro

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  • 7/22/2019 Processos Erosivos No Centro - Oeste Brasileiro

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    P EC O B

    R O C E S S O S R O S I V O S N O

    E N T R O - E S T E R A S I L E I R O

    P EC O B

    R O C E S S O S R O S I V O S N OE N T R O E ST E R S I L E I R O

    JosCamapumde CarvalhoMaurcioMartines Sales

    Newton Moreirade SouzaMaria Tereza da Silva Melo

    O r g a n i z a d o r e s

    Este livro, Processos Erosivos no Centro-Oeste Brasileiro, apresentaalgunsdosprincipaisresultadosobtidosao longodo ProjetoPronex,PrevenoeRecuperao de reas Potenciais de Degradao por Processos de ErosoSuperficial, Profunda e Interna no Centro-Oeste. Este projeto fruto da parceriaentre o Programa de Ps-Graduao em Geotecnia da U niversidade de Braslia, aEscola de Engenharia da Universidade Federal de Gois e Furnas Centrais EltricasS.A.

    O livro Processos Erosivos no Centro-Oeste Brasileiro e as cartilhasEroso e Meio Ambiente: Eroso vm ao encontro do objetivo contido noCaptulo36daAgenda21:

    c) Lutar para facilitar o acesso educao sobre meio ambiente edesenvolvimento, vinculada educao social, desde a idade escolar primria ataidadeadultaem todososgruposda populao;

    preciso reconhecer, no entanto, que um projeto como este, apesar daimportncia do entendimento a que se chegou, das solues tcnicasdesenvolvidase darelevnciado materialdidticoproduzido,tem suaefetividadeatrelada ao real interesse da sociedade e ao empenho da Administrao Pblicaenquanto Estado. Alis, cabe destacar, que o conhecimento dos problemas emsua essncia por meio da educao, que despertar o interesse da sociedade,cabendoassim,a iniciativaaoprprioEstado.

    UnB UF G

    ProcessosErosivosnoCentro-OesteBrasileiro

    Jos Camapum de Carvalho graduadoemEngenhariaCivilpelaUnBe em Administrao pelo UniCEUB. mestre em Engenharia Civil pela UFPB edoutor pelo Instituto Nacional deCincias Aplicadas de Toulouse - Frana.Fez ps-doutorado na UniversidadeLaval no Canad. professor do Cursode Engenharia Civil e Ambiental e doPrograma de Ps-Graduao emGeotecnia da UnB. pesquisador I-B doCNPq. ex-presidente por duas gestesdoNcleoCentro-Oesteda ABMS.

    Maurcio Martines Sales graduado em Engenharia Civil pelaEscola de Engenharia da UFG. mestreem Engenharia Civil pela PUC-RJ edoutor em Geotecnia pela UnB. professor do Curso de Engenharia Civil,coordenador e professor do Programade Ps-Graduao em Geotecnia eConstruo Civi l da Escola deEngenharia da UFG. membro da

    Diretoria no Ncleo Centro-Oeste daABMS.

    Newton Moreira de Souza graduadoem EngenhariaCivilpela USP-So Carlos e especialista em Qumica eM i n er a l og i a d o s S o l o s p e l aUniversidade de Estudo de Florena -Itlia. mestre em Engenharia Civil pelaUFPBe Doutorem GeotecniapelaUSP-So Carlos. Fez ps-doutorado naUniversidade Tcnica de Berlim. professor do Curso de Engenharia Civile Ambiental e do Programa de Ps-Graduao em Geotecnia da UnB. pesquisador II do CNPq. presidentedoNcleoCentro-Oesteda ABGE.

    Maria Tereza da Silva Melo graduada em Engenharia Civil pelaEscola de Engenharia da UFG e mestreem Geotecnia pela UnB. ps-graduada em Gesto Ambiental pelaUCG/Senai e scia da empresa EscolEngenhariade Solose ConstruesLtda.

    ProjetoPronex

    Preveno e Recuperao de reasPotenciais de Degradao por Processosde Eroso Superficial, Profunda e InternanoCentro-Oeste.

    O projeto de pesquisa buscoucumprirquatro objetivos bsicos:- Criar e consolidar um frum de debatesmultidisciplinar sobre solos tropicais eprocessos erosivos na Regio Centro-OestedoBrasil;- E n t en d e r o s m e c an i s m os d edesencadeamento e evoluo dosprocessos erosivos no Centro-Oestebrasileiro;-Desenvolvertecnologiasde recuperaodeprocessoserosivosabaixocusto;- Disponibilizar para a comunidadetcnico-cientfica e para a sociedadematerialdidticoelaboradocombasenosresultadoseconclusesdo projeto.

    Como sntese da produo

    bibliogrfica,de stacam-se:- I Simpsio sobre Solos Tropicais eProcessos Erosivos no Centro-Oeste,Braslia DF(2003);- II Simpsio sobre Solos Tropicais eProcessos Erosivos no Centro-Oeste,Goinia GO(2005);- III Simpsio sobre Solos Tropicais eProcessos Erosivos no Centro-Oeste,Cuiab-MT(2007);-CartilhaEroso(2005);- Cartilha Meio Ambiente: Eroso(2006);- Livro Processos Erosivos no Centro-Oeste Brasileiro(2006).

    Embora o Projeto Pronex sejaaqui concludo, a linha de pesquisacontinua como parte integrante das reasde atua o do Programa de Ps-G r a d ua o e m G e o t e cn i a d aUniversidade de Braslia e do recm-criado Programa de Ps-Graduao emGeotec n ia e Con struo Civil daUniversidadeFederalde Gois.

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    Processos Erosivos no

    Centro-Oeste Brasileiro

    O

    Jos Camapum de CarvalhoMaurcio Martines Sales

    Newton Moreira de SousaMaria Tereza da Silva Melo

    Braslia 2006Editora: FINATEC

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    EQUIPE EDITORIAL

    CAna Cludia Lelis

    RMaria de Jesus Arajo Neves

    E EFernando M. Neves

    A TAlex Vaz MenezesCharles Silva de Aguiarris Luna Macdo

    Qualquer comentrio, avor contactar:www.unb.br/f/enc/geotecnia

    (61) 3273-7313(61) 3307-2711

    Processos Erosivos no Centro-Oeste Brasileiro / Jos Camapum deP963 Carvalho, Maurcio Martines Sales, Newton Moreira de Souza eMaria Tereza da Silva Melo (organizadores). Braslia: Univer-sidade de Braslia: FINATEC, 2006.

    xxxiv, 464 p. Inclui bibliografia e anexo

    ISBN 85-85862-16-5

    1. Eroso Centro-Oeste. 2. Ravina. 3. Vooroca. I. Camapumde Carvalo, Jos. II. Sales, Maurcio Martines. III. Souza, NewtonMoreira. IV. Melo, Maria Tereza da Silva.

    CDU 631.6.02

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. proibida a reproduoparcial ou integral desse livro, por qualquer meio ou processo, semprvia autorizao do Programa de Ps-Graduao em Geotecnia daUniversidade de Braslia. A violao dos direitos autorais punvelcomo crime. www.unb.br/f/enc/geotecnia, tel. (61) 3273-7313 e (61)3307-2711.

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    PROJETO PRONEX

    Preveno e Recuperao de reas Potenciais de Degradao por Processos

    de Eroso Superficial, Prounda e Interna no Centro-Oeste

    C

    Jos Camapum de Carvalho

    FConselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

    G FFundao de Empreendimentos Cientficos e Tecnolgicos FINATEC

    I P

    Universidade de BrasliaPrograma de Ps-Graduao em Geotecnia

    Universidade Federal de Gois

    Escola de Engenharia

    Furnas Centrais Eltricas S.A.

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    Homenagem pstuma

    F EITOSA, proessor por excelncia, E ngenheiro em sua plenitude, I rradiava harmonia, T ransormava labor em alegria. O lhar sempre tranqilo, S bio no viver,

    A migo, colega, irmo.

    PROFESSOR

    Jos Henrique Feitosa Pereira

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    D M T DD P P-G G U B

    E L

    DISSERTAES DE MESTRADO

    FCIO, Jos Augusto. Proposio de uma Metodologia de Estudo da Erodibi-lidade dos Solos do Distrito Federal. Orientador: Jos Camapum de Carvalho.(1991).

    DUARTE, Ktia da Silva. Mapeamento Geotcnico da Margem Direita doRio So Bartolomeu, Distrito Federal. Orientador: Newton Moreira de Souza.(1992).

    MORTARI, Digenes. Caracterizao Geotcnica e Anlise do Processo Evo-

    lutivo das Eroses no Distrito Federal. Orientador: Jos Camapum de Carva-lho. (1994).

    CARDOSO, Fabrcio Bueno Fonseca. Anlise Qumica, Mineralgica e Mi-cromorolgica de Solos Tropicais Colapsveis e o Estudo da Dinmica do Co-lapso. Orientador: Jos Camapum de Carvalho. (1995).

    ROMO, Patrcia de Arajo.Mapeamento Geotcnico da Regio de guasClaras (DF): Utilizao de Recursos de Geoprocessamento e de Novos Mto-

    dos de Ensaios para Caracterizao de Solos Tropicais. Orientador: NewtonMoreira de Souza. (1995).

    ARAKI, Maria Sanae. Aspectos Relativos s Propriedades dos Solos Poro-sos Colapsveis do Distrito Federal. Orientador: Jos Camapum de Carvalho.(1997).

    SANTOS, Roberto Mrcio Macedo. Caracterizao Geotcnica e Anlise do

    Processo Evolutivo das Eroses no Municpio de Goinia. Orientador: JosCamapum de Carvalho. (1997).

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    FARIAS, Rideci de Jesus da Costa. Utilizao de Geossintticos no Controle

    de Eroses. Orientador: Ennio Marques Palmeira. (1999).

    LIMA, Marisaides Cruz. Contribuio ao Estudo do Processo Evolutivo deBoorocas na rea Urbana de Manaus. Orientadores: Jos Camapum de Car-

    valho e Consuelo Alves da Frota. (1999).

    MOTTA, Nelson Otvio da. Caracterizao e Modelagem da Evoluo de Ero-ses em Campo Grande. Orientador: Jos Henrique Feitosa Pereira. (2001).

    GUIMARES, Renato Cabral. Anlise das Propriedades e Comportamentode um Perfil de Solo Latertico Aplicada ao Estudo do Desempenho de EstacasEscavadas. Orientador: Jos Camapum de Carvalho. (2002).

    OLIVEIRA, Maria de Ftima Mendona. Utilizao do Geoprocessamentono Cadastro das Eroses das Pores Central e Sudoeste do Distrito Federal.Orientador: Newton Moreira de Souza. (2002).

    FRANCISCO, Renato Apolinrio. Cadastramento e Diagnstico de Ero-ses nas Fazendas da Faber Castell no Municpio do Prata-MG. Orientador:Newton Moreira de Souza. (2003).

    JACINTHO, Elza Conrado. Estudo do Comportamento de Misturas Solo-emulso para Uso em Barragens.Orientadores: Jos Camapum de Carvalho eMrcio Muniz de Farias.(2005).

    LESSA, Mauro Aparecido de Souza. Influncia de ndices Pluviomtricos na

    Umidade de Solos Tropicais como Indicador da Suco Aplicados a Funda-es. Orientadora: Noris Costa Diniz. (2005).

    MARTINS, Elidiane Oliveira. Cadastro Georreerenciado de Eroses no Dis-trito Federal. Orientador: Newton Moreira de Souza. (2005).

    NOGUEIRA, Jairo Furtado.Anlise da Influncia do Fluxo por Capilaridadena Degradao Fsico-Qumica do Solo. Orientador: Jos Camapum de Car-

    valho. (2005).

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    TESES DE DOUTORADO

    CARDOSO, Fabrcio Bueno da Fonseca. Propriedades e ComportamentoMecnico de Solos do Planalto Central Brasileiro. Orientadores: Jos Ca-mapum de Carvalho e Eder de Souza Martins. (2002).

    LIMA, Marisaides Cruz. Degradao Fsico-Qumica e Mineralgica deMacios Junto s Voorocas. Orientador: Jos Camapum de Carvalho. (2003).

    FARIAS, Rideci de Jesus da Costa. Utilizao de Geossintticos em Sistemasde Controle de Eroses. Orientadores: Jos Camapum de Carvalho e EnnioMarques Palmeira. (2005).

    SOARES NETO, Joaquim Pedro. Avaliao Geoambiental da Bacia do Rio dasOnadas no Oeste da Bahia. Orientador: Newton Moreira de Souza. (2005).

    ROMO, Patrcia de Arajo.Modelagem de Terreno com Base na Moro-metria e em Sondagens Geotcnicas Regio de Goinia - GO. Orientador:

    Newton Moreira de Souza. (2006).

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    Apresentao

    Os estudos voltados para o entendimento, preveno e controle de pro-cessos erosivos no Programa de Ps-Graduao em Geotecnia da Universida-

    de de Braslia (UnB) nasceram com o prprio Programa, que elegeu como umade suas metas atuar na soluo de problemas regionais e de regies carentes doBrasil, sempre buscando atender as suas finalidades tcnica, cientfica e social econtribuir para a ormao de recursos humanos. J a primeira turma de mes-trado contou com o desenvolvimento de uma dissertao de mestrado sobreo tema, de autoria do engenheiro da Novacap Jos Augusto Fcio, que, preo-cupado com o grande nmero de ravinas e voorocas que surgiu decorrenteda expanso urbana de Braslia, e entusiasmado com os trabalhos pioneiros daEngenheira Veridiana Bragana da Silva na regio, resolveu enrentar o desafio

    de buscar soluo para os problemas de eroso linear.O nosso primeiro contato direto com o problema se deu quando, em

    1989, tivemos a oportunidade, com o proessor Jorge Gomes do Cravo Barrosdo Instituto de Geocincias da UnB, de atender a uma solicitao da DeesaCivil do Distrito Federal, para visitar e propor soluo para os problemas deeroso interna que vinham aetando o povoado Jardim Ing, Municpio de Lu-zinia, Estado de Gois. Estavam ali um gelogo, um engenheiro, o problemae a necessidade de soluo, este oi o nascedouro deste livro.

    Este livro, Processos Erosivos no Centro-Oeste Brasileiro, parte in-

    tegrante do Projeto Pronex Preveno e recuperao de reas potenciais dedegradao por processos de eroso superficial, prounda e interna no Centro-Oeste, e este livro, ruto de uma parceria entre o Programa de Ps-Graduaoem Geotecnia da Universidade de Braslia, a Escola de Engenharia da Univer-sidade Federal de Gois e Furnas Centrais Eltricas S/A. Dentro deste projeto,alm das dissertaes de mestrado e teses de doutorado deendidas e de artigospublicados em peridicos e anais de congresso, oram tambm realizados o Ie o II Simpsios sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste e

    publicadas duas cartilhas, uma voltada para o Ensino Mdio e AdministraoPblica para a populao aetada por processos erosivos, e outra objetivando

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    atender ao Ensino Fundamental. Todo o desenvolvimento do projeto e a ela-

    borao do material bibliogrfico se deram com o pensamento voltado para aidia de que aprende quem ensina e ensina quem aprende.

    O livro Processos Erosivos no Centro-Oeste Brasileirooi organizadocom base na experincia e nos resultados obtidos para a Regio Centro-Oestedo Brasil e dele participam, como autores, os alunos, ex-alunos e pesquisadoresque tiveram participao na organizao do texto e nos estudos e pesquisas.Embora no se aa presente como autor nos captulos deste livro, gostaramosde destacar a participao e as contribuies eetivas deixadas pelo Professor

    Jos Henrique Feitosa Pereira.Faz-lo presente nesse momento, dar desta-que a esta obra.O primeiro captulo do livro traz inormaes sobre o contedo da le-

    gislao vigente, que se relaciona ao tema eroso dos solos. No se pretendeunesse captulo ser completo ou estabelecer doutrina, mas to-somente trazerpara quem trabalha na rea, inormaes bsicas sobre a legislao vigenteno Brasil que traz expressa ou implicitamente em seu teor o tema eroso. Osdemais captulos so tcnicos e abordam aspectos que vo da preveno re-cuperao de reas degradadas por processos erosivos.

    O livro busca oerecer comunidade tcnico-cientfica e AdministraoPblica a experincia e os conhecimentos adquiridos e consolidados nos lti-mos quinze anos, a partir de atividades de pesquisa e extenso realizadas na re-gio Centro-Oeste, pelo grupo de trabalho. Nessa oportunidade, agradecemosao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq)pela confiana e apoio financeiro dado ao projeto de pesquisa, Fundao deApoio Pesquisa (Finatec) pelo suporte administrativo e a todos que diretaou indiretamente contriburam para que esta publicao se tornasse realidade.Mas no poderia deixar de agradecer em especial aos colegas e alunos que, ao

    longo desses anos, me trouxeram grandes ensinamentos e muito me honrarampelo brilhantismo e companheirismo.

    Jos Camapum de CarvalhoCoordenador do Projeto Pronex

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    A eroso compreende um conjunto de enmenos naturais envolvendoa ormao de materiais detrticos provenientes da decomposio e desagre-

    gao das rochas e dos solos. Ela age continuamente na supercie da Terra erepresenta um dos principais agentes naturais de transormao fisiogrficado planeta, governado por agentes tais como clima, ao das guas e vento,caractersticas do relevo, atividade biolgica nos solos e, por ltimo, e nomenos importante, pela ao antrpica. O enmeno da eroso das rochas esolos aeta, portanto, as camadas mais superficiais da crosta terrestre, e, porisso, representa um dos enmenos geolgicos naturais que so potencial-mente mais aetados pela ao do homem dentro de uma curtssima escalade tempo. A ocupao e uso dos solos pelo homem, quando eetuados de ma-neira desordenada, ocasiona srias conseqncias, dentre as quais podem serincludas a perda de solos rteis, o assoreamento de cursos de gua e de reser-

    vatrios, incluindo os de usinas hidreltricas, o que potencialmente ocasiona adiminuio na produo de energia eltrica, a poluio dos corpos de gua, areduo do volume de gua disponvel para abastecimento urbano, a diminui-o da produtividade agropecuria, bem como a ocorrncia de desastres urba-nos, tais como os deslizamentos de terra observados anualmente em encostasnas grandes cidades brasileiras. Obviamente, todas as conseqncias listadas,alm de incluir, em alguns casos, a irreparvel perda de vidas humanas, igual-mente representam um pesado nus econmico e social para qualquer pas em

    desenvolvimento, especialmente aqueles que, como o Brasil, esto sujeitos aoclima tropical, caracterizado pelas elevadas pluviosidade e taxa de intemperis-mo qumico, o que torna o enmeno da eroso mais eetivo.

    Ao longo das ltimas quatro dcadas, a regio central do Brasil assistiu rpida e vigorosa ocupao do seu solo por meio da urbanizao e do aceleradoincremento na atividade agropecuria, provocando o rpido surgimento dasdanosas conseqncias do enmeno da eroso, com srias implicaes paraas reas urbanas, para o assoreamento de reservatrios e cursos de gua e paraa perda de solos rteis utilizados pela atividade agrcola. Isso tem provocado,

    portanto, intensa investigao e debate sobre os mecanismos causadores do e-nmeno, bem como sobre diagnstico das possveis medidas a serem adotadas

    Precio

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    para o seu controle e manejo. Assim, a completa compreenso do enmeno da

    eroso, associada adoo de medidas de controle do uso e ocupao do soloconstituem importantes erramentas para o desenvolvimento econmico e so-cial da regio. nesse contexto que assumiram lugar de destaque as atividadesde pesquisa desenvolvidas pelo Programa de Ps-Graduao em Geotecnia daUniversidade de Braslia, por seus pesquisadores e alunos de ps-graduao.Desde a criao do Programa, o tema eroso e seu controle tm constitudoum dos pontos centrais nos seus projetos de pesquisa, de orma que grandeparte do conhecimento recente desenvolvido sobre o tema na regio Centro-Oeste do Pas devido aos trabalhos dos docentes e alunos daquele Programa.

    O presente livro Processos Erosivos no Centro-Oeste Brasileiro representaum dos mais importantes e brilhantes produtos originados pelo Projeto PronexPreveno e recuperao de reas potenciais de degradao por proces-sos de eroso superficial, profunda e interna no Centro-Oeste,executadopelo grupo de pesquisadores da Universidade de Braslia conjuntamente compesquisadores da Universidade Federal de Gois e gelogos e engenheiros deFurnas Centrais Eltricas S/A representa publicao extremamente oportuna,pois rene, consolida e torna acessvel um rico acervo de conhecimentos sobreo tema, proveniente dos estudos e pesquisas de um grupo multidisciplinar in-

    cluindo engenheiros, gelogos e bilogos. O livro constitui, portanto, base deconhecimento de grande valor que pode e deve ser usada como instrumentode consulta para o desenvolvimento de aes que visem preservao dos so-los e diminuio dos eeitos negativos da acelerao dos processos de eroso,no s da regio Centro-Oeste do Brasil, como, tambm, de outras regies doPas. Os treze captulos do livro tratam dos mais variados aspectos relativos eroso dos solos, desde os conceitos tericos geolgico-geotcnicos at a le-gislao ambiental, na qual se insere o tema, passando pelo cadastro de reassujeitas eroso, estudos de caso, avaliao de suscetibilidade dos terrenos

    eroso, mecanismos de recuperao e controle, modelos de previso, e atbiotecnologia aplicada ao controle da eroso. Dessa maneira, a obra represen-ta instrumento indispensvel para aqueles interessados nas questes relativasao tema, no s do ponto de vista cientfico, mas, tambm, do ponto de vistado gestor ambiental, servindo como erramenta de suporte para a tomada dedecises de natureza tcnica bem como para a elaborao de polticas pblicasde controle eroso e preservao ambiental.

    Mrcio Martins PimentelGelogo, Decano de Pesquisa e Ps-Graduao

    da Universidade de Braslia

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    A histria deste livro comeou praticamente junto com a implantao doPrograma de Ps-Graduao em Geotecnia da Universidade de Braslia, que

    considerou como uma de suas propostas prioritrias realizar pesquisas volta-das para soluo de problemas da Regio Centro-Oeste. O programa semprebuscou a ormao de recursos humanos que pudessem contribuir tcnica ecientificamente na soluo de problemas de eroso.

    A expanso urbana de Braslia oi o grande impulso para que esses es-oros se consolidassem, principalmente, pela possibilidade de aplicar de or-ma direta as propostas de trabalho e pesquisas advindas da experincia dogrupo de pesquisadores da rea de Geotecnia da Universidade de Braslia.Cabe ressaltar os trabalhos pioneiros da Engenheira Veridiana Bragana da

    Silva, realizados na Regio Centro-Oeste, que impulsionaram a seqncia depesquisas desenvolvidas j na primeira turma de mestrado do Programa dePs-Graduao em Geotecnia. Estes trabalhos oram de undamental impor-tncia na soluo dos problemas de eroso linear e serviram como incentivopara a continuidade dos estudos nesta rea em vista da sua importncia nodesenvolvimento da Regio Centro-Oeste do Brasil.

    Assim, desde essa poca, a linha de pesquisa relacionada aos solos tro-picais com nase no estudo dos processos erosivos vem se destacando comoum importante plo diusor de tecnologia no Centro-Oeste e tem contribu-

    do de maneira decisiva na preveno e controle de eroses. Esta importnciatem se mostrado evidente no contexto da pesquisas do Programa de Ps-Graduao em Geotecnia da Universidade de Braslia. Aps a sua criao,oram deendidas doze dissertaes de mestrado e trs teses de doutoradosobre o tema eroses, sendo uma dissertao vencedora do prmio Icarahyda Silveira (ABMS).

    Aliado a isso, o Programa de Ps-Graduao em Geotecnia da Univer-sidade de Braslia participa juntamente com a Escola de Engenharia da Uni-

    versidade Federal de Gois e Furnas Centrais Eltricas S/A de um ProjetoPronex intitulado Preveno e recuperao de reas potenciais de degrada-

    Precio

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    o por processos de eroso superficial, prounda e interna no Centro-Oeste.

    Este projeto tem proporcionado a implementao de pesquisas, a realizaode simpsios e publicaes de artigos em peridicos e anais de congresso. Nocontexto deste projeto, oram publicadas, tambm, duas cartilhas destinadasa ornecer inormaes claras e diretas aos dierentes setores da populaoaetados pelos processos erosivos.

    Observa-se que, embora os processos erosivos representem um grandeproblema nas regies tropicais, ainda existem poucas publicaes que abor-dem de orma especfica este tema. Neste sentido, o livro Processos Erosivos

    no Centro-Oeste Brasileiro, parte integrante do projeto Pronex, representauma importante reerncia nesta rea, suprindo a carncia de dados tcnicos,aspectos tericos, inormaes, experincias e bibliografia.

    Esta publicao apresenta uma contribuio significativa comunida-de tcnico-cientfica relacionada ao tema de eroses. Alm disso, relata a ex-perincia vivenciada pelos pesquisadores, proessores e alunos ao longo dequinze anos de estudos realizados na Regio Centro-Oeste. O livro tornar otema eroses mais acessvel a todos aqueles que trabalham com o meio sico,permitindo que profissionais envolvidos com a problemtica das eroses pos-

    sam conhecer, prevenir, controlar e recuperar reas susceptveis a processoserosivos, antevendo problemas e proporcionando economia e segurana sintervenes.

    Estamos certos de que esta proposta de trabalho no termina na publi-cao deste livro. Acreditamos que os editores e pesquisadores prosseguirocom o empreendimento e continuaro a enrentar os desafios que as erosesrepresentam, principalmente pela importncia do tema e pela vocao naturaldo Programa de Ps-Graduao em Geotecnia da Universidade de Braslia emcontinuar atuando nesta rea. A todos os idealizadores, editores, pesquisado-

    res, alunos e colaboradores dessa obra, nossos agradecimentos.

    Lus Fernando Martins RibeiroCoordenador do Programa de Ps-Graduao em Geotecnia

    Universidade de Braslia

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    O tema Solos Tropicais x Processos Erosivos vem atraindo a curiosida-

    de de diversos pesquisadores, das mais dierentes reas do conhecimento. Estecarter multidisciplinar, onde se tenta compreender um processo em que anatureza busca encontrar um novo equilbrio s aes externas, az das Erosesum tema ascinante.

    Os geotcnicos, engenheiros ou no, so apenas mais um dos amantes dasEroses. Quando um geotcnico depara com uma grande eroso, a primeiracoisa que vem sua mente a exclamao mas que eroso bonita!. S algunssegundos depois, a sua conscincia ousca aquele encantamento preliminar elhe lembra os danos sociais e ecolgicos que aquela bonita eroso j houvera

    causado, e lhe cobra alguma sugesto para mitigar o problema.Este ascnio para melhor compreender e tentar domar a natureza ez os

    autores de cada captulo deste livro estudarem aspectos dos Processos Erosivosno Centro-Oeste Brasileiro. A proximidade do eixo Braslia-Goinia tornoupossvel o desenvolvimento de vrios estudos sobre eroses no Distrito Fede-ral e no Estado de Gois, cujos principais resultados esto aqui resumidos.

    A pretenso desta publicao no esgotar o tema, mas apenas mostrarpara todas as reas como o geotcnico v o problema das eroses no Cen-tro-Oeste Brasileiro, para instigar que novos olhares, das mais diversas reas,

    sejam lanados sobre as bonitas eroses.Particularmente na cidade de Goinia vrios estudos oram ou esto sen-

    do realizados. O primeiro nome que vem a minha lembrana o da proessoraeamiga Maria Amlia Leite Soares do Nascimento, que dedicou grande partede sua brilhante carreira ao estudo das eroses no municpio de Goinia. Hmais de 15 anos ela j alertava os governantes sobre a importncia do tema.Em 2002/2003, reeditando uma ao que ela havia realizado dez anos antes,oi eita uma parceria entre engenheiros, gelogos e gegraos para realizar

    um amplo cadastramento das eroses no municpio de Goinia. Ao concluiraquele trabalho, mais do que um relatrio final entregue ao Dermu (rgo

    Precio

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    xx

    municipal responsvel por enrentar as eroses em Goinia), o ganho de co-

    nhecimento do grupo de mais de 20 pessoas era evidente.Concluindo, gostaria de agradecer aos proessores Jos Camapum e J.H.

    Feitosa, em nome de todos os proessores do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia e Construo Civil da UFG, pelos conhecimentos compartilhados.Aexperincia de vida deles prova que o verdadeiro crescimento cientfico s alcanado em grupo.

    Maurcio Martines SalesCoordenador do Programa de Ps-Graduaoem Geotecnia e Construo Civil

    Universidade Federal de Gois

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    xxi

    C A E L L AJos Camapum de CarvalhoEngenheiro Civil, Doutor, Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.Maria Tereza da Silva MeloEngenheira Civil, MSc, Escol Engenharia de Solos e Construes Ltda.

    C P EJos Camapum de CarvalhoEngenheiro Civil, Doutor, Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.Maurcio Martines SalesEngenheiro Civil, DSc., Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia e Construo Civil da Universidade Federal de Gois.Digenes MortariGelogo, MSc., ADASA Agncia Reguladora de guas e Saneamento do

    Distrito Federal, Superintendncia de Outorga.Jos Augusto FzioEngenheiro Civil, MSc., NOVACAP Companhia Urbanizadora da NovaCapital do Brasil, Diretoria de Urbanizao.Nelson Otvio da MottaEngenheiro Civil, MSc., SNSA Ministrio das Cidades.Renato Apolinrio FranciscoGegrao, MSc., Doutorando do Instituto de Geocincias da Universidade deBraslia, Proessor da UPIS - Unio Pioneira de Integrao Social.

    C S T P EElza Conrado JacinthoEngenheira Civil, MSc., Doutoranda do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.Jos Camapum de CarvalhoEngenheiro Civil, Doutor, Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.Fabrcio Bueno da Fonseca Cardoso

    Gelogo, DSc., Secretaria de Recursos Hdricos do Ministrio do MeioAmbiente.

    Autores do Livro

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    xxii

    Roberto Mrcio Macedo dos Santos

    Gelogo, MSc., CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do DistritoFederal / Superintendncia de Gesto de Recursos Hdricos.Renato Cabral GuimaresEngenheiro Civil, MSc. Furnas Centrais Eltricas S.A. Departamentode Apoio e Controle Tcnico, Proessor do Curso de Engenharia Civil daUniversidade Estadual de Gois.Marisaides Cruz Goutte LimaEngenheira Civil, DSc., Universit Blaise Pascal, Clermont Ferrand, Frana.

    C C APatrcia de Arajo RomoGeloga, DSc., Proessora do Instituto de Estudos Scio Ambientais,Universidade Federal de Gois.Newton Moreira de SouzaEngenheiro Civil, DSc., Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.

    C C ENewton Moreira de Souza

    Engenheiro Civil, DSc., Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.Elidiane Oliveira MartinsEngenheira Civil, MSc., Consultora da UNESCO prestando servio naFUNASA Fundao Nacional de Sade.Maurcio Martines SalesEngenheiro Civil, DSc., Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia e Construo Civil da Universidade Federal de Gois.Maria Amlia Leite Soares do NascimentoGegraa, DSc., Proessora do Instituto de Estudos Scio Ambientais daUniversidade Federal de Gois.Maria de Ftima Mendona OliveiraEngenheira Civil, MSc., Departamento de Estrada de Rodagem do DistritoFederal

    C A T Q S ENris Costa DinizGeloga, DSc., Proessora do Programa de Ps-Graduao em Geotecnia

    da Universidade de Braslia e Diretora de Geologia e Produo Mineral doMinistrio de Minas e Energia.

    Processos Erosivos - Parte 1.ind22 22 27/10/2006 14:32:54

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    C U M P E/

    A A B M B HIris Luna MacdoEngenheira Civil, MSc., Doutoranda do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.Newton Moreira de SouzaEngenheiro Civil, DSc., Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.Fernando CampagnoliGelogo, DSc., ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica.

    C M E S M A C-Joaquim Pedro Soares NetoEngenheiro Agrcola, DSc., Proessor do Departamento de EngenhariaAgronmica da Universidade do Estado da Bahia.Newton Moreira de SouzaEngenheiro Civil, DSc., Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.

    C F Gilson de Farias Neves Gitirana JniorEngenheiro Civil, PhD., Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia e Construo Civil da Universidade Federal de Gois.Delwyn G. FredlundEngenheiro Civil, PhD., Golder Associates Ltd.

    Marisaides Cruz Goutte LimaEngenheira Civil, DSc., Universit Blaise Pascal, Clermont Ferrand, Frana.

    C A D S D FMarisaides Cruz Goutte LimaEngenheira Civil, DSc., Universit Blaise Pascal, Clermont Ferrand, Frana.Jairo Furtado NogueiraEngenheiro Civil, MSc., Geotec Consultoria e Projetos S/S.Jos Camapum de Carvalho

    Engenheiro Civil, Doutor, Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.

    Processos Erosivos - Parte 1.ind23 23 27/10/2006 14:32:54

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    xxiv

    C B A C

    P EYamille Valencia GonzlezEngenheira Civil, MSc., Doutoranda do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.Fernando Araripe Gonalves TorresBilogo, PhD., Proessor do Departamento de Biologia Celular daUniversidade de Braslia.Jos Camapum de CarvalhoEngenheiro Civil, Doutor, Proessor do Programa de Ps-Graduao em

    Geotecnia da Universidade de Braslia.ngela Patrcia SantanaMdica Veterinria, DSc., Proessora do Departamento de MedicinaVeterinria da Universidade de Braslia.

    C S B R R VRideci Costa FariasEngenheiro Civil, DSc., IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e

    dos Recursos Naturais Renovveis e Proessor do IESPLAN Instituto deEnsino Superior Planalto.Jos Camapum de CarvalhoEngenheiro Civil, Doutor, Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.Ennio Marques PalmeiraEngenheiro Civil, PhD., Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.

    C C EMaurcio Martines SalesEngenheiro Civil, DSc., Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia e Construo Civil da Universidade Federal de Gois.Jos Camapum de CarvalhoEngenheiro Civil, Doutor, Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.Ennio Marques PalmeiraEngenheiro Civil, PhD., Proessor do Programa de Ps-Graduao emGeotecnia da Universidade de Braslia.

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    xxv

    C

    A E L L A

    1 INTRODUO ............................................................................................. 1

    2 A EROSO E A SUSTENTABILIDADE DO MEIO AMBIENTE ......... 2

    3 EDUCAO AMBIENTAL ......................................................................... 5

    4 LEGISLAO AMBIENTAL NA CONSTITUIO FEDERAL

    DE 1988 ........................................................................................................... 6

    5 POLTICA DO MEIO AMBIENTE ............................................................ 8

    5.1 Poltica Ambiental do Distrito Federal ................................................. 10

    6 POLTICA DE BIODIVERSIDADE ........................................................... 13

    7 POLTICA AGRCOLA ................................................................................ 17

    8 POLTICA URBANA .................................................................................... 20

    9 ESTAES ECOLGICAS, REAS DE PROTEO AMBIENTAL

    E REAS DE PRESERVAO PERMANENTE ....................................... 22

    10 ZONEMENTO ECOLGICO-ECONMICO DO BRASIL .................. 24

    11 SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAO DANATUREZA (SNUC) .................................................................................... 24

    12 AVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL ............................................... 28

    13 USO DE RESDUOS DE CONSTRUO NA RECUPERAO DE

    REAS DEGRADADAS POR EROSO .................................................... 31

    14 A LEI DE CRIMES AMBIENTAIS .............................................................. 34

    15 DANO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL ............. 35

    AGRADECIMENTO ........................................................................................... 36

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................. 36

    Sumrio

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    C

    P E1 INTRODUO ........................................................................................ 39

    2 ORIGEM DOS PROCESSOS EROSIVOS ............................................. 41

    3 EROSIVIDADE E ERODIBILIDADE.................................................... 44

    4 CLASSIFICAO DAS EROSES ....................................................... 44

    4.1 Eroso Superficial ............................................................................... 46

    4.2 Eroso Interna ou Piping ................................................................... 48

    4.3 Sulcos, Ravinas e Voorocas .............................................................. 52

    4.4 Esqueletizao ..................................................................................... 55 4.5 Outras Formas Particulares de Eroso Citadas na Literatura ....... 55

    4.5.1 Eroso em Pedestal ................................................................... 55

    4.5.2 Eroso em Pinculo .................................................................. 56

    4.5.3 Eroso da Fertilidade do Solo ................................................. 57

    5 DESENCADEAMENTO E PROCESSO EVOLUTIVO DAS

    EROSES................................................................................................... 57

    5.1 Chuva.................................................................................................... 58

    5.2 Escoamento Superficial ...................................................................... 62 5.3 A Suco e o Processo Erosivo .......................................................... 73

    5.4 Degradao do Macio....................................................................... 75

    5.5 Solapamento ........................................................................................ 77

    6 GEOMETRIA DAS EROSES ................................................................ 78

    7 CONSIDERAES SOBRE A EROSO EM MEIO URBANO ........ 84

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 88

    C S T P E

    1 INTRODUO ........................................................................................ 93

    2 OS SOLOS TROPICAIS ........................................................................... 95

    2.1 Perfis de Intemperismo ...................................................................... 97

    2.2 Mecanismos de Alterao dos Minerais .......................................... 99

    3 SOLOS LATERTICOS ............................................................................ 100

    3.1 Aspectos Qumicos ............................................................................. 101

    Processos Erosivos - Parte 1.ind26 26 27/10/2006 14:32:54

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    xxvii

    3.2 Aspectos Mineralgicos ..................................................................... 102

    3.3 Aspectos Fsicos .................................................................................. 103

    3.3.1 Textura ....................................................................................... 104

    3.3.2 Plasticidade ................................................................................ 106

    3.3.3 Densidade Real dos Gros ....................................................... 107

    4 SOLO SAPROLTICO.............................................................................. 108

    4.1 Aspectos Qumicos ............................................................................. 109

    4.2 Aspectos Mineralgicos ..................................................................... 110

    4.3 Aspectos Fsicos .................................................................................. 112 4.3.1 Textura ....................................................................................... 112

    4.3.2 Plasticidade ................................................................................ 114

    4.3.3 Densidade Real dos Gros ....................................................... 116

    5 ERODIBILIDADE DOS SOLOS ............................................................. 116

    6 O EFEITO DO INTEMPERSMO ......................................................... 121

    7 DEGRADAO DO SOLO .................................................................... 123

    8 CONSIDERAES SOBRE FLUXO ..................................................... 124

    9 ENSAIOS GEOTCNICOS APLICADOS AO ESTUDO DAERODIBILIDADE DOS SOLOS ............................................................. 126

    9.1 Caracterizao Fsica .......................................................................... 127

    9.2 Caracterizao Qumica..................................................................... 128

    9.3 Caracterizao Mineralgica ............................................................. 129

    9.4 Ensaio de Desagregao ..................................................................... 129

    9.4.1 Metodologia de Ensaio ............................................................ 130

    9.4.2 Resultados .................................................................................. 132

    9.5 Ensaio de Inderbitzen ......................................................................... 136 9.5.1 Metodologia de Ensaio ............................................................ 137

    9.5.2 Resultados .................................................................................. 139

    9.6 Ensaio do Furo de Agulha ................................................................. 140

    9.6.1 Metodologia do Ensaio ............................................................ 141

    9.6.2 Resultados .................................................................................. 142

    9.7 Ensaio de Crumb Test ........................................................................ 145

    9.7.1 Metodologia do Ensaio ............................................................ 145

    9.7.2 Resultados .................................................................................. 146

    Processos Erosivos - Parte 1.ind27 27 27/10/2006 14:32:54

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    xxviii

    9.8 Concluses ........................................................................................... 146

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 147

    C

    C A

    1 INTRODUO ........................................................................................ 157

    2 CARACTERIZAO DO DISTRITO FEDERAL ............................... 159

    2.1 Geologia ............................................................................................... 160 2.2 Solos ...................................................................................................... 163

    2.3 Geomorologia .................................................................................... 166

    2.4 Hidrogeologia ...................................................................................... 167

    2.5 Clima .................................................................................................... 169

    2.6 Vegetao ............................................................................................. 170

    2.7 Uso e Cobertura do Solo .................................................................... 172

    3 CARACTERIZAO DO MUNICPIO DE GOINIA..................... 172

    3.1 Geologia ............................................................................................... 174

    3.2 Solos ...................................................................................................... 177

    3.3 Geomorologia .................................................................................... 181

    3.4 Clima .................................................................................................... 184

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 188

    C

    C E

    1 INTRODUO ........................................................................................ 193

    2 OBJETIVO DO CADASTRAMENTO DE EROSES ........................ 195

    3 MTODO DO CADASTRAMENTO.................................................... 196

    4 CADASTRO DAS EROSES DO DISTRITO FEDERAL .................. 197

    4.1 Escala Regional ................................................................................... 199

    4.2 Escala Local ......................................................................................... 200

    4.3 Resultados Obtidos ............................................................................. 204

    Processos Erosivos - Parte 1.ind28 28 27/10/2006 14:32:54

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    xxix

    5 CADASTRO DAS EROSES DE GOINIA ........................................... 210

    5.1 Processo Erosivo em Goinia ............................................................ 211

    5.2 Resultados Obtidos ............................................................................. 213

    5.2.1 Obras ou Patrimnio Pblico ................................................. 216

    5.2.2 Obras ou Patrimnio Privado ................................................. 216

    5.2.3 Medidas de Combate Sugeridas .............................................. 217

    6 CONCLUSES.......................................................................................... 218

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 218

    C

    A T Q S

    E

    1 INTRODUO ........................................................................................ 221

    2 AVALIAO GEOLGICO-GEOTCNICA ...................................... 223

    3 SOLOS TROPICAIS ................................................................................. 223

    4 SOLO RESIDUAL TROPICAL ............................................................... 224

    5 GNESE ..................................................................................................... 225

    6 PERFIL ....................................................................................................... 226

    7 CARACTERIZAO............................................................................... 228

    8 CLASSIFICAO ..................................................................................... 229

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 232

    ANEXOS ........................................................................................................... 234

    C

    U M P E/A

    A B M B

    H

    1 INTRODUO ........................................................................................ 249

    2 ASPECTOS FISIOGRFICOS DA REA ............................................ 251

    3 LEVANTAMENTO DAS INFORMAES .......................................... 254

    Processos Erosivos - Parte 1.ind29 29 27/10/2006 14:32:54

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    31/498

    xxx

    4 METODOLOGIA UTILIZADA ............................................................. 256

    4.1 Eroso Laminar ................................................................................... 258

    4.2 Eroso Linear....................................................................................... 262

    5 RESULTADOS OBTIDOS ....................................................................... 267

    5.1 Eroso Laminar ................................................................................... 267

    5.2 Eroso Linear....................................................................................... 267

    6 TRABALHO FUTUROS .......................................................................... 268

    AGRADECIMENTO ...................................................................................... 269

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 269

    C

    M E S M A

    C-

    1 INTRODUO ........................................................................................ 271

    2 AVALIAO DE PERDA OU GANHO DE SOLO ............................. 272

    2.1 Amostragem para o Inventrio de Reerncia do Csio-137 ........ 272 2.2 Amostragem em reas Antropomorfisadas .................................... 274

    3 IVENTRIOS DE CSIO-137 EM SOLOS COM CERRADO

    NATURAL NO OESTE DA BAHIA ...................................................... 274

    4 DETERMINAO DA PERDA OU GANHO DE SOLO .................. 277

    5 APLICAO DA METODOLOGIA DO CSIO-137 PARA MEDIR

    EROSO LAMINAR EM SOLOS DO CERRADO DA BAHIA ........ 278

    6 CONCLUSO .............................................................................................. 282

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 282

    C

    F S N S P E

    1 INTRODUO ........................................................................................ 285

    1.1 A abordagem da Mecnica do Contnuo ......................................... 288

    2 LEIS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS QUE REGEM O

    FLUXO ....................................................................................................... 290

    Processos Erosivos - Parte 1.ind30 30 27/10/2006 14:32:54

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    xxxi

    2.1 Hipteses Adotadas no Desenvolvimento Terico ......................... 290

    2.2 Variveis de Tenso ............................................................................. 291

    2.3 Conservao de Massa e Calor ......................................................... 292

    3 LEIS CONSTITUTIVAS PARA O FLUXO EM SOLOS NO

    SATURADOS ............................................................................................ 294

    3.1 Mudana de Volume da Fase gua .................................................. 294

    3.2 Mudana de Volume da Fase Ar ....................................................... 296

    3.3 Leis de Fluxo ........................................................................................ 297

    3.3.1 Fluxo de gua Lquida ............................................................. 2993.3.2 Fluxo de Vapor de gua .......................................................... 300

    3.3.3 Transerncia entre a gua Lquida e o Vapor de gua ...... 302

    3.3.4 Fluxo de Ar Seco ....................................................................... 304

    3.3.5 Fluxo de Calor por Conduo ................................................ 306

    4 EQUAES DIFERENCIAIS PARCIAIS ............................................. 307

    4.1 Fluxo de gua...................................................................................... 307

    4.2 Fluxo de Ar .......................................................................................... 311

    4.3 Fluxo de Calor ..................................................................................... 312

    5 INTERAO SOLOATMOSFERA ........................................................ 313

    5.1 Fluxo de gua Entre o Solo e a Atmosera ...................................... 314

    5.2 Fluxo de Calor Entre o Solo e a Atmosera ..................................... 317

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 317

    C

    A D S D F

    1 INTRODUO ........................................................................................ 321

    2 VOOROCAS ANALISADAS ................................................................. 321

    2.1 Vooroca Ceilndia 1 ........................................................................... 323

    2.2 Vooroca Ceilndia 2 ........................................................................... 325

    3 RETIRADA DE AMOSTRAS NAS REAS DAS VOOROCAS ..... 326

    3.1 Vooroca Ceilndia 1 ........................................................................... 326

    3.2 Vooroca Ceilndia 2 ........................................................................... 328

    Processos Erosivos - Parte 1.ind31 31 27/10/2006 14:32:54

  • 7/22/2019 Processos Erosivos No Centro - Oeste Brasileiro

    33/498

    xxxii

    4 PROPRIEDADES E COMPORTAMENTOS DOS SOLOS ................ 330

    4.1 Vooroca Ceilndia 1 ....................................................................... 330

    4.1.1 Caracterizao Fsica ................................................................ 330

    4.1.2 Caracterizao Qumica .......................................................... 333

    4.1.3 Caracterizao Mineralgica .................................................. 335

    4.1.4 Perfis de Reflexo por Radar de Penetrao do Solo (GPR). 339

    4.1.5 Anlises Comparativas do Comportamento Mecnico e

    da Erodibilidade ........................................................................ 340

    4.2 Vooroca Ceilndia 2 ........................................................................... 346 4.2.1 Caracterizao Fsica ................................................................ 346

    4.2.2 Caracterizao Qumica .......................................................... 349

    4.2.3 Caracterizao Mineralgica .................................................. 351

    4.2.4 Perfis de Reflexo por Radar de Penetrao do Solo (GPR) 354

    4.2.5 Analises Comparativas do Comportamento Mecnico e da

    Erodibilidade ............................................................................. 355

    4.3 Anlise Comparativa das Voorocas 1 e 2 ....................................... 358

    5 SIMULAO DO FLUXO NO SATURADO EM

    LABORATRIO....................................................................................... 359

    5.1 Modelo Fsico ...................................................................................... 359

    5.2 Ensaios Realizados .............................................................................. 361

    5.3 Resultados Obtidos ............................................................................... 361

    5.3.1 Frente de Umedecimento .......................................................... 361

    5.3.2 Propriedades Fsicas ................................................................. 363

    5.3.3 Propriedades Qumicas............................................................ 364 5.3.4 Curvas Caractersticas de Reteno de gua ........................ 365

    5.3.5 Resistncia ao Cisalhamento ................................................... 368

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 370

    C

    B A C P E

    1 INTRODUO ........................................................................................ 373

    Processos Erosivos - Parte 1.ind32 32 27/10/2006 14:32:54

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    xxxiii

    2 A BIOMINERALIZAO ...................................................................... 374

    3 MICROBIOTA NATIVA EM UM PERFIL DE SOLO JUNTO

    VOOROCA ............................................................................................. 381

    4 POTENCIAL DE USO DA BIOTECNOLOGIA NA GEOTECNIA . 384

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 384

    C

    S B R R

    V

    1 INTRODUO ........................................................................................ 387

    2 UTILIZAO DE GEOSSINTTICOS NO CONTROLE DE

    EROSO .................................................................................................... 388

    2.1 Geotxteis no Controle de Eroso .................................................... 388

    3 SISTEMA PROPOSTO ............................................................................ 389

    4 FUNES DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DOBARRAMENTO ........................................................................................ 394

    4.1 Elementos Estruturais de Madeira ................................................... 394

    4.2 Tela Metlica ........................................................................................ 395

    4.3 Geotxtil ............................................................................................... 395

    5 CONCEPO DE PROJETO PARA CONTROLE DE EROSO..... 395

    6 PROCEDIMENTO PARA INSTALAO DO GEOTXTIL ........... 399

    7 PROCEDIMENTOS PARA EXECUO DE PROJETO DE

    BARRAMENTO........................................................................................ 399

    8 EXEMPLO DE IMPLANTAO DO MODELO EM CAMPO ........ 401

    8.1 Localizao da rea de Estudo ......................................................... 401

    8.2 Consideraes Sobre o Processo Erosivo na Regio ...................... 402

    8.3 Detalhes dos Procedimentos Adotados para o Projeto ................. 403

    9 INSTALAO DO MODELO EM CAMPO ........................................ 420

    10 CONCLUSES E PROPOSTAS ............................................................. 424

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 424

    Processos Erosivos - Parte 1.ind33 33 27/10/2006 14:32:54

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    xxxiv

    C

    C E

    1 INTRODUO ........................................................................................ 427

    2 FORMAS DE CONTROLE ..................................................................... 427

    3 ESTUDOS BSICOS PARA CONTROLE DE EROSES .................. 428

    3.1 Situao de Preveno ........................................................................ 429

    3.2 Situao de Correo .......................................................................... 429

    4 AES E OBRAS USUAIS NO CONTROLE DE EROSES ............ 430 4.1 Deteno de guas Montante ........................................................ 431

    4.2 Obras na Microdrenagem e Pavimentao ..................................... 439

    4.3 Obras na Macrodrenagem ................................................................. 441

    4.4 Drenos .................................................................................................. 443

    4.5 Dissipadores de Energia ..................................................................... 444

    4.6 Estabilizadores de Talvegue ............................................................... 447

    4.7 Estabilizao de Taludes..................................................................... 452

    4.8 Reaterro de Eroses ............................................................................ 457REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................... 464

    Processos Erosivos - Parte 1.ind34 34 27/10/2006 14:32:54

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    C 1

    A Eroso Luz da Legislao Ambiental

    Jos Camapum de Carvalho

    Maria ereza da Silva Melo

    1 INTRODUO

    Isolar eroso de um tema muito mais amplo, meio ambiente, tarefa im-possvel, dado o forte elo entre o todo e um dos problemas que mais o afetamem regies tropicais, a eroso. Dentro da vasta legislao ambiental existente, otpico eroso por vezes abordado expressamente e outras vezes de modo im-plcito em expresses mais amplas como degradao ambiental e dano ao meio

    ambiente, ou ainda ao se fazer referncia a seus efeitos como o assoreamento.Seria extremamente pretensioso buscar aqui, com a finalidade deste texto,

    apresentar uma abordagem voltada para um curso de Direito Ambiental. Nes-se sentido, existem obras completas, como o livro Direto Ambientalde Paulode Bessa Antunes (2006). No se busca, igualmente, apresentar uma colet-nea de normas de Direito Ambiental como a organizada por Odete Medauar(2006). O objetivo desse texto apresentar para a rea tcnica pontos relevan-tes da Legislao Ambiental que so pertinentes ao tema eroses sem que se

    tenha a pretenso de esgotar a matria. Foi com esse esprito que se estruturouo presente captulo. evidente que, dependendo do objetivo pretendido, mui-tos outros pontos relevantes podem ser encontrados na Legislao Ambiental

    vigente. A abordagem apresentada voltada para a Legislao Federal, sendofeita apenas breve referncia s normas relativas Poltica Ambiental do Dis-trito Federal.

    Observando-se a amplitude e abrangncia da Legislao Ambiental vi-gente e o grande volume de problemas relativos eroso, tais como desertifi-

    cao de reas agrcolas, presena marcante de ravinas e voorocas junto aoscentros urbanos e rodovias e assoreamento de cursos dgua e de reservatrios,no difcil perceber que existe um vcuo na aplicao dessas normas. A tutela

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    prevista nas normas jurdicas no tem sido aparentemente assegurada pelo Es-

    tado e no fcil tal garantia, a menos que se promova uma intensa campanhaeducativa, uma campanha que v ao nascedouro, ou seja, s reas afetadas ousob risco, ao ensino fundamental.

    Dado o contedo multidisciplinar deste livro, ser fcil perceber que otexto apresentado migra com freqncia da norma jurdica para o contedotcnico buscando fazer o elo entre a legislao e os aspectos ambientais tcni-co-fticos.

    2 A EROSO E A SUSTENTABILIDADE DO MEIO AMBIENTE

    A preservao ambiental hoje baseada no modelo de desenvolvimentosustentvel, fundamentado no uso racional dos recursos naturais e tendo odever de defend-los e preserv-los para as presentes e as futuras geraes.Os modelos da intocabilidade dos recursos naturais e da explorao dessesrecursos a qualquer custo j esto superados. O novo modelo no inviabiliza asociedade, mas sim promove a repartio dos recursos naturais, baseando-se

    no planejamento e sendo capaz de se manter no tempo e no espao por meiodo desenvolvimento sustentvel (Agenda 21).

    No fcil, mas tambm no se torna impossvel, construir a sustenta-bilidade no Brasil, um pas to vasto e com a maior diversidade biolgica doplaneta. O bioma cerrado o segundo maior bioma do pas, extremamenterico em termos de biodiversidade, alm de representar um papel decisivo naquesto de mudanas climticas, por sua capacidade de absoro de carbono.Segundo o IBGE/INPE, no entanto, esto preservados de modo intacto poucomais de 5% da vegetao originria dos cerrados, sendo que cerca de metade jteve desaparecimento irreversvel e, no restante da rea, j se observa algumaocupao (Agenda 21).

    A maior parte da ocupao do cerrado est voltada para a produo degros e carnes, sem contabilizar os custos sociais e ambientais gerados at opresente momento, sendo um deles a eroso, que se no de todo evitvel, pode,no mnimo, ser mitigada para nveis aceitveis visando manuteno do equi-lbrio. Segundo a Agenda 21 (2000), levantamento produzido j em 1994 peloWWF/Brasil e uma rede de organizaes mostrou que a perda mdia de solos

    nas culturas de gros nos cerrados est em torno de dez quilos por quilo degro produzido eroso elica/hdrica com um custo insuportvel, seja pelaperda de fertilidade do solo, seja pelo assoreamento e poluio das bacias hi-

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    drogrficas. Sendo a maioria dos solos do cerrado de baixa fertilidade, a gran-

    de perda termina sendo a do prprio solo erodido e o assoreamento que elegera, ambos, danos irreversveis.oda interveno humana no meio ambiente gera como resultado um

    impacto ambiental, podendo ser positivo ou negativo. O estudo do impactoambiental tem como objetivo avaliar essa interveno causada na busca deum meio ambiente equilibrado, estvel. A superficialidade de certos estudosambientais iniciais impede o planejamento realista do uso e ocupao do solo,gerando ao longo do tempo custos ambientais e financeiros desnecessrios e,na maioria das vezes, irreversveis.

    Para se realizar a recuperao ambiental de uma rea degradada, tem-sea necessidade de aporte ou reteno de solo, conteno do processo erosivo,manuteno da biodiversidade e da beleza cnica, ou seja, restaurao das suascaractersticas originais. Geralmente, o planejamento de recuperao de reasdegradadas deve ser realizado por microbacias hidrogrficas, contemplandoo plantio de espcies nativas e considerando aspectos como a geomorfologiaatual, o solo e a hidrologia local.

    As reas de cerrado so degradadas devido m ocupao do solo as-

    sociada s tcnicas inadequadas de seu uso. O manto espesso dos solos docerrado, sua carncia de nutrientes e suas caractersticas estruturais extre-mamente porosas geram preocupao com danos ambientais no aparentes,como a excessiva perda de solo por eroso superficial e a contaminao dosestratos inferiores e do prprio lenol fretico devido migrao dos insumose agrotxicos qumicos utilizados.

    Para a reduo da eroso em rea rural, algumas tcnicas mitigadoras po-dem ser adotadas, como a do preparo do solo em curvas de nvel ou em terra-os e a do plantio direto. Esta ltima, apesar de aumentar a microflora, mantera umidade do solo e proteg-lo contra eroso superficial, tem sido questionadadevido ao maior uso de herbicidas.

    A agricultura hoje, devido sua grande mecanizao, praticada como uso mais intensivo do solo, grande utilizao de insumos qumicos e baixautilizao de mo de obra, o que termina por gerar um quadro de crescimentodesordenado nas cidades e dificuldades de sustentabilidade ambiental destase do entorno.

    Um dos principais problemas gerados nas reas urbanas o surgimento

    de processos erosivos capazes de destruir habitaes e obras de infra-estruturacomo o mostrado na Figura 1. Para evitar esse tipo de problema, fazem-se ne-cessrios estudos preliminares e o planejamento da ocupao do solo.

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    Figura 2 Margem da rodovia BR 060 (2006).

    Figura 1 Eroso na cidade satlite de Planaltina, Distrito Federal.

    No campo das obras de engenharia, os danos ambientais tm sido muitos.So reas de emprstimo para a construo de barragens e rodovias e o prprioentorno das rodovias, que terminam por se submeter s eroses de grandeporte, como a mostrada na Figura 2.

    Considerando-se os problemas existentes, tanto no campo como no meiourbano e junto a obras de engenharia, ou os relatrios prvios de impacto am-biental carecem de anlise mais aprofundada e detalhada, precedendo o licen-ciamento, ou simplesmente no so observados para os fins a que se destinam:o de evitar danos inadvertidos e por vezes irreparveis ao meio ambiente, fa-zendo-se os ajustes necessrios ao projeto.

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    No cerrado, torna-se, portanto, indispensvel e necessria a observao

    da legislao ambiental de modo a preservar o meio ambiente em condiessustentveis.

    3 EDUCAO AMBIENTAL

    A educao ambiental hoje parte integrante da maioria dos currculosque vo do ensino fundamental ao nvel superior. Ela se faz presente tambm

    nos meios de comunicao, que mostram com freqncia vrios problemasrelativos ao meio ambiente, enfocando temas como poluio sonora e visu-al, coleta seletiva de resduos slidos urbanos e eroses. No entanto, o ensinono tem, infelizmente, atingido seus objetivos. Basta ver nas prprias escolas aineficincia da coleta seletiva do lixo, nas ruas e avenidas, a obstruo dos sis-temas de drenagem devido ao acmulo de resduos slidos e, nas propriedadesrurais, a eroso que atua de modo intenso e contnuo, gerando o empobreci-mento do solo e o assoreamento de cursos dgua e reservatrios. alvez falteuma maior integrao entre o ensino e a prtica ambiental. preciso reco-nhecer que no se trata de escassez de legislao sobre o tema. A Lei n 9.795,de 27 de abril de 1999, dispe sobre a educao ambiental, institui a PolticaNacional de Educao Ambiental e d outras providncias.

    O artigo 1 desta lei apresenta um conceito amplo do que educaoambiental:

    Art. 1 Entendem-se por educao ambiental os processos por meio

    dos quais o indivduo e a coletividade constroem valores sociais, conheci-

    mentos, habilidades, atitudes e competncias voltadas para a conservaodo meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial sadia qualida-

    de de vida e sua sustentabilidade.

    O artigo 2 desta mesma lei confere educao ambiental um carter na-cional, devendo estar presente de forma articulada em todos os nveis e moda-lidades do processo educativo, em carter formal e no-formal. alvez a maiorlacuna se situe exatamente na falta dessa articulao, na falta de vontade po-

    ltica de mudar, na viso mope de que o meio ambiente e a sustentabilidadeambiental so irrelevantes. preciso perceber que no vale a pena enriquecerperdendo o que se tem de mais precioso, o bem da vida, o meio ambiente.

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    preciso quebrar a dicotomia homem-natureza; indispensvel ensinar mos-

    trando a importncia de uma relao de adequao entre os dois.No que tange poltica agrcola, a Lei n 8.171, de 17 de janeiro de 1991,

    prev, no inciso V do artigo 19, que o Poder Pblico dever:

    V desenvolver programas de educao ambiental, a nvel formal e

    informal, dirigidos populao;

    A educao ambiental deve se dar de forma abrangente e participativa,

    fazendo com que a populao adquira uma conscincia crtica sobre a atualsituao ambiental e das aes que devem ser feitas para a mudana deste per-fil.

    4 LEGISLAO AMBIENTAL NA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988

    Antes de apresentar qualquer discusso sobre a legislao ambiental, cabelembrar o que nos dita a Carta Magna de 1988, tulo VIII Da Ordem Social,Captulo VI Do Meio Ambiente, caput do artigo 225:

    Art. 225. odos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equili-

    brado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida,

    impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e pre-

    serv-lo para as presentes e futuras geraes.

    O pargrafo 1 desse artigo estabelece as incumbncias do Poder Pbliconecessrias a assegurar a efetividade desse direito, enquanto o seu pargrafo 3fixa as implicaes do desrespeito ao meio ambiente, nos seguintes termos:

    3 As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente

    sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e

    administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos

    causados.

    A Constituio Federal de 1988 estabelece, no tulo IV Da Organiza-o dos Poderes, Captulo IV Das Funes Essenciais Justia, artigo 129,

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    inciso III, como funo institucional do Ministrio Pblico, que a instituio

    incumbida da defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interes-ses sociais e individuais indisponveis:

    III promover o inqurito civil e a ao civil pblica, para a proteo

    do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros interesses

    difusos e coletivos;

    A Constituio Federal no se limita, no entanto, apenas a fixar direitos e

    deveres e a estabelecer medidas coercitivas para as atividades lesivas ao MeioAmbiente, ela vai alm, no tulo VII Da Ordem Econmica e Financeira,Captulo I Dos Princpios Gerais da Atividade Econmica, artigo 170, incisoVI, ao definir a conduta a ser seguida na ordem econmica por meio da obser-

    vao do princpio:

    VI defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento dife-

    renciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus

    processos de elaborao e prestao;

    Ainda no mesmo tulo, no Captulo III Da Poltica Agrcola e Fun-diria e da Reforma Agrria, artigo 186, inciso II, a Constituio Federal fixacomo requisito para cumprimento da funo social do imvel rural:

    II utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preserva-

    o do meio ambiente;

    Dois so os enfoques a serem considerados na legislao ambiental: o queobjetiva evitar o dano e o que visa recuperar a rea degradada. Evitar o danoapresenta sempre o menor custo e , sem dvida, a melhor prtica de preser-

    vao ambiental, da a grande importncia do relatrio de impacto ambiental.A Constituio Federal de 1988 sabiamente o previu, nos termos do inciso IV,pargrafo 1, artigo 225, Captulo VI Do Meio Ambiente:

    IV exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade poten-cialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo

    prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade;

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    No existe no Brasil, no entanto, uma legislao ambiental especfica para

    tratar do problema de eroso, embora o termo seja explicitado em alguns tre-chos da legislao vigente. No entanto, na maioria das vezes ele se insere demodo implcito, como no inciso supracitado, degradao do meio ambiente,sendo, porm, muito importante para a preservao da sustentabilidade am-biental e do equilbrio ecolgico.

    Oartigo 23, inciso VI, da Constituio Federal de 1988 discorre sobrea competncia comum da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios deproteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas.

    O conceito de meio ambiente encontra-se no inciso I, artigo 3, da Lei n6.938, de 31 de agosto de 1981:

    I meio ambiente, o conjunto de condies, leis, influncias e intera-

    es de ordem fsica, qumica e biolgica, que permite, abriga e rege a vida

    em todas as suas formas;

    A Constituio Federal de 1988 estabelece, no artigo 24, incisos VI e VIII,que compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrente-mente sobre:

    VI florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, defesa

    do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle

    da poluio;

    (...)

    VIII responsabilidade por dano ao meio ambiente, (...) e paisags-

    tico;

    Portanto, a prpria Constituio Federal confere a todo cidado o direitoao meio ambiente ecologicamente equilibrado, caracterizando um direito co-letivo cujos benefcios se estendem a toda sociedade, cabendo ao poder pbli-co assegurar a efetividade desse direito.

    5 POLTICA DO MEIO AMBIENTE

    A Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, institui a Poltica Nacional doMeio Ambiente no seu artigo 2, caput:

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    Art. 2 A Poltica Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a pre-

    servao, melhoria e recuperao da qualidade ambiental propcia vida,visando assegurar no Pas, condies ao desenvolvimento scio-econmi-

    co, aos interesses da segurana nacional e proteo da dignidade da vida

    humana, atendidos os seguintes princpios:

    Destes princpios, merecem destaque pelo elo implcito com o tema ero-so o contido no inciso VIII, que enfatiza a recuperao de reas degradadas,e o constante no inciso IX, que d nfase proteo de reas ameaadas de

    degradao.Os objetivos, diretrizes, conceitos e instrumentos da Poltica Nacionaldo Meio Ambiente como o zoneamento ambiental, a avaliao de impactosambientais, o licenciamento juntamente com o monitoramento e as auditoriasambientais esto consubstanciados nesta Lei, que institui o Sistema Nacionaldo Meio Ambiente (Sisnama) e o Cadastro de Defesa Ambiental.

    So rgos formadores do Sisnama: rgo Superior Conselho de Governo;

    rgo Consultivo e Deliberativo Conselho Nacional do Meio Am-biente (Conama); rgo Central Ministrio do Meio Ambiente; rgo Executor Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos

    Naturais Renovveis (Ibama); rgos Setoriais rgos da Administrao Federal, direta, indireta ou

    fundacional, voltados para a proteo ambiental ou para o disciplinamento deatividades utilizadoras de recursos ambientais;

    rgos Seccionais rgos ou entidades estaduais responsveis porprogramas ambientais ou pela fiscalizao de atividades utilizadoras de recur-sos ambientais.

    O Decreto n 99.274, de 6 de junho de 1990, ao regulamentar as Leisno6.902, de 27 de abril de 1981, e n 6.938, de 31 de agosto de 1981, fixa, em seuartigo 1, como atribuies do Poder Pblico na Execuo da Poltica Nacionaldo Meio Ambiente:

    I manter a fiscalizao permanente dos recursos ambientais, visan-do compatibilizao do desenvolvimento econmico com a proteo do

    meio ambiente e do equilbrio ecolgico;

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    II proteger as reas representativas de ecossistemas mediante a im-

    plantao de unidades de conservao e preservao ecolgica;III manter, atravs de rgos especializados da Administrao P-

    blica, o controle permanente das atividades potencial ou efetivamente

    poluidoras, de modo a compatibiliz-las com os critrios vigentes de pro-

    teo ambiental;

    IV incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso racional

    e a proteo dos recursos ambientais, utilizando nesse sentido os planos e

    programas regionais ou setoriais de desenvolvimento industrial e agrcola;

    (...)

    VI identificar e informar, aos rgos e entidades do Sistema Nacio-

    nal do Meio Ambiente, a existncia de reas degradadas ou ameaadas de

    degradao, propondo medidas para sua recuperao;

    VII orientar a educao, em todos os nveis, para a participao ativa

    do cidado e da comunidade na defesa do meio ambiente, cuidando para

    que os currculos escolares das diversas matrias obrigatrias contemplem

    o estudo da ecologia.

    Portanto, fica claro dos breves aspectos levantados na legislao vigente,serem partes integrantes e importantes da Poltica Nacional de Meio Ambien-te a preveno, o controle e a recuperao de reas degradadas por processoserosivos, tendo em vista serem o solo (que se submete eroso) e os cursosdgua e reservatrios (que so assoreados) recursos ambientais indispensveisao equilbrio sustentvel do meio ambiente.

    5.1 Poltica Ambiental do Distrito Federal

    A Lei n 41, de 13 de setembro de 1989, dispe sobre a Poltica Ambientaldo Distrito Federal, onde institui princpios, objetivos e normas bsicas paraproteo do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida da populao.

    O artigo 3 desta Lei descreve os objetivos desta Poltica Ambiental ado-tada, destacando-se os seguintes incisos:

    II a adequao das atividades socioeconmicas rurais e urbanas simposies do equilbrio ambiental e dos ecossistemas naturais onde se

    inserem;

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    III a preservao e conservao dos recursos naturais renovveis, seu

    manejo equilibrado e a utilizao econmica, racional e criteriosa dos norenovveis;

    (...)V a utilizao adequada do espao territorial e dos recursos hdricos

    destinados para fins urbanos e rurais, mediante uma criteriosa definiode uso e ocupao, normas de projetos, implantao, construo e tcnicasecolgicas de manejo, conservao e preservao, bem como de tratamen-to e disposio final de resduos e efluentes de qualquer natureza;

    (...)

    VII a substituio gradativa, seletiva e priorizada de processos eoutros insumos agrcolas e/ou industriais potencialmente perigosos poroutros baseados em tecnologia e modelos de gesto e manejo mais com-patveis com a sade ambiental.

    As diretrizes para se atingir esses objetivos so descritas nos incisos I, II eIII do artigo 4 da mesma Lei:

    I controle, fiscalizao, vigilncia e proteo ambiental;II estmulo ao desenvolvimento cientfico e tecnolgico voltado paraa preservao ambiental;

    III educao ambiental.

    , segundo esta Lei, responsabilidade do Distrito Federal:

    Art. 6 Ao Distrito Federal, no exerccio de suas competncias consti-tucionais e legais relacionadas com o meio ambiente, incumbe mobilizar e

    coordenar suas aes e recursos humanos, financeiros, materiais, tcnicose cientficos, bem como a participao da populao na consecuo dosobjetivos estabelecidos nesta lei.

    Apresentam-se a seguir algumas destas aes:

    I planejar e desenvolver aes de promoo, proteo, conservao,preservao, recuperao, restaurao, reparao, vigilncia e melhoria da

    qualidade ambiental;II definir e controlar a ocupao e uso dos espaos territoriais de

    acordo com suas limitaes e condicionantes ecolgicos e ambientais;

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    III elaborar e implementar o plano distrital de proteo ao meio am-

    biente;(...)

    V definir reas prioritrias de ao governamental relativa ao meio

    ambiente, visando a preservao e melhoria da qualidade ambiental e do

    equilbrio ecolgico;

    VI identificar, criar e administrar unidades de conservao e outras

    reas protegidas para a proteo de mananciais, ecossistemas naturais, flo-

    ra e fauna, recursos genticos e outros bens e interesses ecolgicos, estabe-

    lecendo normas a serem observadas nestas reas;

    VII estabelecer diretrizes especficas para a proteo de mananciais

    hdricos, atravs de planos de uso e ocupao de reas de drenagem de

    bacias e sub-bacias hidrogrficas;

    (...)

    IX estabelecer normas relativas ao uso e manejo de recursos am-

    bientais;

    (...)

    XII implantar o sistema de informaes sobre o meio ambiente;

    XIII promover a educao ambiental;(...)

    XVI garantir a participao comunitria no planejamento, execuo

    e vigilncia de atividades que visem a proteo, recuperao ou melhoria

    da qualidade ambiental;

    O artigo 7 fala sobre a proteo do meio ambiente como sendo um pa-trimnio da coletividade e um bem de uso comum, e sua proteo dever do

    estado e das pessoas. Dentro deste princpio, a Poltica Ambiental do DistritoFederal dispe sobre os seguintes temas:

    Controle da Poluio; Saneamento Bsico e Domiciliar; guas e seus usos; Esgotos Sanitrios; Coleta, ransporte e Disposio Final do Lixo; Condies Ambientais das Edificaes;

    Atividades e Apoio cnico e Cientfico; Conselho de Poltica Ambiental do Distrito Federal; Infraes e Penalidades.

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    A E L L A 13

    Voltado diretamente para o tema de eroses, o artigo 36 do tulo III so-

    bre Atividades e Apoio cnico e Cientfico, Lei n 41/1989, discorre sobre asprioridades de pesquisa, processos, modelos, tcnicas e sistemas que apresen-tem maior segurana ambiental e menor impacto adverso sobre a qualidade de

    vida e os ecossistemas utilizados para:

    IV cultivo agrcola, especialmente em reas que drenem em direoa corpos dgua destinados ao abastecimento de populaes urbanas;

    (...)VII desassoreamento de corpos dgua, preveno e controle de ero-

    so e recuperao de stios erodidos;(...)IX manejo de ecossistemas naturais.

    6 POLTICA DE BIODIVERSIDADE

    O Decreto n 4.339, de 22 de agosto de 2002, institui princpios e diretri-

    zes para implementao da Poltica Nacional de Biodiversidade. Na exposiode motivos desse Decreto, o Presidente da Repblica considera:

    Os compromissos assumidos pelo Brasil ao assinar a Conveno so-bre Diversidade Biolgica, durante a Conferncia das Naes Unidas sobreMeio Ambiente e Desenvolvimento CNUMAD, em 1992, a qual foi apro-vada pelo Decreto Legislativo 2, de 3 de fevereiro de 1994, e promulgadapelo Decreto 2519, de 16 de maro de 1998;

    O disposto no art. 225 da Constituio Federal, na Lei 6.938, de 31 de

    agosto de 1981, que dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, naDeclarao do Rio e na Agenda 21, ambas assinadas pelo Brasil em 1992,durante o CNUMAD, e nas demais normas relativas biodiversidade; e

    Que o desenvolvimento de estratgias, polticas, planos e programasnacionais de biodiversidade um dos principais compromissos assumidospelos pases membros da Conveno sobre Diversidade Biolgica;

    Nesse embasamento, regem-se os princpios, o objetivo geral e as compo-

    nentes da Poltica Nacional de Biodiversidade.em-se a seguir alguns dos princpios que regem essa Poltica (Anexo doDecreto, item 2):

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    I a diversidade biolgica tem valor intrnseco, merecendo respeito

    independentemente de seu valor para o homem ou potencial para uso hu-mano;

    II as naes tm o direito soberano de explorar seus prprios recursosbiolgicos, segundo suas polticas de meio ambiente e desenvolvimento;

    III as naes so responsveis pela conservao de sua biodiversi-dade e por assegurar que atividades sob sua jurisdio ou controle nocausem dano ao meio ambiente e biodiversidade de outras naes ou dereas alm dos limites da jurisdio nacional;

    (...)

    V todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impon-do-se, ao Poder Pblico e coletividade, o dever de defend-lo e de preser-v-lo para as presentes e as futuras geraes;

    VI os objetivos de manejo de solos, gua e recursos biolgicos umaquesto de escolha da sociedade, devendo envolver todos os setores rele-vantes da sociedade e todas as disciplinas cientficas e considerar todas asformas de informao relevantes, incluindo os conhecimentos cientficos,

    tradicionais e locais, inovaes e costumes;(...)VIII onde exista evidncia cientfica consistente de risco srio e ir-

    reversvel diversidade biolgica, o Poder Pblico determinar medidaseficazes em termos de custo para evitar a degradao ambiental;

    IX a internalizao dos custos ambientais e a utilizao de instru-mentos econmicos ser promovida tendo em conta o princpio de que opoluidor dever, em princpio, suportar o custo da poluio com o devidorespeito pelo interesse pblico e sem distorcer o comrcio e os investimen-

    tos internacionais;X a instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de

    significativa degradao do meio ambiente dever ser precedida de estudoprvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade;

    XI o homem faz parte da nature