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GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
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II. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA (GO)
1. CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS E DEMOGRÁFICAS
Goiânia, fundada em 1933 na região Centro-Oeste do Brasil, planejada para abrigar
50.000 moradores, possui uma população de 1.090.581 habitantes (2000) e uma
densidade demográfica de 1.471,76 hab/km2. A população é urbana concentrando na
cidade 99,36% dos residentes.
A população em 1998 era predominantemente feminina (52,22%) e jovem - mais de
50% dos habitantes tinham até 24 anos. A faixa etária entre 15 a 49 anos representava
59,36% do total e a população com 60 e mais anos de idade representava
aproximadamente 7%.
O crescimento médio anual da população nos últimos quatro anos é de 2,17% a.a,
mantendo a predominância feminina.
Quadro 1 – Características demográficas de Goiânia (GO), 2000
Características Demográficas N %
População Total 1.090.737 100,00
População Urbana 1.083.552 99,36
População Rural 7.185 0,66
População Masculina (1998) 496.873 47,78
População Feminina (1998) 543.056 52,22
Área (km2) 740,5
Densidade Demográfica (hab/km2) 1.471,96
Fonte: IBGE-Cidade@,Censo 2000; Contagem da Popu1ação, 1996
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Quadro 1a – Distribuição da população por faixa etária em Goiânia (GO), 1996
População por faixa etária N %
0 anos a 4 anos 87.391 8,72
5 a 9 anos 91.413 9,13
10 a 14 anos 100.811 10,06
15 a 19 anos 112.314 11,21
20 a 24 anos 108.741 10,86
25 a 29 anos 95.811 9,56
30 a 34 anos 88.707 8,86
35 a 39 anos 75.875 7,57
40 a 44 anos 64.026 6,39
45 a 49 anos 49.151 4,91
50 a 54 anos 37.206 3,71
55 a 59 anos 27.711 2,77
60 a 64 anos 21.956 2,19
65 anos ou mais 40.643 4,06
Total 1.001.756 100,00
Fonte: IBGE-Cidade@/contagem de 1996
2. CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS
As atividades econômicas de Goiânia concentram-se nos setores de serviços, comércio,
indústria de transformação, construção civil e administração pública.
O município conta com 33.247 unidades locais (empresas com CGC) e apenas 476
estabelecimentos agropecuários. É uma cidade constituída majoritariamente por
unidades locais de micro e pequeno porte, pois as que empregavam 500 ou mais pessoas
em 1996 representavam somente 0,16% do total das unidades.
Na maioria das unidades locais (73,97%) trabalhavam de 1 a 4 pessoas. Em 87,94% do
total de unidades trabalhavam até 9 pessoas, mas que empregavam 23,69% do total de
pessoas ocupadas.
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Tabela 1 – Unidades locais por número de pessoas ocupadas, Goiânia (GO), 1996
Unidades locais por pessoas ocupadas N %
Unidade local -1 a 4 pessoas ocupadas 23.717 73,97
Unidade local -5 a 9 pessoas ocupadas 4.479 13,97
Unidade local –10 a 29 pessoas ocupadas 2.749 8,57
Unidade local –30 a 99 pessoas ocupadas 815 2,54
Unidade local –100 a 249 pessoas ocupadas 199 0,62
Unidade local –250 a 499 pessoas ocupadas 52 0,16
Unidade local-500 a 999 pessoas ocupadas 28 0,09
Unidade local –1000 ou mais pessoas ocupadas 24 0,07
Total 32.063 100,00
Fonte: IBGE – Contagem da População, 1996
Por outro lado, foram as grandes unidades locais as empregadoras da maior parte da
população ocupada: em 1996, 113.735 trabalhadores (35,33%) estavam em unidades
que empregavam 500 ou mais pessoas.
Em 1996 as receitas orçamentárias foram 3,53% menores que as despesas
orçamentárias, sendo que as receitas de origem tributária foram significativamente
menores que as oriundas de transferências. As despesas de custeio em 1996
representaram 73% do total das despesas.
Verifica-se que Goiânia depende dos recursos repassados pelo governo federal e por
outras transferências.
Quadro 2 – Receitas e Despesas de Goiânia (GO), 1996
Receitas e Despesas Mil Reais (R$)
Receitas orçamentárias –1996 294.003
Despesas orçamentárias – 1996 304.763
Receitas orçamentárias – Tributárias – 1996 108.689
Receitas orçamentárias – Transferência – 1996 154.455
Despesas orçamentárias – custeio –1996 193.196
Fundo de Participação do Municípios – 1998 36.551.330
Fonte: IBGE - Cidade@ - Tema: Síntese, 2001
A renda familiar per capita média expressa em salários mínimos de setembro de 1991
apresentou crescimento expressivo em Goiânia entre 1970 (0,91) e 1991 (2,02),
mantendo-se superior a média do Brasil (1,31) e do estado de Goiás (1,20). Contudo, o
percentual de pessoas com renda insuficiente é significativo (21,86%), apesar de ser
metade do apresentado pelo estado de Goiás (42,11%) e no Brasil (45,46%).
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Tabela 2 – Indicadores do ICV – Renda, Goiânia, Goiás, Região Centro-Oeste,
Brasil, 1970, 1980, 1991
Região Renda familiar
per capita
média
Grau de
desigualdade
(Theil – L)
Porcentagem de
pessoas com renda
insuficiente
(P0)
Insuficiência
média de renda
(P1)
1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991
Região Centro-Oeste 0,54 1,45 1,45 0,55 0,66 0,70 73,71 37,48 39,31 0,40 0,15 0,17
Goiás 0,46 1,21 1,20 0,50 0,61 0,62 77,79 41,58 42,11 0,44 0,18 0,18
Goiânia 0,91 1,94 2,02 0,55 0,54 0,59 52,54 19,48 21,86 0,24 0,06 0,08
Brasil 0,63 1,43 1,31 0,68 0,70 0,78 67,90 39,47 45,46 0,39 0,18 0,24
Fonte: PNUD/IPEA/Fund. João Pinheiro/IBGE - Atlas do desenvolvimento humano, 1999
3. CARACTERÍSTICAS SOCIAIS
Ao longo das últimas décadas, Goiânia vem apresentando um IDH-M1 Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal maior que o de Goiás e o do Brasil. Em 1980 o
IDH–Educação (0,703) era bem mais elevado que o do estado de Goiás (0,564) e do
Brasil (0,577), o que foi mantido em 1991, embora ainda seja um setor de
desenvolvimento médio. Em 1991, o IDH-M Renda (0,958), estava no patamar de alto
desenvolvimento, enquanto nas dimensões longevidade (0,665) e educação (0,768), os
indicadores situavam-se na faixa pertencente ao médio desenvolvimento. O mesmo
acontece com o Brasil como um todo, o IDH–Longevidade (0,638) e o IDH-Educação
(0,645) apontam um desenvolvimento médio, enquanto o IDH-Renda (0,942) situa-se
na faixa de alta desenvolvimento.
Tabela 3 – Índice de desenvolvimento humano municipal e dimensões em Goiânia,
Goiás, Região Centro-Oeste, Brasil, 1970, 1980, 1991 Região IDH-M IDH-M
Longevidade
IDH-M
Educação
IDH-M
Renda
1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991
Goiânia 0,587 0,729 0,797 0,470 0,526 0,665 0,639 0,703 0,768 0,653 0,957 0,958
Goiás 0,404 0,660 0,722 0,434 0,529 0,636 0,469 0,564 0,653 0,309 0,887 0,875
Reg. Centro-Oeste 0,438 0,692 0,754 0,445 0,538 0,641 0,497 0,590 0,673 0,373 0,947 0,948
Brasil 0,462 0,685 0,742 0,440 0,531 0,638 0,501 0,577 0,645 0,444 0,947 0,942
Fonte: PNUD/IPEA/Fund. João Pinheiro/IBGE - Atlas do desenvolvimento humano, 1999
1 IDH-M –Índice de Desenvolvimento Humano Municipal é composto por três dimensões: Longevidade
(esperança de vida ao nascer), Educação (taxa de analfabetismo e número de anos de estudo) e Renda
(renda familiar per capita).
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
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O ICV2 - Índice de Condições de Vida reitera que a situação em Goiânia é superior a
apresentada no estado de Goiás e no Brasil. As condições de vida da população da
capital melhoraram significativamente entre 1970 e 1991, embora mantendo-se no nível
médio de condição de vida. A renda e a habitação foram as dimensões que mais
contribuíram para a elevação do ICV do município.
Tabela 4 – Índice de condições de vida e componentes em Goiânia, Goiás, Região
Centro-Oeste, Brasil, 1970, 1980, 1991
Região ICV ICV–Longevidade ICV-Educação
1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991
Goiânia 0,620 0,695 0,798 0,611 0,668 0,791 0,547 0,629 0,713
Goiás 0,500 0,631 0,720 0,573 0,671 0,768 0,376 0,476 0,576
Reg.Centro-Oeste 0,510 0,653 0,735 0,574 0,676 0,770 0,403 0,507 0,599
Brasil 0,532 0,655 0,723 0,528 0,632 0,742 0,415 0,497 0,576
Fonte: PNUD/IPEA/Fund. João Pinheiro/IBGE - Atlas do desenvolvimento humano, 1999
Tabela 4 cont. – Índice de condições de vida e componentes em Goiânia, Goiás,
Região Centro-Oeste, Brasil, 1970, 1980, 1991
Região ICV–Infância ICV–Renda ICV–Habitação
1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991
Goiânia 0,685 0,704 0,786 0,680 0,865 0,854 0,579 0,611 0,844
Goiás 0,626 0,662 0,763 0,476 0,802 0,792 0,449 0,542 0,702
Reg.Centro-Oeste 0,632 0,677 0,778 0,508 0,828 0,819 0,434 0,574 0,709
Brasil 0,655 0,665 0,747 0,524 0,816 0,793 0,538 0,663 0,758
Fonte: PNUD/IPEA/Fund. João Pinheiro/IBGE - Atlas do desenvolvimento humano, 1999
O percentual de escolarização da população de Goiânia, vem apresentando um
crescimento gradativo, entre os anos 1970 e 1991. Os indicadores apontam uma situação
educacional superior a de Goiás e Brasil, principalmente no que se refere a parcela da
2 ICV – Índice de Condição de Vida é composto pelas dimensões acima citadas que incluem outros
indicadores: Longevidade (taxa de mortalidade), Educação (porcentagem da população com menos de 4
anos de estudo, porcentagem da população com menos de 8 anos de estudo e porcentagem da população
com mais de 11 anos de estudo), Renda (índice L de Theil – desigualdade de renda, porcentagem da
população com renda insuficiente, insuficiência média de renda e grau de desigualdade na população com
renda insuficiente).O ICV incorpora duas novas dimensões: Infância (porcentagem de crianças que não
freqüentam a escola, defasagem escolar média, porcentagem de crianças com mais de um ano de atraso
escolar e porcentagem de crianças que trabalham) e Habitação (porcentagem da população vivendo em
domicílios com densidade superior a 2 pessoas por dormitório potencial, porcentagem da população
vivendo em domicílios duráveis, porcentagem da população vivendo em domicílios com abastecimento
adequado de água e porcentagem da população vivendo em domicílios com instalações adequadas de
esgoto).
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população com mais de 11 anos de estudo que em Goiânia passou de 5,53% em 1970
para 13,54% em 1991.
Tabela 5 - Porcentagem da população de 25 anos e mais de idade, por anos de
estudo em Goiânia, Goiás, Região Centro-Oeste, Brasil, 1970, 1980,
1991
Região Menos de 4 anos
de estudo
Menos de 8 anos
de estudo
Mais de 11 anos
de estudo
1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991
Goiânia 53,6 38,5 24,9 82,4 69,4 53,2 5,53 9,89 13,54
Goiás 81,0 61,9 43,8 94,7 86,0 73,5 1,4 3,4 5,5
Região Centro-Oeste 76,8 57,6 41,2 92,8 82,2 70,2 1,9 5,4 7,8
Brasil 69,0 55,6 42,3 91,2 83,3 72,1 2,0 5,0 7,5
Fonte: PNUD/IPEA/Fund. João Pinheiro/IBGE - Atlas do desenvolvimento humano, 1999
A taxa de analfabetismo da população goiana com 15 anos ou mais de idade vem
apresentando uma redução significativa nos últimos anos (de 16,9% em 1970 para 8,1%
em 1991). Podemos também verificar que o percentual apresentado em 1991 é bem
menor que o de Goiás (17,7) e do Brasil (19,4), o que revela um possível investimento
na área da educação, principalmente considerando o aumento expressivo no número de
anos de estudo da população com 25 anos ou mais de idade que praticamente dobrou de
3,8 em 1970 para 7,0 em 1991.
Tabela 6 – Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais e número médio
de anos de estudo da população de 25 anos e mais em Goiânia, Goiás,
Região Centro-Oeste, Brasil, 1970, 1980, 1991
Região Taxa de analfabetismo
da população de
15 anos e mais (%)
Número médio de
anos de estudo
(pop. de 25 anos e mais)
1970 1980 1991 1970 1980 1991
Goiânia 16,9 12,3 8,1 3,8 5,3 7,0
Goiás 35,6 26,0 17,7 1,8 3,2 4,7
Região Centro-Oeste 32,5 23,5 16,1 2,1 3,6 5,1
Brasil 33,0 25,3 19,4 2,4 3,6 4,9
Fonte: PNUD/IPEA/Fund. João Pinheiro/IBGE - Atlas do desenvolvimento humano, 1999
Em junho de 2001, entre as famílias cadastradas pelo PSF, 7,51% das pessoas com
quinze anos ou mais de idade não foram alfabetizadas e 12,61% das crianças entre 7 e
14 anos não freqüentam a escola, segundo dados do SIAB.
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A maioria dos domicílios particulares são chefiados por homens (72,88%), e 27,12%
das famílias têm chefia feminina.
Tabela 7 – Chefia de domicílios particulares permanentes por gênero Goiânia
(GO), 1996
Gênero do Chefe de Domicílio N %
Chefes Homens 199.358 72,88
Chefes Mulheres 74.179 27,12
Total 273.537 100,00
Fonte: IBGE – Cidade@ - Contagem 1996
Um terço dos chefes de família (homens e mulheres) em 1996, possuía até quatro anos
de estudo (35,89%), abandonando os estudos antes de concluir o primeiro segmento do
ensino fundamental, enquanto 18,93% concluíram o ensino médio.
Tabela 8 - Chefia de domicílios particulares permanentes por anos de estudo,
Goiânia (GO), 1996
Anos de Estudo do Chefe do Domicílio N %
Sem instrução ou menos de 1 ano 21.373 7,89
1 ano de estudo 8.592 3,17
2 a 3 anos de estudo 25.955 9,58
4 anos de estudo 41.341 15,25
5 a 7 anos de estudo 40.338 14,88
8 anos de estudo 28.976 10,69
9 a 10 anos de estudo 14.127 5,21
11 anos de estudo 51.309 18,93
12 a 15 anos de estudo 21.085 7,78
16 anos ou mais de estudo 17.926 6,61
Total* 271.022 100,00
Fonte: IBGE – Cidade@ - Contagem 1996
* O total apresenta uma diferença quando comparado com as tabelas 7 e 9. O IBGE não disponibilizou o
número sem informação.
Os domicílios em Goiânia, concentrados na área urbana, em 1996 eram habitados
predominantemente por três (21,13%) e quatro moradores (26,11%). Em mais de 10%
dos domicílios vivem 6 ou mais pessoas.
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Tabela 9 –Número de moradores por domicílios particulares permanentes,
Goiânia (GO), 1996
Número de moradores N %
1 morador 24.509 8,96
2 moradores 46.685 17,07
3 moradores 57.787 21,13
4 moradores 71.411 26,11
5 moradores 43.807 16,02
6 moradores 17.318 6,33
7 moradores 6.472 2,37
8 moradores 2.903 1,06
9 moradores 1.308 0,48
10 ou mais moradores 1.337 0,49
Total 273.537 100,00
Fonte: IBGE – Cidade@ - Contagem 1996
O ICV-Habitação cresceu de 0,579 em 1970 para 0,844 em 1991, o que demostra
investimentos em abastecimento de água (de 50,6% do total de domicílios em 1970
para 91,0% em 1991) e em esgotamento sanitário (de 46,6% do total de domicílios em
1970 para 68,3% em 1991).
O censo de 1991, registrou que 74,27% dos moradores de Goiânia possuía
abastecimento de água com canalização interna ligado à rede geral, concentrado na área
urbana. Na pequena área rural somente 1,44% dos moradores tinha acesso à rede geral
de água, recorrendo a outras fontes de abastecimento, sendo a mais freqüente poço ou
nascente (66,61%). Este tipo de abastecimento também é importante para os moradores
da área urbana (17,11%). No momento atual, entre as famílias cadastradas pelo PSF
segundo dados do SIAB, 17,51% dos domicílios permanecem sem acesso à
abastecimento de água por meio de rede pública (quadro 3).
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
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Tabela 10 – Número de moradores segundo o tipo de abastecimento de água,
Goiânia (GO), 1996 Abastecimento de Água Goiânia Urbano Rural
N % N % N %
C/canaliz. Int. c/rede geral 680.765 74,27 680.640 74,97 125 1,44
C/canaliz. Int. c/poço/nascente 156.784 17,11 151.010 16,63 5.774 66,61
C/canaliz. Int. c/ outra forma 490 0,05 472 0,05 18 0,21
S/canaliz. Int. c/rede geral 27.918 3,05 27.913 3,07 5 0,06
S/canaliz. Int. c/poço/nascente 49.197 5,37 46.501 5,12 2.696 31,10
S/canaliz. Int. c/ outra forma 1.399 0,15 1.349 0,15 50 0,58
Total 916.553 100,00 907.885 100,00 8.668 100,00
Fonte: IBGE – Cidade@ - Censo Nacional 1991
Em 1991, 16,24% dos moradores não possuíam instalações sanitárias na área rural de
Goiânia, enquanto na área urbana o percentual era menor (1,37%). As instalações
comuns ainda representavam cerca de 11% na cidade de Goiânia.
A rede geral de esgoto era uma infra-estrutura disponível apenas para 0,12% dos
moradores da área rural enquanto que na área urbana de Goiânia 73,70% dos moradores
tinham acesso a este tipo de esgotamento sanitário. Na área rural, 81,75% do total de
moradores utilizavam fossa rudimentar e na área urbana 21,13% ainda recorriam a este
tipo de instalação sanitária. A situação quanto ao esgotamento sanitário permanece
precária em junho de 2001, pois entre as famílias cadastradas pelo PSF 47,61% dos
domicílios não estão ligados à rede de esgoto (quadro 3).
Tabela 11 – Número de moradores segundo a forma de instalação sanitária,
Goiânia (GO), 1996
Instalação Sanitária Goiânia Urbano Rural
N % N % N %
Individual 798.241 87,09 791.341 87,16 6.900 79,60
Comum 104.496 11,40 104.136 11,47 360 4,15
Não tem instalação 13.816 1,51 12.408 1,37 1.408 16,24
Total 916.553 100,00 907.885 100,00 8.668 100,00
Fonte: IBGE – Cidade@ - Censo 1991
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
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Tabela 11 Cont. Número de moradores segundo o tipo de instalação sanitária,
Goiânia (GO), 1996
Instalação Sanitária Goiânia Urbano Rural
N % N % N %
Rede geral 669.121 73,00 669.111 73,70 10 0,12
Fossa séptica rede pluvial 6.640 0,72 6.640 0,73 0 0,00
Fossa séptica sem escoadouro 18.314 2,00 18.292 2,01 22 0,25
Fossa rudimentar 198.949 21,71 191.863 21,13 7.086 81,75
Vala negra 1.771 0,19 1.692 0,19 79 0,91
Outro escoadouro 7.221 0,79 7.160 0,79 61 0,70
Não sabe o tipo de escoadouro 721 0,08 719 0,08 2 0,02
Não tem instalação 13.816 1,51 12.408 1,37 1.408 16,24
Total 916.553 100,00 907.885 100,00 8.668 100,00
Fonte: IBGE – Cidade@ - Censo 1991
A coleta de lixo direta atendia 92,60% dos moradores da área urbana em 1991, e
somente 5,05% dos moradores da área rural. A maioria dos moradores rurais queimava
seu lixo (49,72%), jogava em terrenos baldios (16,87%), ou tinha acesso a coleta
indireta (13,50%). O destino do lixo entre as famílias cadastradas pelo PSF em 2001
encontra-se em situação satisfatória, pois 97,13% dos beneficiários do PSF têm acesso
a coleta pública de lixo (quadro 3).
Tabela 12 – Número de moradores segundo o tipo de coleta de lixo, Goiânia (GO),
1996
Coleta de lixo Goiânia Urbano Rural
N % N % N %
Coleta direta 841.158 91,77 840.720 92,60 438 5,05
Coleta indireta 9.748 1,06 8.578 0,94 1.170 13,50
Queimado 31.779 3,47 27.469 3,03 4.310 49,72
Enterrado 4.736 0,52 4.155 0,46 581 6,70
Jogado em terreno baldio 22.131 2,41 20.669 2,28 1.462 16,87
Jogado rio/mar/lagoa 5.080 0,55 5.046 0,56 34 0,39
Outro 1.921 0,21 1.248 0,14 673 7,76
Total 916.553 100,00 907.885 100,00 8.668 100,00
Fonte: IBGE – Cidade@ - Censo 1991
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
19
Quadro 3 – Características dos domicílios das famílias cadastradas pelo PSF,
Goiânia (GO), junho-2001
Características
1999 2000 2001
Nº. % Nº. % Nº. %
Total de domicílios 14.778 100,00 39.187 100,00 52.951 100,00
Tipo de Casa
Tijolo / Adobe 14.681 99,34 38.780 98,96 52.432 98,96
Taipa revestida 22 0,15 54 0,14 52 0,15
Taipa não revestida 4 0,03 12 0,03 20 0,04
Madeira 9 0,06 39 0,10 53 0,10
Material aproveitado 14 0,09 168 0,43 195 0,37
Outros 48 0,32 134 0,34 199 0,38
Abastecimento de Água
Rede Pública 12.203 82,57 34.375 87,72 43.708 82,50
Poço ou nascente 2.520 17,05 4.625 11,80 8.920 16,84
Outros 55 0,37 187 0,48 353 0,67
Tratamento de Água no Domicílio
Filtração 9.759 66,03 29.707 75,81 38.967 73,55
Fervura 230 1,56 404 1,03 637 1,20
Cloração 1.806 12,22 2.453 6,26 3.744 7,07
Sem tratamento 2.983 20,18 6.623 16,90 9.633 18,18
Energia Elétrica 14.387 97,35 37.310 95,21 50.626 95,55
Destino do Lixo
Coleta pública 14.104 95,43 38.555 98,39 51.463 97,13
Queimado / enterrado 420 2,84 367 0,94 868 1,64
Céu aberto 254 1,72 265 0,68 650 1,23
Destino de Fezes / Urina
Sistema de esgoto 3.960 26,79 25.449 64,94 27.756 52,39
Fossa 9.754 66,00 13.338 34,04 23.647 44,63
Céu aberto 1.064 7,20 400 1,02 1.578 2,98
Fonte: SAS/COSAC DATASUS SIAB
4. CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS
No período entre 1996 a 1998 os cinco principais grupos de causas responsáveis pelos
óbitos em Goiânia mantiveram certa estabilidade com as causas externas sendo
superadas por neoplasias em 1998, sem contudo alterar significativamente seus
percentuais.
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
20
Quadro 4 – Mortalidade geral por grupos de causas, Goiânia (GO), 1996 a 1998
1996 1997 1998
1ª Doenças do ap. circulatório Doenças do ap. circulatório Doenças do apar. circulatório
2ª Causas externas Neoplasias Neoplasias
3ª Neoplasias Causas externas Causas externas
4ª Doenças do ap. respiratório Doenças do ap. respiratório Doenças do ap. respiratório
5ª Doenças infec. e parasitárias Doenças infec. e parasitárias Doenças infec. e parasitárias
Fonte: DATASUS/SIM
O grupo de causas responsável pelo maior número de óbitos em 1998 foi o das doenças
do aparelho circulatório (25,60%), principalmente as doenças cerebrovasculares. Em
segundo lugar apareciam as neoplasias (15,19%) sendo as neoplasias malignas da
traquéia, dos brônquios e pulmões as mais freqüentes, e em terceiro, as causas externas
representando 13,29% do total de óbitos. O quarto e quinto lugares foram ocupados
respectivamente pelas doenças do aparelho respiratório (9,67%) e as infecciosas e
parasitárias (8,24%), sendo as mais freqüentes em cada um destes dois grupos de
causas as doenças crônicas das vias aéreas inferiores e as transmitidas por protozoário.
Tabela 13 - Óbitos por grupos de causas, Goiânia (GO), 1996 a 1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Doenças do aparelho circulatório 1.920 25,78 2.062 24,16 2.256 25,60
Causas externas de morb. e mortalid. 1.010 13,56 1.133 13,28 1.171 13,29
Neoplasias 925 12,42 1.196 14,01 1.338 15,19
Doenças do aparelho respiratório 759 10,19 978 11,46 852 9,67
Doenças infecciosas e parasitárias 676 9,08 678 7,94 726 8,24
Total 7.449 100,00 8.534 100,00 8.811 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
21
Tabela 14 - Óbitos por causas freqüentes nos principais grupos de causas, Goiânia
(GO), 1996 a 1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Doenças do aparelho circulatório 1.920 2.062 2.256
Doencas cerebrovasculares 632 32,92 698 33,85 772 34,22
Causas externas de morb. e mortal. 1.010 1.133 1.171
Acidentes de transporte 405 40,10 467 41,22 425 36,29
Neoplasias 925 1.196 1.338
Neopl.malig.da traq., brônq. e pulmões 110 11,89 133 11,12 165 12,33
Doenças do aparelho respiratório 759 978 852
Doen. Crôn. das vias aréias inferiores 351 46,25 376 38,45 404 47,42
Doenças infecciosas e parasitárias 676 678 726
Doenças transmitidas por protozoário 219 32,40 239 35,25 249 34,30
Fonte: DATASUS/SIM
A taxa de mortalidade infantil em Goiânia foi reduzida expressivamente entre 1970
(79,30 por mil nascidos vivos) e 1991 (26,28 /1000 nascidos vivos), quando o índice era
mais baixo que o do estado de Goiás (32,15 /1000 nascidos vivos) e do Brasil (49,49
/mil nascidos vivos). Contudo, observa-se que 9,11% do total de óbitos ocorrem na
faixa etária de menores de 1 ano
Tabela 15 – Esperança de vida ao nascer e taxa de mortalidade infantil em
Goiânia, Goiás, Região Centro-Oeste, Brasil, 1970, 1980, 1991
Região Esperança de vida ao
nascer (em anos)
Taxa de mortalidade infantil
(por mil nascidos vivos)
1970 1980 1991 1970 1980 1991
Goiânia 53,17 56,58 64,89 79,38 60,93 26,28
Goiás 51,07 56,75 63,18 92,16 60,10 32,15
Região Centro-Oeste 51,67 57,25 63,45 94,94 59,30 32,46
Brasil 51,43 56,87 63,29 123,19 85,20 49,49
Fonte: PNUD/IPEA/Fund. João Pinheiro/ IBGE . Atlas do desenvolvimento humano, Publicação:1999
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
22
Tabela 16 - Óbitos por faixa etária, Goiânia (GO), 1996 a 1998
Faixa etária 1996 1997 1998
N % N % N %
Menores de 1 ano 722 9,69 765 8,96 803 9,11
1 a 4 anos 128 1,72 159 1,86 152 1,73
5 a 9 anos 69 0,93 77 0,90 69 0,78
10 a 14 anos 68 0,91 79 0,93 86 0,98
15 a 49 anos 1.998 26,82 2.308 27,04 2.358 26,76
50 a 59 anos 957 12,85 1.107 12,97 1.186 13,46
60 a 69 anos 1.273 17,09 1.480 17,34 1.513 17,17
70 a 80 e mais 2.097 28,15 2.406 28,19 2.530 28,71
Idade ignorada 137 1,84 153 1,79 114 1,29
Total de óbitos 7.449 100,00 8.534 100,00 8.811 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
Em menores de 1 ano verifica-se que mais da metade dos óbitos (53,80%) foi devida às
afecções perinatais, principalmente transtornos respiratórios e cardiovasculares
específicos do período perinatal. O segundo maior grupo de causas nesta faixa etária foi
malformação congênita, deformação e anomalias cromossômicas que representavam
19,18% do total, seguidas das doenças infecciosas e parasitárias (9,96%). Foram ainda
freqüentes as doenças do aparelho respiratório (5,11%).
Tabela 17 - Óbitos em menores de 1 ano por grupos de causas, Goiânia (GO), 1996
a 1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Afecções orig. no período perninatal 371 51,39 405 52,94 432 53,80
Malf. cong., def. e anoml. cromossômicas 134 18,56 148 19,35 154 19,18
Doenças infecciosas e parasitárias 86 11,91 70 9,15 80 9,96
Doenças do aparelho respiratório 58 8,03 59 7,71 41 5,11
Doenças do sistema nervoso 16 2,22 17 2,22 20 2,49
Total 722 100,00 765 100,00 803 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
As maiores responsáveis pelo número de óbitos entre crianças de 1 a 4 anos foram:
doenças infecciosas e parasitárias (24,34%), as causas externas (21,05%), as doenças do
aparelho respiratório (13,16%), doenças do sistema nervoso (11,84%) e as neoplasias
(10,53%).
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
23
Tabela 18 - Óbitos em crianças de 1 a 4 anos por grupos de causas, Goiânia (GO),
1996 a 1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Doenças infecciosas e parasitárias 27 21,09 19 11,95 37 24,34
Doenças do aparelho respiratório 23 17,97 22 13,84 20 13,16
Causas externas de morb. e mortalidade 22 17,19 32 20,13 32 21,05
Neoplasias 11 8,59 22 13,84 16 10,53
Doenças do sistema nervoso 10 7,81 21 13,21 18 11,84
Total 128 100,00 159 100,00 152 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
As causas externas representaram 31,88% dos óbitos na faixa etária de 5 a 9 anos em
1998. Em segundo e terceiro lugar apareciam respectivamente as neoplasias (26,09%) e
as doenças infecciosas e parasitárias (11,59%), seguidas por doenças do aparelho
respiratório (7,25%) e as do sistema nervoso (5,80%).
Tabela 19 – Óbitos em crianças de 5 a 9 anos por grupos de causas, Goiânia (GO),
1996 a 1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Causas externas de morb. e mortalidade 27 39,13 25 32,47 22 31,88
Neoplasias 9 13,04 21 27,27 18 26,09
Doenças do aparelho respiratório 6 8,70 4 5,19 5 7,25
Malf. Cong., deform. e anoml. Cromossômicas 6 8,70 3 3,90 0 0,00
Doenças infecciosas e parasitárias 5 7,25 9 11,69 8 11,59
Doenças do sistema nervoso 5 7,25 7 9,09 4 5,80
Total 69 100,00 77 100,00 69 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
Na faixa etária de 10 a 14 anos os cinco principais grupos de causas responsáveis pelos
óbitos foram causas externas (38,37%), neoplasias (18,60%), doenças do aparelho
respiratório (13,95%), doenças do aparelho circulatório (9,30%) e doenças infecciosas e
parasitárias (6,98%).
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
24
Tabela 20 - Óbitos na faixa etária de 10 a 14 anos por grupos de causas, Goiânia
(GO), 1996 a 1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Causas externas de morb. e mortal. 29 42,65 28 35,44 33 38,37
Neoplasias 11 16,18 14 17,72 16 18,60
Doenças infecciosas e parasitárias 8 11,76 8 10,13 6 6,98
Doenças do aparelho circulatório 6 8,82 7 8,86 8 9,30
Doenças do aparelho respiratório 5 7,35 7 8,86 12 13,95
Total 68 100,00 79 100,00 86 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
Na população entre 15 a 49 anos as causas externas representavam 33,33% dos óbitos,
sendo os acidentes de transporte os mais freqüentes. As doenças do aparelho
circulatório ocupavam o segundo lugar com 14,55%, seguidas de neoplasias (13,78), e
doenças infecciosas e parasitárias (10,86%).
Tabela 21 - Óbitos na faixa etária de 15 a 49 anos por grupos de causas, Goiânia
(GO), 1996 a 1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Causas externas de morb. e mortal. 700 35,04 765 33,15 786 33,33
Doenças do aparelho circulatório 279 13,96 325 14,08 343 14,55
Doenças infecciosas e parasitárias 265 13,26 250 10,83 256 10,86
Neoplasias 208 10,41 261 11,31 325 13,78
Doenças do aparelho digestivo 112 5,61 124 5,37 110 4,66
Total 1.998 100,00 2.308 100,00 2.358 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
Entre os 50 e 59 anos os óbitos são mais freqüentes por doenças do aparelho
circulatório (31,11%) principalmente as doenças cerebrovasculares. Em segundo,
terceiro e quarto lugares apareciam respectivamente neoplasias (21,92%), causas
externas (8,85%) e doenças do aparelho digestivo (8,01%). Eram ainda freqüentes
óbitos devido às doenças infecciosas e parasitárias (7,34%).
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
25
Tabela 22 - Óbitos na faixa etária de 50 a 59 anos por grupos de causas, Goiânia
(GO), 1996 a 1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Doenças do aparelho circulatório 306 31,97 310 28,00 369 31,11
Neoplasias 195 20,38 255 23,04 260 21,92
Causas externas de morb. e mortal. 87 9,09 112 10,12 105 8,85
Doenças infecciosas e parasitárias 64 6,69 87 7,86 87 7,34
Doenças do aparelho respiratório 64 6,69 105 9,49 68 5,73
Doenças do aparelho digestivo 61 6,37 66 5,96 95 8,01
Total 957 100,00 1.107 100,00 1.186 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
Na faixa etária de 60 e mais anos o principal grupo de causas de óbitos foi o das
doenças do aparelho circulatório (36,78%), seguido das doenças do aparelho
respiratório (16,78%) e neoplasias (14,32%). Eram ainda expressivos os grupos das
doenças infecciosas e parasitárias (5,91%) e das doenças endócrinas, nutricionais e
metabólicas (5,12%).
Tabela 23 - Óbitos na faixa etária de 60 e mais anos por grupos de causas, Goiânia
(GO), 1996 a 1998
Principais grupos de causas 1997 1997 1998
N % N % N %
Doenças do aparelho circulatório 1.278 37,92 1.371 35,28 1.487 36,78
Doenças do aparelho respiratório 506 15,01 655 16,86 579 14,32
Neoplasias 472 14,01 581 14,95 679 16,79
Doenças infecciosas e parasitárias 211 6,26 227 5,84 239 5,91
Doenças end. Nutricionais e metabólicas 191 5,67 219 5,64 207 5,12
Doenças do aparelho digestivo 175 5,19 216 5,56 206 5,10
Total 3.370 100,00 3.886 100,00 4.043 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
5. SISTEMA MUNICIPAL DE SAÚDE
O processo de municipalização em Goiânia é considerado tardio uma vez que foi
habilitado em 1993 apenas na condição de Gestão Parcial de acordo com critérios da
NOB/93, embora sendo capital e dispondo de rede assistencial ampliada em seu
território (Rassi, 2000:7). Em março de 1998, o município passou à Gestão Plena do
Sistema Municipal de Saúde, o que significou ampliação de responsabilidades da SMS,
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
26
tensionando sua capacidade gerencial, e a transferência de unidades básicas estaduais
para o município durante o mesmo ano (de abril a julho).3
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia foi criada ao final da década de 1980
(1985 ou 1987). Até então, a prestação de assistência à saúde pelo gestor municipal por
meio de Postos de Saúde, com cobertura de pequena parcela da população, era
responsabilidade da Fundação Municipal de Desenvolvimento Comunitário (FUMDEC).
Com a habilitação na gestão plena do sistema municipal foi proposta reorganização da
SMS. A estrutura atual da Secretaria Municipal de Saúde está organizada em sete
Departamentos. Dois destes são responsáveis pela gestão da assistência médica
individual: o Departamento de Rede Básica e o Setor de Marcação de Consultas
subordinado à Divisão de Normas Técnicas. O Departamento da Rede Básica,
responsável pelas Unidades de Saúde e os Distritos Sanitários é constituído por sete
divisões4, estando o Programa de Saúde da Família subordinado à Divisão de Programas
Especiais. O Departamento de Controle e Avaliação é responsável pela gestão da
atenção prestada por produtores privados por meio das divisões de Serviços Especiais
(acidentes de trabalho, alto custo, tratamento fora de domicílio), Auditoria e Vistoria,
Controle Ambulatorial e, Controle Hospitalar, responsáveis pelos respectivos sistemas
de informação (SIA e SIH).
A gestão das ações de saúde coletiva estão distribuídas em três setores. O Departamento
de Epidemiologia gerencia Imunização, Informação em Saúde e Doenças
Transmissíveis. O Departamento de Zoonoses é responsável pelo Controle de Raiva
Animal e, de Roedores e Vetores. O Departamento de Vigilância Sanitária é responsável
pela vigilância de Estabelecimentos de Saúde, Alimentos, Produtos Químicos
Farmacêuticos e ainda por Educação Sanitária, Saneamento Ambiental e Expedição de
3 Foram firmados termos de cessão de uso para 21 unidades ambulatoriais, as quais, segundo imprensa
local, encontravam-se sucateadas e com profissionais recebendo baixos salários, que foram elevados pelo
gestor municipal (SMS, 2000:17-18, 22).
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
27
Alvarás. Integra ainda o organograma da Secretaria Municipal de Saúde, o Fundo
Municipal de Saúde (SMS-Goiânia, 2000, Relatório Geral, 1997-2000). 5
Distritalização e organização do SUS
O Município de Goiânia está dividido em nove Regiões ou Distritos Sanitários (DS):
Central, Sul, Sudoeste, Leste, Norte, Noroeste, Medanha, Meia Ponte e Oeste, conforme
pode ser observado no quadro abaixo. Os Distritos Sanitários formalizados a partir de
1997, ainda encontram-se em processo de implantação. Segundo os gestores da SMS
entrevistados, a situação de organização dos DS era diferenciada no início da atual
gestão, não havendo espaço físico ou coordenação para diversos distritos. O DS da
Região Oeste era melhor organizado com Direção Geral, Coordenação Técnica e
desenvolvendo diversos projetos. A distritalização foi reforçada na atual gestão. Foram
definidas sedes e equipes de coordenação compostas por Diretor Geral, Diretor Técnico
e Diretor Administrativo que controla o abastecimento de todos os insumos para as
unidades da região. O papel da equipe distrital é supervisionar e articular as unidades de
saúde da área. No momento apenas o DS Sul ainda está sem sede, mas sua equipe já foi
constituída.
4 Divisões de: Recursos Operacionais; Insumos Básicos e Medicamentos; Apoio Diagnóstico; Saúde
Mental; Programas Especiais; Assistência à Saúde da Mulher; Doenças Crônico Degenerativas; e de
Normas Técnicas, Acompanhamento e Avaliação. 5 Os outros departamentos são: Departamento de Saúde Bucal (inclui a Divisão de Atenção Odontológica
Integral e a Divisão de Saúde Bucal do Escolar); Departamento do Contencioso e o Departamento
Administrativo, responsável pelos recursos humanos, manutenção, insumos entre outros.
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
28
Quadro 5 – Distritos Sanitários e localização de unidades municipais, Goiânia
(GO), 2001
Distrito Unidades
Noroeste 2 CAIS
2 Centros de Saúde
1 Maternidade Nascer Cidadão
Mendanha 2 CAIS
6 Centros de Saúde
Meia Ponte 1 CIAMS
5 Centros de Saúde
Leste 2 CAIS
4 Centros de Saúde
1 NAPS
Sudoeste 4 Centros de Saúde
1 CAIS
Sul 1 Hospital dia
1 CIAMS
4 Centros de Saúde
Norte 3 Centros de Saúde
Central 1 Centro de Saúde
3 CAIS
1 CIAMS
1 Casa de Saúde Mental
Fonte: SMS-Goiânia
Os serviços ambulatoriais distribuem-se por todos os Distritos, todavia há maior
concentração de serviços de média e alta complexidade no Distrito Central. Cada um
dos nove distritos sanitários possuem CIAMS ou CAIS, Centros de Saúde, alguns
também hospitais, maternidade e laboratório. Porém, nem todos os distritos dispõem de
serviços nos diversos níveis de complexidade, o que demanda a constituição de uma
rede articulada.
As Unidades de Saúde (USF) e as Equipes de Saúde da Família (ESF) estão presentes
em 6 DS, com maior concentração na região noroeste, local de implantação das
primeiras equipes. Estas unidades e respectivas equipes passaram na gestão atual a ser
gerenciadas pelos coordenadores do Distrito da área de abrangência em apoio à
Coordenação de Saúde da Família (CSF).
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
29
Rede municipal própria de atenção à saúde
Atualmente a SMS possui 73 unidades de saúde. Deste total, 57 são Unidades Básicas
incluindo 17 USF, na sua maioria mini-postos. A rede básica de saúde em Goiânia está
composta por centros de saúde de pequeno porte e centros de saúde maiores – Centros
Integrados de Assistência Médica e Sanitária (CIAMS) e Centros de Assistência
Integral à Saúde (CAIS). Estes últimos, são unidades estaduais municipalizadas em
1998, nas quais há atendimento ambulatorial e pronto-atendimento de urgência, além
dos programas (mulher, criança, adolescente, diabetes, etc). Os horários de
funcionamento dessas unidades são diferenciados, alguns atendem até às 22:00 horas,
outros até às 24:00 horas. Estas diversas unidades não estão articuladas nem hierarquica
nem regionalmente e, segundo os atuais gestores, há pouca integração interna nas
unidades entre os programas e atividades de pronto atendimento, bem como com
equipes de saúde da família. Os programas têm profissionais específicos e atuam de
forma não articulada ao restante da rede.
Nestas Unidades Básicas que realizam pronto atendimento e são responsáveis por
programas, o Assistente Social faz os agendamentos de consultas para as especialidades.
Hoje existem em Goiânia 17 USF, embora programe-se a ativação de 25 USF para 2001
e pretenda-se atingir 39 unidades até o final da gestão (2004).
Quadro 6 — Unidades municipais de saúde, Goiânia (GO), 2001
Tipo unidade N
USF 17
CAIS 9
CIAMS 4
Centro de Saúde 34
Laboratório Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica 1
Centro de Endodontia 1
Ambulatório Referência (TB, Hanseníase, DST) 1
Maternidade Nascer Cidadão 1
Pronto Socorro Psiquiátrico 1
Casa de Atenção Saúde Mental e NAPS 3
Hospital- Dia 1
Total 73
Fonte: SMS – Goiânia, 2001. Relação das unidades de saúde da rede municipal
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
30
O município conta ainda com outros serviços especializados. A Maternidade Nascer
Cidadão construída e inaugurada na gestão anterior em um bairro periférico tem
estrutura de atenção diferenciada com concepção humanizada para atenção ao parto que
inclui a participação do pai, alojamento conjunto, etc. O Centro de Referência e
Diagnóstico para DST/AIDS, Tuberculose, Hanseníase e para Odontologia
especializada, realiza procedimentos diagnósticos e laboratoriais em pacientes
encaminhados pelas unidades básicas. Conta ainda com três serviços de Atenção
Psicossocial, além de Pronto Socorro Psiquiátrico.
A rede SUS é composta pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
(UFG) no qual a admissão só pode ser feita com encaminhamento pela rede, o que vem
gerando estrangulamentos e dificuldades para os pacientes de outros municípios.
Integram também a rede SUS um hospital filantrópico (Santa Casa); e duas
maternidades e quatro hospitais públicos estaduais: de Urgência de Goiânia, Materno-
Infantil, hospital geral HGG (ex-Inamps), e um de Doenças Transmissíveis.
Atenção ambulatorial
A rede de serviços ambulatoriais do SUS é composta por 631 estabelecimentos segundo
dados do cadastro no Datasus em julho de 2001. Deste total, 16,6% dos
estabelecimentos são públicos e 83,4% privados conveniados ao SUS, divididos da
seguinte forma: 501 estabelecimentos privados conveniados ao SUS, 19 filantrópicos, 1
universitário privado e 5 sindicais, 1 federal (Ministério da Saúde), 20 estaduais, 80
municipais, e 4 universitários públicos.
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
31
Tabela 24 - Rede Ambulatorial do SUS, Goiânia (GO), 1998 a 2001*
Rede Ambulatorial 1998 1999 2000 2001
Posto de saúde 5 5 3 3
Centro de saúde 50 52 46 46
Posto de assistência médica 6 - - -
Policlínica 7 8 7 7
Ambulatório de unidade hospitalar geral 31 32 21 20
Ambulatório de unidade hospitalar pediátrica 1 - - -
Ambulatório de unidade hospitalar especializada 14 18 15 18
Maternidade 2 - - -
Pronto socorro** 3 2 2 2
Clínica odontológica 3 - - -
Consultório odontológico 357 207 - -
Consultório médico 896 738 - -
Consultório - 280 291 291
Clínica de fisioterapia e reabilitação 1 1 - -
Unidade móvel fluvial/marítima 1 1 - -
Clínica de psiquiatria 2 1 -
Clínica especializada 19 27 49 48
Centro/Núcleo de atenção psicossocial 1 2 2 2
Centro/Núcleo de reabilitação 1 1 1 2
Outros serviços auxiliares de diagnose e terapia (SADT) 134 134 132 137
Unidade móvel terrestre 19 19 8 8
Unidade de saúde da família - - 7 7
Hosp. Geral centro alta complexidade em oncologia II - 1 1 1
Unidades não especificadas 121 113 39 39
Total 1.674 1.642 624 631
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
* Para os anos de 1998, 1999 e 2000 os dados referem-se ao mês de dezembro, para o ano de 2001
referem-se ao mês de julho.
** Inclui: Pronto Socorro Geral, Pronto Socorro Psiquiátrico, Pronto Socorro Especializado
Grande parte da rede ambulatorial, 291 unidades, refere-se a consultórios (46%) e a
SADT (137 unidades). Observa-se redução importante no número de unidades
ambulatoriais, cerca de 62%, de 1999 para o ano 2000, em função da exclusão de
consultórios odontológicos e consultórios médicos. Dentre esta ampla rede apenas 56
unidades (menos de 10%) correspondem a Postos e Centros de Saúde, sendo sete USF.
A rede ambulatorial pode ser classificada segundo níveis de hierarquia conforme a
NOAS (Santos, 2001). A rede ambulatorial engloba serviços de diversos níveis de
complexidade. Cerca de um terço das unidades correspondem aos níveis 3 e 4 que
incluem algumas ações de média complexidade. Parte das unidades ambulatoriais (18)
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
32
oferecem serviços de alta complexidade, sendo classificada nos níveis 7 e 8 (Santos,
2001).6
Tabela 25 - Rede Ambulatorial do SUS por Nível de Hierarquia, Goiânia (GO),
2000
Nível Nível
1
Nível
2
Nível
3
Nível
4
Nível
5
Nível
6
Nível
7
Nível
8
S/Orç. NH
Indev.
Total
Nº. 144 59 66 114 - 28 7 11 195 - 624
Fonte: Santos, 2001: 4 (anexo III-A)
Ocorreu expressivo aumento na produção ambulatorial nos últimos anos. O número
total de procedimentos básicos sofreu um aumento de aproximadamente 94% no
período compreendido entre dezembro de 1999 a junho de 2001. Do conjunto de
procedimentos de atenção básica, as ações realizadas por profissionais de enfermagem e
outros profissionais de saúde de nível médio apresentaram o maior crescimento para o
período – cerca de 200% - representando atualmente o maior grupo de procedimentos
realizados em atenção básica. Para as informações referentes ao item grupo de
procedimentos foram considerados apenas dados mensais por não ser possível ainda
construir séries históricas com a produção ambulatorial anual segundo grupo de
procedimentos, visto que esta categoria foi criada em outubro de 1999.
6 O nível 1 inclui unidades de menor complexidade do sistema, que executam as atividades básicas de
atenção em saúde. O nível 2 inclui também procedimentos de média complexidade e/ou Serviços
Auxiliares de Diagnose e Terapia (SADT) de menor complexidade. O nível 3 oferece assistência
especializada, podendo ou não incluir as atividades dos níveis 1 e 2. O nível 4 inclui ações de maior
complexidade em nível ambulatorial. O nível 5 inclui ambulatórios de hospitais que oferecem além das
atividades do nível 1 e 2, internações nas especialidades básicas. O nível 6 inclui ambulatórios de
hospitais que além dos procedimentos dos níveis 1, 2, 3 e 5 inclui consultas em especialidades médicas e
odontológicas e SADT de média complexidade. O nível 7 inclui as atividades dos níveis 1, 2, 3, 4 e 6 e
SADT de alta complexidade. O nível 8 é composto por hospitais que são referência nacional,
ambulatórios de hospitais de ensino e referência para transplantes ou referência estadual para
procedimentos de alta complexidade.
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
33
Tabela 26 — Produção Ambulatorial mensal do SUS*, Goiânia (GO), 1999 a 2000
Procedimentos de Atenção Básica ** 1999 2000 2001
N % N % N %
Ações enfermagem/outros de saúde nível médio 26.515 20,8 62.564 29,9 79.396 32,2
Ações médicas básicas 42.762 33,6 66.437 31,8 76.931 31,2
Ações básicas em odontologia 36.051 28,3 62.127 29,7 72.468 29,4
Ações executadas p/outros prof. Nível superior 21.948 17,2 17.839 8,5 17.627 7,2
Total 127.276 100,0 208.967 100,0 246.422 100,0
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
* Quantidade aprovada
** Os dados referem-se ao item Grupo de Procedimentos após 10/99
Atenção hospitalar
De acordo com dados de julho de 2001, o SUS municipal conta com 67 hospitais sendo
50 privados contratados, 9 estaduais, 7 filantrópicos e 1 universitário, o que representa
cerca de 85% de estabelecimentos privados e 15% de estabelecimentos hospitalares
públicos.
Tabela 27 - Rede Hospitalar do SUS por natureza, Goiânia (GO), 1996 a 2001*
Natureza 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Contratado 59 57 55 58 50 50
Estadual 8 8 8 9 9 9
Filantrópico 5 2 2 2 2 2
Filantrópico isento tributos e contr.sociais 0 4 5 5 5 5
Filantrópico isento IR e contr.s/lucro líquido 0 1 - - - -
Universitário Pesquisas 1 1 1 1 1 1
Total 73 73 71 75 67 67
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
* Os dados de 2001 referem-se ao mês de julho, para os anos anteriores, o mês de dezembro
A rede hospitalar dispõe de um total de 6.549 leitos sendo 17,5% públicos, 78,0%
privados e 4,5% universitários (julho de 2001). Pode-se observar uma diminuição no
número leitos de aproximadamente 16,5% no período compreendido entre 1996 e 2001.
Embora a proporção de leitos públicos permaneça baixa, observa-se nos últimos anos
um aumento de aproximadamente 4% neste percentual de 1996 para 2001,
principalmente por conta de importante redução (21%) de leitos contratados .
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
34
Tabela 28 - Leitos vinculados ao SUS por regime, Goiânia (GO), 1996 a 2001*
Regime 1996 1997 1998 1999 2000 2001
N % N % N % N % N % N %
Público 1.101 14,0 1.116 14,8 1.085 15,5 1.147 15,2 1.147 17,5 1.147 17,5
Privado 6.445 82,2 6.119 81,3 5.631 80,3 6.116 80,9 5.102 78,0 5.110 78,0
Universitário 295 3,8 292 3,9 292 4,2 292 3,9 292 4,5 292 4,5
Total 7.843 100,0 7.527 100,0 7.008 100,0 7.555 100,0 6.541 100,0 6.549 100,0
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
* Os dados de 2001 referem-se ao mês de julho de 2001, para os anos anteriores, o mês de dezembro
A relação leitos por mil habitantes em julho de 2001 foi de 6,0, estando muito acima da
média da região centro-oeste para 2000 que é de 3,4, da média nacional para o mesmo
período (2,9 leitos) e do recomendado pelo M.S. (3 a 4 leitos por mil habitantes). De
todo modo, observou-se redução desta relação em Goiânia nos últimos anos.
Tabela 29 - Indicadores da atenção hospitalar, Goiânia (GO), 1996 a 2001*
Leitos 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Internações SUS /100 hab. 11,2 11,5 12,0 13,0 12,4 -
Leitos SUS/1000/hab. 7,8 7,5 6,7 7,2 6,1 6,0
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
* Os dados de 2001 referem-se ao mês de julho de 2001, para os anos anteriores, o mês de dezembro.
Quando classificada por especialidade maior proporção de leitos corresponde à clínica
médica (26,5%) e a clínica cirúrgica (22%). Elevada parcela (20%) são leitos
psiquiátricos. Já os leitos de pediatria e obstetrícia correspondem a 15,7% e 9,6% do
total, respectivamente (dados/dezembro de 2000). O SUS no município dispõe ainda de
leitos de UTI e da modalidade hospital dia.
Tabela 30 — Internações hospitalares realizadas pelo SUS por regime, Goiânia
(GO), 1996 a 2000
Regime 1996 % 1997 % 1998 % 1999 % 2000 %
Público 13.567 11,3 11.779 10,0 20.643 16,6 23.112 16,9 21.814 16,4
Privado 97.240 80,8 95.402 80,9 92.869 74,6 103.829 75,9 101.497 76,6
Universitário 9.543 7,9 10.774 9,1 10.905 8,8 9.888 7,2 9.226 7,0
Total 120.350 100,0 117.955 100,0 124.417 100,0 136.829 100,0 132.537 100,0
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
No ano de 2000 foram realizadas cerca 132.500 internações pelo SUS,
aproximadamente 10% de internações a mais que em 1996. Todavia se comparada ao
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
35
ano de 1994 o número de internações, contrariando a tendência da região centro-oeste,
apresentou diminuição de 11,1% no período
A taxa de internações por 100 habitantes realizadas pelo SUS em Goiânia sofreu leve
aumento passando de 11,2% no ano de 1996 para 12,4% no ano de 2001. As taxas de
internação de Goiânia estão consideravelmente acima da média da região centro-oeste
(7,9) para o ano de 2000 e da média nacional (7,2) para o mesmo período. As elevadas
taxas de internação podem estar relacionadas ao fato da rede hospitalar de Goiânia
constituir referência para outros municípios de Goiás e até para estados como Minas
Gerais.
No ano de 2000 cerca de 16,4% do total das internações foram realizadas em
estabelecimentos hospitalares públicos, e a grande maioria, 76,6%, pelo setor privado
contratado. Por sua vez, o setor universitário é responsável por 7,0% das internações
realizadas pelo SUS no município Goiânia. Apesar disso, verifica-se que proporção de
internações realizadas pelo setor privado vem diminuindo gradualmente nos últimos
cinco anos.
De acordo com os gestores entrevistados, apenas 40% das internações realizadas são de
residentes em Goiânia, que conta com “casas de acolhimento” mantidas por outros
estados como Pará, Acre, Bahia, que enviam seus habitantes para obter atendimento,
principalmente cirurgias. Há fluxo de pacientes de outros municípios também para
atenção básica em particular de Aparecida de Goiânia, município limítrofe da capital
com cerca de 300 mil habitantes.
A série histórica das internações do SUS por especialidade de 1996 a 2000 mostra que a
cirurgia e a clínica médica são responsáveis por cerca de 60% das internações realizadas
no período. As internações em obstetrícia diminuíram aproximadamente 23% e as
internações em pediatria aumentaram em cerca de 55%, embora a participação das
internações pediátricas no conjunto das internações tenha diminuído em 40% entre os
anos de 1996 e 2000.
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
36
Tabela 31 - Internações Hospitalares do SUS por especialidade, Goiânia (GO),
1996 a 2000
Especialidade 1996 1997 1998 1999 2000
Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. %
Clínica Médica 40.085 33,31 36.532 30,97 37.777 30,36 40.664 29,72 41.736 31,49
Cirurgia 33.314 27,68 32.410 27,48 37.203 29,90 42.249 30,88 42.561 32,11
Obstetrícia 25.158 20,90 25.084 21,27 23.074 18,55 22.873 16,72 19.148 14,45
Pediatria 12.904 10,72 14.075 11,93 16.125 12,96 20.489 14,97 20.015 15,10
Psiquiatria 8.155 6,78 8.598 7,29 8.595 6,91 9.732 7,11 8.236 6,21
Crôn/FPT 625 0,52 906 0,77 884 0,71 120 0,09 139 0,10
Tisiologia 109 0,09 155 0,13 134 0,11 141 0,10 113 0,09
Psiq Hosp.Dia - - 195 0,17 625 0,50 561 0,41 589 0,44
Total 120.350 100 117.955 100 124.417 100 136.829 100 32.537 100
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
Gravidez, parto e puerpério (14,87%) foram as principais causas de internações
hospitalares em Goiânia no período de 1998 a 2000, seguidas das doenças do aparelho
respiratório (14,46%) e circulatório (12,62%). Em 2000, 8,18% das internações foram
devidas a causas externas e as neoplasias representaram 6,42% do total de internações.
Causas externas, principalmente acidentes de transportes e neoplasias constituem
importantes causas de morbidade e de mortalidade em quase todas as faixas.
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
37
Tabela 32 – Número de internações por grupos de causas, Goiânia (GO), 1998 a
2000
Grupo de causas 1998 1999 2000
N % N % N %
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 5.396 4,34 7.147 5,22 6.474 4,88
II. Neoplasias (tumores) 6.578 5,29 7.463 5,45 8.504 6,42
III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 579 0,47 777 0,57 633 0,48
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 3.351 2,69 4.048 2,96 4.178 3,15
V. Transtornos mentais e comportamentais 9.240 7,43 10.316 7,54 8.833 6,66
VI. Doenças do sistema nervoso 3.783 3,04 3.650 2,67 3.431 2,59
VII. Doenças do olho e anexos 2.817 2,26 2.751 2,01 1.268 0,96
VIII. Doenças do ouvido e da apófise mastóide 163 0,13 170 0,12 226 0,17
IX. Doenças do aparelho circulatório 12.396 9,96 14.583 10,66 16.720 12,62
X. Doenças do aparelho respiratório 16.395 13,18 19.126 13,98 19.162 14,46
XI. Doenças do aparelho digestivo 10.090 8,11 13.583 9,93 12.782 9,64
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 1.434 1,15 1.549 1,13 1.518 1,15
XIII. Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 2.548 2,05 2.884 2,11 2.806 2,12
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 5.923 4,76 7.472 5,46 8.004 6,04
XV. Gravidez parto e puerpério 23.430 18,83 23.421 17,12 19.703 14,87
XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 1.445 1,16 1.732 1,27 1.756 1,32
XVII.Malf cong def e anomalias cromossômicas 1.454 1,17 1.521 1,11 1.565 1,18
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 1.514 1,22 1.270 0,93 1.402 1,06
XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas 9.405 7,56 10.975 8,02 10.477 7,90
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 1.166 0,94 469 0,34 374 0,28
XXI. Fatores que influenc. o estado de saúde e o
contato com serviços de saúde
1.641 1,32 1.922 1,40 2.713 2,05
CID 10ª Revisão não disponível ou não preenchido 3.669 2,95 0 0,00 8 0,01
Total 124.417 100,00 136.829 100,00 132.537 100,00
Fonte: DATASUS/SIH
Quanto ao valor médio das internações, as especialidades crônicas (FPT, psiquiatria,
tisiologia) em função dos longos tempos de permanência, apresentam os valores mais
elevados. Entre as especialidades para casos agudos, as internações cirúrgicas são as de
maior valor (R$ 842) e as obstétricas as menos onerosas (R$ 241).7
7 Os valores das internações cirúrgicas em Goiânia são 2,4 vezes maiores do que em Vitória da Conquista
e para internações psiquiátricas 50% mais elevadas.
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
38
Tabela 33 - Valor médio das internações, em reais correntes, por especialidade,
Goiânia (GO), 1996 a 2000
Especialidade 1996 1997 1998 1999 2000
Crôn/FPT 1.142,28 1.012,40 1.146,24 3.250,61 3.198,60
Psiquiatria 980,38 960,66 1.000,94 1.067,37 1.079,19
Cirurgia 706,07 718,04 747,62 804,24 841,71
Tisiologia 400,56 442,79 322,47 568,73 742,30
Pediatria 354,74 342,78 371,67 346,61 389,97
Clínica Médica 248,37 262,75 307,20 338,66 337,97
Obstetrícia 147,27 148,09 202,11 238,23 241,29
Psiquiatria - Hosp. Dia - 429,85 466,77 519,31 494,34
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
O tempo médio de permanência em internação hospitalar vem apresentando tendência à
redução em diversas especialidades. Observa-se uma diminuição de aproximadamente
14,5% dos dias de permanência nas internações por cirurgias, 13% em crônicos e FPT,
16% em psiquiatria e 23% em pediatria no período compreendido entre 1996 e 2000.
Para obstetrícia e clínica médica a permanência média manteve-se quase estável. De
modo diferente, o tempo médio de internação em tisiologia aumentou cerca de 39% no
mesmo período.
Tabela 34 — Média de permanência em internação hospitalar por especialidade,
Goiânia (GO), 1996 a 2000
Especialidade 1996 1997 1998 1999 2000
Crônicos e FPT 63,8 56,2 55,9 65,1 55,4
Psiquiatria 53,0 51,9 47,4 45,5 44,4
Tisiologia 13,0 16,2 12,0 16,3 18,1
Pediatria 7,0 6,6 6,2 5,8 5,4
Cirurgia 6,2 6,0 5,5 5,4 5,3
Clínica Médica 6,2 6,3 6,2 6,4 5,8
Obstetrícia 2,7 2,6 2,6 3,3 2,4
Psiquiatria – Hosp.Dia 0,0 26,6 25,4 26,0 24,9
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
Sistema de referência
Em Goiânia, o sistema de referência e contra-referência está em processo de
organização. Os serviços de saúde funcionam de forma pouco articulada, sem
estabelecer porta de entrada para o sistema de saúde e mecanismos de referência e
contra-referência.
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
39
Pretende-se instituir as Unidades Básicas de Saúde – unidades tradicionais e USF –
como porta de entrada do sistema, estabelecer mecanismos de referência internos, e
acabar com a dupla porta de entrada e sobreposição de atendimentos, segundo os atuais
gestores.
O município conta com central de marcação de consultas criado em 1998 para
agendamento de consultas especializadas, subordinada à Divisão de Apoio Diagnóstico
sob Coordenação da Rede Básica. Para exames complementares foi estabelecido
mecanismo de marcação no ano de 2000. Foram instituídas cotas financeiras para
exames complementares por unidade básica de saúde, sendo emitidos com regularidade
saldos orçamentários das Unidades de Saúde para autorização de exames laboratoriais
aos seus usuários. O paciente atendido na unidade básica, no caso de necessidade de
procedimento diagnóstico, recebe vale exame e escolhe o laboratório de sua preferência
para realizá-lo8. Para exames de alto-custo é necessário autorização prévia do
Departamento de Controle e Avaliação que é responsável pela Central de Marcação de
Consultas Especializadas e Exames de Alta e Média Complexidade e pela Central de
Internações. Esta central de vagas hospitalares emite relatórios diários da internações e
encaminhamentos.
Os encaminhamentos do PSF passam primeiro pelo Departamento de Rede Básica. Uma
funcionária é responsável pela articulação deste com o Departamento de Controle e
Avaliação. Tanto o Setor de Apoio Diagnóstico e Controle quanto o de Avaliação estão
buscando maior integração com o PSF.
Saúde suplementar
Em relação à cobertura por planos/seguros de saúde, a região centro-oeste apresenta
cobertura de 22,5% e o estado de Goiás cobertura de 23,0% para o ano de 1998
segundo dados do Suplemento Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
8 Anteriormente, os laboratórios privados dispunham de cotas para realização de exames.
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de 1998. Todavia, o cadastro de beneficiários da Agência Nacional de Saúde
Suplementar de dezembro de 2000 aponta percentual de cobertura por planos de saúde
no estado de Goiás de apenas 4,97% da população.
6. CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE
O Conselho Municipal de Saúde de Goiânia foi instituído pelo decreto nº 1.426 de 4 de
novembro de 1991, sendo a composição alterada pelo decreto 2.486 de 11 novembro de
1993. É composto por 32 integrantes e mantém representação paritária entre três
segmentos, sendo 50% de usuários do SUS, representantes de entidades associativas e
50% de prestadores de serviços de saúde e trabalhadores da saúde, sendo oito
trabalhadores em saúde, 4 representantes de gestores do SUS e 4 representantes dos
prestadores de serviços. Atualmente, a participação no Conselho é predominantemente
feminina (56,25%).9
Composição
O Conselho de Goiânia é composto pela seguinte representação de prestadores de
serviços de saúde: Secretaria Municipal de Saúde; Secretaria Estadual de Saúde;
Universidade Federal de Goiás; Universidade Católica de Goiás; FEHOESG Federação
dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimento de Serviços de
Saúde do Estado de Goiás; Associação dos Hospitais do Estado de Goiás; ALABAS–GO
Associação dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás;
SINFAR-GO Sindicato de Farmacêuticos no Estado de Goiás; Sindicato dos
Odontologistas do Estado de Goiás; Associação Médica de Goiás; Associação Brasileira
de Enfermagem - Seção Goiás; Conselho Regional de Psicologia 9ª Região e Tocantins;
9 As informações sobre o CMS de Goiânia foram obtidas de documentos e por meio de entrevistas a dois
Conselheiros Municipais de Saúde representantes dos usuários. Conselheiro 1: Representante do Centro
de Saúde Criméia Leste, participa do Conselho a 4 anos. Homem, tem entre 35 a 44 anos, possui curso
superior incompleto e é funcionário público. Conselheiro 2: Representante do Movimento Popular de
Saúde, participa do Conselho a 9 anos. Mulher, tem entre 35 a 44 anos, possui o 1º grau completo e é
secretária executiva do Movimento que representa na conselho.
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SINTRECODEG Sindicato dos Trabalhadores em Doenças Endêmicas do Estado de Goiás;
SINDSAÚDE-GO Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde, e Associação
dos Agentes Comunitários de Saúde de Goiânia. Entidades de usuários de serviços de
saúde: Conselho Local de Saúde – Finsocial; CLS – Cândida de Moraes; CLS –
Balneário Meia Ponte; CLS – Vila Boa; CLS – Conjunto Vera Cruz I; ADERG
Associação dos Deficientes Renais de Goiânia e Transplantados de Goiás; Associação
Goiana dos Diabéticos; Associação das Donas de Casa de Goiânia (Distrito Balneário
Meia Ponte); Fórum Goiano de Mulheres; Centro Acadêmico XXI de Abril da
Faculdade de Medicina UFG; MOPS-GO Movimento Popular de Saúde, Pastoral da
Saúde, Central Única dos Trabalhadores CUT–GO; Conselho Consultivo das
Associações de Bairro; ADFEG Associação dos Deficientes Físicos do Estado de Goiás;
Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Goiás e Movimento Nacional de
Meninos e Meninas de Rua .
Organização interna
O período de duração do mandato do conselheiro é de 2 anos prorrogáveis por tempo
indeterminado. O Conselho Municipal de Saúde de Goiânia se reúne regularmente uma
vez por mês, mas sempre acontecem reuniões extraordinárias quando há campanhas,
eventos e relatórios que necessitem de aprovação com urgência ou quando surgem
problemas que devem ser resolvidos de imediato.
Algumas divergências ocorreram entre os entrevistados, pois o Conselheiro 1 disse que
a manutenção do mesmo conselheiro em mais de uma gestão ocorre muitas vezes e a
rotatividade dos membros é ocasional, já o Conselheiro 2 disse que ocorre poucas vezes
a manutenção do mesmo conselheiro e que a rotatividade dos membros é intensa
O voto aberto é o mecanismo de aprovação utilizado nas deliberações (levanta-se o
crachá). Para o Conselheiro 1 muitas vezes as decisões são transformadas em
resoluções, e para o Conselheiro 2 poucas vezes isto acontece. Há também divergência
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
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quanto à freqüência das homologação das resoluções pelo executivo, pois o Conselheiro
1 afirma que acontece muitas vezes e para o Conselheiro 2 acontece poucas vezes.
A opinião sobre a atuação do conselho também é divergente entre os conselheiros
entrevistados, pois o Conselheiro 1 considera que o CMS tem muita interferência na
definição das diretrizes e prioridades da política municipal de saúde e tem o poder de
controlar as atividades realizadas por programas e serviços da SMS. Para o Conselheiro
2 o CMS não tem o poder de controlar as atividades realizadas por programas e
serviços da SMS e afirma que o CMS apenas legitima decisões tomadas pelo governo
municipal.
As divergências continuam entre os Conselheiros, quando se referem à freqüência com
que o CMS recebe material informativo sobre os temas de deliberação, pois o
Conselheiro 1 informa que sempre recebe material, já o Conselheiro 2 afirma que
recebe poucas vezes. Contudo, os Conselheiros entrevistados concordam que o CMS
poucas vezes recebe informações suficientes para o exercício de suas funções.
Para o Conselheiro 1 muitas vezes os conselheiros têm facilidade em entender as
informações fornecidas, já para o Conselheiro 2 isso ocorre poucas vezes.
Os Conselheiros 1 e 2 concordam que sempre ou muitas vezes os diversos
representantes podem, nas reuniões do CMS, expressar livremente e defender os
interesses de seus representados. Com relação a existência de interesses comuns entre o
conjunto de representantes do CMS, os conselheiros divergem, pois para o Conselheiro
1 muitas vezes há interesses comuns e, consequentemente, que poucas vezes há
conflitos de interesses entre os representantes do CMS. O Conselheiro 2 informa que
poucas vezes há interesses comuns e, consequentemente, sempre existem conflitos de
interesses.
Para o Conselheiro 2 sempre ocorrem negociações entre as diversas propostas e solução
em comum acordo entre os diferentes interesses representados, mas para o Conselheiro
GOIÂNIA – CARATERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
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1, (que considera que há interesses comuns entre o conjunto dos representantes) poucas
vezes há negociações e formação de consensos pactuados.
Quanto à formação de blocos de representantes, os conselheiros entrevistados
divergiram em suas respostas, pois para o Conselheiro 2 sempre há formação de blocos
entre representantes de profissionais e gestores, e entre representantes de gestores e
prestadores, mas para o Conselheiro 1 poucas vezes há formação de blocos. Com
relação à existência de interesses comuns entre o conjunto de representantes de
usuários, o Conselheiro 1 respondeu que sempre há e o Conselheiro 2 que há interesses
comuns entre a maioria.
Analisando a opinião dos conselheiros sobre o intercâmbio entre o CMS e outros
colegiados e órgãos de controle social e defesa do consumidor, verifica-se que há uma
convergência quando se referem: o CMS sempre estabelece intercâmbio com os
Conselhos Locais de Saúde e com órgãos e entidades de defesa de Grupos Vulneráveis-
Mulheres; poucas vezes estabelece intercâmbio com o Ministério Público, Defesa do
Consumidor, ONGs de Proteção Ambiental, órgãos governamentais de Proteção
Ambiental e Defesa e Proteção de Grupos Vulneráveis-Negros; nunca houve
intercâmbio com os grupos de Defesa e Proteção de Grupos Vulneráveis–Índios. Quanto
às entidades de Defesa e Proteção de Portadores de Deficiência e o Conselho Municipal
de Assistência Social, muitas vezes há o intercâmbio com o CMS segundo o
Conselheiro 2 e para o Conselheiro 1 sempre se realiza. Por último, verificamos que o
CMS poucas vezes estabelece intercâmbio com órgãos de Defesa dos Direitos da
Criança e do Adolescente, e nunca estabelece intercâmbio com o Conselho Municipal
de Educação segundo o Conselheiro 2, enquanto o Conselheiro 1 não respondeu.
Ação e consolidação do Conselho Municipal de Saúde
O Conselho Municipal de Saúde de Goiânia, de acordo com seu regimento interno
aprovado em maio de 2000, é um órgão colegiado, deliberativo, normativo,
fiscalizador, e consultivo, co-responsável pela elaboração da política municipal de
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saúde. Tem por finalidade exercer o controle social sobre as ações e serviços de saúde
de qualquer natureza, bem como, os aspectos econômicos, financeiros e recursos
humanos do setor saúde no município de Goiânia.
As deliberações, observado o quorum (metade mais um), são tomadas por maioria
simples de seus membros mediante: resoluções homologadas pelo gestor municipal de
saúde sempre que se reportarem às responsabilidades legais do CMS; recomendações
sobre o tema ou assunto específico que não é habitualmente de sua responsabilidade
direta, mas é relevante e/ou necessário, dirigida a ator ou atores institucionais de quem
se espera ou se pede determinada conduta ou providência; moções que expressem o
juízo do Conselho, sobre fatos ou situações, com o propósito de manifestar
reconhecimento, apoio, critica ou repúdio.
Entre as diretrizes traçadas no Plano Municipal de Saúde (julho de 2001), verifica-se o
fortalecimento do Conselho Municipal de Saúde, dos Conselhos Locais de Saúde, a
qualificação dos Conselheiros, a articulação permanente e o estabelecimento de canais
com a população, tais como ouvidoria e pesquisa de grau de satisfação.
As atas do CMS de Goiânia referentes aos meses de fevereiro de 1999, janeiro, junho e
julho de 2000, apresentam um constante enfrentamento entre usuários e gestores de
saúde. O maior conflito refere-se a qualidade da implementação do Programa da Saúde
da Família. Entre os problemas abordados verifica-se a falta de estrutura e a
insuficiência de equipamentos adequados para o trabalho dos médicos; falta de
transparência nas prestações de contas e nos gastos com medicamentos; falta de
competência administrativa da SMS em gerenciar o serviço público averiguando
denúncias e resolvendo os problemas internos das ESF, particularmente, entre ACS e
médicos; e a dificuldade existente no trabalho conjunto entre Conselho e Secretaria
Municipal de Saúde.
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Representatividade dos conselheiros
Os conselheiros afirmam que sempre ou muitas vezes: mantém suas entidades
informadas sobre os trabalhos desenvolvidos no CMS, participam das reuniões e
atividades promovidas por suas entidades, discutem com suas entidades os assuntos que
estão em debate no CMS, e consultam suas entidades antes de tomarem posições no
CMS. Os Conselheiros 1 e 2 afirmam que sempre e muitas vezes respectivamente,
recebem orientações de suas entidades para suas atuações no CMS.
Os conselheiros concordam que suas entidades sempre se interessam por suas atuações
no CMS, sempre apoiam suas atuações no CMS e sempre ou muitas vezes suas
entidades informam os associados sobre os assuntos importantes em discussão no CMS.
Os conselheiros municipais de saúde entrevistados concordam que sempre ou muitas
vezes: comunicam-se com as organizações de base e as organizações estaduais de sua
entidade, com os Conselhos Locais de Saúde e com a equipe de gestores da SMS,
concordam ainda que poucas vezes comunicam-se com vereadores. Os conselheiros 1 e
2 afirmam que sempre comunicam-se com as organizações municipais de suas entidades
e sempre e muitas vezes respectivamente comunicam-se com entidades partidárias. O
Conselheiro 2 poucas vezes comunica-se com órgãos de defesa do consumidor ou de
proteção de grupos vulneráveis enquanto o Conselheiro 1 muitas vezes o faz.
Os conselheiros representantes dos usuários no CMS de Goiânia participam das
Plenárias Regional e Nacional de Conselhos de Saúde. As duas entidades pretendem
participar da X Plenária de Conselhos de Saúde, apesar do conselheiro 1 não estar
informado sobre a data nem o local da reunião.
Os conselheiros entrevistados participam muitas vezes de encontros e conferências de
saúde. Participaram da última conferência municipal de saúde, embora discordassem
quanto a data, pois para o Conselheiro 1 a última conferência municipal de saúde foi em
1999 e para o Conselheiro 2 foi em 1998. Nas últimas conferências estadual e nacional
de saúde em 2000, o Conselheiros 2 participou.