14
Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos solos dos assentamentos rurais do Pontal do Paranapanema São Paulo: O caso das “parcerias” no Assentamento Santa Teresinha da Alcídia 1 Nivea Massaretto E-mail: [email protected] Graduanda em Geografia Universidade Estadual Paulista Campus Presidente Prudente Bolsista IC FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo João Osvaldo Rodrigues Nunes E-mail: [email protected] Professor Doutor do Departamento de Geografia Universidade Estadual Paulista Campus Presidente Prudente Bolsista IC FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Resumo A região do Pontal do Paranapanema tem sofrido, ao longo das décadas, intenso processo de desmatamento, substituindo áreas nativas de Mata Atlântica e de cerrados, por pastagens e cultivos agrícolas. Este processo histórico é decorrente de uma série de políticas de âmbito público e privado, cujo objetivo era a ocupação do território do Pontal do Paranapanema. Um dos principais resultados desta ocupação, sem planejamento adequado, são os graves problemas de erosão (laminar e linear) em solos com predomínio de classes texturais arenosas, configurando-se em algumas áreas um quadro de degradação com processos de ravinamentos, voçorocamentos, destruição de nascentes, assoreamento de inúmeros córregos, etc. Além deste quadro de degradação ambiental, nos últimos anos tem ocorrido também, um expressivo avanço da monocultura da cana-de-açúcar na região, em especial nos assentamentos rurais, cujos usineiros arrendam terras destinadas à reforma agrária com a conivência do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP). Desta forma, este trabalho tem como proposta principal, analisar os impactos ambientais causados pelo plantio da cana-de-açúcar em assentamentos rurais do Pontal do Paranapanema, antes e após o plantio da cana-de-açúcar, a partir do conceito de multifuncionalidade rural, compreendo este como para essas áreas de assentamento como integrador entre os aspectos físicos e sociais. Palavras-chave: Assentamento rural, solos, cana-de-açúcar, erosão e multifuncionalidade rural. INTRODUÇÃO A região do Pontal do Paranapanema tem sofrido, ao longo das décadas, intenso processo de desmatamento substituindo áreas nativas de Mata Atlântica e de Cerrados por pastagens e cultivos agrícolas. Este processo histórico é decorrente de uma série de políticas públicas cujo objetivo era promover a ocupação do território do Pontal do Paranapanema-SP. Um dos principais resultados desta ocupação, sem planejamento adequado, são os graves problemas de erosão (laminar e linear) em solos com predomínio de classes texturais arenosas, configurando-se em algumas áreas um quadro de degradação com processos de ravinamentos, voçorocamentos, destruição de nascentes, assoreamento de inúmeros córregos, etc. O solo é um dos recursos naturais mais intensamente utilizados na produção de alimentos e, por isso, pode ter sua capacidade produtiva comprometida pela erosão, pelo 1 Eixo: Geografia Ambiental e da Saúde

Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos solos dos assentamentos rurais do Pontal do Paranapanema – São Paulo: O caso das “parcerias” no

Assentamento Santa Teresinha da Alcídia1

Nivea Massaretto E-mail: [email protected]

Graduanda em Geografia Universidade Estadual Paulista – Campus Presidente Prudente

Bolsista IC FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

João Osvaldo Rodrigues Nunes E-mail: [email protected]

Professor Doutor do Departamento de Geografia Universidade Estadual Paulista – Campus Presidente Prudente

Bolsista IC FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

Resumo A região do Pontal do Paranapanema tem sofrido, ao longo das décadas, intenso processo de desmatamento, substituindo áreas nativas de Mata Atlântica e de cerrados, por pastagens e cultivos agrícolas. Este processo histórico é decorrente de uma série de políticas de âmbito público e privado, cujo objetivo era a ocupação do território do Pontal do Paranapanema. Um dos principais resultados desta ocupação, sem planejamento adequado, são os graves problemas de erosão (laminar e linear) em solos com predomínio de classes texturais arenosas, configurando-se em algumas áreas um quadro de degradação com processos de ravinamentos, voçorocamentos, destruição de nascentes, assoreamento de inúmeros córregos, etc. Além deste quadro de degradação ambiental, nos últimos anos tem ocorrido também, um expressivo avanço da monocultura da cana-de-açúcar na região, em especial nos assentamentos rurais, cujos usineiros arrendam terras destinadas à reforma agrária com a conivência do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP). Desta forma, este trabalho tem como proposta principal, analisar os impactos ambientais causados pelo plantio da cana-de-açúcar em assentamentos rurais do Pontal do Paranapanema, antes e após o plantio da cana-de-açúcar, a partir do conceito de multifuncionalidade rural, compreendo este como para essas áreas de assentamento como integrador entre os aspectos físicos e sociais. Palavras-chave: Assentamento rural, solos, cana-de-açúcar, erosão e multifuncionalidade rural.

INTRODUÇÃO

A região do Pontal do Paranapanema tem sofrido, ao longo das décadas, intenso

processo de desmatamento substituindo áreas nativas de Mata Atlântica e de Cerrados por

pastagens e cultivos agrícolas. Este processo histórico é decorrente de uma série de

políticas públicas cujo objetivo era promover a ocupação do território do Pontal do

Paranapanema-SP. Um dos principais resultados desta ocupação, sem planejamento

adequado, são os graves problemas de erosão (laminar e linear) em solos com predomínio

de classes texturais arenosas, configurando-se em algumas áreas um quadro de

degradação com processos de ravinamentos, voçorocamentos, destruição de nascentes,

assoreamento de inúmeros córregos, etc.

O solo é um dos recursos naturais mais intensamente utilizados na produção de

alimentos e, por isso, pode ter sua capacidade produtiva comprometida pela erosão, pelo

1 Eixo: Geografia Ambiental e da Saúde

Page 2: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

uso e manejo inadequados. Desse modo, o conhecimento das relações entre os fatores que

causam as perdas de solo e os que permitem diminuí-las é de fundamental importância para

o planejamento conservacionista (ROQUE et al., 2001).

A erosão é um fenômeno geológico que ocorre, muitas vezes, independente da ação

humana. Este fenômeno natural que remonta às primitivas eras da existência da Terra tem o

equilíbrio dinâmico rompido a partir das intervenções antrópicas. O impacto das gotas de

chuva em um terreno descoberto e o resultante desprendimento das partículas do solo são

as principais causas da erosão hídrica. Portanto, erosão é o processo de desprendimento,

arraste e deposição das partículas do solo causado pela água e pelo vento (BERTONI &

LOMBARDI NETO, 1990).

Conforme Nunes et ali (2006) o problema da erosão deve-se ao fato de que a

mesma ocorre de forma seletiva; num primeiro momento são carreadas as partículas mais

finas, argila e matéria orgânica. Sendo essas as partículas ativas do solo, responsáveis pelo

transporte dos nutrientes, água e sais minerais às plantas, uma vez que se estabeleça uma

situação de perda dessas partículas, ocorrerá redução da fertilidade do solo, diminuição da

capacidade produtiva e conseqüente comprometimento econômico e social.

A história agrícola do Oeste do Estado de São Paulo e, especialmente do Pontal do

Paranapanema, registra intensas mobilizações destinadas à implantação de ciclos

produtivos como o café, algodão, amendoim e pastagens. A utilização desses solos para

produção de alimentos e matérias primas, sem os devidos cuidados conservacionistas,

resultou num processo contínuo de alteração da estrutura natural, ocasionada pelos

implementos agrícolas e preparo intensivo, resultando no aumento das perdas por erosão

(NUNES et ali, 2006).

Sobre estes solos degradados, na década de 80, começou a ocorrer um processo de

ocupação de terras devolutas por parte de determinados movimentos sociais que lutavam

pela melhor distribuição de terras na região do Pontal do Paranapanema. Como resultado,

os Governos Estadual (Instituto de Terras do Estado de São Paulo – ITESP) e Federal

(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA), implementaram uma série

de processos de desapropriação de terras formando assentamentos rurais com os

respectivos lotes para os assentados. Algumas áreas dos assentamentos apresentam

graves problemas de degradação ambiental, principalmente a erosão dos solos.

Na região do Pontal do Paranapanema, mesmo apresentando em algumas áreas um

sério quadro de degradações erosivas, nos últimos anos tem aumentado significativamente

o cultivo da monocultura da cana-de-açúcar, na sua maior parte produção voltada à

exportação. Esse aumento também está relacionado com instalação de usinas de açúcar e

álcool na região.

A instalação das usinas de açúcar e álcool, associado ao histórico de políticas

públicas, por parte das esferas estaduais e federais, no qual pouco tem contribuído ao

Page 3: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

desenvolvimento social e ambiental dos assentamentos rurais, gerando baixos

investimentos em infraestrutura básica e assistência técnica adequada à realidade ambiental

das áreas, tem levado os assentados rurais a arrendarem suas terras para os usineiros,

através das “parcerias”, a fim de obterem maior renda. Dessa forma, a expansão do cultivo

da cana-de-açúcar na região do Pontal do Paranapanema, em especial nos assentamentos

rurais, evidencia uma disputa sócio-territorial e ambiental, de um lado, para produzir a cana

e, de outro, para a produção de alimentos por parte dos assentamentos rurais.

DESENVOLVIMENTO

Atualmente, observa-se o aumento das discussões, dentro das dimensões

acadêmica, econômica, política e social, em relação à agricultura do país e do mundo, que

apresenta questões que vão desde a revolução verde até os dias atuais. Como já é

conhecido, o setor primário é o que mais fornece produtos alimentícios às pessoas e

animais e também à própria indústria, contudo, é um setor que vem sofrendo um declínio

através da redução da população rural e, principalmente, da falta de políticas públicas.

A chamada revolução verde, que ocorreu entre as décadas de 60 e 70, aumentou a

produtividade na agricultura e acreditava que, além disso, poderiam ser resolvidos os

problemas derivados da fome no mundo. Para isso era necessário mecanizar o processo de

produção agrícola, utilizar sementes modificadas e fertilizantes industriais. A utilização

dessa prática trouxe conseqüências negativas tanto pela inserção pesada da mecanização

no campo e da monocultura, que afeta o meio ambiente, como há ainda problemas sociais

decorrente do aumento da concentração fundiária e predomínio da agroindústria, que resulta

num problema social e econômico entre as comunidades rurais mais pobres.

Com o agravamento dos problemas do modelo produtivista descritos acima, “outros

olhares” foram lançados sobre o meio rural, em especial na União Européia, em que o

espaço rural começou a ser visto como portador de soluções para a crise sócio-ambiental.

Esses novos olhares estão associados ao conceito da multifuncionalidade.

O conceito da multifuncionalidade teve origem na França, onde foi incorporada no

debate acadêmico em forma de políticas públicas, numa tentativa de reconhecer as

atribuições desempenhadas pela agricultura de forma “gratuita” ao conjunto da sociedade.

No contexto brasileiro, a incorporação da multifuncionalidade da agricultura nos

meios, acadêmico e político, ainda está em fase inicial, sendo feita com base nos

referenciais franceses. Entretanto, a discussão deste tema é extremamente importante, na

medida em que possibilita uma reavaliação da importância dos espaços rurais e da

agricultura, de forma especial a familiar, pois:

A noção de multifuncionalidade da agricultura familiar representa uma tentativa de reconhecer que os estabelecimentos agrícolas e, portanto, os agricultores que neles vivem e trabalham, estabelecem sua estratégias familiares e desempenham outras “funções” não exclusivamente produtivas e mercantis. Neste sentido, ela procura romper com o enfoque setorial da

Page 4: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

agricultura que deixa de ser entendida apenas como produtora de bens agrícolas e privados, ampliando o campo de suas funções sociais, englobando um conjunto diverso de elementos econômicos, sociais, culturais e ambientais presentes no mundo rural. (grifo nosso) (MULLER, 2007, p. 4)

Romper com essa visão setorial da agricultura é fundamental para que se possam

promover as potencialidades do rural brasileiro a fim de que os agricultores familiares

também possam fazer do meio rural um espaço de vida e de trabalho.

Aspectos como, a conservação dos recursos naturais e da paisagem, a manutenção

de um tecido cultural e social, geração de oportunidades de emprego e renda, local de

turismo e lazer, a segurança alimentar, entre outras contribuições, podem fazer com que o

rural venha a tornar-se o portador de soluções.

Desta forma, entende-se que a multifuncionalidade pode ser uma alternativa aos

assentados de reforma agrária, uma vez que o modelo ideal de assentamento rural que se

espera é que haja a diversificação de culturas, que é justamente a proposta do conceito de

multifuncionalidade.

Todavia, sem as políticas públicas, com incentivo por parte do Estado, está cada vez

mais difícil encontrar assentamentos de reforma agrária que diversifiquem sua produção,

dessa forma, o que se percebe é que em meio às dificuldades enfrentadas pelos

agricultores familiares, estes tentam buscar novas saídas para que possam permanecer em

seus lotes, sendo uma dessas saídas as parcerias com as usinas.

Um exemplo de onde essas características são evidenciadas é na Região do Pontal

do Paranapanema, mais especificamente, nos assentamentos rurais que existem na região.

Desde 1995, o Pontal do Paranapanema ficou conhecido em todo o país pelos conflitos de

terras que apontavam cada vez mais que a Reforma Agrária no Brasil ainda não estaria

resolvida.

Atualmente, observa-se o estabelecimento de grandes empresas sucroalcooleiras

que estão promovendo o cultivo da monocultura de cana-de-açúcar, principalmente voltada

à exportação. Esta expansão está cada vez maior, devido à falta ou ineficiência de políticas

públicas por parte dos órgãos estaduais e federais. Mesmo os assentados rurais que estão

na região há muito tempo, tem realizado parcerias/arrendamento de suas terras com os

usineiros para o plantio da cana-de-açúcar.

As parcerias surgiram após o estabelecimento da Portaria Itesp 077-2004, que

permite, para os lotes dos assentamentos superiores a 15 hectares, um plantio de até 30%

da área total do lote para culturas com fins de processamento industrial. O Artigo 1º

determina,

A elaboração de projetos técnicos relativos ao plantio de culturas destinadas à venda para agroindústrias, nos Projetos de Assentamento de Trabalhadores Rurais implantados nos Termos da Lei Estadual nº 4.957, de 30 de dezembro de 1985, e legislação complementar, reger-se-á por esta portaria. (Portaria ITESP, 077-2004)

Page 5: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

Nesta mesma Portaria, no Artigo 9°, Capítulo VII, estabelece que:

[...] é compromisso da empresa, no caso de plantio de cana-de-açúcar, da recuperação do solo após o encerramento do ciclo da cana, com a destruição da soqueira, sem ônus para o assentado, e especial atenção para o teor da matéria orgânica.

Em algumas parcerias realizadas entre a usina e os assentados rurais, sob a

conivência do ITESP, observou-se em trabalho de campo e em entrevista realizada com

alguns assentados do Assentamento Santa Teresinha da Alcídia, localizado no município de

Teodoro Sampaio – SP, que as usinas plantaram nos lotes, mas não colheram a produção

após a terceira ou quarta rebrota.

Outra informação refere ao não cumprimento do contrato, com o fim do plantio, em

deixar os solos em condições físicas adequadas (construção de curvas de nível e terraços

para evitar problemas de erosão) e químicas (recuperação da fertilidade, etc.), ideais, ou

seja, aparentemente as usinas não cumpriram com o Artigo 9º, Capítulo VII.

Na região do Pontal do Paranapanema existem sete assentamentos rurais em que

os assentados arrendaram parte de seus lotes (30%) para o plantio da cana-de-açúcar.

Dentre os sete assentamentos, foram selecionados três assentamentos (Tabela 01) que

estão situados no município de Teodoro Sampaio – SP. (Figura 01).

Tabela 01- Relação dos assentamentos rurais selecionados que possuem lotes em “parceria” com as

usinas açúcar e álcool na região do Pontal do Paranapanema - Abril 2009

Projeto de Assentamento Estadual

Ano de Criação do

Assentamento

Área do Assentamento (em hectares)

Número Total de

Lotes

Número de Lotes

com parcerias

%

PE Laudenor de Souza 1997 1.545 60 7 11,67

PE Santa Terezinha da Alcídia 1998 1.345 26 24 92,31

PE Vô Tonico 1998 550 19 2 10,53

Total 3.440 105 33 Fonte: Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP); DATALUTA – Banco de dados da luta pela terra. Organização: Nivea Massaretto

Page 6: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

Figura 1. Localização dos três assentamentos rurais no município de Teodoro Sampaio na região Pontal do

Paranapanema-SP.

Caracterização dos aspectos físicos do Pontal do Paranapanema-SP.

De acordo com o Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo na escala 1:

500.000, elaborado por Ross e Moroz (1996), os assentamentos rurais encontram-se

localizados na Bacia Sedimentar do Paraná (morfoestrutura) e no Planalto Ocidental

Paulista (morfoescultura), mais precisamente no Planalto Centro Ocidental, cujas formas de

relevo predominantes são as colinas amplas e baixas com altimetria em torno de 300 a 600

metros, declividade variando entre 10 a 20% e predomínio de Latossolos e de Argissolos.

No relevo local predominam as colinas amplas e pouco dissecadas, de topos

suavemente ondulados com fraco desnível topográfico com as vertentes e baixas

declividades. Em algumas colinas os topos apresentam solos profundos do tipo Latossolos.

Áreas com essas características têm sido utilizadas para o plantio de cana-de-açúcar.

Outro aspecto é o forte desmatamento ocorrido não somente nas áreas a montante

das formas colinosas, mas também a jusante das vertentes em direção aos cursos d’água.

No caso da retirada das matas ciliares, em vários pontos das planícies aluviais e alvéolos

com morfologia de fundo chato, apresentam-se extremamente assoreadas, acarretando uma

sensível diminuição do volume de escoamento das águas superficiais.

Quanto aos aspectos geológicos, os assentamentos rurais estão situados sob a

Formação Caiuá (Grupo Bauru). Conforme é especificado por IPT (1981 a: 48) esta unidade

é constituída por “... arenitos finos a médios, com grãos bem arredondados, com coloração

arroxeada típica, apresentando abundantes estratificações cruzadas de grande a médio

porte. Localmente ocorrem cimento e nódulos carbonáticos”.

Referente aos tipos de solos, de acordo com o Mapa Pedológico do Estado de São

Paulo (OLIVEIRA, 1999), na área de estudo encontram-se os Argissolos Vermelhos (PV4) e

os Latossolos Vermelhos (LV45). Essa classe de solo é resultado da ação intempérica sobre

Page 7: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

os arenitos da Formação Caiuá – Grupo Bauru.

Os Argissolos são, na sua maioria, solos profundos (> 200 cm de profundidade),

apresentando textura média ou arenosa em superfície, sendo facilmente preparados para o

cultivo e vulneráveis a perdas quando expostos aos agentes erosivos. Compreende solos

minerais com horizonte B textural (Bt - acúmulo de argila) imediatamente abaixo do

horizonte A ou E, resultando numa marcante diferenciação entre os horizontes (mudança

textural abrupta) bem como numa maior capacidade de retenção de água. Tais

características permitem enquadrá-lo na classe dos solos altamente susceptíveis à erosão

(LOMBARDI NETO et al., 1991, citados por OLIVEIRA et al., 1999).

Os Argissolos estão associados a relevos suavemente ondulados a ondulados,

desenvolvidos geralmente nas encostas de colinas e morrotes. São, portanto, áreas de

média a alta declividade (6 a 20 %), onde os processos erosivos são mais intensos (BITAR,

1995), carecendo de práticas conservacionistas de suporte, como terraços em desnível, por

exemplo. Os Latossolos são solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte

B latossólico, imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200 cm da

superfície do solo ou dentro de 300 cm se o horizonte A apresentar mais de 150 cm de

espessura (EMBRAPA, 1997).

A classe dos Latossolo ocupa cerca de 50 % da área do Estado de São Paulo

(BRASIL, 1960 citado por OLIVEIRA 1999). Para a região do Oeste Paulista foram

identificadas quatro unidades de mapeamento dos Latossolos Vermelho, sendo as de maior

expressão: LV39 – Distrófico A moderado textura argilosa relevo plano e suave ondulado;

LV45 – Distrófico A moderado textura média relevo plano e suave ondulado; LV63 –

Distrófico textura argilosa relevo plano + ARGISSOLOS VERMELHOS Eutróficos textura

média/argilosa e média relevo suave ondulado ambos A moderado; LV78 – Distrófico A

moderado textura média relevo plano + ARGISSOLOS VERMELHO – AMARELOS e

AMARELOS ambos Eutróficos e Distróficos A moderado textura arenosa/média e média

relevo suave ondulado.

São, em geral, solos com boas propriedades físicas. Situados, na maioria dos casos,

em relevo favorável ao uso de máquinas agrícolas. São solos de excepcional porosidade

total sendo comuns valores de 50-60 % e, conseqüentemente, de boa drenagem interna,

mesmo nos de textura argilosa. Sua elevada friabilidade permite que sejam facilmente

preparados para o cultivo além de serem amplamente utilizados desde a construção civil

bem como, por exemplo, para cobrir células de lixo.

Outro aspecto fundamental para a pesquisa refere-se às condições climáticas. A

região onde se encontram os assentamentos rurais está localizada em uma região climática

do tipo Awa, de acordo com a classificação climática de Köppen. O mês mais frio do ano

(julho) tem temperatura média de 18,1oC e o mês mais quente (janeiro) com 25oC, sendo a

temperatura media anual 22,3oC . Em termos de precipitação, o mês mais seco é agosto,

Page 8: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

com um total médio mensal de apenas 34,8 mm de precipitação, e o mês mais chuvoso é

fevereiro, com um total médio mensal de 182,4 mm. O total médio anual de precipitação é

de 1306,2 mm. Estes aspectos são o resultado da atuação, ao longo do ano, das massas

tropicais e polares, além das perturbações frontais.

A região é caracterizada por uma época quente e chuvosa, que vai de outubro a

março e uma época mais amena e seca, que vai de abril a setembro. A própria classificação

de Köppen estabelece que A representa um clima tropical, w representa a presença de uma

estação seca no inverno e a representa um verão quente. Assim, em linhas gerais o clima

da região em estudo pode ser classificado como clima tropical com estação seca no

inverno e com verão quente.

O balanço hídrico normal (1950-1999) da região em estudo mostra que o mês de

agosto apresenta uma pequena deficiência hídrica (2,9 mm) acentuada por uma retirada

significativa (22,3 mm) de água do solo. O mês de dezembro, embora exiba um excedente

significativo (17,2 mm) repõe quase a totalidade desse valor (15,3 mm) ficando com um

excedente líquido ínfimo (1,9 mm). Os meses de janeiro, fevereiro e março apresentam

excedentes extremamente significativos (somando 133,1 mm) representando cerca de 10%

do total anual precipitado. Isto, em termos de controle de erosão é fundamental. Assim, esta

é a época mais crítica para os controles dos processos erosivos.

Outro aspecto de importância fundamental a ser considerado é a erosividade das

chuvas. O único estudo técnico que pode apresentar alguma informação a respeito desse

parâmetro é o índice de erosividade das chuvas (EI30).

Os valores de erosividade da chuva dependem amplamente das intensidades das

chuvas, muito mais do que dos valores dos totais mensais de chuva. Entretanto, como os

valores intensidade da chuva são extremamente raros (em termos de Brasil), utiliza-se o

recurso de regressões lineares com valores de alguma estação próxima que tenha dados de

precipitação. Desafortunadamente, a estação mais próxima aos assentamentos rurais é a de

Presidente Prudente (a mais de 200 km de distância). Com isso, há um comprometimento

da qualidade da informação com a ausência dos valores de intensidade.

Entretanto, para uma primeira avaliação dos potencias erosivos da região em estudo,

podemos resgatar o estudo de Tommaselli et al. (1999), onde se observa que a região está

submetida a potenciais de erosividade da chuva da ordem de 7000 MJ mm h-1 ha-1,

considerado extremamente elevado, ainda mais se aliado às condições dos solos mais

arenosos com presença marcante nesta região.

Resultados das análises de solos

Em primeiro trabalho de campo, que foi realizado no Assentamento Santa Teresinha

da Alcídia, no Município de Teodoro Sampaio – SP, do total de vinte e seis lotes que

compõem o assentamento, vinte quatro realizaram as parcerias com a Destilaria Alcídia e,

Page 9: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

dentre os lotes com parcerias foram coletados amostras de solo em cinco lotes, conforme

representação estatística. (Figura 02).

Figura 2. Localização dos lotes do Assentamento Santa Teresinha da Alcídia – Município Teodoro Sampaio.

Page 10: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

Os lotes e os pontos de coletas foram definidos de acordo com a declividade e

morfologia do relevo, utilizando planta topográfica do assentamento fornecida pelo Instituto

de Terras do Estado de São Paulo (ITESP).

Nos lotes onde foram coletas as amostras de solos, as informações referentes aos

pontos de coletas nas áreas com cobertura vegetal (áras onde houve o plantio da cana-de-

aúcar) e sem cobertura vegetal (profundidade de 20 cm e de 40 cm), foram organizadas em

quadros, conforme pode ser visto a seguir:

Quadro 1. Descrição Geral do Ponto de Coleta com Plantação de Cana-de-Açúcar no Lote 15. (Figura 03).

Proprietário e Lote: Sra. Maria de Lurdes – Lote 15

Data: 03/10/2009

Área utilizada na plantação da cana-de-açúcar em parceria:

7,7 hectares*

Identificação: Predomínio de Latossolo

Localização, Município, Estado: Assentamento Santa Teresinha da Alcídia, Teodoro Sampaio, São Paulo

Ponto 1: Coordenadas, Altitude 0341247 e 7525042 UTM; 364 m

Ponto 2: Coordenadas, Altitude 0341188 e 7525097 UTM; 364 m

Ponto 3: Coordenadas, Altitude 0341108 e 7525123 UTM; 364 m

Situação e declividade: Média vertente com declividade de 5%

Cobertura vegetal primária e atual: Floresta Tropical Subperenifólia e gramínea

Litologia e Formação Geológica: Arenito da Formação Caiuá

Cronologia: Cretáceo Superior

Relevo local: Colinas com topos suavemente ondulados

Erosão: Não aparente

Drenagem: Bem drenado**

Uso atual: Pastagem

Descrição e coletado por: Elienai Constantino, João Osvaldo Rodrigues Nunes, Nivea Massaretto, Willian Giranda Marques.

*O plantio foi realizado a noite, sendo que era para a usina plantar apenas 3,4 hectares. **Esta condição refere-se ao momento da observação.

Figura 3. Ponto de coleta de amostras em área com plantação de cana no Lote 15.

Page 11: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

Quadro 2. Descrição Geral do Ponto de Coleta sem Plantação de Cana-de-Açúcar no Lote 15. (Figura 04).

Proprietário e Lote: Sra. Maria de Lurdes – Lote 15

Data: 03/10/2009

Identificação: Predomínio de Latossolo

Localização, Município, Estado: Assentamento Santa Teresinha da Alcídia, Teodoro Sampaio, São Paulo

Ponto 1: Coordenadas, Altitude 0341001 e 7525135 UTM; 389 m

Ponto 2: Coordenadas, Altitude 0340903 e 7525151 UTM; 389 m

Situação e declividade: Média vertente com declividade de 5%

Cobertura vegetal primária e atual: Floresta Tropical Subperenifólia e gramínea

Litologia e Formação Geológica: Arenito da Formação Caiuá

Cronologia: Cretáceo Superior

Relevo local: Colinas com topos suavemente ondulados

Erosão: Não aparente

Drenagem: Bem drenado*

Uso atual: Pastagem

Descrição e coletado por: Elienai Constantino, João Osvaldo Rodrigues Nunes, Nivea Massaretto, Willian Giranda Marques.

*Esta condição refere-se ao momento da observação.

Figura 4. Ponto de coleta de amostras em área sem plantação de cana no Lote 15.

Após a coleta, as amostras de solos foram levadas para o Laboratório de

Sedimentologia e Análise de Solos da FCT/Unesp – Campus de Presidente Prudente para a

realização das análises físicas, a fim de obter a granulometria das amostras (areia, silte e

argila). Este procedimento foi feito de acordo com o Manual de Métodos de Análise de Solo

(EMBRAPA, 1997).

Em relação aos resultados das análises físicas, conforme pode ser observado na

Tabela 2 e seu respectivo gráfico (Figura 5), obtiveram-se os seguintes resultados:

Page 12: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

Tabela 02. Resultado da Análise Física do Solo no Lote 15.

LOTE 15 - Amostras AREIA (g.Kg-1

) SILTE (g.Kg-1

) ARGILA (g.Kg-1

)

01 20 cm c/ cana 873,36 31,65 95,00 01 40 cm c/ cana 838,62 7,38 154,00 02 20 cm c/ cana* 02 40 cm c/ cana 873,86 13,15 113,00 03 20 cm c/ cana 875,74 18,26 106,00 03 40 cm c/ cana 806,93 59,07 134,00 01 20 cm s/ cana 841,69 6,31 152,00 01 40 cm s/ cana 831,71 7,30 161,00 02 20 cm s/ cana* 02 40 cm s/ cana 828,63 33,37 138,00 *Devido erro durante o procedimento da análise física, a análise desta amostra será repetida.

Figura 5. Gráfico dos resultados da análise física das amostras de solo no Lote 15.

De maneira geral, o que se observa nos resultados é a maior concentração da areia

em todas as amostras. Isso está relacionado à formação geológica na qual os

assentamentos estão localizados, ou seja, as formações geológicas areníticas do Grupo

Bauru (Formação Caiuá).

A predominância de substrato geológico de rochas sedimentares, especificamente

nas áreas onde se situam os assentamentos rurais, originou, em determinadas áreas, a

formação de Latossolos e Argissolos, com preponderância de textura arenosa nos

horizontes superficiais, o que é demonstrado nos resultados das análises.

Ainda em relação à fração areia, em quase todos os pontos de coleta, identificou-se

diminuição das frações areia de 20cm para 40cm.

Já os lotes com plantio de cana-de-açúcar apresentaram nos horizontes superficiais

maior percentual de areia, comparado com os lotes sem plantio de cana-de-açúcar.

Provavelmente, isto está associado ao maior remanejo do solo nas áreas de plantio

da cana. No caso das áreas em pousio, sem plantio de cana a maior tempo, o sistema

radicular da cobertura vegetal do tipo gramíneas, consegue recuperar em parte a estrutura

do solo e conseqüentemente a matéria orgânica.

Page 13: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

Em relação à presença da fração argila, quanto maior a profundidade maior os

valores. Assim como a areia, na maioria das amostras, a argila é maior nos pontos de coleta

onde não houve plantio da cana-de-açúcar.

Este fato, pode estar associado ao calcário utilizado na correção do solo. Com o

tempo, devido a textura arenosa, as partículas coloidais como matéria orgânica, argila e o

calcário, com a infiltra da água pluvial nos solos, estes materiais são iluviados para

horizontes de subsuperfícies.

O silte apresentou valores baixos, sendo que em nenhuma amostra este valor foi

superior a 10%.

Diante desses resultados, pode-se afirmar que os solos, do lote 15, do Assentamento

Santa Teresinha da Alcídia, com cobertura vegetal e sem cobertura vegetal, onde foram

coletas as amostras em 20 cm e 40 cm predominam grande percentual da fração areia.

Solos com estas características, quando mal manejados e conservados, em períodos

de elevados índices pluviométricos tendem a formar um sério quadro de degradação,

gerando intensos processos erosivos laminares e lineares (ravinas e voçorocas).

Frente a esta situação que, alguns assentados por não possuírem recursos

financeiros compatíveis, para aplicação de técnicas adequadas para melhoria dos solos,

terminaram arrendando parte de seus lotes para o plantio da cana-de-açúcar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Visto as características da multifuncionalidade associadas com as informações

obtidas na realidade dos assentamentos, observa-se que a cana-de-açúcar, enquanto

espécie vegetal, a princípio, não causou danos expressivos nos componentes ambientais,

conforme demonstrado nos resultados das análises físicas, nas quais se observou que os

percentuais das frações de areia, silte, argila, são semelhantes nos pontos onde foi

realizado o plantio da cana-de-açúcar e nos sem plantio.

Entretanto, segundo relatos informais obtidos durante os trabalhos de campo para as

coletas de amostras dos solos, a parceria entre usina e assentados foi prejudicial nos

aspectos sociais e econômicos para os assentados.

Os aspectos sociais e econômicos são fundamentais na perspectiva da

multifuncionalidade, na mesma medida que os ambientais. Deste modo, compreende-se que

o plantio da cana-de-açúcar pode ser uma fonte de renda para os assentados, desde que,

não se torne a única atividade a ser desenvolvida pelas famílias, uma vez que se propõe,

como modelo ideal dos assentamentos, a diversificação de culturas.

É importante ressaltar que este trabalho ainda está em desenvolvimento, sendo que

a próxima etapa a ser realizada são análises químicas, nas quais enfocaremos a fertilidade

dos solos.

Page 14: Impactos ambientais do plantio da cana-de-açúcar nos ...docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/2011/geografiaambientaledasa… · adequado, são os graves problemas de erosão (laminar

REFERÊNCIAS

BERTONI, J. e LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: Ícone, 1990. 355p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solos. 2. ed. Rio de Janeiro, 1997. 212 p. INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Mapa geológico do Estado de São Paulo. São Paulo, 1981. Escala 1:500.000. ITESP. Fundação Instituto de Terras e São Paulo “José Gomes da Silva”. Portaria Itesp – 77, de 27/07/2004 MULLER, J. M. Multifuncionalidade da agricultura e a agricultura familiar: a reconstrução dos espaços rurais em perspectiva. In: VII Congresso Brasileiro de Sistemas de Produção, de 4 a 6 de setembro de 2007, Fortaleza – CE. NUNES, J.O.R.; PERUSI, M.C.; PETERLINI, G.H.C.; TIEZZI, R.O.; PISANI, R.J. e SANTANA, E.L. Variações texturais dos Latossolos Vermelhos do Assentamento Rural Antônio Conselheiro-Mirante do Paranapanema/SP. Geografia em Atos (UNESP), v. 1, p. 30-39, 2006. OLIVEIRA, J.B. Solos do estado de São Paulo: descrição das classes registradas no mapa pedológico. Campinas, Bol. Ci., n. 45, IAC. 1999. 108p. ROQUE, C.G.; CARVALHO, M.P. e PRADO, R.M. Fator erosividade da chuva de Piraju (SP): distribuição, probabilidade de ocorrência, período de retorno e correlação com o coeficiente de chuva. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 25, n. 1, p. 147-156, jan./mar. 2001. ROSS, J.L.S. e MOROZ, I.C. Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, n.10, p.41-56, 1996. TOMMASELLI, J.T.G.; FREIRE, O. e CARVALHO, W.A. Erosividade da chuva na região oeste do estado de São Paulo. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Campinas, n. 7, p.269-276, 1999.