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IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as verbas recebidas em reclamatórias trabalhistas Forma de Cálculo e o Direito às Deduções e Isenções Legais. O presente estudo apresenta uma análise a respeito da forma correta de incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre verbas recebidas em processos trabalhistas, frente aos postulados normativos da capacidade contributiva e isonomia. Contents Recebeu nos últimos 5 (cinco) anos ou está para receber valores decorrentes de vitória em processo na Justiça do Trabalho? Atenção! Existem várias... Questões polêmicas sobre o Imposto de Renda PGFN publica ato sobre rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente Primeira Vara Federal Tributária de Porto Alegre reconhece a inexigibilidade do IRRF incidente sobre parte das verbas recebidas em Reclamatória... Tribunal Superior do Trabalho adota nova posição e afasta a incidência de IR sobre juros de mora Recebeu nos últimos 5 (cinco) anos ou está para receber valores decorrentes de vitória em processo na Justiça do Trabalho? Atenção! Existem várias verbas e parcelas que são isentas da tributação, não pague mais imposto do que o devido ou receba de volta atualizado tudo o que pagou a maior, informe-se! Medida Provisória n.º 497, de 2010 define nova forma de cálculo e afasta a incidência de IRRF sobre verbas trabalhistas recebidas de forma acumulada: O artigo 20 da Medida Provisória n.º 497, de 27 de julho de 2010 (D.O.U. de 28.07/2010 – retificada no D.O.U. de 29.07.2010) traz um novo artigo a Lei n.º 7.713, de 22 de dezembro de 1988 que trata sobre o Imposto de Renda e dá outras providências, in literis: Medida Provisória n.º 497, de 27 de julho de 2010: “(...) Art. 20. A Lei n.º 7.713, de 22 de dezembro de 1988, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-A: Art. 12-A. Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a 19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v… …google.com/…/imposto-de-renda-irrf… 1/17

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Critérios de cáclulo do IRRF decorrente de condenação na Justiça do Trabalho, de acordo com a MP 497/2010

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IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as verbasrecebidas em reclamatórias trabalhistas

Forma de Cálculo e o Direito às Deduções e Isenções Legais.

O presente estudo apresenta uma análise a respeito da forma correta deincidência do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre verbas recebidas emprocessos trabalhistas, frente aos postulados normativos da capacidadecontributiva e isonomia.

Contents

Recebeu nos últimos 5 (cinco) anos ou está para receber valores decorrentes de vitória em processona Justiça do Trabalho? Atenção! Existem várias...Questões polêmicas sobre o Imposto de RendaPGFN publica ato sobre rendimentos tributáveis recebidos acumuladamentePrimeira Vara Federal Tributária de Porto Alegre reconhece a inexigibilidade do IRRF incidente sobreparte das verbas recebidas em Reclamatória...Tribunal Superior do Trabalho adota nova posição e afasta a incidência de IR sobre juros de mora

Recebeu nos últimos 5(cinco) anos ou está parareceber valoresdecorrentes de vitóriaem processo na Justiçado Trabalho? Atenção!Existem várias verbas eparcelas que são isentas

da tributação, não pague mais imposto do que o devido ou receba de voltaatualizado tudo o que pagou a maior, informe-se!

Medida Provisória n.º 497, de 2010 define nova forma de cálculo e afasta aincidência de IRRF sobre verbas trabalhistas recebidas de forma acumulada:

O artigo 20 da Medida Provisória n.º 497, de 27 de julho de 2010

(D.O.U. de 28.07/2010 – retificada no D.O.U. de 29.07.2010) traz um novo artigo a Lei n.º

7.713, de 22 de dezembro de 1988 que trata sobre o Imposto de Renda e dá outras

providências, in literis:

Medida Provisória n.º 497, de 27 de julho de 2010: “(...) Art. 20. A Lei n.º 7.713, de 22 de dezembro de 1988,passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-A:

‘Art. 12-A. Os rendimentos do trabalho e osprovenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a

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provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para areserva remunerada ou reforma, pagos pela PrevidênciaSocial da União, dos estados, do Distrito Federal e dosmunicípios, quando correspondentes a anos-calendáriosanteriores ao do recebimento, serão tributadosexclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito,em separado dos demais rendimentos recebidos no mês.§ 1.º O imposto será retido, pela pessoa física ou jurídicaobrigada ao pagamento ou pela instituição financeiradepositária do crédito, e calculado sobre o montantedos rendimentos pagos, mediante a utilização detabela progressiva resultante da multiplicação daquantidade de meses a que se refiram osrendimentos pelos valores constantes da tabelaprogressiva mensal correspondente ao mês dorecebimento ou crédito.§ 2.º Poderão ser excluídas as despesas, relativas aomontante dos rendimentos tributáveis, com ação judicialnecessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, setiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização.§ 3.º A base de cálculo será determinada mediante adedução das seguintes despesas relativas ao montante dosrendimentos tributáveis:I - importâncias pagas em dinheiro a título de pensãoalimentícia em face das normas do Direito de Família,quando em cumprimento de decisão judicial, de acordohomologado judicialmente ou de separação ou divórcioconsensual realizado por escritura pública; eII - contribuições para a Previdência Social da União, dosestados, do Distrito Federal e dos municípios.§ 4.º Não se aplica ao disposto neste artigo o constante noart. 27 da Lei n.º 10.833, de 29 de dezembro de 2003,salvo o previsto nos seus §§ 1.º e 3.º.§ 5.º O total dos rendimentos de que trata o caput,observado o disposto no § 2.º, poderá integrar a base decálculo do Imposto sobre a Renda na Declaração de AjusteAnual do ano-calendário do recebimento, à opçãoirretratável do contribuinte.§ 6.º Na hipótese do § 5.º, o Imposto sobre a RendaRetido na Fonte será considerado antecipação do impostodevido apurado na Declaração de Ajuste Anual.§ 7.º Os rendimentos de que trata o caput, recebidos entre1.º de janeiro de 2010 e o dia anterior ao de publicaçãodesta Medida Provisória, poderão ser tributados na formadeste artigo, devendo ser informados na Declaração deAjuste Anual referente ao ano-calendário de 2010.§ 8.º A Secretaria da Receita Federal do Brasil disciplinará odisposto neste artigo.’ (NR)” (Grifamos)

O artigo 12-A, suso transcrito, acaba com as discussões relativas

à forma de cálculo do Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF de verbas recebidas em

reclamatórias trabalhistas e, dos provenientes de aposentadoria e pensão, definindo que

deve ser aplicada a tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a

que se referiram os rendimentos pelos valores constantes na tabela progressiva mensal

correspondente ao mês do recebimento ou crédito, podendo ser excluída da base de cálculo

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(rendimentos tributáveis) as despesas com a ação judicial, inclusive advogados, desde que

pagas pelo contribuinte sem indenização pela decisão judicial.

Segundo a previsão legal, podem ser também deduzidas as

importâncias pagas a título de pensão alimentícia e contribuições à Previdência Social Oficial.

Na prática, se consideramos um indivíduo que ingressou no Poder

Judiciário pleiteando diferenças devidas a título de rendimentos de seu trabalho num

período de 2 (dois) anos, tendo obtido êxito e recebido em agosto de 2010 a quantia de

R$100.000,00 (cem mil reais) de rendimentos tributáveis numa reclamatória trabalhista,

tendo pago R$10.000,00 (dez mil reais) de honorários contratuais ao seu advogado,

veremos que a redução com relação a tributação de 27,5% diretamente sobre o montante

atualizado da verba recebida, que daria R$27.500,00 de imposto a pagar – como vinha

procedendo a Justiça do Trabalho – é realmente considerável:

(a) Apuração da Base de Cálculo do IRRF conforme MPn.º 497, de 2010: R$100.000,00 – Total de verbas tributáveis da reclamatóriatrabalhista. (-)R$10.000,00 – Honorários Advocatícios e despesasprocessuais.(-)R$10.000,00 – Pensão Alimentícia descontada.(-)R$11.000,00 – Contribuição para a Previdência Social oficial._______________= R$69.000,00 R$69.000,00/24 meses (2 anos) = R$2.875,00 (b) Aplicação da Tabela Progressiva mensalcorrespondente ao mês do recebimento ou crédito (Lein.º 11.945/2009 ao inciso IV do art. 1.º da Lei n.º11.482/2007):

Base de Cálculo Alíquota Parcela adeduzir

até R$ 1.499,15 - -

de R$ 1.499,16 até R$2.246,75

7,5% R$ 112,43

de R$ 2.246,75 até R$2.995,70

15% R$ 280,94

de R$ 2.995,70 até R$3.743,19

22,5% R$ 505,62

acima de R$ 3.743,19 27,5% R$ 692,78

Dedução por dependente: R$ 150,69

(c) Alíquota aplicável segundo a tabela: 15% comdedução de R$280,94: R$2.875,00 – Base apurada conforme MP n.º 497, de 2010. R$2.875,00 x 15% = R$431,25 = R$431,25 (-) R$280,94 – Dedução legal da tabela progressiva_____________R$150,31 x 24 = R$3.607,44 – Resultado do IRRF a ser

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retido.

Uma inovação é o fato de o contribuinte poder optar se declarará

tais rendimentos integraram a base de cálculo do Imposto de Renda na Declaração de Ajuste

Anual e, se assim optar, os valores pagos a título da exação serão considerados como

antecipação do imposto devido apurado na declaração.

A MP assevera que a Receita Federal do Brasil deverá disciplinar a

forma de aplicação das alterações legais e que os rendimentos recebidos entre 1.º de janeiro

de 2010 e 27 de julho de 2010 já poderão ser tributados pelo novo regime, porém, se

assim proceder, o contribuinte interessado deverá informar na declaração de ajuste anual

referente ao ano calendário de 2010 os valores recebidos e tributados.

Apesar de já ser uma realidade para garantir a não tributação

sobre o valor integral do contribuinte, algumas questões não enfatizadas pela Medida

Provisória continuarão tendo que ser resolvidas perante o Poder Judiciário, como é exemplo

a incidência de Imposto de Renda sobre os Juros moratórios e demais parcelas isentas da

exação. Acaso seja compelido o interessado ao desconto da exação sobre tais verbas, deverá

socorre-se ao Poder Judiciário para garantia de mais este direito.

________________________________

Questões polêmicas sobre o Imposto de Renda

No cálculo do imposto incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente ao trabalhador,devido à prolação de sentença judicial no foro trabalhista, deve ser levado em consideraçãoas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, a fim depermitir a incidência do imposto na fonte mediante aplicação das alíquotas progressivas erespeitadas as faixas de isenção, mês a mês, nos termos como previsto no artigo 629, doRIR/94 (Decreto n.º 1.041/94) e, atualmente, artigo 620 do RIR/99 (Decreto n.º

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3.000/99). Sobre o regime de progressivo que deve ser adotado, em detrimento ao regime de caixacomumente efetuado nos processos trabalhistas, da mesma forma que é feito sobre osdescontos previdênciários, aconselho a leitura de interessante texto de autoria de DiógenesGomes Vieira, disponibilizado na internet e entitulado DESCONTOSPREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. POR QUE REGIME PROGRESSIVO PARAPREVIDÊNCIA SOCIAL E REGIME DE CAIXA PARA O LEÃO??? muitointeresante a análise feita sobre esta dualidade feita pelo jurista. Os dispositivos legais dos regulamentos são claros em informar a forma correta de calcularo imposto devido e, segundo a jurisprudência, a aparente antinomia desse dispositivo como artigo 12 da Lei n.º 7.713/88 se resolve pela seguinte exege-se: este último disciplinaapenas o momento da incidência do imposto, já os Regulamentos do Imposto de Renda –RIR disciplinam o modo correto de calcular o mesmo. Nesse Contexto, no ato de retenção na fonte da exação deve observar as faixas de isenção,deduções e alíquotas aplicáveis à renda que teria sido auferida mês a mês pelo contribuinte,se não fosse o pagamento a menor, e não a simples incidência do imposto sobre osvencimentos totais acumulados recebidos e atualizados em virtude de condenação judicial,sob pena de estarmos punindo o contribuinte com a retenção indevida de Imposto deRenda sobre valores dos benefícios percebidos de forma acumulada por mora exclusiva dopróprio empregador e promovendo o locupletamento ilícito da Fazenda Nacional sobreverbas isentas e não tributáveis.

Nesse sentido é a majoritária jurisprudência, tanto do Superior Tribunal de Justiça, comode ambas as Turmas do E. TRF 4.ª Região, in verbis:

“TRIBUTÁRIO. REVISÃO JUDICIAL DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. IMPOSTODE RENDA RETIDO NA FONTE. VALORES PAGOS ACUMULADAMENTE. 1.No cálculo do imposto incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, devem serlevadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referemtais rendimentos, nos termos previstos no art. 521 do RIR (Decreto 85.450/80). Aaparente antinomia desse dispositivo com o art. 12 da Lei 7.713/88 se resolve pela seguinteexegese: este último disciplina o momento da incidência; o outro, o modo de calcular o imposto.Precedentes: Resp 617081/PR, 1ª T, Min. Luiz Fux, DJ 29.05.2006 e Resp 719.774/SC, 1ªT, Min. Teori Albino Zavascki, DJ 04.04.2005. 2. Recurso especial a que se negaprovimento.” (STJ, Resp n.º 901.945/PR, 1.ª Turma, Relator Min. Teori Albino Zavascki,julgado em 20/08/2007, DJ de 16/08/2007, pg 300 – Grifamos)

“TRIBUTÁRIO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO RECEBIDO EMDECORRÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NAFONTE. VALORES PAGOS ACUMULADAMENTE. 1. O imposto de renda incidentesobre rendimentos pagos acumuladamente deve ser calculado com base nas tabelas e alíquotasdas épocas próprias a que se referem tais rendimentos. Em outras palavras, a retenção nafonte deve observar a renda que teria sido auferida mês a mês pelo contribuinte se nãofosse o erro da administração e não no rendimento total acumulado recebido emvirtude de decisão judicial. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público. 2. Recursoespecial improvido.” (STJ, Resp n.º 783.724/RS, 2.ª Turma, Relator Min. Castro Meira,julgado em 15/08/2006, DJ de 25/08/2006, pg. 328 – Grifamos)

“TRIBUTÁRIO - BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - IMPOSTO DE RENDA -

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INCIDÊNCIA SOBRE O SOMATÓRIO DE PROVENTOS PAGOS EM ATRASO -INADMISSIBILIDADE. 1 - No cálculo do imposto incidente sobre rendimentos pagosacumuladamente, devem ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocaspróprias a que se referem tais rendimentos. 2 - Apelação e remessa oficial desprovidos.”(TRF 4.ª Região, AC n.º 2006.71.04.006735-5/RS, 2.ª Turma, Relator Eloy Bernst Justo,julgado em 06/11/2007, de 28/11/2007 – Grifamos)

“TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE RENDA - INCIDÊNCIA SOBRE O SOMATÓRIODE PRESTAÇÕES PAGAS EM DECORRÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL - INADMISSIBILIDADE. 1 - "No cálculo do imposto incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, devem ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocaspróprias a que se referem tais rendimentos, nos termos previstos no art. 521 do RIR (Decreto85.450/80). A aparente antinomia desse dispositivo com o art. 12 da Lei 7.713/88 se resolvepela seguinte exegese: este último disciplina o momento da incidência; o outro, o modo decalcular o imposto." (RESP 424225/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJ de19/12/2003, p. 323). 2 - Não poderia a Fazenda lançar o tributo sobre o valoracumulado dos valores e sim sobre cada parcela devidamente discriminada, de acordocom as alíquotas e faixas de isenção vigentes na época em que deviam ser pagas.”(TRF 4.ª Região, AC n.º 2004.04.01.022941-8/PR, 1.ª Turma, Relatora Maria Lúcia LuzLeiria, julgado em 03/06/2004, DJU de 01/12/2004, pg. 311 – Grifamos)

Após a análise da jurisprudência suso transcrita, verificamos ser cristalino o direito dostrabalhadores agraciados por verbas decorrentes de condenações em sede de sentençastrabalhistas, em ver readequado o cálculo do Imposto de Renda devido, como se fosseapurado mês a mês, acrescido dos valores que deveria ter percebido na época e que sóreceberá agora de forma acumulada, graças à decisão judicial do Foro Trabalhista,respeitadas é claro as isenções e deduções legais. Para melhor visualização, estampamos a tabela progressiva para cálculo do IR mensalatualmente em vigor e, de forma exemplificativa, efetuaremos o cálculo da exação devidasimulando um rendimento mensal hipotético.

Admitamos que determinada pessoa física que receba rendimentos do trabalho assalariado,possua 2 (dois) dependentes e apresente os seguintes dados no mês de março do ano de2001:

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Levando-se em conta os valores da tabela progressiva supra, o rendimento brutoapresentado corresponderia à alíquota de 27,5% (vinte e sete e meio por cento), com aparcela a deduzir de R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais). Vamos, agora, calcular o valordo IR Fonte:

Fica assim demonstrado que um rendimento mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais),percebido no mês de março do ano de 2001, estaria sujeito à retenção na fonte de R$375,32 (trezentos e setenta e cinco reais e trinta e dois centavos), após os devidosdescontos e deduções legalmente previstas, aplicáveis a cada caso específico. Aoadmitirmos a incidência sobre valores acumulados e à alíquota máxima de 27,5%estaremos tributando a maior o contribuinte em desrespeito aos postulados normativos daisonomia (artigo 150, inciso II, da CF/88) e capacidade contributiva (§ 1.º do artigo 145, daCF/88). Assevere-se que, além das faixas de isenção no cálculo mês a mês, existem aindadeterminadas verbas que estão albergadas por isenções legalmente previstas, como éexemplo o artigo 19, II e § 1.º, da Lei n.º 10.522/2002 c/c o Ato Declaratório n.º 06, de07/11/2006, aonde a União Federal está dispensada de contestar o pedido relativo aoabono de que trata o artigo 143, da CLT e conversão em pecúnia de 1/3 do período deférias, da mesma forma que com relação às férias indenizadas, conforme Ato Declaratórion.º 01, de 18/02/2005. O pagamento de férias vencidas e não gozadas feito pelo empregador ao seu empregadoem decorrência de rescisão do contrato de trabalho, bem como o auxílio refeição e ajudacesta alimentação, aviso prévio, FGTS e a multa de 40%, inclusive os juros de mora e acorreção monetária, não se sujeitam à incidência do imposto de renda.

Tais pagamentos estão abrangidos na regra de isenção referente à indenização paga pordespedida ou rescisão de contrato de trabalho, prevista no artigo 6.º, incisos I, II e V, daLei n.º 7.713, de 1988 e no artigo 39, incisos IV, XIII e XX, do Regulamento do Impostode Renda, aprovado pelo Decreto n.º 3.000, de 1999. Os pagamentos feitos pelo empregador a seu empregado, relativamente ao auxílio refeiçãoe ajuda cesta alimentação, às férias vencidas não-gozadas e às férias proporcionais, bemcomo o adicional de 1/3, quando decorrente de rescisão do contrato de trabalho, não sesujeitam à cobrança do Imposto de Renda, pois estão abrangidos na regra de isençãoreferente à indenização paga por despedida ou rescisão de contrato de trabalho, prevista noart. 6.º, I, II e V, da Lei n.º 7.713/88 e repetida no art. 39, IV, XIII e XX, do Regulamentodo Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n.º 3.000/99 c/c art. 146 da CLT. Nessesentido é a jurisprudência, tanto do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região como do e.

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STJ, in verbis:

“TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. PAGAMENTO A EMPREGADO, POROCASIÃO DA RESCISÃO DO CONTRATO. GRATIFICAÇÃO ESPECIAL.FÉRIAS PROPORCIONAIS. TERÇO CONSTITUCIONAL. NATUREZA. REGIMETRIBUTÁRIO DAS INDENIZAÇÕES. PRECEDENTES. 1. O imposto sobre renda eproventos de qualquer natureza tem como fato gerador, nos termos do art. 43 e seusparágrafos do CTN, os ‘acréscimos patrimoniais’, assim entendidos os acréscimos aopatrimônio material do contribuinte. 2. O pagamento feito pelo empregador a seu empregado, atítulo de adicional de 1/3 sobre férias tem natureza salarial, conforme previsto nos arts. 7º,XVII, da Constituição e 148 da CLT, sujeitando-se, como tal, à incidência de imposto derenda. Todavia, o pagamento a título de férias vencidas e não gozadas, bem como deférias proporcionais, convertidas em pecúnia, inclusive os respectivos acréscimos de1/3, quando decorrente de rescisão do contrato de trabalho, está beneficiado porisenção. A lei isenta de imposto de renda ‘a indenização (...) por despedida ou rescisãode contrato de trabalho, até o limite garantido pela lei trabalhista ou por dissídiocoletivo e convenções trabalhistas homologados pela Justiça do Trabalho’ (art. 39, XXdo RIR, aprovado pelo Decreto 3.000/99 e art. 6º, V, da Lei 7.713/88). Precedentes:REsp 782.646/PR, AgRg no Ag 672.779/SP e REsp 671.583/SE. (...)” (STJ, Resp n.º1.017.535/SP, 1.ª Turma, Relator Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 06/03/2008, DJ de27/03/2008, pg. 001 – Grifamos)

“TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. INÉPCIA DA INICIAL.PRESCRIÇÃO. INCIDÊNCIA SOBRE LICENÇASPRÊMIO E FÉRIAS NÃOGOZADAS. ABONO-ASSIDUIDADE. TERÇO CONSTITUCIONAL. FORMA DERESTITUIÇÃO. 1. Tratando-se de imposto de renda na fonte, é suficiente a prova daretenção do tributo pela fonte pagadora, para tanto servindo os contracheques ou fichasfinanceiras acostados na inicial. Eventual restituição decorrente do ajuste anual poderá sercomprovada quando da apuração do quantum debeatur. 2. Para as ações ajuizadas até otérmino da vacatio legis da LC 118/2005, como a presente ordinária de repetição de indébito, permanece inalterado o já sedimentado entendimento jurisprudencial no sentido de que, nahipótese de tributo sujeito a lançamento por homologação, caso esta não ocorra de modoexpresso, o prazo para haver sua restituição é de cinco anos contados do fato gerador, acrescido de mais cinco anos da data da homologação tácita, operando-se a prescrição dodireito de requerer a restituição no prazo de dez anos, a contar do fato gerador. 3. O impostode renda pessoa física somente incide sobre rendimentos ou proventos, ou seja, sobrea aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica que não tenha natureza indenizatória. As licenças-prêmio e as férias não gozadas, convertidas em pecúnia,possuem natureza indenizatória, razão pela qual não incide o imposto de renda. (...)”(TRF 4.ª Região, AC n.º 2003.72.01.003426-9/SC, 2.ª Turma, Relatora Marga Inge BarthTessler, julgado em 13/12/2005, DJU de 22/02/2006, pg. 477 – Grifamos)

Até mesmo o pagamento relativo às férias vencidas não-gozadas, quando realizado nocurso do contrato de trabalho, também não se sujeitariam à cobrança da exação, por forçado entendimento jurisprudencial consolidado no verbete da Súmula n.º 125, do e. STJ,segundo a qual “o pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não estasujeito a incidência do imposto de renda.” A tônica adotada pela jurisprudência consolidada é o fato de que, conforme previsão doartigo 43 do CTN, o imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza tem como fatogerador apenas os “acréscimos patrimoniais”, assim entendidos os acréscimos aopatrimônio material do contribuinte, sendo as verbas eminentemente indenizatóriasbeneficiadas pela isenção legal que deve ser observada no cálculo da exação, além das

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deduções legais e alíquotas progressivas, sob pena de ocorrer o pagamento a maior eindevido, gerando direito ao contribuinte que assumiu o encargo à repetição do indébitoapurado (art. 165, I e II, do CTN). A orientação jurisprudencial majoritária também assevera que o Imposto de Renda nãoincide sobre os juros de mora e correção monetária, por terem a mesma naturezaindenizatória. Muito menos sobre o aviso prévio, FGTS e a multa de 40%, conforme asprevisões legais já apresentadas, pois não se tratam de acréscimo patrimonial docontribuinte, nem são fatos geradores do imposto, exemplificativamente, in verbis:

“TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE RENDA - INCIDÊNCIA SOBRE DIFERENÇASSALARIAIS RECEBIDAS ACUMULADAMENTE E SOBRE JUROS DE MORA -INADMISSIBILIDADE - ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. 1 - Oimposto de renda não incide sobre os créditos trabalhistas recebidos acumuladamentepor força de decisão judicial. 2 - Os juros moratórios são, por natureza, verbaindenizatória dos prejuízos causados ao credor pelo pagamento extemporâneo de seucrédito. Inteligência do art. 404 do Código Civil (Lei 10.406, de 10/01/2002). 3 - Nocaso de mora no pagamento de verba trabalhista, que tem notória natureza alimentar, impondoao credor a privação de bens essenciais de vida, e/ou o endividamento para cumprir seuspróprios compromissos, a indenização, através dos juros moratórios, corresponde aosdanos emergentes, ou seja, àquilo que o credor perdeu em virtude da mora do devedor.Não há nessa verba qualquer conotação de riqueza nova, a autorizar sua tributaçãopelo imposto de renda. Indenização não é renda. 4 - Provimento antecipatório concedido.”(TRF 4.ª, AI n.º 2005.04.01.012942-8/RS, Relator ANTÔNIO ALBINO RAMOS DEOLIVEIRA, D.J.U. de 20/7/2005 - Grifamos)

Destacamos as razões do Voto vencedor, proferidas pelo eminente Des. Federal AntônioAlbino Ramos de Oliveira, no processo suso ementado, verbis:

“(...) no tocante aos juros moratórios que são, por natureza, verba indenizatória dos

prejuízos causados ao credor pelo pagamento extemporâneo de seu crédito, e como tal

conceituados no art. 404 do vigente Código Civil (Lei 10.406, de 10/01/2002):

‘Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com

atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo

juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.

Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo

pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.’

Outro não era o tratamento dado à matéria pelo art. 1.061 do Código Civil de 1916:

‘Art. 1.061. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, consistem nos

juros da mora e custas, sem prejuízo da pena convencional.’

A única inovação trazida pelo Código Civil de 2.002 foi a possibilidade de o juiz conceder

indenização suplementar caso os juros de mora não cubram o prejuízo do credor - o que

vem, mais uma vez, ressaltar o caráter indenizatório desses juros.

Cuida-se, aqui, de mora no pagamento de verba trabalhista, que tem notória natureza

alimentar, impondo ao credor a privação de bens essenciais de vida, e/ou o

endividamento para cumprir seus próprios compromissos. A indenização, através dos

juros moratórios, corresponde aos danos emergentes, ou seja, àquilo que o credor

perdeu em virtude da mora do devedor. Não há nessa verba, portanto, qualquer

conotação de riqueza nova, a autorizar sua tributação pelo imposto de renda.

Indenização não é renda.

Via de consequência, com renovada vênia ao ilustre Relator, voto dando provimento ao

agravo em maior amplitude, concedendo a antecipação da tutela não só para que o

imposto de renda incidente sobre as diferenças salariais devidas ao autor seja calculado

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pela alíquota de 15%, como também para afastar sua incidência sobre os juros

moratórios.”

Pelo Todo exposto, verifica-se que o tema referente à natureza das verbas recebidas atítulo de juros de mora, correção monetária, aviso prévio, FGTS e a multa de 40%, damesma forma que as férias vencidas e proporcionais, respectivo terço constitucional eindenização adicional não comportam mais discussão perante a jurisprudência: têmnatureza indenizatória e não estão sujeitas à incidência do imposto de renda ante asprevisões legais apresentadas. Após as devidas alocações de valores, aplicando as isenções legais a que tem direito e astabelas e alíquotas das faixas de isenção mês a mês da época a que se referem taisrendimentos, é possível verificar uma diferença considerável em relação ao que será retidona fonte no processo trabalhista e que deveria ser efetivamente pago pelo substitutotributário e, em conseqüência, efetivamente recebido pelo trabalhador. Demonstrado o conteúdo e o alcance dos termos do Regulamento do Imposto de Renda -RIR, para fins de aplicação das alíquotas e tabelas de faixas de isenção vigentes na época,bem como a necessidade de respeito às isenções legais e/ou não incidência do IR paradeterminados pagamentos percebidos pelo trabalhador, poderemos verificar se a retençãona fonte será, ou não, indevida e a maior, sempre observando-se no cálculo a renda queteria sido auferida mês a mês pelo trabalhador excetuando-se alguns dos valores recebidos,por serem isentos e/ou não tributáveis conforme a legislação de regência asseverada. Para fins de comprovação da adequação ao disposto no artigo 166, do CTN, apesar de sero substituído na relação jurídica tributária de retenção na fonte do Imposto de Renda, deveser asseverado que o trabalhador é o único que está a assumir o respectivo encargofinanceiro, o que fica suficientemente comprovado pois a retenção na fonte, se ocorrer, iráincidir exclusivamente sobre o vencimento devido à ele, sendo a fonte pagadora (substitutotributário) mera repassadora do desconto fiscal apurado.

Com estas observações, torna-se possível aos trabalhadores beneficiados por valoresrecebidos em processos trabalhistas obter a restituição dos valores pagos (retidos na fonte)a maior ou, impedir a retenção de forma indevida. No primeiro caso, através de pedidorestituição a ser formulado diretamente a Secretaria da Receita Federal do Brasil, apósprévia habilitação do crédito judicial transitado em julgado, nos termos da IN SRF n.º 600,de 2005. A possibilidade legal para deferimento da restituição diretamente à SRFB encontra amparona previsão dos artigos 2.º, II e 3.º, I e II, da IN SRF n.º 600, 2005.

Nesse aspecto, salientamos a total inaplicabilidade da Regra Geral a respeito do pagamentode verbas devidas pela União Federal (Fazenda Nacional), em virtude de sentençajudiciária, prevista no artigo 100, §§, da Constituição Federal, tendo em vista a necessidadede observância do princípio da especialidade em matéria tributária, previsto no § 6.º doartigo 150, da mesma Constituição Federal, o qual prevê que qualquer subsídio ouconcessão de crédito, relativo a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser instituídomediante lei específica que regule exclusivamente a matéria. O pagamento indevido de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, além

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das previsões dos artigos 165 e seguintes do CTN e, especialmente com relação aoImposto de Renda, possuem uma Regra Matriz que, entre legislações, Portarias eInstruções Normativas que regulam de forma exclusiva o procedimento para pagamentodos recolhimentos indevidos e efetuados a maior que o devido - restituição (art. 54, §único, da IN SRF n.º 600, de 2005), sendo normas especiais que prevalecem sobre asregras gerais previstas, como no caso dos precatórios. As previsões legais e normativas são claras e específicas, então, uma vez reconhecidojudicialmente o direito de ter descontado do IRRF, a diferença apurada com o cálculoefetuado mês a mês, nos moldes previstos pelo RIR (Decreto n.º 3.000/99) e, relativo aosvalores sobre os quais deveria ter sido respeitada a isenção legal, deve-se reconhecertambém, de forma expressa no dispositivo da sentença, o seu direito de efetuar o pedido dehabilitação de crédito (arts. 50 e 51, §§, da IN SRF n.º 600, de 2005), para posteriorpedido de restituição do montante recolhido indevidamente, conforme artigo 54, § único,da IN SRF n.º 600, de 2005 ou, mediante processamento eletrônico da Declaração deajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF), nos termos do artigo 3.º, II,da IN SRF n.º 600, 2005.

Para apuração do quantum debeatur deverá ser elaborada conta mediante a consideraçãodos cálculos aritméticos apresentados no processo, que serão elaborados a partir das verbasdiscriminadas na planilha utilizada e que foi homologada pelo juízo trabalhista, aondeforam apresentadas a natureza de cada uma delas. Vejamos a jurisprudência a respeito,verbis:

“TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. INCIDÊNCIA SOBRE PERCEPÇÃOACUMULADA DE DIFERENÇAS SALARIAIS DECORRENTE DE SENTENÇAPROFERIDA EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. INAPLICABILIDADE DO§ 2.º, DO ARTIGO 46, DA LEI N.º 8.541/92. ARTIGO 12, DA LEI N.º 7.713/88.ARTIGO 43, DO CTN. ARTIGO 150, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. Apercepção acumulada das diferenças salariais, obtida a partir do reconhecimentojudicial do direito do contribuinte de receber valores equivalentes a verbas salariais,não representa o montante auferido pelo mesmo mês a mês (renda mensal). Assim, ocontribuinte, por ter recebido valores com atraso imputado ao empregador não podesofrer tributação em alíquota máxima. 2. A retenção de imposto de renda na fonte develevar em conta os valores percebidos mensalmente sob pena de afrontar a isonomiatributária (artigo 150, II, da CF), nos casos de valores recebidos pelo contribuinte emrazão de decisão judicial trabalhista. Assim, verificada que a renda proveniente do trabalhodo contribuinte era obtida mensalmente, inaplicável, ao caso, o § 2.º, do artigo 46, da Lei n.º8.541/92. 3. Deve ser a elaborada a conta mediante a apresentação de cálculosaritméticos pela autora, a partir dos valores recebidos e correta a incidência doimposto de renda sobre os mesmos, atualizados. 4. A restituição dos valores retidosindevidamente deve sofrer atualização monetária a partir da retenção pelos índicesdeterminados. 5. Apelação do autor provida e apelação da União improvida.” (TRF 4.ª, ACn.º 2005.71.00.008176-2/RS, 1.ª Turma, Relator Álvaro Eduardo Junqueira, julgado em18/10/2006, DJU de 29/11/2006 - Grifamos)

Apesar do direito à repetição do indébito nas formas suso referidas, a melhor solução paraa restituição do valor é o deferimento de antecipação de tutela a fim de determinar UniãoFederal (Fazenda Nacional) promova a suspensão da exigibilidade da exação questionada,oficiando-se a fonte pagadora (substituto tributário) para que se abstenha de efetuar odesconto fiscal ou, alternativamente, promova o depósito judicial do montante integral doimposto a ordem deste juízo, até o término do presente processo.

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A documentação necessária para a verficação do montante do indébito para ingresso damedida é o cálculo discriminado das verbas que serão ou foram recebidas no processotrabalhista, a última Declaração de IR do cliente e, se for o caso, a Declaração de Impostode Renda da data do recebimento das verbas trabalhistas, aonde aparece o desconto daexação, além de decisões judiciais e peças processuais a respeito da homologação doscálculos e que indiquem quem é o substituto tributário (fonte pagadora). É possívelrecuperar os valores pagos (retidos na fonte) pelo substituto tributário a título da exaçãonos últimos 10 (dez) anos, a contagem do prazo começa da data da entrega da declaraçãode IRPF ou do pagamento do IRRF pela fonte pagadora, que no caso é o empregador(reclamada). Sobre o direito a restituição de indébitos tributários dos últimos (dez) 10 anos,tese dos 5 + 5, lei ao Knol Prescrição do direito postulatório e a Lei Complementarn.º 118, de 2005. Para ajuizar o pedido pode ser necessário, segundo exigência da 1.ª Turma Recursal do RioGrande do Sul (Processo eletrônico n.º 2007.71.50.024849-6): a) A sentença e acórdão; b)cálculo de liquidação da sentença, contendo discriminação mensal das parcelas recebidas,ou acordo; c) decisão homologatória do cálculo ou do acordo; d) comprovante de retençãodo imposto de renda; e) contracheques de todo o período objeto do cálculo trabalhista; f)as Declarações de Ajuste Anual de todo o período objeto do cálculo trabalhista bem comoa do ano-calendário do recolhimento do imposto apurado na reclamatória. Ressalva-se, por óbivo, o comprovante de retenção e de declaração de ajuste anual da datade recebimento dos valores, se for o caso de pedido liminar para não existência da retençãoindevida sobre verbas ainda não recebidas. O ideal é que os interessados promovam o ajuizamento do processo antes de ocorrer aretenção na fonte, quando da recém homologação dos cálculos pelo juízo do forotrabalhista, a fim de possibilitar a obtenção de liminar no processo judicial para o depósitoda exação fiscal na conta vinculada ao processo, o que permitirá ao reclamante sacar odinheiro através de alvará, sem a necessidade de precatório ou requisição de pequenovalor, quando do trânsito em julgado da decisão. Veja um exemplo de liminar deferida, inverbis:

"(...) Ante o exposto, DEFIRO EM PARTE o pedido liminar para determinar odepósito em juízo dos valores relativos ao Imposto de Renda incidente sobre as verbasa serem percebidas pelo autor na Reclamatória Trabalhista nº 01226.006/02-7.Intimem-se. Oficie-se ao Banco Ford S.A. para cumprimento quando do pagamento dosvalores e à 6ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, dando ciência desta decisão. (...)"

O inteiro teor da liminar suso transcrita pode ser visualizada no site da Justiça Federal doRio Grande do Sul. __________________________________________________________________________________________

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PGFN publica ato sobre rendimentostributáveis recebidos acumuladamenteFoi publicado na edição desta quinta-feira (14) do Diário Oficial da União (DOU), o Ato Declaratório nº 1,de 2009, assinado pelo procurador-geral da Fazenda Nacional, Luís Inácio Lucena Adams, que trata derendimentos tributáveis recebidos acumuladamente. Com isso, o IRPF incidente sobre rendimentos pagosacumuladamente deve ser calculado com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referemtais rendimentos, conforme jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Assim, a PGFN está autorizada a não contestar, a não interpor recursos e a desistir dos já interpostos,conforme determina o Parecer PGFN/CRJ nº 287, de 12 de fevereiro de 2009, que concluiu pela dispensa,desde que inexista outro fundamento relevante, com relação às ações judiciais que visem obter a declaraçãode que, no cálculo do IRPF incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, devem ser levadas emconsideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo ocálculo ser mensal e não global.

FONTE: ASCOM PGFN - 14/05/2009

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Primeira Vara Federal Tributária de PortoAlegre reconhece a inexigibilidade do IRRFincidente sobre parte das verbas recebidas emReclamatória TrabalhistaPor: Alexandre Röehrs Portinho - HOMRICH PORTINHO Advocacia Empresarial S.S.

O juízo da 1.ª Vara Federal Tributária de Porto Alegre/RS declarou que as parcelas recebidasacumuladamente por força de decisão judicial, devem ser tributadas na fonte, quanto à alíquota e montantes,conforme a tabela progressiva vigente na data em que os rendimentos eram devidos, nos exatos termos emque incidiria o tributo se as parcelas tivessem sido percebidas à época própria, além da inexigibilidade doimposto de renda sobre as parcelas recebidas por ocasião da execução de sentença do processo trabalhistareferido na inicial a título de: 1) juros de mora; 2) auxílio refeição e ajuda cesta alimentação; 3) FGTS emulta; 4) aviso prévio indenizado; e 5) férias indenizadas e respectivo terço.

O autor, através de seus advogados, ajuizou ação de rito ordinário contra a UNIÃO, narrando que orequerente teria ajuizado reclamatória trabalhista na qual o reclamado foi condenado a pagar férias nãogozadas, auxílio refeição, ajuda cesta alimentação, juros de mora, correção monetária, aviso prévio, FGTS emulta de 40%. E, em que pese a natureza indenizatória de tais verbas, foram elas indevidamente tributadas,razão pela qual faz jus à restituição do tributo recolhido e calculado sobre o valor global acumulado, devendoser considerado o período mensal da prestação laboral com utilização das alíquotas aplicáveis à época,conforme o denominado regime de competência. A UNIÃO respondeu ao pedido, defendendo, entre outras, a legalidade do imposto à alíquota de 27,5%,porém, em atenção a jurisprudência majoritária, o juízo reconheceu os pedidos formulados na integralidade.

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A referida decisão não é definitiva, pois ainda cabem recursos por parte da Fazenda Nacional ou, o reexamenecessário, porém, já é um importante precente a respeito do reconhecimento do direito dos reclamantes emnão ver tributada a totalidade das verbas recebidas de forma acumulada pelo IRRF e obter a restituição dovalor eventualmente pago a maior nos últimos anos.

FONTE: 2008.71.00.008996-8

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Tribunal Superior do Trabalho adota nova posição e afasta aincidência de IR sobre juros de mora

O Órgão Especial reformulou na sessão de hoje (10) o entendimento do Tribunal Superior doTrabalho sobre a incidência de Imposto de Renda sobre juros de mora. Por maioria de votos(8 contra 3), os ministros decidiram afastar a incidência em razão do artigo 404 do CódigoCivil de 2002.

O dispositivo passou a considerar os juros como perdas e danos, sem fazer qualquerdistinção entre juros de mora incidentes sobre parcela de natureza remuneratória ouindenizatória.

Segundo entendimento capitaneado pelo ministro Barros Levenhagen, ao qualificar os jurosde mora como perdas e danos, em razão do não pagamento em tempo hábil das obrigaçõesde pagamento em dinheiro, a correção assumiu caráter indenizatório, o que afasta aincidência de IR.

Acompanharam o entendimento do ministro Levenhagen os ministros Vantuil Abdala, CarlosAlberto Reis de Paula, Brito Pereira, Maria Cristina Peduzzi, Simpliciano Fernandes, LelioBentes e Horácio Pires.

O presidente do TST, ministro Milton de Moura França, salientou que, embora a questão estejapendente de julgamento no STJ, resolveu trazer as seis vistas regimentais que tinha sobre ocaso para não retardar os processos. Moura França acompanhou o relator originário, ministroIves Gandra Martins Filho, que mantinha a incidência do Imposto de Renda, sem prejuízo derever o seu entendimento quando o STJ fixar tese a respeito.

Além do relator originário e do presidente do TST, o ministro João Oreste Dalazen votounesse sentido. Para Dalazen, a legislação específica do Imposto de Renda é clara ao disporsobre a incidência ao qualificar os juros de mora como rendimento do trabalho assalariado, enão pode ser sobreposta pela legislação geral (Código Civil).

(ROAG 2110/1985)

Fonte: Tribunal Superior do Trabalho, por Virgínia Pardal, 11/08/2009.

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Anonymous

SOCORRO

Prezado Dr. Alexandre,

Preciso de sua orientação. Em ação movida em 2002, contra uma seguradora onde trabalhava, recebi, emset/2009, o valor líquido de R$ 106.322,61 (já descontado honorários advocatícios e contábeis).

O valor bruto foi de: 201.837,01(-) IR na fonte de..: 49.091,89--------------------------------Valor levantado.....: 152.745,12(-) Hon.Adv.(20%)...: 40.367,40(-) Hon.Cont.(3%)...: 6.055,11--------------------------------Líquido.............: 106.322,61

A base para cálculo foi de R$ 180.711,92 (valor do principal)

1a dúvida: Na Declaração de IR devo lançar como rendimento tributável o valor da base de cálculo do IR(valor do principal), que foi o mesmo valor declarado pela fonte pagadora (R$ 180.711,92), ou lanço estevalor descontando os honorários (R$ 180.711,92 - R$ 46.422,51 = R$ 134.289,41), ou ainda, lanço ovalor líquido (R$ 106.322,61)?

2a dúvida: O valor de IR Retido na Fonte, de 49.091,89, é devido?

Estou muito assustado. Fiz a minha própria declaração e, no extrato, apareceram pendências. Pedem pararetificar a minha declaração, mas não sei como.

Conto com a sua compreensão.

Luiz [email protected]

Last edited Oct 18, 2010 4:32 AMReport abusive comment0 View/post replies (1) to this comment ▼

Nuiquer

persistência

Parabéns ao nobre colega pela persistência no tema; de minha parte também entendia que o IRRF não

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poderia incidir sobre as verbas senão pelo regime de caixa, vez que o contrário se traduziria em injustificávelprejuízo ao trabalhador que veria descontado de seus haveres impostos que de outra forma não incidiriam seseu empregador tivesse adimplido seus haveres oportunamente; por esta razão, há longo tempo introduzi nasminhas exordiais pedido para que o empregador fosse condenado a indenizar o IRRF que incidisse sobre omontante das verbas condenatórias. Pena que a JTSP não tem a visaão de modernidade da justiça gaúcha.Parabéns mais uma vez. Nuíquer Sousa Castro Filho - Sousa Castro Advocacia - Santos/SP

Last edited May 26, 2010 6:56 AMReport abusive comment0 Post reply to this comment ▼

Alexandre Röehrs Portinho

4ª Edição da Revista da FESDT - Direito Tributário em Questão publica artigo sobre IRRF

A 4ª Edição da Revista Direito Tributário em Questão da Fundação da Escola Superior de Direito Tributário- FESDT publicou o artigo de autoria do Dr. Alexandre Röehrs Portinho entitulado IRRF sobre verbas dereclamatórias trabalhistas.O artigo apresenta estudo desenvolvido sobre o tema e uma análise a respeito da forma correta de calcular oIRRF incidente sobre verbas recebidas em reclamatórias trabalhistas, esclarecendo sobre o direito e anecessidade de observância às deduções e isenções legais, frente aos postulados normativos da capacidadecontributiva e da isonomia.A Revista da FESDT é referência em divulgação de artigos de Direito Tributário no Estado do Rio Grandedo Sul e segundo o Editorial, Sr. Luiz Antônio Bins - Presidente da FESDT e Diego Galbinski -Coordenador do Conselho Editorial da Revista da FESDT, nesta nova edição procurou-se honrar ocompromisso da instituição de "proporcionar um ambiente profícuo à discussão dos principais, mais atuais ecandentes temas, questões e desafios em sede do Direito Tributário, tudo, sempre, amalgamado no seio damaior variedade e da maior liberdade possíveis de opiniões, ideologias e interpretações."Fonte: http://www.fesdt.org.br/revista_fesdt4.php

Last edited Jan 28, 2010 3:33 AMReport abusive comment0 Post reply to this comment ▼

Prof. Vinod Kumar

Good Explanation

Alexandre Roehrs Portinho

happy new year 2010 . I don't know your language but I found you top in accounting search . I read yourcontent via google translator . You have explain Income Tax - Withholding tax on funds received from laborclaims very clearly . In which country , these rule are applied .

Last edited Jan 28, 2010 3:49 AM

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Alexandre Röehrs Portinho

Decisão recente do TRF 4.ª Região sobre o tema, já transitada em julgado.

D.E. Publicado em 11/12/2008 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008.71.00.002839-6/RSRELATOR : Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA APELANTE : CARLOS NEI DA SILVA NESSI ADVOGADO : Alexandre Roehrs Portinho APELADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes

"TRIBUTÁRIO. IRPF. PERCEPÇÃO ACUMULADA DE RENDIMENTOS. NÃO-INCIDÊNCIASOBRE SUA TOTALIDADE1. A tributação dos valores referentes a verbas salariais determinadas em reclamatória trabalhista que sãopagos de uma só vez não pode se dar sobre o montante total acumulado, sob pena de ferir os princípiosconstitucionalmente garantidos da isonomia tributária (art. 150, II, da CF/88) e da capacidade contributiva (§1º do art. 145 da CF/88).2. Apelação provida."

Last edited Apr 23, 2009 9:12 AMReport abusive comment0 Post reply to this comment ▼

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