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III CURSO NACIONAL DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS - SBPTAGOSTO 2008 – BH/MG
ASPIRAÇÃO PULMONARVia aérea única nas doenças aspirativas
Luiz Fernando Ferreira PereiraCoordenador da Residência de Pneumologia do H. das Clínicas-BHCoordenador dos Serviços de Pneumologia do H. Biocor e Lifecenter
“O nariz é a parte do pulmão acessível ao dedo”
Lithenstein 1982
“ O grande rio em que navegamos flui desde as cabeceiras (os alvéolos) até o desaguadouro
comum (fossas nasais e narinas). Alguns médicos observam suas nascentes e cuidam de sua integridade .... pneumologistas .... Outros se ocupam do curso do rio, .... repleto de cascatas e sumidouros que nos mantém muito atentos. Este
setor caberia aos viarelogistas. Junto à foz, os otorrinolaringologistas estão sempre a postos,
armados de múltiplos equipamentos de alta tecnologia.”
Livro Viaerologia 2001. Palombini BC e Elisabeth A.
Inter-relações entre vias aéreas superiores e inferiores Melhores evidências na asma e rinite
Associação muito comum* Causa e efeito?* Expressão mesma doença?
Melhor denominação? rinite e asma, rinobronquite,rinossinusite e asma, rinoconjuntivosinofaringobronquite,sinusobronquite, caras,vias aéreas unidas
FISIOPATOGENIAreflexo nasobronquialdrenagem retronasal
perda da função nasalpropagação inflamação
• através da via aérea • via sistêmica
A FAVOREpidemiologia
MorfofuncionalImunológia
Terapêutica
EVIDÊNCIAS VIA AÉREA ÚNICAAsma e rinite
MORFOFUNCIONALSemelhanças: células, citocinas, glândulas, e. ciliar, IGEDiferenças: vasodilatação x broncoespasmo
EPIDEMIOLOGIAAsma atópica - 99% rinite alérgica
Busse W. Respir Rev 1997Prevalência asma 3 vezes maior no grupo c/rinite
Settipane RJ. Allergy Proc 1994
40% pacientes com rinite têm asma Estelle F. JACI 1999
Rinite fator de risco independente para asma (OR 3,2) Caso-controle de Tucson. Guerrra S. JACI 2002
EVIDÊNCIAS VIA AÉREA ÚNICAAsma e rinite
Bachert C. Curr Opin Allergy Clin Immunol. 2006
8 PACIENTES COM RINITE PÓLEN, SEM ASMA
Broncoprovocação segmentar aumenta eosinófilosem brônquio não desafiado, aumenta IL5 e
marcadores de eosinófilos na mucosa nasal. Busse W. Respir Ver 1997.
9 PACIENTES COM RINITE ALÉRGICA, S/ASMA24 hs após provocação nasal: aumento ICAM, VCAM e eosinófilos na mucosa nasal e brônquica.Braunstahl GJ. JACI 2001
EVIDÊNCIAS VIA AÉREA ÚNICAAsma e rinite
EVIDÊNCIAS VIA AÉREA ÚNICAAsma e rinite
RESPOSTA AO TRATAMENTO
Asma-rinite perene. Beclometasona nasal reduz HRB e sintomas de asma sem melhorar PFE.
Deposição pulmonar < 2% Watson WTA. JACI 1993.
Budesonida turbuhaler reduz aumento sazonal inflamação nasal e HRB de pacientes com rinite.
Grefiff L. Eur Respir J 1998
Coorte/retrospectivo. 13844 asmáticos. 31% rinite Corticóide nasal reduz risco crise asma c/ida PS
Adams RJ. JACI 2002.
EVIDÊNCIAS VIA AÉREA ÚNICAAsma e rinossinusite
Bresciani M. JACI 2001
Asma 33 grave
Asma 34 lev/mod
Sintoma de rinossinusite 74% 70%TC face alterada 100% 88%E. sintomas rinossinusais 15 10 <0,05
Escore sintomas > 20 58% 9% 0.001
Escore TC face 17 7 < 0,03
Escore TC face > 12 58% 30% <0,004
EVIDÊNCIAS VIA AÉREA ÚNICAAsma e rinite e polipose
Endotoxina S. aureus - super-antígeno de vias aéreasBachert C. Curr Opin Allergy. Clin Immunol. 2006
HRB na sinusite crônicaOkayama M. Respiration 1998
1o estudo HRN na sinusite crônica
N HRBAsma 50 100%Rinite 40 78%Sinusite crônica 42 71%Bronquite crônica 50 58%
Baseado em estudos prévios não relaciona com aspiração
VIA AÉREA ÚNICAPalombini. Viaerologia. Revinter 2001
Genética + Exposições ambientais (alérgenos, tabaco, agentes infeciosos)
Variações individuais: HRB + STB + bronquiectasiasSintoma básico – TOSSE
DISCINESIA CILIARFIBROSE CÍSTICA
PANBRONQUIOLITEBRONQUIECTASIAS DIFUSAS
ASMA + RINOSINUSOBRONQUITEDPOC + SINUSOBRONQUITE
Vias aéreas unidas - exacerbação da DPOCHurst J. AJRCCM 2006
1o estudo que avaliou amostra sangue, escarro e nasal (N = 41)Exacerbação é associada com inflamação de toda a via aérea
Inflamação sistêmica relacionada apenas com inflamação via aérea inferior e foi maior na presença de bactérias
r – 0,50mieloperoxidase
SINUSITE E EXACERBAÇÃO DA DPOCDewan N. Chest 2000
N = 107. 232 EXCERBAÇÕES
COMPAROU PACIENTES COM FALÊNCIA DO TRATAMENTO (28) X SUCESSO (79)
FATORES DE RISCO INDEPENDENTES:• Vef1 < 35%, uso de O2, frequência exacerbações • História de pneumonia e uso de corticosteróides• História de sinusite – 29% X 9% (p – 0,009)
Via aérea inferior
VIAS AERODIGESTIVAS
INTERAÇÃO MAIS COMUM DO QUE PENSAMOS
Via aérea superior
FaringeLaringe Esôfago
BRONCOPNEUMOPATIASASPIRATIVAS
BRONCOPNEUMOPATIA ASPIRATIVAFATORES DE RISCO - Shigenitsu H. Curr Opin Pulm Med 2007
iatrogênias
esogágicos
disfunção mecânica glote
gástricos
neurológicos
baixa imunidade
outros
DEGLUTIÇÃOMartin B. Semin Respir Crit Care Med 1995
Evento fisiológico complexoContração simultânea e sequencial de 30 pares
de músculos orofaciais, faringe, laringe e esôfagoCoordenação com respiração
ASPIRAÇÃO DEVIDO DISFAGIA OROFARÍNGEACONCEITOS IMPORTANTES
PENETRAÇÃOMaterial na laringe acima das cordas vocais verdadeiras
ASPIRAÇÃOMaterial abaixo das cordas vocais verdadeiras - traquéia e brônquios
ASPIRAÇÃO SILENCIOSAAspiração antes, durante ou após a deglutição na ausência de tosse
Hammond C. ACCP Guidelenes. Chest 2006
Manifestações da DRGE
DIGESTIVAS
PiroseRegurgitação
Dor torácicaHalitose
EructaçãoDisfagia
Saciedade precoce
EXTRA-DIGESTIVAS Refluxo e/ou reflexo - Maioria sem pirose
PULMONARESDispnéia
TosseBroncoespasmo
AsmaFibrose
BronquioliteBronquiectasia
PneumoniaApnéia sonoMorte súbita
OTLRouquidão
PigarroLaringoespasmo
GlobusSinusite
FaringiteLaringite
L. corda vocalCâncer
PNEUMONIA ASPIRATIVA
Pikus L. AJR 2003. N = 381 deglutogramasProbabilidade pneumonia é 4, 10 e 13 vezes maior
se penetração laríngea, traqueobrônquica ou silenciosa de bário em relação a estudo normal ou distúrbio sem penetração na via aérea
Kilikuchi R. AJRCCM 1994. IdososPrevalência aspiração silenciosa: pnm 70%/controles 10%
Shigemitsu H. Curr Opin Pulm Med 200710% PAC são aspirativas
Maior colonização orofaríngea em idososredução saliva (medicamentos), má higiene oral, distúrbios deglutição, drge
Aspiração orofaríngea e pneumonia em idososMarik P. Chest 2003
• Aspiração orofaríngea, devido anormalidades da deglutição e reflexos das vias aéreas superiores, é um dos importantes mecanismos de PAC
• Idade não reduz reflexo da tosse, mas doenças neurovasculares e degenerativas sim, e esta redução aumenta pneumonia
• Disfagia orofaríngea• 40 a 70% dos pacientes logo após AVC - 50% aspiram• 100% ao longo da evolução de d. degerativas do SNC
Aspiração orofaríngea e pneumonia em idososMarik P. Chest 2003
PISTAS DE DISFAGIA OROFARÍNGEA
• Dificuldade de manejar secreções• Revirar secreções ou alimentos na boca• Retardar a deglutição• Tossir ou sufocar antes, durante ou após a deglutição• Alteração da voz após deglutir• Redução/ausência elevação tireóide/laringe ao deglutir• Saída de liquido ou alimento pelo nariz
Aspiração orofaríngea e pneumonia em idososMarik P. Chest 2003
PISTAS DE DISFAGIA OROFARÍNGEA
• Múltiplas deglutições por bocado de alimento• Reter alimento na boca• Lentidão ou alta velocidade de entrada de alimento na boca• Prolongar a preparação do alimento• Aumento significante da duração da refeição• Postura não usual de pescoço ou cabeça ao deglutir• Dor ao deglutir• Redução da sensibilidade oro/faríngea
Aspiração orofaríngea e pneumonia em idososMarik P. Chest 2003
Avaliação • Clínica completa – SEN 80% e ESP 70%
• história detalhada, avaliação sensorial e motora, análise da deglutição de alimentos/líquidos várias consistências e volumes
• Propedêutica • Vídeodeglutograma – padrão• Cintilografia• Broncoscopia
Manejo multidisciplinar• Modificações - postura, consistência alimentos orientações de técnicas compensatórias• Dieta por sondas – momento exato?• Higiene oral – reduz colonização e aumenta subst. P• Inibidor ECA – aumenta substância P (reflexo tosse/deglutição)
ASPIRAÇÃO CONTÍNUA E REDUÇÃO DE PAVBousa E. Chest. Epub julho 2008
Pacientes ventilados em PO cardíacoEstudo com maior N - aspiração sub-glótica contínua
ACSG Controle p
N 331 359 0,04
N ventilação > 48 hs 45 40 -
PAV 12 19 0,03
Duração VM 3 7 0,02
Mortalidade 21 20 0,3
VIA AÉREA ÚNICA NAS DOENÇAS ASPIRATIVAS
VIAS AERODIGESTIVAS NAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
Avaliação global do pacienteÓbvia!
Mas em geral relegada a plano secundário!
SAOS
RSA
DPOCPNM
DASP
DRGEBQC
IVAS
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