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Iluminação: Ingrediente Básico nas Telenovelas julho de 2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 julho/2013 Iluminação: Ingrediente Básico nas Telenovelas Marilúcia Moisés Matos - [email protected] Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores Instituto de Pós Graduação e Graduação - IPOG Brasília, DF, 20 de Agosto de 2012. Resumo Este estudo objetiva demonstrar a importância da iluminação bem elaborada nas telenovelas brasileiras. Partiu-se da suposição de que o telespectador está cada vez mais exigente com as imagens projetadas no vídeo, e os recursos tecnológicos atuais exigem resultados diferenciados e surpreendentes. Por meio de pesquisas bibliográficas e análises de cenas de uma novela atual, "Avenida Brasil", reuniram-se dados para a apreensão e realização do trabalho. De inicio foi realizado um estudo do surgimento das telenovelas e a sua evolução, desde a transmissão de imagens em preto e branco, até os dias atuais, totalmente em cor. Analisou-se a importância da luz nessas produções, seus efeitos, a composição das imagens, a temperatura de cor ideal, os equipamentos necessários e sua melhor localização. Os resultados indicam um crescente aumento na audiência das novela. As conclusões a partir dos dados alisados é a de que as telenovelas não devem ser apenas inundadas de luz geral, mas podem ser executadas com criatividade, é isso que o público almeja. Palavras-chave: Iluminação. Telenovelas. Imagem. 1. Introdução O surgimento da telenovela no Brasil ocorreu na década de 50, em São Paulo, com pouco sucesso de audiência. Até então, o que se fazia era a radionovela, uma narrativa folhetinesca sonora, gerada e transmitida diariamente, em horários determinados, em aparelho de rádio. A novela de maior sucesso divulgada em rádio foi o "Direito de Nascer", de Félix Caignet, no ano de 1951. A telenovela obteve seu auge no ano de 1964, com a adaptação da novela "O Direito de Nascer", e atualmente continua sendo um fenômeno e um campeão de audiência na televisão brasileira. É considerada uma forma de lazer e cultura do povo, provoca mudança de hábitos e costumes das pessoas. A telenovela ajuda a eliminar as barreiras existentes entre o real e o imaginário. Faz as pessoas se desconectarem dos problemas do cotidiano, permitindo que elas sonhem. As histórias, os atores e tudo o que envolve a telenovela, incorpora nas pessoas que a assistem, como se a trama fizesse parte da realidade e da intimidade dos telespectadores. Os recursos técnicos para elaboração e produção de imagens projetadas no vídeo, estão cada vez mais evoluídos, o que torna o resultado mais sedutor e atraente, contribuindo para um aumento crescente e constante da audiência dos programas de TV. Em nosso cotidiano, quando assistimos a um filme no cinema ou a uma novela na televisão, passa despercebido um elemento fundamental utilizado para a elaboração desses produtos, a luz. As câmeras de cinema, televisão e até as fotográficas são meios de captar a luz. Na visão de Louis Hartmann, "Pela sutil utilização de luz, e sem alterar tanto como palavra do texto do dramaturgo, é possível, por vezes, mudar completamente a impressão de toda uma cena" (2010,p.

Iluminação: Ingrediente Básico nas Telenovelas · Massa é um elemento visual que prende a atenção por ocupar áreas completas na tela. Possui um "peso visual", Possui um "peso

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Iluminação: Ingrediente Básico nas Telenovelas julho de 2013

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013

Iluminação: Ingrediente Básico nas Telenovelas

Marilúcia Moisés Matos - [email protected]

Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores

Instituto de Pós Graduação e Graduação - IPOG

Brasília, DF, 20 de Agosto de 2012.

Resumo

Este estudo objetiva demonstrar a importância da iluminação bem elaborada nas telenovelas

brasileiras. Partiu-se da suposição de que o telespectador está cada vez mais exigente com as

imagens projetadas no vídeo, e os recursos tecnológicos atuais exigem resultados diferenciados e

surpreendentes. Por meio de pesquisas bibliográficas e análises de cenas de uma novela atual,

"Avenida Brasil", reuniram-se dados para a apreensão e realização do trabalho. De inicio foi

realizado um estudo do surgimento das telenovelas e a sua evolução, desde a transmissão de

imagens em preto e branco, até os dias atuais, totalmente em cor. Analisou-se a importância da luz

nessas produções, seus efeitos, a composição das imagens, a temperatura de cor ideal, os

equipamentos necessários e sua melhor localização. Os resultados indicam um crescente aumento

na audiência das novela. As conclusões a partir dos dados alisados é a de que as telenovelas não

devem ser apenas inundadas de luz geral, mas podem ser executadas com criatividade, é isso que o

público almeja.

Palavras-chave: Iluminação. Telenovelas. Imagem.

1. Introdução

O surgimento da telenovela no Brasil ocorreu na década de 50, em São Paulo, com pouco

sucesso de audiência. Até então, o que se fazia era a radionovela, uma narrativa folhetinesca sonora,

gerada e transmitida diariamente, em horários determinados, em aparelho de rádio. A novela de

maior sucesso divulgada em rádio foi o "Direito de Nascer", de Félix Caignet, no ano de 1951.

A telenovela obteve seu auge no ano de 1964, com a adaptação da novela "O Direito de

Nascer", e atualmente continua sendo um fenômeno e um campeão de audiência na televisão

brasileira. É considerada uma forma de lazer e cultura do povo, provoca mudança de hábitos e

costumes das pessoas. A telenovela ajuda a eliminar as barreiras existentes entre o real e o

imaginário. Faz as pessoas se desconectarem dos problemas do cotidiano, permitindo que elas

sonhem. As histórias, os atores e tudo o que envolve a telenovela, incorpora nas pessoas que a

assistem, como se a trama fizesse parte da realidade e da intimidade dos telespectadores.

Os recursos técnicos para elaboração e produção de imagens projetadas no vídeo, estão

cada vez mais evoluídos, o que torna o resultado mais sedutor e atraente, contribuindo para um

aumento crescente e constante da audiência dos programas de TV. Em nosso cotidiano, quando assistimos a um filme no cinema ou a uma novela na televisão, passa

despercebido um elemento fundamental utilizado para a elaboração desses produtos, a luz.

As câmeras de cinema, televisão e até as fotográficas são meios de captar a luz. Na visão de Louis Hartmann,

"Pela sutil utilização de luz, e sem alterar tanto como palavra do texto do dramaturgo, é possível, por vezes, mudar

completamente a impressão de toda uma cena" (2010,p.

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2. A Luz

A luz é uma ferramenta capaz de definir culturas, revelar, preencher e criar espaços, gerar sombras e efeitos

especiais, oferecer sensações de conforto ou desconforto, acalmar ou aquecer os ânimos, além de aperfeiçoar a

visibilidade e identificação das coisas. Através da iluminação, o designer pode criar composições visuais suprimindo ou

revelando objetos, pessoas e espaços. A iluminação é baseada na compreensão e aplicação da luz. Hoje, a luz é desenhada não só para assegurar um adequado desempenho visual confortável, mas também,

possui um valor sobre as percepções, comportamento e saúde do indivíduo.

A luz pode ser definida como, ondas eletromagnéticas que impressionam o sentido da visão

e formam espectro visível do vermelho ao violeta. Ao incidir sobre um corpo a luz pode: ser

refletida, ser absorvida ou atravessar um corpo. A luz refletida ou emitida por um corpo, chega até

nossos olhos, atravessa uma série de partes do globo ocular (córnea, cristalino, meios líquidos) e

chega até a retina. Nesta, a luz é transformada em impulso nervoso, que é transmitido pelo nervo

óptico até uma região do cérebro. Somente quando os impulsos chegam a essa região é que temos a

sensação de ver o objeto.

A formação de sombras depende de uma propriedade da luz em meios homogêneos: a luz se

propaga em linha reta. A sombra se forma nos locais onde não são atingidos diretamente por

nenhum raio luminoso.

Quando a luz passa de um meio para outro, como acontece quando ela sai do ar, entra no

prisma e sai de novo, ela pode mudar de direção, é a refração da luz.

A luz branca é formada por uma mistura de ondas de várias frequências diferentes. Quando a

luz do Sol atravessa o prisma, cada onda sofre um desvio diferente em sua trajetória. O resultado é

que as ondas se separam e aí as várias cores podem ser percebidas. Esse conjunto de cores é

denominado espectro da luz branca e o fenômeno é chamado dispersão da luz. Podemos destacar quatro propriedades fundamentais da luz: Intensidade, cor, distribuição e movimento.

A intensidade se refere a quantidade de estímulo que o olho pode identificar. O olho é capaz de distinguir uma

grande escala de intensidade, devido a acomodação da íris e da retina.

A cor é a qualidade do estímulo. O olho se adapta facilmente as mudanças contínuas da iluminação natural,

sendo capaz de diferenciar brilhos, matizes e saturações.

A distribuição está relacionada com o tamanho, a extensão e a forma do estímulo.

O movimento é a mudança ou duração do estímulo. Deve-se ter cuidado no excesso de uso desta propriedade

para não causar fadiga.

3. Composição da Imagem

Para criar e elaborar imagens é preciso compreender como a luz se comporta. Na luz está a natureza da

imagem.

Massa, linha, luz, tom, contrante, cor, movimento e perspectiva são elementos básicos necessários para a

composição da imagem. Esses elementos se originaram das artes plásticas, passaram pela fotografia, pelo cinema e hoje

se encontram na televisão. A composição da imagem, objetiva alcançar efeitos emocionais, quebrar monotonias, criar

climas. Deve-se enquadrar a imagem de maneira a despertar o espectador a ver o ponto de interesse da cena. A

colocação adequada da câmara, o arranjo de pessoas e objetos e a seleção da distância focal auxiliam no controle desses

elementos.

Massa é um elemento visual que prende a atenção por ocupar áreas completas na tela. Possui um "peso visual",

por isso deve ser composta de forma harmoniosa e equilibrada. Um exemplo é o cenário de um telejornal, onde a massa

é a composição entre a logomarca da empresa e o apresentador. Observando uma cena de telejornal pode-se notar que

seu enquadramento, normalmente segue o princípio do "ponto de ouro", uma regra da arte grega, onde o ponto de

interesse é colocado aproximadamente a dois terços da margem, e não no centro, afim de tornar a cena mais atraente e

equilibrada.

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O "ponto de ouro" consiste na divisão de um quadro em oito linhas equidistantes, na horizontal e na vertical. O

ponto de interesse deve ser localizado na interseção dessas linhas, afim de equilibrar e quebrar a monotonia visual da

cena. Segundo os gregos, a melhor localização deste ponto está na interseção das linhas a 5/8 de qualquer margem.

A massa pode ser pessoas, objetos, qualquer elemento que ocupe um espaço e chame a atenção. Objetos

grandes e escuros pesam mais que os pequenos e claros. Devemos abusar da criativida para compor os objetos, que não

precisam necessariamente estar dispostos de forma simétrica. A assimetria é um componente diferenciado que causa

interesse aos espectadores.

A linha por definição, é a extenção do ponto. Em uma cena, a linha encaminha a visão para dentro ou para fora

do centro de interesse. Possui grande energia, é dinâmica e inquieta. Pode ser reta ou ondulada, nítida ou grosseira. É

um elemento que apesar de flexivel, tem proposito e direção podendo ser técnica e rigorosa. Nas artes é importante para

expressar a justaposição dos tons.

As linhas horizontais são mais informais e trazem a sensação de relaxamento e repouso.

As linhas verticais nos remete a formalidade e a elegância.

A soma das linhas vertical e horizontal ao mesmo tempo, traz uma sensação rude e sem movimento. Lembra as

grades de uma cela, está relacionada a algo preso.

As linhas curvas trazem movimento ao ambiente. Inspiram tranquilidade e suavidade. É a linha mais dinâmica

e livre, podendo sugerir movimento perfeitamente definido ou totalmente caótico. Pode ser suave ou complexa,

côncovas ou convexas. Por muitos é caracterizada como feminina.

A luz produz a diversidade dos tons, auxilia no movimento, no distanciamento e na profundidade da cena. A

luz desperta a atenção e curiosidade do receptor, dependendo de sua intensidade e direção.

O tom é estabelecido pela variação do escuro até chegar ao claro. Distinguimos estas variações devido a

sobreposição dos tons.

O contraste é um elemento com o qual podemos diferenciar as diversas cores, dando atenção

especial a cor do fundo e a luminosidade. Normalmente é obtido pela diferença dos níveis de cinza

entre o fundo da cena e seu centro de interesse. Esta mistura deve ser composta com cautela, para

não se perder o centro de interesse.

A cor é resultado da existência da luz. A escolha de cores para compor uma cena, devem ser

analisadas através de suas tonalidades. Não é conveniente utilizar cores diferentes com tons iguais,

a profundidade da cena fica pouco perceptível na composição visual. Para obter uma boa

composição o uso de contrastes, tons e cores diferentes devem ser criteriosamente ponderados e

empregados.

O movimento é um elemento utilizado na composição visual afim de conduzir o olhar do

espectador para o centro de interesse. Numa cena totalmente estática, o que se mover será o centro

das atenções.

A perspectiva é uma ilusão na TV e no cinema, pois na realidade vemos imagens

bidimensionais. O que ajuda nessa ilusão de profundidade é o uso da cor, da densidade, dos

tamanhos relativos, da convergência e da justaposição. Para uma perspectiva de massa os objetos

devem ser compostos de maneira elaborada, afim de criar uma impressão de profundidade. A

iluminação bem colocada oferece uma sensação do aumento de volume dos objetos. Pode-se

aumentar a sensação de profundidade em uma cena, aplicando menos intensidade de luz no

primeiro plano em relação ao segundo. Isso conduz o espectador a olhar com mais atenção para o

segundo plano, o mais iluminado, aumentando a sensação de profundidade. Focos diferentes

também podem ajudar a oferecer ilusão de profundidade.

4. Triangulação Básica de Iluminação

A iluminação de cinema e TV possui uma dica básica de esquema de iluminação, muito

utilizada pelos profissionais, a chamada iluminação de três pontos ou triangulação básica de

iluminação, lembrando que não é a única.

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As posições ideais para iluminar um assunto são: ataque, compensação e contraluz. Essas

posições são estabelecidas de acordo com a localização da câmera e do assunto. O ataque é a luz

principal, sendo a compensação e a contraluz as secundárias, que tem como objetivo principal

modelar a imagem e criar o cenário e o clima desejado. Normalmente ajusta-se primeiro a luz de

ataque, logo após o contraluz e por fim a compensação. O resultado final deve ser o mais natural

possível, sem revelar a localização das fontes de luz.

O ataque, também conhecido como key light, luz principal ou luz chave de uma cena, como

o próprio nome diz, é a luz mais importante, responsável pelo foco principal da cena. Normalmente

é situada à frente do ator a ser gravado, em relação ao local onde está a câmera. A luz do sol é um

excelente exemplo de iluminação de ataque, é uma fonte única e principal. A luz concentrada e

direta é a mais indicada para o ataque, também denominada luz dura, de sombras bem marcadas.

Em casos especiais e diferenciados pode-se usar a luz difusa, chamada suave, onde a luz e as

sombras se confundem. Obtemos a luz dura diretamente do equipamento, a luz suave necessita da

aplicação de um difusor para dispersar e suavizar a luz.

A escolha do tipo de luz depende do efeito que a cena exige. A luz dura é utilizada,

normalmente, quando se quer oferecer mais dramaticidade e mistério a cena. Ela ajuda no

envelhecimento da pessoa, pois acentua suas rugas e expressões através das sombras produzidas em

excesso. Para uma cena calma, serena e que as linhas e expressões do rosto precisam ser

amenizadas, utiliza-se a luz suave.

O local mais comum para a instalação da luz principal é à direita ou à esquerda da câmera,

dependendo do lado que se deseja iluminar, à 45º em relação ao ângulo constituído pela linha

imaginária que une a pessoa à câmera, veja figura nº1. Para obter um efeito mais dramático basta

aumentar este ângulo de abertura, e para um resultado mais suave este ângulo deve ser diminuído.

A altura da câmera também deve ser levada em consideração. A luz principal precisa formar

um ângulo de 45º em relação à câmera e a face da pessoa, isso ajuda a não causar ofuscamento nos

olhos dessa pessoa. Ver figura nº2.

Figura nº1: Iluminação de 3 Pontos - Luz Principal Figura nº 2: Iluminação de 3 Pontos - Luz Principal

Fonte: Arquivo Pessoal da Autora Fonte: Arquivo Pessoal da Autora

O contraluz ou back-light, em geral se situa atrás do apresentador ou ator, deve iluminar os

seus cabelos e ombros. Como as imagens obtidas pela câmera são bidimensionais, esta luz entra em

cena para produzir profundidade e assim dar o efeito de três dimensões almejado. Esta luz tem

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como objetivo destacar e moldar o contorno do corpo da pessoa, que está sendo filmada, separando-

a do fundo do cenário.

A luz que ilumina a face oculta é o contraluz [...] Enquanto ilumina a face visível da lua, o

sol está em posição de refletor de ataque. Mas quando a face oculta da lua é iluminada, ou

seja, quando ela aparece no céu como minguante, está sendo iluminada por trás. O mesmo

se dá com qualquer '"astro" de cinema. O refletor que faz a "luz da cara dela" é o refletor de

ataque. O refletor que ilumina seus cabelos é o contraluz (MOURA, 2001, p. 39).

A luz precisa ser focada, não necessita de difusores para suavizá-la, o foco deve ser somente

na pessoa, afim de não produzir reflexos indesejados. A intensidade de luz dependerá da cor e

características da pessoa que está sendo gravada. A posição do equipamento para este tipo de

iluminação, não precisa ser muito alta, desde que atinja o local esperado. Habitualmente, este tipo

de luz é posicionada após a luz principal, do seu lado oposto, ver figura nº 3. Deve-se ter um

cuidado especial quando se ilumina pessoas calvas, nesse caso o uso da maquiagem correta é

necessária.

Figura nº 3: Iluminação de 3 Pontos - Contraluz

Fonte: Arquivo Pessoal da Autora

Uma outra situação em que o contraluz é muito utilizada, ocorre em filmagens noturnas,

porém, não pode esquecer de juntamente com a luz acrescentar a fumaça, para que a luz apareça.

A compensação, conhecida como fill light ou luz de preenchimento, serve de apoio ao

ataque. A luz principal produz sombras, cabe a luz de compensação suavizar estas sombras.

Frequentemente é utilizada luz difusa para este tipo de iluminação. A luz de preenchimento deve ser

menos intensa que a luz de ataque. Exemplificando, quando a luz do sol é refletida no ar, nas

nuvens ou mesmo em uma parede branca ocorre o que chamamos de luz de compensação. Ela deve

ser locada em posição diferente em relação a luz de ataque, em geral fica ao lado do personagem, à

60º em relação ao ângulo obtido pela linha imaginária que une a pessoa à câmera.Ver figura nº 4.

A altura desta luz em relação a luz principal é menor, formando um ângulo de 30º em

relação à câmera e a face da pessoa. Ver figura nº 5.

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Figura nº 4:

Iluminação de 3 Pontos - Figura nº 5 : Iluminação de 3 Pontos -

Luz de Preenchimento Luz de Preenchimento Fonte: Arquivo Pessoal da Autora Fonte: Arquivo Pessoal da Autora

O aumento de intensidade na luz de preenchimento, conhecido como high-key, junto com a

luz principal, oferece um clima mais suave a cena, pois diminui as sombras, deixando o espaço com

uma iluminação mais intensa e difusa. Porém, cuidado com o aumento demasiado desta fonte de luz

para não criar duas luzes de ataque, o que não pode ocorrer.

Ao contrário, se diminuir a luz de preenchimento, chamada low-key, as sombras serão mais

perceptíveis, isso faz com que a cena fique mais dramática, mais triste.

5. Equipamentos

Vimos que para iluminar precisamos de atacar, contra iluminar e compensar. Para isso

necessitamos de equipamentos específicos para cada efeito de luz que desejamos produzir.

Os refletores tem como função básica, direcionar os raios de luz e modificar sua natureza,

quando necessário. Existem diversos tipos de refletores, escolhidos de acordo com a sua aplicação

técnica, suas características de intensidade, facho, alcance e definição de borda.

Uma das formas usadas para selecionar o tipo de refletor a ser instalado, é através do tipo de

iluminação oferecida por ele. Com vimos, a iluminação pode ser dura ou suave. A Iluminação dura

produz sombras muito marcadas, seu facho de luz segue uma única direção. Muito utilizado para

iluminação geral dos estúdios internos. Os refletores usados para este tipo de luz são potentes.

Como exemplo podemos citar os refletores : follow-spot, elipsoidal e fresnel. A iluminação suave

possui sombras pouco marcadas. A luz é difusa e se propaga em várias direções. Normalmente a luz

é rebatida ou refletida. Os refletores mais utilizados para este tipo de iluminação são: fill-light,

scoopy, mini-light, soft-light e rebatedor.

Follow-spot ou canhão (figura nº 6), são muito utilizados como seguidores dos atores,

principalmente em shows. Seu sistema ótico é complexo, possui um foco de luz concentrado, de

direção definida e longa. Sua luz é impactante, produz excelentes efeitos dramáticos e dinâmicos.

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Figura nº 6 : Refletor Follow-spot (canhão) - vista lateral e frontal

Fonte: http://www.performing-musician.com/pm/feb09/articles/spgtl.htm

Elipsoidal (figura nº 7), é um refletor com um sistema de lentes parecido com o Follow-spot,

porém, o tipo de sombra produzida é menos definida. O feixe de luz também é concentrado e de

longo alcance.

Figura nº 7 : Refletor Elipsoidal - vista frontal e lateral

Fonte: http://www.performing-musician.com/pm/feb09/articles/spgtl.htm

O fresnel (figura nº 8) é um dos refletores mais empregados num set, pois é de fácil

manuseio. Fresnel é um tipo de lente criada pelo físico francês Augustin Jean Fresnell. No principio

era empregado em faróis de embarcações. Seu desenho permite grandes aberturas e pequena

distância focal. Estas lentes são finas, o que permite a passagem de mais luz. Possui peças de foco

em seu interior, que permite afastar ou aproximar a lâmpada da lente, obtendo assim maior ou

menor concentração de luz. Quando o foco se encontra aberto a luz produzida será semi difusa, com

o foco fechado a luz será do tipo dura. O equipamento possui "bandôs", para evitar a dissipação da

luz nas laterais, um tipo de bandeira fixada na frente e nas laterais do refletor, também conhecida

como "baru door".

Figura nº 8 : Refletor Fresnel - vista frontal e lateral

Fonte: http://www.performing-musician.com/pm/feb09/articles/spgtl.htm

Fill-light (figura nº 9) é um refletor muito utilizado devido a sua leveza e praticidade, não

possui lentes em seu interior. Produz um foco de luz direcional, porém pouco concentrado,

formando sombras muito suaves.

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Conhecidas como panelão ou scoops, esses refletores possuem um feixe de luz muito aberto

e semi difuso. Utilizados, muitas vezes, para fazer iluminação de preenchimento. Sua luz atinge

grandes áreas.

Figura nº 9 : Refletor Soop - vista frontal e lateral

Fonte: http://www.luzfria.com.br/web/pesos.htm

Ciclorama ou mini-light (figura nº 10), como o próprio nome diz, são refletores pequenos e

leves. Seu feixe de luz é pouco concentrado, produz sombras suaves, seu foco é de pequeno alcance.

Figura nº 10 : Refletor CYC para iluminação de Ciclorama - vista frontal e lateral

Fonte: http://www.luzfria.com.br/web/pesos.htm

O refletor soft-light (figura nº 11), gera uma luz suave e bem espalhada. Seu feixe luminoso

é de curto alcance, abrange uma área pequena. Utilizado, em geral, para preencher sombras.

Figura nº 11 : Refletor Soft-light - vista lateral e frontal

Fonte: http://www.luzfria.com.br/web/pesos.htm

Rebatedor tem como função rebater a luz proveniente de fontes duras de iluminação. É

utiliza para difundir a luz que o toca, como o sol que ao incidir em uma parede branca tem seu feixe

luminoso espalhado em todas as direções. A luz produzida por rebatedores é geral e atinge

distâncias curtas, excelente para preenchimento, pois não produz sombra.

O mini-brut (figura nº 12), é um tipo de refletor que não pertence a família das fontes de

iluminação dura, nem das fontes suaves, é considerado intermediário. É um equipamento

constituído por um grupo de lâmpadas, que gera uma luz pouco concentrada e de longo alcance.

Muito utilizado para envolver grandes áreas e aglomerado de pessoas.

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Figura nº 12 : Refletor Mini-brut - vista frontal e lateral

Fonte: http://www.luzfria.com.br/web/pesos.htm

6. Iluminação na TV

A televisão sofreu fortes influências vindas do cinema. Os processos técnicos utilizados são

diferentes, mas a composição de imagens e os efeitos de iluminação são muito parecidos.

A diferença mais acentuada entre o cinema e a TV, é o tempo de concepção de cada quadro.

No cinema, desde o momento em que se tem a ideia, até a exposição da fita, passam-se muito

tempo. Na televisão este tempo é bem reduzido, lembrando até que, existem vários programas que

são exibidos ao vivo, como por exemplo, os telejornais. Ou seja, no cinema tudo é previsível e

estudado milimetricamente, já em televisão tudo pode acontecer, o tempo é curto e o custo é alto.

Por outro lado, um filme é assistido várias vezes, mesmo por uma só pessoa, já uma telenovela,

normalmente é vista uma só vez, diariamente, capítulo por capítulo.

Devido ao processo rápido de produção que a televisão exige, no inicio a iluminação era

elaborada com uma única intenção, clarear geral. Atualmente, além da exigência do telespectador, a

iluminação vem aperfeiçoando seus resultados, fazendo uso de efeitos cênicos mais reais e

interessantes. As cenas precisam convencer os telespectadores, tem que estar relacionada com o

cotidiano e com a memória visual das pessoas. Um programa de TV para ter sucesso tem que atrair

o público e manter o seu interesse. A iluminação é um instrumento utilizado, juntamente com o

figurino, o cenário, o som, o roteiro e a interpretação dos personagens, para sustentar esse sucesso.

As telenovelas de hoje, reproduzem a realidade com muita perfeição, com isso ganham

credibilidade e audiência.

7.Temperatura de Cor

A televisão exibe uma qualidade de imagem cada vez mais perfeita e realista, porém, nem

sempre foi desta forma. As primeiras imagens não eram muito nítidas, e a exibição era em preto e

branco. No Brasil, a transmissão de imagens coloridas, só ocorreu na década de 70. "A Festa da

Uva", no Rio Grande do Sul, foi o primeiro programa exibido em cores, ainda muito precário. A

transição dos programas de televisão em preto e branco para o sistema em cores, foi realizada de

forma gradual, demorou cerca de 10 anos para se realizar por completo. "O Bem Amado", de Dias

Gomes, foi a primeira novela transmitida totalmente em cores pela televisão brasileira, no ano de

1973.

Sabemos que a mistura das sete cores do espectro de luz resulta na cor branca. Podemos ter

esta mesma sensação com a mistura de luzes na cor vermelha (red), verde (Greem) e azul (blue), os

conhecidos RGB, no mundo da iluminação. Cada uma dessas cores é captada na retina, pelos

chamados cones, no interior do olho humano. As três cores diferentes, são captadas por cones

distintos. Os cones transmitem mensagens nervosas ao cérebro, através do nervo óptico. Há cones

que são sensíveis a cor vermelha, outros a cor azul e outros a cor verde. O mal funcionamento

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destes cones provoca uma doença conhecida como daltonismo, onde a pessoa passa a confundir

uma ou mais cores.

Se iluminamos uma parede branca, com três fontes de luzes diferentes: uma vermelha, outra

verde e a última azul, a união destas três cores resulta no branco. Porém na mistura do vermelho

com o azul, temos o magenta; juntando vermelho e verde obtemos o amarelo; na união das cores

verde e a azul, adquirimos o ciano. Daí a classificação das cores primárias: vermelho, verde e azul,

e das cores secundárias: magenta, amarelo e ciano.

A televisão em cores é fundamentada nessa característica que o cérebro e os olhos possuem,

de perceber as variadas combinações das três cores primárias, como uma extensa gama de cores.

Todas as cores que os olhos conseguem perceber na televisão, são originadas dessas cores

primárias.

Vimos que a luz está contida em uma faixa de frequência eletromagnética. A luz visível

dessas radiações é uma parte pequena de todo este espectro, composta por fótons. Essa luz visível se

situa entre a radiação infravermelha e a ultravioleta. Os comprimentos de onda vão de 400 a 700

nanômetros. Temos uma cor diferente para cada frequência de luz visível.

Figura nº 13 : Espectro Eletromagnético

Fonte: http://fisicasemmisterios.webnode.com.br/products/ondas-eletromagneticas/productscbm_772629/9/

A luz de alta temperatura de cor possui alta intensidade, muita energia, elevada potência

calorífica e curto comprimento de onda. Podemos citar como exemplo a luz do sol e os flashes de

fotografia. Já a luz de baixa temperatura de cor é o oposto, se apresenta com baixa intensidade,

pouca energia, escassa potência calorífica e alto comprimento de onda. As lâmpadas artificiais, com

filamento de tungstênio são um excelente exemplo deste tipo de luz.

A temperatura de cor afeta o tom das cores, por esse motivo foi estabelecido um padrão de

temperatura, 3200K (três mil e duzentos kelvin), para a televisão. Chegou-se a este valor através de

várias experiências feitas em laboratório. As câmeras e todos os equipamentos necessários para a

captação de imagens em um estúdio devem ser graduados segundo esta temperatura de cor, 3200K.

Se a temperatura de cor for inferior a 3200K, a luz tenderá para a cor vermelha. Caso a temperatura

de cor ultrapasse o valor padrão, a luz se encaminhará para uma tonalidade mais azulada.

Com o objetivo de tornar a cena o mais próximo possível da realidade, utiliza-se o padrão de

temperatura de cor de 3200K, porém, as vezes é preciso utilizar de alguns meios para obter este

valor. Um destes meios são os filtros.

O filtro é um anteparo instalado à frente do equipamento. Ele pode modificar a cor da luz ou

até o facho emitido pelo aparelho. Existem filtros de tamanhos diversos, podendo ser fabricados em

folhas ou em rolos. São produzidos em poliéster, os quais suportam temperaturas de até 180ºC, ou

de policarbonato, onde a temperatura máxima chega a 280ºC. Há uma extensa gama de cores

oferecida no mercado, mas se for necessário, pode ser solicitado a fabricação de determinada cor.

Os filtro tem uma chamada taxa de transmissão de luz. Significa dizer que, se um

determinado fabricante afirma que tal filtro tem uma transmissão de 32%, este filtro permite que

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apenas 32% da luz emitida pela lâmpada, irá refletir sobre as superfícies da cena. Então, os filtros

são acessórios que permitem passar a sua cor principal e absorvem a cor complementar. Em uma

imagem, por exemplo, podemos reduzir o excesso de luz vermelha adicionando um filtro na cor

ciano, que irá impedir a passagem do vermelho.

O colorímetro de fontes luminosas, ou kelvinômetro, é um aparelho utilizado para medir a

temperatura de cor, em kelvin, das luzes emitidas pelos refletores. Sabendo qual a cor dominante,

define-se o filtro a ser empregado para corrigi-la. As câmeras de TV, atualmente, para minimizar o

uso desse aparelho, possuem em seu interior lentes que fazem este balanceamento de cor. São dois

filtros, um azul para elevar a temperatura de cor, e outro amarelo, para diminuir a temperatura de

cor.

8. A Iluminação das Telenovelas

Como já foi dito, as cenas das novelas são idealizadas de maneira a retratar o mais fielmente

possível a realidade. A iluminação entra neste contexto para auxiliar, através da técnica e da arte, na

melhor visualização e apreciação do resultado. Cada tipo de luz quer seja principal, de

preenchimento ou contraluz, deve ser trabalhada e aplicada com o intuito de provocar emoções

diversas nos telespectadores, de acordo com o que o roteiro pedir. A coisa vista sob determinada luz estará sensilvelmente a face não apenas em seu exterior,

mas principalmente em nosso interior, na maneira como a percebemos. Chega-se, então, a

conclusão de que não é apenas importante saber como determinada luz ou cor determinará

o espaço, mas também como determinadas pessoas irão reagir sensilvelmente a essas

intervenções. As imagens mudam de acordo com a maneira que as pessoas as sentem ou

estão "sensibilizadas" a senti-las (PEREZ, 2012, p.95).

A iluminação, o figurino, os objetos, tudo o que se relacionar com a cena, devem ser

planejados a partir do roteiro. O roteiro é o elemento chave no processo de produção de uma novela

ou de um filme. As novelas, por serem programas totalmente roteirizados, permitem um

planejamento quase que completo de áudio e vídeo, diminuindo o surgimento de possíveis situações

desagradáveis. Conhecidas as características e as necessidades que o roteiro solicita, diversos

elementos do programa, podem ser providenciados e selecionados.

O objetivo principal do iluminador, e de todos os envolvidos na produção é a manutenção do

interesse do receptor, do seu envolvimento emocional e do crescente aumento da audiência. Por

isso, a criatividade e variedade das imagens devem estar sempre presentes. 9. Estudo de caso - Novela "Avenida Brasil"

"Avenida Brasil" é uma telenovela de João Emanuel Carneiro, exibida pela Rede Globo, no

horário das 21 horas. Se iniciou no em março de 2012, irá terminar no mês de outubro do mesmo

ano.

A telenovela gira em torno da protagonista Nina/Rita ( Débora Falabella), que em busca de

justiça, por ter sido roubada e deixada em um lixão, se transforma em uma mulher firme, que

enfrenta todas as surpresas da vida.

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Figura nº 14 : Abertura da novela "Avenida Brasil"

Fonte: http://redeglobo.globo.com/novidades/novelas/noticia/2012/03/avenida-brasil-confira-o-making-e-abertura-da-

novela-em-primeira-mao.html

A abertura da novela (figura nº 14), reúne moradores de um bairro fictício, o Divino.

Figurantes rebolam em uma passarela, ao som de "Vem dançar com tudo", em uma movimentada

avenida. A iluminação simula faróis de carros e sinais de trânsito. A cena acontece em horário

noturno. Os atores são iluminados em forma de silhueta e penumbra. Esta técnica consiste em

encher o fundo de luz e o assunto, no caso os bailarinos, ficam completamente no escuro. Um outro

ponto interessante a se destacar é o uso da fumaça, para imprimir a luz, como dizem os fotógrafos.

Figura nº 15 : Protagonista em uma cena externa, na Argentina.

Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida-brasil.htm#fotoNav=14

A figura nº 15, mostra Nina/Rita, a protagonista da novela, em uma gravação na Argentina.

A cena se desenrola em ambiente externo durante o dia, e relata o ocorrido com a personagem após

sair do lixão e ser adotada por uma nova família.

Numa iluminação de exterior/dia, deve-se levar em consideração as porções iluminadas pela

luz do sol, como o céu e a paisagem. O contraluz iluminado pelo sol é real, inigualável e belo.

Também é intenso, o que diminui muito o aparecimento de sombras. O sol quando é rebatido pelo

solo, ou mesmo pelas nuvens, cria uma luz bem difusa, porém suave. Essa luz ao tocar no rosto dos

atores aumenta a sua vivacidade, o brilho dos olhos e dos cabelos.

Os butterflies, são difusores muito utilizados em iluminação de exteriores para rebater e

difundir a luz do sol. É um excelente equipamento para auxiliar no preenchimento de cenas, as

sombras ficam imperceptíveis e a iluminação se torna mais geral. Podem ter sido utilizados nessa

cena, afim de eliminar completamente as possíveis sombras existentes.

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Figura nº 16 : Leleco espia Tessalia e Darkson

Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida-brasil.htm#fotoNav=259

A cena representada na figura nº 16, mostra o personagem Leleco escondido, escutando a

conversa de Tessália e Darkson, afim de pegar os dois no flagra, porém seu plano não dá certo, pois

Tessália confessa que ama Leleco.

Nesse quadro a personagem Tessália aparece desfocada, enquanto ao fundo, Leleco se

mostra em foco. Esse efeito é utilizado para chamar a atenção a um determinado lugar, serve

também para separar o ator do cenário. A iluminação é difusa e suave. As cores utilizadas no

cenário e no figurino dos atores são em tom pastel. Apesar do uso de tons claros na cena, observa-se

o cuidado de diferenciar estes tons.O ideal é utilizar o fundo do cenário com uma cor mais escura

que a da pele dos atores, assim pode iluminá-los à vontade. Ao olhar as paredes das telenovelas,

podemos verificar que dificilmente elas são pintadas na cor branca, grande parte delas usam tons

bem diferenciados, que ajudam a separar o cenário do personagem. A cor do figurino, também é

escolhida de maneira a destacar o foco principal. A luz entra em cena para finalizar e destacar todo

esse trabalho.

Figura nº 17 : Jorginho protege Nina da chuva

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Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida brasil.htm#fotoNav=46

No quadro acima, figura nº 17, Nina vai até o apartamento de Jorginho e os dois quase se

beijam. Está chovendo, ela sai as pressas, com medo e se molha totalmente. Jorginho sai a sua

procura e a protege da chuva.

Esta cena feita no exterior, de dia e com chuva traz uma iluminação difusa. A chuva reflete a

luz, vinda do sol e dos refletores.

Esta cena foi realizada em local externo, durante o dia, com a ocorrência de chuva. A água é

um elemento utilizado por muitos fotógrafos, com o objetivo de obter luzes refletidas vindas do

chão, para tornar os ambientes mais fascinantes. Em cinema, há diretores que determinam que o

piso seja molhado constantemente, para atingir o brilho desejado nas lentes das câmeras.

Figura nº 18 : Jorginho pede Nina em casamento

Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida- brasil.htm#fotoNav=56

O mais surpreendente da cena mostrada na figura nº 18, são as garrafas coloridas instaladas

na parede do cenário, que desempenham o papel de janelas. Este ambiente se encontra em um lixão,

por isso sua construção foi executada com materiais adquiridos no próprio local. O local da cena é

simples, observando no canto superior direito, lá se localiza um lustre com lâmpadas incandescentes

comuns.

A sensação que esta imagem emite, é que a iluminação da cena ocorre apenas através dos

pequenos feixes de luz, gerados pelas inúmeras garrafas vindas da parede. Um contraluz mais

suave, não há luz direta no rosto dos atores.

A luz vinda das janelas é delicada e suave. Os iluminadores sempre se valem dos objetos

instalados no espaço, como lustres, abajures, arandelas, entre outros. Quando há alguma dessas

peças locadas num cenário, normalmente elas são acesas, além de ajudarem na iluminação das

sombras, torna o ambiente mais aconchegante e familiar.

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Figura nº 19 : Roni é espancado por Ramón e seus capangas

Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida-brasil.htm#fotoNav=208

A cena de Roni sendo espancado, para salvar Suellen, figura nº 19, que se encontra em um

cativeiro, é violenta. Com o intuito de obter maior dramaticidade da cena, o iluminador lançou mão

de fortes contrastes de luz e sombra. A fonte de luz é única, vinda de cima em diagonal e com níveis

de iluminamento maiores sobre aquilo que é considerado o mais importante, os atores. O lado da

sombra, o cenário, é quase negro, revelando o pouco uso, ou talvez nenhum, da compensação. Com

esse efeito de luz, o receptor dirige seu olhar para o ponto de interesse, a região de maior tensão

emocional. Nesta cena a luz é um elemento primordial, é forte, direta e cênica, parece vinda apenas

da lâmpada refletora, que se encontra no alto da imagem.

Figura nº 20 : Carminha vai até o lixão e ameaça Lucinda com uma faca

Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida-brasil.htm#fotoNav=174

A iluminação principal da cena vem do contraluz, figura nº 20. As duas atrizes possuem os

cabelos claros, o que provoca um efeito de aura quase branca, quando a luz toca em seus cabelos,

pelo alto e por trás, efeito muito apreciado e utilizado nas cenas de TV e cinema.

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A percepção que se tem nesta cena, é que a luz do sol invade o local através de uma janela.

Luz intensa e amarelada. A pouca sombra é feita pela compensação. Como já foi visto, a principal

característica do contraluz é separar o assunto do fundo.

Figura nº 21 : Em clima de suspense, Carminha enterra Nina viva, apenas para assustá-la

Fonte: http://blog.jovempan.uol.com.br/parabolica/capitulo-de-sabado-de-avenida-brasil-entra-para-a-historia-da-

teledramaturgia-brasileira

Carminha, a vilão da novela, figura nº 21, enterra Nina viva para assusta-la e fazê-la desistir

de sua vingança. Essa gravação aconteceu à noite, em um ambiente externo, no caso um cemitério.

A fotografia se mostra de alto suspense e clima de terror. A luz de ataque vem de baixo, partindo do

lado esquerdo. A compensação é utilizada com cautela, para não eliminar o clima de noite escura da

cena. O quadro se apresenta com predomínio da cor vermelha, onde se conclui que o iluminador

utilizou de filtros para produzir a cena.

Figura nº 22 : Conversa entre família

Fonte: http://tvg.globo.com/novelas/avenida-brasil/Vem-por-ai/noticia/2012/09/filhos-de-cadinho-sugerem-que-

familias-morem-juntas.html

O cenário apresenta uma luz chave sendo difusa e delicada. A pouca sombra revelada no

rosto dos atores, confirma o uso de luz de compensação. A luz é intensa vinda do alto e se dilui ao

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redor de toda a cena. Os diferentes tons das roupas e do cenário ajudam na perspectiva da

fotografia. Nota-se que o abajur de coluna, que se encontra no lado direito do quadro está aceso,

auxiliando no preenchimento da cena.

Figura nº 23 : Imagem congelada

Fonte: http://www.portalpower.com.br/televisao/avenida-brasil-audiencia/

Algo muito criativo e que rendeu muitos pontos de audiência para esta telenovela, foram as

imagens congeladas, utilizadas no final de cada capítulo, figura nº 23. O fundo da fotografia se

apresenta numa cor escura, com luzes coloridas desfocadas. Estas são as mesmas luzes utilizadas na

abertura da novela, luzes de faróis de carros e sinais de trânsito. O ator "congelado" está sempre em

preto e branco. Observa-se a utilização de contraluz, pois os cabelos louros da atriz se apresentam

com uma aura branca ao seu redor, e ela se encontra nitidamente afastada do fundo da imagem. A

pouca sombra no rosto da atriz mostra a utilização da luz de preenchimento.

10. Conclusão

A telenovela analisada, "Avenida Brasil", foi escolhida por ser atual; por conter cenas de

drama, romance, suspense e comédia; por ser relatada em ambientes simples e sofisticados ao

mesmo tempo; e devido a iluminação empregada, que me chamou a atenção, desde a abertura da

novela com uso da silhueta, luzes coloridas e fumaça, até o final de cada capítulo, com o

congelamento da imagem.

A análise da trajetória da iluminação em telenovelas brasileiras, me fez observar a evolução

rápida e dinâmica das imagens captadas e transmitidas pela televisão. Em um espaço curto de

tempo, passamos de imagens precárias projetadas em preto e branco, para imagens coloridas com

excelente reprodução. A iluminação também participa desse processo de evolução.

A luz é um recurso de expressão visual, utilizada para revelar e enriquecer os espaços. As

cenas de uma novela são compostas por vários elementos: o figurino, o cenário, o roteiro, os atores,

todos esses objetos só podem ser apreciados e enriquecidos com o auxilio de uma iluminação

corretamente aplicada.

Com base na literatura que tive acesso, pude observar que a iluminação em telenovelas, que

a principio não passavam de cenas sobrecarregadas de luz, hoje cumprem função estética, são

repletas de efeitos de luz, sombra e cor. Revelam ao espectador momentos de drama e comédia;

romantismo e sofrimento; dias atuais e antigos; ambientes simples e sofisticados. Cenas

relacionadas e inspiradas no dia a dia das pessoas, suas relações, seus sentimentos e anseios.

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Com esse estudo, verifico que a importância do uso correto dos equipamentos, sua perfeita

localização e aplicação dos acessórios, como lentes e filtros, são primordiais para um projeto de

iluminação perfeitamente concluído e bem recepcionado pelo público. A relevância no uso da

composição das imagens, a serem gravadas e transmitidas ao público, também deve ser

cuidadosamente interpretada e empregada. Esse público exigente, que almeja por momentos de

emoção, prazer, relaxamento e entretenimento.

Um ponto interessante que observei em várias cenas dessa novela, como ocorrem em vários

filmes no cinema, é a percepção dos ângulos de incidência da luz, tanto natural, quanto artificial.

Temos que ter em mente que a luz, não importa de onde venha, se dos filmes, das novelas,

das fotografias, da arquitetura das cidades, ela deve ser bela e criativa, sempre.

Referências

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Dissertação de Mestrado, Curso de pós-graduação em Projeto Arte e Sociedade - Faculdade de

Arquitetura, Artes e Comunicação, Campus de Bauru.

BRANDSTON, Howard. Aprender a Ver: A Essência do Design da Iluminação. Tradução de

Paulo Sérgio Scarazzato. São Paulo: De Maio Comunicação e Editora, 2010.

CORREIA, Silvana A.A. Análise de Telenovelas Brasileiras e Suas Ações de Merchandising: Os

Casos de "O Profeta" e "Paraíso Tropical". 129 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) -

Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2010.

Fazendo Vídeo. Iluminação de 3 Pontos. Disponível em: <

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Jeocaz Lee -Meddi. Quando as cores Chegaram a Televisão Brasileira. Disponível em: <

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MELO, José Marque. Televisão Brasileira: 60 Anos de Ousadia, Astúcia e Reinvenção. São

Paulo: Cátedra UNESCO/UMESP de Comunicação, 2010. Disponível em:

<http://issuu.com/encipecom2/docs/livro. Acesso em: agosto 2012.

MOURA, Edgar. 50 Anos Luz Câmera e Ação. São Paulo: Senac, 2001.

PEREZ, Valmir. Luz e Arte. São Paulo: De Maio Comunicação e Editora, 2012.

Slideshare. Composição da Imagem. Disponível em: < http://www.slideshare.net/guest726c90f/a-

composio-da-imagem>. Acesso em: julho de 2012.

TORMANN, Jamile. Caderno de Iluminação: Arte e Ciência. Rio de Janeiro: Música e

Tecnologia, 200

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Anexo

Ficha Técnica – “Avenida Brasil”

Novela de João Emanuel Carneiro

Escrita por João Emanuel Carneiro

Colaboradores Antônio Prata, Luciana Pessanha, Alessandro Marson,

Márcio Prates, Thereza Falcão

Direção Gustavo Fernandez Teitelroit, Paulo Silvestrini, Andre

Camara, Joana Jabace

Direção Geral José Luiz Villamarim, Amora Mautner

Direção de Núcleo Ricardo Waddington

Elenco

Ator/ Atriz Personagem

Débora Falabella Nina/ Rita

Murilo Benício Tufão

Adriana Esteves Carminha

Ailton Graça Silas

Alexandre Borges Cadinho

Ana Karolina Ágata

Bianca Comparato Betânia

Bruna Orphao Paloma

Bruno Gissoni Iran

Camila Morgado Noêmia

Carol Abras Begônia

Carolina Ferraz Alexia

Cauã Reymond Jorginho

Claudia Missura Janaína

Daniel Kuzniecka Hector

Daniel Rocha Roniquito

Débora Nascimento Tessália

Deborah Bloch Verônica

Eduardo Simões Batata

Eliane Giardini Muricy

Emiliano D’ávila Lúcio

Fabiula Nascimento Olenka

Felipe Abib Jimmy Bastos

Heloisa Perissé Monalisa

Isis Valverde Suéllen

Jean Pierre Noher Martín

João Fernandes Nunes Picolé

João Pedro Rei

José de Abreu Nilo

José Loreto Darkson

Juliano Cazarré Adauto

Letícia Isnard Ivana

Luana Martau Brigitte

Marcelo Novaes Max

Marcos Caruso Leleco

Mel Maia Rita

Nathalia Dill Débora

Otávio Augusto Diógenes

Ronny Kriwat Tomás

Thiago Martins Leandro

Tony Ramos Genésio

Vera Holtz Lucinda

Vilma Melo Conceição

Cenografia Alexandre Gomes, Alexis Pabliano,Flávia Yared

Cenógrafos Assistentes Adriana Borba, Andrea Brito, Caroline Ramidan,

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Cleonice Megale, Cristina Crizel, Débora Costa, Elisa

Araújo, Gabriela Malhães, Gustavo Postali, Ilka Moura,

Luana Fagundes, Luciana Massena, Luisa Coelho,

Roberta Paiva, Thábata Magalhães, Tisse Sá, Wilson

Bob

Produtor de Cenografia Regina Coelho Esperança

Gerente de Projetos Marco Tavares

Supervisor de Produção de Cenografia Jonas Lemos, Norberto Filho, Paulo Meirelles, André

Lopes Santos, Lenilson Scarpini

Supervisor e Op. de Sistemas Marco Antonio Lourenço, Diogo Mathias, Carlos

Eduardo Ferreira, Thiago Mendes, Roberto Lucas

Equipe de Cenotécnica

Adriana Conceição de Jesus, Alexsandro dos Santos,

André de Vasconcelos Cabral, Antonio Souza, Carlos

Eduardo Marcolino de Aquino, Carlos Roberto Ferreira,

Carlos Ronald, Carolina Fragoso, Claudionor Roberto

da Silva, Daniel Antonio De Souza Júnior, Diego Duarte

Torres, Edson Patrício Leoncio, Eli Sandro Firmino Da

Silva, Fabiano De Jesus Correa, Fabio Rodrigues

Gonçalves, Fabio Senna Do Carmo, Fernando Silva Dos

Santos, Gilberto Pereira Lima, Helio Silva Costa, Ivo

Xavier, Janio Roberto Nascimento, João Carlos Pereira

de Araújo, João Ferreira Pereira Júnior, Joilson Cazuza

dos Santos, Jorge Joe Cabral, Jose de Ribamar Loiola

Silva, Linaldo Albuquerque, Luciano Lucas dos Santos,

Luciano Marinho de Paula Silva, Luis Claudio Perdigão,

Luiz de Matos Gomes, Marco Aurélio de Moraes, Mario

Durval de Almeida, Pedro Alberto da Conceição, Rafael

de Souza Ricardo, Rafael Ribeiro Almeida, Reginaldo

da Silva Lima

Tell Catojo Pinto, Valter Souza, Washington Luiz

Santiago da Silva, Wellington Carlos Cabral, William

Francisco Minas Silva

Figurino Marie Salles

Figurinistas Assistentes Diana Leste, Isabela Bertazzi, Marcos França, Mariana

Sued, Rafaela Pires, Renata Vasconcelos, Sabrina

Freddo, Vanessa Lopes

Equipe de Apoio ao Figurino Almir Rodrigues, Ana Gonçalves, Angelo Vieira,

Benedita dos Santos, Cristina Santos, Fabiane Aglio,

Fabio Andrade, Heliana Conceição, Jurema Garcia, Luis

Carlos de Souza, Marcelo Henrique, Maria José, Neide

Aparecida, Nilza Rodrigues, Patricia Amorim, Rosa

Lima Vieira, Shirley da Motta

Direção de Fotografia Fred Rangel

Direção de Iluminação Anselmo Silva Marinho, Roberto Cristiano Tricarico,

Rogério Rogers, Paulo Roberto Miranda Costa, Roberto

Cristiano Tricarico, Rogério Rogers, Paulo Roberto

Miranda Costa

Equipe de Iluminação Adalberto Porto da Silva,Alexandre Coutinho da Silva,

Feliciano Silva dos Santos,Gabriel Coelho de

Oliveira,Geovane de Carvalho Araújo, Maicon Leandro

Francisco Cunha,Paulo Cesar Santos das Dores, Rodrigo

José Sampaio da Silva,Rodrigo Nascimento dos Santos,

Rogério Silva Gomes,

Sandro Pinto Brusdzenski,Sérgio de Oliveira Santos,

Tiago Roberto de Oliveira,Wagner Mendes

Produção de Arte

Ana Maria Magalhães, Cristina Demier

Produção de Arte Assistente

Bianca Romano, Daniel Gras, Fernanda Martins Costa,

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Leda Van, Leticia Galm, Thereza de Medicis

Equipe de Apoio à Arte Alexandre Araújo, Alexandre Francisco, Arquimedes

Simões, Ary Francisco, Edson França, Edson Herdade,

Ivens Guida, José Leandro Ferreira, Ricardo

Nascimento, Roberto Morelli

Produção de Elenco

Luciano Rabelo

Instrutora de Dramaturgia

Paloma Riani

Direção Musical

Mariozinho Rocha

Produção Musical

Eduardo Queiroz

Caracterização

Alê De Souza, Gilvete Santos

Equipe de apoio à caracterização

Alessandro Nogueira,Ana Paula Barbosa,

Barbara da Silva,Carlos Soares,Catarina Ana,Cristina

Moura,Daniele Louro Greenhalgh,Eric Aben,Jaciara

Santos do Nascimento,Jo Lossano,Juliana Lleli,Luzia

Pereira,Maria Iolanda,Matheus Pasticchi,Regina

Chipolesch,Rosa Silveira,Rosevania Correia,Rosimery

Lima,Erica Dutra,Santuzza Petronni,

Sumaia Assis Amaral,Tatiana Cerqueira, Willians Graça Curvelo

Edição Fabricio Ferreira, André Leite, Wilson Fragoso, Marcos

Pereira Lisboa, Ghynn Paul

Equipe de Vídeo Clovis Alberto Antonioli, Gabriel Xavier, Gilberto dos

Santos Martins, Alexandre Carpi Barros

Equipe de Áudio Eduardo La Cava, Diogo Santos de Oliveira,Fabio

Ferreira da Silva,Gabriel Páscoa,Gilberto Ramiro de

Souza Júnior,Gustavo Borges Longuinhos,Jocimar

Marques Cardoso,Pablo Mendonça da Rocha,Eduardo

Barros,Diego Monsores

Colorista Saulo Silva

Sonoplastia

Nelson Zeitoune, Marcelo Arruda, Pedro Belo, Franklin

Araújo

Efeitos Visuais Toni Cid, Paula Souto

Efeitos Especiais Marcos Soares,Federico Farfan

Abertura Hans Donner, Alexandre Pit Ribeiro, Roberto Stein,

Orlando Martins

Direção de Imagem Augusto Lana

Câmeras Isac Coelho Bezerra Neto,Marcelo Pereira,Ricardo

Petersen,Fábio Mancuso

João Gomez,Cid Rima,Selmo Oliveira

Equipe de Apoio a Op. de Câmera Benedito Marangon,Geilson Tavares Medeiros,Jairo

Dias Batista,Marcio Alexandre Braga Calado,Zaify da

Silva Sampaio

Pesquisa de Texto Anna Lee

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Continuidade Aurora Chaves,Regina Wygoda,Izabella Cid,Claudia

Lima,Marcela Marciano

Assistentes de Direção

Tila Teixeira, Isabella Teixeira, Joaquim Carneiro,

Marcos Pimenta, Bruno Moraes, Carolina Garcia,

Alexandre Moretzohn

Produção de Engenharia Luis Otavio Cabral

Pesquisa de Imagem Madalena Prado, Renata Than

Equipe de Produção Rafael Cavalcante,Renata Barreira,Renata

Gomes,Sandro Pranto,Thiago Nunes,Norberto

Pfeiffer,Chico Marinho

Coordenação de Produção Guto Vaz

Supervisão Executiva de Produção Marcia Azevedo, Andreia Carvana, Heleno Moura,

Janice Lana

João Paulo Alcantara, Raul Gama, Vladimir Carvalho,

William Barreto

Produção Executiva Marcia Azevedo

Gerência de Produção Simone Lamosa

Direção de Produção Flavio Nascimento

Equipe de internet Ana Bueno, Bianca Kleinpaul, Luisa Rody, Natália

Hartalian, Rafael Maia, Alice Erlanger, Viviane

Figueiredo, Samia Mazzucco, Priscilla Massena, Filipe

Lisboa, Bianca Souza, Fábio Rocha, Letícia Pantoja e

Daniel Chevrand.