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Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional Grupos por Área de Conhecimento ECONOMIA e GESTÃO Coordenador: Prof. Doutor António Romão Dezembro de 2004

Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional ... · permita formar pessoas em diferente etapas/fases da sua formação e com ... perspectivas evolutivas. Na evolução

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Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional

Grupos por Área de Conhecimento

ECONOMIA e GESTÃO

Coordenador: Prof. Doutor António Romão

Dezembro de 2004

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Parecer

Economia e Gestão

Elaborado por

António Romão

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ÍNDICE

Nota Prévia 3

1. Introdução 7

2. Enquadramento Geral 9

3. Perfis e competências de formação 11

3.1. Perfis nos sub-sistemas 11

3.2. Competências gerais e específicas 14

3.2.1. Competências gerais 14

3.2.2. Competências especificas 16

4. Modelo geral proposto 20

5. Curriculum nacional mínimo 28

6. Designação dos cursos 30

7. Cursos de especialização 32

8. Questões complementares 34

8.1. Acesso ao 1º Ciclo 34

8.2. Acesso ao 2º Ciclo 35

8.3. Acesso ao 3º Ciclo 37

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Nota Prévia

O presente Parecer foi elaborado tendo presente o conteúdo do despacho nº

13766/2004 (D. República – II Série, 13/07/04) e as reuniões havidas com a Senhora

Ministra da Ciência e do Ensino Superior e sua equipa (14/05/04, 16/07/04 e

17/09/04).

Dessas reuniões ficou claro que cada Coordenador por Área de Conhecimento seria

o responsável único pelo Parecer a elaborar, podendo seguir a metodologia de

trabalho que considerasse mais adequada.

Para a elaboração deste Parecer achei conveniente contactar colegas das mais

relevantes instituições universitárias do país.

Para isso desloquei-me a Coimbra, Porto, Braga, Évora e Faro, para além de

contactos que fiz em Lisboa.

Foram os seguintes os colegas contactados:

1. A. Gomes Mota – Gestão – ISCTE

2. Alberto de Castro - Economia – Universidade Católica do Porto

3. Alfredo Marques – Economia – FE/U. Coimbra

4. Américo Nunes – Economia – U. Católica do Porto

5. António Almodôvar – História do Pensamento Económico – FE/U. Porto

6. António Brandão - Economia – FE/U. Porto

7. António Serrano – Gestão – U. Évora

8. Efigénio Rebelo – Matemática – FE/U. Algarve

9. Eva Oliveira – Economia (Prog. Erasmus) – U. Católica do Porto

10. Fernanda Peixe – Economia – U. Évora

11. Filipe Coelho – Gestão - FE/U. Coimbra

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12. Francisco Cordovil – Economia – ISCTE

13. João Albino Matos – Economia – FE/U. Algarve

14. João Bilhim – Gestão e Administração Pública – ISCSP/UTL

15. João Duque – Gestão – ISEG/UTL

16. João Ferreira de Almeida – Presidente ISCTE

17. João Ferreira do Amaral – Economia – ISEG/UTL

18. João Proença – Gestão – FE/U. Porto

19. José da Silva Costa – Economia – FE/U. Porto

20. José Luís Cardoso - História do Pensamento Económico – ISEG/UTL

21. José Manuel Caetano – Economia – U. Évora

22. José Neves Adelino – Gestão – FE/UNL

23. José Reis – Economia – FE/U. Coimbra

24. M. Victor Martins – Economia – ISEG/UTL

25. Manuel Brandão Alves - – Economia – ISEG/UTL

26. Margarida Proença de Almeida – Economia – EEG/U. Minho

27. Maria Helena Guimarães - Economia – EEG/U. Minho

28. Marta Silvéria - Gestão – U. Évora

29. Minoo Farhangmehr – Gestão/EEG – U. Minho

30. Nuno Valério – História Económica-ISEG/UTL

31. Pedro Pita Barros – Economia – FE/UNL

32. Rui Nunes - Matemática – FE/U. Algarve

33. Rui Sousa – Gestão – Universidade Católica do Porto

34. Vitor da Conceição Gonçalves – Gestão – ISEG/UTL

35. Vitor Santos – Economia –ISEG/UTL

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Desloquei-me, já em finais de Outubro corrente, a Vigo onde participei num debate com

Colegas portugueses e Vice-Reitores das três Universidades da Galiza (Corunha,

Santiago de Compostela e Vigo), tendo tomado conhecimento do ponto de situação

deste Processo em Espanha. A convite do Núcleo de Estudantes do Curso de Gestão da

UBI tive também a oportunidade de me deslocar à Covilhã e tomar conhecimento da

falta de informação, das preocupações e perplexidades existentes a nível quer de

docentes, quer de estudantes.

Contactei ainda com o Senhor Bastonário da Ordem dos Economistas, Prof. António

Simões Lopes. E também tive alguns contactos e tomei conhecimento da posição de

empregadores.

Como é normal, tive oportunidade de constatar pontos de convergência e de

divergência, muitas vezes entre colegas da mesma instituição, sobre os caminhos a

seguir no processo em apreço.

É tendo presente o resultado de todos estes contactos, a pesquisa que fiz sobre a

evolução deste processo nos outros países europeus e a minha própria reflexão que

submeto à Senhora Ministra este Parecer, não sem deixar de enfatizar que tive

presente três princípios fundamentais, a saber:

- a realidade nacional (formação dos estudantes do ensino secundário, tradição no

nosso Ensino Superior, exercício da profissão...)

- a envolvente europeia

- o desenho de um modelo que, tendo presentes as duas preocupações anteriores,

permita formar pessoas em diferente etapas/fases da sua formação e com

capacidades específicas para exercer uma profissão que o mercado de trabalho

reconheça como uma mais valia social.

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Dado o prazo estipulado e as condições (limitadas) concretas de trabalho, bem como

o apelo ao poder de síntese que a Senhora Ministra nos fez, não pudemos

desenvolver alguns pontos que talvez se justificasse. Acresce que o tempo de

divulgação do texto “Reforma do Sistema do Ensino Superior – Orientação para

Harmonização de Estruturas de Formação no Âmbito do Processo de Bolonha” em

25.09.04, não foi muito estimulante para quem tinha a responsabilidade de

corresponder ao pedido solicitado. Eis, de qualquer forma, a resposta possível ao

desafio lançado por Sua Excelência a Ministra da Ciência, Inovação e Ensino

Superior, o qual deve ser entendido tão-somente como um contributo a ser

completado, certamente por muitos outros, formais ou informais, e,

fundamentalmente, a ser concretizado com a determinante participação e

empenhamento das Instituições do Ensino Superior.

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1. Introdução

A área de conhecimento “Economia e Gestão”, tem por objecto essencial o estudo

de como o Homem e a Sociedade fazem a afectação de recursos escassos, de usos

alternativos, de forma a maximizar os resultados e a sua distribuição por pessoas ou

grupos sociais. Por isso, neste domínio importa ter sempre presente um

enquadramento histórico sobre a evolução das economias e das sociedades, das suas

regras de organização e funcionamento e procurar detectar quais as suas

perspectivas evolutivas. Na evolução do corpo teórico da economia foi,

progressivamente, introduzido e intensificado o rigor que a Matemática e a

Estatística impõem. Com a complexidade das Sociedades modernas a Ciência

Económica, mantendo uma base geral de formação, foi-se diversificando, criando

novas áreas de especialização, umas mais orientadas para a reflexão e acção nas

áreas macro e micro-económicas, outras levaram mesmo a criação de novas linhas

de estudo, das quais a mais relevante na sociedade actual é, sem dúvida, a Gestão de

Organizações, em particular a Gestão de empresas, que adquiriu uma certa

autonomia funcional, e que por sua vez a diversidade de apelos e aplicações levou à

sua progressiva especialização.

Daí que, partindo e mantendo, parcialmente, uma base comum com a Ciência

Económica, a Economia e a Gestão seguiram os caminhos da relativa autonomia e

da especialização, o que permite compreender a actual adjectivação dos economistas

e dos gestores.

Com o relevo crescente da área económico-financeira na gestão das economias e das

sociedades, a importância e crescente complexidade das organizações - e em

particular das empresas – no mundo globalizado actual, trouxe aos economistas e

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gestores responsabilidades sociais acrescidas, o que pressupõe formações

adequadas a essas responsabilidades, quer a nível da empresa, quer a nível geral das

economias nacionais, cada vez mais integradas em espaços regionais e globalizadas

a nível planetário. Daí a crescente importância de estudos especializados nestas duas

áreas, com formações pós-graduadas flexíveis e atentas às necessidades reveladas no

mercado. Em certa medida esta evolução permite compreender, mas não aceitar sem

perplexidade, a proliferação de cursos adjectivados com que nos confrontamos no

nosso País.

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2. Enquadramento Geral

• O chamado Processo de Bolonha visa, com justeza, a criação de um Espaço

Europeu de Ensino Superior (EEES), o que constitui um desafio, mas também

uma oportunidade para reflectir e reformar o Ensino Superior em Portugal.

• É importante chamar a atenção para o facto deste Processo não visar a

uniformização, o que seria negativo, mas antes a harmonização dos Sistemas de

ensino superior na Europa.

• É sabido que, a par da preocupação em criar o EEES com tudo o que este

pressupõe e/ou permite - vg Sistema de ECTS suplemento ao diploma,

mobilidade, legibilidade empregabilidade, etc.-, outras preocupações estão

presentes neste processo e que se ligam ao financiamento do ensino superior.

• Seria altamente preocupante, no caso português, que a implementação do

Processo de Bolonha levasse a uma redução do financiamento público, dadas as

carências e o atraso em que Portugal se encontra face aos seus parceiros

europeus.

• No Processo de Bolonha a estruturação dos Cursos faz-se em três ciclos. Se

quanto ao 2º e 3º ciclos não parece haver dúvidas quanto à designação dos graus

– Mestre e Doutor, respectivamente -, quanto ao 1º ciclo as opiniões dividem-se

entre Bacharelato e Licenciatura. Não me parece uma questão muito relevante,

pelo que me é indiferente uma ou outra designação, apesar de tudo com uma

ligeira inclinação para a segunda, só por razões de maior tradição nos anos mais

recentes. Assim, neste Parecer utilizei para o 1º ciclo o termo “licenciatura”. Se

fôr o “bacharelato” a ser adoptado, bastará proceder às necessárias alterações daí

decorrentes.

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• A elaboração deste parecer tem em conta os termos do despacho da Sua

Excelência a Ministra da Ciência e do Ensino Superior que criou o Grupo de

Coordenação, as reuniões havidas no MCES, o documento intitulado

“Orientação para harmonização de estruturas de formação no âmbito do

Processo de Bolonha”, divulgado em Setembro último pelo MCIES, bem como

os contactos com os colegas atrás referidos, a pesquisa e reflexão próprias do

autor.

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3. Perfis e competências de formação

3.1. Perfis nos sub-sistemas

Julgo importante começar por abordar a diferenciação que deve existir nos dois sub-

sistemas de ensino superior existentes em Portugal.

Os perfis de formação nos dois sub-sistemas estão, naturalmente, relacionados com as

diferentes missões e objectivos de cada um dos sub-sistemas.

Já é recorrente dizer-se que o ensino universitário deve estar mais orientado para uma

formação:

- com maior conteúdo teórico, desenvolvida em ambiente de investigação

- com uma forte dominância conceptual

- com maior profundidade e (maior) intensidade

- de carácter mais amplo

- que permita, para além da formação de base, aceder facilmente a um leque vasto de

especializações

- que permita, com uma formação complementar, o exercício reconhecido da profissão

(“Economista”)

O ensino politécnico deve estar orientado para uma formação:

- com maior conteúdo de aplicação do saber

- com maior componente profissional imediata

- de carácter mais “estreito”

- que permita sair do 1º. ciclo já com um nível de “saber fazer” mais “especializado”

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- que requer uma responsabilização social de nível diferente, inerente ao exercício de

uma profissão não regulada.

Mas devem ser entendidas como duas formações de igual dignidade, com missões e

objectivos diferentes, que correspondem a necessidades sociais também elas diferentes.

Ao Estado e às Instituições de ensino superior compete salvaguardar esta dignidade e

esta diferenciação, a bem do interesse colectivo.

Se nos centrarmos na formação para o exercício da profissão do estudante saído do

sub-sistema universitário podemos sintetizar, em termos de perfis profissionais, a

procura destes graduados (as chamadas “saídas profissionais”), como segue:

Economia Gestão Ambas as formações

- Gabinetes de Estudos

e Planeamento

- Direcção de Empresas

(Administração e Gestão)

- Sector financeiro

- Trabalhos/Análises

Macroeconómicos

- Contabilidade e Auditoria - Sector internacional

- Organizações

Internacionais

- Recursos Humanos - Fiscalidade

- Diplomacia - Direcção Comercial e

Marketing

- Assessoria e Consultoria

em diversas áreas

económicas/empresariais/

sociais

- Direcção Financeira - Gestão de Patrimónios

- Administração Pública

- Docência e Investigação

Nota importante: Devemos, contudo, chamar a atenção para o facto de hoje uma parte

significativa dos licenciados em Economia e/ou Gestão desempenharem funções

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profissionais, em grande medida independentes da sua formação específica de base. Há,

nesta área, uma polivalência que não encontramos noutros domínios .

A formação politécnica deverá ter saídas profissionais mais parcelares, com um grau

de exigência mais elementar – mas não menos importante – com uma empregabilidade

imediata mais próxima da formação concebida, sem prejuízo de um grau de polivalência

relevante que é característico desta área do conhecimento, independentemente do sub-

sistema.

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3.2. Competências gerais e específicas

3.2.1. Competências gerais

Centramo-nos aqui no sub-sistema universitário, devendo fazer-se as adaptações

necessárias relativas ao ensino politécnico, de acordo com o que foi dito atrás sobre a

diferenciação entre os dois sub-sistemas.

Seguindo uma metodologia muito utilizada internacionalmente, diremos que o

“Economista” (inclui formados em Economia, Gestão e Finanças) deve possuir as

competências gerais, sub-divididas em competências instrumentais, interpessoais e

sistémicas, de acordo com o esquema seguinte:

Competências Gerais

INSTRUMENTAIS - Cultura geral adequada

- Capacidade de organização do trabalho

- Capacidade de análise e de síntese

- Capacidade de comunicação oral e escrita, quer em Português,

quer em línguas estrangeiras (particularmente em Inglês)

- Capacidade de resolução de problemas e de tomar decisões

- Capacidade de recolha, tratamento e interpretação da

informação

INTERPESSOAIS - Capacidade de trabalho em grupo e em equipas

interdisciplinares

- Capacidade de análise crítica e autocrítica

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- Capacidade de adaptação a ambientes multiculturais

- Capacidade de trabalho em contexto internacional, europeu em

particular

- Capacidade de trabalhar em ambientes de pressão

- Dispor de condições para assumir um compromisso ético no

trabalho, isto é, ser deontologicamente um bom profissional

SISTÉMICAS - Capacidade de liderança

- Capacidade de aprender e trabalhar autonomamente e de se

adaptar a novas situações

- Capacidade de aplicação dos conhecimentos

- Revelar espírito de iniciativa e criatividade

- Motivar-se pela melhoria constante da qualidade

- Revelar sensibilidade social, em particular com o impacto de

decisões suas ou da sua Organização

Note-se que há neste conjunto de competências algumas que são mais ou menos inatas

ao ser humano, moldadas pelo ambiente em que nasce e vive, mas a Escola deve

procurar estimular e desenvolver umas, bem como criar, treinar e aperfeiçoar outras

destas características e competências.

Para o graduado de 2º. ciclo devem exigir-se adicionalmente:

- Uma atitude de abertura ao conhecimento científico

- Um trabalho baseado no conhecimento científico mais aprofundado e mais

especializado

- Uma atitude de maior abertura, de contributo e de estímulo à inovação

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- Uma maior capacidade de adaptação a ambientes e meios sociais e culturais

diversos

- Uma maior capacidade para tarefas de liderança e para encontrar soluções para

problemas inesperados, bem como para problemas humanos específicos que

decorrem do trabalho normal numa Organização.

3.2.2. Competências específicas

Neste ponto consideraremos apenas as duas formações básicas – Economia e Gestão –

no sub-sistema universitário. A formação em Finanças é derivada destas duas grandes

áreas, numa combinação ligeiramente diferente, feita pelas instituições universitárias, e

que procura responder a necessidades sentidas no mercado.

Do meu ponto de vista não se deve excluir à partida a eventual existência de um tronco

comum de formação específica, ou pelo menos de muitas disciplinas comuns, com a

possibilidade de adaptar conteúdos em função dos objectivos da respectiva formação.

Veja-se o esquema seguinte:

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Competências Específicas

Conhecimentos Específicos Básicos

1º. Ciclo – Economia 1º. Ciclo – Gestão

Microeconomia Microeconomia

Macroeconomia Macroeconomia

Economia Internacional Contabilidade

Economia Monetária e Financeira Comercial/Marketing

Economia Desenvolvimento Finanças / Gestão Financeira

Economia / Finanças Públicas Estratégia Empresarial

Economia Portuguesa e Europeia Organização e Gestão de Recursos Humanos

Sistema de Informação para Gestão

Conhecimentos Específicos Complementares

História Económica História Económica

História do Pensamento Económico Sociologia/Comportamento Organizacional

Sociologia Direito

Direito Economia Portuguesa e Europeia

Economia da Empresa

(Gestão/Contabilidade/Análise

Financeira)

Conhecimentos Específicos Instrumentais

Matemáticas Matemáticas

Estatística Estatística

Econometria Investigação Operacional

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Aos conhecimentos específicos (básicos, complementares e instrumentais) necessários à

formação do 1º. ciclo, devem adicionar-se conhecimentos a obter em disciplinas

opcionais, a partir das áreas da Economia, da Gestão, da Matemática, da História, da

Sociologia e do Direito, de acordo com agrupamentos que o estudante queira e possa

fazer, quer na instituição de origem, quer noutra instituição nacional ou europeia. É o

“espaço para a mobilidade” possível no 1º. ciclo.

No 2.º ciclo o grau de flexibilidade deve ser maior e consequentemente também

aumenta potencialmente a Mobilidade.

Dada a diversidade de formações no ensino politécnico não vou, por impossibilidade

material, entrar neste âmbito e remeto para a diferenciação entre os dois sub-sistemas.

Não deixo, contudo, de referir que há conhecimentos específicos que refuto de

indispensáveis, consoante a formação seja mais próxima da economia ou da gestão, a

saber:

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Economia Gestão

Matemáticas Matemáticas

Estatística Estatística

Microeconomia Microeconomia

Macroeconomia Macroeconomia

Economia Portuguesa e Europeia Contabilidade

Noções de Economia Internacional e do

Desenvolvimento Sistemas de Informação para a Gestão

Políticas Públicas Direito

Sociologia Sociologia

História Económica História Económica

Direito Gestão Comercial/Marketing

Economia da Empresa Gestão / Análise Financeira

Organização e Gestão de Recursos

Humanos

a que devem acrescer os conhecimentos específicos mais aprofundados próprios da

respectiva especialidade.

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4. Modelo geral proposto

• Na sequência dos perfis e competências referidos no ponto anterior, apresento

neste ponto uma pequena reflexão e a proposta do modelo a seguir com algumas

notas adicionais importantes.

• É sabido que a grande maioria dos nossos principais parceiros europeus tem

vindo a optar pelo modelo 3+2 (nalguns – poucos casos - em paralelo com o

4+1). Esta opção é um elemento importante a ter em conta, mas não esgota a

discussão e a reflexão.

• É tendo presente esta opção europeia, que a grande maioria dos colegas

contactados, a que o autor se junta, acaba por aceitar o modelo 3+2 como

“norma”, não deixando de ter presente que a formação do 1º ciclo é fortemente

reduzida.

• Chama-se a atenção para os seguintes aspectos relevantes:

- deficiente e/ou insuficiente formação de ensino secundário

- exigência de uma maior articulação entre o ensino secundário e o superior

- a necessidade de reflectir sobre o papel do 12º ano na formação dos candidatos

ao ensino superior.

- grau de maturidade pessoal dos estudantes

- vantagem em prever um grau de flexibilidade razoável quanto à opção do

estudante por um curso em regime integral ou parcial, isto em qualquer dos

ciclos

- o 1º ciclo de três anos baixa a qualificação geral dos estudantes e ...

- gera um nível indiferenciado e relativamente elementar de

empregabilidade geral e para-específica

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- dificulta a mobilidade no 1º ciclo, limitando-se esta, no essencial, ao

último semestre , já que nas diferentes instituições, sobretudo nas de

referência, dificilmente se prescindirá da coerência e consistência do

núcleo central de formação básica do economista e do gestor.

- permite, potencialmente, aumentar a mobilidade no 2º ciclo de formação, e

até, no limite, a prossecução de estudos de 2º ciclo por parte de estudantes

provenientes de outras área científico-profissionais (no 1º ciclo)

- permite aumentar a qualificação de um maior número de pessoas com

frequência (e grau) do ensino superior (1º ciclo).

• o 1º ciclo (três anos) não me parece que possa dar formação suficiente para o

exercício da profissão de “economista” com a inerente assunção de

responsabilidade social e aceitação pelos empregadores. Deve ser matéria a

articular com a Ordem dos Economistas.

• importa traduzir, na prática, a diferenciação justificada que a lei estabelece entre

Ensino Universitário e Ensino Politécnico.

• a existência legal do Sistema Binário tem a sua razão de ser e a sua justificação.

Não me parece relevante insistir na sua diferenciação, o Universitário mais orientado

para a criação e transmissão de conhecimentos, sem esquecer as respectivas aplicações,

e o Politécnico mais orientado para a transmissão de conhecimentos e respectivas

aplicações. É bastante mais importante insistir que, se existe legalmente e se se justifica

a diferenciação entre os dois sub-sistemas, importa traduzir essa diferenciação na

prática, servindo complementarmente a formação dos portugueses e correspondendo a

diferentes níveis de necessidades sociais.

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Não está aqui em causa se um ensino é (falsamente) de “primeira” e outro de “segunda”.

O que está em causa é que estamos perante dois sub-sistemas com missões e objectivos

diferentes, que devem elaborar conteúdos formativos diferentes e colocar no mercado de

trabalho profissionais com perfis e competências diferenciados, sem prejuízo da

mobilidade e articulações necessárias entre os dois sub-sistemas.

• Feitas estas observações necessárias passo a apresentar o modelo proposto, bem

como a articulação entre os dois sub-sistemas, nos esquemas que se seguem:

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Situação

actual

(2004/2005)

Período de transição

(2005/06 – 2008/09)

Situação futura

(2009/10)

Universidade

Modelo geral

4+2 (1º/2º

ciclos)

1º ciclo 2º ciclo

4 1

3,5 1,5

[(3)+1] 1

3 2

de acordo com as capacidades

das diferentes instituições

Universidade

Modelo geral

• 3+2 (1º/2º ciclos)

com 1º ciclo para Mob. Externa e nível básico de

empregabilidade/empregabilidade para-específica

• [3+1]+1

com o 1º ciclo para o exercício da profissão

(articular com Ordem) e nível de aceitação pelos

empregadores.

Neste caso, o 1º ano do 2º ciclo deveria contar com

X unidades de crédito para a obtenção 2º ciclo (grau

de mestre) – mestrados científico ou profissional

Politécnicos

Modelo geral

3+2 (1º ciclo

Lic. Bi-

etápicas)

1º ciclo

Criar o Diploma de Ensino

Superior Profissional

atribuído ao fim de 2 anos.

Daria acesso ao 1º ciclo de

3/4 anos

(3+2) → (3+1)-Licenciatura

profissional

Politécnicos

- 2 anos – Diploma de Ensino Superior Profissional

(DESP)

- 3 anos (1º ciclo) – Licenciatura profissional + 2

anos (2º ciclo) – Mestrado profissional (em

articulação necessária com a Universidade).

Os Politécnicos poderiam/deveriam (desde que

disponham de capacidades docentes para tal)

oferecer cursos de especialização pós 1º ciclo nas

respectivas áreas, atribuindo “Diplomas”.

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- Explicitação do Modelo geral

• Nas Universidades parte-se, em geral, do modelo 4+2 (1º e 2º ciclos) para

se chegar ao modelo 3+2 (1º e 2º ciclos) a partir de 2009/10.

• Prevêem-se 4 anos para um período de transição ( 2005/06 a 2008/09), em

que as diferentes Universidades, de acordo com as suas capacidades,

experiências e tradições poderiam ir adaptando os seus dois ciclos.

• Prevêem-se aqui quatro hipóteses

- adaptar desde já o 2º ciclo, passando-o para um ano e mantendo o 1º ciclo nos 4

anos (eventualmente com adaptação de conteúdos e de métodos pedagógicos)

- proceder a adaptações nos dois ciclos actuais, passando-os para 3,5+1,5 anos,

respectivamente.

- proceder a adaptações que visassem preparar desde já um 1º ciclo de 3 anos para

efeitos de harmonização europeia e de mobilidade, mas com um nível inferior de

empregabilidade específica. A estes 3 anos juntar-se-ia um 4º ano que preparasse

para o exercício da profissão de “economista”, que seja aceite pela Ordem e que

seja reconhecido pelos empregadores.

- Implementar num prazo mais curto o modelo de 3+2

• Os licenciados para a mobilidade e harmonização terão um nível de

empregabilidade indiferenciada, geral e para-específica, enquanto os

licenciados com formação complementar (1º ano do 2º ciclo) estarão em

condições de exercer as funções específicas de economista/gestor em pleno,

para além da polivalência inerente a esta formação. Esta formação

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complementar para o exercício da profissão deverá contar com X unidades

de crédito para a obtenção do grau de 2º ciclo (grau de mestre).

• As Universidades concederiam o grau de mestre (2º ciclo), estabelecendo

uma diferença entre Mestrados Científicos, que dariam acesso directo ao

Doutoramento, e Mestrados Profissionais que preparam melhor para o

exercício da profissão e permitem uma vasta especialização. Estes últimos

darão acesso ao grau de doutor mediante a obtenção prévia de X unidades

de crédito, a que seguiria a inscrição em Programa de Doutoramento.

• Julgo importante, neste novo quadro, prever a existência de programas de

doutoramento, mas também manter e/ou criar outras alternativas de acesso

ao grau de doutor, como por exemplo, estudantes com elevadas médias nos

ciclos anteriores e com experiências profissionais relevantes.

• Nos Institutos Politécnicos parte-se do modelo geral de 3+2

(bacharelato/licenciatura bietápica) para se chegar a uma oferta mais

diversificada, com saídas profissionais diferenciadas.

• Neste sub-sistema a partir de 2009/10 (ou antes) deveriam ser formados

estudantes ao fim de 2 anos, outorgando-lhe um Diploma de Ensino

Superior Profissional (DESP), reconhecido no mercado, titulando um

profissional técnico em X, Y, Z, etc.

• Ao fim de 3 anos (1º ciclo) os Politécnicos concederiam uma licenciatura

profissional (de acesso directo e a que teriam também acesso os

estudantes detentores do DESP), isto é, um curso de banda estreita,

orientado para a formação de profissionais competentes em domínios

específicos.

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• Os Politécnicos devem fazer cursos de especialização pós 1º ciclo nas

respectivas áreas, sendo condição indispensável tão-sòmente dispôr de

capacidades docentes e de equipamentos e infraestruturas.

• Prevê-se ainda a possibilidade dos Politécnicos, em articulação necessária

com as Universidades, participarem no 2º ciclo, visando a concessão por

estas do grau de Mestre Profissional.

• Deve ser salvaguardada pela lei e pelas Instituições a mobilidade entre

Sub-Sistemas e entre graus dos dois Sub-Sistemas em condições a definir.

Em esquema teríamos:

(*) Pode incluir também formas diversas de aproximação ao mundo do trabalho, tais como, estágio curricular

em ambiente profissional, exercícios de simulação de situações reais, regime de tutoria ou de co-tutoria

(Universidade/Empresa-Empregador potencial...).

Licenciatura (Bacharelato)

(3 anos)

DESP Diploma de

Ensino Superior Profissional

(2 anos)

Licenciatura (Bacharelato) Profissional

(3 anos)

Cursos de Especialização Pós 1º. Ciclo – duração

variável – (Diploma)

Formação complementar para o exercício da

profissão (articular com a Ordem dos Economistas)

(*)

Mestrado Cientifico

Mestrado Profissional

Universidade

Doutoramento/ Frequência de Programa de

Doutoramento

2º Ciclo1º Ciclo

3º Ciclo

Politécnicos (Mercado Trabalho)

Curso de Especialização Pós – 1º ciclo

(Diploma)

Acesso condicionadoAcesso directo

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Este modelo proposto pressupõe o financiamento público do 1º ciclo e do 2º ciclo pelas

seguintes razões:

- o 1º ciclo de três anos: permite a Harmonização e a Mobilidade europeias, mas

esta, na prática, fica limitada ao último semestre do 3º ano;

• faculta um grau de empregabilidade geral e para-específica

• leva a que haja uma maior procura do 2º ciclo, ou pelo menos do 1º ano

deste ciclo para o exercício da profissão.

- o financiamento público no âmbito do Processo de Bolonha deverá ser

reorientado (e não reduzido) tendo presente a alteração do Modelo Pedagógico

que Bolonha pressupõe e implica, a nível dos professores, dos estudantes e,

necessariamente, dos equipamentos e das condições de trabalho de uns e outros.

Melhorar-se-iam as condições de ensino e de investigação.

- O Estado não se deve desresponsabilizar da formação de mestres, sejam eles de

carácter profissional ou científico, sob pena de em Portugal continuarmos, nesta

área, a ter estudantes de mestrado que na sua quase totalidade já estão inseridos

no mercado de trabalho. Se este facto é de assinalar positivamente, o que revela

procura social, por outro lado, leva a que os estudantes prolonguem os prazos de

conclusão e entrega das dissertações de mestrado, o que é de todo indesejável.

O financiamento de parte deste 2º ciclo, bem como do 3º ciclo, pode ser

equacionado no quadro da concessão de bolsas.

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5. Curriculum nacional mínimo

Esta matéria foi objecto de análise e não houve consenso, diria mesmo, recusa em

aceitar que deva ser o MCIES a “impôr” um curriculum nacional mínimo, tendo

presente a autonomia universitária. Admite-se, contudo, que no universo das

instituições de ensino superior público e privado haja necessidade de salvaguardar

requisitos mínimos, que homogeneizem a formação dos estudantes. Podem ser

tomados aqui em linha de conta os critérios que a Ordem estabeleceu para aceitação

da inscrição de licenciados na área de Ciência Económica.

Tomando como base de raciocínio os cursos de 1º ciclo em Economia, Gestão e

Finanças, aceites pela Ordem dos Economistas, ouso propor o seguinte,

salvaguardando uma mais profunda reflexão;

- para qualquer 1º ciclo destes Cursos o núcleo essencial da formação de base

poderá ser dado em cerca de 22-24 disciplinas semestrais obrigatórias (com

diferenças de curso para curso a cargo das Universidades), num total de 30

semestrais;

- a estas 22-24 disciplinas obrigatórias para o 1º ciclo deve corresponder a

seguinte estrutura, numa base de 180 ECTS, (mas adaptável se for de 240), e

agrupando os conteúdos formativos em quatro domínios: Economia, Gestão,

Matemática e Ciências Sociais (História, Sociologia, Direito):

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Áreas 1º ciclo (% de total ECTS)

disciplinares Economia Gestão Finanças

Economia 35-40% 10-14% 15-20%

Gestão 10-12% 35-40% 25-35%

Matemática 15-20% 10-15% 15-20%

História/Sociologia

e Direito 15-20% 10-15% 10-15%

Total (obrigatórias) +/- 80%

Opcionais +/-20%

Relativamente ao 2º ciclo, a oferta deve ser mais diversificada e portanto devem as

Instituições ficar com margem de manobra para formatar as respectivas formações, em

função das necessidades sociais expressas no mercado, da procura pelos estudantes , das

capacidades do seu corpo docente e das suas capacidades de acolhimento.

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6. Designação dos Cursos

• No conjunto dos 150 Cursos, cuja lista o MCIES me facultou constatei que há

58 designações. Dos 150 cursos, 84 são licenciaturas, 59 licenciaturas bi-

etápicas, 6 são bacharelatos e 1 não indica o grau.

• No conjunto das 58 designações, há quatro (Economia-19, - Gestão1-51, -

Finanças – 2 e Gestão e Administração Pública – 4) que considero que abarcam

áreas relevantes e que correspondem a 76 cursos, o que quer dizer que há 74

cursos a que correspondem as restantes 51 designações.

• É uma situação anormal e que importará ser corrigida. Há aqui responsabilidades

das Instituições que propõem os Cursos, mas também do MCIES que os

regista/aprova.

Não me parece, contudo, um problema excessivamente preocupante e a opinião

fortemente maioritária que recolhi e que coincide com a minha posição é a de que o

leque de designações é algo que deve ser progressivamente corrigido, quer pelo

MCIES aquando da (re) acreditação dos Cursos, quer, sobretudo por

propostas/sugestões do CNAVES e das Comissões Externas de Avaliação, tendo

presente os conteúdos dos diferentes cursos, e até com o contributo da Ordem, se fôr

caso disso.

1 Integra quatro designações: Gestão (23), Organização e Gestão de Empresas (5), Gestão de Empresas (21) e Gestão de Empresa (2).

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Como contributo para esta matéria, ter presente o que proponho quando falo do

Sistema Binário-Universidade-Politécnico - e das vantagens na sua diferenciação em

termos de conteúdos com reflexos nas designações dos Cursos. Por exemplo, faz

sentido falar em licenciatura em Economia ou em Gestão nas Universidades, e não

nos Politécnicos, e nestes falar em licenciatura profissional em Marketing ou em

Gestão Hoteleira.

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7. Cursos de especialização

Nesta Área há nalgumas Instituições de referência uma vasta experiência na realização

de Cursos de especialização, que correspondem, regra geral, a cursos de pós-graduação

(pós-1º ciclo), que têm em conta, por um lado, as necessidades do mercado e, por outro

lado, as capacidades do corpo docente, sem deixar de recorrer a profissionais

experientes com provas dadas que valorizam as formações. São os casos mais evidentes

do ISEG/UTL, da Universidade Católica (Lisboa), da FE/UNL e do ISCTE.

Penso que a oferta deste tipo de cursos, pela sua natureza, tem que ser muito flexível,

de fácil adaptação às necessidades reveladas no mercado e deve integrar-se naquilo

a que recorrentemente chamamos Formação Contínua ou Formação ao Longo da

Vida.

Do meu ponto de vista, e de acordo com o que digo atrás, esta formação deve ser

assegurada pelos Institutos Politécnicos e pelas Universidades. O relevante aqui é dispor

de capacidade intrínseca para fazer a formação e esta ser adequada às necessidades

dinâmicas do mercado, devendo até as Instituições ser antecipadoras dessas

necessidades, isto é, abrir o caminho a Formações Novas.

Por isso, os Politécnicos devem poder fazer esta formação nas respectivas áreas de

especialização em que são fortes, em que revelem dispôr de capacidades docentes, em

áreas relevantes para as Regiões em que se inserem, e desde que se revele a existência

de procura no mercado.

As Universidades estão aqui numa área de grande relevância social e de crescente

importância nacional e internacional. Com o 1º ciclo de três anos, mesmo considerando

– o que proponho – que para o exercício da profissão deverão considerar-se quatro anos

de formação, na Sociedade actual de mudanças muito aceleradas, em que o

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conhecimento teórico e técnico-instrumental rapidamente se desactualiza, total ou

parcialmente, impõe-se que as Universidades estejam à altura de corresponder a estes

desafios.

Não vejo grande interesse em estar a regulamentar esta matéria, nesta Área. Julgo

suficiente que se mantenham ou se clarifiquem e/ou aprofundem as regras que permitem

às Universidades criar livremente estes Cursos, que funcionam se e enquanto houver

procura. Há formações cuja procura é mais ou menos estável (v.g. na área de

fiscalidade, da análise financeira, do marketing, da economia europeia, dos sistemas de

informação para a gestão, etc) e outras em que há fases de maior ou menor procura. A

flexibilidade na sua criação e no seu funcionamento permitirá às Universidades uma

fácil adaptação. Estas devem ser incentivadas a lançar novas formações relevantes

socialmente e formações novas que apontem para um despertar em áreas de futuro.

No interior de cada Universidade a obtenção de diplomas de especialização pós-

graduada deve corresponder à concessão de X unidades de crédito a fim de que, caso os

formandos assim o desejem, possam prosseguir estudos que concedam graus (o 2º e 3º

ciclos).

Há já experiência nesta matéria nalgumas Universidades.

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8. Questões complementares

8.1. Acesso ao 1º Ciclo

• O acesso ao 1º ciclo deve ter como requisito mínimo nacional média positiva no

ensino secundário (10 em 20, mas não me repugna aceitar 9,5 em 20), garantido

que esteja neste nível de ensino a exigência indispensável e o controlo (na medida

do possível) das notas atribuídas. Este princípio deve ser válido para os dois Sub-

Sistemas.

• No acesso aos Politécnicos deve admitir-se a entrada automática a quem tiver pelo

menos catorze (14) valores de média no ensino secundário e pelo menos doze (12)

nas disciplinas nucleares (Português, Matemática e eventualmente outra a definir,

conforme os cursos). Os restantes terão acesso através de concurso nacional de

acesso.

• No acesso às Universidades deve admitir-se que:

- as Instituições possam seleccionar os seus estudantes, fazendo exames de

admissão;

- os estudantes com média geral de pelo menos dezasseis (16) valores e de pelo

menos catorze (14) nas disciplinas nucleares (Português, Matemática e

Economia), tenham acesso automático;

- caso as vagas não fiquem preenchidas poderia haver um concurso nacional de

acesso, de acordo com as vagas existentes.

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• Julgo estarmos numa fase em que não se justifica a manutenção do “numeri clausi”

imposto pelo MCIES. A manutenção de um número máximo de vagas/entradas só se

justifica por razões de capacidade de acolhimento (pessoal docente, capacidades

físicas existentes).

8.2. Acesso ao 2º Ciclo

O pressuposto básico é que os candidatos sejam titulares do grau do 1º ciclo.

Também se pressupõe que o 2º ciclo só poderá ser concedido pelas Universidades,

podendo ser feitos em articulação com os Politécnicos alguns mestrados profissionais,

de acordo com as capacidades docentes, as áreas de especialização e a localização

geográfica.

• Nestas condições de acesso devem levar-se em conta pelo menos a Instituição de

origem, a média do 1º ciclo e o curriculum vitae do candidato.

• De acordo com a proposta apresentada neste parecer, no 1º ciclo podem existir

licenciaturas (Lic.) e licenciaturas profissionais (Lic. Prof.) e no 2º ciclo prevêem-se

mestrados científicos (Mest. Cient.) e mestrados profissionais (Mest. Prof.).

Naturalmente que os acessos devem ser diferenciados, de acordo com o tipo de 1º

ciclo obtido e do 2º ciclo a que se pretende aceder.

• O acesso aos Mest. Cient. deve ser:

- automático (directo) para titulares de uma licenciatura com uma média geral de

pelo menos catorze (14) valores;

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- condicionado à obtenção de X e Y unidades de créditos, a definir pela Instituição

de acolhimento para:

• titulares de uma licenciatura com uma média geral de pelo menos doze

(12) valores;

• titulares de uma licenciatura profissional com uma média geral de pelo

menos doze (12) valores.

• O acesso ao Mest. Prof. deve ser:

- automático (directo) para titulares de uma licenciatura ou de uma licenciatura

profissional, com uma média geral de pelo menos catorze (14) valores;

- automático para titulares de uma licenciatura ou de uma licenciatura profissional

com média geral de pelo menos doze (12) valores e inferior a catorze (14)

valores e pelo menos dois (2) anos de experiência profissional relevante;

- condicionado à obtenção de X e Y unidades de crédito para:

• titulares de uma licenciatura ou de uma licenciatura profissional com uma média

geral inferior a doze (12) valores, desde que possuidores de um curriculum

profissional relevante;

• titulares de uma licenciatura ou de uma licenciatura profissional com média

geral inferior a (12) valores.

• Os titulares de um grau do 1º ciclo e de um curso de especialização devem poder

aceder ao 2º ciclo mediante o preenchimento de requisitos a fixar pela Instituição de

acolhimento.

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8.3. Acesso ao 3º ciclo

• O requisito geral indispensável é o candidato ser titular do grau de mestre (2º ciclo)

• O acesso ao 3º ciclo deve ser:

- automático e excepcional, com inscrição directa em tese, para titulares de uma

licenciatura e de um Mestrado Científico com média de pelo menos dezasseis

(16) valores e a notação de Muito Bom.

- automático (directo) com inscrição em Programa de Doutoramento para titulares

do grau de Mestre - Mestrado Científico – com média de pelo menos catorze

(14) valores, ou a notação de Bom, quer no 1º ciclo, quer no 2º ciclo;

- condicionado à obtenção de X unidades de crédito, a definir pela Instituição de

acolhimento, para titulares de um Mestrado Profissional com média geral de

pelo menos catorze (14) valores ou a notação de Bom e posterior inscrição em

Programa de Doutoramento;

- condicionado e excepcional, com inscrição em Programa de Doutoramento,

mediante a obtenção de Y unidades de crédito, a definir pela Instituição de

acolhimento, para titulares do grau de mestre (2º ciclo), desde que detentores de

um curriculum vitae muito relevante.

Elaborado por

António Romão

Outubro, 2004

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