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Arapongas 2017 JESSICA SAMPAIO PORTILHO IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA E A CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FISICA PARA SEU ACERVO MOTOR

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Arapongas 2017

JESSICA SAMPAIO PORTILHO

IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA E A CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FISICA PARA

SEU ACERVO MOTOR

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Arapongas 2017

IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA E A CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FISICA PARA

SEU ACERVO MOTOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Educação Física.

Orientador: Hélio Sanches.

JESSICA SAMPAIO PORTILHO

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JESSICA SAMPAIO PORTILHO

IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA E A CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FISICA PARA

SEU ACERVO MOTOR.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Educação Física.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

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Dedico este trabalho aos autistas, para que

possam superar todas as dificuldades e

limitações que lhes é proposta ao longo de

todos os dias através de força e

persistência. E aos professores de

Educação Física que buscam a cada dia

melhorar seu trabalho, para assim

melhorar a vida das pessoas que passam

pela sua trajetória profissional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me proporcionado a vivenciar e ter a

experiência de concluir com perseverança o Curso de Educação Física, pela

Universidade Norte do Paraná. A todas as pessoas que Ele colocou no meu caminho

que contribuíram positivamente nessa trajetória.

A minha mãe, familiares, que me conduziram no caminho certo, me apoiando em

todas as etapas deste trabalho, pelas orientações, dedicação e incentivo nas fases

deste curso e durante toda a minha vida.

Ao coordenador de Curso de Educação Física, da Universidade Norte do Paraná

de Arapongas, M.e Florisvaldo Aparecido Semeao por conduzir seu trabalho com

amor, profissionalismo e humildade, estando sempre presente para sanar as dúvidas

apoiando e orientando durante esses três anos de curso.

Agradeço as professoras e todos s profissionais da Escola Municipal Professora

Nereide de Souza Camargo que estiveram sempre presentes me orientando e dando

todo apoio necessário nessa trajetória de Curso.

Aos orientadores e aos tutores presenciais e a distância que nos auxiliaram no

decorrer do curso de Educação Física.

Enfim sou grata a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para a

realização desta monografia, e assim a conclusão deste curso.

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SAMPAIO, Jessica Portilho. Importância da inclusão do aluno autista e a contribuição das aulas de Educação Física para seu acervo motor. Ano de 2017. Trabalho de Conclusão de Curso em Educação Física – Universidade Norte do Paraná, Arapongas, 2017.

RESUMO

Este trabalho trata se de uma revisão de literatura que tem como objetivo discutir como a Educação Física contribui para o desenvolvimento de um indivíduo que possui autismo, em seu acervo motor, e a sua inclusão no meio social. Nos dias de hoje, com as escolas possuírem mais alunos com autismo os profissionais da educação se deparam com a escassez de informações e dificuldade de obter métodos alternativos de se trabalhar com um indivíduo com autismo. Tornou-se necessário a discussão desta deficiência que se define por complexa e instigante para melhor compreender e lidar para obter um melhor desenvolvimento desses indivíduos, assim se mostra a importância de tratar deste tema que passou por ser um desafio aos profissionais Educação Física que buscam diversificar métodos e teorias para melhorar o ensino aprendizagem de um autista. Indivíduos com autismo possuem comportamentos atípicos sendo impedido de que se desenvolva de uma forma geral. Sendo assim, este estudo pretendeu-se demonstrar através da pesquisa bibliográfica o papel da Educação Física para indivíduos que possuem aspecto autista, que a atividade física, e todos os conteúdos que são abrangidos nesta disciplina, são de grande relevância e importância que melhoram a natureza dos autistas tornando-os indivíduos mais sociáveis, inclusos no meio social, e desenvolvidos em seu acervo motor.

Palavras-chave: Educação Física; Autismo; Inclusão; Desenvolvimento; Acervo

motor.

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SAMPAIO, Jessica, Portilho. Importance of the inclusion of the autistic student and the contribution of the Physical Education classes to their motor: Ano de 2017. Trabalho de Conclusão de Curso em Educação Física – Universidade Norte do Paraná, Arapongas, 2017.

ABSTRACT

This paper deals with a literature review that aims to discuss how Physical Education contributes to the development of an individual who has autism, in their motor collection, and their inclusion in the social environment. Nowadays, as schools have more students with autism, education professionals are faced with a shortage of information and difficulty in obtaining alternative methods of working with an individual with autism. It became necessary to discuss this deficiency that is defined by complex and thought-provoking to better understand and deal with to obtain a better development of these individuals, so it is shown the importance of dealing with this theme, which has become a challenge to Physical Education professionals who seek to diversify methods and theories to improve teaching learning of an autistic. Individuals with autism have atypical behaviors being prevented from developing in a general way. Thus, this study aimed to demonstrate through the bibliographic research the role of Physical Education for individuals who have autistic aspect, that physical activity, and all the contents that are covered in this discipline, are of great relevance and importance that improve the nature of the autistic, making them more sociable individuals, included in the social environment, and developed in their motor collection.

Key-words: PE; Autism; Inclusion; Development; Motor collection.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TEA Transtorno Aspecto Autista.

AMA Associação dos Amigos dos Autistas

QI Quociente de Inteligência

APA American Psychiatrie Association

MEC Ministério da Educação

SEEP Secretaria da Educação Especial

TEACCH Treatment and Education of Autistic and Communication Handicapped

Children

CAPs Centro de atendimento Psicossocial

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................13

1. O AUTISMO...........................................................................................16 1.1 DIAGNÓSTICO DE UM INDÍVIDUO QUE POSSUI ESPECTRO

AUTISTA..........................................................................................................19

1.1.1 As causas e os tratamentos para o autismo..........................................21

2 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA..........................................................................................................22 2.1 O AUTISTA NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM.............................................................................................24

2.1.1 Possibilidades pedagógicas que podem contribuir no desenvolvimento do

aluno autista......................................................................................................26

3 POTENCIALIDADES DE DESENVOLVIMENTO DO ACERVO MOTOR DE

AUTISTAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA..........................................28

3.1 CARACTERISTICAS DO ACERVO

MOTOR.............................................................................................................30

3.1.1 O ensino e atividades físicas que contribuem para o desenvolvimento do

indivíduo com autismo.......................................................................................31

CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................33

REFERÊNCIAS.....................................................................................35

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INTRODUÇÃO

Com o aumento considerável nos últimos anos de Transtorno de Espectro

Autista, no que se difunde com a Síndrome de Asperger, notou- se a importância do

estudo desse transtorno, pois ele se desenvolve já nos primeiros anos de vida. A cada

cento e noventa crianças que nascem no Brasil uma possui o transtorno espectro

autista, sendo mais meninos afetados do que meninas. Transtorno que afeta as áreas

como da coordenação motora, de socialização, e cognitiva. Uma condição geral leva

para um grupo de desordens no desenvolvimento do cérebro, seja durante ou logo

após o nascimento. Uma criança com autismo se tornara um adulto autista, pois o

autismo e uma condição permanente.

Esse transtorno é caracterizado como um transtorno que afeta o convívio

social, a comunicação, a afetividade do indivíduo com relação ao mundo ao seu redor,

sendo assim, o autista vive em um mundo somente seu, que impede a sua integração

e a socialização, tem dificuldades de se expressar verbalmente, indivíduos autistas se

expressão e se comunicam de formas diferentes, o autista também tem o

comprometimento do desenvolvimento de seu acervo motor.

Pensando nisso, o projeto visa buscar maneiras de um profissional de

Educação Física trabalhar a inclusão de um aluno autista nas suas aulas, ocorrendo

assim o seu desenvolvimento no que se tem mais dificuldade. Pois com o método

convencional de se trabalhar, não irá ocorrer inclusão, e desenvolver sendo que se é

necessário, ou mesmo trazer a atenção de um aluno com dificuldades de interação

social, dificuldades em realizar atividades em grupo, com graus de coordenação

motores complexos.

Neste contexto, visamos quão é importante a Educação Física para o

desenvolvimento de um autista, e sua integração através das aulas. O autismo não é

apenas uma simples deficiência ela se define com um conjunto de variações intitulado

TEA (Transtorno Espectro Autista) que a ele se difunde diversas síndromes.

Diante deste contexto encontra-se o questionamento de como os profissionais

da educação devem proceder, quais as ações necessárias, para incluir os alunos

autistas nas aulas de Educação Física, deste modo obtendo o desenvolvimento do

acervo motor do aluno.

Encontra-se também a complexidade do transtorno, e a escassez sobre as

informações do autismo, o quão é necessário para a comunidade escolar, e os

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profissionais da educação, compreender sobre este tema, para tornar os autistas

adultos mais desenvolvidos tanto em seu cognitivo quanto na sua área motor, e

incluída na sociedade, podendo se socializar mais facilmente.

A grande lacuna sobre este tema é a de que não se possui uma definição exata

do transtorno para todas as pessoas, pois o autismo afeta a cada indivíduo de formas

e graus diferentes, sendo que também as áreas que são afetadas não são iguais em

todas as pessoas

O que nos dissemina vários questionamentos e de como reconhecer este

indivíduo na escola, e se confirmado o diagnostico como deve ser trabalhado, quais

serão os métodos diversificados que deveram ser aplicados para incluir esse aluno

nas aulas e o desenvolvendo como umas pessoas que não possui o transtorno.

Ao pensarmos que o número é crescente de crianças com autismo pensamos

que essas crianças irão ter que ser inseridas nas escolas, e essas crianças tem o total

direito de serem inseridos no Ensino Regular das escolas de todo os Pais.

Sendo assim, como ensinar e trabalhar com uma criança tendo ela graus

baixos, moderados ou elevados de dificuldades de comunicação social, de interação

ao meio escolar, e aos com a sua volta, com comportamentos restritivos e repetitivos,

e total dificuldade de percepção de acontecimentos compartilhados, dificuldades em

expressar o que sente ou o que pensa, entre tantas outras lacunas que se dissemina

em cada indivíduo.

Com esse aumento de casos de Transtorno Espectro Autista no Brasil, e no

mundo todo, atingindo indivíduos de formas diferentes. Tratando – se da saúde de

crianças tanto meninos e meninas, acreditasse ser de grande valia e importância, a

construção deste trabalho para a conscientização de pais, professores, e bem como

toda a comunidade, visando à extrema importância do conhecimento da existência do

Transtorno, suas causas, seus efeitos, para mais cedo possível, e facilmente de ser

identificada e tratada.

Primeiramente observou-se que é necessário obter a inclusão no meio social

de uma criança com o Transtorno Espectro Autista nas aulas da disciplina de

Educação Física no Ensino Fundamental e identificar a contribuição da disciplina para

o desenvolvimento do acervo motor. Assim definindo o que é o transtorno espectro

autista, contextualizando o que é necessário para que ocorra a inclusão nas aulas de

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educação física, e posteriormente identificar a melhoria do acervo motor de um aluno

autista.

Através do conhecimento do transtorno pode-se buscar teorias e metodologias

diversificadas para incluir esse indivíduo com o autismo nas aulas de Educação Física,

e integra-lo no meio social, sendo que uma característica do transtorno é a dificuldade

de socialização e de expressar sentimentos, expressar sua afetividade.

Com os métodos diferenciados, saindo do convencional, pode-se incluir o aluno

autista nas aulas de Educação Física e assim trabalhar com as áreas que há mais

dificuldades no autista através de atividades poderá se obter a ampliação do acervo

motor do mesmo, sendo que ele estará sendo bem assistido e sendo direcionado para

se se tornar um adulto mais desenvolvido.

É possível notar-se o quão se faz necessário que o profissional de Educação

Física encare o desafio de tornar suas aulas flexíveis para encontrar uma maneira

adequada de se trabalhar com esses indivíduos que possuem autismo para que o

processo de adaptação seja mais fácil para o aluno.

Também para que o aprendizado seja relevante na vida do mesmo, e cada dia

o aluno consiga vencer os obstáculos que o seu próprio corpo e a sociedade o propõe,

para desenvolver suas potencialidades.

Este assunto é de grande relevância pois é real a necessidade de inclusão dos

autistas no dia a dia nas aulas de Educação Física, pela sua dificuldade de interação

social, que se recusa ao contato físico, ao expressar afeto pelo próximo.

O indivíduo vivendo em um mundo somente seu, que dificulta o aprendizado e

desenvolvimento de seu acervo motor, sendo a socialização e o desenvolvimento

motor, aspectos presentes nas aulas de Educação Física, pois é uma disciplina que

se trabalha totalmente com o corpo.

O presente estudo foi elaborado através de extensas pesquisas bibliográficas

para fundamentar a problemática aqui levantada, fornecendo os subsídios teóricos

para o desenvolvimento de uma pesquisa acadêmica acerca da inclusão de alunos

autistas nas aulas de educação física. Esse estudo tem cunho de uma pesquisa de

natureza exploratória. Os períodos dos trabalhos pesquisados são de 1943 – 2011.

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1 O AUTISMO

O autismo se define por retardo de compreensão de interações sociais,

comportamentos estereotipados, e um repertorio limitado de atividades e interesses.

O TEA que significa Transtorno Espectro Autista, esta difundido com os Transtorno

Globais de desenvolvimento, que são condições em que o indivíduo apresenta

incapacidade no desenvolvimento de habilidades motoras, linguísticas e sociais

(SADOCK, 2007).

A palavra autismo é a junção de duas palavras gregas: “autos e ismo”

respectivamente significa “em si mesmo e voltado para” sendo que significa voltado

para si mesmo. De acordo com Marques (2000) o autismo pode ser definido de uma

condição ou estado de um indivíduo que apresenta estar absorvido em si mesmo.

Pela primeira vez estudado na década de 40, de acordo com Kanner (1943)

concluiu-se tratar da incapacidade que a pessoa tem de lidar com o próximo e com

objetos, e que provoca também distúrbios de linguagem podendo formar assim uma

síndrome semântica pragmática, e mais além formar a síndrome mista auditivo-

perceptiva ou distúrbio da produção fonológica indissociável, naquele que é

observado no disfasia do desenvolvimento.

O déficit linguístico vem associado a um déficit da integração social precoce

como baixa capacidade de brincar dificuldade em imitar gestos, perturbação do

comportamento relacional não verbal, existência de comportamentos motores

repetitivos e estereotipados, dificuldade ou incapacidade de atribuir sentimentos ao

outro (KANNER, 1943).

De acordo com a Associação dos Amigos Autistas (2014) o autismo se

caracteriza por aspectos que são possivelmente observáveis que indicam o déficit na

comunicação e o déficit na interação social, além de esses indivíduos apresentarem

comportamentos repetitivos se interessarem apenas por áreas restritas em seu

cotidiano, e tais características são visíveis antes mesmo dos três anos de idade de

todas as crianças.

De acordo com Sadock (2007) o transtorno é de 4 a 5 vezes mais frequentes

em meninos do que em meninas, e quando há autismo em uma menina, as incidências

de apresentar retardos mentais mais graves são maiores em meninos. O transtorno

também ocorre a uma taxa de cinco casos por 10 mil crianças (0,05%). Relatos de

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que a taxa de transtorno autista tem variado de 2 a 20 casos por 10 mil. A definição é

de que o inicio do transtorno ocorre antes dos 3 anos de idade, e ainda que possa

ocorrer casos que o transtorno possa não ser reconhecido até a criança ficar mais

velha.

Crianças com o transtorno autista que apresentam retardo mental é cerca de

aproximadamente 75%, já na faixa etária de leve a moderado o retardo mental é de

30%, e 45 a 50% apresentam um retardo mental profundo a grave. As atividades jogos

e brincadeiras de indivíduos autistas tendem a ser rígidas repetitivas e monótonas.

Assim como apresentam uma mudança bruta de humor como por exemplo o riso e o

choro, sem razão óbvia sendo que não é possível a decifra-la, se ela não conseguir

expressar seu lado afetivo. Crianças autistas respondem de forma exagerada para

alguns estímulos sensoriais como o som e a dor (SADOCK, 2007).

O autismo é caracterizado por incapacidade do desenvolvimento, ou seja, a

constituição do ser humano é afetada em sua evolução, o autista de forma geral

apresenta comprometimento na sua comunicação, imaginação e a socialização

(SADOCK, 2007).

Segundo Goodman e Scoot (1997) 1/3 dos autistas que apresentam um retardo

mental traz consigo crises convulsivas que começam aproximadamente a partir dos

11 aos 14 anos, as irritabilidades desses indivíduos são desencadeadas pelas

interferências nos rituais de rotinas e pela dificuldade de se expressar a hiperatividade

é frequente, porem pode desaparecer na adolescência e ser substituída pela inercia.

Autistas também podem desenvolver medos e fobias intensas cerca de 10%

dos autistas perdem a habilidade de linguagem e intelectuais na adolescência, a

capacidade intelectual perdida nessa fase geralmente não pode ser recuperada. Já

na sua vida adulta aproximadamente 10% dos autistas trabalham e são capazes de

ser independentes (GOODMAN; SCOTT, 1997).

O autismo não é continuo, ou seja, que apresenta graus do leve ao severo.

Existe associação do autismo com o retardo mental de leve a moderado, porém a

gravidade do retardo mental não é associada a gravidade do autismo. Atualmente a

palavra autismo está associada a diversas síndromes, pois refere- se ao autismo como

um espectro dos transtornos. Neste espectro difunde-se sempre a tríade de

comprometimentos que são comuns em todos eles. Como por exemplo, alguns são

diagnosticados com autismo, outros com traços de autismo, ou também como

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síndrome de asperger (que é considerado um autismo de alto desempenho). Além

destas, existem diversas síndromes que apresentam quadros de diagnósticos

característicos, que estão englobados no espectro do autismo (MARQUES, 2000).

Segundo Goodman e Scoot (1997) a dificuldade de utilizar aspectos da

comunicação verbal e não verbal são definidos como desvios qualitativos da

comunicação, o que inclui consigo os gestos, linguagem corporal, expressões faciais,

ritmo e modulação na linguagem verbal.

Dentro das variações do autismo podem ser encontradas crianças sem

nenhuma linguagem verbal e dificuldades em comunicação por quaisquer outras vias,

isto é, a precariedade de gestos ou até mesmo sua ausência deles, as expressões

faciais podem ser incompreensíveis ou ausentes e há casos de crianças com

linguagem verbal porem são repetitivas e não comunicativas. O fenômeno conhecido

como ecolalia imediata, é caracterizada por crianças que apresentam a linguagem

verbal porem elas só repetem o que lhes foi dito. Já a ecolalia tardia, são os casos em

que as crianças repetem frases que escutaram há horas atrás ou até mesmo a dias

atrás. É comum que esse fato ocorra em crianças com autismo e inteligência, essas

frases podem ser aplicadas de forma adequada ao contexto da situação porem o tom

de voz é estranho e pedante (MAZET; LEBOVICI, 1991).

Segundo Goodman e Scoot (1997) os desvios qualitativos na socialização é o

ponto mais relevante para o diagnóstico do autismo, e o mais fácil também de gerar

falsas interpretações, é caracterizado pela dificuldade de relacionar com aos ao seu

redor, não demonstram sentimentos, gostos e emoções e dificuldade até de

diferenciação das pessoas.

De acordo com Rodrigues (2006) alguns casos de autismo a criança podem

apresentar se muito afetiva, como por exemplo, abraçando e beijando as pessoas em

sua volta, mas na realidade ela adota essa postura sem diferenciar as pessoas, os

lugares e até mesmo os momentos.

Os distúrbios da na interação social dos autistas podem ser observados já no

início da vida, como o contato olho a olho que se apresenta anormal, muitas das

crianças no primeiro ano de vida olham de canto de olho, uma grande parte desses

autistas não apresentam antecipatória ao serem abraçados pelos próprios pais até

mesmo podendo resistir ao toque dos mesmos, crianças com o autismo apresentam

falta de curiosidade, de iniciativa ou quando bebes não tem o comportamento

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exploratório na fase das descoberta das coisas. É frequente os relatos de pais de

crianças autistas que identificam seus filhos felizes quando são deixados sozinhos,

como se estivessem em seu próprio mundo. Crianças autistas tem um estilo

instrumental, que se caracteriza por usar dos pais para conseguirem o que desejam e

não fazem por si só (RODRIGUES, 2006).

Os desvios na imaginação são caracterizados pela rigidez e inflexibilidade e se

estendem por várias áreas do pensamento, da linguagem e comportamento do autista,

pode-se obter comportamentos obsessivos e ritualístico, falta de aceitação das

mudanças em seu cotidiano, dificuldades em processos criativos, pode ser percebida

pela forma da criança autista brincar sem criatividade e pela peculiaridade de explorar

os brinquedos e objetos, apresentam dificuldades em compreensão da mimica,

gestualidade e na fala. Uma criança com autismo pode passar horas observando a

textura de um determinado brinquedo, e costumam ser fascinadas por brinquedos ou

elementos inusitados para uma criança, como por exemplo, zíperes e cabelos.

Autistas tem a inteligência preservada a fixação por um determinado assunto e na

maioria das vezes assuntos incomuns pela idade. Oque as vezes é confundido como

símbolo de inteligência (MELLO, 2011).

A mudança de rotas, casa, moveis, basicamente de rotina podem irritar

crianças com autismo, e com essa resistência eles possuem rituais e rotinas próprios,

é comum em insistirem em movimentos determinados, ou seja, movimentos

estereotipados. Preferem brincadeiras de ordenamento, alinhamento de objetos como

por exemplo, e apresentarem preocupações exageradas com horários fixos, temas e

assuntos restritos, atividades e até mesmo compromissos, pois costumam ocorrer em

horários fixos do dia (LEBOVICI, 1991).

1.1 Diagnostico de um indivíduo que possui transtorno espectro autista.

Para o diagnóstico do autismo não há imagens ou exames laboratoriais que

sozinhos possam detectar o mesmo o diagnóstico é realizado a partir de histórico do

paciente, observando criteriosamente para descartar a surdez, retardo mental e os

problemas neurológicos. Quando ocorre o diagnostico a criança deve ser

encaminhada a especialistas. As doenças que se assemelham e se difunde com o

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autismo podem ser diagnosticadas através de exames, os testes podem ser feitos

para descartar os outros diagnósticos, até mesmo antes dos três anos de idade a

criança pode apresentar estes três critérios primordiais para o diagnóstico do autismo,

como as habilidades de comunicação não desenvolvidas, interesses e atividades

repetitivas, e limitadas manifestações sociais (MAZET; LEBOVICI, 1991).

Atualmente, ainda não há exames específicos para o diagnóstico do autismo,

porem exames como cariótipo com pesquisa de X frágil, EEG, RNM, erros inatos de

metabolismo, teste do pezinho, sorologia para sífilis, rubéola, toxoplasmose,

audiometria, e testes neuropsicológicos podem investigar as causas e também as

doenças em que ela se assemelha (APA, 2002).

Mediante aos primeiros meses de vida de uma criança, após o nascimento,

pose-se notar que o bebe mostra-se indiferente há algumas situações, a estímulos ou

a brinquedos, pois ele pode focar sua atenção para um determinado objeto por um

longo período de tempo, enquanto crianças não portadoras de autismo não fazem.

Em outros casos há crianças que se desenvolvem normalmente nos primeiros anos

de vida, e posteriormente começa a apresentar um comportamento isolado e

estereotipado. E ainda em outros casos mesmo com o estranho comportamento da

criança, há familiares que não notam, e muitas das vezes reforçam a ideia de que não

há nada de errado com a criança, que ela possui seu jeito próprio de ser, nestas

ocasiões há o atraso para o tratamento de uma educação especial, com profissionais

capacitados, ou seja, um método de ensino-aprendizagem adaptado para essa

criança, pois quanto mais cedo o diagnostico for conformado é melhor para o

desenvolvimento da criança (SHAW, 2002).

De acordo com Shaw (2002) pode ser relacionada ao autismo alterações

biológicas hereditárias, durante a gestação e até mesmo no parto, consequentemente,

pode ocorrer os erros no funcionamento cerebral da criança, ocasionando a doença,

o prognóstico e as capacidades que essa criança irá apresentar, depende-se muito

dos cuidados que recebe e a estrutura da rede de apoio assim que diagnosticada com

autismo.

Para diagnosticar o autismo observou-se que esta criança apresenta um

comportamento retraído, ausência de reação, interesses por brinquedos ou

brincadeiras especificas, essas crianças apresentam fascinação por agua, e

repentinas crises seja ela de choro e angustia, ou de risos e gargalhadas

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repentinamente e fora do contexto, dificuldade no desenvolvimento de habilidades

motoras, estas divergências demostra o quão há a necessidade de uma visão

diferenciada para essas crianças dos pais médicos e profissionais da educação

(SHAW, 2002).

1.1.1 As causas e os tratamentos para o autismo.

A maioria das crianças autistas, as causas são ligadas a fatores genéticos são

mais prováveis, estudos com gêmeos determinam que a hereditariedade está ligada

intimamente ao transtorno e que a origem esteja ligada aos genes e não a um único

gene isolado, aos casos de autismo com o retardo mental severo as causas podem

estar mais ligadas a danos cerebrais do que em fatores genéticos (MELLO, 2001).

Não há evidencias psicossomáticas ou eventos pós-traumáticos na infância que

influenciam o transtorno. Há somente duas teorias psicológicas, a primeira sugere que

a origem do problema está na incapacidade do autista perceber as diferenças entre

seu estado mental ao do seu próximo, e a segunda teoria é que diz respeito ao

indivíduo que se gera dificuldades de planejamento e organização (SHAW, 2002).

O tratamento adequado para crianças autistas inclui-se escolas especializadas,

com o apoio dos pais, elas se desenvolvem melhor em instituições educacionais bem

estruturadas, cm professores com experiência com o autismo, e com programas

comportamentais podem reduzir a irritabilidade e os acessos de agressividades

choros ou risos repentinos, os medos e também os rituais, assim como promover um

desenvolvimento mais apropriado (MELLO, 2001).

De acordo com Shaw (2002) as doses baixas de neurolépticos costumam

reduzir a agitação e também as repetições, em dosagens altas reduz a hiperatividade

e a intensidade emocional, porém é preciso verificar se os benefícios dessas

dosagens são superiores aos problemas causados pelos efeitos colaterais dos

remédios.

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2 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO AUTISTA.

Segundo Strapasson e Carniel (2007) a Educação Física engloba os aspectos

psicológicos, biológicos, sociológicos e também culturais, sendo assim, apresenta um

papel relevante no desenvolvimento global do aluno nas aulas, principalmente ao que

possui alguma deficiência seja ela motora, intelectual, social e afetiva.

Segundo Lima e Delalíbera (2007) a Educação Física é uma ferramenta capaz

de potencializar a socialização e interação das crianças autistas, possibilitando que

desenvolvam sua consciência corporal.

De acordo com Gorla (2001) é necessário que ocorra a intervenção nas aulas,

para que os autistas não permaneçam com dificuldades de integração, assim a

Educação Física é capaz de contribuir com a melhoria de suas habilidades motoras.

De acordo com Tomé (2007), o uso da Educação Física é um meio importante

de ensino para a criança com autismo, pois ela contribui no desenvolvimento de suas

habilidades sociais e há a melhoria da qualidade de vida, e assim como qualquer outro

profissional, o profissional de Educação Física necessita da ajuda de uma equipe

multidisciplinar.

Segundo Marqueze e Mavazzi (2011) o profissional de Educação Física para

saciar-se da inclusão, deve utilizar atividades baseando-se no que a criança gosta e

não a impondo algo que ele nunca teve contato ou não gosta, acrescentando-as e

apresentando-as gradativamente com o tempo conforme a criança for se adaptando.

Uma das características já citadas apresentadas pelo autista é a preservação

da rotina, se forem quebradas o autista pode entrar crises de agressividade. Assim,

nas aulas de Educação física com indivíduos autistas para integra-lo, devem ocorrer

sempre no mesmo horário e com duração determinada, possibilitando assim, uma

adaptação e costume desse aluno autista (MARQUEZE; MAVAZZI, 2011).

A Educação Física Escolar pode-se constituir como agente de inclusão. A

atividade física adequada abre um leque de possibilidades e valoriza, integra à

realidade, obtendo autonomia, autoconfiança e liberdade, sendo assim, a Educação

Física é fundamental, pois trabalha o ser humano num todo, desenvolvendo o motor,

e também levando em conta o psíquico. É de toda a forma primordial, respeitar as

diferenças e os limites de cada indivíduo, pois cada um se expressa de maneira

diferente conforme suas possibilidades (RODRIGUES, 2003).

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O Parâmetro Curricular Nacional ressalta que:

A Educação Física para alcançar todos os alunos deve tirar proveito dessas

diferenças ao invés de configurá-las como desigualdades. A pluralidade de ações

pedagógicas pressupõe que o que torna os alunos diferentes é justamente a

capacidade de se expressarem de forma diferente (BRASIL, 1997).

De acordo com Tomé (2007) o professor de Educação Física não pode dar

muita ênfase ao aprendizado dos movimentos, mas dar ênfase na utilização dos

movimentos como um meio para alcançar os objetivos propostos e, lembrar que para

uma intervenção ser no máximo aproveitada, ele deve contar primeiramente com a

avaliação motora, diagnóstico e a prescrição.

De acordo com Gorla (2001) para que as crianças com o autismo não

permaneçam com as dificuldades cognitivas, afetivas, psicomotoras e de interação é

necessário que haja uma intervenção o mais cedo possível, sendo que a Educação

Física é capaz fazer esta intervenção, de colaborar com a melhoria das habilidades

motoras do indivíduo e suas habilidades da vida diária.

De acordo com Falkenbach (2007) o profissional de Educação Física não deve

somente planejar as aulas com os materiais necessários e o local adequado, deve ter

boa desenvoltura de estratégias para intervir, e levando em consideração que no

decorrer da aula poderá ser necessárias adaptações dessa aula, saindo do

planejamento inicial, assim sendo além de profissional, um companheiro apto a ajudar

e se adaptando, para a criança a superar suas dificuldades cognitivas e motoras.

O profissional deve utilizar atividades de acordo com a realidade da criança,

caso contrário pode dificultar a aprendizagem e até mesmo causar a frustração do

aluno e não a inclusão. E também se faz necessário as aulas serem num local que

não tenha muitos estímulos visual e, ou auditivo, pois o aluno pode se distrair e perder

o interesse na atividade. As atividades devem ser de acordo com a idade cronológica

da criança, atividades como obstáculos, transposição de objetos, mudanças de

direção, equilíbrio dinâmico e estático, saltos, lançamentos e jogos com a bola ajudam

na aquisição de habilidades motoras ocorrendo a melhoria do acervo motor (TOMÈ,

2007).

O direito de as pessoas com deficiências praticar a Educação Física é

totalmente assegurado, pois os benefícios gerados para as crianças com autismo são

notáveis, em seu desenvolvimento como um todo, assim profissional de Educação

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Física é insubstituível no desenvolvimento de crianças que possuem o autismo. O

profissional deve ter paciência e ser pontual criando hábitos de rotina para buscar a

inclusão deste aluno (ARAUJO, 2011).

Segundo o Ministério da Educação e Secretaria da Educação Especial

(MEC/SEEP), é imprescindível que todos estejam engajados para que aconteça o

processo de inclusão. Porem as políticas educacionais já implementadas acabam não

alcançando o objetivo de levar a escola comum a atender as necessidades

educacionais de todos os alunos principalmente aos que possuem algum tipo de

deficiência, seja ela, física ou intelectual. (BRASIL, 2008).

Uma aula de educação física para crianças com autismo não deve ter ênfase

em atividades distantes do meio em que o aluno vive; como por exemplo os jogos

desportivos com regras, jogos de competições, jogos imaginários, dificultam a

aprendizagem e causam frustrações no aluno pois ele tem dificuldades em distinguir

o que é real do imaginário. Deste modo, a maioria das atividades para as crianças

autistas são repetitivas e estereotipadas pela à ausência da capacidade de abstração.

Estas crianças se identificam mais com atividades como a natação, circuitos, bicicleta

ergométrica, musculação, ginásticas, atividades para obter-se o relaxamento, e

acompanhado da atividade músicas coerentes com o meio da comunidade em que

vivem, e para inclui-los na aula é necessário que seja demonstrada a atividade mais

do que falada, pois estes alunos compreendem melhor através da demonstração

(TOMÉ, 2007).

2.1 O autista no processo de ensino-aprendizagem.

De acordo com Rivieri (1995) a educação do autista é dificultada pela sua

incapacidade de sociabilização, e pela falta da habilidade de imitação, no que se

envolve uma das formas cruciais de aprender, o fato do indivíduo com autismo, olhar

somente para si próprio, e viver em um mundo somente seu, torna-se incapacitado a

entender o mundo ao seu redor.

Nos primeiros anos de vida de uma criança não possuinte de autismo, nota-se

o olhar voltado para os rostos das pessoas como os dos pais mais do que para objetos

a sua volta, através deste olhar para as pessoas o bebe é estimulado, motivado a

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aprender. Já o bebe autista dirige sua atenção tanto para as pessoas e os objetos, o

que o faz perder oportunidades de aprendizado, assim refletindo em atraso de

desenvolvimento (RIVIERI 1995).

Os educadores estão informados e cientes sobre as dificuldades das crianças

autistas, o que tem desenvolvido programas e métodos alternativos para a

intervenção, obtém-se assim a inclusão e desenvolvimento da criança. Entretanto as

dificuldades organizacionais, a falta de habilidade em gerencia e a distração (embora

não apresente em todos os indivíduos que possuem autismo) tem recebido pouca

atenção, sendo assim, estas dificuldades atrapalham o grau de aprendizagem do

aluno autista (PEETERS, 1998).

De acordo com Rodrigues (2006) a distração é um ponto crucial na dificuldade

de aprendizado do aluno autista, como por exemplo os ruídos externos como o de

carros ou em algum objeto dentro da sala de aula, o aluno se dispersa e não termina

o trabalho pedido, ou a atividade fora de sala de aula passada pelo professor, essas

“fissuras” pelas distrações se divergem de um indivíduo para o outro.

Ainda de acordo com Rodrigues (2006) os hábitos sistemáticos de rotina têm

contribuído com o trabalho dos educadores de diversas áreas que lidam com autistas,

pois esses hábitos são eficazes para diminuir as dificuldades organizacionais. Rotinas

de atividades, como por exemplo o aluno começar sempre da direita para a esquerda,

de cima para baixo, concentra o a planejar e como deve prosseguir programações

visuais também ampliam o desenvolvimento do autista para onde deverá prosseguir,

e oque deve-se terminar.

De acordo com Rivieri (1995) um dos obstáculos severos para o aluno autista

é a questão da organização, quando se deparam com demandas organizacionais

complexas frequentemente ficam imobilizados incapazes de executar tarefas e

atividades perdidas.

De acordo com Peeters (1998) afirma que, a sequenciação é outra dificuldade

dos autistas, nem sempre lembram a ordem sequencial correta de tarefas, pois se

atem a outros detalhes específicos.

Ainda de e acordo com Peeters (1998) afirma que, a identificação do que distrai

o aluno é o primeiro passo para a aprendizagem, pois a modificação do ambiente, livre

das distrações, ou fora de sala em um ambiente sem ruídos, a disposição física da

área de trabalho do aluno torna-se mais propicia ao aprendizado.

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O instrumento visual pode destacar a sequência de eventos, fazendo com que

o aluno autista, lembre-se da sequência adequada e correta, o trabalho de hábitos

sistematizados é também útil no aprendizado do aluno autista. A dificuldade de

generalização tem implicações importantes para as práticas educacionais, alunos

autistas na maioria das vezes não conseguem aplicar o que aprendem em uma

situação especificas a ambientes e contextos semelhantes (RIVIERI, 1995).

De acordo com Peeters (1998) a junção entre pais e professores são maneiras

de melhorar a generalização nos indivíduos com autismo, quanto maior a

coordenação da casa e a escola, há maior probabilidade desses alunos aplicarem o

que aprendeu em uma ocasião, para a situação semelhante.

Um dos principais métodos educacionais para crianças autistas é o TEACCH

(Treatment and Education of Autistc and Communication Handicapped Children), em

português Tratamento e Educação de Crianças Autistas e Desvantagens de

Comunicação, desenvolvido pela faculdade da Carolina do Norte, tem como base

propiciar o desenvolvimento adequando compatível com as potencialidades e na faixa

etária do paciente: a funcionalidade ou seja, habilidades que tenham a função pratica,

a independência de desenvolvimento das capacidades para que tenha a maior

autonomia possível, e a integração para a prioridade em família, ou seja, os objetivos

a serem alcançados devem ser únicos e as estratégias adotadas sejam uniformes

(GOODMAN; SCOTT, 1997).

De acordo com Rivieri (1995) sendo assim, é adotado um plano terapêutico

individual, onde há a programação diária do aluno com autismo, e o aprendizado

passa gradativamente para os modelos representacionais.

2.1.1 Possibilidades pedagógicas que podem contribuir no desenvolvimento dos

alunos autistas.

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De acordo com Peeters (1998) a escola é um ambiente em que é possível

avaliar emocionalmente o indivíduo, por ser um ambiente de intensas relações sociais,

e é na escola é possível avaliar o desempenho do aluno com relação ao seu próximo.

Em sala de aula o professor tem o potencial de contribuir positivamente ou

negativamente agravando condições emocionais dos alunos, como por exemplo

alunos autistas não compreendem como se estabelecem as relações de amizade, ou

são isoladas e não tem amigos ou pensam que todos a sua volta é seu amigo, assim

trazem um conjunto de emoções intrínsecas ou extrínsecas para o ambiente escolar,

que necessita ser trabalhado (ARAUJO, 2011).

Os perfis irregulares dos autistas causam dificuldade para desenvolver um

método especifico para o ensinar. O aluno autista pode ter habilidades extraordinárias

de entender conceitos numéricos e de estabelecer relações espaciais, porem pela

limitação organizacional e de comunicação pode ser incapaz de desfrutar de tais

habilidades. Por isso, é necessários professores informados, e capacitados em

ensinar diante destes pontos (PEETERS, 1998).

Um profissional da educação pode abrir um leque de oportunidades para o seu

aluno com autismo. Já na idade adulta que trabalha com computadores, restaurantes

e vários outros ambientes que também abrange o público, são exemplos de que foram

bem instruídos por todos os professores que passaram por ele em sua vida escolar,

pois ele tornou-se um adulto produtivo. Profissionais hábeis que entendem os estilos

de aprendizagem podem melhorar a vida dos alunos autistas. Contudo os programas

de educação, não abrangem ao todo os pontos fortes e fracos no grupo enigmático

de aprendizes (SANT’ANA, 2005).

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3 POTENCIALIDADES DE DESENVOLVIMENTO DO ACERVO MOTOR DOS

AUTISTAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.

A eficácia da educação física é muito salientada, pois durante a adolescência

especificamente, há evidencias sobre o bem que a atividade física traz para o ser

humano, porem quando há uma inatividade física na infância e na adolescência, torna-

se estável a vida adulta, e assim mais difícil de modificar-se. (MAIA, 2001 e

AZEVEDO, 2007).

De acordo com Baraneck (2002) partindo do princípio de que crianças autistas

apresentam um déficit motor.

Indivíduos com TEA apresentam características motoras e sensoriais

incomuns, com importantes déficit, discriminativos e/ou perceptivos que contribuem

para problemas de equilíbrio, postura e praxes. Já a grande parte dos pacientes

autistas tem uma motricidade perturbada pela manifestação intermitente ou continua

de movimentos repetitivos e complexos (estereotipados). Os mais típicos envolvem as

mãos e braços mexendo-os em frente aos olhos ou batendo palmas no mesmo ritmo

independentemente de momento ou espaço em que se encontram. Balanceio do tronco

e o corpo inteiro além de bater a cabeça repetidamente, também são condutas

observadas. (SALLE et al., 2002).

De um modo geral, independente do grau de do autismo, os alunos com

autismo apresentam pouca habilidade motora. Segundo Winnick (2004) as atividades

motoras a eles aplicadas devem enfatizar habilidades e padrões fundamentais, e

esportes individuais jogos, e atividades de desenvolvimento que aumentam a

proficiência física dos mesmos. Partindo do ponto que na atividade física propriamente

dita, ficou provado que os programas de exercícios exercem uma influência positiva

sobre os comportamentos interruptivos das estereotipias.

Segundo Levinson, Reir e Winnick (2004) ressalta que a atividade física e a

programação de exercícios influenciam positivamente os comportamentos

estereotipados e ininterruptos nos autistas.

O autista tem a característica da seletividade, o que significa que durante o

aprendizado de habilidades o indivíduo coloca sua atenção em aspectos vagos e em

comandos irrelevantes, sendo assim, os professores devem oferecer estímulos

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sensoriais para se obter a aquisição de habilidades. Já os autistas com distúrbios mais

agressivos os professores devem considerar a modificação do método de ensino

inicial, e até mesmo a organização do espaço em que é aplicada as aulas, como a

organização de materiais e equipamentos, para contribuir na funcionalidade e

independência e evitar a distração (WINNICK, 2004).

A educação física tem um papel importante uma vez que o indivíduo consiga

interiorizar as ações, como ficar em pé ficar sobre um pé só, andar, correr pular por

cima, saltitar, rastejar e ainda nadar, brincar de pega-pega trepar em algo, equilibrar

objetos, enfim controlando-as de modo consciente se desenvolvera e enriquecera

muito sua linguagem (BROW; GAUDERER, 1993).

De acordo com Gorla (2001) ressalta as dificuldades motoras de um autista,

portanto ressalva que a educação física colabora com a melhoria do desenvolvimento

das habilidades motoras e habilidades da vida diária dos mesmos.

Segundo Viana e Santos (2011) afirma que o profissional de educação física

se inseriu recentemente na história da saúde mental, em vista da saúde pública

brasileira, ampliando os seus campos de atuação.

A saúde mental é parte da saúde humana, as práticas corporais, atividades

físicas, com a intervenção da educação física, vem sendo um meio de suma

importância para o tratamento de pessoas com problemas de transtornos mentais que

afetam sua integridade física. Nos últimos anos os profissionais de educação física

inseriram- se nos meios terapêuticos e nos tratamentos de transtornos mentais como

os CAPs (Centro de Atendimento Psicossocial). Juntamente com uma equipe

multidisciplinar o trabalho desses profissionais obteve-se resultados positivos (VIANA;

SANTOS, 2011).

A psicomotricidade englobada na educação física, há tratamento de crianças

autistas consiste nas condutas motoras inadequadas ou inadaptadas, relacionadas

com problemas de desenvolvimento e maturação psicomotora de comportamento, de

aprendizagem no âmbito psico afetivo (MATIAS, 2010).

De acordo com Tomé (2007) a educação física tornou-se uma aliada da

psicomotricidade para o desenvolvimento psicomotor de autistas uma vez que há

melhoria nas habilidades sociais, coordenação motora e na qualidade de vida.

Segundo Nascimento e Machado (1986) uma criança sem transtorno atinge seu

desenvolvimento motor de forma espontânea enquanto crianças com transtorno ou

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deficiência atingem seu desenvolvimento tardiamente, sendo que o descobrimento do

mundo externo contribui para o desenvolvimento.

De acordo com Campão (2008) a educação física faz de jogos e brincadeiras

suas aliadas para auxiliar no desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo.

De acordo com Gallardo (2003) citado por Campão (2004) afirma que na

infância há a aquisição fundamental para o desenvolvimento humano, pois nesta fase

forma-se a base motora para a realização de movimentos mais complexos

futuramente. Assim a partir das expressões corporais adquiridas na segunda infância

de três aos seis anos pois é o período ideal para o trabalho de habilidades motoras

básicas na educação física escolar em contato com o meio, as crianças interagem em

nível psicológico psicomotor, cognitivo, e social através de experiências de

aprendizagem constrói seu esquema corporal.

3.1 Características do acervo motor.

Desenvolvimento motor é definido pela continua alteração de uma vida, a partir

da interação entre o indivíduo o ambiente e o exercício, ou seja, são aspectos

maturacionais interligados as experiências que a relação com outras pessoas e com

o ambiente ofertam embora o desenvolvimento motor esteja ligado a idade

cronológica necessariamente não depende da mesma (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

De acordo com Rosa Neto (2002) as habilidades motoras e de equilíbrio devem

ser desenvolvidas na infância pois posteriormente a aprendizagem motor ira

necessitar das habilidades básicas na vida adulta.

De acordo com Wallon (1959) citado por Pick e Vayer (1988) afirmam que é

indispensável que a estruturação do esquema corporal pois torna-se essencial para a

pratica de atividades físicas, assim que compreende a consciência e o controle

postural implicando na respiração no equilíbrio corporal, posições e na utilização de

braços e pernas.

De acordo com Mello (1989) a motricidade fina engloba tanto o manual quanto

o labial, facial, e lingual, trabalhada por pequenos grupos de músculos.

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De acordo com Marques (1979) a criança somente começa a desenvolver a

motricidade fina quando tem domínio de grandes grupos musculares, integrando os

movimentos.

De acordo com Costallat (1983) citado por Mello (1989), a coordenação visa

grandes grupos de músculos, visando assim os movimentos voluntários, envolvendo

membros superiores inferiores e tronco.

De acordo com Tubino (1979) Mainel e Schabel (1984) citados por Mello

(1989), afirmam que o equilíbrio é a base de toda a coordenação motora capaz de

manter o corpo sob a lei da gravidade, ou seja, sustenta o corpo das influencias das

forças externas.

As habilidades motoras amplas se desenvolvem primeiramente, e somente

depois as habilidades motoras finas, ou seja, uma criança de seis anos é capaz de

correr saltar, saltitar, mas não é muito habilidosa em cortar uma folha de papel com

uma tesoura, sendo assim, um simples cortar de gravuras todo o seu corpo estará

envolvido como a contração de músculos, de costas, braços, e movimentação da

língua (BEE, 1977).

De acordo com Rosa Neto (2002), afirma que a base de todas as ações são os

segmentos corporais, e a a organização temporal é a capacidade de se situar de

acordo com acontecimentos no tempo e intervalos de fatos.

De acordo com Mello (1989) a organização espacial é a capacidade de

distinguir a relação as proximidades de objetos.

3.1.1 O ensino e atividades físicas que contribuem para o desenvolvimento do

indivíduo com autismo.

Atividades físicas praticadas no meio aquoso vem a algum tempo ajudando

muito nas intervenções para o desenvolvimento do acervo motor de crianças com

déficit de desenvolvimento. Segundo Faria (1984) salienta os benefícios do meio

aquático no desenvolvimento global da criança com deficiências ou perturbações do

desenvolvimento, particularmente no psicomotor, na perceptivo-motor, afetivo e

social. Champion (2000) reforça que as atividades aquáticas é um modo de estimular

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o desenvolvimento do acervo motor e aumentar a experiência de movimento das

crianças.

Para aos alunos que apresentam um grau severo do autismo, os professores

devem considerar a hipótese de modificar o ensino de modo que abrange o espaço

das alas a serem modificados. De acordo com Winnick (2004) a colocação dos

equipamentos para ajudar na funcionalidade independente e evitar a distração,

facilitar o acesso aos equipamentos e identifica-los claramente, designar áreas de

trabalhos com limites bem definidos e oferecer roteiros individuais.

Ao ensinar um aluno com autismo, independentemente do nível de

comportamento que apresenta, a superseletividade de estímulos é uma característica

de suma importância. A seletividade significa que durante a aprendizagem da

habilidade, o indivíduo da atenção a aspectos vagos de comandos relevantes ou se

fixa completamente em comandos irrelevantes, a partir daí este fato tem implicações

no modo dos professores de oferecer estímulos sensoriais, sugerir uma ação

esvanecer uma questão quando esta não é mais necessária ou adequada (WINNICK

2004).

É comprovado por muitos autores as atividades físicas são eficácias a todos,

seja pessoas com, ou sem transtornos. De acordo com Azevedo (2007) durante a

adolescência especificamente, há evidencias que a atividade física traz benefícios

associados a saúde esquelética, ao controle da pressão sanguínea, e da obesidade.

As atividades físicas nas aulas de Educação Física colaboram com a melhoria

das habilidades motoras de autistas e de suas habilidades da vida diária. Sendo assim

a partir deste contexto a criança com autismo desfruta de dificuldades cognitivas,

afetivas, psicomotoras e de interação necessita de intervenção profissional o mais

cedo possível. Porem a contribuição da atividade física vai além do que se imagina, a

partir de aulas de educação física obtém se ganhos que ajudarão a criança com

autismo em vários aspectos, tais como social, psíquico, da fala, do desenvolvimento

motor e muitas vezes independente do grau de comprometimento o reconhecimento

de si (GORLA 2001)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da pesquisa realizada, concluiu-se que o Transtorno Espectro Autista

se caracteriza pela dificuldade de relacionamento entre o autista e as pessoas ao seu

redor, há atrasos no desenvolvimento de suas habilidades motoras, sociais e

cognitivas.

Para a criança autista há a necessidade de manter o ambiente sem mudanças,

pois a rotina é primordial para os mesmos, e é de extrema importância o trabalho do

profissional de Educação Física no processo de ensino aprendizagem do aluno, para

o desenvolvimento das habilidades motoras e das potencialidades do autista, com

ênfase na construção do esquema corporal, responsável pelo reconhecimento que se

faz do seu próprio corpo, do espaço e dos objetos que os cercam.

O transtorno autista tem como umas das características principais, a falta de

comunicação social, e defasagem de linguagem, para auxiliar essas crianças faz se

necessário conceber métodos de ensino adaptáveis tendo como base, que o

prognostico dos indivíduos que possuem autismo, não são iguais, pois o autismo afeta

cada criança de formas diferentes.

Notou-se que são nas aulas Educação Física que há maiores possibilidades de

socialização, interação, e integração do aluno favorecendo assim a inclusão do

mesmo. O trabalho do profissional que com estas pessoas é fundamentalmente o de

ver o mundo através de seus olhos, e usar esta perspectiva para ensiná-los.

Mas além dos conhecimentos sobre o transtorno é importante que os

profissionais se capacitem cada vez mais, e busque novos métodos de ensino que se

aplique em seus alunos, não restringindo ao plano inicial de aula, pois os profissionais

da educação necessitam se adaptar para ensinar.

É de suma importância salientar que existem métodos de ensino, para

possibilitar a melhoria significativa no comportamento e potencialidades dos autistas

através da Educação Física.

Concluiu-se que a Educação Física pode ser uma grande aliada no processo

de desenvolvimento do acervo motor da criança, potencializa a inclusão, e possibilita

mais autonomia, independência, e favorece maior qualidade de vida.

Portanto, faz-se necessário que este processo ensino- aprendizagem seja

baseada na paciência, na afetividade, e na persistência, por parte do profissional de

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Educação Física, para que o desenvolvimento do aluno autista seja eficiente para a

vida.

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REFERÊNCIAS

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