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Imagem, Narcisismo e Velhice Mª Del Verdún Dominguez Umpiérrez [1] Tradução: Luzia Travassos Duarte RESUMO: Dependemos de nossa imagem no espelho do outro, devemos ser competentes, produtivos, competitivos, e com isto o velho se sente culpado porque já não produz. A imagem do velho está “desvalorizada” e me questiono como podemos nós que estamos comprometidos com a área social e a saúde, revertermos esta situação. Na velhice acontece muitas vezes uma tendência à quebra do narcisismo, o que em geral, se deve à perda da auto-estima, ou ao sentimento de não sentir-se completo. Alguns adultos mais velhos se sentem freqüentemente vulneráveis e inseguros Como a imagem de narciso se desvanece nas águas, a imagem do velho de desvanece no espelho no qual não se reconhece neste rosto enrugado, neste rosto de hoje que é o mesmo de ontem e

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    Imagem, Narcisismo e Velhice

    M Del Verdn Dominguez Umpirrez [1]

    Traduo: Luzia Travassos Duarte

    RESUMO:

    Dependemos de nossa imagem no espelho do outro, devemos ser competentes, produtivos, competitivos, e com isto o velho se sente culpado porque j no produz. A imagem do velho est desvalorizada e me questiono como podemos ns que estamos comprometidos com a rea social e a sade, revertermos esta situao.

    Na velhice acontece muitas vezes uma tendncia quebra do narcisismo, o que em geral, se deve perda da auto-estima, ou ao sentimento de no sentir-se completo. Alguns adultos mais velhos se sentem freqentemente vulnerveis e inseguros

    Como a imagem de narciso se desvanece nas guas, a imagem do velho de desvanece no espelho no qual no se reconhece neste rosto enrugado, neste rosto de hoje que o mesmo de ontem e

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    to diferente.

    Como reflexo final me questiono como seremos ns estudantes de psicologia e psiclogos que trabalhamos com adultos mais velhos, como seremos amanh? Como velhos, adoeceremos desse velhismo introjetado, como ser nossa sexualidade, como ser nossa imagem, teremos muitas feridas narcisistas, como elaboraremos os diferentes lutos, como enfrentaremos a aproximao da morte ?

    Estas jornadas de psicologia me do a oportunidade de transmitir minhas reflexes sobre uma fase que como as outras, nos atinge a todos, a velhice. Para isto desejo encontrar os vnculos que a meu ver existem entre: Imagem, Narcisismo e Velhice. Por outro lado, o tema referido velhice demasiado importante em um pas, que como o nosso apresenta uma alta porcentagem de adultos mais velhos no total da populao, que ir crescendo progressivamente nos prximos anos, segundo estudos recentes que anunciam a deteriorizao de uma j baixa taxa de natalidade, assim como uma maior expectativa de vida.

    Khum mencionava que no paradigma se inclui tudo, o que pensar e como pens-lo, em toda poca h paradigmas que propem esquemas ou modelos de problema-soluo. Ou seja, j nos diz que h problema.

    Alguns dos paradigmas que se usam hoje em dia so por exemplo, modelo de corpo, eterna juventude, corpo atltico, portanto, o velho cai fora, alm disso no produz, molesta.

    Joaquim Rodriguez Nebot menciona outros paradigmas que tm a ver com o tema tratado, objetivao do semelhante, o outro smbolo sexual, situao de perda do temporrio, tudo se d junto e mesclado, um vale tudo sem tica, sem princpios, criando um mundo light, tolerante.

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    Vivimos pendientes de nuestra imagen en el espejo del otro, en el qu dirn, porque de pronto ser crticos es una utopa, o tal vez tenemos un doble discurso, es imposible escapar a los pliegues, Deleuze en Foucault, menciona cuatro pliegues de subjetivacin, el primero es nuestro propio cuerpo que es envuelto en el pliegue, el segundo tiene que ver con el pliegue de las relaciones de fuerzas, el tercero es el pliegue del saber y por ltimo es el pliegue de afuera [2] .

    Hoje em dia para justificar qualquer situao que afete aos valores que at agora eram reconhecidos como conquistas indiscutveis da humanidade, se recorre a desculpas de que isto sucede por causa da globalizao e que devemos nos resignar diante deste fim da histria, pois est nascendo o homem e a sociedade do futuro, o triunfo da democracia liberal e do fim das utopias, segundo o livro de Francis Fukuiama, que planeja enviesar em direo direita os estudos das cincias sociais.

    Se evitarmos ouvir os clarins triunfais do Fim da histria e o ltimo homem poderemos reconhecer que o termo globalizao compreende efetivamente situaes atuais que afetam o homem e a nossa sociedade, desde o presente projetando-se em direo ao futuro.

    A cultura ocidental atual, neoliberal e excludente, que nos faz correr sem sentido, que nos faz sentir vazios, nos faz competir, e no importa que o outro fique no caminho, porque o mundo dos mais fortes. E onde ficam os velhos? se j no os consideram sbios j no so necessrios os seus conselhos, seus corpos no so esbeltos, nem sequer so rpidos, alm do mais no entendem nosso mundo de hoje, perderam seus papis mais importantes, seu status social, j no so os ancios venerveis de outrora.

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    E surge o tema da culpa, a culpa como forma de dominao, uma forma de medo dividir o homem contra si mesmo, dentro de si mesmo. O velho se sente culpado porque no produz? No sabemos, pode ser que sim ou no, o que sabemos que se sente mal, no se sente til nem para si e muito menos para os outros.

    Muitas vezes introjetamos uma imagem negativa de ns mesmos, isto se d atravs da socializao, estabelecemos um dilogo que nos condena dentro de ns mesmos e esse o mal estar que sente o velho porque no produz, porque no se sente til, porque foi algo que foi mamando desde beb que o que em definitivo faz com que nos transformemos em sujeitos asujeitados, dominados.

    Marx, na sexta tese sobre Feuerbach, diz: a essncia humana no algo abstrato inerente a cada indivduo ( mas ) , na realidade, o conjunto das relaes sociais. Ou seja, que o requerimento indispensvel para que cada sociedade construa o homem necessrio sua manuteno e produo. Todos os aparelhos ideolgicos esto voltados para esta construo desde a infncia, e continuam fazendo isso, ao longo de toda a vida dos homens, no casualmente chamados sujeitos.

    Carrasco faz referncias a imagem valorizada, que seria aquela que est capacitada pelo coletivo dominante ( ideologia), alm de estar matizada pelo subjetivo individual.

    A imagem do velho est desvalorizada e me questiono como podemos ns que estamos comprometidos com a rea social e da sade reverter esta situao. No simples, porque tambm temos preconceitos sobre a velhice, e sorrimos por causa de suas reminiscncias, quando nos falam dos sonhos, do fogo a lenha, o rdio a galena, etc...; Ns que estamos na era dos computadores, que navegamos na internet, que descongelamos no microondas a comida j pronta, comprada nos supermercados, no entendemos, ou no queremos ver que estas recordaes constituem a identidade do velho, a sua histria quando ele era jovem, uma maneira de poder elaborar de uma forma sadia seus lutos. O transcorrer do tempo

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    irreversvel e inevitvel, quando o velho se recorda, se encontra estranho neste corpo de hoje.

    Carlos Castaneda fala-nos da diferena entre olhar e ver, olhar seria como no ver mais alm do nosso nariz; entretanto ver perceber a essncia das coisas. No aprendemos a ver porque temos medo, porque ruiria em pedaos toda essa estrutura armada que temos em ns mesmos, do nosso mundo, pois estamos programados para no querer ver.

    Parafraseando a Joaquin Rodriguez Nebot, a televiso no comunica nada, porque na comunicao se d um intercambio, se tenta lograr um entendimento entre receptor e emissor, a televiso no demanda nada, e por isso que fascina, e ao mesmo tempo contempla os aspectos mais destacados do panptico.Na fronteira,pp.121.

    A televiso, como todo investimento neoliberal substitui imagens e desejos, sentimentos e idias, utilizando para isso a tcnica da lavagem cerebral, portanto nos criando o hbito de estar informado, do contrrio seremos um dinossauro.

    No terreno do estudo sociedade e cultura, os efeitos mais importantes desta nova era determinaram que o homem ps-moderno reaja de maneira mintica a todo este bombardeio de situaes que tratam de isol-lo individualmente, e que lhe apresentam um espelho no qual poder ver refletida sua imagem de vencedor, de ganhador, na luta por obter a melhor posio que o sistema reconhece ao lado da eficincia e em detrimento de seus semelhantes.

    O neoliberalismo faz com que mitifiquemos a juventude, segundo Humberto Eco a mitificao como simbolizao inconsciente, como identificao do objeto com uma soma de finalidades nem sempre racionalizveis, como projeo na imagem de tendncias, aspiraes e temores, emergidos particularmente no indivduo, em uma comunidade, em todo um perodo histrico. Apocalpticos e integrados, pp.219.

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    Kohut fala do si mesmo e o que caracteriza o narcisismo no a orientao da libido, mas a qualidade do investimento, expressado mediante as formas que adota o vnculo e as caractersticas da transferncia.

    Em alguns adultos mais velhos, vemos afetado o sentimento de si, dando lugar a alteraes da auto-estima. O narcisismo est presente em toda patologia, assim como na vida psquica normal. A condio narcisista no especfica de uma entidade psicopatolgica particular. Narcisismo, Jornadas de Narcisismo, outubro 1992, Autores vrios,Dr Fanny Schkolnik pp.32

    Na velhice d-se muitas vezes uma tendncia quebra do narcisismo. Se bem que, as feridas que sofrem o narcisismo no so somente a perda da auto-estima, mas o sentimento de no sentir-se completo. A aposentadoria e a viuvez os fazem sentirem-se incompletos, e talvez de uma forma enganosa, como se o trabalho ou o companheiro(a) fora tudo. So parte importante para a maioria dos seres, porm no so tudo, so mudanas que se vo produzindo na vida s quais h que adaptar-se, depois de elaborar o luto.

    comum aos idosos sentirem-se vulnerveis e inseguros, como se estivessem sobre areia movedia vivemos na era do boto, com tantos botes que me do medo, no os entendo, mas acho que nos tornamos idiotas dizia uma senhora em uma oficina, quando trabalhvamos as descobertas desde a data de seu nascimento, at a poca atual.

    Toda a bagagem de conhecimentos e experincias que eles tm difcil poder transmitir, porque ningum os escuta, pois falam coisas que ficam no anedtico. Agora, no prestgio ser velho, antes eram os sbios, os que transmitiam o saber, a tradio. Tudo isto produz feridas narcisistas, uma sensao de vazio existencial, que por outro lado os leva depresso( embora depresso no seja sinnimo de velhice, um dos muitos preconceitos sobre a mesma), e ao manejo do corpo, atravs de

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    quedas, somatizando, como forma de chamar a ateno dos que o rodeiam.

    H outras maneiras de enfrentar as feridas narcisistas, e alimentando o narcisismo, atravs da criao, recuperando a autonomia, por exemplo em grupos de terceira idade, oficinas intergeracionais [3] , que estimulam a atividade grupal e a criatividade, tanto do grupo, como individualmente, buscando integrar o sujeito como um todo nesse processo de envelhecer, em um espao onde seja escutado e que aprenda a escutar aos outros.

    Pensando no mito de Narciso... era belo, homens e mulheres se enamoram dele, e ele se enamora de si mesmo quando se viu refletido nas guas cristalinas, porm no se reconhece, quer abraar o seu amado e a imagem se desvanece....., trato de associar a imagem que se desvanece com a imagem do velho, a que perdeu, e quando se olha no espelho lhe custa reconhecer-se nessas rugas, nesse rosto de hoje que o mesmo de antes e to diferente.

    O espelho se mostra traioeiro, o est enganando, essa no a sua verdadeira imagem, pensa, reflete o velho, este espelho sempre foi de m qualidade, est rachado pelo tempo, porm o tempo dele no o meu, eu no sou o que ele mostra, est deformando minha imagem, vou ter que troc-lo.

    Para que tentas em vo agarrar imagens fugidias? O que buscas, no existe; o que amas afasta-te e o perders. Essa sombra que ests vendo no reflexo de tua imagem. No tem identidade prpria .......(Narciso) contempla com olhos insaciveis a enganosa imagem.... O que anseio est em mim...! Oxal pudesse separar-me de meu corpo! Metamorfosis, Ovdio. Pp..130-132.

    O velho trata da mesma forma como Narciso, de agarrar uma imagem que no existe, a do velho uma imagem que permaneceu no passado, mas que presente, o que anseio est em mim disse Narciso, e o que o

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    velho anseia est dentro dele, segue sendo...em seu mundo interno o de antes das rugas, seus olhos olham para dentro de si mesmo, o importante que aceite est hoje com rugas, porque o seu interior no envelhece ou talvez, sim, sofre os avatares do tempo, de uma maneira distinta tem algumas marcas na alma que o enriqueceram, lhe deram experincia, embora haja feridas que no conseguiu elaborar, mas definitivamente, em conjunto, o tornaram esse ser que no reconhece no espelho, essa riqueza nas rugas que a todos nos custa ver. O velho tambm quisera separar-se de seu corpo como Narciso,quisera que todos pudessem v-lo como ele se v. Ou seja, sem as rugas, em um tempo sem tempo, onde passado e presente se misturam.

    O adivinho Tirsias, disse a Lrope, a primeira pessoa que lhe consultou: Narciso viver at ser muito velho, contanto que nunca conhea a si mesmo. Os mitos gregos, Robert Graves, pp..356, tomo I .

    O mito por ter uma relao alegrica entre o homem e os deuses ou entre o homem e a terra, resulta em dilemas sem admitir interrogaes e nem questionamentos. Da que perduram no tempo, desafiando os modelos que os homens desenvolveram desde que o mito apareceu em um determinado contexto.

    Mas, me pergunto, o que queria dizer Tirsias com: que nunca se conhea a si mesmo? Nunca terminamos de nos conhecermos realmente, sempre atuamos de forma que nos surpreendemos, disse Freud, o homem um ser em conflito porque h uma parte de si que no conhece, seu inconsciente.

    O que acontece com o idoso, que no reconhece a si mesmo nesse rosto coberto de rugas, com a imagem que lhe devolve o espelho e no consegue aceitar como prpria? Que acontece com a sua sexualidade?

    A perda do corpo jovem, um dos lutos que deve enfrentar o adulto mais velho, nos comunicamos por meio de nosso corpo, o que est comunicando o corpo do velho? Nos comunica que viveu, que amou e se

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    deixou amar. O que est acontecendo com o seu ideal do ego, cuja origem narcisista, e tem a ver com o narcisismo perdido da infncia, quando ele mesmo era o prprio ideal? Quando o velho no se reconhece com esse corpo, talvez permaneceu fixado a um tempo passado, como se todo o tempo passado fosse melhor, no aceita o presente, no aceita que o que hoje, pelo que foi ontem, o mundo presente o mundo social, no qual me encontro com o outro neste momento, agora. Se no o aceita, se deprime, se isola, morre. Vivemos em uma temporalidade imanente, vivemos o hoje no instante que estamos, lhe damos uma continuidade.

    Com respeito sua sexualidade, diferente para homens e mulheres, embora em ambos os casos seja censurada a nvel social: Faz um sculo me cagaram a vida com esse pobre homem porque ramos demasiado jovens, e agora querem repetir a dose porque somos demasiado velhos. Mais adiante segue: Sim: ele tambm, como a irm Oflia, pensava que o amor tinha uma idade em que comeava a ser indecente. O Amor nos Tempos do Clera, Gabriel Garcia Mrquez, pp.. 399 e 403.

    Entendo que ambos os sexos seguem sentindo da mesma forma, embora algumas mulheres se sintam liberadas de no ter que cumprir com suas obrigaes maritais, o que troca com a idade, so os tempos, a esse respeito diz Garcia Mrquez.... beijavam-se devagar, gozavam a embriaguez das carcias sem o estorvo da exasperao. Mais adiante continua: ...fizeram um amor tranqilo e so, de serenos avs, que se fixaria em sua memria como a melhor lembrana daquela viagem luntica. Pp..417 e 425.

    Como escapar dos prejuzos dos velhos, que Salvarezza os denomina velhismo? quando trabalhamos em um grupo de apoio, quando nos olhamos no espelho de nosso futuro,o temor da morte,como aprender a diferenciar o que ns sentimos do nosso lugar e do nosso papel ? e que no tem que coincidir com o que eles sentem realmente, um docente do servio, nos dizia que nossos medos no so necessariamente os que sentem os idosos, que no projetssemos, que as coisas que ns pensamos que os podem afetar, tm a ver com o que nos afeta e no a eles.

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    Devemos aprender a acompanh-los em seus lutos, sabendo que a ns tambm d medo a morte e a solido, e no estou falando s da morte fsica, mas de todas as perdas, ( perda do meio social, perda do corpo jovem, perda do status mantido at o momento, muitas vezes a perda do companheiro, perda de filhos que se casam e abandonam o lar paterno, ninho vazio, etc...) que vo transcorrendo no processo de envelhecimento.

    Os sentimentos que nos despertam os velhos, quase sempre so ambivalentes, entendemos que uma etapa da vida, porm no temos experincia vivencial a respeito, as idias que temos sobre a velhice so abstratas, nossos tempos no so os deles, tampouco nossa histria de vida pode ter semelhanas, e quanto aos sentimentos que desperta a idade, o que temos em comum que todos somos seres humanos, e que entendemos que os devemos tratar como tais, sem exclui-los, sem marginaliz-los,no como seres passivos, mas, como seres ativos, que o que continuam sendo, embora j estejam fora da esfera produtiva.

    Como ltima pergunta a nvel de reflexo final, me pergunto como seremos ns estudantes de psicologia e psiclogos que trabalhamos com adultos mais velhos, que tudo racionalizamos e tratamos de entender, compreender, e acompanhar, como seremos ns amanh, nesse futuro que se aproxima, como seremos como idosos, adoeceremos desse velhismo introjetado, como ser a nossa sexualidade, nos negaremos a oportunidade de amar, como ser a nossa imagem, nos reconheceremos no espelho, como nos sentiremos ante as diferentes perdas, recorreremos a centros de apoio terceira idade, a oficinas intergeracionais, ou nos isolaremos a lambermos as feridas ? Como elaboraremos os diferentes lutos, como enfrentaremos a aproximao da morte, como nos sentiremos com a solido, o que predominar com respeito a nossas recordaes: as reminiscncias ou as nostalgias, nos sentiremos excludos e marginalizados em uma sociedade que j no nos entende ou talvez lutaremos para reivindicar nosso espao ?

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    Aires, 1999

    * Expositora y participante de las V Jornadas de Psicologa Universitaria, "Psiclogos y Psicologa entre dossiglos. Consultas, demandas e intervenciones" Facultad de Psicologa, Universidad de la Repblica. Montevideo, Uruguay realizadas el 28, 29 y 30 de setiembre del 2000.

    [1] Estudante do ltimo ano do curso de Psicologia da UDELAR. Tcnico em Administrao de Empresas.

    [2] Este um pargrafo de difcil traduo, mas pelo que pudemos entender do que diz Deleuze, segundo o ponto de vista do par saber e poder, o exterior determina radicalmente o interior, que parece vazio, mero receptculo das determinaes externas. Poderamos dizer ento: Vivemos pendentes da imagem que o outro nos devolve como em um espelho porque sermos crticos uma utopia, ou talvez porque tenhamos um duplo discurso. impossvel escapar aos desdobramentos, Deleuze em Foucault menciona quatro desdobramentos da subjetivao, o primeiro o nosso corpo, ele prprio envolto em uma dobra, o segundo tem a ver com o desdobramento das relaes de fora, o terceiro o desdobramento do saber e por ltimo temos o desdobramento do exterior.

    [3] Com pessoas de diferentes geraes.

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