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S ímbolos da R epública Dia 5 de Outubro de 1910 Implantação do Regime Republicano GRÉMIO DE INSTRUÇÃO LIBERAL DE CAMPO DE OURIQUE 1.º CENTENÁRIO 1910 – 2010

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Símbolos

da RepúblicaDia 5 de Outubro de 1910

Implantação do Regime Republicano

GRÉMIO DE INSTRUÇÃO LIBERAL DE CAMPO DE OURIQUE

1.º CENTENÁRIO

1910 – 2010

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1.º CENTENÁRIO

1910 – 2010

Bandeira Nacional redesenhada em vectores, segundo o projecto oficial de Columbano, em 1911

Cores (tons «Pantone» – Verde: 349 CVC; Vermelho: 485 CVC; Amarelo: 803 CVC; Azul: 288 CVCI

António MartinsVítor Luísem 21 de julho de 2004

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1.º CENTENÁRIO

1910 – 2010

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Nota de abertura

– Esta publicação «Símbolos da República» pretende dar a conhecer à comunidade educativa mais jovem com uma linguagem simples e directa, os valores e simbolismos que os mesmos repre-sentam: A Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Escudo, o Busto da República e o Presidente da República.

No ano das comemorações do 1.º Centenário deste Centro Escolar Republicano.

– Grémio de Instrução Liberal de Campo de Ourique e o 1.º Centenário da República Portuguesa queremos com este acto de cidadania contribuir para que estes valores se mantenham sempre vivos.

Fevereiro de 2010

O DirectorJosé Batista

VIVA A REPÚBLICA!Grémio de Instrução Liberal de Campo de Ourique

Centro Escolar Republicano10 de Junho 1910

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1.º CENTENÁRIO

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A bandeira nacional, símbolo da soberania da República, representa a independência, unidade e integridade de Portugal.

Foi adoptada, após a instauração do regime republicano, por um decreto datado de 19 de Junho de 1911.

Para todos os portugueses a Bandeira Nacional representa o emblema acima de todos os interesses pessoais e políticos.

Representa somente Portugal.

Onde a Bandeira da nossa Pátria flutue figuram com ela mais de oito séculos da História de Portugal.

Impõe-se o dever de honrá-la e respeitá-la, porque ela nos recorda as grandezas do nosso Passado e as aspirações do Futuro.

Honrar e respeitar a Bandeira Nacional é lembrar o que cada cidadão deve ao seu país e a si próprio.

A Bandeira Nacional

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1.º CENTENÁRIO

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A noção de Bandeira Nacional é relativamente recente, primitivamente representava o soberano e também o território de que ele era senhor. Nesta bandeira estavam representadas as armas da família real. Só posteriormente é que se começou a ligar a esta bandeira o sentido de representação do território governado por esse soberano e, como tal, era arvorada nas fortalezas, navios de guerra, etc.

A bandeira dos reis de Portugal era quadrada, sendo totalmente ocupada pelas armas do rei.

A Bandeira Portuguesa teve o seu início com D. Afonso Henriques. Tinha um fundo branco e nela estavam desenhados cinco escudos, popularmente chamados quinas (de cor azul).

Qual o significado do símbolo «quinas»?

Segundo alguns historiadores significavam as 5 chagas ou feridas, que Afonso Henriques recebera durante a batalha de Ourique (1139), outros têm a opinião que elas representam os 5 reis mouros vencidos e desbaratados nesta batalha, conta ainda a lenda que elas estão ligadas às 5 chagas de Cristo, que teria aparecido crucificado a Afonso Henriques, durante essa grande batalha de Ourique.

Dentro de cada escudo ou quina colocou os besantes, também chamados dinheiros (de cor branca).

Qual o significado dos besantes?

Eram também chamados de dinheiros, porque originariamente eram moedas pregadas nos escudos, significando o direito de cunhar moeda.

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Vamos conhecer um pouco da história da nossa Bandeira

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1.º CENTENÁRIO

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Alexandre Herculano, historiador, diz «(…) Afonso Henriques pôs nos escudos trinta dinheiros, 5 em cada um e o do meio conta a dobrar, pela memória dos 30 dinheiros por que Judas vendeu Jesus Cristo(…)».

Qual o significado dos castelos?

A partir de D Afonso III a orla dos castelos juntou-se às quinas reais, significando a conquista definitiva do Algarve (1249). Este rei mandou colocar o escudo nacional sobre o do Algarve; e como este último era um campo vermelho orlado de castelos, ficou a orla dos castelos des-coberta, aparecendo em roda do escudo português.

Até ao final do reinado de D. Fernando não houve alterações signifi-cativas nas Armas Portuguesas, a não ser no número de castelos, que variou de 8 a 12 e no número de besantes nos escudos, que foi de 10 a 15.

D. João I, Mestre de Avis, adicionou ao escudo do reino a Cruz da Ordem Religiosa de Avis sobre a qual colocou as quinas, ficando a aparecer apenas na bordadura as 4 pontas da cruz verde da sua Ordem.

D. João II mandou retirar as extremidades da cruz verde de Avis. A ban-deira ficou definitivamente constituída por 5 escudos azuis em cruz, preenchido cada um com 5 besantes ou dinheiros, orla de encarnado carregada de castelos de ouro, cujo número variou.

D. Manuel I usou bandeira branca, tendo ao centro o escudo nacional (também chamado Armas do Reino) com uma coroa real sobreposta, mas aberta.

Foi neste reinado que se usou a bandeira de Cristo, também chamada da Cruz. Era a bandeira das conquistas usada pelos navios mandados para as descobertas e, sobretudo, nas armadas que iam para a Índia.

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Vamos conhecer um pouco da história da nossa Bandeira

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1.º CENTENÁRIO

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D. Sebastião mandou fechar a coroa real sobreposta ao escudo das Armas do Reino, antes da sua partida para África.

A bandeira com esta modificação manteve-se durante a dominação espanhola e até ao reinado de D. João VI

No reinado de D. João VI com a união dos Reinos de Portugal, Brasil e Algarve a bandeira sofre profunda alteração.

O Reino do Brasil tinha por Armas uma Esfera Armilar de Ouro em Campo Azul. O rei mandou que o Escudo Real Português fosse inscrito nessa Esfera com uma coroa sobreposta, constituindo, assim, as Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. Já então se tinha estabeleci-do a lenda de que as Quinas representavam Portugal e a orla dos Cas-telos o Algarve.

Qual o significado da Esfera Armilar?

Percebes, agora, como entrou na nossa bandeira a esfera armilar. Mas, ela é reconhecida também como o símbolo do mundo que os navegadores portugueses descobriram ao longo dos séculos XV e XVI.

D. Pedro IV, por decreto de 18 de Outubro de 1830, fixa o seguinte: «a Bandeira passa a ser bipartida de azul e branco, ficando o azul pelo lado da haste e as Armas Reais ao centro, assentando metade sobre cada uma das cores». Já antes a cor azul e branca haviam sido decreta-das cores nacionais pelas Cortes da Nação em 1821.

A Bandeira do Reino manteve-se sem alteração até à implantação do Regime Republicano em 5 de Outubro de 1910.

Implantada a República, a Bandeira, símbolo da Pátria, foi alterada.

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1.º CENTENÁRIO

1910 – 2010

Foi criada uma Comissão para fixar as cores e os símbolos da nova Bandeira Republicana. Os elementos desta comissão sabiam que ela tinha»(…) que evocar o passado, dar a imagem do presente e a figuração vaga do futuro.»Apresentadas as suas conclusões, a Assembleia Constituinte, por decreto de 19 de Junho de 1911, fixou definitivamente as cores e a forma da nova Bandeira Nacional, determinando que se executasse de imediato o seguinte:

«A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde-escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha. Ao centro, e sobreposta à união das duas cores, terá o escudo das Armas Nacionais, orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro.O comprimento da bandeira será de vez e meia a altura da tralha. A divisória entre as duas cores fundamentais deve ser feita de modo que fiquem dois quintos do comprimento total ocupados pelo verde e os três quintos restantes pelo vermelho. O emblema central ocupará metade da altura da tralha, ficando equidistantes da orla superior e inferior.»

Conhece, agora, algumas curiosidades que nos justificam como se vão juntar os elementos do passado monárquico com as novas ideias republicanas:

Muitas eram as opiniões e justificações. Uns pretendiam uma modificação total, uma bandeira totalmente nova; outros pretendiam a introdução de novos elementos, mas defendiam, principalmente, a continuação dos símbolos do nosso passado histórico.Não foi fácil a Comissão chegar a um consenso, mas, finalmente, conseguiu-o.

Quais serão as principais cores da Bandeira Nacional?

As duas cores fundamentais da nossa bandeira tinham sido: o branco e o azul.

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1.º CENTENÁRIO

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O branco tinha que ter representação na nova bandeira. O branco simboliza « (…) a inocência, a candura, a pureza; e a alma portuguesa é, no fundo, sonhadora e ingénua», como defendia o escritor Guerra Junqueiro. Temos também a razão histórica: «(…) é sob a cor branca, salpicada pelas quinas que D. Afonso Henriques fere as primeiras batalhas pela independência do novo reino. A cor da bandeira portuguesa, desde o início da monarquia até ao séc. XV e deste até ao princípio do séc. XIX, foi sempre branca.»

O azul é uma cor doce, que lembra os dois grandes elementos – o céu e o mar. Historicamente a cor azul, junta com a branca, somente aparece na composição fundamental da bandeira portuguesa a partir de 1830.

O vermelho é adoptado pela 1ª vez e como justifica a comissão «(...) nela deve figurar como uma das cores fundamentais por ser a cor combativa, quente, viril, por excelência. É a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, ardente, alegre. Lembra o sangue e incita à vitória.»

O verde, cor de esperança, dificilmente a comissão conseguiu justificar a sua inclusão na Bandeira, porque, na verdade, o verde não tinha tradição histórica. Alguns defendiam que o verde não deveria substituir o branco como cor fundamental.Mas acabou por se impor pelas razões explicadas pela comissão: «(…) Impõe-se a consideração do verde, pois foi ela uma das cores que preparou e consagrou a revolução (referência à Revolta Republicana do 31 de Janeiro). Brotou do espontâneo instinto popular. Presidiu a esta deslumbrante e formidável transformação social; e semelhante acontecimento assegurou-lhe logo um lugar primacial na representação simbólica da Pátria (…).»

Estavam definidas as cores.

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1.º CENTENÁRIO

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E quais os emblemas que nela deveriam figurar?

A Comissão preocupou-se também em determinar quais os emblemas representativos da Nação que continuassem a figurar na Bandeira.

A esfera armilar, já fora adaptada como emblema pessoal de D. Manuel I, estando desde então sempre presente na emblemática nacional. Ela consagra « a epopeia marítima portuguesa, feito culminante, essencial da nossa vida colectiva».

O escudo branco com as quinas assenta sobre a esfera armilar. Ele representa, desde Afonso Henriques, «(…) o milagre humano da bravura, tenacidade, diplomacia e audácia que conseguiu os primeiros elos da afirmação social e política da lusa nacionalidade.»

A faixa carmesim com sete castelos ficou a rodear o escudo branco das quinas, porque a considerou « (…) um dos símbolos mais importantes da integridade e independência nacional.»

CURIOSIDADES E PROTOCOLO SOBRE O HASTEAR DA BANDEIRA NACIONAL

As regras gerais para a sua utilização estão determinadas e descritas por leis.

A Bandeira Nacional deve ser hasteada em todas as instalações públicas e monumentos nacionais.

Deverá ser hasteada obrigatoriamente todos os dias nos seguintes locais:

Presidência da RepúblicaAssembleia da RepúblicaPresidência do Conselho de MinistrosSupremo Tribunal de JustiçaTribunal Constitucional

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1.º CENTENÁRIO

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É também aconselhável ser hasteada em locais de maior simbolismo ou com grande visibilidade, por exemplo: nas fronteiras, nos portos e nos aeroportos internacionais, sedes das câmaras municipais, monumentos nacionais, instituições de interesse público e em todas as instituições representativas do Ministério de Defesa Nacional. Deveria, pelo menos, ser hasteada, nestes locais, aos domingos e feriados ou noutras ocasiões especiais.

Nos dias em que a Bandeira Nacional é hasteada deve-o ser às 9 horas e deverá ser arreada ao pôr-do-sol.

As bandeiras da União Europeia e das Regiões Autónomas apenas deverão ser hasteadas em conjunto com a Bandeira Nacional.

Quando hasteada com outras bandeiras, a Bandeira Nacional ocupará sempre o lugar mais honroso ou o mastro mais alto. Deve ser sempre a 1ª a ser hasteada e a última a ser arreada.

Quando hasteada a meia haste significa luto nacional.

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1.º CENTENÁRIO

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O nosso hino nacional intitula-se A PORTUGUESA, tendo Alfredo Keil como autor da música e Henrique Lopes de Mendonça como autor da poesia.

Conhece algumas curiosidades sobre a história do Hino Nacional

Em 1890, a Inglaterra impôs a Portugal o «Ultimato». Imediatamente, espalha-se por todo o país um espírito de protesto geral que une os portugueses de todos os grupos sociais. Os portugueses descontentes e revoltados querem vincar o seu patriotismo contra a Inglaterra. Surgem, então, várias obras musicais e poéticas que são cantadas e tocadas por todo o lado.

É no meio deste ambiente que Alfredo Keil, interpretando o estado de espírito do protesto geral, compõe uma marcha patriótica.

Foi para essa marcha que Henrique Lopes de Mendonça escreveu, posteriormente, os versos intitulados A PORTUGUESA.

Usou-se, assim, um procedimento inverso, ou seja, pouco habitual, primeiro foi composta a música e só depois a poesia.

Nesse ano de 1890, A PORTUGUESA era amplamente publicitada e distribuída gratuitamente para que todos a entoassem.

A PORTUGUESA teve aceitação imediata por todo o País.

Em 1891, no dia 31 de Janeiro ocorreu, no Porto, uma revolta militar republicana. Os revoltosos tocaram e usaram a marcha A PORTUGUESA como o seu símbolo. A partir daí este hino perde o carácter de reunir as aspirações patrióticas de todos os portugueses.

Alfredo Keil Nasceu em Lisboa em 1850 e morreu em Hamburgo (Alemanha) em 1907. A Sua educação básica fez-se igualmente na Alemanha, berço do romantismo, a qual influenciou o artista a seguir as novas tendências, já estabelecidas na Europa.Estudou desenho e música em Nuremberga, numa academia dirigida pelo pintor Kaulbach e Von Kreling. Em 1870, devido à guerra Franco-Prussiana, regressou a Portugal. Em 1890, o Ultimato inglês a Portugal ofereceu a Alfredo Keil a inspiração para a composição do canto patriótico “A Portuguesa»

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O Hino Nacional

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1.º CENTENÁRIO

1910 – 2010

A PORTUGUESA passou a ser o hino das aspirações e da revolta dos republicanos, por isso, foi proíbido pelo rei D. Carlos.

Desde 1826, tempo da Monarquia, o hino nacional era, o Hino da CARTA, tendo sido seu autor o rei D. Pedro IV.

1910, IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA – A PORTUGUESA volta esponta-neamente à voz popular, entoado pelos republicanos.

É o Hino da República, proclamado como Hino Nacional em 1911, substituindo de vez o Hino da Carta (o hino monárquico)

Em 1957, tendo-se verificado que havia variantes do hino, o Governo nomeou uma comissão para elaborar uma versão única e oficial, que perdura até hoje.

Henrique lopes de MendonçA (Lisboa, 12 de Fevereiro de 1856 — 24 de Agosto de 1931) foi um militar, historiador, arqueólogo naval, professor, conferencista, dramaturgo, cronista e romancista português. Ingressou na Armada Portuguesa como Aspirante de Marinha em 27 de Outubro de 1871 sendo promovido a Guarda-Marinha em 1 de Novembro de 1874 e a Capitão de Mar-e-Guerra em 27 de Agosto de 1909, posto em que foi reformado em 25 de Maio de 1912.Em 1916 foi agregado à comissão nomeada pelo governo para propor as versões oficiais e definitivas para piano, canto, orquestra e banda do Hino Nacional.

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O Hino Nacional

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1.º CENTENÁRIO

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Heróis do mar, nobre povo,Nação valente, imortalLevantai hoje de novo,O esplendor de PortugalEntre as brumas da memória, Ó Pátria sente-se a voz Dos teus egrégios avósQue há-de guiar-te à vitória.Às armas! Às armas!Sobre a terra e sobre o mar!Às armas! Às armas!Pela Pátria lutar! Contra os canhões marchar, marchar!

Nota: Versão Oficial de 1957

Heróis do mar, nobre povo,Nação valente, imortalLevantai hoje de novo,O esplendor de PortugalEntre as brumas da memória, Ó Pátria sente-se a vozDos teus egrégios avósQue há-de guiar-te à vitória.Às armas! Às armas!Sobre a terra e sobre o mar!Às armas! Às armas!Pela Pátria lutar! Contra os canhões marchar, marchar!Desfralda a invicta bandeiraÀ luz viva do teu céu!Brade a Europa à terra inteiraPortugal não pereceu!Beija o solo teu jucundoO oceano a rugir d’amor;E o teu braço vencedorDeu mundos novos ao Mundo!Às armas! Às armas!Sobre a terra e sobre o mar!Às armas! Às armas!Pela Pátria lutar! Contra os canhões marchar, marchar!Saudai o sol que desponta Sobre um ridente porvir; Seja o eco d’uma afrontaÓ sinal do ressurgir.Raios d’essa aurora forteSão como beijos de mãe,Que nos guardam, nos sustém,Contra as injúrias da sorte.Às armas! Às armas!Sobre a terra e sobre o mar!Às armas! Às armas!Pela Pátria lutar!Contra os canhões marchar, marchar!

Nota: Esta é a versão completa do poema de Henrique Lopes de Mendonça (1911)

O Hino Nacional

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1.º CENTENÁRIO

1910 – 2010

Com a implantação da República foi substituída a unidade monetária REAL pelo ESCUDO.

O ESCUDO torna-se unidade monetária fundamental portuguesa, desde 1911.

Curiosidade:

O ESCUDO foi buscar a sua designação a antigas moedas de ouro, vindas já da Monarquia (nomeadamente, nos reinados de D. Duarte, D. Afonso V, D. João V, D. José I e D. João VI).

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A moeda – o Escudo

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1.º CENTENÁRIO

1910 – 2010

Em vários países a imagem ou a efígie da República é a personificação do regime republicano. Geralmente a imagem da República é representada por uma mulher.

Na sequência da implantação do Novo Regime a 5 de Outubro de 1910, a imagem da República Portuguesa foi representada de várias formas, mas acabou por seguir o modelo francês, que tem como inspiração a imagem da Liberdade na obra « A Liberdade guiando o Povo», pintada em 1830, por Delacroix. A imagem do modelo português usa o mesmo barrete frígio, mas individualiza-se pela cor vermelha e verde das suas roupas.A partir de 1912 o Busto da República, esculpido por Simões de Almeida, torna-se o padrão oficial da imagem da República Portuguesa, sendo usado também como efígie nas moedas de escudo e de centavos.

O Busto da República passou a ser considerado um dos símbolos nacionais de Portugal, a par do retrato oficial do Presidente da República, da Bandeira e do Hino. Tornou-se obrigatória a existência de uma reprodução do Busto da República, em local de destaque, em todos os edifícios públicos. Entretanto, ao contrário do que aconteceu com os restantes símbolos nacionais, o uso do busto foi caindo em desuso, sendo, hoje, raro.

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O Busto da República

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1.º CENTENÁRIO

1910 – 2010

Nome Imagem Período degovernação

Teófilo Braga 1910 – 1911

Manuel de Arriaga 1911 – 1915

Teófilo Braga 1915

Bernardino Machado 1915 - 1917

Sidónio Pais 1918

Canto e Castro 1918 - 1919

António José de Almeida 1919 - 1923

Manuel

Teixeira Gomes1923 - 1925

Bernardino Machado 1925 - 1926

Mendes

Cabeçadas1926

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Os Presidentes da República

Nome Imagem Período degovernação

Óscar Carmona 1926 - 1928

Óscar Carmona 1928 - 1951

Craveiro Lopes 1951 - 1958

Américo Tomás 1958 - 1974

António de Spínola 1974

Costa Gomes 1974 - 1976

António

Ramalho Eanes1976 - 1986

Mário Soares 1986 - 1996

Jorge Sampaio 1996 - 2006

Aníbal Cavaco Silva 2006 -

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1.º CENTENÁRIO

1910 – 2010

Melo, Olímpio de (capitão)

«A BANDEIRA NACIONAL e sua evolução histórica», Imprensa Nacional, 1924, Lisboa

Dicionário de História de Portugal, direcção de Joel Serrão, Livraria Figueirinhas, Porto

Decreto de 19 de Junho de 1911, Diário do Governo, n.º 141, de 20 de Junho 1911

Feliciano, José «A Bandeira Portugueza»

Herculano, Alexandre «Opúsculos», vol. III

«Presidentes e Símbolos da República», Texto Editora, 2000

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Bibliografia

Ficha TécnicaDirecçãoGrémio de Instrução Liberal de Campo de OuriqueCoordenação TécnicaDirector José BatistaEdiçãoJoão Maria LopesTextosRosa Calado

Grafismo e ImagemJosé Braço Forte | Humberto CaldeiraImpressãoTextypeTiragem5000 ExemplaresISBN:Depósito Legal:

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1.º CENTENÁRIO

1910 – 2010Dia 5 de Outubro de 1910

Implantação do Regime Republicano

Grémio de Instrução Liberal de Campo de OuriqueCentro Escolar Republicano

10 de Junho 1910