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Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil Dezembro/2018 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018 Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil Maria Lila Pitangueira Andion [email protected] MBA Construção Sustentável e Edificação Eficiente Instituto de Pós-Graduação - IPOG Salvador, BA, 22 de Abril de 2018 Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar a importância da Etiquetagem, principalmente em edifícios residenciais, além de exemplificar como está sendo utilizado no Brasil. Com a escassez de energia no mundo e o crescimento acelerado da população, as crises energéticas vêm sendo cada vez mais frequentes, inclusive no Brasil, que mesmo tendo uma das fontes de energia mais limpas não é suficiente para suprir a necessidade de toda a população, segundo estudos dos órgãos responsáveis. Soluções para conscientizar a população são cada vez mais necessárias, porém pouco difundidas, além do código brasileiro estar desatualizado em relação à legislação referente ao conforto ambiental e eficiência energética nas edificações, o que atrasa a obrigatoriedade da etiquetagem nas construções e seu reconhecimento pela população. Para este trabalho foram feitas pesquisas juntos aos órgãos responsáveis e foi buscado também textos de autores renomados na área como Roberto Lamberts. Conclui-se que o tema é de estrema relevância para a sociedade atual e vem ganhando cada vez mais visibilidade, percebe-se que a procura por edifícios etiquetados está cada vez maior e vem se tornando um pré-requisito na compra de imóveis para boa parte da população, que pensa tanto na economia quanto no cuidado com o meio ambiente. Palavras-chave: Etiquetagem. Eficiência Energética. Conforto Ambiental. Procel-Edifica. Sustentabilidade. 1. Introdução No inicio da humanidade, longe de todo o desenvolvimento e tecnologias, as construções buscavam o conforto ambiental através de praticas regionalista, se adequando conforme o clima, a paisagem e os materiais encontrados no local. A partir da Revolução Industrial e da criação de novas tecnologias, surgiu na arquitetura o estilo internacional, com a mecanização do processo construtivo e adaptável a qualquer parte do mundo. Esse modelo foi reproduzido nos mais diversos locais sem considerar as diferentes situações climáticas (PNEE, 2011). Para atender o conforto ambiental nesses casos é necessária a utilização de mecanismos artificiais, que é muito utilizado como solução por muitos profissionais das novas gerações. Porém com o grande crescimento populacional e o alto consumo de energia, esse modelo totalmente dependente da eletricidade virou um problema. Com a crise energética, e posteriormente a ambiental, a população mundial, que até então não entendia os problemas ambientais e energéticos que o uso indiscriminado desses equipamentos energeticamente

Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua ... · do processo construtivo e adaptável a qualquer parte do mundo. Esse modelo foi reproduzido nos mais diversos locais

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Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua

Aplicação no Brasil

Maria Lila Pitangueira Andion – [email protected]

MBA Construção Sustentável e Edificação Eficiente

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Salvador, BA, 22 de Abril de 2018

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar a importância da Etiquetagem, principalmente em

edifícios residenciais, além de exemplificar como está sendo utilizado no Brasil. Com a

escassez de energia no mundo e o crescimento acelerado da população, as crises energéticas

vêm sendo cada vez mais frequentes, inclusive no Brasil, que mesmo tendo uma das fontes de

energia mais limpas não é suficiente para suprir a necessidade de toda a população, segundo

estudos dos órgãos responsáveis. Soluções para conscientizar a população são cada vez mais

necessárias, porém pouco difundidas, além do código brasileiro estar desatualizado em

relação à legislação referente ao conforto ambiental e eficiência energética nas edificações, o

que atrasa a obrigatoriedade da etiquetagem nas construções e seu reconhecimento pela

população. Para este trabalho foram feitas pesquisas juntos aos órgãos responsáveis e foi

buscado também textos de autores renomados na área como Roberto Lamberts. Conclui-se

que o tema é de estrema relevância para a sociedade atual e vem ganhando cada vez mais

visibilidade, percebe-se que a procura por edifícios etiquetados está cada vez maior e vem se

tornando um pré-requisito na compra de imóveis para boa parte da população, que pensa tanto

na economia quanto no cuidado com o meio ambiente.

Palavras-chave: Etiquetagem. Eficiência Energética. Conforto Ambiental. Procel-Edifica.

Sustentabilidade.

1. Introdução

No inicio da humanidade, longe de todo o desenvolvimento e tecnologias, as construções

buscavam o conforto ambiental através de praticas regionalista, se adequando conforme o

clima, a paisagem e os materiais encontrados no local. A partir da Revolução Industrial e da

criação de novas tecnologias, surgiu na arquitetura o estilo internacional, com a mecanização

do processo construtivo e adaptável a qualquer parte do mundo. Esse modelo foi reproduzido

nos mais diversos locais sem considerar as diferentes situações climáticas (PNEE, 2011).

Para atender o conforto ambiental nesses casos é necessária a utilização de mecanismos

artificiais, que é muito utilizado como solução por muitos profissionais das novas gerações.

Porém com o grande crescimento populacional e o alto consumo de energia, esse modelo

totalmente dependente da eletricidade virou um problema. Com a crise energética, e

posteriormente a ambiental, a população mundial, que até então não entendia os problemas

ambientais e energéticos que o uso indiscriminado desses equipamentos energeticamente

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ativos trazia, percebeu a necessidade de mudanças no comportamento e nas soluções

arquitetônicas para as construções (PNEE, 2011).

Foi então que o modelo de desenvolvimento mundial, com grande consumo de energia,

extração indiscriminada de recursos naturais e eliminação de rejeitos crescente e inadequado,

passou a ser questionado como insustentável para a preservação ambiental.

Ao encontro dessa tendência e em busca de construção de um novo enfoque para o

desenvolvimento, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

da ONU, através do relatório “Nosso Futuro Comum”, de 1987, cria o conceito de

desenvolvimento sustentável. Entendido como um modelo de desenvolvimento

capaz de atender ás necessidades de consumo das gerações futuras, este novo

paradigma apresenta-se como uma alternativa aos modelos comunmente adotados

pelos países ocidentais (PNEE, 2011).

Atualmente o conceito de sustentabilidade se baseia na eficiência energética com o máximo

de conforto ambiental para o uso das edificações. A arquitetura hoje precisa ter a eficiência

energética como um atributo essencial, buscando o retorno de um projeto mais bioclimático,

porém com a interação com sistemas de climatização para buscar um equilíbrio entre conforto

e menor gastos energéticos. Portanto devem-se unir os conceitos de conforto ambiental e de

eficiência energética na busca por normas e regulamentos que estabeleçam índices mínimos

de bom desempenho das edificações. Então vamos conceitua-los.

Segundo o PNEE (2011), a definição de conforto abrange as variáveis térmicas, visuais,

acústicas e de qualidade do ar. Neste sentido, cabe ao edifício amenizar os climas severos ou

proporcionar ambientes tão confortáveis quanto o ambiente externo, em climas amenos. Ou

seja, um conjunto de condições ambientais que permitem ao ser humano sentir bem estar

térmico, visual, acústico e antropométrico, além de garantir a qualidade do ar e o conforto

olfativo (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 1997).

Para uma edificação os mais relevantes são o conforto térmico, que segundo Fernandes

(2010), é definido como a sensação do organismo quando perde para o ambiente o calor

produzido pelo metabolismo, sem recorrer a nenhum mecanismo termorregulador; e o

conforto luminoso ou visual, que ainda segundo Fernandes (2010), não engloba apenas a luz,

mas o próprio sentido da visão. Para além do conceito de conforto luminoso, sabe-se que a

iluminação natural traz beneficios para a qualidade do ambiente e a saúde dos usuários, além

das vantagens relativas à eficiência energética e sustentabilidade. Contudo o Conforto

Ambiental contempla fatores que não estão ligados ao uso da energia, como o ofuscamento, o

controle da entrada de luz natural e aspectos ligados a acústica dos ambientes.

Portanto a qualidade ambiental é atingida com os padrões mínimos de conforto ambiental, que

no Brasil são determinados por diversas normas. Como listado por Fernandes (2010), algumas

delas são a NBR 15220, que trata do Desempenho Térmico de edificações; a NBR 15215,

sobre Iluminação Natural; a NBR 5413, que fixa valores mínimos de iluminância de acordo

com a atividade do ambiente; a NBR 6401 de condicionamento ambiental; as normas NBR-

12179, NBR-10152 e outras, sobre acústica e a NBR 15575, sobre desempenho de edifícios

habitacionais de até cinco pavimentos, com requisitos para iluminação, conforto térmico e

acústico.

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Já a Eficiência Energética se refere a ações de diversas naturezas que resultam na redução do

consumo de energia para atender as necessidades da sociedade através dos serviços de energia

como luz, temperatura, acionamento, transporte e uso em processos. Ou seja, atender as

necessidades da economia com o menor uso de energia primária e consequentemente menor

impacto para a natureza. Outro conceito clássico de eficiência energética, feito por Marques,

Haddad e Martins (2006) é “conceito sócio-econômico que traduz a necessidade de se retirar

do planejamento da expansão do sistema elétrico, a componente referente ao desperdício de

energia. Isso permite a redução dos investimentos no setor elétrico, sem comprometer o

fornecimento de energia e a qualidade devida”.

Na arquitetura a eficiência energética segundo Lamberts, Dutra e Pereira (1997) pode vim

como característica essencial à edificação, mostrando o seu potencial em proporcionar

conforto térmico, visual e acústico aos usuários com baixo consumo de energia. Portanto, um

edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas condições

ambientais com menor consumo de energia.

A eficiência energética muitas vezes é confundida com o racionamento de energia, porém este

segundo define-se como um “conceito mutilador da qualidade de vida, tem duração

determinada e é implantado em situações emergenciais quando há crise de abastecimento de

energia, por um motivo qualquer.” (MARQUES, HADDAD e MARTINS, 2006).

As ações de eficiência energética compreendem modificações ou aperfeiçoamentos

tecnológicos ao longo da cadeia, mas podem também resultar de uma melhor

organização, conservação e gestão energática por parte das entidades que a

compõem. Devem ser privilegiadas todas as ações que, na margem, tenham um

custo inferior ao necessário para suprir a energia economizada.

Em síntese, pode-se considerar os ganhos em eficiência energética como

provenientes de duas parcelas: uma referente ao “progresso autônomo” e outra

referente ao “progresso induzido”. Por progresso autônomo entende-se aquele que se

dá por iniciativa do mercado, sem onterferência de políticas públicas de forma

espontânea, ou seja, através da reposição natural do parque de equipamentos po

similares novos e mais eficientes ou tecnologias novas que produzem o mesmo

serviço de forma mais eficiente. Por progresso induzido, entende-se aquele que

requer estímulos através de políticas públicas. O país tem um conjunto de

oportunidades para atender as necessidades sociais através de programas de

eficiência energética. (PNEE, 2011)

Contudo, como vimos nos dois conceitos, um projeto com eficiência energética tem que

atender os valores mínimos de conforto ambiental, pois nem sempre a economia na energia

garante que vá se obter o conforto térmico e luminoso necessário. Outro fator a se considerar

é que em certos climas e em edifícios com alta ocupação, o conforto ambiental não terá como

ser atingido somente com recursos naturais, necessitando de uso de tecnologias, como

climatização artificial. Uma solução é optar, em climas mais amenos, por soluções híbridas,

onde em uma mesma edificação possa optar por ventilação natural e artificial, a depender da

época do ano e nos casos mais extremos procurar equipamentos e tecnologias mais eficientes.

Nesse sentido, a adoção de uma política de conservação de energia é fundamental, pois

permite uma diminuição da energia primária necessária para propiciar um mesmo nível de

consumo de energia útil e possibilita a construção de um estilo de desenvolvimento que

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implique uma menos energia demandada, através do emprego de soluções alternativas e de

novas tecnologias (PNEE, 2011). É sobre essa política de conservação, a etiquetagem Procel-

Edifica, o contexto que ela se insere no Brasil e sua importância que falaremos ao longo do

texto.

2. Produção de Energia no Brasil

Para a obtenção de um serviço de energia é necessário uma cadeia de transformações,

transporte e estocagem, com origem nas fontes primárias, encontradas na natureza, tanto de

origem renovável (solar direta, eólica, hidráulica, cana de açúcar e madeira) quanto não

renovável (petróleo, gás natural, carvão mineral e nuclear) (PNEE, 2011).

A matriz energética brasileira é predominantemente renovável, representando 81,7% da oferta

interna de eletricidade, com sua maior parte proveniente da geração hidráulica, que representa

68,1% da oferta interna total como mostra o gráfico abaixo.

Figura 1 – Gráfico da Oferta Interna de Energia Elétrica por Fonte

Fonte: Balanço Energético Nacional 2017: Ano base 2016 – BEN 2017

Já a geração elétrica a partir de não renováveis, segundo o BEN (2017), representou, em

2016, 19,6% do total nacional, resultado inferior ao ano anterior de 25,9%. A partir desses

dados, nota-se que, quando comparado com o resto do mundo, o Brasil tem uma matriz

energética considerada limpa.

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Figura 2 – Gráfico de comparação entre Matriz Energética Brasileira e a Mundial

Fonte: Eletrobrás, 2009

Quando tratamos do consumo da população brasileira houve uma queda de 0,9% em relação

ao ano anterior, com destaque ao setor residencial, que teve um crescimento de 1,4%. Os

outros setores, em geral, seguiram a tendência de queda, como o industrial que registrou uma

baixa de 1,3% porém nas áreas de papel e celulose e de alimentos e bebidas apresentou uma

variação positiva. Os setores público, agropecuária, comercial e transporte mantiveram a

variação negativa de 0,9% em relação ao ano anterior. (BEM,2017).

Quando partimos para a análise por região no setor residencial, o sudeste detém quase metade

do consumo de eletricidade, apesar de ter tido uma queda comparado ao último ano, enquanto

as outras regiões aumentarão o seu consumo.

Figura 3 – Tabela de Consumo Residencial de Eletricidade por Região

Fonte: Balanço Energético Nacional 2017: Ano base 2016 – BEN 2017

O grande desafio do Brasil é manter o ritmo de crescimento econômico (que implica em

aumento de gastos energéticos) dentro de critérios de sustentabilidade. Para sustentar o

aumento da produção de eletricidade os impactos ambientais são enormes, causados por

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diversos fatores como as inundações de deslocamento de populações com a construção e

ampliação das usinas hidrelétricas, a poluição e os riscos com a segurança pública causadas

pelas termoelétricas e nucleares, entre outros impactos. Por fim os grandes gastos nessa área

por parte do governo implicam na falta de investimento em outras áreas, como educação,

saúde e habitação (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 1997).

Portanto a eficiência energática é uma grande aliada para preservar a matriz energética

brasileira, que apesar de relativamente limpa está em constante crescimento por conta do

grande consumo. Assim as edificações precisam ser cada vez mais projetadas para menor

consumo de energia.

3. Consumo de Energia no Brasil

No Brasil o consumo de energia em edificações é um dos maiores de todos os setores. Esse

consumo pode ser dividido em três partes; a consumida na construção do prédio, embutido na

produção, transporte e manipulação dos materiais no canteiro de obra, também chamado de

conteúdo energético predial; a utilizada nas atividades-fim do prédio, como uso de

equipamentos necessários e indispensáveis para o funcionamento da edificação; e a

consumida nas atividades destinadas a trazer conforto necessário à habitabilidade (PNEE,

2011).

De toda a energia elétrica produzida no país mais de 40% é gasta em edifícios para uso e

manutenção. Deste total 21,4% vão para edifícios residenciais, 14,4% para edifícios

comerciais e 7% para edifícios públicos como mostra a figura 4.

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Nota / Note: Inclui importação e autoprodução / Includes imports and self production

Figura 4 – Gráfico de fluxo de energia de 2017/ ano base 2016

Fonte: BEN, 2017

Observando o consumo específico residencial vemos que a maior parte se destina a

geladeiras, chuveiros e lâmpadas, porém mais recentemente o ar condicionado vem subindo

no consumo dos brasileiros, chegando a 20% na média nacional. Esse valor ainda tende a

crescer nos próximos anos por conta do aumento do poder aquisitivo da população e devido a

falta de adequação das edificações ao clima local (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 1997).

Já em edifícios não residenciais como comercial e público, segundo os mesmos autores, a

situação se assemelha muito a europeia, aonde o consumo maior vem da iluminação artificial,

seguida do ar condicionado. A figura 5 mostra o consumo nesses dois usos.

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Figura 5 – Tabela de consumos por uso final de setores comercial e público

Fonte: Julia Fernandes, 2010

4. O que é etiquetagem

A etiquetagem pode ser usada para classificar o nível de desempenho de diversos produtos,

evidenciando o cumprimento de requisitos estabelecidos por normas e regulamentos técnicos.

Para cada critério a etiqueta recebe um nome, no caso da avaliação da eficiência energética de

produtos e edificações ela é conhecida como Etiqueta Nacional de Conservação de Energia

(ENCE). Nesse caso a classificação se da por meio de faixas coloridas, separadas em A, B, C,

D e E, sendo “A” a mais eficiente e “E” a menos, além de trazer outras informações

adicionais relevantes.

No Brasil o programa de etiquetagem é conhecido como Programa Brasileiro de Etiquetagem

(PBE) coordenado pelo Inmetro e contem hoje 38 Programas de Avaliação da Conformidade.

Dentre esses programas esta o PBE Edifica, feito da parceria entre o Inmetro e a

Eletrobrás/PROCEL, voltado para a avaliação da eficiência energética em edifícios

comerciais, de serviço e públicos e edificações residenciais.

Os Selos de Conformidade, seja em produtos ou edificação, ajudam o consumidor a escolher

produtos com menor consumo de energia e consequentemente menos impacto ao planeta.

5. Como surgiu no Brasil

Após a crise do petróleo na década de 70 o Inmetro, em 1984, começou a discutir a criação de

programas de avaliação da conformidade, pensando em informar para os consumidores a

eficiência energética dos equipamentos disponíveis no mercado nacional, inicialmente no

setor automobilístico. Após alguns anos o projeto foi ampliado e ganhou o nome de Programa

Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Já a Eletrobrás criou em 1985 o Programa Nacional de

Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) que posteriormente se transformou em programa

de governo para promover a racionalização da produção e do consumo de energia elétrica.

Com a crise de abastecimento ocorrida em 2001 no Brasil fomos obrigados a racionalizar a

energia e repensar o seu uso, gerando várias medidas adotadas pelo governo a partir dessa

situação. Porém o que percebemos na figura 6 é que após o impacto inicial do “apagão” em

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2001 o consumo voltou a crescer rapidamente, gerando maiores investimentos no PROCEL e

no PBE.

Figura 6: Consumo de Energia Elétrica e PIB em relação ao ano base de 1987

Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN 2005) A medida imediata adotada foi o inicio do processo de Etiquetagem de Edificações, que

ocorreu através da Lei nº 10.295, promulgada em 17 de outubro de 2001, junto com a criação

do subprograma Procel Edifica. Conhecida como Lei da Eficiência Energética, dispõe sobre a

Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia e visa desenvolver, difundir e

estimular a eficiência energética no País. Como resultado, observou-se uma significativa

redução do consumo de energia nas edificações, em especial no setor residencial. (PNEE,

2011)

Esta Lei foi regulamentada pelo Decreto nº 4.059, de 19 de dezembro de 2001, que

determinou que “os níveis máximos de consumo de energia, ou mínimos de eficiência

energética, de máquinas e aparelhos consumidores de energia fabricados ou comercializados

no País, bem como as edificações construídas, serão estabelecidos com base em indicadores

técnicos e regulamentação específica a ser fixada nos termos deste Decreto, sob a

coordenação do Ministério de Minas e Energia”. Ainda segundo o PNEf, o decreto criou o

Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética, no âmbito do Ministério de

Minas e Energia (MME) e estabeleceu que fossem desenvolvidos mecanismos para

determinar os níveis mínimos de eficiência energética e constitui um Grupo Técnico para

adotar procedimentos para a avaliação da eficiência energética das edificações. Foi então

delegado pela MME a Eletrobrás, no âmbito do Procel Edifica, a Secretaria Técnica

Edificações, responsável pelo desenvolvimento do regulamento técnico da qualidade para

avaliação do desempenho termoenergético das edificações.

Juntos com o Inmetro, em 2009, a MME e a Eletrobrás, no setor do PBE, lançaram no

mercado brasileiro o Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de

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Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos (RTQ-C) que mostra os procedimentos para a

Etiquetagem de Eficiência Energética de Edifícios, porém somente engloba os Comerciais, de

Serviço e Públicos. Um ano depois, em novembro de 2010, que foi surgir o Regulamento para

edificações Residenciais (RTQ-R) onde os edifícios residenciais foram incorporados. (PNEE,

2011)

Como apresentado no Manual do Gestor Público, com a publicação da Instrução Normativa

(IN) N⁰02, de 05 de junho de 2014 que “dispõe sobre regras para a aquisição ou locação de

máquinas e aparelhos consumidores de energia pela Administração Pública Federal direta,

autárquica e fundacional, e o uso da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE)

nos projetos e respectivas edificações públicas federais novas ou que recebam retrofit”, desde

2014 foi instituido a obrigatoriedade da etiquetagem em edificios públicos federais.

Infelizmente os códigos brasileiros ainda estão desatualizados em relação à legislação

referente ao conforto ambiental e eficiência energética nas edificações. (FERNANDES, 2009)

O que gera ainda um atraso nos processos de adequeção de edificações comerciais, de serviço

e residenciais a etiquetagem, visto que nesses setores ainda não ocorre a obrigatóriedade do

uso das RTQ-C E RTQ-R.

6. Como é avaliado a PBE Edifica

A etiquetagem de edificações no Brasil, nomeada de PBE Edifica é dividida em dois

regulamentos, o Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de

Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos (RTQ-C) e o Regulamento para edificações

Residenciais (RTQ-R). Apesar de terem seus diferenciais, ambos são divididos e avaliados

com o mesmo método.

Figura 7: Requisitos e Regulamentos para avaliação da etiquetagem

Fonte: Site PBE Edifica

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Nestes regulamentos o edifício é avaliado em três sistemas, cada um com seu peso de

classificação: a envoltória (30%), sistema de iluminação (30%) e sistema de condicionamento

de ar (40%). O edifício pode ser contemplado com a Etiqueta Nacional de Conservação da

Energia (ENCE) para o edifico completo, abrangendo os três sistemas citados, ou etiquetas

parciais para cada sistema, sendo a envoltória sempre obrigatória e deve ser a primeira a ser

avaliada (FERNANDES, 2010). A classificação da etiqueta vai de A, como mais eficiente, à

E, como o menos eficiente.

Além destes três sistemas o edifício pode adicionar a sua etiqueta pontos de bonificação. Esta

pontuação é concedida com a comprovação de percentuais anuais mínimos de economia, nas

categorias de economia de água (20%), e de energia, onde 10% de economia em energias

renováveis e 30% para cogeração e inovações. A pontuação adquirida vai ser proporcional ao

percentual obtido, tendo só que atender os requisitos mínimos (FERNANDES, 2010).

Figura 8: Possibilidade de Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE): parciais ou completa

Fonte: (FERNANDES, 2010).

Falando sobre cada sistema, a envoltória é o item mais importante, apesar de não ser o com

maior peso, pois é o primeiro a ser etiquetado e o único obrigatório dos três sistemas. A

envoltória são todos os planos externos da edificação, como piso, paredes e coberturas, que

participam das trocas térmicas entre os ambientes internos e externos. Portanto as áreas em

subsolo não são consideradas por não proporcionarem trocas térmicas significativas. Para o

calculo da envoltória também são consideradas as aberturas e os elementos de proteção solar

externos.

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Figura 9: Exemplo de itens considerados na envoltória

Fonte: Aula IPOG Júlia Fernandes.

O sistema de iluminação é avaliado relacionando iluminação artificial, circuitos, controle e a

iluminação natural. Dois erros graves que ocorrem nesse sistema, principalmente em edifícios

comerciais e públicos, é o elevado consumo por meio da iluminação artificial causado por

sistemas não eficientes e as grandes aberturas de vidro, que causam a entrada do ecesso de luz

natural e o ofuscamento, levando ao usuário fechar as cortinas e utilizar a luz artificial.

O terceiro sistema, o de condicionamento do ar, é o que mais vem crescendo nos últimos

anos, que segundo a NBR 16401 é o processo que objetiva controlar simultaneamnete: a

temperatura, a umidade, o movimentação, a renovação e a qualidade do ar de um ambiente.

Esse sistema é muito influenciado pelos dois sistemas anteriores, já que a carga térmica do

ambiente vai ser resultado da somatória de todas as formas de calor do local. Por isso é

fundamental o uso de equipamentos eficiêntes, principalmente em locais com climas mais

extremos.

O RTQ-C apresenta dois métodos para determinar a eficiência: método prescritivo e método

de simulação. O método prescritivo utiliza os dados extraídos do projeto e calculos em

equações matemáticas, tem como vantagem ser mais rápido e mais barato para chegar ao

resultado. O método de simulação é feito com um modelo do edifício em software de

simulação computacional do desempenho energético e térmico, é mais utilizado em casos

específicos onde a edificação propõe maiores inovações, traz também mais precisão ao

resultado.

No site da PBE Edifica encontramos que para obter a Etiqueta é necessário contatar um OIA -

Organismo de Inspeção Acreditado. Os OIAs constituem-se de pessoas jurídicas, de direito

público ou privado, cuja competência é reconhecida formalmente pela Cgcre - Coordenação

Geral de Acreditação do Inmetro. A acreditação de OIAs é realizada pela Divisão de

Acreditação de Organismos de Certificação (Dicor/Inmetro), que realiza as atividades para

reconhecer a competência técnica dos organismos de avaliação da conformidade que

executam certificações de produtos, sistemas de gestão, pessoas, processos ou serviços, para

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isto, utiliza programas de acreditação, estabelecidos em Normas, cujos requisitos devem ser

atendidos, plenamente, pelos solicitantes. Esta acreditação engloba as modalidades: produtos,

pessoas e sistemas de gestão.

Os preços para obtenção de uma etiqueta podem variar de R$ 11.000,00 (onze mil reais) a

R$22.000,00 (vinte e dois mil reais), em média. Esse valor vai variar de acordo com o escopo

pretendido, o tamanho e a complexidade da edificação, além do melhor método utilizado

(prescritivo ou simulação). Estes valores são estimativas encontradas no site da PBE Edifica,

mas cabe a cada OIA apresentar seu orçamento conforme características da edificação e

logística da avaliação de conformidade.

Um edifíco etiquetado ainda durante o projeto tem etiqueta válida por 3 anos, já um avaliado

após a construção tem validade de 5 anos.

7. Como e onde já é aplicada

Como já visto anteriormente em 2014 passou a ser obrigatória a etiquetagem em edifícios

públicos, e a pretensão é que dentro de alguns anos os edifícios comerciais e posteriormente

os residenciais também adquiram essa obrigatoriedade. Enquanto isso não ocorre o PROCEL

vem investindo na conscientização da população em relação ao desperdício de energia através

de programas como o Selo de Eficiência Energética, usado em diversos equipamentos

eletrodomésticos.

“por ser novo no país, o mercado construtivo ainda terá de se adaptar ao conceito de

eficiência de um edifício: os arquitetos, com os parâmetros de projeto; os

profissionais envolvidos, com a construção civil com o registro de informações e

documentos ao longo da obra; os fornecedores de materiais, com a uniformização da

linguagem e parâmetros de especificação técnica de seus produtos; as agências

financiadoras da construção, com os próprios conceitos de eficiência; e o público em

geral, com a etiqueta de eficiência e seu significado” (CARLO; LAMBERTS, 2010)

Hoje vemos que o Brasil evoluiu muito na Eficiência Energética, tanto na legislação,

capacitação e conhecimento acumulado, quanto na necessidade da eficiência em vários

setores. Essas medidas fizeram tanto sucesso que podem ser replicadas e ganhar novos

patamares, porém precisa ser continuamente atualizado e tentar alcançar cada vez mais

pessoas. Assim os recursos utilizados nessa área vão ser mais bem aplicados e os resultados

viram com maior velocidade, abrangência e amplitude. (PNEE, 2011).

Um ponto importante nesse desenvolvimento foi o PNE 2030, Plano Nacional de Energia

criado em 2010 com meta de redução de 10% do cosumo de energia elétrica até 2030,

também apresentado no PNEE (2011).

Nesse tempo surgiram várias fontes de financiamento para projetos de eficiência energética

como: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –BNDS, a CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL – CAIXA e a Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP. Outras

importantes fontes de recursos como a RGR (Reserva Global de Reversão), P&D e PEE da

ANEEL têm aplicações específicas e já foram discutidos nas Notas Técnicas que tratam do

PROCEL-CONPET, Legislação e Regulamentação, e Desenvolvimento Tecnológico. Será

discutido e analisado, como alternativas à RGR, o uso da CDE (Conta Desenvolvimento

Energético) como fonte de recursos para a eficiência energética. (PNEE, 2011)

Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Hoje já existem algumas edificações etiquetadas em vários estados do Brasil, porém na área

residencial este número ainda esta em crescimento, principalmente quando se trata de

unidades habitacionais autônomas. Essas edificações já etiquetadas usam como estratégias o

uso equilibrado da luz natural, dimensionando a entrada de luz e calor, especificação correta

de materiais, segundo o clima local, buscando o equilíbrio entre conforto ambiental e

eficiência energética e uso de novas tecnologias e energias renováveis. A seguir alguns

exemplos de edificações residenciais etiquetadas:

Figura 10: Residencial Flex Guarulhos, em Guarulhos/SP, da construtora Tecnisa

Fonte: Site PBE Edifica

Figura 11: Casa Eficiente em Florianópolis/SC, construída pela parceria da ELETROSUL e ELETROBRÁS

Fonte: Site PBE Edifica

Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Figura 12: Euroville Smart Housing em Porto Alegre/RS, em fase final de construção

Fonte: Site PBE Edifica

Figura 13: Projeto Casa Azul em Sinop/MT, recebeu a etiquetagem em 2016

Fonte: Site PBE Edifica

8. Benefícios da Etiquetagem

Com a etiquetagem das edificações a economia de energia elétrica pode chegar em 50%

quando a etiquetagem ainda for feita no projeto e chegue ao nível A. E casos de retrofit, ou

seja, modificações nas edificações já existentes para conseguir a etiquetagem, a economia

pode chegar a 30%. (FERNADES, 2010)

Quanto tratamos da comparação de edíficios já etiquetados, um edifício de classificação A

pode chegar a mais de 35% de economia comparado a um edifício de etiqueta E segundo

Lamberts (2010). Ainda segundo o autor “é mais barato economizar energia do que fornecê-

la”, relacionando o fornecimento com a crise energética e o esgotamento das fontes que deixa

o custo de energia cada vez mais alto.

Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil

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Além desses fatores econômicos, a preocupação com o meio ambiente vem sendo cada vez

mais colocada em pauta, o que faz boa parte da população procurar alternativas mais

sustentáveis na hora da compra de um imóvel, fazendo com que construtoras usem a

etiquetagem também como marketing de vendas em um mercado tão concorrido.

Figura 14: Capa do vídeo de apresentação do empreendimento Hangar em Salvador/BA

Fonte: Site da Odebrecht Realizações

9. Conclusão

Após análise dos dados coletados em livros, normas e entrevistas, nota-se que a questão da

eficiência energética vem crescendo no Brasil. Isso vem ocorrendo por conta da crise

energética e ambiental, que fez a população se conscientizar e pesquisar mais sobre o assunto,

já que os resultados do consumo excessivo está se mostrando não só no bolso do brasileiro

como no futuro do progresso do país.

Apesar disso ainda falta muito trabalho dos governos para trazer mais visibilidade as medidas

que estão sendo tomadas para solucionar essas questões, como a obrigatoriedade da

etiquetagem em todos os tipos de edificações, não só as públicas, capacitação dos

profissionais da área para implementação dessas medidas, seja em cursos técnicos ou nas

faculdades e criação de legislações que respaldem as medidas já criadas pelo governo.

Ainda assim vemos uma crescente aderência, principalmente de grandes construtores, a

etiquetagem para trazer um diferencial ao mercado imobiliário. Essas construtoras buscam os

clientes que se preocupam com a economia da energia e com a sustentabilidade através da

eficiência energética.

Portanto nota-se que a etiquetagem das edificações traz benefícios tanto para os usuários do

empreendimento, a economia, o maior conforto ambiental e o comprometimento com o meio

ambiente; como para as construtoras, que conseguem aumentar o valor de seus

empreendimentos; como para o país que diminuiu seus gastos energéticos e controla o uso de

suas fontes de energia.

Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Referências

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de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários . Rio de Janeiro, 2008.

BRASIL. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

(INMETRO). Portaria 163, de 08 de junho de 2009. Regulamento Técnico da Qualidade do

Nível de Efi-ciência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos. Rio de

Janeiro, 2009.

CARLO, J.; LAMBERTS, RTQ 1 Parâmetros e métodos adotados no regulamento de eti-

quetagem da eficiência energética de edifícios – parte 1: método prescritivo. Periódico

Ambiente construído, 2010.

_______________, R. RTQ 2 Parâmetros e métodos adotados no regulamento de etique-

tagem da eficiência energética de edifícios – parte 2: método de simulação. Periódico

Ambiente construído, 2010.

CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, 2006,

Sobre o PROCEL. Disponível em: <http://www.procelinfo.com.br/main.asp>. Acesso em:

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FERNANDES, Julia Teixeira. Etiquetagem de Eficiênte Energética de Edificações. UnB,

2010.

LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando O. R. Eficiência energética

na arquitetura. UFSC/Procel/ Eletrobrás, PW Editores, 1997.

MARQUES, Milton; HADDAD, Jamil; MARTINS, André Ramon Silva. Conservação de

ener-gia: eficiência energética de equipamentos e instalações. Itajubá, MG: FUPAI, 2006.

MINISTÉRIO de Minas e Energia. Plano Nacional de Eficiência Energética. Empresa de

Pesquisa Energética. Rio de Janeiro, 2011.

MINISTÉRIO de Minas e Energia (2017). Balanço Energético Nacional 2017: Ano base

2016 – BEM 2017. Empresa de Pesquisa Energética. Rio de Janeiro

PBE EDIFICA, Conhecendo a Etiquetagem PBE Edifica. Disponível em:

<http://pbeedifica.com.br/>. Acesso em: 09 abri. 2018.