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FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA MARCIA ROSA DA SILVA ROJO IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA APTIDÃO FÍSICA E FUNÇÕES COGNITIVAS DE IDOSOS MARÍLIA 2016

IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA APTIDÃO FÍSICA E FUNÇÕES ... · Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina de Marília Rojo , M a rcia Rosa da Silva

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FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA

MARCIA ROSA DA SILVA ROJO

IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA APTIDÃO FÍSICA E FUNÇÕES

COGNITIVAS DE IDOSOS

MARÍLIA

2016

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Marcia Rosa da Silva Rojo

Impacto do exercício físico na aptidão física e funções cognitivas de idosos

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Acadêmico em “Saúde e Envelhecimento”, da Faculdade de Medicina de Marília, para obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Saúde e Envelhecimento

Orientador: Prof. Dr. Pedro Marco Karan Barbosa Co-Orientadora: Profª. Drª. Gilsenir Maria Prevelato Dátilo

Marília

2016

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Autorizo a reprodução parcial ou total deste trabalho, para fins de estudo e pesquisa,

desde que citada a fonte.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina de Marília

Rojo, Marcia Rosa da Silva. Impacto do exercício físico na aptidão física e funções cognitivas de idosos / Marcia Rosa da Silva Rojo. - - Marília, 2016. 86 f. Orientador: Prof. Dr. Pedro Marco Karan Barbosa. Coorientadora: Prof.a Dr.a Gilsenir Maria P. Dátilo. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Saúde e Envelhecimento) - Faculdade de Medicina de Marília.

1. Idoso. 2. Exercício. 3. Aptidão física. 4. Cognição.

R741i

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A Deus,

Ao meu esposo Luiz Rojo, aos meus

filhos Mariana, Eduardo e aos amados

Gisele e Fabiano.

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AGRADECIMENTOS

Ao orientador e amigo, Prof.Dr. Pedro Marco Karan Barbosa, por sua dedicação,

apoio e orientação qualificada ao longo dessa jornada.

À co-orientadora e amiga, Profª.Dra. Gilsenir Maria Prevelato Dátilo, pela paciência,

carinho e sabedoria ao transmitir os conhecimentos.

Ao Prof.Dr. Sebastião Marcos Ribeiro de Carvalho, estatístico que, com maior rigor,

competência e disposição conduziu a análise de dados deste estudo.

À Profª Dra. Maria José Sanches Marin, por sua competente colaboração e apoio a

esta pesquisa.

Aos professores doutores da banca examinadora, Profª.Dra. Maria José Sanches

Marin, Profª.Dra. Maria Helena Ribeiro de Carvalho e Prof.Dr. Marcos Eduardo

Scheicher, por compartilharem seus conhecimentos e preciosas sugestões.

À coordenação e docentes por nos apresentar os caminhos da pesquisa.

Aos secretários da pós-graduação pelo profissionalismo.

Às Bibliotecárias Helena, Cláudia, Aline e Carlos pelas valiosas contribuições.

À Instituição de Aposentados e Pensionistas de Marília/SP, pela colaboração e

utilização das instalações para a realização desta pesquisa.

Aos idosos minha gratidão especial pela dedicação, seriedade e pelo

comprometimento com que participaram deste estudo.

Ao meu amado Luiz Eduardo Rojo, pelo carinho, compreensão e apoio incansável

nessa jornada e, aos filhos, Mariana e Eduardo pela colaboração, nos momentos

difíceis.

A meus pais, Alfredo e Mariana, que certamente vibrariam muito com esta conquista.

À minha família, pelas orações, colaboração nos trabalhos e compreensão por

minha ausência durante esse período.

À amiga Rosana Castanheira, por ter sido grande encorajadora deste meu estudo.

Ao amigo Dr. Cássio Luiz Pinto, que, enquanto esteve conosco, foi grande

incentivador e seguramente compartilharia minhas alegrias.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para o sucesso desta pesquisa.

Ao PROAP/CAPES pelo apoio financeiro em apresentação científica em seminário.

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“Ao Senhor Deus e a Jesus Cristo, toda

a honra, toda a glória, todo louvor; sem

sua benção e direção não teria sido

possível realizar este sonho” (M.Rojo)

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RESUMO

Este estudo avalia a eficácia do exercício físico com pesos livres na aptidão física e

funções cognitivas de idosos. Trata-se de um estudo quase-experimental, composto

por um grupo de intervenção de 24 idosos com idade entre 60 a 80 anos, sendo 19

(79,2%) do sexo feminino e cinco (20,8%) do masculino, cuja idade média, no

masculino, foi de 73,0 anos e, no feminino de 68,01. Esse grupo foi submetido a um

programa de exercício físico regular de 18 sessões, em duas sessões semanais de

uma hora de duração, realizado em cadeira convencional com pesos livres de 1 e 2

Kg para membros superiores e inferiores. A coleta de dados foi realizada em uma

instituição de aposentados e pensionistas em uma cidade do interior do estado de

São Paulo, mediante aplicação de questionários, testes cognitivos e físicos, antes e

após a intervenção. Os instrumentos utilizados foram Questionário estruturado

sócio-econômico-demográfico e de saúde, Mini Exame do Estado Mental (MEEM),

International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), versão longa, adaptado para

idosos, Functional Fitness Test, Rikli & Jones. Os resultados indicaram eficácia após

as sessões de exercício físico com pesos livres na aptidão física e nas funções

cognitivas de idosos, com p<0,05 para o aumento da média do escore do Mini

Exame do Estado Mental (MEEM) de 26,1 antes e 28,5 após. Foi evidenciado

ganho nos componentes da aptidão física: na potência aeróbica no teste TME’2

marcha estacionária, antes de 66,1 para 80,8 repetições (passos); na força muscular

dos membros superiores, em 30 segundos, a média de 13,7 flexões de cotovelo

antes e 20,7 após; nos membros inferiores, o teste de levantar da cadeira, em 30

segundos, a média antes de 10,4 evoluiu para 14,0 repetições após Quanto aos

resultados dos testes de mobilidade geral, a velocidade normal de andar (antes foi

de 3,9 segundos e após 3,1 segundos) e a velocidade máxima de andar (antes 2,6

segundos e após 2,4 segundos). Foi observado aumento da potência aeróbica e da

força muscular. Pode-se concluir que o ganho apresentado levou os idosos a

caminhar com maior velocidade de marcha, dispendendo menor tempo de

execução. Quanto ao IPAQ, optou-se por correlacionar as variáveis estudadas aos

cinco domínios, antes e após a intervenção. Foi verificada correlação positiva

significativa forte (0,6 ≤ I r I< 0,9) entre a Potência aeróbica antes x força muscular

dos membros inferiores após; e velocidade normal de andar após x velocidade

máxima de andar após. Este estudo sugere que o exercício físico exerce forte

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impacto sobre a saúde física e cognitiva do idoso. Por ser uma atividade de fácil

aplicabilidade e baixo custo, pode-se recomendar sua implantação em programas de

políticas visando a promoção da saúde.

Palavras-chave: Idoso. Exercício. Aptidão Física. Cognição

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ABSTRACT

This study aimed at evaluating the effectiveness of physical exercise with free

weights towards the physical aptitude and cognitive function in the elderly. This is a

quasi-experimental study, composed of an intervention group of 24 elderly aged

between 60-80 years, being nineteen of them (79.2%) females and five (20.8%)

males, the average age of the men was 73.0 years and the female was 68.01. This

group underwent a regular exercise program of 18 sessions, in two weekly sessions

of one hour duration, performed in conventional chair with free weights of 1 and 2 kg

for upper and lower limbs. Data collection was carried out in an institution for the

retired and pensioners in a city in the state of São Paulo, through the application of

questionnaires, cognitive and physical tests, before and after the intervention. The

instruments used were: Structured socio-economic/demographic/health

questionnaire, Mini Mental State Examination (MMSE), International Physical Activity

Questionnaire (IPAQ), long version, adapted for the elderly and Rikli & Jones

(Functional Fitness Test). The results indicated that there was effectiveness after the

sessions of physical exercise with free weights, both in physical aptitude and

cognitive function of the elderly group, with p <0.05 for the increase in the average

score of the Mini Mental State Examination (MMSE) from 26,1 before and to 28.5

after. It was proved some gain in the components of physical aptitude: aerobic power

gain in the test TME'2 stationery run, from 66.1 before to 80.8 repetitions (steps)

after; the muscle strength of upper limbs presented in 30 seconds an average of 13.7

elbow crunches before and 20.7 after, in the lower limbs; the test of lifting from the

chair in 30 seconds got the average of repetitions 10.4 before and 14.0 after.

Regarding the results of general mobility tests, normal walking speed (it was 3.9

seconds before and 3.1 seconds after) and the maximum walking speed (it was 2.6

seconds before and 2.4 seconds after). It was observed an increase in aerobic power

and also in muscle strength, which leads to the conclusion that the gain presented,

made the elderly walk in higher speed while spending less time in the execution. As

for the IPAQ, it was decided to correlate the studied variables to the five areas,

before and after the intervention. It was verified a strong and significant positive

correlation (0.6 ≤ I r I <0.9) between aerobic power before x muscle strength of the

lower limbs after; and normal walking speed after x maximum walking speed after.

This study suggests that physical exercise has a strong impact on the physical and

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cognitive health of the elderly. Because it is an activity that is easy to apply and

inexpensive, it can be recommended to implement it in public policy programs aimed

at health promotion.

Keywords: Elderly. Exercise. Physical aptitude. Cognition

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Demonstrativo do Delineamento da pesquisa segundo os critérios

metodológicos para seleção dos idosos participantes do estudo. Instituição de

aposentados. Marília, SP .................................................................................................... 32

Figura 2 – Ilustração de adaptação para avaliação da capacidade aeróbica, Teste

alternativo TME2’ marcha estacionária de dois minutos, Instituição de Aposentados.

Marília,SP, 2015 .................................................................................................................... 39

Figura 3 – Ilustração de adaptação realizada para a avaliação da força muscular dos

membros superiores (Teste de flexão de cotovelo) e membros inferiores (Teste de

levantar da cadeira em trinta segundos), Instituição de Aposentados. Marília,SP,

2015 ........................................................................................................................................ 40

Figura 4 – Ilustração de percurso adaptado utilizado para avaliação da mobilidade

geral: Teste de velocidade normal de andar e velocidade máxima de andar,

Instituição de Aposentados. Marília, SP, 2015 ................................................................ 41

Quadro 1- Estrutura e fases de desenvolvimento da intervenção do exercício físico

dos idosos da Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015 ................................... 34

Quadro 2 - Frequência dos participantes em 18 sessões de exercício físico,

Instituição de Aposentados de Marília, SP, 2015 ...................................................... 35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos 24 idosos de acordo com o sexo, faixa etária e estado

civil1, presença de doença e uso de medicamento, Instituição de Aposentados,

Marília, SP, 2015 .................................................................................................................. 43

Tabela 2 -Distribuição dos 24 idosos de acordo com o sexo, escolaridade1, renda2 e

moradia3,Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015 ............................................... 43

Tabela 3 - Estatísticas e valor p da amostra do Teste de Levenne para igualdade de

variâncias e Teste t de Student para amostras independentes, para as variáveis1

segundo o sexo, para dados normais (Saphiro-Wilk: p>0,05), Instituição de

Aposentados, Marília, SP .................................................................................................... 45

Tabela 4 - Estatística e valor p do Teste de Normalidade de Saphiro-Wilk (n < 30)

para os dados das variáveis1 em estudo antes e após a intervenção dos 24 idosos,

Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015 ................................................................ 46

Tabela 5 - Distribuição das variáveis em estudo1 e resultado do teste de comparação

antes e após a intervenção dos 24 idosos da Instituição de Aposentados, Marília,

SP, 2015 ................................................................................................................................. 48

Tabela 6 - Distribuição dos domínios das funções cognitivas do MEEM (orientação

temporal, orientação espacial, memória imediata, atenção e cálculo, evocação,

linguagem, capacidade construtiva visual1) e escore total do MEEM, antes e após

teste, Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015 ..................................................... 50

Tabela 7 - Resumo dos resultados significantes (valor p < 0,05) da verificação das

correlações entre as variáveis quantitativas em estudo, utilizando-se o coeficiente de

Spearmann (rS) (Saphiro-Wilk p < 0,05 ao menos para uma das variáveis em

estudo) antes e após a intervenção dos 24 idosos, Instituição de Aposentados,

Marília, SP, 2015 .................................................................................................................. 51

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16

1.1 Funções cognitivas e Atividade Física ............................................................ 20

1.2 O envelhecimento e a aposentadoria .............................................................. 23

1.3 A Qualidade de Vida .......................................................................................... 25

2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 27

3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 29

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 29

3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 29

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 30

4.1 Tipo de estudo ................................................................................................... 30

4.2 População do estudo ........................................................................................ 30

4.2.1 Campo de estudo ............................................................................................. 30

4.3 Amostra .............................................................................................................. 31

4.3.1 Critérios de inclusão ......................................................................................... 32

4.4 Intervenção ........................................................................................................ 32

4.5 Coleta de dados ................................................................................................. 36

4.5.1 Questionário estruturado .................................................................................. 36

4.5.2 Avaliação cognitiva ........................................................................................... 36

4.5.3 Avaliação do nível de atividade física ............................................................... 37

4.6 Aspectos éticos ................................................................................................. 41

4.7 Análise dos dados ............................................................................................. 42

5 RESULTADOS ....................................................................................................... 43

5.1 Caracterização da amostra ............................................................................... 43

6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 53

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 62

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO ................................................ 74

PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO-DEMOGRÁFICO E DE SAÚDE .............................. 74

ANEXO A - MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL – MEEM..................................... 75

ANEXO B – QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA – IPAQ 76

ANEXO C - AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA ..................................................... 79

ANEXO D – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ...................... 80

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ANEXO E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............... 81

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16

1 INTRODUÇÃO

A população mundial tem aumentado nas últimas décadas: atingiu 7,2 bilhões

em 2012 e estima-se que, em 2050, será 9,6 bilhões de pessoas. Esse rápido

crescimento ocorre com mais intensidade nos países em desenvolvimento e leva a

mudanças dos padrões demográficos principalmente do grupo etário que mais

cresce, o dos idosos, “quando, pela primeira vez na história, o número de idosos

excederá o número de crianças”.¹,² o que representará 21% da população. O critério

cronológico usado para descrever os “idosos,” estabelecido pelas Nações Unidas

como padrão, é a partir de 60 anos para os países em desenvolvimento.³

O Relatório Anual, Fatos Essenciais sobre as Nações Unidas 2014, da ONU,

pode-se observar grande preocupação com a mudança do perfil etário da população

e suas implicações nas condições sociais e econômicas. Trata-se de estudos sobre

estimativas, tendências e políticas populacionais, disponibilizando base de dados

para colaborar e manter a comunidade internacional informada, seu intuito é auxiliar

os países em desenvolvimento na busca de planejamento, estratégias e soluções

que visam contribuir com decisões sólidas acerca dos novos problemas

populacionais.2

O crescimento acelerado dessa população deve-se à redução dos índices de

mortalidade, à redução da taxa de fecundidade e ao aumento da demanda feminina

no mercado de trabalho. Tais fatores têm elevado as taxas das pessoas muito

idosas (80 anos e mais), estabelecendo alterações nos padrões de saúde, sociais,

econômicos, institucionais, culturais e familiares.4

Estima-se que o Brasil em 2020 terá a sexta maior população de idosos do

mundo, alcançando a marca de 30 milhões5 e, para 2040, os muito idosos

responderão por um quarto da população idosa e cerca de 7% da população total,

representando aproximadamente 13,7 milhões de idosos acima de 80 anos,6 “o

envelhecimento da população ainda é um fenômeno relativamente recente. Além

disso, estudos sobre o impacto desse novo momento, do ponto de vista, sócio-

econômico e suas implicações no atendimento dessa demanda, ainda são poucos.”7

A Organização Mundial da Saúde (1998) conceitua o envelhecimento “como

um fenômeno altamente complexo e variável que é comum a todos os membros de

uma determinada espécie, que é progressivo e envolve mecanismos deletérios que

afetam a capacidade de desempenhar um número de funções”.8 Pode ser definido

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também, como a redução da capacidade de sobreviver, sendo um processo

dinâmico e progressivo em que ocorrem modificações morfológicas, funcionais e

psicológicas, levando à perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio

ambiente. Do ponto de vista biológico, o envelhecimento se associa a uma série de

mudanças e adaptações fisiológicas que não representam, necessariamente,

alterações patológicas,9 “não há correspondência linear entre idade cronológica e

idade biológica”.10

O envelhecimento humano tem levado à prevalência de doenças

degenerativas crônicas, especialmente a demência. Estudos mostram declínio

gradual na atenção e na velocidade de processamento das informações e, em

particular, da memória. Essas mudanças decorrem de alguns fatores, além do

envelhecimento, presença de doenças e estilo de vida sedentário11, a que se

acrescentam agentes estressores e condições ambientais12.

Entre as várias alterações fisiológicas em razão do processo de

envelhecimento, estão as funções do sistema nervoso central de origem

neuropsicológica e que envolvem especialmente a cognição.13

O envelhecimento promove impacto no desempenho das funções cognitivas,

tornando-as mais vulneráveis. É um processo normal ao longo da vida, e mesmo

sem a presença de doenças, pode ser marcado por tais alterações. Como essas

mudanças podem se desenvolver de forma diferente para cada função e

indivíduo,14,15 o envelhecimento é heterogêneo.

A cognição envolve as atividades mentais conscientes que incluem o

pensamento, a aprendizagem, a compreensão e a recordação. Trata-se de um

processo mental pelo qual as informações internas e externas “são transformadas,

elaboradas, armazenadas, recuperadas e usadas”16, ou seja, refere-se a todos os

mecanismos que envolvem a aquisição de informação, englobando várias funções,

como memória, atenção, percepção, ações de planejar e executar, raciocínio e

resolução de problemas.17 Para Zoetea et al.18, “a cognição tem por finalidade

explicar e estruturar o funcionamento mental do ser humano.”

O funcionamento da memória ocorre de forma complexa. Ela interfere e sofre

interferência de outras funções cognitivas, processa informações, promove

alterações estruturais e funcionais nos neurônios e nas conexões neuronais em

várias regiões do sistema nervoso;19 podendo ser considerada como “o melhor

marcador biológico para o envelhecimento.”20

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18

A memória exerce um protagonismo fundamental. Norteia toda a informação,

a linguagem, o reconhecimento de pessoas e objetos, a consciência em relação à

vida; “sem a memória, seria como se começássemos uma vida nova a cada

momento, sem podermos nos valer do nosso aprendizado anterior.”21

Mesmo com o envelhecimento, o cérebro ainda possui capacidade de

adaptação à medida que é submetido a atividades cognitivamente desafiadoras,

trata-se da sua plasticidade cerebral.22

Segundo Rocha,23 “Considera-se como princípios da Plasticidade, a

possibilidade de mudanças e adaptações, em função de novas experiências e

aprendizagens, de novas incorporações e estímulos externos. Esse princípio reúne

mecanismos de reorganização cortical, que possibilita ao indivíduo, aprender novos

conhecimentos e executar tarefas diversificadas.”

Lima24 apresenta uma nova forma de pensar sobre o cérebro: “O mito de que

nascemos com um cérebro cujo tamanho e potencial são geneticamente

determinados e nada alterará sua capacidade e funcionamento, está sendo

derrubado pela nova realidade cientifica: o cérebro é um órgão em crescimento e

mudança; sua capacidade e vitalidade dependem, em grande parte, de como o

nutrimos e tratamos. Desta maneira podemos influenciar o funcionamento do

cérebro, moldado por influências externas e internas.” No decorrer da vida, essa

nova compreensão de que o cérebro deve ser ativado constantemente para manter-

se com o vigor equivalente ao almejado em relação ao corpo precisa ser posta em

prática.

A plasticidade cerebral, segundo Lima,24 desde que exercitada, aumenta a

capacidade mental do indivíduo, ajudando-o a concentrar-se, sintonizar habilidades

sensório-motoras, mantê-lo motivado, melhorar a memória, acelerar o tempo de

reação, diminuir o estresse e evitar o envelhecimento cerebral.

Sabe-se que: “O cérebro do idoso reage mais lentamente e leva mais tempo

para armazenar, recuperar e processar informações. Os idosos por mais inteligentes

que sejam ou mais intactas que estejam suas memórias, não se comparam aos

jovens em testes mentais que envolvem o processo de informações desconhecidas.

Mas a precisão da memória e a fluência verbal não diminuem com a idade. Com o

tempo suficiente, o cérebro velho saudável, em geral, recupera informações tão bem

quanto os cérebros jovens, apesar de não ser tão rápido.”24

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19

A conexão corpo-cérebro tem sido temática de investigações da neurociência,

em busca da compreensão do mecanismo de ação desse processo complexo. Há

várias hipóteses neurobiológicas que apontam para a ação do exercício físico

regular nas atividades cerebrais. O aumento da circulação sanguínea favorece a

estimulação em áreas cerebrais específicas, promove a liberação de

neurotransmissores e a síntese de neurotrofinas, substâncias que atuam na

produção, de novos neurônios, facilitando a neurogênese (processo de formação

dos neurônios) e angiogenese (desenvolvimento dos vasos). Assim, exerce efeito

protetor das funções cognitivas.25,26

Quando são ativadas, as células nervosas produzem uma proteína conhecida

por fator neurotrófico (BDNF- Brain-derived neurotrophic factor) que tem a função

de estimular e manter o funcionamento das células cerebrais e o crescimento de

novos neurônios, juntamente com o IGF-1 (fator de crescimento insulina-símile),

hormônio liberado pelo musculo quando este necessita de energia. Como a glicose,

tanto para o músculo quanto para o cérebro, é a principal fonte de energia, e, sendo

que o IGF-1 regula a distribuição de insulina junto às células, seu foco principal está

relacionado com a aprendizagem. Durante o exercício, a produção da BDNF

contribui para que o cérebro aumente a absorção desse IGF-1, ativando a produção

de neurotransmissores, que são a serotonina e o glutamato e mais, os receptores

dessa proteína (BDNF) reforçam novas conexões para consolidar memórias.13

Estudos apresentam ligações do cerebelo com diversas regiões do cérebro.

Sabe-se também que, embora o cerebelo seja considerado uma importante estrutura

cerebral e que desempenhe outras funções além da coordenação motora, destaca-

se na conexão com os estímulos sensoriais, sugerindo que patologias nele

localizadas ocasionam deficiências motoras e também problemas cognitivos.27,28

Pesquisas anatômicas de imagens funcionais e avaliação clínica em

indivíduos com lesões focais dos gânglios da base ou doenças degenerativas que os

afetam têm possibilitado mapear as funções dos diferentes circuitos cognitivos:

funções de caráter executivo, como a memória de trabalho, planejamento e

programação de tarefas, manutenção da atenção, motivação e comportamento

social, demonstraram a relação direta na ativação do cerebelo, assim como a

avaliação neuropsicológica de doentes com patologia degenerativa do cérebro

demonstrou também problemas cognitivos em funções executivas. A presença de

circuitos cérebrocerebelares é relacionada ao córtex pré-frontal, sustenta a hipótese

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da participação do cerebelo em funções cognitivas, em analogia às interações do

cerebelo com o córtex motor na elaboração de um movimento. Vários estudos

confirmam essa proposta, inclusive a análise de imagem com tensor de difusão (DTI

– FA e TR) buscou identificar os principais feixes que conectam o cerebelo com as

outras estruturas do encéfalo. Assim, as áreas associativas, subjacentes a funções

complexas, cognitivas e comportamentais, se conectam reciprocamente aos

hemisférios cerebelares (vias cortico-ponto-cerebelar e cerebelo-tálamo-cortical),

destacando que o cerebrocerebelo se relaciona com a programação motora, com

funções cognitivas e afetivas.29,30

Levando-se em consideração que o cerebelo coordena os movimentos

motores e nos permite fazer todo tipo de movimento, e a evidência de que o tronco

de células nervosas que conectam o cerebelo ao córtex pré-frontal é

proporcionalmente mais grosso nos humanos, segundo Ratey, Hagerman13 afirmam,

“hoje parece que esse centro motor também coordena os pensamentos, a atenção,

as emoções e até as habilidades sociais, assim sendo, quando exercitamos,

principalmente se o exercício exigir um complexo movimento motor, também

estamos exercitando áreas do cérebro envolvidas no conjunto complexo de funções

cognitivas; o cérebro emite sinais junto à mesma rede de células, o que solidifica

suas conexões.”

1.1 Funções cognitivas e Atividade Física

O processo de envelhecimento implica alterações do sistema cognitivo e tem

sido foco de estudos na tentativa de compreender os múltiplos fatores que o

envolvem. Ainda que haja declínio em algumas funções cognitivas com o decorrer

da idade, pesquisadores afirmam que outras podem ser mantidas ou melhoradas.

Sendo a cognição um termo usado para descrever o funcionamento mental, pode-se

considerar sua relação com transtornos cognitivos leves, como déficit de atenção e

memória, até sua evolução para o quadro de demências.31,32

As funções cognitivas referem-se às fases do processo de informação e são

apresentadas como percepção, aprendizagem, memória, atenção, vigilância,

raciocínio, solução de problemas e funcionamento psicomotor.33,34 Um conceito

mais abrangente da função cognitiva é apresentado pelo Centers for Disease

Control e Alzheimer Association: o funcionamento cognitivo saudável inclui domínios

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como linguagem, pensamento, memória, funções executivas (capacidade de

planejar, coordenar e executar tarefas), julgamento, atenção, percepção, capacidade

de lembrar habilidades, capacidade de manter objetivos na vida.35,22

O esquecimento, alvo de acometimento e grande preocupação nessa

população, resulta, na maioria dos eventos, da falta de uso das sinapses, ou seja,

das conexões entre as células nervosas. Há pouco mais de meio século Eccles,

(1964),36 pelo estudo da sinapse entre os nervos motores e os músculos

esqueléticos, demonstrou que o desuso das sinapses ocasiona sua atrofia e a

consequente perda de suas funções, assim como o uso reiterado delas causa seu

crescimento e sua melhora funcional. Nas sinapses, a estimulação da terminação

nervosa, que traz a informação, move o músculo e libera substâncias chamadas

neurotransmissores, que atuam ativando proteínas específicas localizadas na

membrana da célula seguinte. Nesse caso, na terminação nervosa o

neurotransmissor é a acetilcolina, e a proteína a ser ativada na membrana do

músculo é uma proteína receptora à acetilcolina, que envia sinais para contrair o

músculo. Quando o estímulo se interrompe por um tempo prolongado, tanto a

terminação nervosa como a membrana do músculo atrofiam-se. Se a interrupção do

estímulo for demasiadamente longa, a sinapse pode até desaparecer. O mesmo

ocorre com as funções cerebrais, sendo mediadas por sinapses. Logo a repetição de

uma determinada combinação de estímulos, que produz uma memória, leva à

melhora dessa memória.19,22,34

Vários fatores relacionam-se à capacidade cognitiva de um indivíduo e

certamente vão influenciar, positiva ou negativamente, no envelhecimento cognitivo.

Entre eles, estão o tipo de trabalho desempenhado ao longo da vida, a idade, a

escolaridade, o estado geral de saúde, uso de medicamentos, a manutenção de

atividades mentais estimulantes, a prática regular de atividade física, e a

participação em atividades sociais e recreativas.37 Segundo Silva,22 “a participação

social, possuir melhor saúde, funcionalidade e independência parecem ser os

elementos chaves para a promoção do envelhecimento cognitivo bem sucedido e

para a saúde cognitiva na velhice”, uma vez que o bom desempenho da memória é

vital para a manutenção da vida dos idosos de forma independente.38,39

São inegáveis os benefícios da atividade física nas funções cognitivas de

idosos, entre elas, a memória, o raciocínio e a atenção, uma vez que atua de forma

preventiva no processo de envelhecimento, oferecendo maior qualidade de vida a

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essas pessoas. A prática regular de exercícios físicos traz benefícios importantes

para o processo de memorização, pois são fundamentais para manter boa atenção e

concentração, além de diminuir a tensão, a ansiedade, a depressão e a insônia, que

dificultam muito o repouso cerebral, fundamental nesse processo.13,40 Conforme

estudo para verificar alterações cognitivas em idosas, decorrentes do exercício

físico, com ênfase no metabolismo aeróbio, realizado com caminhada três vezes por

semana com duração de sessenta minutos, durante seis meses, revelou que o grupo

experimental melhorou significativamente quanto a atenção, memória, agilidade

motora, sendo significativa também a melhora do humor.41,42

Com o aumento da idade e a redução das atividades diárias, o indivíduo

torna-se menos ativo, a capacidade funcional e cerebral diminuem e, então, tais

alterações comprometem o convívio familiar e social. O uso contínuo da memória

leva à redução do déficit funcional que ocorre com a idade,19 ou à sua

desaceleração, visto que o declínio cognitivo é provocado pelo desuso de seu

funcionamento.3,43

Em geral, indivíduos fisicamente ativos têm o processamento cognitivo mais

rápido. Um estudo epidemiológico de base domiciliar, realizado em Ermelino

Matarazzo, São Paulo, com 383 idosos, com idade igual ou superior a 60 anos,

observou que os idosos ativos fisicamente apresentaram melhor desempenho na

habilidade cognitiva fluência verbal: “de modo geral os resultados destacam a

importância da promoção da atividade física como maneira de promover também a

saúde mental, isto é, a manutenção das habilidades cognitivas, essenciais para a

independência das pessoas idosas”.44

Os efeitos da atividade física e do exercício na saúde mental têm sido

relatados em vários estudos epidemiológicos e confirmam que pessoas

moderadamente ativas fisicamente têm menor risco de serem acometidas por

desordens mentais do que as sedentárias, e que a participação em programas de

exercícios físicos exerce benefícios na esfera física, psicológica e social do

envelhecimento. Sugerem ainda que o processo cognitivo é mais rápido e mais

eficiente em indivíduos fisicamente ativos, por conta da ação dos mecanismos

diretos, como melhora na circulação cerebral, alteração na síntese e degradação de

neurotransmissores; e por mecanismos indiretos como: diminuição da pressão

arterial, diminuição dos níveis de LDL no plasma, diminuição dos níveis de

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triglicerídeos e inibição da agregação plaquetária, com melhora da capacidade

funcional de uma forma geral.33,34,41

Os aspectos fisiológicos e as doenças decorrentes do processo de

envelhecimento não impedem alguns idosos de participar de programas de

condicionamento físico. Acredita-se que, na verdade, ”são os fatores psicológicos e

os sociais que levam a maior parte dos idosos a uma vida inativa”45. Sobre essa

questão, a Organização Mundial da Saúde3 considera os fatores comportamentais

fundamentais, como, por exemplo, a adoção de estilo de vida saudável e a

conscientização do cuidado da própria saúde. Assim, “o envolvimento em atividades

físicas adequadas, alimentação saudável, a abstinência do fumo e do álcool, e fazer

uso apropriado de medicamentos podem prevenir doenças e o declínio funcional,

aumentar a longevidade e a qualidade de vida do indivíduo.”45

Em recente estudo de revisão sistemática da literatura, Brigola et al.46

analisaram 19 pesquisas sobre a associação entre a cognição e a fragilidade em

idosos. A lentidão e a força muscular foram os componentes determinantes da

fragilidade, assim como a memória foi apontada como a função mais afetada. Essas

pesquisas, em sua totalidade demonstraram haver relação entre declínio cognitivo e

fragilidade, por meio de avaliações de fragilidade e de testes dos domínios

cognitivos do MEEM e outros.

Certo et al.47 analisaram 10 artigos sobre essa temática e observaram que a

estimulação cognitiva, física e social tem sido apontada como estratégia na

prevenção do quadro de fragilidade do idoso. Apresentada pelos autores como

“síndrome clínica fenótipo,” descrevem, dentre vários fatores associados, idade

avançada, idosos do sexo feminino, risco de queda, depressão e cognição

comprometida.

1.2 O envelhecimento e a aposentadoria

Essa abordagem torna-se pertinente uma vez que a aposentadoria assume a

característica de demarcador temporal da vida do sujeito aposentado, ou seja,

aposentar-se tem sido considerado, erroneamente, como sinônimo de velhice.48

A inatividade física e mental dos idosos relaciona-se muito com os hábitos

culturais, visto que, durante sua vida produtiva, o indivíduo parece almejar uma

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aposentadoria rápida e dedicar-se a não fazer nada, embora sua capacidade física

ou mental ainda lhe permita realizar muitas coisas. Assim, instala-se “um ciclo

vicioso, no qual a degeneração psicobiológica própria do envelhecimento induz à

inatividade e à pouca requisição de processos cognitivos, que por sua vez acelera a

degeneração psicobiológica e assim por diante.”49

A sociedade considera a aposentadoria como um direito e uma conquista do

trabalhador depois de muitos anos de trabalho. Por outro lado, desvaloriza a pessoa

depois de aposentada, a qual muitas vezes passa a se sentir inútil e desestimulada.

Com o fim da vida profissional, para algumas pessoas, outros fatores acabam por

extinguir-se, como a vida social, o reconhecimento da sociedade, a referência na

profissão e os compromissos. Por esses motivos, parte dessa população não se

sente feliz com a aposentadoria. Segundo Goldenberg50, “a aposentadoria pode ser

uma fase agradável para aqueles que conseguem realizar tudo aquilo que

planejaram em suas vidas. Mas, para outros, infelizmente, a aposentadoria traduz-se

em exclusão social, sensação de serem um fardo para sua família e sociedade,

acreditando que o trabalho e o êxito profissional são as únicas formas de satisfação

e ascensão social.”

Os pesquisadores desse assunto têm buscado atualmente, definir quais as

variáveis que permeiam o envelhecimento saudável ou bem-sucedido, com saúde e

bem-estar. Observa-se, porém que poucos investigaram “como os próprios idosos

definem o envelhecimento ideal e como consideram a possibilidade de se alcançar

esse envelhecimento.”51

O ser humano pensa, no decorrer de sua vida produtiva, sobre a

aposentadoria e, quando ela ocorre, alguns vivem momentos de ansiedade e crise

por projetar suas expectativas e planos de vida no trabalho. Por conta disso, essas

pessoas podem encontrar maiores dificuldades para adaptação e enfrentamento

nessa nova fase da vida. Isso não ocorre para aqueles que fazem planejamento

para esse momento e se engajam em grupos de convivência, os quais “podem servir

como substitutos da atividade profissional, no que se refere à ocupação de um papel

e o reconhecimento social.”52

Ao abordar o paradigma de curso de vida e os eventos de transição que

ocorrem na vida adulta, Neri53 considera-os “elementos que evocam a necessidade

de reestruturação do roteiro de vida de cada um”, ou seja, deve-se considerar a

importância da compreensão desse momento na vida pessoal e social para a

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motivação e a continuidade da vida. Essa questão pode ser observada no

comportamento daqueles idosos que estão isolados socialmente, afastam-se até

mesmo do convívio familiar e apresentam maior dificuldade em lidar com as perdas

e frustrações. Com isso, têm maior desgaste emocional, tornando-se vulneráveis à

depressão e a doenças associadas e mantendo baixa qualidade de vida. Foram

verbalizados por aposentados que vivenciam esta fase, sentimentos de “crise de

identidade, com baixa autoestima e uma percepção de si como um objeto sem

valor.”48

A aposentadoria, tão desejada pelo trabalhador, requer mudanças de

comportamento. Afinal, aposenta-se de uma determinada rotina de trabalho e,

portanto, deve-se combater a ociosidade, dando inicio a outros compromissos,

novos projetos em busca da satisfação pessoal e novas formas de contribuir com a

sociedade, mantendo-se ativo fisicamente e motivado para a vida.

No que se refere à aposentadoria, além dos aspectos ligados às questões

sociais que envolvem o assunto que: “outros fatores fazem parte do processo:

percepção da saúde, satisfação com a família, situação econômica, atividades fora

da família, status social, capacidade de iniciar e manter contatos sociais e avaliação

da situação atual. No geral, a competência social, a produtividade, a eficácia

cognitiva e a continuidade de relações informais em grupos, principalmente na rede

de amigos e familiares, influenciam o bem-estar e a adaptação saudável.”54

O envelhecimento não necessita ser uma fase de declínio na vida, pois,

quando saudável, é uma fase natural do ser humano, com novas possibilidades de

mudanças, adaptações e realizações. A aposentadoria é concebida por alguns como

“não sendo a etapa final da carreira, mas uma nova etapa, na qual se torna possível

realizar escolhas tão ou mais assertivas que as de outrora.”48

1.3 A Qualidade de Vida

Na perspectiva de mudanças e adaptações que esse período necessita,

torna-se um grande desafio envelhecer com qualidade de vida. Essa noção

relaciona-se às condições, ao estilo de vida, a aspectos socioeconômicos. Destaca-

se a relevância da atividade intelectual e a interação social, que são condições

reduzidas no contexto da aposentadoria. Pode-se incluir, de forma mais ampla,

questionamentos sobre o desenvolvimento sustentável e sobre os direitos humanos

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e sociais. A qualidade de vida tem estreita relação com enfrentamento de agentes

estressores durante a transição, determinada por vários fatores que interligam

dimensões que norteiam a satisfação com a vida conforme ela é percebida, incluindo

satisfação com a família, vida social e atividades físicas.54,55,56

Um estudo, realizado a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílio (PNAD), sobre as “Tendências em dez anos das condições de saúde de

idosos brasileiros”, com intervalos de cinco anos (1998, 2003, 2008), investigou

105.254 idosos e faz abordagem da autoavaliação da saúde. Os resultados

mostraram uma melhora significativa na autoavaliação de saúde dos brasileiros,

observada em todas as regiões do país.57 A autopercepção da saúde parece ser,

então um indicador seguro para sinalizar os níveis de saúde do indivíduo.58

O processo de envelhecimento, ainda que promova uma diminuição gradual

na qualidade de vida, pode ser compreendido como um conjunto harmonioso de

satisfações que o indivíduo obtém no seu cotidiano, levando-se em consideração

tanto os aspectos físicos quanto o psicológico e o social. A qualidade de vida está

relacionada ao nível de contentamento com o ritmo de vida que o indivíduo está

mantendo. Pode estar, também diretamente associada à ausência de enfermidades,

em especial de sintomas ou disfunções, podendo ser influenciada pela habilidade e

manutenção da autonomia e pelo nível de independência para as atividades da vida

diária.3,59

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2 JUSTIFICATIVA

Evidências epidemiológicas sustentam um efeito positivo do estilo de vida

ativo e/ou do envolvimento dos indivíduos em programas de atividade física ou

exercício na prevenção e minimização dos efeitos deletérios do envelhecimento

(AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE).60 Os cientistas enfatizam cada

vez mais a necessidade de que a atividade física seja parte fundamental dos

programas mundiais de promoção da saúde.34,61

Num estudo, realizado por Cupertino et al.,51 com 501 idosos para investigar a

definição de envelhecimento saudável e o que é importante para se obter esse

envelhecimento, foram apontados, os seguintes requisitos: saúde física (53%),

saúde social (46%), saúde emocional (37%), preocupação com

alimentação/exercícios (36%) e evitar fatores de risco (19%). Essa pesquisa aponta

a manutenção da saúde física como aspecto fundamental para um envelhecimento

saudável.

É importante destacar que a atividade física tem sido apontada como um dos

fatores ligados à manutenção das funções cognitivas na velhice e se associa a

diminuição de fatores de risco cardiovasculares. Ela promove o aumento de

processos relacionados a neurogênese e angiogênese, favorecendo a plasticidade

do cérebro adulto e a manutenção do desempenho cognitivo em idades avançadas,

sendo referida como “importante protetor contra o declínio cognitivo e demência em

indivíduos idosos”,33 podendo retardar declínios funcionais.3,22,62

Considerando-se que o envelhecimento populacional é uma preocupação

mundial e exige estratégias de prevenção de saúde a serem adotadas com a maior

brevidade possível; visto que, ainda que tal processo seja acompanhado pelo

declínio das habilidades cognitivas, especialmente queixas de memória, da

capacidade funcional e aptidão física, a atividade física é indicada, por desempenhar

papel importante na manutenção da qualidade de vida.32,63,64,65

A Organização Mundial da Saúde diz que o envelhecimento ativo “é o

processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com

o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais

velhas,” aumentando a expectativa de vida saudável para todas as pessoas que

estão envelhecendo.3,10

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Com foco no sedentarismo global, estudo66 aponta um dado preocupante 31%

da população mundial, são inativos fisicamente, ou seja não praticam o tempo

mínimo em atividades físicas moderadas rotineiras, preconizado pela OMS

(Organização Mundial da Saúde) para adultos, que é de 150 minutos por semana

em atividade moderada ou 75 minutos de atividade física vigorosa por semana, em

sessões de, pelo menos, 10 minutos de duração.67

Assim, justifica-se a necessidade de promover ações de promoção de saúde

que ofereçam melhores condições de vida à população idosa. Pretende-se, com

esta pesquisa, colaborar com programas que contribuam com a saúde integral do

idoso nas esferas física, mental e social, vislumbrando-se o “envelhecimento ativo” .

Diante da constatação do reduzido número de pesquisas existentes, no que

tange ao impacto do exercício físico na evolução da aptidão física e cognitiva de

idosos, e as evidências científicas apresentando-se ainda insuficientes quanto ao

modelo de intervenção observado na literatura internacional e nacional, propôs-se a

seguinte questão: “Em que medida o exercício físico poderia contribuir para melhorar

a aptidão física e as funções cognitivas de idosos?”

Com base no exposto, esta pesquisa tem como hipótese demonstrar que o

idoso que pratica exercício físico sistematizado apresenta melhora em seu

desempenho cognitivo, podendo prevenir, ou retardar, possíveis declínios em sua

cognição.

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3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral

Avaliar a eficácia do exercício físico com pesos livres na aptidão física e

funções cognitivas de idosos.

3.2 Objetivos Específicos

Traçar o perfil socioeconômico-demográfico e de saúde dos idosos;

Desenvolver um programa de exercício físico.

Avaliar e comparar o nível cognitivo dos idosos a partir dos resultados obtidos

no MEEM (Mini Exame de Estado Mental) antes e após a intervenção do

programa de exercício físico;

Investigar o nível de atividade física dos idosos, pelo tempo semanal gasto

em atividade física, antes e após a intervenção do programa de exercício

físico;

Avaliar e comparar a aptidão física dos idosos antes e após a intervenção do

programa de exercício físico.

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4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo quase experimental. Foi composto por apenas um

grupo que recebeu a intervenção. Nos estudos não randomizados ou quase

experimentais, a alocação dos participantes do grupo não é aleatória, portanto,

houve manipulação da variável independente para examinar a relação de causa e

efeito com as outras variáveis dependentes.26,68-70 Seu desenvolvimento deu-se a

partir de análise pré e pós teste.

4.2 População do estudo

Esse estudo foi desenvolvido com um grupo de 24 idosos de uma instituição

de aposentados e pensionistas da cidade de Marília, Estado de São Paulo, com

idade entre 60 a 80 anos, de ambos os sexos.

4.2.1 Campo de estudo

A instituição de aposentados em que se desenvolveu esta pesquisa oferece

atividades aos idosos associados que desfrutam de projetos, como Geração Saúde,

Esporte, Cultura e Lazer, que atendem pessoas aposentadas e pensionistas de

todas as categorias, de ambos os sexos e acima de 50 anos, de Marília/SP e região.

Essa associação, fundada em 17 de dezembro de 1998, oferece atividades

esportivas, culturais, de lazer e de promoção de saúde a seus associados.

Preocupa-se com a manutenção da atividade social, que é fundamental para a

qualidade de vida; dá oportunidade aos associados de convivência em grupo para

compartilhar suas estórias de vida por meio da reinclusão social do aposentado ou

pensionista; promove a redescoberta da motivação e novas propostas de vida.

Entre as atividades oferecidas estão matinê dançante, atividades culturais,

coral, curso de estimulação cognitiva (memória), aulas de informática, dança,

teclado, inglês, pintura e mosaico, atividades esportivas e saúde, alongamento,

yoga, tai chi, ginástica para idosos - Geração Saúde, palestras educativas, eventos

sociais, festas comemorativas e confraternizações, além de um salão de carteado

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onde os associados passam suas tardes. A associação realiza, também, passeios e

viagens nacionais e internacionais.

4.3 Amostra

Para a participação neste estudo, houve divulgação de duas formas: primeiro

o convite para uma reunião pelo envio de carta-convite aos 780 idosos

frequentadores da instituição, com informações e esclarecimentos sobre a pesquisa

e, depois, a divulgação nos bingos oferecidos pela instituição.

Compareceram à solicitação 96 idosos, os quais participaram de uma pré-

seleção por meio de aplicação de um questionário de triagem, sendo aceitos

aqueles que atenderam aos critérios de inclusão, descritos a seguir, e, de igual

modo, excluídos aqueles que não se moldaram aos propósitos de constituição do

grupo de estudo.

Com base nesses critérios, foi possível identificar 27 idosos com potencial

para participação na pesquisa.68 Devido a problemas familiares, houve desistência

de três participantes com frequência apenas nas sessões iniciais. Portanto, foram

estudados 24 idosos, com idade entre 60 a 80 anos, sendo 19 (79,2%) do sexo

feminino e cinco (20,8%) do masculino.

Na FIGURA 1, apresentam-se detalhadamente as fases de seleção da

amostra a partir da população de idosos frequentadores da Instituição.

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Figura 1- Demonstrativo do Delineamento da pesquisa segundo os critérios metodológicos para seleção dos idosos participantes do estudo. Instituição de aposentados. Marília, SP

4.3.1 Critérios de inclusão

Ter idade entre 60 a 80 anos;

Sexo masculino e feminino;

Ter autonomia física e mental;

Ter liberação comprovada pelo médico para prática de exercício físico;

Não estar frequentando cursos de estimulação cognitiva;

Não estar realizando atividades físicas regulares.

4.4 Intervenção

Este estudo investigou 24 idosos de ambos os sexos com idade entre 60 a 80

anos, os quais foram submetidos a um programa de exercício físico regular com

utilização de pesos livres (1Kg e 2 Kg), realizado na cadeira (nas posições sentado e

População (N=780) Pré-seleção n=96

Pré-seleção = 96 Critérios de Inclusão = 27

Amostra n= 27 idosos Avaliação Pré-Teste e TCLE

QuestSocEcDemSaúde, MEEM, IPAQ. AptFísica Desistentes= 3

INTERVENÇÃO: n = 24 idosos 18 semanas Avaliação Pré e Pós-Teste

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em pé). Foram realizadas dezoito sessões, distribuídas em duas vezes por semana,

com uma hora de duração cada sessão.

O local de desenvolvimento das atividades foi a própria sede da instituição de

aposentados, que conta com um salão com aproximadamente 100 metros

quadrados, arejado e ventilado; com cadeiras de tamanho grande; além dos demais

materiais necessários para a realização do estudo (halteres, pesos de tornozelo,

bastão e faixa theraband). Todas as fases do estudo, incluindo os exercícios físicos,

foram aplicadas pela pesquisadora, que é educadora física e pedagoga.

Os participantes foram devidamente orientados para que durante o período da

pesquisa, não se engajassem em nenhum programa de exercício físico, tampouco

realizassem qualquer tipo de atividade física fora de sua rotina, ou seja, mantendo

apenas as atividades físicas desempenhadas no cotidiano, incluindo deslocamentos

como ir à igreja, supermercado, banco etc.

A intervenção teve início a partir da aplicação dos instrumentos de avaliação,

ou seja, pré-teste com a devida apresentação de atestado médico, que comprova

nível de saúde adequado à prática de exercício físico. Para a coleta dos dados

antropométricos (peso e a altura), foi utilizada uma balança especifica para tal

finalidade. O pós-teste foi realizado imediatamente ao término das 18 semanas.

Na prescrição dos exercícios físicos buscou-se desenvolver a mobilidade

geral, soltura musculo-articular e agilidade (deslocamento lateral), resistência

muscular localizada com treinamento de força muscular para os membros inferiores

com pesos ajustáveis nos tornozelos de 1kg e 2kg e, para os membros superiores,

pesos livres de 1kg e 2 kg e exercícios de alongamento com bastões e theraband.

O Quadro 1 apresenta o detalhamento da estrutura e das fases de

desenvolvimento da intervenção do exercício físico.

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Quadro 1- Estrutura e fases de desenvolvimento da intervenção do exercício físico dos idosos da Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015

As 18 sessões foram desenvolvidas com frequência semanal de duas

sessões,26,67,71-73 estruturadas em três partes, sendo, inicial: 10 minutos de

aquecimento, combinando elementos para desenvolver a percepção corporal global

e ativação da mobilidade musculo-articular, exercícios de flexão, extensão e rotação

e alongamentos; principal: 40 minutos de exercícios de coordenação, deslocamento

lateral de intensidade leve a moderada, fortalecimento muscular, flexibilidade, entre

outros e a parte final da sessão: 10 minutos dedicados ao relaxamento (massagem,

manipulação em duplas).

Quanto à intensidade dos exercícios, foi de leve a moderada, sendo que, na

fase de adaptação ao exercício (duas primeiras sessões), eles foram desenvolvidos

sem carga (halteres e pesos ajustáveis nos tornozelos) em razão de os idosos

estudados serem fisicamente sedentários. Na sequência, foram utilizados 1kg e 2 kg

para os grupos musculares dos membros superiores e inferiores. Atentou-se em

Prescrição dos Exercícios Físicos

Estrutura das 18 sessões

Intensidade Séries e Repetições

Exercícios de mobilidade geral -Soltura músculo-articular -Agilidade (deslocamento lateral) -Resistência muscular localizada -O treinamento de força muscular foi desenvolvido sistematicamente em todas as sessões, para os membros inferiores com pesos ajustáveis nos tornozelos de 1Kg e 2Kg e, para os membros superiores, pesos livres de 1Kg e 2 kg -Exercícios de alongamento com bastões e theraband.

Duração: 1 hora Frequência: 2 vezes na semana Inicial: 10 minutos

Aquecimento: combinando elementos para desenvolver a percepção corporal global e ativação da mobilidade musculo-articular, exercícios de flexão, extensão e rotação e alongamentos Principal: 40 minutos

Exercícios de coordenação, deslocamento lateral, fortalecimento muscular, flexibilidade, entre outros Final: 10 minutos

Relaxamento (massagem, manipulação em duplas).

Leve a moderada Fase de adaptação ao exercício (duas primeiras sessões), foram desenvolvidos sem carga (halteres e pesos nos tornozelos) em razão de os idosos estudados serem fisicamente sedentários. Na sequência 1Kg e 2 Kg para os grupos musculares dos membros superiores e inferiores. Manteve-se o desempenho equivalente à sensação subjetiva do esforço, foram orientados a realizar o exercício atendendo à limitação física de cada idoso.

Fortalecimento muscular: três séries de 8 a 15 repetições para cada grupo muscular, durante todo o processo de intervenção. Fase de adaptação entre 1 a 3 séries de exercícios com 8 repetições em cada série, com aumento gradativo até três séries e

15 repetições.

A recuperação cardiorrespiratória e músculo-articular foi administrada com intervalos de 1 minuto

entre cada exercício

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manter o desempenho equivalente à sensação subjetiva do esforço, ou seja, foram

orientados a realizar o exercício atendendo à limitação física de cada idoso.

Em relação às séries e repetições dos exercícios de fortalecimento muscular,

eles foram desenvolvidos em três séries, de oito a quinze repetições para cada

grupo muscular, durante todo o processo de intervenção. Para a fase de adaptação,

foi proposta entre uma a três séries de exercícios com oito repetições em cada série,

com aumento gradativo até três séries e quinze repetições.

A recuperação dos sistemas cardiorrespiratório e músculoarticular foi

administrada com intervalos de um minuto, com realização de exercícios

respiratórios a fim de prevenir o aumento ou aceleração desnecessários nessas

funções.

O Quadro 2 demonstra a frequência dos idosos às 18 sessões de exercícios

físicos durante o período de intervenção.

Quadro 2 - Frequência dos participantes em 18 sessões de exercício físico, Instituição de Aposentados de Marília, SP, 2015

Sessão Presença % Total

1 20 83,3 24

2 20 83,3 24

3 21 87,5 24

4 23 95,8 24

5 23 95,8 24

6 20 83,3 24

7 22 91,7 24

8 19 79,2 24

9 20 83,3 24

10 20 83,3 24

11 20 83,3 24

12 22 91,7 24

13 19 79,2 24

14 22 91,7 24

15 21 87,5 24

16 20 83,3 24

17 19 79,2 24

18 24 100,0 24 Média/ sessão

21

86,8

24

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36

A frequência de participação dos idosos às atividades propostas pelo estudo

foi igual ou superior a 75%. A média de presença dos idosos em cada sessão de

exercício físico foi de 21 (86,8%).

4.5 Coleta de dados

Para a coleta de dados, realizou-se o pré-teste no mês de outubro de 2015,

mediante a aplicação de questionários, testes físicos e cognitivos. No período de

outubro a dezembro foi desenvolvida a intervenção e, no final foram aplicados os

mesmos instrumentos do pré-teste.

4.5.1 Questionário estruturado

Perfil sócio-econômico-demográfico e de saúde dos idosos, composto por

perguntas abertas e fechadas. (APÊNDICE A)

4.5.2 Avaliação cognitiva

MEEM – Mini-Exame do Estado Mental

O comprometimento cognitivo foi mapeado pelo Mini Exame do Estado Mental

(MEEM), desenvolvido por Folstein et al.74, com o objetivo de detectar declínio

cognitivo em idoso.32,75,76

O MEEM é composto por questões agrupadas em sete categorias elaboradas

para avaliação das funções cognitivas específicas: orientação temporal (5 pontos),

orientação espacial (5 pontos), memória imediata-registro de três palavras (3

pontos), atenção e cálculo (5 pontos), evocação (3 pontos), linguagem (8 pontos) e

capacidade construtiva visual (1 ponto). Os escores desse teste variam de 0 a 30

pontos, que indicam o maior nível de comprometimento cognitivo (zero) até o melhor

desempenho das funções cognitivas do indivíduo (trinta). (ANEXO A)

Esse instrumento apresenta-se como a versão brasileira mais aplicada nas

pesquisas na versão de Bertolucci et al.75 e Brucki et al.,76 também modificada para

melhor aplicabilidade para indivíduos analfabetos ou com menor escolaridade, em

diferentes cenários, na clínica ou em pesquisa na comunidade.

Devido à forte influência determinada pelo grau de escolaridade, diferentes

pesquisadores estabeleceram diferentes pontos de corte para a avaliação do MEEM:

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37

Bertolucci et al.75 estabeleceram pontos de corte sendo: 13 pontos para analfabetos;

18 pontos para os indivíduos com baixa escolaridade (1 a 4 anos incompletos) e

média escolaridade (4 a 8 anos incompletos); e 26 pontos para alta escolaridade (8

anos ou mais). Entretanto, outros estudos77-79 encontraram resultados nos escores

do MEEM, quando aplicado em analfabetos, a pontuação de 18 e 20. Tornou-se,

assim, extremamente baixo o corte estabelecido anteriormente.75

Assim sendo, esses autores76 propõem algumas alterações, como, por

exemplo, da questão da atenção e cálculo devido à facilidade de indivíduos

analfabetos, ou com baixa escolaridade, terem na resolução do cálculo do sete

seriado em substituição à soletração invertida da palavra “mundo”; na orientação

temporal o “semestre” foi substituído pela informação da “hora aproximada”; na

questão da orientação espacial quando solicitado o “nome do hospital” e “andar”

foram alterados para “local geral e específico”, como também a informação do

“bairro” por “rua próxima”.

De acordo com alguns estudos que utilizaram o MEEM para rastreio cognitivo

em idosos, foi constatada uma importante variabilidade da performance cognitiva na

pontuação desse teste em idosos com maior escolaridade.26,32,80-84

No presente estudo, em relação ao nível educacional, sabe-se que a

nomenclatura, utilizada atualmente para a escolaridade, compreende o ensino

fundamental I e II, ensino médio e ensino superior. Foi utilizada a nomenclatura de

1º e 2º graus com vistas a facilitar o entendimento da população estudada.

4.5.3 Avaliação do nível de atividade física

Para avaliar o Nível de Atividade Física foi aplicado o International Physical

Activity Questionnaire (IPAQ) versão longa, validado no Brasil em 2001 e adaptado

para a população idosa, avaliação de homens e mulheres por Benedetti et al.,85-88 No

Brasil, o CELAFISCS (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São

Caetano do Sul), São Paulo, é o Centro Coordenador do IPAQ.88 É um instrumento

amplamente utilizado para medir o tempo dispendido semanalmente em atividades

físicas de intensidade vigorosa, moderada e leve, com a duração de no mínimo de

10 minutos contínuos.85,86

O IPAQ adaptado para idosos (forma longa, semana usual/normal),85,86 é

composta por quatro domínios de atividades físicas desempenhadas no cotidiano e

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38

um domínio referente ao tempo despendido em um dia normal e final de semana na

posição sentada; são apresentados em 15 questões, com registro do tempo em um

dia e total semanal, gasto em atividades físicas. (ANEXO B)

Uma vez realizado o teste de comparação dessas variáveis, antes e após a

intervenção, optou-se por correlacionar cada variável proposta aos cinco domínios

do IPAQ (Questionário Internacional de Atividade Física); diferentemente dos

estudos que utilizam habitualmente esse instrumento, segundo a classificação dos

níveis de atividade física (ativo, insuficientemente ativo e sedentário). Isso permitiu

ampliar a discussão para comparar os efeitos do exercício físico nas capacidades

físicas e investigar se houve implicações em mudanças no estilo de vida do idoso,

durante o período de intervenção.

4.5.4 Avaliação da Aptidão Física

Para essa avaliação foi aplicada a bateria de testes físicos, proposta por Rikli

e Jones (Functional Fitness Test),89 1999; específica para avaliar a aptidão física do

idoso. É utilizada pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São

Caetano do Sul – CELAFISCS.90 como testes alternativos devido à praticidade para

medir os componentes da aptidão física. Foram investigadas neste estudo, a

capacidade aeróbica mediante a aplicação do TME2’ (Teste marcha estacionária de

dois minutos), a força muscular dos membros superiores (Teste de Flexão e

extensão de cotovelo) e dos membros inferiores (Teste de levantar da cadeira em 30

segundos). Os Testes para medir a mobilidade geral, avaliaram a velocidade normal

de andar e velocidade máxima de andar, descritos por Spirduso*. (ANEXO C)

Esse protocolo foi elaborado de acordo com as normas para avaliação do

idoso, desenvolvido e prescrito pelo CELAFISCS, que estabelece sua aplicação de

forma bastante simples. Dessa forma, seguindo esses parâmetros, uma sala foi

devidamente adaptada e preparada para esse fim.

As figuras a seguir ilustram o referido protocolo adaptado, utilizado pela

pesquisadora para as avaliações do pré e pós-teste. A capacidade aeróbica foi

realizada com aplicação do TME2`. Para o Teste de marcha estacionária de dois

minutos (FIGURA 2), foi fabricada uma barra de ferro e fixada à parede e nela foi

* Spirduso W. Physical dimensions of aging. Champaign: Human Kinetics; 1995.

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39

anexada uma fita de 76,2 centímetros, sendo utilizado cronômetro e fita métrica. O

preparo para o teste se deu com o idoso posicionado de frente a essa estrutura,

inicialmente sendo determinada a altura correta de elevação dos joelhos. Para tal

procedimento, mediu-se o ponto médio da patela à crista ilíaca. O avaliador orientou

o idoso a realizar o movimento de marchar por dois minutos, e contando-se o

número de passos sempre que a perna direita atingia a altura da medida

determinada à frente.

Figura 2 – Ilustração de adaptação para avaliação da capacidade aeróbica, Teste alternativo TME2’ marcha estacionária de dois minutos, Instituição de Aposentados. Marília,SP, 2015

Fonte: Foto do próprio autor

A avaliação da força muscular dos membros superiores e inferiores é ilustrada

na FIGURA 3. A força dos membros superiores foi estimada mediante o Teste de

flexão de cotovelo com halteres de 2 kg para mulheres e 4 kg para homens. Para os

membros inferiores, o Teste de levantar da cadeira em 30 segundos foi realizado

com os braços cruzados no peito (tórax). Ambos os testes foram realizados na

posição sentada em uma cadeira apoiada à parede, com as costas retas no encosto

e pés apoiados no chão; utilizou-se o cronômetro em trinta segundos e contou-se o

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número total dos movimentos completos de flexão de braço e, na sequência,

levantar e sentar da cadeira (sem o apoio dos braços). Para esse último teste o

idoso sentou-se no meio da cadeira.

Figura 3 – Ilustração de adaptação realizada para a avaliação da força muscular dos membros superiores (Teste de flexão de cotovelo) e membros inferiores (Teste de levantar da cadeira em trinta segundos), Instituição de Aposentados. Marília,SP, 2015

Fonte: Foto do próprio autor

A FIGURA 4 ilustra os parâmetros do percurso realizado para o

desenvolvimento dos Testes de mobilidade geral, com desdobramento em

velocidade normal de andar e velocidade máxima de andar (podendo determinar

também o equilíbrio dinâmico segundo Matsudo)90. O percurso foi demarcado no

chão com fita adesiva medindo 3,33 metros de comprimento e 33,3 centímetros de

largura.90 Foi solicitado ao idoso que, ao sinal do avaliador, percorresse o trajeto,

caminhando na velocidade normal que anda em sua rotina diária. Segundo o

protocolo, foram realizadas três tentativas e calculada a média; verificou-se o tempo

cronometrado em segundos e centésimos de segundo. A mesma padronização foi

adotada para aplicação do teste de velocidade máxima de andar, sendo orientados a

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41

caminhar na máxima velocidade possível, não sendo permitido correr. Foi calculada

a média após as três tentativas com resultado em segundos e centésimos de

segundo.

Figura 4 – Ilustração de percurso adaptado utilizado para avaliação da mobilidade geral: Teste de velocidade normal de andar e velocidade máxima de andar, Instituição de Aposentados. Marília, SP, 2015

Fonte: Foto do próprio autor

4.6 Aspectos éticos

O presente Projeto foi aprovado pelo Parecer 1.289.323, de 21 de outubro de

2015, do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Marilia, por

tratar-se de um estudo que envolveu seres humanos para a coleta de dados,

obedecendo aos critérios da Resolução nº 466/2012 (Anexo D). Os idosos

participantes da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE). Assim, foram devidamente informados sobre o propósito e critérios

pertinentes à investigação. (Anexo E)

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42

4.7 Análise dos dados

Devido à natureza das variáveis em estudo, no resumo dos dados, utilizaram-

se tabelas, número de indivíduos por sexo, média, desvio-padrão, mediana, valor

mínimo, valor máximo, valor das estatísticas dos testes estatísticos de normalidade e

de comparações entre grupos. A normalidade dos dados foi verificada por meio do

Teste de Saphiro-Wilk.91,92 Para a comparação entre duas amostras independentes,

utilizou-se o Teste t de Student e, se necessário, por restrição teórica, o Teste de

Mann-Whitney; entre duas amostras relacionadas, o Teste t pareado e, se

necessário, por restrição teórica, o Teste de Wilcoxon; para a verificação de

associações entre variáveis qualitativas, utilizou-se o Teste do qui-quadrado de

Pearson e, se necessário, por restrição teórica, o teste de Fisher, SPSS 21.91,92

Para avaliar qualitativamente as correlações entre o escore do MEEM,

domínios do IPAQ e os componentes estudados da Aptidão Física, foi calculado o

coeficiente de correlação de Pearson(r) ou o de Spearmann, por restrição teórica,

adotando-se os seguintes critérios para a correlação: i) nula: r = 0; ii) fraca: 0< I r I

<0,3; iii) regular: 0,3≤ I r I <0,6; iv) forte: 0,6≤ I r I <0,9; v) muito forte: 0,9 ≤ I r I < 1e

vi) perfeita: r = 1 segundo Callegari-Jacques.93

Adotou-se o nível de significância de 5% de probabilidade para a rejeição da

hipótese nula em todos os testes e na avaliação das correlações.

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43

5 RESULTADOS

5.1 Caracterização da amostra Os dados relativos aos 24 idosos em estudo estão resumidos nas Tabelas 1 e

2 a seguir.

Tabela 1 - Distribuição dos 24 idosos de acordo com o sexo, faixa etária e estado civil1, presença de doença e uso de medicamento, Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015

1 Estado Civil: divorc (divorciado)

Tabela 2 -Distribuição dos 24 idosos de acordo com o sexo, escolaridade1, renda2 e moradia3,Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015

Masculino Feminino

Renda 2a3 SM

6a9 SM

1 SM

2a3 SM

4a5 SM

6a9

SM

≥ 10 SM Total

Freq. (%)

3 (12,5)

2 (8,33)

1 (4,17)

6 (25,0)

7 (29,17)

2

(8,33)

3 (12,5)

24 (100)

Masculino Feminino

Moradi Soz. Esp. Outros Soz. Filho(a) Par. Marido Total Freq. (%)

1 (4,2)

3 (12,5)

1 (4,2)

6 (25)

4 (16,7)

2 (8,3)

7 (29,1)

24 (100)

1 1ºG Inc (1º Grau Incompleto), 1ºG Comp.(1º Grau Completo, 2º G Inc (2º Grau Incompleto), 2ºG

Com(2º Grau Completo), Sup.Inc(Superior Incompleto), SupComp(Superior Completo), PG(Pós-Graduação).

. 2 Renda: SM Salário Mínimo.

3 Moradia: Soz (sozinho), Esp (esposo), Par (parente)

Masculino Feminino

Faixa Etária

60-69 70-80 60-69 70-80 Total

Freq. (%) 1 (4,2) 4(16,7) 11(45,8) 8(33,3) 24(100)

Masc. Fem.

Estado Civil

Casado Divorc Solteiro Casado Viúvo Div. Total

Freq. (%) 3(12,5) 2(8,3) 1(4,2) 7(29,2) 6(25,0) 5(20,8) 24(100)

Masc. Fem.

Doença Não Sim Não Sim Total

Freq. (%)

1(4,2)

4(16,7)

5(20,8)

14(58,3)

24(100)

Medicame Freq. (%)

Masc. Sim

5(20,8)

Não 0 (0)

Fem. Sim

16(66,7)

Não

3(12,5)

Total

24(100)

Masculino Feminino

Escola ridade

1ºG Inc

2ºG Inc

Sup. Inc

Sup. Com

1ºG Inc

1ºG Com

2ºG Inc

2ºG Com

Sup. Inc

Sup. Com

PG To tal

Freq. (%)

1 (4,2)

1 (4,2)

2 (8,3)

1 (4,2)

3 (12,5)

2 (8,3)

2 (8,3)

2 (8,3)

1 (4,2)

8 (33,33)

1 (4,17)

24 (100)

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44

Participaram do estudo 24 idosos sendo 19 do sexo feminino (79,2%) e cinco,

do sexo masculino (20,8%). Do total, 10 (41,7%) são casados, e divorciados sete

(29,1). A presença de viuvez foi encontrada em seis (25,0%) mulheres.

Quanto ao desenvolvimento de algum tipo de doença, quatro (16.67%)

homens e 14 (58.33%) mulheres responderam positivamente; sendo que cinco

(20.83%) do sexo masculino e 16 (66.67%) do sexo feminino revelaram fazer uso de

medicamentos.

Em referência à escolaridade dos idosos entrevistados, constatou-se que

quatro não concluíram o primeiro grau (16.67%). Apenas um do sexo masculino

concluiu o ensino superior e, do sexo feminino, oito (33,33%), sendo que uma idosa

(4,17%) possuía pós-graduação.

Quanto à renda mensal, apenas uma (4,17) idosa do sexo feminino referiu

manter-se com renda de um salário mínimo. Nove idosos (37,5%), de ambos os

sexos, contam com dois a três salários mínimos mensais; sete idosas do sexo

feminino (29,17%) recebem entre quatro a cinco salários mínimos mensais e quatro

idosos (16,66%) vivem com renda entre seis a nove salários mínimos. Três idosos

do sexo feminino (12,50%) possuem renda maior ou igual a dez salários mínimos.

Dos idosos do sexo masculino, três (12,5%) referiram morar com a esposa,

apenas um reside sozinho (4,2%), sete (29,1%) mulheres vivem com o companheiro.

Residem com filhos ou parentes seis idosas (25,0%). Moram sozinhas seis idosas

(25,0%).

5.2 Testes de normalidade e Testes de comparações entre os sexos, nos

momentos antes e após intervenção para variáveis quantitativas.

O resultado do Teste de normalidade de Saphiro-Wilk foi não significante

(p>0,05) para todas as variáveis em estudo segundo o sexo, com exceção da altura,

indicando o uso do Teste t de Student para dados independentes, para a verificação

de diferenças significativas.

Continuação

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45

Tabela 3 - Estatísticas e valor p da amostra do Teste de Levenne para igualdade de variâncias e Teste t de Student para amostras independentes, para as variáveis1 segundo o sexo, para dados normais (Saphiro-Wilk: p>0,05), Instituição de Aposentados, Marília, SP

Teste Levenne

Teste t de Student

Variável 2

z Valor p

T gl Valor p

Idade 0,871 0,361 1,762 22 0,092

ESCMEEM 0,248 0,623 -0,566 22 0,577

IPAQD1THTrab 1,142 0,297 -0,505 22 0,619

IPAQD2THTransp 0,773 0,389 0,073 22 0,942

IPAQD3THCasa 0,143 0,709 1,006 22 0,325

IPAQD5TSDSN 0,914 0,350 -0,667 22 0,512

IPAQD5TSFS 4,211 0,052 -0,306 22 0,763

Peso 0,001 0,974 1,150 22 0,262

Altura 0,113 0,740 2,146 22 0,043

PotAerób 0,060 0,808 0,869 22 0,394

ForMMSup 2,030 0,168 -0,798 22 0,433

ForMMInf 0,051 0,824 -0,226 22 0,823

MGVNorAnd 1,870 0,185 -0,549 22 0,588

MGVMáxAnd 3,482 0,075 -1,125 22 0,273

1 Idade, ESCMEEM (Escore do Mini Exame do Estado Mental.), IPAQD1 (Questionário Internacional de Atividade Física,

Domínio 1, Atividade Física no Trabalho), IPAQD2(Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 2,Atividade Física como meio de transporte), IPAQD3(Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 3, Atividade Física em casa, trabalho, tarefas domésticas), IPAQD5TSDSN (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 5, Tempo/Horas gasto Sentado um dia Semana Normal), IPAQD5TSFS (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 5, Tempo/Horas gasto Sentado Final de Semana), Peso, Altura, PotAerob (Potência Aeróbica), ForMMSup (Força Muscular dos Membros Superiores), ForMMInferiores (Força Muscular dos Membros Inferiores), MGVNorAnd (Mobilidade Geral :Velocidade Normal de Andar), MGVMáxAnd (Mobilidade Geral: Velocidade Máxima de Andar) 2 Foi excluída a variável IPAQD4 (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 4, Atividades Físicas de

Recreação, Esporte, Exercício e de Lazer) , pois todos os valores obtidos são nulos

Em relação ao sexo, os resultados dos testes de Levenne e t de Student para

grupos independentes foram não significantes (p>0,05) para todas as variáveis, com

exceção da altura, cujo resultado foi significante (p<0,05). Portanto neste estudo

optou-se por juntar os dados em um único conjunto (ambos os sexos) para análise,

em cada um dos momentos, antes e após a intervenção (Tabela 3).

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Tabela 4 - Estatística e valor p do Teste de Normalidade de Saphiro-Wilk (n < 30) para os dados das variáveis1 em estudo antes e após a intervenção dos 24 idosos, Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015

Grupo

Saphiro-Wilk

Variáveis2 Estatística Df valor p

ESCMEEM Antes da interv 0,937 24 0,141

Após interv 0,869 24 0,005

IPAQD1THtrab Antes da interv 0,209 24 0,000

Após interv 0,209 24 0,000

IPAQD2THtrans Antes da interv 0,784 24 0,000

Após interv 0,622 24 0,000

IPAQD3THcasa Antes da interv 0,825 24 0,001

Após interv 0,900 24 0,022

IPAQD5TSDSN Antes da interv 0,952 24 0,294

Após interv 0,959 24 0,424

IPAQD5TSFS Antes da interv 0,970 24 0,669

Após interv 0,979 24 0,871

Peso Antes da interv 0,932 24 0,109

Após interv 0,935 24 0,123

Altura Antes da interv 0,977 24 0,828

Após interv 0,981 24 0,917

PotAerób. Antes da interv 0,984 24 0,958

Após interv 0,980 24 0,904

ForçaMMInf Antes da interv 0,950 24 0,277

Após interv 0,975 24 0,779

ForçaMMSup Antes da interv 0,968 24 0,607

Após interv 0,960 24 0,448

MGVNorAndar Antes da interv 0,939 24 0,158

Após interv 0,876 24 0,007

MGVMáxAndar Antes da interv 0,883 24 0,010

Após interv 0,905 24 0,027

1 ESCMEEM (Escore do Mini Exame do Estado Mental.), IPAQD1 (Questionário Internacional de Atividade Física,

Domínio 1, Atividade Física no Trabalho), IPAQD2(Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 2,Atividade Física como meio de transporte), IPAQD3(Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 3, Atividade Física em casa, trabalho, tarefas domésticas), IPAQD5TSDSN (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 5, Tempo/Horas gasto Sentado um dia Semana Normal), IPAQD5TSFS (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 5, Tempo/Horas gasto Sentado Final de Semana), Peso, Altura, PotAerob (Potência Aeróbica), ForMMSup (Força Muscular dos Membros Superiores), ForMMInferiores (Força Muscular dos Membros Inferiores), MGVNorAndar (Mobilidade Geral :Velocidade Normal de Andar), MGVMáxAndar (Mobilidade Geral: Velocidade Máxima de Andar) 2 Foi excluída a variável IPAQD4 (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 4, Atividades Físicas de

Recreação, Esporte, Exercício e de Lazer), pois todos os valores obtidos são nulos

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47

Em relação à normalidade dos dados, para os momentos antes e após a

intervenção, os resultados dos Testes de Saphiro-Wilk foram não significantes

(p>0,05) para as variáveis IPAQD5TSDSN, IPAQD5TSFS, Peso, Altura, Potência

Aeróbica, Força Muscular dos Membros Inferiores e Membros Superiores, indicando,

para a verificação de diferenças significativas, o uso do Teste t para grupos

dependentes, nos momentos antes e após intervenção. Obtiveram-se resultados

significantes (p<0,05) para, ao menos um dos momentos, segundo as variáveis

ESCMEEM, IPAQD1TH, IPAQD2TH, IPAQD3TH, MGVNorAndar e MGVMáxAndar,

indicando o Teste de Wilcoxon para grupos dependentes para a verificação da

igualdade das distribuições dos dados entre os momentos antes e após a

intervenção (Tabela 4).

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Tabela 5 - Distribuição das variáveis em estudo1 e resultado do teste de comparação antes e após a intervenção dos 24 idosos da Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015

Variáveis

n

Mé dia

DP

Mín

Máx

Percentis valor p do teste 25º 50º

Mediana 75º t Wilco-

xon

Peso Masculino 5 76.4 9.2

64.0

86.0

68.0

75.0

85.5

0,479

Peso Feminino 19 70,5 10.5 56.0 94.0 62.5 69.0 72.5

Altura Masculino 5 1.6 0.1 1.5 1.7 1.6 1.7 1.7 0,421

Altura Feminino

19 1.6 0.1 1.5 1.7 1.6 1.6 1.6

ESCMEEM Antes

24 26,1 3,0 18,0 30,0 24,0 26,5 28,0 < 0,001

ESCMEEM Após

24 28,5 1,5 25,0 30,0 27,3 28,5 30,0

IPAQD1THtrab Antes

24 0,4 2,1 0,0 10,4 0,0 0,0 0,0 0,317

IPAQD1THtrab Após

24 0,9 4,2 0,0 20,6 0,0 0,0 0,0

IPAQD2THtrans Antes

24 5,8 5,0 0,0 21,5 3,0 4,0 7,4 0,457

IPAQD2THtrans Após

24 6,4 5,9 1,3 31,0 3,6 4,8 7,0

IPAQD3THcasa Antes

24 3,9 4,5 0,0 15,5 0,0 1,6 8,3 0,578

IPAQD3THcasa Após

24 3,8 3,1 0,0 13,0 1,6 2,9 5,8

IPAQ5TSDSNor Antes

24 7.8 2.9 1.2 13.0 5.7 7.1 10.4 0,419

IPAQ5TSDSNor Após

24 10.6 2.0 6.7 14.5 9.5 10.9 12.0

IPAQ5TSFSem Antes

24 6.9 2.4 0.2 11.5 5.4 7.2 8.2 0,192

IPAQ5TSFSem Após

24 8.7 1.9 5.3 13.0 7.2 9.0 10.0

PotAerobAntes

24 66.1 19.8 32.0 114.0 53.0 65.5 77.8 < 0,001

PotAerobApós

24 80.8 19.4 33.0 119.0 65.8 83.5 93.3

ForMMSupAntes 24 13,7 3,3 5,0 19,0 12,0 13,0 16,8 < 0,001

ForMMSupApós 24 20,7 4,1 11,0 29,0 18,0 20,5 24,5

ForMMInfAntes 24 10,4 2,4 6,0 15,0 9,0 10,0 12,8 < 0,001

ForMMInfApós 24 14,0 3,0 6,0 20,0 12,3 14,0 15,8

MGVNorAndar Antes

24 3,9 0,6 3,0 5,3 3,5 3,9 4,1 < 0,001

MGVNorAndar Após

24 3,1 0,5 2,4 4,4 2,7 3,0 3,2

MGVMáxAndar Antes

24 2,6 0,4 2,1 3,9 2,3 2,6 2,9 < 0,001

MGVMáxAndar Após

24 2,4 0,4 2,4 4,4 2,7 3,0 3,2

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49

1 Idade, peso, altura, ESCMEEM (Escore do Mini Exame do Estado Mental.), IPAQD1 (Questionário Internacional de

Atividade Física, Domínio 1, Atividade Física no Trabalho), IPAQD2(Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 2,Atividade Física como meio de transporte), IPAQD3(Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 3, Atividade Física em casa, trabalho, tarefas domésticas), IPAQD5TSDSN (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 5, Tempo/Horas gasto Sentado um dia Semana Normal), IPAQD5TSFS (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 5, Tempo/Horas gasto Sentado Final de Semana), PotAerob (Potência Aeróbica), ForMMSup (Força Muscular dos Membros Superiores), ForMMInferiores (Força Muscular dos Membros Inferiores), MGVNorAndar (Mobilidade Geral :Velocidade Normal de Andar), MGVMáxAndar (Mobilidade Geral: Velocidade Máxima de Andar) 2 Foi excluída a variável IPAQD4 (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 4, Atividades Físicas de

Recreação, Esporte, Exercício e de Lazer), pois todos os valores obtidos são nulos Obs: Os valores Min, Máx, Q1, Q2(Md) e Q3 estão na tabela como indicativos de centralidade e de dispersão em vista do uso do teste não-paramétrico de Wilcoxon.

Independentemente do sexo, os resultados segundo o Teste de Wilcoxon

(antes-após com Teste de Saphiro-Wilk p < 0,05) foram significantes para as

variáveis do escore do MEEM, componente físico mobilidade geral: velocidade

normal de andar e velocidade máxima de andar; não significante para IPAQ

Domínio1, IPAQ Domínio 2, IPAQ Domínio 3 e IPAQ Domínio 4; também

independentemente do sexo, de acordo com o teste t de Student pareado (antes-

após com Teste de Saphiro-Wilk p > 0,05) foram significantes (p<0,05) Potência

Aeróbica, Força Muscular dos Membros Superiores, Força Muscular dos Membros

Inferiores – Força Muscular dos Membros Inferiores/Após; não significantes

(p>0,05) para as variáveis idade, peso, altura, IPAQ Domínio 5: Tempo/hora

Sentado em dia Normal da semana e para IPAQ Domínio 5: Tempo/hora Sentando

Final de semana (Tabela 5).

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50

Tabela 6 - Distribuição dos domínios das funções cognitivas do MEEM (orientação temporal, orientação espacial, memória imediata, atenção e cálculo, evocação, linguagem, capacidade construtiva visual1) e escore total do MEEM, antes e após teste, Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015

Variável

Média

DP

Mínimo

Máximo

Q1

Mediana

Q3

Teste Wilcoxon:

Valor p

Orientação temporal Antes

4,8

0,5

3,0

5,0

5,0

5,0

5,0

0,687

Orientação temporal Após 4,9 0,3 4,0 5,0 5,0 5,0 5,0

Orientação espacial Antes 4,8 0,6 3,0 5,0 5,0 5,0 5,0 0,125

Orientação espacial Após 5,0 0,2 4,0 5,0 5,0 5,0 5,0

Memória imediata Antes 2,9 0,4 1,0 3,0 3,0 3,0 3,0 1,000

Memória imediata Após 3,0 0,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0

Atenção e cálculo Antes 3,5 1,7 0,0 5,0 2,3 4,0 5,0 < 0,001

Atenção e cálculo Após 4,8 0,6 3,0 5,0 5,0 5,0 5,0

Evocação Antes 2,4 0,6 1,0 3,0 2,0 2,0 3,0 0,344

Evocação Após 2,5 0,7 1,0 3,0 2,0 3,0 3,0

Linguagem Antes 7,4 0,8 6,0 8,0 7,0 8,0 8,0 0,146

Linguagem Após 7,8 0,5 6,0 8,0 8,0 8,0 8,0

Capac. const. visual Antes 0,4 0,5 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0 0,180

Capac. const. visual Após 0,6 0,5 0,0 1,0 0,0 1,0 1,0

Escore Total MEEM Antes 26,1 3,0 18,0 30,0 24,0 26,5 28,0 < 0,001

Escore Total MEEM Após 28,5 1,5 25,0 30,0 27,3 28,5 30,0

1Capac. const. visual (capacidade construtiva visual

O resultado do Teste de Wilcoxon para dados emparelhados foi significante,

aumentaram significativamente, a Atenção e Cálculo apresentados pelos idosos

após a participação no programa de exercícios físicos. Fato semelhante ocorreu

para o Score Total do MEEM (p < 0,001), que também indicou aumento significativo,

antes da intervenção de 26,1 para 28,5, após a participação no programa de

exercícios físicos. Para as demais funções cognitivas do MEEM, o resultado do

Teste de Wilcoxon, não indicou diferenças significativas nas distribuições de valores

entre os momentos antes e após intervenção.

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51

Tabela 7 - Resumo dos resultados significantes (valor p < 0,05) da verificação das correlações entre as variáveis quantitativas em estudo, utilizando-se o coeficiente de Spearmann (rS) (Saphiro-Wilk p < 0,05 ao menos para uma das variáveis em estudo) antes e após a intervenção dos 24 idosos, Instituição de Aposentados, Marília, SP, 2015

Correlação positiva regular

rS ; p

Correlação negativa regular

rS ; p

Correlação positiva forte

rS ; p

Correlação negativa forte

rS ; p

Idade x IPAQD5TSDNor

Antes

0,502; 0,012

Peso x IPAQD5TSDNor

Após

-0,437; 0,033

PotAerób Antes x

FMMSupApós

0,622; 0,001

PotAeróbAntes x MGVNorAndar

Antes

-0,650; 0,001

Peso x Altura

0,597; 0,002

Altura x IPAQD5TSDNor

Antes

-0,560; 0,004

PotAerób Antes x

FMMInfApós

0,658; <

0,001

PotAeróbAntes x MGVMaxAndar

Antes

-0,771; < 0,001

IPAQD3 Antes x

PotAeróbAntes

0,520; 0,009

IPAQD2Antes x IPAQD5TSDNor

Antes

-0,501; 0,013

MGVNorAndar Após x

MGVMaxAndarApós

0,831; <

0,001

PotAerapós x MGVNorAndar

Após

-0,676; < 0,001

IPAQD3 Antes x

FMMSup Antes

0,512; 0,010

IPAQD2Antes x MGVNor Andar

Antes

-0,417; 0,043

PotAerób Após x

MGVMaxAndar Após

-0,805; < 0,001

IPAQD5TSDSNAntes x

IPAQD5TSFS Antes

0,473; 0,020

IPAQD3Antes x IPAQD5TSDNor

Antes

-0,487; 0,016

FMMSupApós x MGVNorAndar

Após

-0,669; < 0,001

IPAQD5SNorantes x

MGVNorAntes

0,474; 0,019

FMMInfAntes x MGVNorAndar

Antes

-0,451; 0,027

FMMInfApós x MGVNorAndar

Após

-0,756; < 0,001

PotAerób Antes x

FMMInfAntes

0,510; 0,011

FMMInfAntes x MGVMaxAndar

Antes

-0,431; 0,036

FMMInfApós x MGVMaxAndar

Após

-0,693; < 0,001

FMMSupAntes x FMMInfAntes

0,544; 0,006

IPAQD3Após x IPAQD5TSFS

Após

-0,412; 0,046

FMMInfAntes x FMMInfApós

0,523; 0,009

FMSupapós x MGVMaxAndar

Após

-0,693; 0,001

ESCMEEM Antes x

FMMSupApós

0,596; 0,002

IPAQD5TSDS Nor Após x

IPAQD5TSFS Após

0,411; 0,046

FMMSup Após x FMMInfApós

0,528; 0,008

1 Correlações significativas ao nível de 5%;

2 Avaliação qualitativa i) nula: r = 0; ii fraca: 0< I r I <0,3; iii) regular: 0,3≤ I r I <0,6; iv) forte: 0,6≤ I r I <0,9; v) muito

forte: 0,9 ≤ I r I < 1e vi) perfeita: r = 1; 3 Idade, peso, altura, ESCMEEM (Escore do Mini Exame do Estado Mental.), IPAQD2(Questionário Internacional de

Atividade Física, Domínio 2,Atividade Física como meio de transporte), IPAQD3(Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 3, Atividade Física em casa, trabalho, tarefas domésticas), IPAQD5TSDSN (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 5, Tempo/Horas gasto Sentado um dia Semana Normal), IPAQD5TSFS (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 5, Tempo/Horas gasto Sentado Final de Semana), PotAerob (Potência Aeróbica), ForMMSup (Força Muscular dos Membros Superiores), ForMMInferiores (Força Muscular dos Membros Inferiores), MGVNorAndar (Mobilidade Geral :Velocidade Normal de Andar), MGVMáxAndar (Mobilidade Geral: Velocidade Máxima de Andar) 4

Foi excluída a variável IPAQD4 (Questionário Internacional de Atividade Física, Domínio 4, Atividades Físicas de Recreação, Esporte, Exercício e de Lazer), pois todos os valores obtidos são nulos

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52

Na Tabela 7 foi observada correlação positiva significativa forte (0,6 ≤ I r I< 0,9)

entre PotAeróbAntes x FMMSupApós; PotAeróbAntes x FMMInfApós e

MGVNorAndarApós x MGVMáxApós; correlação negativa forte significativa (0,6 ≤ I r

I< 0,9) entre Peso x IPAQD5TSDNorApós; Altura x IPAQD5TSDNorantes;

IPAQD2Antes x IPAQD5TSDNorAntes; IPAQD2Antes x MGVNorAndarAntes;

IPAQD3Antes x IPAQD5TSDNorAntes; FMMInfAntes x MGVNorAndarAntes;

FMMInfAntes x MGVMaxAndarAntes; IPAQD3Após x IPAQD5TSFSemapós;

FMMSupApós x MGVMaxApós

Foi observada também, nessa tabela, a correlação positiva regular significativa

(0,3 ≤ I r I < 0,6) entre Idade x IPAQD5TSDNorAntes;Peso x Altura; IPAQD3Antes x

PotAeróbAntes; IPAQD3Antes x FMMSupAntes; IPAQD5TSDNorAntes x

IPAQD5TSFSAntes; IPAQD5TSDNorAntes x MGVNorAntes; PotAeróbAntes x

FMMInfAntes; FMMSupAntes x FMMInfAntes; FMMInfAntes x FMMInfApós;

ESCMEEMAntes x FMMSupApós; IPAQD5TSDNorApós x IPAQD5TSFSApós e

FMMSupApós x FMMInfApós; correlação negativa regular (0,3 ≤ I r I < 0,6) entre

Peso x IPAQD5TSDNorApós; Altura x IPAQD5TSDNorAntes; IPAQD2Antes x

IPAQD5TSDNorAntes; IPAQD2Antes x MGVNorAndarAntes; IPAQD3Antes x

IPAQD5TSDNorAntes; FMMInfAntes x MGVNorAndarAntes; FMMInfAntes x

MGVMaxAndarAntes; IPAQD3Após x IPAQD5FApós e FMMSupApós x

MGVMaxAndarApós.

As demais variáveis estudadas não apresentaram resultado significativo na

verificação das correlações.

No que se refere à sequência do programa de exercício físico, igual ao

proposto nesta pesquisa; dos 24 idosos, nove decidiram continuar

espontaneamente, pelo período de seis meses.

Até o término da análise deste estudo, ou seja, 10 meses após a intervenção

do exercício físico, 50% relataram que ainda estavam fazendo exercício físico e 12

(50%) continuaram na condição de sedentários.

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53

6 DISCUSSÃO

O envelhecimento traz consequências naturais e mudanças fisiológicas que

implicam a perda gradual da capacidade física e das funções cognitivas, que podem

alterar a qualidade de vida do idoso e desencadear, entre outras patologias, o déficit

cognitivo progressivo e os quadros demenciais.18

Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde de 2010,

quanto à prática de atividade física, orienta adultos a realizar pelo menos 150

minutos por semana de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física

vigorosa por semana em sessões de pelo menos 10 minutos de duração.67 Dessa

forma, estudos investigaram os efeitos do exercício físico na cognição de idosos,

foram desenvolvidos em duas sessões semanais.26,71-73

Este estudo foi realizado com 24 idosos com idade entre 60 a 80 anos, sendo

19 (79,2%) do sexo feminino e cinco (20,8%) do masculino. A média de idade dos

participantes, no masculino foi de 73,0 anos e feminino de 68,01, corroborando o

observado em outros estudos94,95 realizados com idosos que praticam atividade

física.

Com o aumento da expectativa de vida ao nascer, o IBGE (2013) revela que

essa, para a mulher, ao nascer, era de 78,6 anos e para os homens, de 71,3 anos

em 2013. As mulheres, em média vivem cerca de sete anos a mais que os homens.

Assim sendo, representam a maioria da população idosa. A possível causa de

mortalidade dos homens pode relacionar-se ao estilo de vida, já que os torna mais

expostos a fatores de risco96 e menor procura ao sistema de saúde que as mulheres.

Dados apontam que a população idosa do Brasil é cerca de 23 milhões. Desse total,

55% são mulheres, fenômeno destacado como feminização da velhice.97,98

Em estudo de corte transversal com 108 idosos, com características

socioeconômicas diversas, observou-se que o grupo praticante de atividades físicas

regulares apresentou nível de escolaridade e socioeconômico mais elevado em

relação ao grupo que desenvolvia atividades psicossociais (corte e costura e

artesanato). A participação de idosos do sexo feminino foi determinante nessa

pesquisa, corroborando o fato de as mulheres se apresentarem mais participativas

em programas de atividades físicas e sociais, fator que pode contribuir com a maior

longevidade feminina.99,100

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54

O nível socioeconômico e baixa renda, favorecem o desestímulo à prática de

atividade física e cognitiva, podendo ser apontados como uma questão prejudicial e

responsável pelo déficit de funcionamento cognitivo no processo de

envelhecimento.101

A presente pesquisa teve como objetivo avaliar a eficácia do exercício físico

com pesos livres na aptidão física e funções cognitivas de idosos em 18 sessões de

exercício físico, estando esses na condição de sedentários. Podem-se observar nos

resultados, diferenças estatísticas significativas, quando comparados os testes antes

e após a intervenção.

Os valores de referência utilizados para mensurar os resultados da aptidão

física, são encontrados em estudos com idosos americanos89 e brasileiros90,102. No

entanto, adotou-se neste estudo os valores padrões de referência desenvolvidos por

pesquisadores do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São

Caetano do Sul (CELAFISCS), para o teste físico de mobilidade geral, para idosas

até 80 anos. Os demais testes: potência aeróbica, força muscular dos membros

superiores e inferiores, utilizou-se padrões americanos de referência, embora a

diversidade cultural existente entre os países, com resultados de desempenho

heterogêneos, não há padrões normativos estabelecidos para idosos brasileiros até

80 anos.

Nesse sentido, Mazo et al.,102 observaram diferenças entre valores de

referência, ao comparar idosas brasileiras, americanas e portuguesas com idade

entre 60 a 69 anos, praticantes de atividade física.

No presente estudo, os resultados dos testes de aptidão física mostraram que

houve ganho; na potência aeróbica com aumento significativo na média do número

de repetições em passos, realizados no Teste de marcha estacionária de dois

minutos: antes, foi de 66,1 para 80,8 após o teste. O valor de referência da média

para idosos americanos,89,90 é de 92,12. Observa-se que a melhora apresentada na

amostra estudada foi significativa, porém não suficiente para alcançar a média dos

padrões de referência da capacidade aeróbica nesse teste quando realizado por

idosos americanos.

Foi verificado o aumento da força muscular dos membros superiores,

realizado com flexão de cotovelo em 30 segundos: a média dos 24 idosos foi de 13,7

flexões antes e 20,7 flexões após a intervenção Esse valor se apresentou acima da

média dos padrões de referência, que é de 16,35 (até 79 anos) para a população

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idosa americana. Quanto à força muscular dos membros inferiores, no Teste de

levantar da cadeira em 30 segundos, a média antes foi de 10,4 repetições e após,

14,0. Os valores de referência de idosos americanos (até 79 anos é de 14,2).88,89

Quanto à mobilidade geral, os resultados apontam para melhora nessa

capacidade em decorrência da diminuição do tempo gasto para realizar o percurso

do teste, por conta do aumento da velocidade adquirida pelos idosos durante a

intervenção.

No presente trabalho, a velocidade será considerada como tempo em

segundos, mediante protocolo utilizado. Em relação à velocidade normal de andar, o

resultado, antes, foi de 3,9 segundos para a realização do percurso e após 3,1

segundos para o mesmo trajeto. O valor de referência, em média, da população

brasileira aplicado para mulheres (até 79 anos) é de 3,14 segundos, segundo o

grupo de pesquisadores do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de

São Caetano do Sul, SP (CELAFISCS).90 Os resultados da velocidade máxima de

andar antes reduziram de 2,6 segundos gastos para 2,4 segundos gastos após a

intervenção, sendo o valor de referência de 2,64 segundos para mulheres até 79

anos.88,89

O ganho de força foi observado em outros estudos que demonstraram relação

entre o aumento da força muscular e a melhora nas capacidades funcionais dos

idosos, no equilíbrio e maior disposição para a realização das atividades da vida

diária e qualidade de vida.103,104

Ter boa condição física é fundamental para favorecer a independência

funcional da pessoa idosa, possibilita a movimentação diária de deslocamento como

ir a banco, supermercado e praticar atividades sociais. Além disso, permite a

execução de movimentos básicos, como pegar objetos, subir e descer escadas,

levantar-se da cadeira com maior disposição física, contribuindo para redução do

tempo que o idoso passa sentado.47,86

Os efeitos do envelhecimento intervêm na capacidade funcional, condição

essa que é importante para a realização das atividades da vida diária com

independência física, cognitiva, emocional e social. Com o aumento da idade e a

redução da atividade física rotineira, instala-se o sedentarismo. Sendo assim, o

idoso passa a sofrer perdas importantes, como a força muscular e a capacidade

cardiovascular, condições que favorecem o declínio da capacidade funcional.105

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56

A força muscular é um componente essencial no desempenho de idosos e

tem sido tema de várias pesquisas.103 Um estudo de revisão bibliográfica fez uma

análise detalhada em relação à força muscular de idosos com exercícios resistidos

(em máquinas),106 entre 2003 e 2014. Os resultados apontaram melhoras do

componente força muscular, que influenciou positivamente outras aptidões físicas

como flexibilidade, equilíbrio, mobilidade e capacidade funcional, tendo como ganho

mais significativo de força, quando utilizadas cargas maiores, em média 80% de

1RM (uma repetição máxima). Esse teste é utilizado para estipular o percentual de

carga máxima que o indivíduo pode executar por repetição em treinamento resistido

em máquinas, detalhadamente descrito por Cazelato.107 No entanto, esse último

difere do presente estudo, que foi realizado com protocolo específico para avaliar o

idoso e, de acordo com os objetivos e a metodologia, utilizou a carga máxima de

dois quilos, com pesos livres (halteres) para os membros superiores e inferiores.

Estudos que relacionam os efeitos do exercício físico na cognição ainda são

pouco encontrados na literatura. Dias108 verificou o efeito da atividade física e

exercícios de estimulação cognitiva tradicionais sobre a memória de idosas (n=54),

em 12 sessões. Foram distribuídas em três grupos; um grupo que desenvolveu

atividades de estimulação cognitiva tradicional, com oficinas de memória, técnicas

mnemônicas, exercícios de atenção e palestras educativas; o grupo de estimulação

cognitiva e movimentos corporais, que participou das mesmas atividades que o outro

grupo, no entanto associou-se a movimentos corporais (resistência aeróbica e

muscular localizada, flexibilidade, caminhada e jogos) e o grupo controle, que

manteve suas rotinas diárias. Quando comparados os grupos, foi observado que

ambos os grupos o de estimulação cognitiva tradicional e o de estimulação cognitiva

associado aos movimentos, produziram efeitos similares sobre a memória.

Bittar et al.109 realizaram ensaio clínico randomizado com 53 mulheres

sedentárias, em que se buscaram investigar os efeitos de jogos adaptados nos

fatores psicobiológicos de idosas: um grupo controle (n=27) não se envolveu em

atividades físicas e o grupo experimental (n=26) foi submetido a um programa de

atividade física com jogos pré-desportivos e exercícios localizados, por seis meses.

Utilizou-se o MEEM (Mini Exame do Estado Mental) para o rastreio cognitivo. No

entanto, após a intervenção, os dois grupos não apresentaram diferenças

significativas no score total, tendo como resultado antes da intervenção 26,42 e após

26,93. Apesar de considerado longo o período do estudo (seis meses), a modalidade

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57

de atividade física proposta não se mostrou influenciadora nos aspectos cognitivos

da população estudada.

Estudo com duração de seis meses verificou alterações cognitivas em idosas,

em decorrência do exercício físico, com mecanismo aeróbio, caminhada três vezes

por semana com duração de sessenta minutos. Demonstrou-se que o grupo

experimental melhorou significativamente em atenção, memória, agilidade motora,

sendo significativa também a melhora do humor.41,42

Outra modalidade foi testada por Marques110 combinou exercícios aeróbicos e

resistidos (em aparelhos), verificou-se os efeitos do treinamento nas funções

cognitivas com 33 idosos (sexo masculino), duração de seis meses, esse

treinamento combinado promoveu aumento da força, da capacidade aeróbica e

trouxe melhoras em algumas funções cognitivas (memória de curto prazo e na

aprendizagem). Intervenção conduzida por Ferreira,26 com duração de quatro

meses, foi realizada com 40 idosos, de ambos os sexos. Desenvolveu-se caminhada

duas vezes por semana durante 60 minutos. O autor considera que o exercício físico

pode ser uma opção não farmacológica que desacelera o declínio cognitivo.

Ao analisar os resultados do teste de comparação antes e após a intervenção

apresentados na Tabela 5, os dados apontam que foi significante (p<0,05). A média

dos 24 idosos para as funções cognitivas, representadas pelo escore total do MEEM

(Mini Exame do Estado Mental), apresentou aumento na média de 26,1 antes e após

o teste 28,5 pontos. Na Tabela 6, também os componentes da atenção e cálculo

apresentaram resultados estatisticamente significantes (p<0,05).

Melo e Barbosa79, por meio de uma revisão sistemática, analisaram 74

estudos brasileiros com idosos, entre 1998 a 2013 e observaram o crescente uso

desse instrumento pelos pesquisadores por ser de fácil aplicação (cerca de 15

minutos). Esse estudo aponta as versões modificadas mais utilizadas para a

população brasileira.75,76

Igualmente a idade influencia os resultados desse teste, demonstrando que

quanto mais elevada a idade e menor o nível educacional, obtêm-se menor

desempenho cognitivo.32,80

Santos et al.81 avaliaram e comprovaram a confiabilidade desse teste em 503

idosos atendidos por equipes de saúde pública de Dourados(MS) e, corroborando a

outras pesquisas que utilizaram o MEEM, observaram a forte influência da educação

no desempenho cognitivo.

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Segundo Frota et al.82, o comprometimento cognitivo leve é determinado

quando a cognição é afetada envolvendo uma ou mais funções cognitivas. No

entanto, mantém-se a normalidade da capacidade funcional; fase de transição entre

o estado cognitivo normal do indivíduo e a demência.83

A análise de Machado84 demonstrou que idosos com baixa escolaridade (um

ano ou menos) aumentam a chance em 3,83 vezes de apresentarem déficit

cognitivo, quando comparados aos que estudaram de um a quatro anos.

Estudo realizado por Paulo e Yassuda111 investigou 67 idosos com queixas de

memória e a relação com o nível de escolaridade, cognição e sintomas psicológicos

(depressão e ansiedade). Os resultados sugeriram que não há relação entre o nível

educacional e a queixa de memória e, sim associação positiva identificada com os

sintomas de ansiedade.

No cenário internacional, o Cohorte Studies of memory is an International

Consortium (COSMIC)112, a partir de 11 estudos longitudinais com idosos de 60 a 89

anos, sendo três dos EUA, quatro na Europa, dois na Ásia e dois na Austrália,

realizou pesquisa transversal de análise de prevalência de declínio cognitivo leve.

Apesar da padronização das variáveis estabelecidas, como idade e educação, a

prevalência do comprometimento cognitivo apontou um índice de variabilidade alto

nos resultados devido às diferenças etnoculturais e geográficas dessas regiões.

Essa avaliação foi realizada pelo do Mini Exame do Estado Mental (MEEM),

segundo Neale,113 que utilizou a escala: nenhum (28 – 30 pontos); leve (24 – 27

pontos); moderado (19 – 23 pontos) e grave (0–18 pontos).

O comprometimento cognitivo leve e a possibilidade de reversão para a

cognição normal foi discutido em revisão de literatura e meta-análise, concluída em

2016, por pesquisadores114 da Itália e França, que analisaram 25 estudos

longitudinais (dois anos ou mais), dos quais 10 foram desenvolvidos em ambiente

clínico e 15 realizados com base populacional, no período de 1999 a 2015. Desses,

a maioria investigou a autonomia funcional, alguns observaram quadros

depressivos, prejuízos na realização das atividades instrumentais da vida diária

(AIVD) e outros. Apenas sete estudos trouxeram dados relevantes sobre o assunto e

apontaram resultados com taxas de reversão do comprometimento cognitivo leve

para a cognição normal, num total de 1.243 (18%) dos indivíduos pesquisados, ou

seja, quase um, de cinco indivíduos voltaram às condições cognitivas normais. Essa

frequência foi aumentada para 26%, quando selecionadas apenas as pesquisas

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mais estruturadas, consistentes e de melhor qualidade. O alto nível de escolaridade

foi a variável apontada nesses estudos.

No entanto, o estudo referido acima não aborda os fatores que influenciaram

diretamente a reversão dessa condição, apontada como algo de ocorrência

frequente. Novos estudos são necessários, pois, certamente, o estilo de vida dos

indivíduos pode ter papel relevante nesse processo. Segundo os autores, embora

não se trate de uma doença, pode evoluir para tal condição.

Essa temática foi pesquisada por uma coorte norte-americana115 que analisou

a incidência do comprometimento cognitivo leve, o desenvolvimento e o processo de

reversão numa comunidade afro-americana com 4.104 idosos acima de 65 anos,

inscritos em 1992 (foram submetidos a sete avaliações cognitivas) e 2001(quatro

avaliações) com seguimento até 2009. Os dados demográficos, idade, escolaridade

e as condições clínicas foram investigados. Os idosos foram alocados em três

grupos, conforme o desempenho nos escores obtidos nos testes, sendo

classificados em nível bom, intermediário e fraco. Após foram encaminhados à

avaliação clínica. Os resultados desse estudo, de acordo com os autores “indicam

uma taxa de transição muito maior à demência em indivíduos com comprometimento

cognitivo leve do que aqueles com cognição normal.” Notou-se, também, que os

idosos de idade menos avançada são mais propensos a reverter o quadro de

comprometimento cognitivo à cognição normal (cerca de 18,6%, anualmente),

havendo redução dessa taxa com o aumento da idade.

Outro estudo londitudinal116 francês analisou, no período de quatro anos a

evolução dos escores do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) em 687 idosos

(acima de 60 anos) saudáveis e sem demência. Observou-se que as variáveis

escolaridade e nível de atividade física e emocional dos participantes influenciaram

os resultados das avaliações desse teste. Concluiu-se que a baixa pontuação pode

não predizer o declínio cognitivo em idosos.

Ao analisar estudos que utilizaram o MEEM para o rastreio cognitivo de idosos

praticantes de exercícios físicos, estudo transversal71 (observacional e analítico)

apontou que, independentemente da modalidade (hidroginástica, academia da

terceira idade e musculação) e do nível de escolaridade, os idosos apresentaram

escore elevado com média de 27,4. Resultados semelhantes foram encontrados em

estudo117 que aplicou esse teste cognitivo em um grupo sem comprometimento

cognitivo e observou que quanto maior a escolaridade, maiores são os escores do

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MEEM, apresentando associação com a força muscular, ou seja, quanto maior a

pontuação, melhores são os resultados obtidos nesse componente da aptidão física.

Esta pesquisa em questão apresentou estudos desenvolvidos com modelos

metodológicos diversos, utilizando mecanismo aeróbio, exercícios resistidos com

pesos em máquinas (musculação), que buscaram respostas aos efeitos do exercício

físico na cognição. O modelo desenvolvido pela pesquisadora, propôs uma

intervenção em que foi testada a eficácia de um programa de exercícios físicos,

entretanto, denota singularidade quanto aos materiais utilizados que foram pesos

livres (halteres) com carga de até 2 kg para os membros superiores e inferiores,

apresentando resultados satisfatórios em relação ao impacto do exercício físico

tanto na aptidão física quanto na cognição.

Dos 24 idosos estudados, nove decidiram dar sequência a um programa de

exercício físico igual ao proposto pela pesquisa, desenvolvido na mesma instituição

da coleta de dados, pelo período de seis meses, o que trouxe muita satisfação à

pesquisadora. Houve desistência de alguns idosos por motivos de doença ou de

caráter particular.

Até o término da análise deste estudo, ou seja, 10 meses após a intervenção

do exercício físico, dos 24 idosos, 12 (50%) relataram que ainda estão fazendo

exercício físico e 12 (50%) continuam na condição de sedentários.

A partir da análise desta pesquisa, torna-se evidente que essa área da ciência

necessita do olhar dos pesquisadores voltado à descoberta dos fenômenos que

permeiam o envelhecimento cognitivo, visto que a fase inicial desse processo pode

apresentar-se como queixas de memória, atenção, raciocínio; enfim são sinais que

se acentuam no decorrer da vida e que antecedem o quadro de declínio ou

comprometimento cognitivo.

A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz),118 com base em estudos do

cérebro, alerta que alterações ocorrem no cérebro cerca de 15 a 20 anos que

antecedem o diagnóstico da doença, o que torna mais preocupante, e também

necessário, o acompanhamento de idosos que apresentam queixa em alguma

função cognitiva, a fim de possibilitar a investigação precoce da doença.

Sugere-se que em outras pesquisas com análise longitudinal e intervenção

com grupo controle, período de aplicação e amostras maiores, sejam melhor

observadas melhor as correlações da prática do exercício físico com o nível de

escolaridade e os resultados nos domínios do MEEM, em diferentes populações de

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idosos com demência e DA (Doença de Alzheimer), assim como a análise dos

efeitos do exercício físico na reversão do comprometimento cognitivo leve para o

estado de cognição normal. Trata-se de uma temática de estudo relevante.

Considera-se importante destacar que, nesta pesquisa não tínhamos nenhum

participante analfabeto, sendo este o ponto de corte, “ser alfabetizado”.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa em questão indica uma inovação no que se refere a um programa

de exercício físico com pesos livres (halteres) com carga de apenas 1Kg e 2Kg para

os membros superiores e inferiores, realizados em cadeira convencional, em 18

sessões com séries e repetições aplicadas, progressiva e rigorosamente, durante

todo o processo de intervenção.

Ao comparar o efeito da intervenção realizada no presente estudo, observou-

se que houve correlação positiva entre a melhora da capacidade aeróbica, a força

muscular dos membros inferiores e superiores e da mobilidade geral, que se refere à

velocidade de marcha do idoso. Esses fatores tornam possível verificar que à

medida que se aumenta a capacidade física do indivíduo, sua conexão corpo-

cérebro, melhora, fato demonstrado nesta pesquisa por meio do ganho nos

componentes da aptidão física e aumento do escore do MEEM.

De acordo com os resultados significativos desta intervenção, pode-se fazer

inferência de que o idoso que pratica exercício físico regularmente apresenta melhor

desempenho físico e cognitivo. Assim, podemos considerar que quando o indivíduo

ativa seu corpo, ele está ativando também sua mente, ou seja, nosso corpo foi

projetado para receber estímulos e, ao fazê-lo, estaremos estimulando nosso

cérebro simultaneamente. Trata-se de um funcionamento organizado e coordenado

como uma via de “mão-dupla”, corpo-cérebro, para se estabelecer a harmonia

necessária para enfrentar e/ou amenizar as mudanças que ocorrem ao longo da

vida.

Nessa perspectiva, conclui-se que o exercício físico com pesos livres exerce

um impacto positivo não apenas nas capacidades físicas e metabólicas, como

também contribui para o bom funcionamento das funções cognitivas de idosos.

Este estudo poderá subsidiar a inserção de disciplinas ligadas ao idoso e às

questões do envelhecimento, na formação do Educador Físico.

Salientamos que esta proposta pode ser desenvolvida em condições de fácil

aplicabilidade, apresenta baixo custo, oferece segurança na execução (posição

sentado e com apoio da cadeira) e boa aceitação da população idosa sedentária,

com independência funcional.

Desse modo, pode-se recomendar sua implantação em programas de

políticas públicas ou em setores de medicina preventiva, pautados na promoção da

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saúde e prevenção de doenças ligadas ao envelhecimento, possibilitando

identificação precoce de algum comprometimento cognitivo ou quadro de demência.

Assim, uma estratégia que proporcione a atividade física como componente

essencial e protetor à saúde, para minimizar ou retardar o avanço do déficit funcional

e cognitivo dos idosos.

Espera-se que este estudo possa contribuir com futuras pesquisas nessa

área do conhecimento, com novos desenhos metodológicos, duração e o tipo de

intervenção em idosos, ou mesmo para estabelecer a relação do exercício físico

com o comportamento de idosos com prejuízo cognitivo e demência, como a Doença

de Alzheimer.

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.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO

PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO-DEMOGRÁFICO E DE SAÚDE

Data ___/___/___

1) Nome completo _____________________________________________ 2) Endereço:__________________________________________________ 3) Telefone: ____________________Celular: ________________________ 4) Idade: ______ anos 5) Sexo: ( ) masculino ( ) feminino 6) Estado Civil: ( ) solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) viúvo(a) ( ) divorciado(a) ( ) outros 7) Possui alguma doença? ( ) sim ( ) não ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 8) Faz uso de algum medicamento? ( ) sim ( ) não Quais: ____________________________________

_________________________________________________________ _________________________________________________________ 9) Escolaridade: ( ) analfabeto ( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo ( ) superior incompleto ( ) superior completo ( ) pós-graduação ( ) mestrado ( ) doutorado 10) Sua renda mensal: ( ) 1 salário mínimo ( ) de 2 a 3 salários mínimos ( ) de 4 a 5 salários mínimos ( ) de 6 a 9 salários mínimos ( ) acima de 10 salários mínimos 11) Com quem você mora? ____________________________________

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ANEXO A - MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL – MEEM (Folstein, Folstein & McHugh, 1975)

Nome:______________________________________________________________

Data da Avaliação: ____/____/____ Avaliador:___________________________

ORIENTAÇÃO

Dia da semana (1 ponto)..............................................................................( )

Dia do mês (1 ponto)....................................................................................( )

Mês (1 ponto)...............................................................................................( )

Ano (1 ponto)................................................................................................( )

Hora aproximada (1 ponto)...........................................................................( )

Local específico (andar ou setor ) (1 ponto)................................................( )

Instituição (residência, hospital, clínica) (1 ponto).......................................( )

Bairro ou rua próxima (1 ponto)....................................................................(. )

Cidade (1 ponto)...........................................................................................( )

Estado (1 ponto)...........................................................................................( )

MEMÓRIA IMEDIATA

Fale 3 palavras não relacionadas: posteriormente pergunte ao Paciente pelas 3 palavras. Dê 1 ponto para cada resposta correta............( )

Depois repita as palavras e certifique-se de que o paciente as aprendeu, pois mais adiante você irá perguntá-las novamente. ATENÇÃO E CÁLCULO

(100 - 7) sucessivas, 5 vezes sucessivamente (1 ponto para cada cálculo correto)..............................................................( ) (alternativamente soletrar MUNDO de trás para frente)

EVOCAÇÃO

Pergunte pelas 3 palavras ditas anteriormente (1 ponto por palavra)....................................................................................( )

LINGUAGEM

Nomear um relógio e uma caneta................................................................( )

Repetir (nem aqui, nem ali, nem lá) (1 ponto).............................................( )

Comando: “pegue este papel com a mão direita,

Dobre ao meio e coloque no chão (3 pontos)..............................................( )

Ler e obedecer: “feche os olhos” (1 ponto)..................................................( )

Escrever uma frase (1 ponto).......................................................................( )

Copiar um desenho (1 ponto).......................................................................( )

Escore: (........./30)

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ANEXO B – QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA – IPAQ Forma longa, semana usual/normal, adaptado por Benedetti et al (2004)

As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física em uma semana normal/habitual. Para responder as questões lembre que:

atividades físicas vigorosas são aquelas que precisam de um grande esforço

físico e que fazem respirar muito mais forte que o normal.

atividades físicas moderadas são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar um pouco mais forte que o normal.

atividades físicas leves são aquelas em que o esforço físico é normal, fazendo com que a respiração seja normal.

Das questões 1b a 4c O quadro abaixo deverá estar disponível para preenchimento

Dia da Semana Tempo horas/min manh tarde noite

Dia da Semana Tempo horas/min manhã tarde noite

2ª feira 6ª feira

3ª feira Sábado

4ª feira Domingo

5 feira xxxxxxxx

DOMÍNIO 1 – ATIVIDADE FÍSICA NO TRABALHO: Este domínio inclui as atividades que você faz no seu trabalho remunerado ou voluntário, e as atividades na universidade, faculdade ou escola (trabalho intelectual). Não inclui as tarefas domésticas, cuidar do jardim e da casa ou tomar conta da sua família. Estas serão incluídas no Domínio 3. 1a. Atualmente você tem ocupação remunerada ou faz trabalho voluntário fora de sua casa? ( ) sim ( ) não - Caso você responda não. Vá para o Domínio 2: Transporte As próximas questões relacionam-se com toda a atividade física que você faz em uma semana normal/habitual, como parte do seu trabalho remunerado ou voluntário. Não inclua o transporte para o trabalho. Pense apenas naquelas atividades que durem pelo menos 10 minutos contínuos dentro de seu trabalho: 1b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você realiza atividades VIGOROSAS como: trabalho de construção pesada, levantar e transportar objetos pesados, cortar lenha, serrar madeira, cortar grama, pintar casa, cavar valas ou buracos, subir escadas como parte do seu trabalho remunerado ou voluntário, por pelo menos 10 MINUTOS CONTÍNUOS? ____horas____min ____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 1c. 1c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você realiza atividades MODERADAS, como: levantar e transportar pequenos objetos, lavar roupas com as mãos, limpar vidros, varrer ou limpar o chão, carregar crianças no colo, como parte de seu trabalho remunerado ou voluntário, por pelo menos 10 minutos CONTÍNUOS? ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 1d. 1d. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você CAMINHA, NO SEU TRABALHO remunerado ou voluntário por pelo menos 10 MINUTOS CONTÍNUOS? Por favor, não inclua o caminhar como forma de transporte para ir ou voltar do trabalho ou do local que você é voluntário. ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para o Domínio 2 – Transporte.

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DOMÍNIO 2 – ATIVIDADE FÍSICA COMO MEIO DE TRANSPORTE Estas questões se referem à forma normal como você se desloca de um lugar para outro, incluindo seu grupo de convivência para idosos, igreja, supermercado, trabalho, cinema, lojas e outros. 2a. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você ANDA DE ÔNIBUS E CARRO/MOTO? ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 2b. Agora pense somente em relação a caminhar ou pedalar para ir de um lugar para outro em uma semana normal. 2b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você ANDA DE BICICLETA para ir de um lugar para outro por pelo menos 10 minutos contínuos? (não inclua o pedalar por lazer ou exercício) ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 2c. 2c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você CAMINHA para ir de um lugar para outro, como: ir ao grupo de convivência para idosos, igreja, supermercado, médico, banco, visita a amigo, vizinho e parentes por pelo menos 10 minutos contínuos? (NÃO INCLUA as Caminhadas por Lazer ou Exercício Físico) ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para o Domínio 3. DOMÍNIO 3 – ATIVIDADE FÍSICA EM CASA OU APARTAMENTO: TRABALHO, TAREFAS DOMÉSTICAS E CUIDAR DA FAMÍLIA Esta parte inclui as atividades físicas que você fez em uma semana normal/habitual dentro e ao redor da sua casa ou apartamento. Por exemplo: trabalho doméstico, cuidar do jardim, cuidar do quintal, trabalho de manutenção da casa e para cuidar da sua família. Novamente pense somente naquelas atividades físicas com duração por pelo menos 10 minutos contínuos. 3a. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você faz atividades Físicas VIGOROSAS ao redor de sua casa ou apartamento (quintal ou jardim) como: carpir, cortar lenha, serrar madeira, pintar casa, levantar e transportar objetos pesados, cortar grama, por pelo menos 10 minutos contínuos? ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 3b. 3b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você faz atividades MODERADAS AO REDOR de sua casa ou apartamento (quintal ou jardim) como levantar e carregar pequenos objetos, limpar a garagem, serviço de jardinagem em geral, por pelo menos 10 minutos contínuos? ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 3c. 3c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você faz atividades MODERADAS DENTRO de sua casa ou apartamento como: carregar pesos leves, limpar vidros e/ou janelas, lavar roupas a mão, limpar banheiro e o chão. Por pelo menos 10 minutos contínuos? ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para o Domínio 4 DOMÍNIO 4 – ATIVIDADES FÍSICAS DE RECREAÇÃO, ESPORTE, EXERCÍCIO E DE LAZER Este domínio se refere às atividades físicas que você faz em uma semana normal/habitual unicamente por recreação, esporte, exercício ou lazer. Novamente pense somente nas

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atividades físicas que você faz por pelo menos 10 minutos contínuos. Por favor não inclua atividades que você já tenha citado. 4a. Sem contar qualquer caminhada que você tenha citado anteriormente, quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal, você CAMINHA (exercício físico) no seu tempo livre por pelo menos 10 minutos contínuos? ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 4b. 4b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal, você faz atividades VIGOROSAS no seu tempo livre como: correr, nadar rápido, musculação, canoagem, remo, enfim, esportes em geral por pelo menos 10 minutos contínuos? ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 4c. 4c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal, você faz atividades MODERADAS no seu tempo livre como: pedalar em ritmo moderado, jogar voleibol recreativo, fazer hidroginástica, ginástica para a terceira idade, dançar... pelo menos 10 minutos contínuos? ____horas____min____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para o Domínio 5. DOMÍNIO 5 – TEMPO GASTO SENTADO Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado em diferentes locais como exemplo: em casa, no grupo de convivência para idosos, no consultório médico e outros. Isso inclui o tempo sentado, enquanto descansa, assiste a televisão, faz trabalhos manuais, visita amigos e parentes, faz leituras, telefonemas e realiza as refeições. Não inclua o tempo gasto sentado durante o transporte em ônibus, carro, trem e metrô. 5a. Quanto tempo, no total, você gasta sentado durante UM DIA de semana normal? UM DIA _____horas____minutos

Dia da Semana Um dia

Tempo horas/Min. Manhã tarde noite

5b.Quanto tempo, no total, você gasta sentado durante UM DIA de final de semana normal? UM DIA ____horas____minutos

Dia da Semana Um dia

Tempo horas/Min. Manhã tarde noite

Benedetti,2007 Matsudo S, Araújo T, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC, Braggion G. 2001.

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ANEXO C - AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA

NOME:__________________________________________ DATA:____/____/____

Sexo:______________ Data nasc_____/____/____ Idade: _____________

Endereço___________________________________________________________

CIDADE:_______________________ESTADO: ____ Fone:____-______________

Medidas Antropométricas:

Peso (Kg) ___________

Altura (cm) ___________ 1. POTÊNCIA AERÓBICA:

Marcha estacionária de 2 min. _______________

2. FORÇA MUSCULAR MEMBROS SUPERIORES:

Teste de Flexão de cotovelo com halteres ____________

3. FORÇA MUSCULAR MEMBROS INFERIORES:

Teste de Levantar da cadeira em 30 seg. ____________

4. MOBILIDADE GERAL: Velocidade normal de andar (seg.): __________ __________ __________

Velocidade máxima de andar(seg.): __________ __________ __________

Spirduso,1995 Rikli RE, Jones CJ,1999 Matsudo SMM. 2000.

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ANEXO D – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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ANEXO E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 1- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA: Nome: ________________________________________________Sexo: ________ Doc.Identidade RG _____________________________Data Nasc.____/____/____ Endereço:_____________________________________Cidade:_______________ Telefone:______________________________________CEP:_________________ 2- DADOS SOBRE A PESQUISA: a) Título: Impacto do exercício físico nas funções cognitivas de idosos b) Pesquisador(a): Marcia Rosa da Silva Rojo c) Objetivo: Avaliar a eficácia do exercício físico com pesos livres nas funções cognitivas de idosos. d) Participantes: Idosos com idade entre 60 a 80 anos. Esta pesquisa será desenvolvida na UAPEM (União dos Aposentados e Pensionistas de Marília, à Av. Nelson Spielman, 188 em Marília/SP. e) Procedimentos: Este estudo será composto por um grupo de intervenção o qual será a um programa de exercício físico por período de 18 sessões, sendo 2 sessões semanais com 1 hora de duração. Avaliação: Serão aplicados questionários e testes antes do início do Exercício Físico e após as 18 sessões para: Traçar o perfil dos participantes segundo o sexo, idade, estado civil, escolaridade, renda, moradia e saúde; verificar o nível cognitivo dos idosos; investigar o nível de atividade física dos idosos; verificar a aptidão física dos idosos – através de Testes de Aptidão Física. Desenvolvimento do Exercício Físico: Após consentimento de participação da pesquisa e apresentação de atestado médico para liberação para a prática de exercícios físicos, serão prescritos exercícios de mobilidade geral e deslocamento de média e baixa intensidade, treinamento para os membros inferiores com pesos ajustáveis nos tornozelos e para os membros superiores pesos livres de 1 kg e 2 kg e exercícios de alongamento com bastões, bola e theraband, respeitando os limites físicos de cada participante. Serão realizados na posição sentada e em pé, com apoio da cadeira e respeitando a condição física de cada idoso. Desta forma, a realização dos exercícios físicos propostos aos participantes da pesquisa não oferecerá quaisquer riscos previsíveis ou desconforto a estes. Participar desta pesquisa é uma opção e no caso de não aceitar participar poderá desistir em qualquer fase da pesquisa. Caso aceite participar desta pesquisa, esclarecemos que os dados obtidos dos questionários e testes físicos, serão tabulados e terão seus resultados divulgados

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para fins científicos, como revista, congressos e uso de imagem com a não identificação do sujeito (identidade preservada). Acredito ter sido suficientemente informado(a) a respeito das orientações do desenvolvimento desta pesquisa, que foram lidas para mim, descrevendo o estudo: “Impacto do exercício físico nas funções cognitivas de idosos”. Fica claro também que minha participação é isenta de despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo. Certos de poder contar com sua autorização, colocamo-nos à disposição para esclarecimentos através dos telefones: 3417-8211 e (14) 99703-3700 com a pesquisadora Márcia Rosa da Silva Rojo ou no telefone (14) 99784-7108 com o Orientador Responsável pela Pesquisa Prof.Dr. Pedro Marco Karan Barbosa, docente do Curso de Mestrado Acadêmico em Saúde e Envelhecimento da Faculdade de Medicina de Marília- Famema.

Data:____/____/_____ __________________________________________ Assinatura