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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS – DCEA CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – BACHARELADO CAMPUS DE CAICÓ INÊS ALINE DE ARAÚJO DANTAS IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTEIO NUMA INDÚSTRIA CERÂMICA E ANÁLISE DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO, PONTO DE EQUILÍBRIO E MARK-UP: UM ESTUDO DE CASO. CAICÓ 2016

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTEIO NUMA … · Foi implantado o sistema de custeio por absorção, determinado ponto de equilíbrio, margem de contribuição e Mark-up das telhas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS – DCEA

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – BACHARELADO

CAMPUS DE CAICÓ

INÊS ALINE DE ARAÚJO DANTAS

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTEIO NUMA INDÚSTRIA

CERÂMICA E ANÁLISE DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO, PONTO

DE EQUILÍBRIO E MARK-UP: UM ESTUDO DE CASO.

CAICÓ

2016

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INÊS ALINE DE ARAÚJO DANTAS

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTEIO NUMA INDÚSTRIA

CERÂMICA E ANÁLISE DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO, PONTO

DE EQUILÍBRIO E MARK-UP: UM ESTUDO DE CASO.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Ciências Contábeis, do Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito final para a obtenção do título de Bacharela em Ciências Contábeis, sob a orientação do professor Ms. Alex Sandro Macêdo.

CAICÓ

2016

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INÊS ALINE DE ARAÚJO DANTAS

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CUSTEIO NUMA INDÚSTRIA

CERÂMICA E ANÁLISE DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO, PONTO

DE EQUILÍBRIO E MARK-UP: UM ESTUDO DE CASO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para a obtenção do grau de

Bacharela do Curso de Ciências Contábeis do Centro de Ensino Superior do Seridó, da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela seguinte banca:

____________________________________________________

Prof. Ms Alex Sandro Macêdo (Orientador)

Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas – CERES/UFRN

_______________________________________________________

Sócrates Dantas Lopes (Prof. Examinador 1)

Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas – CERES/UFRN

________________________________________________________

Celso Luís Souza de Oliveira (Prof. Examinador 2)

Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas – CERES/UFRN

CAICÓ

2016

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES Caicó

Dantas, Inês Aline de Araújo. Implantação de um sistema de custeio numa indústria cerâmica e análise da margem de contribuição, ponto de equilíbrio e mark-up: um estudo de caso / Inês Aline de Araújo Dantas. - Caicó/RN: UFRN, 2016.

53f.: il.

Orientador: MS. Alexsandro Macêdo de Oliveira. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ensino Superior do Seridó - Campus Caicó. Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas. Curso de Ciências Contábeis. TCC - Bacharelado em Ciências Contábeis.

1. Custos. 2. Gestão. 3. Absorção. I. Oliveira, Alexsandro Macêdo de. II. Título.

RN/UF/BS-CAICÓ CDU 657

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Dedico este trabalho à minha mãe (in memoriam) que

lutou e se dedicou por mim até os seus últimos

momentos de vida para que eu me tornasse quem eu sou

hoje, ao meu pai, aos meus irmãos, a minha sobrinha, a

minha cunhada, e ao meu noivo que sempre está ao meu

lado me apoiando em tudo.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me dado à permissão de vir ao mundo, por ter me feito

entender tudo o que aconteceu na minha vida e por ter me concedido a oportunidade de

agradecer a minha mãe tudo o que ela fez por mim, quando ela ainda estava entre nós.

A minha mãe Vera, minha heroína, que me deu total apoio desde o meu nascimento,

que passou nove dias comigo na UTI depois do parto, que nunca mediu esforços para me

ver indo para a aula, mesmo com todas as dificuldades e comentários maldosos que nos

rodeavam. Obrigado por todos os NÃOS que a senhora meu deu, por ter tido todo o

cuidado do mundo desde a infância até a adolescência para que eu me tornasse quem eu sou

hoje.

Por todas as vezes que você não me deixou fazer o que eu queria na adolescência,

por ter me incentivado a continuar estudando mesmo com a reprovação no primeiro

vestibular. Por ter cuidado de mim novamente, como se eu fosse uma bebê depois do meu

acidente, pelos cinco meses que passou no hospital pós-acidente, por toda a força, todo

amor, toda dedicação e por tudo que eu sou hoje. Tudo isso eu agradeço a senhora minha

mainha, que mesmo não estando aqui para comemorar o nosso sonho, tenho certeza que em

algum lugar do céu está vibrando a nossa vitória.

Ao meu pai Del por sempre acreditar em mim, por não medir esforços para que eu

estudasse, por sempre me incentivar a crescer na vida, por todo o apoio e dedicação para

que eu chegasse até aqui, e por toda a segurança que me passa, de forma que eu nunca me

sinto sozinha.

Aos meus irmãos Túlio e Augusto por toda a companhia desde o meu nascimento,

por todas as arengas, risos, por terem me ensinado a dividir as coisas e por todo o apoio nas

horas difíceis, principalmente no período da morte da nossa mãe. Momento que fez com

que nós nos uníssemos mais do que nunca, muito obrigada a vocês dois por me darem

conselhos quando eu os peço e por estarem sempre comigo.

A minha cunhada Amor, por ter aparecido nas nossas vidas, tirado meu irmão

Augusto das bebidas e nos dado uma luz, uma benção, a nossa princesa Priscila, que é o

amorzinho de titia, obrigada por ter feito nossas vidas mais felizes.

Ao meu noivo Fred, a quem eu tenho profunda gratidão a Deus por ter o colocado na

minha vida. Obrigada por ser essa pessoa tão maravilhosa que me ensinou a amar de uma

forma que eu nunca pensei amar ninguém, agradeço por está sempre comigo nos momentos

bons e ruins, por me incentivar a estudar para chegar onde almejo, por me dizer sempre que

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eu sou capaz, por me dar amor, carinho, atenção, em fim tudo o que eu precisava para

completar a minha felicidade.

A Letícia e Stenio, por me darem a oportunidade do primeiro emprego, e me

ensinarem como trabalhar e lidar com as pessoas, por todo o incentivo para escolher o curso

de Ciências Contábeis e por me guiarem ao EJC para que eu enxergasse o mundo e os

problemas de uma forma diferente.

A todos os meus amigos, em especial a Letícia por toda a companhia de infância e

adolescência; a Júnior e Bruna por toda a caminhada do IFRN e por nunca terem me

deixado desistir, a vocês obrigada pelo apoio quando eu me acidentei; a Elizângela por ter

cuidado de mim como se eu fosse uma irmã, uma filha, em todo o período que eu ainda

estava me recuperando, amo vocês como se fossem meus irmãos.

A Pai Beto e Mãe Zenilda por terem me ensinado a colocar Deus em primeiro lugar

na minha vida, por terem me ensinado que nada na vida acontece por acaso, e que tudo tem

um propósito, por todas as orações, e por abrirem a empresa de vocês para que eu pudesse

realizar o meu Trabalho de Conclusão de Curso.

Аоs amigos е colegas da Universidade, pelo incentivo е apoio constante, em especial

a Juliana, Jéssika, Beatriz, Ruan e Humberto por todos os trabalhos realizados desde o

primeiro até o último.

A todos que fizeram parte da minha caminhada nesses cinco longos anos, em

especial, as minhas famílias biológicas, família IFRN e UFRN, Família Real sabor, Família

EJC, Família HDML e Família JRA.

A todos os professores (Ricardo, Clara, Luziana, Carlos Wanderley, Cici, Ney,

Celso, Virna, Rogério e todos os outros), todo o conhecimento repassado foram válidos e

importantes para a minha caminhada. Obrigada em especial ao meu orientador Alex pela

orientação, dedicação, paciência e ensinamentos passados.

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Aprendi que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos.

William Shakespeare

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RESUMO

A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para os gestores de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de custos, margem de contribuição, ponto de equilíbrio e Mark-up para auxiliar o gestor nas tomadas de decisões. Elaboramos um estudo de caso com o objetivo de evidenciar um sistema de custeio para uma indústria do setor de cerâmica que produz telhas e lajotas, para que esta saiba o quanto custa, e o quanto lucra em cada produto, para que consiga proporcionar um maior controle da sua empresa, utilizando a gestão de custos para obter melhor competitividade no mercado. Ao término deste estudo foi constatado que a empresa se baseava apenas nas experiências e no preço de mercado para determinar o seu preço de venda, ou seja, não tinha controle sobre os seus custos, o que consequentemente, levava a mesma a não alcançar a meta de lucratividade desejada pelos gestores. Foi implantado o sistema de custeio por absorção, determinado ponto de equilíbrio, margem de contribuição e Mark-up das telhas e lajotas. Palavras-chave: Custos, gestão, absorção.

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ABSTRACT Cost accountancy is the accountancy branch which is destined to produce information to a company manager, as assistance to the functions of cost determination, contribution margin, breakeven point and Mark-up to help the manager in decision making. A case study has been prepared with the objective of evidencing a costing system to a company that belongs to the pottery sector which produces roof tiles and covering, so the company can be aware of how much it costs, and how much it profits in every product, thus the company can provide wider control of itself, using cost managing to obtain a better competitiveness on the market. By the end of this study, it was verified that the company based only on experiences and the market price to determine its selling price, that is, it did not have control about its costs, what consequently, took the company no to reach the profit goal desired by the managers. It has been implanted a cost system by absorption, a determined breakeven point, contribution margin and the roof tiles and covering Mark-up. Keywords: Costs, Management, Absorption.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – CUSTEIO POR ABSORÇÃO............................................................................25

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LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS.....................................................................41 GRÁFICO 2 – LUCRO UNITÁRIO EM PERCENTUAL......................................................43 GRÁFICO 3 – LUCRO EM R$ AO FINAL DO MÊS DE OUTUBRO DE 2016..................43

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LISTA DE TABELAS TABELA 1 – CUSTO DO BARRO POR CAIXÃO MISTURADOR....................................36 TABELA 2 – PRODUÇÃO DE TELHA MENSAL................................................................37 TABELA 3 – PRODUÇÃO DE LAJOTA MENSAL..............................................................37 TABELA 4 – VALOR DO MATERIAL DIRETO TOTAL....................................................37 TABELA 5 – CUSTO DIRETO UNITÁRIO...........................................................................38 TABELA 6 – APROPRIAÇÃO DE FÉRIAS + 1/3 E 13° SALÁRIO.....................................38 TABELA 7 – MÃO DE OBRA................................................................................................39 TABELA 8 – CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO.....................................................40 TABELA 9 – APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS......................................................................40 TABELA 10 – RECEITA DE VENDAS.................................................................................41 TABELA 11 – DRE TELHA....................................................................................................42 TABELA 12 – DRE LAJOTA..................................................................................................42 TABELA 13 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO – TELHA E LAJOTA..............................44 TABELA 14 – DADOS JÁ OBTIDOS ...................................................................................45 TABELA 15 – PONTO DE EQUILÍBRIO..............................................................................45 TABELA 16 – DRE – PROVA DO PONTO DE EQUILÍBRIO.............................................45 TABELA 17 – MARK-UP TELHA.........................................................................................46 TABELA 18 – MARK-UP LAJOTA.......................................................................................47

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MOD: Mão de Obra Direta FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço CIF: Custos Indiretos de Fabricação ABC: Sistema de custeio Activity based costing MCT: Margem de Contribuição Total MCU: Margem de Contribuição Unitária RBTVP: Receita Bruta Total Vendida em Produtos CVT: Custos Variáveis Totais DVT: Despesas Variáveis Totais PV: Preço de Venda MK Mark-up DAS: Documento de Arrecadação do Simples CTPS: Carteira de Trabalho e Previdência Social TRABAL: Trabalhados MIST: Misturador PROD: Produção QDE: Quantidade VR: Valor CdT: Custo Direto Total CdU: Custo Direto Unitário % CD: Percentual de Custos Diretos SESI: Serviço Social da Indústria SESC: Serviço Social do Comércio SENAI: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAC: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas MIN: Minutos UNIT: Unitário ModT: Mão de Obra Total ModU: Mão de Obra Unitária VEND: Vendido DRE: Demonstração do Resultado do Exercício Md: Materiais Diretos CTU: Custos Totais Unitários ∑: Somatório

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 17

2.1 ORIGEM DA CONTABILIDADE DE CUSTOS ..................................................... 17 2.2 TERMINOLOGIAS UTILIZADAS EM CONTABILIDADE DE CUSTOS .......... 19

2.2.1 Gasto: ................................................................................................................. 19

2.2.2 Investimento: ..................................................................................................... 20

2.2.3 Custo: ................................................................................................................. 20

2.2.4 Despesa: ............................................................................................................. 21

2.3 CLASSIFICAÇÕES DOS CUSTOS ......................................................................... 21

2.3.1 Quanto ao objeto a ser custeado: Em custos diretos e indiretos. ................. 21

2.3.2 Quanto ao volume de produção ou venda: Em custos fixos e variáveis. ..... 22

2.4 ELEMENTOS FORMADORES DOS CUSTOS INDUSTRIAIS ............................ 23

2.4.1 Materiais: .......................................................................................................... 23

2.4.2 Mão de obra: ..................................................................................................... 24

2.4.3 Custos Indiretos de Fabricação: ...................................................................... 24

2.5 MÉTODOS DE CUSTEIO ........................................................................................ 25

2.5.1 Custeio por absorção ........................................................................................ 25

2.5.2 Custeio variável ................................................................................................ 28

2.5.3 Custeio ABC (Activity-based costing, ou custeio baseado em atividades) .. 29

2.6 CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÃO ............................................................. 31

2.6.1 Margem de contribuição .................................................................................. 31

2.6.2 Ponto de Equilíbrio Contábil ........................................................................... 32

2.6.3 Formação de preço de venda e Mark-up ........................................................ 33

3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 35

3.1 ABORDAGENS TEÓRICO-METODOLÓGICAS DA PESQUISA ....................... 35

3.2 O CONTEXTO DA PESQUISA: ESPAÇO E SUJEITOS DA INVESTIGAÇÃO .. 35

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA E SELEÇÃO DOS DADOS ............................... 36

3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............ 36

4 ANÁLISE E DISCURSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................... 36

4.1 DESCRIÇÕES DO OBJETO DE ESTUDO ............................................................. 36

4.2 ELABORAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTOS ......................................................... 37

4.2.1 Materiais Diretos .............................................................................................. 37

4.2.2 Mão de Obra Direta ......................................................................................... 40

4.2.3 Custos Indiretos de Fabricação (CIF) ............................................................ 41

4.2.4 Apropriação dos Custos ................................................................................... 42

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4.3 RECEITAS APURADAS .......................................................................................... 43

4.3.1 Demonstração do Resultado do Exercício ...................................................... 44

4.4 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ............................................................................ 46

4.5 PONTO DE EQUILÍBRIO ........................................................................................ 47

4.6 MARK-UP ................................................................................................................. 48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 51

6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 52

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15 1 INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial provocou um grande aumento na quantidade de empresas, na

diversificação dos produtos, serviços e das suas diversas atividades. Com isso, para se

sustentarem no mercado os empresários tiveram que buscar mecanismos eficientes de forma a

aperfeiçoar a gestão de seus custos com a nova forma de elaboração dos produtos. De acordo

com Schimidt:

O crescimento dos negócios em tamanho, em complexidade e em diversidade geográfica ocorrido no século XIX levou os administradores a aperfeiçoar seus sistemas contábeis para possibilitar o fornecimento de informações necessárias às várias decisões gerenciais, incluindo desempenho, avaliação, planejamento e controle. O estudo e a prática da contabilidade gerencial foram desenvolvidos para produzir esses sistemas e fornecer as informações necessárias para tomada de decisões gerenciais (SCHIMIDT, apud PADOVEZE, 2013, p. 30).

A contabilidade de custos é importante para o sucesso da empresa, pois a partir dela

pode-se ter conhecimento sobre todas as bases de formação dos preços, através da

identificação do custo no produto. Sobre esse custo é possível calcular o Mark-up, que é à

margem de lucro esperada pelo administrador.

Hoje ainda existem empresas que não tem conhecimento sobre sistemas de custeio

ou possuem uma planilha com um dos sistemas de custeio – Absorção, Variável, ABC entre

outros – mas não são analisadas constantemente, desta forma os custos podem estar sendo

alocados incorretamente. “A empresa que desconhece seus custos ficará em situação

desvantajosa, pois o preço de venda sendo determinado pelo mercado se a empresa não

possuir preços competitivos não conseguirá retorno de seus investimentos” (RAMACIOTTE,

2001, p.2).

Os empregos dos métodos de custeio no setor de indústria cerâmicos do Seridó

Potiguar ainda encontram-se insipientes, pois a maioria delas não conhece o custo do seu

produto e se baseiam no preço de mercado e nas práticas do ramo de negócio para compor o

preço da mercadoria. Esses métodos são bastante diversos, o que leva a seguinte questão:

Qual o custo dos produtos e como aplicar um sistema de custeio numa indústria cerâmica?

Os objetivos deste trabalho representam o fim a que o trabalho se pretende atingir,

buscamos dar uma resposta ao problema formulado. O objetivo geral desta pesquisa é

evidenciar um sistema de custeio que se adeque aos processos de produção da indústria

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16 cerâmica X – ME que funciona no município de Carnaúba dos Dantas, cidade localizada no

interior do Rio Grande do Norte. Para tal, definiram-se os seguintes objetivos específicos:

• Expor os principais sistemas de custeio;

• Analisar os custos de produção de todos os produtos da indústria;

• Propor um método de custeio que melhor se adeque a empresa;

• Determinar a Margem de Contribuição, o Ponto de Equilíbrio Contábil e o Mark-up

dos produtos;

Segundo (BEUREN, et al, 2008, p. 66), “na seção da justificativa, o estudante deve

discorrer de forma breve, mas completa, sobre a relevância da pesquisa a que se propõe”.

Conforme exposto, o autor salienta sobre a relevância do estudo e qual seu impacto

profissional e social para a área estudada.

A noção sobre todos os custos da mercadoria (Matéria prima, Mão de obra direta e

custos indiretos de fabricação), Margem de contribuição, Ponto de Equilibro e Mark-up são

grandes auxiliadores dos empresários no exercício da sua atividade, pois dão a ele a

capacidade de determinar com precisão (ou menor erro) o preço final dos seus produtos. É

indispensável e fundamental para a continuidade e crescimento da empresa conhecer seus

custos, para que se tenha um melhor planejamento das ações, desde o recebimento dos

insumos, até a entrega dos produtos ou serviços finais.

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17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ORIGEM DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

O custo de uma mercadoria ou serviço representa o esforço necessário à

concretização ou realização do referido bem. A Revolução Industrial, iniciada no século

XVIII na Inglaterra representa um divisor de águas na maneira de como este custo é

calculado. Antes deste marco histórico, os trabalhos eram realizados em manufaturas, onde o

trabalho era praticamente todo manual, com o auxílio de algumas máquinas simples e os

artesãos dominavam todo o processo produtivo, de modo que o custo final de produção era

considerado no todo em função das matérias primas, transporte e estocagem empregada nesse

bem. De acordo com Martins, “Até a revolução industrial (Século XVIII), quase só existia a

contabilidade financeira (ou Geral), que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem

estruturada para servir empresas comerciais” (MARTINS, 2010, p. 9).

Com o advento da Revolução Industrial, houve, através do emprego de máquinas na

fabricação de bens, perca no controle do processo produtivo por parte dos trabalhadores, pois

estes passaram a trabalhar para um patrão. A elevação da complexidade do processo

produtivo e o aumento da produção fizeram com que os empresários se preocupassem com a

fonte de combustível, estoque, manutenção e atualização tecnológica destes aparatos de

produção, além de mão-de-obra qualificada a operá-las. O ganho de produção gerado pelo

emprego das máquinas é inegavelmente superior aos métodos empregados antes da Revolução

Industrial, assim como o emprego de insumos, pois a máquina geralmente opera a uma

velocidade maior que o processo manual.

Como a contabilidade de custos era planejada apenas para servir a empresas

comerciais, os contadores tiveram que buscar formas para calcular os custos de produção das

indústrias. “A preocupação primeira dos Contadores, Auditores e Fiscais foi a de fazer da

contabilidade de custos uma forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos

estoques e do resultado” (MARTINS, 2010, p. 21).

Graças ao crescimento e a criação de novas empresas, a distância entre o empresário,

seus ativos e funcionários, o aumento da concorrência, entre outros fatores, os gestores

tiveram que procurar maneiras para alcançar melhores resultados e permanecerem no

mercado. A contabilidade de custos, nesse momento passou a ser encarada como uma

eficiente ferramenta gerencial.

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18

As buscas por melhores resultados são feitas por todos os tipos de empresas desde as

Micro até as empresas de Grande Porte, pois as que melhor administrarem suas atividades

terão maiores chances de sucesso. Nesse caso o cálculo dos custos dos produtos é

imprescindível para o sucesso dos seus estabelecimentos.

Atualmente, além de adequar-se as exigências do mercado consumidor, os

empresários devem possuir um gerenciamento otimizado no controle de seus custos. Pois

vivemos num mundo cada vez mais competitivo, onde quem se firma no mercado são aquelas

empresas que junto aos administradores buscam conhecimento sobre o seu cliente e sobre as

vantagens de se utilizar controle de custos. Vejamos o que Padoveze escreve em relação aos

custos,

É imprescindível o conhecimento do custo de cada produto ou serviço separadamente, em termos unitários. A necessidade dessa informação decorre fundamentalmente da premência de se estabelecer ou parametrizar o preço de venda do produto ou serviço a ser oferecido ao cliente (PADOVEZE, 2013, p. 10).

Esse mesmo autor acrescenta que, “mesmo aceitando que o mercado possa

estabelecer o preço, o custo unitário é elemento fundamental para parametrizar todas as

decisões de fabricar ou não um produto, bem como é a informação básica para ofertar o

produto ao mercado” (PADOVEZE, 2013, p. 10).

A contabilidade de custos tem fundamental importância para a continuidade e

crescimento das empresas, pois ela produz informações precisas e relevantes para a tomada de

decisões, tais como: a quantidade que se deve vender para obtenção de lucro, ou prejuízo, se é

rentável produzir ou não um determinado produto. “Assim, a contabilidade de custos vem

criando sistemas de informações que permitam melhor gerenciamento dos custos”

(MARTINS, 2010, p. 22).

São vários os sistemas utilizados para gerenciar e organizar as informações

produzidas pela contabilidade de custos, e o contador, consultor, a pessoa que produzi-lo

deverá indicar o método que melhor atende a finalidade da empresa.

Uma das funções dessa contabilidade é fornecer opções e dados confiáveis para a

escolha da melhor estratégia. Assim, o empresário pode decidir até onde pode diminuir seu

preço de venda, sem ter prejuízo. No entanto, muitos empresários ainda continuam utilizando

maneiras inadequadas para gerir seus custos, baseados apenas na sua experiência e/ou no que

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19 eles supõem que é certo. Fazendo uso de formas inadequadas eles acabam perdendo, diante da

competitividade instalada no mercado ao qual estão inseridos.

Para compreendermos melhor, vamos a definição de custos escrita por MARTINS,

esse autor define a palavra custos da seguinte forma:

O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: a matéria prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o custo da matéria prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até sua venda (MARTINS, 2010, p. 25).

Visto isso, é necessário avaliar cada item que compõe o produto, como a matéria

prima, mão de obra, materiais diretos, assim como conhecer todo o procedimento industrial,

pois dependendo do estágio de produção, o item é classificado como gasto, custo, despesa ou

investimento.

Essa classificação é essencial para demonstrar a situação de cada produto nos

estágios de produção e facilitar a elaboração de um sistema de custeio confiável. De forma

que a partir das informações contidas no sistema o empresário possa planejar ações seguras e

tomar decisões que possam favorecê-lo no mercado.

2.2 TERMINOLOGIAS UTILIZADAS EM CONTABILIDADE DE CUSTOS

Determinados termos como: gasto, investimento, custo, despesa são bastantes

utilizados como sinônimos. De fato, o significado é parecido, mas existe uma distinção entre

eles, e para elaboração de um sistema de custeio confiável, que venha a ser utilizado pelo

empresário para tomar decisões, sendo assim faz-se necessário entender cada uma das

definições dos referidos termos.

2.2.1 Gasto

É um termo amplo, utilizado quando acontece o reconhecimento contábil da dívida

ou o pagamento da mesma por parte da empresa que adquiriu bens ou serviços. Ou seja, é

quando a empresa gasta recursos ou contrai obrigações para atender as finalidades da empresa

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20 no setor de produção, administração ou vendas. Representa todo o esforço necessário para a

compra de matéria prima, pagamento de salário, aquisição de máquinas, equipamentos, entre

outros.

Segundo Martins, gasto representa “compra de um produto ou serviço qualquer, que

gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por

entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)” (MARTINS, 2008, p. 24).

Nesse sentido Padoveze acrescenta: “Utilizamos, então, a palavra gastos, quando queremos

nos referir genericamente a custos, despesas ou investimentos” (PADOVEZE, 2013, p. 16).

2.2.2 Investimento

São todos os gastos destinados a aquisições de bens ou serviços que trarão benefícios

futuros, ligados ao imobilizado ou intangível, os quais com o passar do tempo se tornam

obsoletos e são transformados em custos ou despesas de acordo com a amortização ou

depreciação dos mesmos. A matéria prima é um gasto estocado no ativo temporariamente

classificado como circulante, as máquinas e equipamentos, veículos, móveis e utensílios são

gastos que se transformam em investimento permanente. Sobre isso Martins escreve que:

Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos (MARTINS, 2008, p. 25).

2.2.3 Custo

Os custos são os gastos necessários para fabricação dos produtos e/ou prestação dos

serviços da empresa, reconhecidos como custos quando ocorre o consumo do bem/ serviço

adquirido para fabricação de um novo bem. Podemos citar como exemplo, a matéria prima,

quando comprada é um gasto, imediatamente alterada para investimento circulante quando

encaminhada a estoque, transformada em custo assim que utilizada para produção de bens ou

prestação de serviços.

Clóvis Luís Padoveze no livro Contabilidade de Custos, escreveu que “podemos

dizer que os custos são gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando os

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21 produtos, objetos desses gastos forem gerados. São gastos utilizados à área industrial da

empresa” (PADOVEZE, 2013, p. 16).

2.2.4 Despesa

Ao escrever sobre o termo Despesa, Martins contextualiza que é um “Bem ou serviço

consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas” (MARTINS, 2010, p. 25).

Nesse sentido, podemos afirmar que despesas são gastos realizados com a administração da

empresa e com o intuito de obtenção de receita de vendas. Normalmente não está ligado a

transformação da matéria prima em produto final, ou não é concretizado dentro da indústria,

mas não deixa de ser um sacrifício financeiro para geração de receitas. Como o pagamento de

comissão ao vendedor que atingiu metas, os juros pagos por boletos em atraso, os honorários

administrativos, entre outros.

2.3 CLASSIFICAÇÕES DOS CUSTOS

A necessidade de informações para uma boa gestão de custos exige conhecimento de

todos os gastos tidos na empresa. Esses diversos gastos possuem natureza e objetivos

diferentes no que se refere ao processo de transformação de cada produto ou serviço. E é

justamente pela natureza e objetivo do gasto que ele se classifica de duas maneiras:

2.3.1 Quanto ao objeto a ser custeado: Em custos diretos e indiretos

• Custos diretos:

Os custos diretos são custos que por sua natureza, características próprias e

objetividade podem ser fisicamente identificados nos produtos finais, pela possibilidade de

medição do insumo no produto final.

São os custos alocados direta e objetivamente aos produtos, de forma que eles podem

ser fisicamente identificados nos produtos finais, pela possibilidade de medição do insumo no

produto final, por exemplo, a Matéria Prima e as embalagens de algum produto. “Custos

diretos de um objeto de custo são relativos ao objeto de custo em particular e podem ser

rastreados para aquele objeto de custo de forma economicamente viável (de custo eficaz). Por

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22 exemplo, o custo das latas ou garrafas é um custo direto da Pepsi” (HORNGREN, 2013, p.

26).

• Custos indiretos:

Por sua vez, os custos indiretos são os custos que são alocados indiretamente aos

produtos, por razões operacionais não há possibilidade de medição individual e consequente

apropriação direta, esses custos são alocados aos produtos em função de alguma base de

rateio. Como por exemplo, a mão de obra indireta que é composta pelos departamentos

auxiliares em indústrias como o salário dos supervisores etc. E materiais indiretos que são

empregados nas atividades acessórias da produção como graxas e lubrificantes.

Silvio Aparecido Crepaldi em: Contabilidade Gerencial: teoria e prática, exemplifica

que os custos indiretos “são os que, para serem incorporados aos produtos, necessitam da

utilização de algum critério de rateio. Exemplos: aluguel, iluminação, depreciação, salário de

supervisores, etc.” (CREPALDI, 1998, p. 59).

2.3.2 Quanto ao volume de produção ou venda: Em custos fixos e variáveis

• Custos fixos:

O Custo fixo é aquele que não se altera, e se mantém constante independente do

volume de produção e vendas, ou seja, quanto maior a produção menor será o custo fixo por

unidade. Como o valor do aluguel de um prédio para uso da produção, é um valor fixo

normalmente contratado por mês, de acordo com o contrato firmado entre as partes.

O autor Evandir Megliorini na obra Custos: análise e gestão, Segundo define custo

fixo da seguinte forma:

Custos fixos: são aqueles que decorrem da manutenção da estrutura produtiva da empresa, independendo da quantidade que venha a ser fabricada dentro do limite da capacidade interna. Exemplos desse comportamento são o custo do aluguel e a depreciação. Tanto faz a fábrica produzir 0 quanto produzir 10 toneladas de produto – os custos fixos permanecerão os mesmos (MEGLIORINI, 2007, p. 10).

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23

• Custos Variáveis

Já os custos variáveis são assim chamados pelo fato de variarem na proporção do

volume de produção, seu valor depende diretamente da quantidade produzida, ou seja, quanto

maior a produção maior será o valor dos custos variáveis totais. A matéria prima e

embalagens utilizadas que são materiais diretos, dentre outros, são itens que variam de acordo

com a produção.

O consumo de materiais diretos depende do volume de produção, segundo Martins:

“Quanto maior a quantidade produzida, maior seu consumo. Dentro, portanto de uma unidade

de tempo (mês, nesse exemplo), o valor do custo com tais materiais varia de acordo com o

volume de produção; logo, materiais diretos são custos variáveis” (MARTINS, 2010, p. 49).

2.4 ELEMENTOS FORMADORES DOS CUSTOS INDUSTRIAIS

A indústria é uma empresa que tem por característica principal transformar insumos

em produtos finais destinados a venda. O somatório do valor de todos os insumos compõe o

custo industrial, ou custo de fabricação. Sobre isso Ribeiro afirma que “são três os elementos

componentes do custo de fabricação: Materiais, Mão de obra e Gastos gerais de fabricação,”

(RIBEIRO, 2015, p. 26). Como definiremos a seguir:

2.4.1 Materiais

Conhecemos como materiais todos os insumos utilizados na produção de um bem,

normalmente são as matérias primas, as embalagens, os componentes prontos e outros

materiais diretos utilizados no processo de fabricação. São acrescidos a eles todos os gastos

adicionais, tais quais: transporte, armazenagem, entre outros, segurança.

Sobre os materiais Martins assegura que,

Se um material foi adquirido para revenda, integra seu valor no ativo todos os gastos suportados pela empresa para colocá-lo em condições de venda; se o adquiriu para consumo ou uso, fazem parte do montante capitalizado os gastos incorridos até seu consumo ou utilização (MARTINS, 2010, p. 117).

Podemos citar como exemplo, uma empresa que produz Doce de leite, a matéria prima

é o leite, (seu valor é composto pelo somatório entre o leite e o do transporte do mesmo até a

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24 empresa), o açúcar é classificado como outro material direto utilizado no processo de

produção e o pote de vidro é a embalagem.

2.4.2 Mão de obra

Enquadram-se aqui todos os gastos com a mão de obra direta relativos a salários, a

benefícios que os empregados têm direito como vale-transporte, vale-alimentação, assistência

médica, assim como os encargos sociais relativos a obrigações previdenciárias da empresa, e

o Fundo de Garantia do tempo de Serviço (FGTS) dos empregados.

A Mão de Obra Direta é relativa a quem trabalha com o produto em elaboração,

desde que seja possível mensurar o tempo e a pessoa que executou o trabalho sem necessitar

de rateio, já a Mão de Obra Indireta recorre aos critérios de rateio para ser identificada. No

entanto, mesmo existindo a possibilidade de medição da Mão de Obra Direta, por razões

financeiras ou dificuldade de medição em grande parte das empresas. Martins contextualiza

que a Contabilidade de Custos a trata como Indireta,

Devido à adoção de sua alocação por critérios estimativos (como ocorre com vários outros custos diretos, como materiais, tintas etc.) Essas Razões de desistência de medição podem ser: pequeno valor da Mão de Obra, inexistindo interesse de uma medição mais apurada; custo elevado para se fazer à medição; dificuldade de se processar a mensuração (como no caso de um homem operando diversas máquinas), etc. (MARTINS, 2010, p. 133).

2.4.3 Custos Indiretos de Fabricação

Os Custos indiretos de fabricação são aqueles gastos que por origem não se

enquadram como mão de obra ou materiais, mas são necessários para a fabricação dos

produtos, pois sem a existência deles, a indústria para em algum momento, como o aluguel,

energia elétrica, manutenção de máquina e equipamentos, material de uso e consumo etc.

Esses custos também são conhecidos como Gastos Gerais de Fabricação, são aqueles

que ocorrem no processo de produção, mas que para serem apropriados aos produtos é

necessário rateio. No ponto de vista de Megliorini,

Custos indiretos: são os custos apropriados aos produtos em função de uma base de rateio ou outro critério de apropriação. Essa base de rateio deve

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25

guardar uma relação próxima entre custo indireto e o produto. Em geral, são empregados como bases de rateios: período (em horas) de emprego de mão de obra, período (em horas) de utilização das máquinas na fabricação dos produtos, quantidade (em quilos) de matéria prima consumida etc. (MEGLIORINI, 2007, p. 09).

2.5 MÉTODOS DE CUSTEIO

Manter baixos custos, altos investimentos, diminuir perdas, aperfeiçoar compra de

insumos e venda de mercadoria, estudar o porquê alguns produtos não vendem tão bem

quanto os outros são alguns dos desafios empresariais da economia moderna.

O domínio, por parte do executivo, da informação gerencial e das estratégias

conhecidas para o setor pode ser a melhor forma de se avaliar e melhorar os processos de

produção da indústria, o que hoje pode ser um grande fator de diferencial neste mercado

competitivo. A gestão de custos pode ser uma grande aliada ao executivo, pois esta pode

oferecer diferentes visões, de acordo com a necessidade de cada empresa de forma

competitiva, operacional, estratégica e financeira.

Para Leone “Ambos os sistemas objetivam a determinação do custo de produção”

(LEONE, 2000, p. 239), então cabe ao empresário buscar um profissional no Brasil a fim de

verificar qual método se adequa as necessidades da empresa no momento. Existem vários,

mas os mais conhecidos são: Custeio por Absorção, Custeio Variável e Custeio Baseado em

Atividades (ABC).

2.5.1 Custeio por absorção

O custeio por absorção é um dos métodos utilizado pelas empresas para calcularem o

custo de seus produtos, por meio dele, o valor unitário dos produtos é formado por todos os

custos de produção de determinado período, sejam eles diretos, indiretos, fixos ou variáveis.

De modo que os custos indiretos e fixos são apropriados por meio de rateio. Leone abordou o

custeio por absorção da seguinte forma:

O custeio por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome critério é revelar dessa particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação (LEONE, 2000, p. 242).

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26

Este é um método derivado dos princípios de contabilidade da realização da receita,

confrontação e da competência, e é pela aplicação desses princípios que “o custeio por

absorção é o único aceito pelo imposto de renda do Brasil e pela auditoria externa”

(CREPALDI, 1998, apud JÚNIOR, 2013, p. 26).

O custeio por absorção é um dos métodos de custeio mais antigos, mas embora

existam métodos de custeio modernos e até mais confiáveis do ponto de vista administrativo,

conforme Berti: “Por sua aceitação fiscal, e ainda por identificação com os princípios

fundamentais de contabilidade, é o método de apuração de custos mais utilizado no país”

(BERTI, 2009, p. 59).

Por esse método, os custos diretos são considerados objetivos, por serem atribuídos

diretamente ao produto. Já os custos indiretos são considerados subjetivos, por carecerem de

critérios de rateio para encontrar o custo indireto unitário, conforme mostra o diagrama a

seguir:

FIGURA 1 – CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Fonte: Pesquisa do autor

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A apuração desses custos é primordial para a construção de um sistema de custeio

confiável, Megliorini exemplifica a forma que é realizada:

_ O primeiro passo para apuração dos custos é separar os gastos do período em despesas, custos e investimentos. As despesas não são apropriadas aos produtos, e sim lançadas na demonstração de resultado do exercício, por estarem relacionadas à geração de receita e à administração da empresa; os custos são apropriados aos produtos; e os investimentos são ativados. _ O passo seguinte consiste em separar os custos em diretos e indiretos. Os custos diretos são apropriados aos produtos conforme as medições de consumo neles efetuadas; os custos indiretos são apropriados por meio de rateios (MEGLIORINI, 2007, p. 20).

Logo, na coleta de dados para preparação de um sistema de custeio por absorção para

determinada empresa é necessária à separação entre os Materiais Diretos, Mão de Obra Direta

e Custos Indiretos de Fabricação ou Gastos Indiretos de Fabricação. Uma vez que os Custos

Indiretos serão rateados para obtenção do custo indireto individual, onde esse valor será

somado ao Custo Direto do produto, para formar o custo unitário total do produto.

O custo dos bens ou serviços vendidos segundo Wernke deve ter os seguintes

compostos:

1. Os valores gastos com matérias-primas e quaisquer outro bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção; 2. os valores despendidos com mão-de-obra utilizada na produção, até mesmo de supervisão direta, manutenção e proteção das instalações fabris. 3. o montante relativo aos custos de locação, manutenção e reparo, bem como os encargos de depreciação dos bens aplicados na produção, como prédios, máquinas, ferramentas etc.; e 4. o valor dos encargos de amortização diretamente relacionados com a produção, além dos encargos de exaustão dos recursos naturais empregados para produzir bens ou serviços (WERNKE, 2005, p. 19).

O custeio por absorção agrega todos os custos de fabricação, sejam eles Diretos ou

Indiretos, incluindo fretes, manutenção de máquinas e equipamentos, depreciação, salário de

supervisores, aluguéis, juros entre outros. Ou seja, o custo dos produtos acabados deve

absorver todos os custos de produção para evidenciação contábil, exigida pelos órgãos

fiscalizadores, e para auxiliar os gestores na formação dos preços de venda.

As vantagens de utilizar esse método:

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• Segue os princípios contábeis, e é formalmente aceito pela legislação de

imposto de renda;

• Engloba tanto os diretos quanto os indiretos;

• Forma o custo do produto para estoque; entre outras vantagens.

As desvantagens de utilizar esse método:

• Ele utiliza rateios que podem ser imprecisos na alocação dos Custos Fixos e

Indiretos;

• Como o custo unitário do produto varia de acordo com a produção da empresa,

o administrador pode tomar decisões equivocadas como deixar de produzir um item

com baixo lucro, piorando a situação, uma vez que os Custos Fixos serão distribuídos

nos outros itens, aumentando seus custos e consequentemente seus preços de vendas.

2.5.2 Custeio variável

O custeio variável é um sistema que busca apurar o custo unitário do produto,

reconhecendo como custo de fabricação somente os custos variáveis, os quais se alteram de

acordo com o volume de produção, ou seja, se não houver produção os custos não

acontecerão, os Custos Fixos são tratados como despesa do período.

Megliorini afirma que: nesse “método de custeio, os produtos receberão somente os

custos decorrentes da produção, isto é custos variáveis” (MEGLIORINI, 2007, p. 111). EM

seguida Martins diz que: “Só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos

separados e considerados como despesa do período, indo diretamente para o resultado”

(MARTINS, 2010, p. 198).

Embora os princípios contábeis de acordo com Martins, “não admitam o uso de

Demonstrações de Resultado e de Balanços avaliados a base do custeio variável” (MARTINS,

2012, p. 202). Justamente por feri-los, pela forma de apropriação dos custos variáveis, esse

método é aliado dos administradores por propiciar informações rápidas quanto ao custo

unitário.

Partindo do valor do custo unitário podem-se visualizar os itens utilizados na

produção e a partir dele demonstrar o valor de cada item empregado na produção, já que se

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29 utiliza apenas de elementos variáveis, podendo fornecer informações vitais a empresa. Pois é

a partir da soma dos custos variáveis/diretos que se se torna possível ter o preço nú, sem

acréscimo dos indiretos/fixos, de cada produto, logo se pode analisar a rentabilidade deles.

As vantagens de se utilizar esse sistema são:

• Inexistência da prática de rateio a facilitando a alocação dos custos,

identificação dos produtos e/ou serviços mais rentáveis para o período;

• Mostra a quantidade de itens que a empresa precisa vender para pagar seus

custos fixos, despesas fixas e gerar lucro;

• Apresenta os dados necessários para análise do custo/volume/lucro, pois eles

são facilmente identificados no sistema de informação contábil.

Quanto às desvantagens deste sistema podemos citar a partir do que foi mostrado

acima que são as seguintes:

• Não é aceito pela auditoria externa das entidades que tem capital aberto e nem

pelo fisco e nem pela legislação tributária, uma vez que fere alguns princípios

fundamentais da contabilidade;

• Possui certa dificuldade na separação dos custos fixos e variáveis, pois na

prática existem também os custos semifixos e semivariáveis.

2.5.3 Custeio ABC (Activity-based costing, ou custeio baseado em atividades).

O método de custeio ABC é caracterizado por alocar os custos indiretos de

fabricação - CIF de acordo com o conjunto de atividades que for necessária para a obtenção

do produto ou serviço final. Segundo Nakagawa: “O ABC incorre em mudanças das bases de

alocação de custos, pela identificação que faz dos custos por atividades da maneira como

aloca os custos aos bens e serviços a partir do maior número de bases” (NAKAGAWA, apud

ABBAS, 2012, p. 150).

Para alguns, um método de difícil implantação, para outros, a solução para todos os

problemas da organização. “Tal sistema fundamenta-se no fato de que as atividades

consomem recursos, e os produtos consomem atividades. Por esse motivo, os Custos Indiretos

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30 Fabricação - CIF devem ser transferidos aos produtos com base nas atividades que cada um

consumiu” (RIBEIRO, 2015, p. 365).

No ABC os CIF são distribuídos de acordo com o percentual que cada atividade

consome, e elas são quem compõem o custo do produto. Digamos que um produto A

necessite de 3 atividades para ficar pronto, e o B apenas de 2, então o produto A irá absorver

os custos indiretos necessários as 3 atividades, enquanto que o B apenas os das 2.

Sobre esse assunto Abba acrescenta que: “a partir da obtenção da informação de

quanto à organização está gastando em cada uma de suas atividades são identificados os

direcionadores de atividades que estão associados ao consumo de atividades pelos bens e

serviços” (ABBA, 2012, p. 149).

Sobre o sistema ABC Ribeiro escreve que tal sistema,

O sistema ABC também requer a divisão da empresa em departamentos ou centros de custos, e os procedimentos são como a seguir: Inicialmente, os custos são acumulados nos respectivos departamentos de serviços ou produtivos onde forem gerados; em seguida esses CIFs são transferidos para as respectivas atividades relevantes que os geraram em cada departamento. Depois de acumulados nas atividades, os CIFs deverão ser transferidos diretamente para os produtos. Há casos, embora raros, em que os CIFs acumulados em alguma atividade devem ser transferidos para outras atividades antes de chegarem aos produtos. Entretanto, essa prática deve ser adotada somente em casos extremos (RIBEIRO, 2015, p. 366).

Logo, a empresa que vier a utilizar o ABC deverá se reeducar para alocar os custos a

atividade ou conjunto de atividades que foram necessárias para obtenção do produto e/ou

serviço, de forma proporcional a quantidade de itens produzida.

Como vantagens desse sistema, podemos ressaltar que:

• Adequa-se facilmente as empresas de serviços, pela dificuldade de distinção do

que sejam custos, gastos e despesas dessas entidades;

• Atende aos princípios gerais da contabilidade (similar ao custeio por absorção);

• Proporciona melhor visão dos processos, dentre outras vantagens.

As desvantagens deste sistema são:

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• Os processos de entrevistas e levantamentos de dados realizados são

demorados e dispendiosos;

• Foca em processos específicos e não fornece uma visão integrada das

oportunidades de lucro em todo o âmbito da empresa;

• Não é atualizável ou adaptável facilmente às novas circunstâncias, dentre

outros mais.

2.6 CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÃO

Com o avanço e complexidade das empresas, desencadeado pela Revolução

industrial e os avanços tecnológicos, existe uma busca contínua de aumentar a qualidade,

vendas e o lucro dos produtos e serviços. A contabilidade de custos foi e é uma grande

ferramenta de auxílio para esses empreendimentos, pois além de quantificar minuciosamente

o custo dos produtos, ela é fundamental para o cálculo do lucro, da margem de contribuição,

ponto de equilíbrio, Mark-up entre outros.

2.6.1 Margem de contribuição

Quando uma empresa está em atividade ela espera alcançar com a receita de vendas,

um valor suficiente para cobrir o total de custos e despesas gastos e ainda lhe proporcionar

uma margem de lucro com os produtos que estão sendo vendidos.

A margem de Contribuição Unitária é a diferença entre a receita bruta obtida pela

venda de um produto e o valor total de custos e despesas variáveis gastos para obtenção do

mesmo, ou seja, aqueles que não ocorrerão se não houver produção. Esta margem é a

contribuição que cada unidade de produto ao ser vendido oferece para composição dos custos

fixos, despesas e também de lucro. “O somatório das margens de contribuição de todos os

produtos é que será cotejado com o total obtido pelo somatório dos custos fixos e despesas

fixas, visando encontrar a margem de lucro” (RIBEIRO, 2015, p. 464).

Para o cálculo da Margem de Contribuição Total de cada item faz-se a diferença

entre a receita bruta total e o total de custos e despesas variáveis auferidos na fabricação dos

produtos.

Segundo Ribeiro o cálculo é feito da seguinte forma:

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MCT = RBTVP – CVT Onde: MCT = Margem de Contribuição Total RBTVP = Receita Bruta Total na Venda de Produtos CVT = Custos Variáveis Totais Havendo despesas variáveis, a fórmula será: MCT = RBTVP – CVT – DVT Onde: DVT = Despesas Variáveis Totais (RIBEIRO, 2016, p. 463).

Este mesmo autor, acrescenta que:

Quando a empresa industrial fabricar mais de um tipo de produto, para conhecer a margem de contribuição total, pode-se inicialmente apurar a margem de contribuição unitária; em seguida, multiplicar a margem de contribuição unitária pela quantidade de produtos fabricada para obter a margem de contribuição por produto; e, por fim, somar as margens de contribuição por produto para obter a margem de contribuição total relativa ao período em questão (RIBEIRO, 2016, p. 463).

Quando os administradores conhecem a margem de contribuição de cada produto,

eles sabem até onde podem reduzir o valor de cada item e ainda proporcionarem lucro para

empresa. Então é possível realizar negociações consistentes, mesmo em épocas de crise, sem

perder dinheiro.

2.6.2 Ponto de Equilíbrio Contábil

O ponto de equilíbrio contábil é o momento em que as receitas totais se igualam aos

custos e despesas totais, ou seja, quando a situação momentânea da empresa está em pleno

equilíbrio, não havendo lucro nem prejuízo. Deste modo se a empresa não consegue alcançar

o ponto de equilíbrio, teoricamente ela está apresentando prejuízo, já quando o ultrapassa, ela

estará tendo lucro.

Mesmo que a receita total realizada pela empresa cubra os custos e despesas totais,

ela não será ideal, pois não está gerando lucro, e consequentemente não oferecendo retorno ao

capital investido. Logo, será considerada rentável a situação da empresa quando as receitas de

vendas estiverem acima do ponto de equilíbrio.

Segundo Bornia: “O ponto de equilíbrio é o nível de vendas onde o lucro é nulo. É

um dos indicadores que informa a gerência sobre o volume necessário de vendas em um

determinado período para cobrir todos os custos fixos e variáveis” (BORNIA, 2010, p. 58).

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Ele é um excelente instrumento para os administradores, pois a partir de sua

determinação em cada produto ao final de cada dia, mês ou ano pode-se apresentar aos

investidores onde a empresa teve lucro ou prejuízo.

A fórmula do Ponto de Equilíbrio a partir do conceito acima é a razão entre os

Custos Fixos totais e a Margem de Contribuição unitária. Dessa maneira o ponto de equilíbrio

é obtido quando as somas das margens de contribuições totalizarem o montante suficiente

para cobrir os custos e despesas fixas.

2.6.3 Formação de preço de venda e Mark-up

Ao fixar o preço de venda de um produto, o administrador estará prevendo na receita

de cada unidade vendida, a recuperação de todas as despesas e custos necessários à

fabricação, venda, cobertura de parte dos custos e despesas fixos e o lucro da referida

unidade. O preço de venda pode ser representado como: PV = CUSTOS + DESPESAS +

LUCRO.

É importante lembrar que o custo unitário variável é o único dos elementos

conhecidos, os demais, custos e despesas fixas e margem de lucro são rateados em percentuais

em relação ao preço de venda. Assim sendo, a margem de lucro é igual ao preço de venda

menos custos e despesas fixos e variáveis.

Para calcular o preço de venda de um produto, conforme Martins:

O ponto de partida é o custo do bem ou serviço apurado segundo um dos critérios estudados: Custeio por Absorção, Custeio Variável etc. Sobre esse custo agrega-se uma margem denominada Markup, que deve ser estimada para cobrir os gastos não incluídos no custo, os tributos e comissões incidentes sobre o preço e o lucro desejado pelos administradores. (MARTINS, 2010, p. 218).

O Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para formação

do preço de venda. Tem a finalidade de alocar os fatores como tributação sobre vendas

(ICMS, IPI...), percentuais de comissão de vendedores incidentes sobre o preço de venda,

despesas administrativas e margem de lucro.

A fórmula de Mark-up que será utilizada neste trabalho é a seguinte: MK= 1 + 1 x

(Percentual de Despesa administrativa + Percentual do DAS + Margem de lucro desejada).

Onde: O DAS é o imposto de venda pago pelas empresas optantes do Simples Nacional.

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A partir do conhecimento da margem de contribuição e ponto de equilíbrio de cada

produto é possível analisar quais produtos geram lucro ou prejuízo, ou melhor, quais geram

maior ou menor margem de lucro. No entanto, não adianta lançar, investir num produto no

mercado só por que tem alta lucratividade, é necessário considerar as influências externas

como concorrência, inflação e principalmente a importância e rentabilidade do produto a

empresa.

Mas por que principalmente a importância e rentabilidade do produto? Digamos que

existe um produto que vende pouco e tem alta lucratividade, em contrapartida outro produto

vende muito e tem baixa lucratividade, desta forma os custos e despesas fixas irão se diluir

nos produtos que vendem muito, além de gerar lucro em quantidade desses últimos produtos

citados, compensando produzir os dois itens nessa situação.

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35 3 METODOLOGIA

3.1 ABORDAGENS TEÓRICO-METODOLÓGICAS DA PESQUISA

Este estudo será desenvolvido quanto a sua natureza, através da utilização da técnica

de pesquisa aplicada, pois envolve realidades e interesses locais. De acordo com os autores

Gerhardt e Silveira, esse tipo de pesquisa “objetiva gerar conhecimentos para nova aplicação

prática, dirigidos a solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”

(GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 35).

Possui uma forma de abordagem quantitativa, pois ela procura determinar

objetivamente a atual situação econômica da empresa, através de procedimentos contábeis,

com o fim de subsidiar proposta para a gestão da empresa que proporcione a melhoria do seu

resultado econômico.

Quanto aos fins, esta pesquisa é exploratória, porque é realizado um levantamento

bibliográfico, entrevistas e questionários com o intuito de calcular o custo dos produtos da

indústria, visando construir hipóteses que venham melhorar o monitoramento da empresa. “A

grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com

pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de

exemplos que estimulem a compreensão” (GIL, 2009, p. 35).

Quanto aos meios, será feita uma pesquisa bibliográfica para conhecimento do tema

e construção do referencial teórico deste estudo e um estudo de caso para conhecer

detalhadamente os custos da indústria. “A pesquisa bibliográfica é feita a partir do

levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e

eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites” (GIL, 2009, p. 37).

3.2 O CONTEXTO DA PESQUISA: ESPAÇO E SUJEITOS DA INVESTIGAÇÃO

A pesquisa será desenvolvida numa empresa do setor de cerâmica, optante pelo

Simples Nacional, a qual por motivo de preservação de suas características administrativas

será denominada pelo pseudônimo X - ME, localizada na cidade de Carnaúba dos Dantas-RN.

Esta empresa direciona sua produção para clientes de vários estados do Nordeste do Brasil.

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36

A empresa estudada não possuía planilha para calcular seus custos, e os calcula de

forma aleatória, baseado nas experiências e no preço do mercado. Dessa forma, a empresa

pode apresentar custos sub ou superavaliados, produtos com mais ou menos custos alocados.

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA E SELEÇÃO DOS DADOS

A coleta de dados foi baseada em entrevistas e questionário com os proprietários e

funcionários, na coleta e análise de documentos e na observação e anotações que se pretende

fazer. Segundo Gerhardt e Silveira questionário, “É um instrumento de coleta de dados

constituído por uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo

informante, sem a presença do pesquisador. Objetiva levantar opiniões, crenças, sentimentos,

interesses, expectativas, situações vivenciadas” (GERHARDT E SILVEIRA, 2009, p. 69).

Desta forma, as perguntas serão formuladas para que o interrogatório estabelecido

proporcione o entendimento ideal para confecção do trabalho, com o objetivo de reunir o

maior número de informações possíveis.

Os sujeitos da investigação serão documentações, os proprietários, os funcionários e

a empresa como um todo, com o intuito de evidenciar o método de custeio que se adeque a

empresa, e a partir dele calcular a Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Mark-up.

3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Em posse dos dados colhidos com os entrevistados, à análise e interpretação das

observações realizadas, a pesquisa aconteceu conforme indicam as técnicas metodológicas

citadas, de modo a relacionar tais informações com o conhecimento teórico adquirido. Os

dados foram verificados e analisados com o intuito de oferecer um sistema de custeio para a

indústria em pesquisa seguido da Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Mark-up.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 DESCRIÇÕES DO OBJETO DE ESTUDO

A empresa X – ME, está no mercado há 15 anos, localizada na cidade de Carnaúba

dos Dantas, estado do Rio Grande do Norte, é uma indústria optante pelo Sistema Simples

Nacional de Tributação, e tem como atividade principal a fabricação de telhas e lajotas. A

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37 comercialização de seus produtos estende-se pela maioria dos estados do Nordeste do Brasil.

Para a implantação do sistema de custeio se desenvolveu um estudo junto aos gestores e

colaboradores sobre composição dos custos da empresa.

Após entrevistas com os gestores e coleta de dados com os colaboradores, foi

observado que o Material Direto utilizado pela cerâmica para produção dos dois produtos é

uma mistura de dois tipos de barro, na proporção ¼ do chamado “barro forte” e ¾ do “barro

fraco”. Os Custos Indiretos de Fabricação foram distribuídos de acordo com o percentual de

Materiais Diretos consumidos por cada produto ao final do mês.

O salário mensal dos funcionários está relacionado com a produção mensal, no mês

de Outubro de 2016 foi pago R$ 67.508,00. No entanto, férias mais um terço e décimo

terceiro salário, são apropriados de acordo com o regime de competência tendo como

referência o vencimento base assinado na CTPS, que no referido mês totalizou R$ 18.400,00,

dessa forma o custo de Mão de Obra Direta para a empresa no mês de Outubro foi de R$

67.508,00 + R$ 18.400,00 = R$ 86.148,00. A partir da apuração de todos os custos por

milheiro foi encontrado o custo unitário, sobre esse valor se calculou a margem de

contribuição, ponto de equilíbrio e Mark-up dos dois produtos.

Será implantado o sistema de custeio por absorção, pois além da empresa não ter

nenhum sistema de custeio, ela não conhece efetivamente os custos reais de seus produtos.

Procurou-se elaborar um sistema simples, confiável e preciso, de forma que possa auxiliar os

administradores na gestão da empresa.

4.2 ELABORAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTOS

4.2.1 Materiais Diretos

Para a produção dos itens do mês estudado, fez-se necessário a observação das

matérias primas: Lenha, Barro, e água. A empresa não tem custo com a água, porque possui

um poço artesiano, e o custo com a manutenção das máquinas é classificado como custo

indireto. Observou-se também que a lenha, apesar de ser um material direto, não tem como

mensurar a quantidade de telhas queimadas e a lenha consumida, pois o forno utilizado pela

empresa é o forno por câmaras, e quando se coloca lenha em uma câmara, cinco outras são

aquecidas.

Logo o Barro é o único Material Direto que pode ser mensurado. Ele é comprado por

caçamba, e esta por sua vez tem o mesmo volume do caixão misturador, que é o local onde se

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38 coloca o barro, após a mistura entre o 1/4 do barro de “forte” e 3/4 barro “fraco”, para seguir

no processo produtivo.

TABELA 1 – CUSTO DO BARRO POR CAIXÃO MISTURADOR

CUSTO TELHA LAJOTA

BARRO FRACO

3/4

1. VALOR R$ 260,00 R$ 260,00

2. QUANTIDADE 0,75 0,75

3. TOTAL R$ 195,00 R$ 195,00

BARRO FORTE

1/4

4. VALOR R$ 380,00 R$ 380,00

5. QUANTIDADE 0,25 0,25

6. TOTAL R$ 95,00 R$ 95,00

TOTAL (3+6) R$ 290,00 R$ 290,00

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

Durante o mês de outubro de 2016, chegou-se a uma média de 24.000 telhas e de

15.500 lajotas por caixão misturador. Antes de calcular os custos, vale ressaltar que foi

calculada uma perda de 1,5% da produção, em conversa com o empresário o mesmo afirmou

que essa perda era comum, e que não tem como reduzir no momento.

Ela entrará nos custos de produção, ao invés de produzir 24.000 telhas e 15.500

lajotas por caixão misturador, a empresa produzirá 1,5% a menos, o que equivale a 23.640

telhas e 15.267 telhas por caixão misturador.

No mês de Outubro foram trabalhados 23 dias, em 20 deles se produziu apenas telhas

e em 3 dias produziram lajotas e telhas. De segunda a sábado, no dia que se produz apenas

telhas são consumidos 3 caixões misturadores, exceto no sábado que são apenas 2, e no dia

que se produz telhas e lajotas são 3,5, sendo 2 consumidos pelas telhas e 1,5 pelas lajotas

produzidas. As tabelas 2 e 3 mostram a quantidade de dias trabalhados, a quantidade de vezes

que enche o caixão misturador e a produção mensal de telhas e lajotas.

TABELA 2 – PRODUÇÃO DE TELHA MENSAL

DIA DA

SEMANA

DIAS

TRABAL

QDE DE

MIST / MÊS

PRODUÇÃO

P/ MIST

PROD

MENSAL

SEGUNDA 4 12 23.640 283.680

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39

TERÇA 3 6 23.640 141.840

QUARTA 4 12 23.640 283.680

QUINTA 4 12 23.640 283.680

SEXTA 4 12 23.640 283.680

SÁBADO 4 8 23.640 189.120

TOTAL 23 62 1.465.680

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

TABELA 3 – PRODUÇÃO DE LAJOTA MENSAL

DIA DA

SEMANA

DIAS

TRABAL

QDE DE

MIST / MÊS

PRODUÇÃO

P/ MIST

PROD

MENSAL

TERÇA 3 4,5 15.267 68.702

TOTAL 4,5 68.702

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

Ao final do mês, foi contada uma produção de 1.465.680 telhas e 68.701,50 lajotas.

Para saber o custo total da produção, foi multiplicado o valor do barro utilizado no caixão

misturador, pela quantidade de vezes que ele foi abastecido.

TABELA 4 – VALOR DO MATERIAL DIRETO TOTAL

PRODUTO

QDE DE MIST /

MÊS

VR DO BARRO

NO MIST

TOTAL

TELHA 62 R$ 290,00 R$ 17.980,00

LAJOTA 4,5 R$ 290,00 R$ 1.305,00

TOTAL R$ 19.285,00

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

A partir do Custo Direto Total foi calculado o Custo Direto Unitário (Por milheiro),

através da divisão do valor total do barro utilizado em cada produto e a quantidade de telhas e

lajotas produzidas no mês. Sobre o custo direto total também foi calculado o percentual de

consumo de materiais diretos para telha e lajota, pois os Custos Indiretos de Fabricação, que

serão calculados a seguir, são distribuídos de acordo com o percentual de materiais diretos

consumidos por cada item.

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40

TABELA 5 – CUSTO DIRETO UNITÁRIO

PRODUTO

CdT

QDE

PRODUZIDA

CdU P/

MILHEIRO

% CD

TELHA R$ 17.980,00 1.465.680 R$ 12,27 93,23%

LAJOTA R$ 1.305,00 68.702 R$ 19,00 6,77%

TOTAL R$ 19.285,00 100%

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

O custo Direto da Lajota é maior do que os custos da telha, por que ela consome

mais barro por unidade produzida.

4.2.2 Mão de Obra Direta

O salário mensal dos funcionários da empresa está relacionado com a produção

mensal de telhas e lajotas, no mês de Outubro foi pago R$ 67.508,00, no entanto, a CTPS é

assinada de acordo com o salário base de cada função que eles desempenham na cerâmica.

Pelo princípio da competência, todos os meses a empresa deve apropriar a parcela de

custos referente a férias, décimo terceiro, adicional de férias, que são calculados sobre o

salário da CTPS que totalizou 49.106,89 no referido mês, lembrando que os valores referentes

a repouso semanal remunerado e feriados já estão incluídos nesse total.

TABELA 6 – APROPRIAÇÃO DE FÉRIAS + 1/3 E 13° SALÁRIO

1. SALÁRIO R$ 49.106,89

2. FÉRIAS R$ 49.106,89

3. 13° SALÁRIO R$ 49.106,89

4. 1/3 DE FÉRIAS R$ 16.368,96

5. TOTAL ANUAL R$ 163.689,63

6. TOTAL MENSAL (5/12) R$ 13.640,80

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

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41

Acrescentou-se ainda sobre a remuneração mensal dos trabalhadores 16,8% referente

às contribuições de Fundo de Garantia, Seguro – acidentes de trabalho, Salário – educação,

SESI ou SESC, SENAI ou SENAC, INCRA E SEBRAE. Logo o custo mensal que deve ser

somado ao pagamento dos funcionários é de R$ 13.640,80 x 1,168 = R$ 15.932,45.

Para se calcular a MOD mensal foi somado o valor pago pela produção aos

funcionários mais os acréscimos referentes às apropriações calculadas acima. Logo, o custo

da Mão de Obra Direta será de R$ 67.508,00 + R$ 15.932,45 (adicional) = R$ 83.440,45.

Foi observado que os dois produtos passam pelas mesmas etapas do processo

produtivo, assim todos os funcionários são necessários para a produção mensal. Para a

separação da mão de obra da Telha e da Lajota, foi relacionada a quantidade produzida no

mês e o custo mensal com o pagamento dos funcionários.

A apropriação da Mão de Obra Direta foi feita em relação aos minutos trabalhados

em cada produto no mês de Outubro de 2016, foi observado que de segunda a sexta se

trabalham 9 h e 40 min (580 minutos) e no sábado 5 h (300 minutos), produz-se lajota apenas

na terça feira por 4h e meia h (273 min), nesse mês teve 1 dia de feriado, dia 12 e foi no dia

que se produziu telhas e lajotas.

A tabela seguinte mostra a quantidade de minutos trabalhados durante todo o mês de

outubro assim como o percentual de cada um em relação ao todo para alocação da Mão de

Obra, e a Mão de Obra Unitária, que foi encontrada através da divisão do valor da Mão de

Obra Total de cada item, pelas respectivas quantidades produzidas.

TABELA 7 – MÃO DE OBRA

PRODUTOS MIN TRAB % MIN TRAB ModT ModU

TELHA 11.280 93,23 % R$ 77.791,53 R$ 53,07

LAJOTA 820 6,77% R$ 5.648,92 R$ 82,22

TOTAL 12.100 100% R$ 83.440,45

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

4.2.3 Custos Indiretos de Fabricação (CIF)

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42

Os Custos Indiretos de Fabricação foram apropriados de acordo com o percentual de

materiais diretos consumidos por cada produto ao final do mês, ou seja, aquele que possuir

maior percentual de Custos diretos, absorverá maior parcela dos CIF, conforme método de

custeio por absorção. Foi Observado que os CIF compõem parcela importante na formação

dos custos dos produtos, e é um componente que pode variar consideravelmente de um mês

para outro, afetando os custos de produção. O CIF unitário foi calculado pelo valor dos CIF

por produto, dividido pelas quantidades produzidas por milheiro.

TABELA 8 – CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO

PRODUTOS

(%) CD

CIF POR

PRODUTO

QUANT

PRODUZIDA

CIFs UNIT P/

MILHEIRO

TELHA 93,23% R$ 49.119,62 1.465.680 R$ 33,51

LAJOTA 6,77% R$ 3.566,88 68.702 R$ 51,92

TOTAL 100% R$ 52.686,50

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

4.2.4 Apropriação dos Custos

Após apurar os materiais diretos, a mão de obra direta e distribuir os custos indiretos,

elaborou-se uma tabela na qual se uniram todas as informações coletadas e a partir daí obteve-

se a tabela de apropriação do sistema de custos por absorção, onde é evidenciado o custo total

e unitário para cada item produzido no mês em estudo.

TABELA 9 – APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS

PRODUTO TELHA LAJOTA

QUANT. PRODUZIDA 1.465.680 68.702

CdU R$ 12,27 R$ 19,00

ModU R$ 53,08 R$ 82,22

CIF UNITÁRIO R$ 33,51 R$ 51,92

CUSTO UNITÁRIO R$ 98,86 R$ 153,14

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43

CUSTO TOTAL R$ 144.897,12 R$ 10.521,02

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

A partir da tabela 9 foi elaborado um gráfico mostrando os Custos Diretos, Mão de

Obra Direta e os Custos Indiretos de Fabricação.

GRÁFICO 1 - APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

Observando a tabela, têm-se uma visão dos reais custos dos produtos fabricados no

mês de outubro de 2016. Nota-se que o maior custo em ambos os produtos é a Mão de Obra

Direta, e que o produto com maior custo de produção é a lajota.

4.3 RECEITAS APURADAS

No final do mês de outubro foi observado que toda a produção do mês foi vendida,

segue abaixo a tabela referente à apuração das receitas totais do mês de Outubro de 2016, para

que com ela se possa elaborar a DRE.

R$-

R$20,00

R$40,00

R$60,00

R$80,00

R$100,00

R$120,00

R$140,00

R$160,00

R$180,00

TELHA LAJOTA

CdU

ModU

CIF UNIT

CUSTO UNITÁRIO

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44

TABELA 10 – RECEITA DE VENDAS

PRODUTOS QDE VEND EM MILHEIRO VR UNITÁRIO VR TOTAL TELHAS 1.465,68 R$ 183,00 R$ 268.219,44

LAJOTAS 68,702 R$ 400,00 R$ 27.480,80 TOTAL R$ 295.700,24

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

4.3.1 Demonstração do Resultado do Exercício

Procedeu-se com a elaboração da demonstração do resultado do exercício, para

identificar o lucro do exercício no mês de outubro de 2016. Lembrando que o DAS está na

alíquota de 5,7%, por que a soma dos dois produtos é 295.700,24, mas para fins de cálculo da

Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Mark-up os produtos foram separados, como

mostra a tabela seguinte:

TABELA 11 – DRE TELHA

DRE - TELHA - OUTUBRO RECEITA DE VENDAS R$ 268.219,44 (-) DAS (5,7%) R$ (15.288,51) (=) RECEITA LÍQUIDA R$ 252.930,93 (-) CPV (1+2+3) R$ (144.891,15)

1. MdT R$ (17.980,00) 2. ModT R$ (77.791,53) 3. CIF R$ (49.119,62)

(=) LUCRO BRUTO R$ 108.039,78 (-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (93,23%) R$ (876,36) (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO R$ 107.163,42 (=) LUCRO DO EXERCÍCIO R$ 107.163,42 LUCRO DO EXERCÍCIO (%) 39,95%

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

TABELA 12 – DRE LAJOTA

DRE - LAJOTA - OUTUBRO RECEITA DE VENDAS R$ 27.480,80 (-) DAS (5,7%) R$ (1.566,41) (=) RECEITA LÍQUIDA R$ 25.914,39 (-) CPV (1+2+3) R$ (10.520,80)

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1. MdT R$ (1.305,00) 2. ModT R$ (5.648,92) 3. CIF R$ (3.566,88)

(=) LUCRO BRUTO R$ 15.393,59 (-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (6,77%) R$ (63,64) (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO R$ 15.329,95 (=) LUCRO DO EXERCÍCIO R$ 15.329,95 LUCRO DO EXERCÍCIO (%) 55,78%

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

A partir das DRE acima, montou-se os gráficos seguintes, com o intuito de

evidenciar o lucro que cada produto oferece e o lucro total ao final do exercício.

GRÁFICO 2 – LUCRO EM % POR PRODUTO VENDIDO

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

O lucro em percentual da lajota foi de 55,78 %, enquanto que da telha foi de 39,95%,

o gráfico 2 mostra o Valor do Lucro operacional de cada produto.

GRAFICO 3 – LUCRO OPERACIONAL DO MÊS DE OUTUBRO/2015

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

TELHA 39,95% LAJOTA 55,78 %

Lucro por produto (%)

Lucro por produto (%)

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46

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

O lucro da telha é bem maior do que o da lajota no final do mês, pois é um produto

que é mais usado, e consequentemente mais vendido, enquanto que a lajota apesar de ter uma

lucratividade alta não é tão vendida.

A seguir, será calculada a margem de contribuição, ponto de equilíbrio e mark-up

dos produtos para se saber quanto a empresa tem que produzir mensal de cada item para não

ter prejuízo.

4.4 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Para o cálculo da Margem de Contribuição Total de cada item fez-se a diferença

entre a receita de vendas e o total de custos e despesas variáveis (CdT e ModT) auferidos na

fabricação de cada produto, como mostra a tabela seguinte:

TABELA 13 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO – TELHA E LAJOTA

TELHA RECEITA BRUTA R$ 268.219,44 (-) CVT R$ 95.771,53 MCT R$ 172.447,91 QUANTIDADE 1.465.680 MCU – TELHA – POR MILHEIRO R$ 117,66

R$-

R$20.000,00

R$40.000,00

R$60.000,00

R$80.000,00

R$100.000,00

R$120.000,00

TELHA LAJOTA

LUCRO OPERACIONAL R$

LUCRO OPERACIONAL R$

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LAJOTA RECEITA BRUTA R$ 27.480,80 (-) CVT R$ 6.953,92 MCT R$ 20.526,88 QUANTIDADE 68.702 MCU - LAJOTA– POR MILHEIRO R$ 298,78

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

A partir do cálculo acima se tem que a Margem de Contribuição Unitária do milheiro

de telha é de R$ 117,66, enquanto que o milheiro de lajota é de R$ 298,78, isso quer dizer que

a empresa terá esses valores em cada produto para cobrir as despesas fixas, impostos e gerar

lucro.

4.5 PONTO DE EQUILÍBRIO

O ponto de equilíbrio é o momento em que não se tem lucro nem prejuízo, e seu

valor está relacionado entre os Custos Fixos totais e a Margem de Contribuição unitária.

Como a empresa trabalha com 2 produtos, foi usado o método de ponto de equilíbrio para

múltiplos produtos. O ponto de equilíbrio foi calculado seguindo o modelo oferecido pelo

SEBRAE.

Para fazer os cálculos, se utilizou os seguintes dados:

TABELA 14 - DADOS

PRODUTOS TELHA LAJOTA 1. QDE VENDIDA MENSAL 1.465.680 68.702 2. CVT (Md+Mod) R$ 95.771,53 R$ 6.953,92 3. CVU R$ 65,34 R$ 101,22 4. PREÇO DE VENDA R$ 183,00 R$ 400,00 5. (-) CVU R$ 65,34 R$ 101,22 6. = MCU R$ 117,66 R$ 298,78

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

A partir desses dados se calculou passo a passo o ponto de equilíbrio em conjunto e

posteriormente por produto, como mostra a tabela 15.

TABELA 15 – PONTO DE EQUILÍBRIO

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48 7. CUSTOS FIXOS R$ 52.686,50 8. PROPORÇÃO DO CONJUNTO (TELHA OU LAJOTA/T+L) 0,96 0,04 9. PREÇO DE VENDA DO CONJUNTO (4x8) R$174,81 R$ 17,91 10. TOTAL DO PV NO CONJUNTO (∑9) R$ 192,72 11. CUSTO VARIÁVEL NO CONJUNTO (3x8) R$ 62,42 4,53 12. TOTAL DO CV NO CONJUNTO (∑11) R$ 66,95 13. MC CONJUNTO (10-12) R$ 125,77 14. PE - UNIDADE DO CONJUNTO (7/13) 418,92 15. QDE NO PONTO DE EQUILÍBRIO (14x8) 400,17 18,76

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

O ponto de equilíbrio é atingido quando a empresa vender 401,62 milheiros de telha

e 16,73 milheiros de lajota, logo, quando o que a empesa só aufere lucro quando ela vender

acima dessas quantidades.

Para provar que o ponto de equilíbrio é esse mesmo, abaixo irá se montar uma DRE

vendendo no ponto de equilíbrio.

TABELA 16 – DRE – PROVA DO PONTO DE EQUILÍBRIO

PRODUTOS TELHAS LAJOTAS TOTAL RECEITA (15x4) R$ 73.230,225 R$ 7.502,67 R$ 80.732,91

(-) CV (15x5) R$ 26.147,884 R$ 1.898,528 (R$28.046,41) LUCRO PARCIAL R$ 52.686,50

(-) CF (R$ 52.686,50) LUCRO MENSAL DA EMPRESA R$ 0,00

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

Simulada a venda nas quantidades do ponto de equilíbrio, que foi calculado na tabela

15, foi comprovado que a empresa não tem lucro quando vende apenas o ponto de equilíbrio,

logo o cálculo feito está correto.

4.6 MARK-UP

A partir dos dados obtidos: Custo Unitário Total, percentual de 0,32% de despesas

administrativas (obtido a partir do valor total de despesas administrativas divididas pela

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49 receita total) e 5,7% de DAS (Imposto pago pelas empresas do simples), montou-se a seguir

uma tabela com o lucro de 1% a 150%.

A fórmula de Mark-up utilizada para formar o preço de venda foi a seguinte: MK= 1

+ 1 x (Percentual de Despesa administrativa + Percentual do DAS + Margem de lucro

desejada). Onde: CTU é o Custo Total Unitário e o DAS é o imposto de venda pago pelas

empresas optantes do Simples Nacional.

TABELA 17 – MARK-UP TELHA

PREÇOS DE VENDA EM RELAÇÃO AO % DE LUCRO - TELHA LUCRO ESTIMADO (%) C/U TELHA ALÍQUOTA MARK-UP PREÇO DE VENDA

1% R$100,58 1,07 R$107,64 10% R$100,58 1,16 R$116,69 20% R$100,58 1,26 R$126,75 30% R$100,58 1,36 R$136,81 40% R$100,58 1,46 R$146,87 50% R$100,58 1,56 R$156,92 60% R$100,58 1,66 R$166,98 70% R$100,58 1,76 R$177,04 80% R$100,58 1,86 R$187,10 90% R$100,58 1,96 R$197,16

100% R$100,58 2,06 R$207,21 110% R$100,58 2,16 R$217,27 120% R$100,58 2,26 R$227,33 130% R$100,58 2,36 R$237,39 140% R$100,58 2,46 R$247,45 150% R$100,58 2,56 R$257,50

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

TABELA 18 – MARK-UP LAJOTA

PREÇOS DE VENDA EM RELAÇÃO AO % DE LUCRO - LAJOTA LUCRO ESTIMADO (%) C/U LAJOTA ALÍQUOTA MARK-UP PREÇO DE VENDA

1% R$155,81 1,07 R$166,75 10% R$155,81 1,16 R$180,77 20% R$155,81 1,26 R$196,35 30% R$155,81 1,36 R$211,93 40% R$155,81 1,46 R$227,51 50% R$155,81 1,56 R$243,09 60% R$155,81 1,66 R$258,68

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70% R$155,81 1,76 R$274,26 80% R$155,81 1,86 R$289,84 90% R$155,81 1,96 R$305,42

100% R$155,81 2,06 R$321,00 110% R$155,81 2,16 R$336,58 120% R$155,81 2,26 R$352,16 130% R$155,81 2,36 R$367,74 140% R$155,81 2,46 R$383,32 150% R$155,81 2,56 R$398,90

Fonte: Pesquisa Direta (Outubro, 2016)

Observada as tabelas, e sabendo que o proprietário vende a telha por 183,00 e a lajota

por 400,00, o mesmo está tendo um lucro entre 70% e 80% na telha e um pouco mais de

150% na lajota.

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51 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema de custeio implantado foi planejado a partir do conhecimento adquirido

com o referencial teórico, e alimentado com as informações colhidas junto aos gestores e

colaboradores no mês de Outubro de 2016. Ele foi montado a partir do programa Excel 2010,

onde foi feita uma planilha base, que serve de referência para todas as outras, de forma que só

precisa preencher os dados mensais dessa planilha, e todas as outras serão alteradas.

Após apresentação e orientações da planilha com o sistema de custeio aos gestores da

empresa os mesmos perceberam a importância de controlar os Custos, principalmente os

Custos Indiretos de Fabricação, pois eles correspondem a uma parcela elevada em relação

Custo Total.

Por terem controle apenas do fluxo de caixa e da receita mensal de vendas, os

gestores não sabiam quanto cada telha e lajota custavam para eles. A partir do sistema de

custeio associado à margem de contribuição, ponto de equilíbrio e Mark-up (desde 1% a

150% de lucro em relação ao custo total) os gestores podem tomar decisões mais precisas,

sabendo até onde podem diminuir seu preço de venda sem ter prejuízo, aumentando sua

competitividade.

Apesar de ter sido um estudo inicial, observado durante 1 mês, foi oferecida a

empresa uma planilha com o sistema de custeio por absorção, onde se pôde-se apresentar para

a empresa os Custos Totais de Produção (Md, Mod e CIFs), assim como a Margem de

Contribuição que é a parcela que cada produto oferece para cobrir os custos fixos, despesas

administrativas e gerar lucro, o Ponto de Equilíbrio que indica o volume necessário de vendas

para cobrir os Custos Fixos e Variáveis, e o Mark-up que é um índice aplicado sobre os Custo

Total dos produtos para formação do preço de venda.

Levando em consideração a falta de controle interno da empresa, foi orientado aos

proprietários a realização de um trabalho de controle e registro, seguindo as normas e

procedimentos contábeis, para que numa fiscalização a empresa não venha sofrer sanções que

a levem a um prejuízo financeiro que venha a desestabilizar ou até mesmo culminar seu

encerramento. Recomendou-se também investir num estudo mais aprofundado dos custos

utilizando outros sistemas de custeio como o variável e o ABC.

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52 6 REFERÊNCIAS

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BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos. 3ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1998. ______. NBR 6023: referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em < http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Sobrevivencia_ das_empresas_no_Brasil=2013.pdf> acesso em 16/04/2016 às 11:53. Disponível em <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/ponto-de equilibrio,67ca5415e6433410VgnVCM1000003b74010aRCRD> aceso em 15/11/2016 às 22:39 Disponível em <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/simples-nacional-anexoII.html acesso em 22/11/2016> às 13:30 GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo (organizadoras). Métodos de Pesquisa. 1ª Ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2009. LEONE, George S. G. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1997/2009. MARTINS, Elizeu. Contabilidade de custos. 10. Ed. São Paulo-Sp: Altas, 2012. 370 p. MEGLIORINI, Evandir. CUSTOS: Análise e Gestão. 2ª. ed. Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. OLIVEIRA, A.A. et al. Contabilidade de custos – temas atuais. Curitiba: Jaruá. 2008. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade de custos: Teoria, prática, integração com sistemas de informações (ERP). São Paulo - Sp: Cengage Learning, 2013. 508 p.

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53 RAMACIOTTE, João Salin. Aplicabilidade de custos numa indústria do setor farmacêutico. 2001. 129 f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia de Produção, Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos: Atualizado conforme lei n°11.638/07 n°11.941/09 e NBCS TGS convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade IFRS. 4. ed. São Paulo - Sp: Saraiva, 2015. 514 p. WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.