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CRP-05 Boletim Boletim do Conselho Regional de Psicologia da 5ª Região Estado do Rio de Janeiro Ano 1 nº 3 Agosto/2004 Psicólogos do sistema penitenciário insatisfeitos pág. 3 CRP-05 toma posse no Conselho Estadual de Saúde pág. 4 CFP lança campanha contra tortura pág. 5 Grupo de trabalho debate psicologia escolar pág. 5 Comissão Gestora finaliza seus trabalhos pág. 6 V CNP discute atuação da categoria na transformação social pág. 12 Evento “Pensando a Avaliação Psicológica” comemora o Dia do Psicólogo pág. 13 ANPEPP promove simpósio para estimular produção pág. 13 Informes sobre o PL do Ato Médico pág. 15 Novas diretrizes curriculares em debate pág. 16 Política Nacional Antidrogas em discussão pág. 18 IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO 050200039-2/2001-DR/RJ CONSELHO REGIONAL PSICOLOGIA 5.ª REGIÃO CORREIOS No próximo dia 27 de agosto, os psicólogos de todo o país estarão escolhendo seus representantes nos Conselhos Regionais e Federal. Se você não está regularmente inscrito no Conselho, procure o CRP-05. O voto é um exercício de cidadania. Não abra mão deste direito! Participe e ajude a construir o futuro da profissão. Eleições: vote e defina o futuro da profissão Páginas 10 e 11

IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO CRP-05CFP lança campanha contra tortura pág. 5 Grupo de trabalho debate psicologia escolar pág. 5 Comissão Gestora finaliza seus trabalhos pág. 6 V

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CRP-05B o l e t i m

Boletim do Conselho Regional de Psicologia da 5ª RegiãoEstado do Rio de Janeiro • Ano 1 • nº 3 • Agosto/2004

Psicólogos do sistemapenitenciário insatisfeitos

pág. 3

CRP-05 toma posse noConselho Estadual deSaúde

pág. 4

CFP lança campanhacontra tortura

pág. 5

Grupo de trabalho debatepsicologia escolar

pág. 5

Comissão Gestora finalizaseus trabalhos

pág. 6

V CNP discute atuação dacategoria natransformação social

pág. 12

Evento “Pensando aAvaliação Psicológica”comemora o Diado Psicólogo

pág. 13

ANPEPP promovesimpósio para estimularprodução

pág. 13

Informes sobre o PL do AtoMédico

pág. 15

Novas diretrizescurriculares em debate

pág. 16

Política NacionalAntidrogas em discussão

pág. 18

IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO050200039-2/2001-DR/RJCONSELHO REGIONAL

PSICOLOGIA 5.ª REGIÃO

CORREIOS

No próximo dia 27 de agosto, os psicólogos de todo o paísestarão escolhendo seus representantes nos ConselhosRegionais e Federal.

Se você não está regularmente inscrito no Conselho, procureo CRP-05. O voto é um exercício de cidadania. Não abra mãodeste direito! Participe e ajude a construir o futuro da profissão.

Eleições:vote e defina ofuturo da profissão

Páginas 10 e 11

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/20042

Conselho Regional de Psicologia doEstado do Rio de Janeiro - 5ª RegiãoRua Delgado de Carvalho, 53, TijucaCEP: 20260-280 • Tel/Fax: (21) [email protected]

Comissão GestoraPresidente:Diva Lúcia Gautério CondeCRP 05/1448

Vice-presidente:Eliana ViannaCRP 05/390

Secretária:Margarete de Paiva S. FerreiraCRP 05/5604

Tesoureira:Analice de Lima PalombiniCRP 07/2421

SubsedesNiterói: Av. Amaral Peixoto, 467/509, CentroCEP: 24020-000 • Tel/Fax: (21) 2717-3211

Petrópolis: Rua Paulo Barbosa, 174, CentroCEP: 25620-000 • Tel/Fax: (24) 2243-0834

Nova Iguaçu: Rua SebastiãoHerculano de Matos, 41, CentroCEP: 26255-220 • Tel/Fax: (21) 2768-0007

Jornalista ResponsávelRenata Grieco • Mtb. 25377 RJ

Produção editorialCajá - Agência de Comunicação(21) 2531-4558 • www.caja.com.br

FotolitoACE Digital

ImpressãoYork Indústrias Gráficas

Tiragem18.000 exemplares

Os conceitos emitidos nos artigosassinados são de responsabilidade dosautores, não refletindo, necessariamente,a opinião do CRP-05.

O Boletim CRP-05 é uma publicação doConselho Regional de Psicologia do Rio deJaneiro / 5ª Região

Editorial

Eleições:participe e construa o futuroda profissão

Comissão Gestora

Este boletim tem as eleições para o CRP-05 como matéria principal. É o último in-formativo a ser editado pela Comissão Gestora, antes que uma nova plenária sejaeleita para o Conselho. Nas próximas páginas, você terá informações sobre os lo-cais e formas de votação e conhecerá a chapa que concorre às eleições. Embora

não tenha sido possível configurar uma disputa com mais de uma chapa, dando corpo a dife-renças de posição, sabemos que essas divergências existem e são determinantes dos laçosque estabelecemos com os colegas e com as entidades que representam a categoria e a profis-são. Convocamos os psicólogos do estado do Rio de Janeiro a comparecerem às eleições nodia 27 de agosto, fazendo do voto um instrumento de participação, através do qual a suaopinião pode ser expressada. O envolvimento da categoria é fundamental para garantir a le-gitimidade desse processo.

Em artigo na revista Cult nº 81, dedicada a Michel Foucault, Renato Janine Ribeiroescreve sobre ética e política, abordando um resquício dos tempos de ditadura que seguepresente em nossa sociedade: a convicção de que a política não é feita por nós, mas produ-zida por outros. Essa forma de relação se insinua através de dois hábitos que nos são cor-riqueiros: o de se referir aos agentes do governo na terceira pessoa do plural, com sujeitooculto (fizeram isso, proibiram aquilo etc.) e o de falar mal do governo, indis-criminadamente, dispensando, dessa forma, qualquer ação efetiva. E, no entanto, nossosgovernantes foram eleitos por maioria de votos, em condições razoáveis de democracia.Ou seja, ao deixarmos de dar-lhes os nomes ou ao satisfazermo-nos em maldizê-los,estamos declinando de nossas responsabilidades por sua escolha.

Temos insistido em assinalar, neste espaço, o grau de desordem instaurada neste Con-selho, no decurso de muitos anos, que terminou resultando na instalação desta ComissãoGestora. Ao longo desse tempo, produziu-se uma distância brutal entre a categoria e a en-tidade, que se reflete, ainda hoje, numa participação aquém do esperado nos eventos que oConselho promove. As eleições de 27 de agosto podem ser um bom momento para produ-zir uma mudança nesse quadro, tornando, cada um de nós, responsável pelos seus resulta-dos e, conseqüentemente, pelos rumos da entidade e das ações assumidas por aqueles quea governam. É o que poderá tornar frutíferos os esforços despendidos por esta ComissãoGestora e seus colaboradores em prol da entidade. Contamos com você.

Neste boletim, também estaremos tratando de outra ação que requer a participaçãode todos, a derrubada do PL 25/2002, que institui o ato médico. Apesar dos esforços dosconselhos profissionais da área de saúde, incluindo os Conselhos Regionais e Federal dePsicologia, o lobby da corporação médica falou mais alto junto à Comissão de Constitui-ção e Justiça do Senado Federal. O texto aprovado pela CCJ, no final de julho, coloca osinteresses da corporação acima da finalidade de promoção da vida e do interesse da po-pulação. Ao impor a hegemonia médica sobre o conjunto das profissões da área da saú-de, o projeto inviabiliza a perspectiva do trabalho interdisciplinar, própria a uma políticade atenção integral à saúde.

Se definitivamente aprovado pelo Senado, o PL 25/2002 terá efeitos danosos no cotidi-ano do trabalho dos psicólogos, afetando a qualidade do serviço prestado. É preciso umagrande ofensiva de nossa categoria, junto com as demais da área de saúde, para impedirsua aprovação na Comissão de Assuntos Sociais, onde o projeto deve tramitar agora. Nãodeixe de acompanhar esse processo. Vamos cobrar, de nossos representantes parlamenta-res, uma posição coerente com a perspectiva de cuidado integral à saúde, que requer rela-ções horizontais e construção coletiva do trabalho entre os profissionais envolvidos.

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/2004 3

Informes

Atualize seus dados no CRP-05. Envie esta ficha por e-mail ([email protected]), através do site (www.crprj.org.br)ou pelo correio, para a sede do Conselho: Rua Delgado de Carvalho, 53 – Tijuca. CEP: 20260-280

Recadastramento

Nome:

Nº do CRP:

Endereço:

CEP:

Tel. res.:

Tel. com.:

Celular:

e-mail:

Uma proposta da Secretaria deEstado de AdministraçãoPenitenciária do Rio de Janei-ro (SEAP) deixou os psicólo-

gos que trabalham no sistema penal do es-tado insatisfeitos. A Divisão de Psicologiadeixará de pertencer à Superintendência deSaúde e será incorporada à Superintendên-cia de Tratamento Penitenciário, em con-junto com a terapia ocupacional, em umanova coordenação.

Os profissionais que atuam no sistemaprisional procuraram o Conselho Regional,que prontamente convocou uma reunião.Participaram do encontro psicólogos do sis-tema penitenciário, o vice-presidente doConselho da Comunidade, Inácio Cano, erepresentantes do Conselho Regional de Fi-sioterapia e Terapia Ocupacional(CREFITO), além da presidente da Comis-são Gestora do CRP-05, Diva Lúcia Conde.Também foram convidados o secretário deAdministração Penitenciária, Astério Perei-ra dos Santos, e o juiz da Vara de ExecuçõesPenais do Estado, que não compareceram.No encontro, debateu-se os motivos e con-seqüências da mudança.

Os profissionais produziram um documen-to fundamentando o entendimento do proble-ma, encaminhado ao Conselho da Comunida-de e a outras entidades. Eles acreditam que anova estrutura proposta pela SEAP, ao con-trário do que aparenta, não é uma questãomeramente administrativa. O efetivo car-

cerário aumentou, em 10 anos, de 8 milpara cerca de 20 mil presos. O confi-namento e a superlotação agravam cada vezmais os problemas de saúde física e mentaldos detentos. Os profissionais afirmam queo tratamento psicológico não deve estarfora do âmbito da saúde, pois isso des-favoreceria uma perspectiva multidis-ciplinar. Além disso, a categoria afirma queé importante a sua permanência na Supe-rintendência de Saúde, principalmente nomomento em que há um Plano Nacional de

Saúde no Sistema Penitenciário que, pelaprimeira vez no Brasil, prevê uma políticade saúde e direitos humanos para os inter-nos. Esse Plano prioriza ações de preven-ção e assistência em saúde mental nas uni-dades prisionais e não somente nos hospi-tais psiquiátricos, incluindo o psicólogo emequipes multiprofissionais.

A Superintendência de Saúde é voltada aospresos custodiados pela SEAP, que administrahospitais e ambulatórios médico-odontoló-

gicos, além de desenvolver atividades de pre-venção e assistência em diferentes níveis. Arede de saúde é formada por sete hospitais,sendo três psiquiátricos, dois gerais, um sana-tório e uma unidade especializada para atendi-mento a presos com AIDS, contando aindacom 25 ambulatórios médico-odontológicos epsicológicos e três unidades de atendimento afuncionários. Segundo dados extraídos do siteda Secretaria em julho de 2003, foram realiza-das quase 32 mil consultas psicológicas comdetentos nas unidades ambulatoriais da Supe-rintendência e 852 com funcionários.

O ingresso dos psicólogos no sistema pe-nitenciário aconteceu antes mesmo da regu-lamentação da profissão, em 1972, e teve iní-cio com a presença das universidades, atra-vés dos estudantes de psicologia, nos mani-cômios judiciários. Em 1984, foi promulgadaa Lei de Execução Penal, que instituiu o Exa-me Criminológico e a Comissão Técnica deClassificação como dispositivos para o acom-panhamento individualizado da pena. Há seisanos, aconteceu o primeiro e único concursopara psicólogos do sistema penitenciário.Hoje, existem 106 profissionais atuando naSecretaria de Administração Penitenciária.

O CRP-05 entende que é inadequadodesvincular a psicologia da saúde, princi-palmente no momento em que um PlanoNacional reconhece esta área como prio-ritária, já que o encarceramento pode pro-duzir graves conseqüências nas condiçõespsicológicas dos envolvidos.

CRP-05 recebe psicólogos doSistema Penitenciário

O confinamento e asuperlotação agravam osproblemas de saúde física

e mental dos detentos

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/20044

No dia 24 de maio, tomaram posse osnovos membros efetivos do Conselho Es-tadual de Saúde do Rio de Janeiro (CES-RJ) – órgão permanente de caráter deli-berativo e composição paritária, co-res-ponsável pela elaboração e atualização daspolíticas estaduais de saúde. Suas atrti-buições incluem: fiscalização e controledas ações e serviços de saúde de qualquernatureza e dos aspectos econômicos e fi-nanceiros no âmbito do Sistema Único deSaúde (SUS) do estado. Entre os represen-tantes dos profissionais de saúde, está oCRP-05. Cabe lembrar que, em conformi-dade com o artigo 3º, da Lei Complemen-tar nº 82, de 22 de janeiro de 1996, a com-posição do CES-RJ deve respeitar a se-guinte proporção: 25% de representantesdos prestadores de serviços públicos e pri-vados, 25% de representantes dos traba-lhadores da área de saúde e 50% de repre-sentantes dos usuários.

A posse aconteceu com mais de doismeses de atraso e sem a presença do presi-dente do Conselho, o secretário estadual deSaúde, Dr. Gilson Cantarino. Na ocasião, oFórum de ONG/AIDS do estado do Rio deJaneiro realizou uma manifestação sobre a

falta de medicamentos para pessoas que vi-vem com HIV e protocolou ao CES e aosecretário um documento exigindo provi-dências. Desde dezembro de 2003, a Secre-taria não fornece vários dos medicamentosnecessários para o tratamento das infecçõesadquiridas em razão da baixa imunidade doorganismo. A deliberação nº 147, da Co-missão Intergestora Bipartite do Rio de Ja-neiro, estabelece que a Secretaria Estadualde Saúde (SES) é responsável pelo abaste-cimento desses medicamentos para toda arede SUS do estado.

Em sua segunda plenária, no dia 25 dejunho, os novos conselheiros tomaram co-nhecimento que o projeto SAMU, relativoao socorro prestado por ambulâncias noestado, e o QUALI/SUS, piloto dirigido acinco grandes hospitais do Rio, que deve-riam ser aprovados pelos Conselhos Esta-dual e Municipais de Saúde para imple-mentação, tiveram seus convênios assina-dos pelo Ministério da Saúde, sem queessa exigência legal tenha sido cumprida.Neste dia, a plenária do CES suspendeu ostrabalhos previstos para a parte da tarde, afim de aprofundar as discussões e avaliarcom cuidado essa situação. “Foi com

grande surpresa e estarrecimento que re-cebemos a notícia do não cumprimento dalei. Especialmente, porque a portaria doMinistério da Saúde 1864/03, que instituio componente pré-hospitalar móvel deatenção às urgências, prevê, no seu artigo6º, a obrigatoriedade de aprovação pelosConselhos de Saúde”, afirma MargaretePaiva, representante do CRP-05 no Con-selho Estadual de Saúde.

Os conselheiros foram informados aindaque, em breve, devem chegar 145 ambulân-cias, sem que as responsabilidades relativasaos recursos humanos estejam programadas.Assim, não se sabe de onde virão os técnicosnecessários para a correta utilização dos veí-culos. “Por experiência de outros planos nãoacompanhados pelo controle social, sabemoso final desta estória. Os carros acabam tendooutros fins ou são utilizados para “ambulân-cia-terapia”, peregrinando com o paciente porvários hospitais à procura de uma vaga, semequipe adequada dentro do veículo”, acres-centa Margarete. Ao fim do dia, ficou decidi-do que o Conselho Estadual de Saúde estarálevantando todos os documentos sobre oSAMU-RJ e QUALI/SUS, para avaliar asprovidências legais cabíveis.

CRP-05 toma posse no ConselhoEstadual de Saúde

Exercício da profissão

Atualmente, são comuns as denúncias detortura de portadores de sofrimento mentalem hospitais psiquiátricos. Há inúmeros re-latos de maus tratos e morte nos manicômi-os brasileiros. Por isso, e em função da co-memoração do Dia Internacional Contra aTortura (26/6), o Sistema Conselhos de Psi-cologia promoveu, na sede do Conselho Fe-deral de Psicologia (CFP), em Brasília, nodia 25 de junho, um Ato Coletivo pelo fimda tortura manicomial brasileira.

No evento, foi lançada a campanha “OBrasil precisa dar um basta à torturamanicomial”, desenvolvida pelo CFP, emparceria com o grupo Tortura Nunca Mais,o movimento Rede Nacional Internúcleosda Luta Antimanicomial, o Ministério Pú-blico Federal e a Comissão de DireitosHumanos da Ordem dos Advogados doBrasil (OAB). O projeto conta ainda com o

apoio da deputada distrital Érika Kokay(PT-DF), presidente da Comissão de Direi-tos Humanos da Câmara Legislativa.

O CFP denunciou 15 casos de mortepor maus tratos só em 2004, nos manicô-mios brasileiros. O psicólogo EleunirMelo, membro do Conselho Federal, in-formou que, hoje, existem cerca de 52 milpessoas internadas em hospitais psiquiátri-cos no país.

Os casos de tortura em hospitais psiqui-átricos também já foram tema do livro“Instituição Sinistra: mortes violentas emhospitais psiquiátricos no Brasil”, do Sis-tema Conselhos, lançado no fim de 2001.Marcus Vinícius de Oliveira, presidente daComissão Nacional de Direitos Humanosdo CFP, afirmou que “a fragilidade dos pa-cientes os faz, infelizmente, vítimas de for-mas explícitas ou sutis de tortura”.

CFP lança campanha contra tortura

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/2004 5

No último mês de abril, os associados ao Sindicato dos Psi-cólogos do Rio de Janeiro (SINDPSI) elegeram a diretoria quecomandará a entidade nos próximos três anos. Seguindo deli-beração do Congresso da Federação Nacional dos Psicólogos,a partir desta gestão, o órgão passa a ter um novo estatuto. En-tre as mudanças, está a nova organização da direção, que passaa ser colegiada e composta por sete diretores efetivos, sete su-plentes e pelo Conselho Fiscal.

Todos os profissionais sindicalizados e em dia com o paga-mento da anuidade puderam se candidatar e votar. Apenas a cha-pa “Trabalho, Ética e Cidadania” se inscreveu, sendo eleita. Aex-presidente do SINDPSI, Étila Elane Ramos, participava dachapa vencedora e continua no comando da entidade, no cargode Secretária Geral. Além dela, compõem a nova diretoria:Zenita Göebel (Secretária de Finanças), Irene Marques (Secretá-ria de Políticas Intersindicais), Valéria Tereza Corsi (Secretáriade Comunicação), Maria Inez da Silva (Secretária de PolíticasPúblicas), Vera Lúcia Perre (Secretária de Mercado de Trabalho)

Sindicato dos Psicólogos sob nova direçãoe Solange Maria dos Santos (Secretária de Formação). São su-plentes: Ana Lúcia Lopes, Flávio Celso Lyra, Rosilene dos San-tos, Maria Oliveira Silva, Solange Alves, Roberto de Santa Rosae Marize Rena. Para o Conselho Fiscal, foram escolhidos AbramCheventer, Tito Carvalho Dias e Severino da Silva, sendo su-plentes Nara Berlin, Regina Lúcia de Almeida e Ana Andrade.

O voto foi direto e era exigida a presença do psicólogo. Asprincipais metas da atual gestão são: lutar por salários dignos,ampliar o mercado de trabalho, implementar a carga horária de 24horas para os psicólogos do estado e representá-los em todas asinstâncias, esclarecendo para a sociedade a importância do traba-lho destes profissionais. Étila Elane Ramos acrescenta que “a in-tenção é manter e aumentar o engajamento do SINDPSI na LutaAntimanicomial e assessorar as prefeituras nas questões pertinen-tes à Reforma da Saúde Mental. É importante a participação detoda a categoria, para que esses objetivos sejam alcançados”.

Para obter mais informações sobre o sindicato, acesse site:www.sindpsi-rj.org.br.

Desde 24 de junho, o CRP-05 convidousupervisores e professores de psicologiaescolar e coordenadores de cursos de psi-cologia para reuniões semanais, a fim de de-bater a lei estadual 4298/04. A referida leidispõe sobre a obrigatoriedade da im-plantação de atendimento por uma equi-pe psicopedagógica, formada por psicólo-go, assistente social e pedagogo, em todasas escolas da rede pública do estado doRio de Janeiro. Os profissionais devemprestar atendimento preventivo aos estudan-tes e orientar os pais, familiares ou respon-sáveis, sempre que necessário.

Os encontros aconteceram às quintas-feiras, às 14h, na sede do Conselho. O obje-tivo era analisar as demandas que serão co-locadas aos psicólogos fluminenses, tanto noplano de sua formação acadêmica, como node suas proposições. Assim, nesses grupos

de trabalho propostos pela Comissão Ges-tora, procurou-se discutir amplamente o sig-nificado dessa legislação para a psicolo-gia e para a comunidade escolar.

Embora a Assembléia Legislativa doRio de Janeiro (Alerj) tenha aprovado a leiem 24 de março de 2004, o dispositivo ain-da não foi sancionado pela governadoraRosinha Matheus (PMDB-RJ). O autor doprojeto, deputado Paulo Melo (PMDB-RJ)solicitiou ao CRP-05 subsídios para o for-talecimento da aplicação da sua lei.

Estima-se que, em todo o Rio de Janei-ro, o número de escolas estaduais chegue a5.700. No município do Rio, já existe a lei3.334, de dezembro de 2001, sancionadapelo prefeito César Maia, que inclui os psi-cólogos no corpo técnico da rede municipal.O grupo de trabalho incluiu em sua agendaações que visam pressionar o Executivo mu-

Grupo de trabalho discute leis sobrepsicólogos na escola

Outras leis e projetos que dispõem sobre psicologia escolarLei SituaçãoLei 3.334 de 2001 Sancionada pelo prefeito do Rio de Janeiro, César MaiaLei 570 de 2000 Aprovada pela Assembléia Legislativa do estado do AmapáLei 10.891 de 2001 Aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado de São PauloLei 837 de 2003 Tramitando no Congresso NacionalLei 2.056 de 1997 Aprovada no município de Umuarama (PR)Lei 6.591 de 1997 Aprovada no município de Londrina (PR)Projeto de Lei 1.040 de 2003 Tramitando na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo

nicipal a cumprí-la. Há ainda uma lei fede-ral, de autoria do deputado Durval Orlato(PT-SP), em tramitação no Congresso Naci-onal, tratando do mesmo assunto.

A presidente da Comissão Gestora,Diva Lúcia Conde, afirmou que “em umprimeiro momento, será importante a cria-ção de um grupo de trabalho para acompa-nhar de perto a regulamentação da lei”. OCRP-05 acredita que esta lei é de extremaimportância no que diz respeito à inserçãodo psicólogo no campo educacional e pelovalor social que esse serviço pode assumir,contribuindo para o desenvolvimento dascrianças e jovens brasileiros.

No próximo dia 27 de agosto, juntoàs mesas de votação, o CRP-05 iniciaráuma ampla coleta de assinaturas, as quaisserão encaminhadas às autoridades en-volvidas, versando sobre esta temática.

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/20046

Comissão Gestorafinaliza seus trabalhos

As auditorias realizadas pelo ConselhoFederal de Psicologia (CFP) e pelo Tribu-nal de Contas da União (TCU) junto aoCRP-05 impuseram uma série de medidassaneadoras a serem realizadas pela Comis-são Gestora. Com respeito à cobrança deanuidades, por exemplo, foram encontra-das muitas situações de cálculos de débi-tos. Na época em que a Comissão Gestoraassumiu, o contrato com a empresa Co-bralex para a cobrança das anuidades emdébito já havia sido rompido, de formaque os cálculos ficaram a cargo do próprioConselho. Diva Lúcia Conde, presidentedo CRP-05, afirma que “a manutençãodesses serviço de cobrança com a Co-bralex até fevereiro de 2003, quando ocontrato foi rompido, trouxe um expressi-vo prejuízo para o Conselho, pela ausên-cia de rotinas de controle de arrecadaçãoe de baixa nos prontuários dos psicólogosdo que estava sendo pago”. Para tentar re-gularizar a situação, o Conselho do Riode Janeiro contou com o auxílio do CRP-06 (São Paulo), através da prestação de ser-viços de um funcionário da área de cobran-ças. Atualmente, o trabalho de cobrança erecobrança de anuidades é realizado exclu-sivamente por funcionários do CRP-05 des-tacados para o setor.

Para encaminhamento dos vários pro-cessos jurídicos que aguardavam procedi-mentos, com prazos legalmente determi-nados, além da colaboração e orientaçãoda Assessoria Jurídica do Conselho Fede-ral de Psicologia (CFP), foram contratadasduas advogadas, constituindo uma Asses-soria Jurídica própria. A Assessoria Jurí-dica passou a acompanhar processos, in-clusive o dissídio coletivo dos funcionári-os, e analisar solicitações dos psicólogos

em débito. Também orientou a constitui-ção da Comissão de Licitação e, ainda,acompanhou ações trabalhistas em curso.

Balanço FinanceiroEm maio de 2004, o CRP-05 apresen-

tou sua prestação de contas de 2003 na As-sembléia de Políticas Administrativas e Fi-nanceiras dos Conselhos de Psicologia(APAF), a qual foi aprovada. Quando aComissão Gestora assumiu em 17 de mar-ço de 2003, o Conselho tinha um saldobancário de R$ 145.311,90 e o de poupan-ça estava em R$ 1.228.117,58. Ao final doprimeiro semestre de 2004, em 30 de ju-nho, a autarquia contabilizava o valor deR$ 92.878,10 na conta corrente e R$2.075.747,78 na poupança.

Em 2003, as despesas do CRP-05 con-sumiram 74% das receitas arrecadadas.Em relação aos gastos orçados, foram rea-lizados apenas 66%. A arrecadação atingiu89% em relação ao estimado.

Este ano, no primeiro semestre, o Conse-lho utilizou 67% das receitas arrecadadas (R$3,007 milhões) com as despesas realizadas(R$ 2,017 milhões). Cabe ressaltar que 72%das receitas orçadas já foram arrecadadas.

Dívida ativaComo autarquia, os conselhos regu-

lamentadores da profissão tem sua cobran-ça regida pela lei 6.830, de 1980, conheci-da como Lei de Execução Fiscal. Por isso,as anuidades não pagas nos prazos estabe-lecidos são cobradas através da Dívida Ati-va, forma de cobrança judicial das anuida-des em atraso, após esgotadas todas as for-mas amigáveis. Tal procedimento não vi-nha sendo realizado regularmente no CRP-05. Considerando-se os prazos legais de

prescrição da dívida, a Comissão Gestoradeu início às cobranças relacionadas à Dí-vida Ativa com base no ano de 1999. Fo-ram enviadas correspondências a todos ospsicólogos que apresentavam débitos cor-respondentes a este período, convocando-os, por duas vezes, a negociar sua dívida.Muitos procuraram a entidade para regula-rizar sua situação, alguns quitaram a dívidaintegralmente e outros parcelaram o valor.

No caso dos profissionais que não aten-deram às solicitações, foi gerado o termode inscrição na Dívida Ativa. Uma via des-sa inscrição é enviada ao psicólogo, paraque o mesmo tome conhecimento. Cerca de15 dias após o recebimento desse termo e onão comparecimento do profissional, oConselho é obrigado a ingressar com a co-brança judicial. Depois de ser notificadojudicialmente, o psicólogo deve procurar aautarquia para parcelar ou quitar integral-mente o débito. No caso de parcelamento,o processo só será suspenso após a confir-mação do pagamento da primeira parcela.

Margarete Paiva explica que “encontra-

As eleições se aproximam e, com isso, vem chegando ao fim a missão da Comissão Gestora, incumbidado desafio de dirigir e coordenar as atividades do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiroaté a posse de uma plenária eleita. Nesse período, entre março de 2003 e agosto de 2004, foramrealizadas diversas mudanças administrativas, das quais este Boletim, o último a ser elaborado por estaComissão, pretende apresentar um balanço geral.

Gestão

AgradecimentoO CRP-05 agradece a colabora-

ção dos vários CRPs que se mobili-zaram para o julgamento de pro-cessos éticos e de concessão do Tí-tulo de Especialista. Ao CRP-06,que, além de atender às inúmerasconsultas telefônicas, deslocoufuncionários por mais de uma vez,para ajudar na condução dos pro-cedimentos administrativos e fi-nanceiros, prestamos um agrade-cimento especial.

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/2004 7

mos muitos casos de pessoas que apresen-tavam débitos, mas não exerciam mais aprofissão, outras, no período devido, esta-vam residindo no exterior. A maioria nãosabia que podia ter cancelado o registro,porque essa informação não era divul-gada”. O CFP, em maio de 2002, emitiuuma resolução que assegura o direito decancelar a inscrição a todo psicólogo ins-crito que não exerça a profissão. Para tal, oprofissional deve dirigir-se ao setor deatendimento. Ele pode estar em débito como Conselho, mas não deve ter documentospendentes. Não há taxas. Cabe ressaltar queas dívidas contraídas anteriormente à datado pedido de cancelamento não ficam isen-tadas. O profissional pode reativar o regis-tro a qualquer momento, mantendo o mes-mo número de inscrição.

Assim, com o intuito de sanar os pro-blemas relacionados a dívida de psicólogoscom a entidade, a Comissão Gestora crioua possibilidade de parcelamento em até 15vezes. Margarete esclarece que “os gestoresdo Conselho não têm atribuições legais quelhes permitam isentar débitos. Estamos ten-tando regularizar as questões seguindo oprevisto na lei”. Nesse sentido, é importan-te informar que o psicólogo pode solicitara suspensão temporária do pagamento daanuidade em caso de permanência no exte-rior por mais de seis meses, desde que pos-sa comprová-la, sendo que o mesmo podeocorrer em caso de doença que impeça oexercício profissional.

Reformulação do quadrofuncional

Conforme determinações do Tribunalde Contas da União (TCU) e da Constitui-ção Federal, foi realizada seleção públicapara preenchimento aos cargos de funcio-nários do Conselho. Para se realizar esseprocesso foi necessário construir um planode cargos e salários, com descrição de atri-buições e responsabilidades, exigência deformação e competências. No início doano, o CRP-05 contratou 52 profissionaisde nível técnico e superior para os seguin-tes cargos: assistente técnico COE, COF eCOTEC, auxiliar administrativo, assistente

administrativo, assistente contábil, técnicoem suporte de informática e programadorde web. Também foram selecionados auxi-liares de serviços gerais, para ajudar na ma-nutenção das cinco sedes do Conselho,dando conta dos reparos emergenciais. Ocargo de técnico jurídico não chegou a serpreenchido através dessa seleção, estandoem andamento o processo para a realizaçãode um novo concurso para a vaga.

Os novos funcionários foram submeti-dos a um programa de treinamento, elabo-rado por uma consultoria de recursos hu-manos, contratada por licitação. De acor-do com Diva Lúcia Conde, “a ComissãoGestora tem se empenhado em realizaruma manutenção desse treinamento. Emmaio, fizemos uma semana em que cadasetor apresentou os seus trabalhos e difi-culdades. O objetivo é construir uma cul-tura de implicação mútua, com todosacompanhando as rotinas uns dos outros.Assim, os funcionários podem ouvir e dara sua opinião, fazer sugestões”.

A consultoria ainda descreveu as rotinasde trabalho e propôs uma otimização dasmesmas. Também foi estabelecido e regis-trado o fluxo de documentos e os locaisonde os mesmos devem ser guardados e des-critas as responsabilidade dos setores. Combase nesse trabalho, foi produzido um ma-nual sobre as rotinas e refeito um orga-nograma, pois, conforme descrito pela audi-toria, o organograma oficial do CRP-05 nãoera condizente com seu funcionamento.Diva afirma que “o novo organogramareconfigurou o Conselho do ponto de vistaadministrativo”. A presidente acrescenta que“os materiais recebidos pelo Conselho – li-vros, periódicos etc – também passaram aser organizados e criou-se um sistema de re-gistro e acompanhamento do relacionamen-to do psicólogo com o CRP, para ajudar amanter atualizado o cadastro de psicólogos.”

Equipamentos e instalaçõesVisando maximizar o trabalho dos fun-

cionários e a qualidade dos serviços pres-tados, foram comprados novos computa-dores e um novo servidor dotado de maiorcapacidade de processamento, arma-

zenamento e segurança de acesso. Tam-bém foi instalada banda larga.

O sistema caché utilizado no cadastrofoi atualizado, aumentando a quantidade deacesso simultâneo. Diva explica que “a ma-nutenção do o caché estava a cargo de umprofissional responsável, mas sim de umaempresa, que fez mudanças no sistema,criou novos campos, não usou outros. As-sim, operávamos com um sistema des-configurado, cuja operação era extrema-mente precária”. A psicóloga informaainda que, no momento, “não é economi-camente viável substituir esse sistema,porque demanda um projeto administra-tivo próprio, já que possuímos mais de 30mil cadastros”. A adequação cadastral éimportante porque, além de atualizar osdados dos psicólogos, permitirá que oCRP-05 esteja integrado ao Cadastro Na-cional de Psicólogos.

Sobre as condições prediais, das cin-co instalações que são propriedade doCRP – a sede, na Tijuca, a sede antiga,em Botafogo, e as subsedes de NovaIguaçu, Niterói e Petrópolis –, apenas asduas últimas apresentavam boas condi-ções. Nos outros três prédios, existemproblemas importantes de manutenção, oque inclui a parte hidráulica e elétrica. Apartir dessa realidade, a Comissão Ges-tora contratou profissionais de engenha-ria e arquitetura, para que os mesmos de-senvolvessem um diagnóstico do que pre-cisa ser feito. O laudo já foi elaborado eestá sendo orçado o custo das obras.Emergencialmente, o CRP-05 vem execu-tando pequenas melhorias.

O sistema de telefonia também foi aper-feiçoado. A quantidade de linhas aumentou,passando de 10 para 16, sendo que as 6 li-nhas novas destinam-se apenas a receber li-gações externas. Também foi instalada gra-vação eletrônica, melhorando a distribuiçãodos telefonemas e desafogando o atendi-mento de ligações pela telefonista.

A Comissão Gestora regularizou, ainda,a documentação das duas viaturas de pro-priedade do Conselho, possibilitando seuuso funcional. Além disso, foi compradauma televisão para o auditório, substituin-

Atenção psicólogo!Atualize seus dados cadastrais no dia da eleição para o

CRP-05. Todas as mesas eleitorais terão formulários para este fim.

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do a que havia sido danificada por falta demanutenção, e mobiliário adequado para oatendimento. Está sendo planejada a cria-ção de uma sala de leitura, espaço a serdisponibilizado para todos os psicólogos,com os materiais que o CRP recebe de edi-toras, instituições e dos demais conselhosprofissionais (livros, jornais, vídeos etc.).

Novos setoresCom o novo organograma, alguns se-

tores foram criados: Compras, Cobrança(responsável pelas anuidades em atraso),Atendimento (antes, os psicólogos eramatendidos na recepção) e um Apoio deGerência. Essas transformações exigiramuma reconfiguração do espaço físico doCRP-05, a fim de facilitar o trabalho e oacesso dos psicólogos aos setores deatendimento, cadastro e cobrança. No se-gundo andar, encontram-se os setoresvoltado para o público e, no terceiro, osde administração interna.

O número de funcionários no setor deAtendimento aumentou de quatro para 11, afim de atender às demandas dos psicólogos,seja por telefone ou presencialmente, e orga-nizar e atualizar os documentos necessáriosaos processos dos profissionais cadastrados.Dois funcionários foram designados para atu-alizar as informações do cadastro no sistemae três para atender aos psicólogos emparcelamento de anuidades em atraso. Comisso, o setor conseguiu emitir, entre março de2003 e julho de 2004, 856 carteiras definiti-vas e 1197 provisórias e 117 segundas via.Nesse período, também foram realizadas 101prorrogações de registros provisórios, 72transferência, 34 inscrições secundárias(quando psicólogos registrados em outro CRPpedem autorização para trabalhar em nossoestado), 106 cancelamentos, 141 reativações,49 ressarcimentos e 4 transferências comreativação.

ComunicaçãoPara a comunicação com a categoria, os

gestores contrataram uma empresa, atravésde licitação, a qual está produzindo seu ter-ceiro jornal este ano. Em 2003, a Comis-são editou três boletins informativos. Além

desses, foram editados folders relacionadosa eventos (COREP e eleições) e campanhacontra o Ato Médico.

AgendaA Comissão Gestora promoveu e parti-

cipou dos eventos relacionados ao SistemaConselhos de Psicologia, além dos que sãoregimentais. Em 2003, o CRP-05 realizouseis Pré-fóruns (Rio de Janeiro, Petrópolis,Volta Redonda, Cabo Frio, Campos e NovaIguaçu) e o Fórum Regional de Ética. Esteprocesso culminou com o envio de uma de-legação ao Fórum Nacional de Ética, encon-tro que apresentou propostas de alteração do

código de ética profissional dos psicólogos.Em 2004, o Conselho organizou os eventosque constituem etapas preparatórias para oV Congresso Nacional de Psicologia: osEventos Preparatórios, Pré-Congressos eCongresso Regional de Psicologia. Comoatividade regimental, foram realizadas as as-sembléias orçamentária e a da constituiçãoda Comissão Regional Eleitoral.

Além disso, os gestores promoveramduas reuniões sobre a resolução 002/03,do CFP, que trata dos testes psicológi-

cos; receberam os psicólogos que traba-lham nos Conselhos Tutelares, que pro-curaram a autarquia para discutir sobreas práticas que devem ser adotadas nes-tes locais; e participaram de várias ativi-dades em universidades. A ComissãoGestora também esteve presente nas reu-niões do Conselhinho, instância que re-úne os Conselhos Profissionais do esta-do do Rio de Janeiro.

ComissõesOs Conselhos de Psicologia prevêem

Comissões Permanentes e Temáticas, sen-do regimentais a de Ética, a de Orientaçãoe Fiscalização e a de Auditoria e Fiscaliza-ção – responsável por fiscalizar a gestão,fazendo uma auditoria interna. Quando osgestores assumiram, muitas das comissõesnão estavam constituídas, como a de Audi-toria e Fiscalização, e outras tinham umfuncionamento precário. Buscou-se, então,o restabelecimento da regularidade das Co-missões de Orientação e Fiscalização(COF), de Ética (COE) e de Licitação.

• Comissão de Orientação eFiscalização (COF)

A COF, responsável pela fiscaliza-ção e orientação de pessoas jurídicas,contava, anteriormente, com três psi-cólogos efetivos e três contratados.Naquele momento, não havia nenhumrelatório das atividades realizadas,nem registro dos atendimentos. Assim,a COF foi orientada a atualizar o má-ximo possível a fiscalização às pesso-as jurídicas para concessão dos seuscertificados. A Comissão conta hojecom um funcionário de apoio adminis-trativo e quatro Assistentes TécnicosCOF, com graduação em psicologia.

Este ano, entre janeiro e junho, aComissão realizou 72 fiscalizaçõespara renovação de pessoa jurídica – acada três anos, as empresas devem re-novar sua inscrição e, para isso, é ne-cessário passar por uma fiscalização.Foram feitas também 30 fiscalizaçõesde retorno, necessárias quando a em-presa não cumpre todas as exigências

O sistema de telefoniatambém foi aperfeiçoado.A quantidade de linhas

aumentou,passando de 10 para 16,

sendo que as 6 linhasnovas destinam-se apenas

a receber ligaçõesexternas

Gestão

Informações sobre documentospodem ser solicitadas pelo

e-mail: [email protected]

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Ratificando comunicaçõesanteriores, solicitamos aos psicó-logos que efetuaram os paga-mentos através dos boletos rece-bidos em dezembro e janeiroque enviem os comprovantespor fax. Estes boletos foramsubstituídos por carnês, encami-nhados em fevereiro. Os boletosiniciais continham erros de im-pressão. Caso haja alguma dúvi-da sobre sua situação cadastral,entre em contato com o setor deAtendimento. Quem estiver emdébito em relação à anuidadede 2004, pode imprimir boletoatravés do site do CRP-05:www.crprj.org.br.

Pagamento dasanuidades 2004

numa primeira fiscalização. Em 2004,a COF ainda fez 15 fiscalizações pormudança de endereço, sete novas ins-crições de pessoas jurídicas, 31 convo-cações para advertência, 11 para ori-entação e 38 para cancelamento. Tam-bém foram emitidos 42 certificadosregularizando as empresas que já pas-saram por fiscalização e 34 processosde parecer para cancelamento.

• Comissão de Ética (COE)A COE possuía um funcionário admi-

nistrativo e um psicólogo contratado, queacolhia as representações e respondia àsperguntas dos envolvidos nas representa-ções. Na época, o CRP tinha cerca de 80representações éticas formalizadas, semque lhes fosse dado o encaminhamentodevido. Hoje, a Comissão conta com umAssistente Técnico COE, graduado empsicologia, para estar permanentementeacompanhando os processos e atendendoas demandas, e um funcionário adminis-trativo. Além disso, foram criadas quatrocomissões de instruções de processos éti-cos, formadas por colaboradores e qua-tro membros da Comissão Gestora.

Entre janeiro e junho de 2004, aCOE atendeu a 103 consultas telefôni-cas e 39 pessoais, orientando os psicó-logos e os usuários de seus serviços so-bre os processos em andamento, denún-cias e conduta profissional. A Comissãotambém consultou 186 processos éti-cos, procedimento realizado quando al-guém solicita informações sobre a exis-tência de processos contra algum pro-fissional ou em caso de transferência deregional. Nos últimos meses, 89 pro-cessos foram pré-analisados pela Assis-tente Técnica COE, a fim de, posterior-mente, serem encaminhados para pare-cer das Comissões de Instrução de Pro-cessos Éticos.

As Comissões de Instrução enviaram40 cartas com convocações para oitivase entrevistas de esclarecimentos, dandoandamento a processos, ou para infor-mações sobre arquivamentos. Organiza-ram-se 36 representações e nove proces-

sos para desaforamento, ou seja, já ana-lisados pelas comissões de instrução eencaminhados ao CFP, já que o Conse-lho Regional do Rio de Janeiro apenasestará em condições de julgá-los quan-do contar com uma plenária eleita.

• Comissão de LicitaçãoDe acordo com a lei 8.666/93, o

Conselho, por ser uma autarquia federal,está obrigado a realizar processo lici-tatório para toda aquisição de bens e/ouserviços com valor superior a R$ 8 mil.Quando uma licitação não é concluídapor falta de concorrentes interessados, oque é raro, o CRP precisa proceder àpesquisa de mercado e à cotação de pre-ços com, no mínimo, três fornecedores.Desde que a Comissão Gestora assumiu,em 2003, foram realizadas 20 licitações,para os seguintes serviços: vigilância,limpeza e manutenção, informática, pla-no de saúde, consultoria em recursoshumanos, vale-refeição, assessoria decomunicação, telefonia, hospedagem elocação de espaço para o COREP, aqui-sição de microcomputadores, fotolito eimpressão gráfica do jornal.

• Comissão de EspecialistaTambém foi reconstituída a Comis-

são de Especialistas, responsável por re-ceber e emitir pareceres sobre as solici-tações da obtenção de Título de Especi-alista pelos psicólogos, conforme as de-terminações da resolução CFP 002/2001. Por não ter uma plenária eleita, oCRP-05 não pode deferir ou indeferirtais processos. Por isso, após analisá-los,a Comissão os encaminha juntamentecom seu parecer para o Conselho Fede-ral, que envia a um outro Regional, ondeo material é analisado e aprovado ou re-provado. Em 2004, foram recebidos 72requerimentos de título de especialis-ta: 68 em psicologia social, dois emneuropsicologia, um em psicologia clí-nica e um em psicologia jurídica. Des-te total, 46 foram desaforados paraBrasília, sendo dois deles deferidos, e26 estão em andamento.

• Comissão Técnica (COTEC)A COTEC conta com um Assistente

Técnico COTEC, formado em psicologia,e um funcionário de apoio administrativo.Entre suas atribuições, está o acompanha-mento dos concursos públicos. Em 2003,a Comissão acompanhou 20 concursos pú-blicos, sendo 19 organizados por prefeitu-ras do Estado do Rio de Janeiro e umapara a Corregedoria do Estado do Rio deJaneiro, realizado em conjunto com a se-leção para a prefeitura do Rio. Entre ja-neiro e abril de 2004, o setor acompanhoua realização de cinco concursos.

A COTEC também participa, constan-temente, da organização de eventos. Noano passado, o setor colaborou com a rea-lização do Fórum Regional de Ética e deseus eventos preparatórios, além de outroseventos temáticos de interesse da catego-ria. Em 2004, auxiliou na organização doCOREP e de suas etapas preparatórias.

Em caso de dúvidas sobre anuidades,procure o setor de cobrança através do

e-mail: [email protected]

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/200410

Categoria escolhe seus reprCapa

Em 27 de agosto, comemora-se oDia do Psicólogo. Mas, este ano,a categoria tem outro motivopara se mobilizar. Nesta data, em

todo o país, estarão acontecendo as elei-ções para os Conselhos Regionais e Fede-ral de Psicologia. As chapas vencedorasserão responsáveis pela gestão da autar-quia no próximo triênio.

A cada três anos, os psicólogos brasi-leiros são convocados a expressar sua opi-nião e escolher seus representantes. Paraconduzir o processo no Rio de Janeiro, foiinstituída, em Assembléia Geral Extraordi-nária, realizada em 16 de fevereiro desteano, a Comissão Regional Eleitoral (CRE),conforme estabelecido na Resolução CFPnº 002/00. Foram eleitos membros-efetivosda CRE os psicólogos Sandra NassarGoldstein, Patrícia Jacques Fernandes, Tâ-nia Stein Cynamon. Seus suplentes sãoKátia Lanuza Santos Costa, Flávia MaceriMidão e Lindomar Expedito Silva.

Além de ser um exercício de cidada-nia, o voto é a oportunidade de escolhera chapa que melhor representa suas con-vicções e expectativas, ajudando a defi-nir os rumos da profissão. Quem abre

mão desse direito, deixa a decisão nasmãos de outras pessoas. O voto é obriga-tório, pessoal, secreto e intransferível. Naimpossibilidade de comparecer no dia daeleição, o psicólogo tem que encaminharuma justificativa ao CRP. Devem votarpsicólogos regularmente inscritos noConselho, ou seja, quites com a tesoura-ria em relação aos exercícios anterioresaté o dia das eleições e em pleno gozodos seus direitos. Por isso, se você pos-sui alguma pendência, procure o CRP-05para regularizar sua situação e tornar-seapto a participar do pleito 2004.

O fim do prazo dos pedidos de inscri-ção de chapas para as eleições dos CRPse do CFP coincidiu com os últimos diasdos Congressos Regionais e Nacional dePsicologia, respectivamente. Este ano,apenas a chapa “Cuidar da Profissão”manifestou interesse em concorrer à di-retoria do CFP. No Rio de Janeiro, duaschapas requereram participar do pleito2004. Porém, uma delas não teve sua ins-crição homologada, por não conseguircumprir todos os requisitos previstos nalegislação eleitoral. De acordo com o re-gimento, as chapas devem passar pelos

seguintes trâmites: os psicólogos organi-zados em chapa requerem sua inscrição.A Comissão Regional Eleitoral apura ascondições de elegibilidade de cada mem-bro. Caso haja alguma irregularidade, édeterminado um prazo para saná-la. Apósesse período, há uma nova averiguação.No Rio, após a primeira verificação, ape-nas uma chapa cumpriu todas solicitaçõese teve seu pedido deferido pela CRE.

Cabe esclarecer que, para participarde chapas, o psicólogo deve: ser cidadãobrasileiro, estar em dia com suas obriga-ções eleitorais e militares e com o paga-mento das anuidades do Conselho, livrede condenação a pena superior a doisanos e de infração ética nos últimos cin-co anos. O profissional também nãopode estar exercendo cargo de diretoriaao qual esteja concorrendo nos três me-ses que antecedem ao pleito, possuirvínculo empregatício ou contrato comConselhos de Psicologia, exceto em casode renúncia, nem integrar a ComissãoEleitoral Especial nem a Regional ou terperdido mandato eletivo em Conselho dePsicologia, excluídos os casos de renún-cia e por ausência em plenária.

O voto é aoportunidade de

escolher a chapaque melhor

representa suasconvicções e

anseios

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resentantes nos Conselhos

ZONA 001 SEDE CRP-05/ TIJUCA Rua Delgado de Carvalho, 53 – Tijuca 2ZONA 002 IBMR – Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação Praia de Botafogo, 158 – Botafogo 2ZONA 003 SUB SEDE PETRÓPOLIS Rua Paulo Barbosa, 174 – Sala 15 – Centro 1ZONA 004 SUB SEDE NOVA IGUAÇU Rua Sebastião Herculano de Mattos, 41 – Centro 1ZONA 005 CEPA Rua Senador Dantas, 118 – Centro 1ZONA 006 FUNDAÇÃO TÉCNICO EDUCACIONAL SOUZA MARQUES Rua do Catete, 6 – Glória 2ZONA 007 INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS Rua das Laranjeiras, 232 – Laranjeiras 1ZONA 008 IBMR – Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação Praia de Botafogo, 158 – Botafogo 1ZONA 009 ESCOLA MUNICIPAL ALENCASTRO GUIMARÃES Rua Tonelero, 21 – Copacabana 2ZONA 010 COLÉGIO ESTADUAL INFANTE DOM HENRIQUE Rua Belfort Roxo, 433 – Copacabana 1ZONA 011 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES Rua Joana Angélica, 63 – Ipanema 1ZONA 012 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES Rua Joana Angélica, 63 – Ipanema 3ZONA 013 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Rua do Bispo, 83 – Rio Comprido 1ZONA 014 UERJ Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã 3ZONA 015 CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA Rua 24 de Maio, 797 – Engenho Novo 2ZONA 016 UNIVERCIDADE – CAMPUS MÉIER Rua José Bonifácio, 140 – Méier 1ZONA 017 SENAC – MADUREIRA Rua Ewbanck da Câmara, 91 – Madureira 1ZONA 018 UNIVERSIDADE GAMA FILHO Rua Manoel Vitorino, 625 – Piedade 1ZONA 019 SUAM Av. Paris, 72 – Bonsucesso 1ZONA 020 SENAC IRAJÁ Rua Emiliano Felipe, 173 – Irajá 1ZONA 021 UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO Av. Santa Cruz, 1631 – Realengo 1ZONA 022 FACULDADES INTEGRADAS DE JACAREPAGUÁ Ladeira da Freguesia, 196 – Freguesia 2ZONA 023 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CAMPUS BARRA II Av. Pref. Dulcídio Cardoso, 2900 – Barra da Tijuca 2ZONA 024 FACULDADE MOACYR SREDER BASTOS Rua Engenheiro Trindade, 229 – Campo Grande 1ZONA 025 ACM – ASSOCIAÇÃO CRISTÂ DE MOÇOS Rua Maldonado, 55 – Ribeira – Ilha do Governador 1ZONA 026 TERMINAL RODOVIÁRIO JOÃO GOULART Rua Visconde do Rio Branco, s/nº – Niterói 4ZONA 027 UERJ – FORMAÇÃO DE PROFESSORES Rua Dr. Francisco Portela, 794 – Paraíso – São Gonçalo 1ZONA 028 ESCOLA MUNICIPAL ITÁLIA Av. dos Italianos, 992 – Rocha Miranda 1

Locais de votação no estado do Rio de JaneiroZONAS LOCAL ENDEREÇO URNAS

Como votar

Existem três formas de voto: presencial,por correspondência e em separado.

• Voto presencialOs psicólogos residentes nos municí-

pios do Rio de Janeiro, Niterói, São Gon-çalo, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis ePetrópolis votarão pessoalmente, em urnaseletrônicas disponibilizadas pelo TribunalRegional Eleitoral (TRE). Os locais de vo-tação foram distribuídos seguindo os en-dereços constantes no cadastro do CRP-05e divulgados através de correspondência eem jornais de grande circulação, no mêsde julho, conforme determinado no edital.As informações também estão disponíveisno site do CRP-05 (www.crprj.org.br).Os psicólogos que não receberem a cartacom a determinação dos seus locais de vo-tação até 20 de agosto devem entrar emcontato com o Conselho, através do [email protected], para verifi-cação de sua situação cadastral.

• Voto por correspondênciaNas demais cidades do estado do Rio,

o voto será por correspondência. Nestecaso, o eleitor receberá o material que serápostado em 02 de agosto pela CRE. O voto,para ser computado, deverá chegar aoCRP-05 até as 17h., do dia 27 de agosto.

• Voto em separadoOs psicólogos com débitos junto ao CRP-

05 que desejarem regularizar sua situação fi-nanceira no próprio dia da eleição, tornando-se aptos a votar, só poderão fazê-lo na SedeTijuca, na Rua Delgado de Carvalho, 53, ondehaverá uma urna específica para estes casos.

Nos municípios onde o voto será presen-cial, haverá dois mesários e um presidente deurna. “A princípio, convocamos aqueles pro-fissionais que já trabalharam nas últimas elei-ções, porque eles já têm mais experiência, sa-bem lidar com a urna eletrônica, o que facilitao processo”, explica Sandra Nassar, presidenteda Comissão Regional Eleitoral do CRP-05. Apsicóloga acrescenta que “há uma primeira lis-

ta, mas podem haver desistências, o que abreespaço para outros psicólogos se apresentaremcomo voluntários, lembrando que há uma aju-da de custo para esse dia de trabalho”, afirma.Conforme divulgado em mala direta enviadapelo Conselho, os interessados em integrar amesa eleitoral puderam se cadastrar por e-mailou na sede do CRP-05, até o dia 20 de julho.Os profissionais nomeados pela ComissãoRegional Eleitoral receberam a convocaçãopor correspondência. Em agosto, em data aser divulgada no site www.crprj.org.br,acontece na sede do Conselho uma reuniãocom os 84 mesários e os 42 presidentes dasmesas eleitorais. Cabe ressaltar que a con-vocação é obrigatória e os psicólogos quepor ventura não puderem trabalhar nas elei-ções devem apresentar justificativas.

A apuração será realizada no dia 27 deagosto e a posse dos eleitos acontece no prazode no máximo 30 dias após o pleito. Mais in-formações sobre as eleições podem ser obtidascom a Comissão Regional Eleitoral, na sede doCRP-05, sala 21, às quartas-feiras, entre 11h.e 12h., ou por telefone: 2234-1022 ramal 229.

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Mobilizar e organizar uma ca-tegoria com cerca de 130 milprofissionais, espalhados porum país de mais de 170 mi-

lhões de habitantes. Este é o principal ob-jetivo dos Congressos Nacionais de Psico-logia, realizados a cada três anos, desde de1994. A quinta edição do evento, promovi-do pelo Sistema Conselhos, aconteceu en-tre 17 e 20 de junho, na Universidade deBrasília. Este ano, o tema foi “Prota-gonismo Social da Psicologia – as urgênci-as brasileiras e a construção de respostas dapsicologia às necessidades sociais”. O as-sunto foi dividido nos seguintes eixos: Po-líticas Públicas; Inclusão Social e DireitosHumanos; e Exercício Profissional – áreasemergentes, campo e espaço de atuação eformação e exigência de qualificação. An-tes do V CNP, foram realizados diversoseventos por todo o Brasil, a fim de permi-tir a participação de todos os profissionaisna discussão das diretrizes a serem ado-tadas pelas autarquias regionais e federalno próximo triênio. Entre eles, podemosdestacar os Congressos Regionais, queaprovaram as teses propostas pelos psicó-logos em suas regiões e elegeram delega-dos para o Nacional.

Na abertura do V CNP, o presidente doConselho Federal de Psicologia, RicardoMoretzsohn, deu as boas vindas aos dele-gados de todo o país e falou sobre a impor-tância do evento para a profissão e seusobjetivos, destacando o que foi discutidonos congressos anteriores. Segundo ele, oevento é “a oportunidade que a psicologiatem de redirecionar o caminho que vem tri-lhando e convoca os psicólogos a pensaremno futuro da profissão”.

O secretário de Direitos Humanos doGoverno, Nilmário Miranda, também estevepresente no evento. Em seu discurso, falousobre os direitos da criança e do adolescen-te, posicionando-se contra a redução da ida-de penal. Na ocasião, o secretário afirmouque “a criança deve ser objeto da doutrinada proteção integral”. Moretzsohn acrescen-tou que os psicólogos querem “priorizar po-líticas públicas na área da infância, fortale-cendo assim nosso vínculo com as questõessociais”. O secretário Nilmário Miranda fa-

lou ainda sobre a importância da parceiraentre a Secretaria de Direitos Humanos e oBanco Social de Serviços, para a im-plementação dos princípios do ECA – Esta-tuto da Criança e do Adolescente, voltadosàs medidas socioeducativas em meio aberto.

A cerimônia de abertura do V CNPcontou ainda com a presença do coordena-dor de Saúde Mental do Ministério da Saú-de, Pedro Delgado, que defendeu em seudiscurso a ressocialização do portador desofrimento mental, a reforma psiquiátrica eo tratamento do paciente mental em regimeaberto, e de Juliana Varela, representante daComissão Nacional de Entidades Estudan-tis de Psicologia (Conep). Juliana declarouque os estudantes são favoráveis à inserçãoda psicologia nas políticas públicas. O pri-meiro dia do evento acabou com a leitura ea discussão do regimento interno.

Na manhã seguinte, os 200 delegadosdividiram-se em dez grupos de trabalho,para debater e votar as 260 teses, geradasa partir das 1.099 que chegaram de todopaís ao Conselho Federal de Psicologia atémaio de 2004, para sistematização. A mai-oria das teses versava sobre exercício pro-fissional e complemento de espaço de atu-ações (135). Entre as demais, 80 tratavam

das questões relativas às políticas públicase 45 dos assuntos referentes à inclusãosocial e direitos humanos. De acordo como regimento, os representantes de cadaCongresso Regional foram distribuídosproporcionalmente entre os diversos gru-pos. Nos dois últimos dias do evento, asteses aprovadas pelos grupos foram discu-tidas na Plenária. Os delegados votavampela sua manutenção, exclusão ou altera-ção. Das seis moções apresentadas no en-cerramento do congresso, apenas duas fo-ram apreciadas favoravelmente.

No último dia, expirou o prazo para aapresentação e inscrição das chapas queconcorrerão às eleições para a direção doCFP, que ocorrem no próximo dia 27 deagosto. Apenas uma se inscreveu.

As deliberações resultantes do V CNPdeverão ser aplicadas na elaboração de umprograma de participação efetiva da psico-logia na transformação da sociedade, ampli-ando a inserção social e a possibilidade deformular respostas para as necessidades so-ciais urgentes do Brasil. O campo de atua-ção dos psicólogos cada vez mais extrapolaos limites dos consultórios e os profissionaismostram-se prontos para serem verdadeirosagentes de mudanças sociais.

V CNP: categoria debate seupapel nas mudanças sociais

Acontece

Plenária do V Congresso Nacional vota as teses encaminhadas pelos Regionais

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/2004 13

Ocorreu, no Espírito Santo, entre 24 e 28 de maio, o XSimpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico da AssociaçãoNacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia(ANPEPP). O evento contou com a participação de 437 pesso-as, entre professores-pesquisadores de programas de pós-gra-duação em psicologia filiados à ANPEPP, inscritos nos Gru-pos de Trabalho, e mestrandos ou doutorandos convidados. Ototal de inscritos chegou a 517.

Os encontros acontecem a cada dois anos com o objetivode possibilitar a reunião e intercâmbio científico, incentivan-do a criação de novos grupos de pesquisa e fortalecendo os jáconsolidados. Este ano, o tema central foi “Perspectivas e De-safios da Pós-Graduação Brasileira”. Houve palestras, mesas-redondas e 42 grupos de trabalho. As principais conclusões fo-ram apresentadas em um painel. No encontro, também foi ex-posta uma síntese dos debates, decisões e encaminhamentosdos fóruns de discussão, realizados ao longo do ano no site daANPEPP, conforme reivindicado pelos participantes dosimpósio anterior.

Em breve, estarão disponíveis no site da associação(www.anpepp.org.br) as sínteses do material produzido pelos gru-pos de trabalho e pelos fóruns de discussão.

ANPEPP estimulaprodução acadêmica

A resolução do Conselho Federal dePsicologia (CFP), que regulamenta ouso, a elaboração e a comercialização detestes psicológicos, é a base para o en-contro “Pensando a Avaliação Psicoló-gica”, que acontecerá nos dias 24 e 25de agosto, no auditório Antonio CarlosAmorim, na Escola de Magistratura doEstado do Rio de Janeiro (Emerj). Oevento faz parte das comemoraçõespelo dia do psicólogo (27 de agosto) eestá sendo organizado pelo CRP-05,pela Coordenadoria do Serviço de Psico-logia da Corregedoria Geral de Justiçado Estado do Rio de Janeiro e pelas Fa-culdades Integradas Maria Thereza.

O ensino de disciplinas ligadas àavaliação psicológica restringe-se hoje,em sua maioria, à mera reprodução dosprocedimentos de aplicação e correçãode testes. Para mudar essa realidade,faltam investimentos em pesquisas,fundamentais à criação e à validação deinstrumentos psicométricos, e recursosmateriais, além da carga horária das

Dia do Psicólogo: comemorepensando a avaliação psicológica

disciplinas relacionadas ao tema serrestrita. O encontro é uma proposta dereflexão coletiva a respeito destas ques-tões e sobre a prática dos psicólogos noque se refere ao uso de testes e à avali-ação psicológica.

O evento contará com palestras so-bre: “O sentido da avaliação psicológi-ca”; “Avaliação psicológica na área clí-nica”; “Avaliação psicológica para con-dução de veículos automotivos e portede armas: o que, como e por quê avali-ar?”; “Avaliação psicológica no âmbitojurídico”; “A avaliação psicológica noâmbito das Forças Armadas” e “A ava-liação psicológica na área da psicologiado trabalho”.

As inscrições podem ser feitas por e-mail ([email protected]), telefone(2234-1022 r. 213 ou 231) ou pessoal-mente, na sede do CRP-05 (R. Delgadode Carvalho, 53 - Tijuca), entre os dias7 e 13 de agosto. Ao final do evento, osparticipantes receberão certificados.Não há taxa inscrição.

Pensando a AvaliaçãoPsicológica

Data: 24 e 25 de agostoHorário: 8:30h às 18hLocal: Auditório AntônioCarlos Amorim (EMERJ)Endereço: Av. ErasmoBraga, 115, 4º andar,Centro, Rio de Janeiro.

Inscrições:de 7 a 13 de agostoSede do CRP-05: R.Delgado de Carvalho, 53Tijuca.Tel: 2234-1022r. 213 ou 231e-mail:[email protected]ções:www.crprj.org.br

Congresso comemoracentenário deNise da Silveira

Uma vida dedicada aos doentesmentais. Essa foi a característica maismarcante na história da médica psiqui-atra, pesquisadora e escritora Nise daSilveira, conhecida por introduzir,mundialmente, a primeira instituiçãode tratamento extra-manicomial de portadores de dis-túrbios emocionais. Nos dias 23, 24 e 25 de setembro, a Casa dasPalmeiras, o Instituto Franco Basaglia (IFB) e a Universidade doEstado do Rio de Janeiro (UERJ) organizam o I Congresso Brasi-leiro Nise da Silveira, inaugurando as comemorações pelo seucentenário.

O evento, que será realizado na UERJ, estudará a obra da home-nageada, nas perspectivas biográfica, científica e artística. Haveráuma conferência com o teólogo catarinense Leonardo Boff e mesasredondas com profissionais de diversas áreas, como o poeta FerreiraGullar, o dramaturgo e diretor teatral Augusto Boal, o economistaCelso Furtado e a astróloga Martha Pires Ferreira, entre outros. Alémdisso, serão apresentadas pesquisas e práticas terapêuticas e estudosacadêmicos de professores e estudantes universitários.

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Acontece

I Cong. Int. VII Cong. Brasileiro de Psicopatologia FundamentalData: de 4 a 7 de setembroLocal: Pontifícia Univ. Católica do Rio de Janeiro - PUC- RJInformações:Tel: (11) 3661-6519E-mail: [email protected]: www.psicopatologiafundamental.org

VI Encontro Clio-PsiquéData: de 20 a 22 de outubroLocal: UERJInformações:Tel: (21) 2587-7707E-mail: [email protected]: www.cepuerj.uerj.br

III Encontro em História da Medicina Mental e Saberes Afinse IX Congresso Brasileiro de História da MedicinaData: 5 e 6 de novembro / 8 a 10 de novembroLocal: sede da Academia Nacional de Medicina AfinsInformações:E-mail: [email protected]: www.congrhistoriadamedicina.coc.fiocruz.br

VI Congresso Brasileiro de Psicologia do Trânsito “NovosRumos da Circulação Humana”Data: de 10 a 13 de novembroLocal: Campo Grande – MSInformações:Site: www.pol.org.br

X Encontro da Abrapso Regional SulData: de 03 a 06 de setembroLocal: Pontifícia Univ. Católica do Rio de Janeiro - PUC-PRInformações:Tel: (41) 343-3904 / 343-8094E-mail: [email protected]: www.eventosrd.com.br

I Congresso de Psicologia da Região Centro-OesteData: de 9 a 12 de outubroLocal: Universidade Católica de Brasília - Campus IInformações:E-mail: [email protected]: www.ucb.br/posgraduacao/psicologia

III Congresso Paulista de Psicossomática - “Pensando o futuroda psicossomática: realidades, angústias e esperanças”.Data: 11 e 12 de outubroLocal: Sede da Ass. Brasileira de Med. Psicossomática (ABMP) - SPInformações:Tel: (11) 3285.2803E-mail: [email protected]: www.psicossomatica-sp.org.br

Segunda edição do Prêmio de Inclusão Social – Saúde MentalData: 14 de outubroLocal: Salvador - BAInformações:Tel: (11) 3742-3601E-mail: [email protected]: www.premiodeinclusao.com.br

I Fórum de Debates Sociedade Rorschach de São Paulo“Ciclo de Vivência”Data: de 1º a 3 de outubro

Local: Estação Ciência - SPInformações:Tel: (11) 5083-8271/ 5539-0009E-mail: [email protected]: www.rorschach.com.br

III Congresso Latino-americano de Alternativas emPsicologiaData: de 22 e 25 de setembroLocal: Acapulco, cidade do MéxicoInformações:Tel: (11) 5341-8012E-mail: [email protected]: www.amapsi.org

XIII Fórum Internacional de Psicanálise: “As Múltiplas Facesda Perversão”Data: de 24 a 28 de agostoEndereço: Mercure Hotel - Belo Horizonte - MGInformações:Tel: (31) 3298-4138 / 3223-6115E-mail: [email protected]: www.cpmg.org.br

Simpósio Internacional sobre a Juventude BrasileiraData: de 20 a 22 de outubroEndereço: UFRJ – Campus Praia VermelhaInformações:Tel: 2295-3208E-mail: [email protected]: www.jubra.ufrj.br

XII Congreso Mundial de Educación ComparadaData: de 25 a 29 de outubroEndereço: Palacio de Convenciones de La Habana – CubaInformações:E-mail: [email protected]: http://12wcces.cujae.edu.cu

15º Congresso Internacional em Questões de Saúde daMulherData: de 7 a 10 de novembroEndereço: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, em São Pedro - SPInformações:Tel: 2295-3208E-mail: [email protected]: www.eerp.usp.br

Jornadas Latinoamericanas de Investigación Y Práctica EnPsicologia EducacionalData: 8 e 9 de outubroLocal: Facultad de Psicologia,Universidad de Buenos Aires -ArgentinaInformações:E-mail: [email protected] / [email protected]

XIII Encontro Brasileiro de Psicoterapia e MedicinaComportamental e II Encontro Internacional da ABA –Association for Behavior AnalysisData: de 12 e 15 de outubroLocal: Hotel The Royal Palm Plaza – Campinas - SPInformações:Tel: (19) 3254-3055 / 1107E-mail: [email protected]: www.abainternational.org/brazil/

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/2004 15

OProjeto de Lei 25/02 – que de-fine como Ato Médico todos osprocedimentos diagnósticos outerapêuticos que envolvam a pre-

venção e os cuidados da atenção a saúde pri-mária, secundária e terciária – continua sen-do debatido pelos diversos Conselhos Profis-sionais da área de saúde, entre eles o CFP.

Em 23 de junho, o senador Tião Viana(PT-AC), relator da Comissão de Constitui-ção e Justiça e Cidadania (CCJC) do Sena-do Federal, apresentou seu parecer sobre oPL 25/02. Segundo ele, o projeto foi aper-feiçoado, na forma de três emendas e umasubemenda. Nesta data, foi concedido pe-dido de vista coletiva aos senadoresDemóstenes Torres, Mozarildo Cavalcantie Serys Slhessarenko. Assim, a votação naCCJC foi adiada para o dia 30 de junho,quando o projeto foi aprovado. Agora, otexto passa para a Comissão de AssuntosSociais (CAS), presidida pela senadora Lú-cia Vânia (PSDB-GO).

O PL 25/02 foi amplamente debatidono Fórum dos Conselhos Federais daÁrea de Saúde (FCFAS), que, em 4 dejunho, se reuniu para, dentre outros as-suntos, elaborar um ofício a ser encami-nhado ao senador Tião Viana, juntamen-te com a proposta de um novo texto parao projeto. Isto porque o Conselho Fede-ral de Medicina (CFM), argumentando anecessidade de regular a profissão domédico, solicitou que se buscasse umtexto de consenso, que não prejudiqueas demais categorias. O impasse foi cau-sado pelo fato do projeto restringir aosmédicos procedimentos utilizados pordiversos profissionais da área de saúde,interferindo em suas funções. Apesar defortemente defendido pelo CFM, o PLtambém não é consenso entre a classemédica. O deputado federal FlorisvaldoFier (PT-PR), pediatra e médico sanita-rista, por exemplo, afirma que esta lei“vem muito mais com caráter de preser-vação do mercado”.

A primeira emenda da proposta substi-tutiva do senador Tião Viana institui queas atividades de prevenção primária eterciária que não impliquem a execução dediagnóstico e indicações terapêuticas po-

Projeto de lei do Ato Médico érepudiado pelo CFP

dem ser atos comparti-lhados com outros pro-fissionais de saúde, den-tro dos limites impostospela legislação perti-nente. Foram definidascomo funções privati-vas do médico: coor-denação, direção, che-fia, perícia, auditoriae supervisão vincula-das, de forma imedi-ata e direta, a procedimentos médicos,sendo excluídas as funções de direçãoadministrativa de estabelecimentos desaúde e de direção, chefia, supervisão,entre outros, que dispensem formaçãomédica ou exijam qualificação profissi-onal de outra natureza.

Apesar de reconhecer a importância dasmudanças realizadas pelo senador, os Con-selhos Profissionais da área da saúde con-sideram que as transformações no textoainda não foram suficientes. Um dos pon-tos de discórdia, o artigo que estabeleceque “são atos privativos do médico a for-mulação do diagnóstico médico e a prescri-ção terapêutica das doenças”, por exemplo,foi mantido. Por isso, o Conselho Federalde Psicologia entregou aos senadores daCCJC um manifesto, onde cita parte do pa-recer da Comissão Intersetorial de Saúde,afirmando que o “velho modelo” à saúde,centrado na figura do médico, deve sersubstituído por outro mais amplo. No do-cumento, o CFP explica que “não cabe sub-meter toda uma área ao processo decisóriode uma única categoria e é dentro dessaconvicção que os psicólogos brasileirosmanifestam sua idéia de que a saúde sópode ser concebida como atividade multi-disciplinar e multiprofissional, devendodessa forma ser tratada em todas as açõesque pretendam disciplinar esse campo”.

Continuando os protestos contra aaprovação do PL, foi referendada umamoção de repúdio ao mesmo, na cerimô-nia de encerramento do Congresso Brasi-leiro de Centros de Atenção Psicossocial(CAPS), que ocorreu entre 28 de junho e1º de julho, em São Paulo, e um abaixo-assinado dos médicos presentes no Con-

gresso, manifestando-se contra a aprova-ção do projeto. As moções deverão serencaminhadas para todos os Conselhosda área de saúde, à Câmara e ao SenadoFederal, inclusive para a CAS. No docu-mento, os participantes do evento decla-ram que o PL 25/02 propõe a regulamen-tação do ato médico em oposição aosprincípios e diretrizes estabelecidos peloSistema Único de Saúde (SUS), ao esta-belecer a hierarquização e hegemonia deuma profissão do campo da saúde sobreas demais. Na ocasião, também foram de-fendidas a interdisciplinariedade e ahorizontalização das relações de trabalho,de importância vital para a consolidaçãoda transformação do modelo de atençãoà saúde mental no país.

O CFP vem participando ativamentedas discussões em torno do PL 25/02. Aautarquia também colaborou na formulaçãodo texto elaborado no Fórum dos Conse-lhos Federais de Saúde, procurando salva-guardar os interesses das demais profissõesda área de saúde. Além disso, tomou a ini-ciativa de promover uma campanha afirma-tiva pela multidisciplinariedade no setor,cujo cartaz foi veiculado no Congresso deCAPS. O momento é de ofensiva juntoaos senadores da CAS e de atos públicos,que mostrem à sociedade o que está sen-do definido. Participe enviando sua opi-nião aos senadores da CAS e informe-sepelos sites do CRP-05 e do CFP sobre asatividades que serão programadas.

Legislação

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/200416

Legislação

Lídia Levy – PUC – RJ“A PUC foi a pioneira na adaptação

do currículo às diretrizes curriculares.Em 1998, foi feita uma reforma cur-ricular baseada nas discussões em tor-no da elaboração das diretrizes. A uni-versidade promoveu debates com coor-denadores de outras faculdades, paramostrar seu currículo e sugerir adapta-ções nos demais cursos. O currículo de1998 já foi feito com base na formaçãogeneralista. Esse modelo funciona bem,já há quase seis anos. Não houve dificul-dades, a não ser burocráticas. Os alunosaprovaram. Em relação as diretrizespublicadas em abril no Diário Oficial, aPUC não debateu a questão com osprofessores, nem com os alunos, mas

Repercussão das novas diretrizescurriculares em Psicologia no Rio

acredita que não houve mudança signi-ficativa no currículo em comparação aojá usado pela instituição”.

Rosinda Oliveira – UniversidadeEstácio de Sá

“O currículo vigente na Estácio, quefunciona desde o segundo semestre de1999, já contempla boa parte das dire-trizes curriculares recém-publicadas noDiário Oficial. Ele foi elaborado baseadonas discussões em torno da questão. Noentanto, algumas modificações preci-sam ser feitas, para atender ainda maisàs novas diretrizes. Já temos duas ênfa-ses implementadas, uma em saúde co-letiva e a outra em psicologia clínica. Auniversidade quer torná-las mais espe-

cíficas. Temos também um bachareladoem iniciação científica que é optativo,mas pretendemos transformá-lo emobrigatório. Há uma proposta de refor-ma curricular, que deve acontecer noprimeiro semestre de 2005. Ela será ide-al para nos adequarmos cada vez maisàs diretrizes. Acredito que o CRP pode-ria fazer um fórum entre os coordena-dores de cursos para discutirmos aquestão das ênfases.”

Ruth Machado – UFRJ“A Reforma Curricular que está sen-

do realizada pelo Instituto de Psicologiada UFRJ para 2005 está de acordo comas diretrizes. Elas refletem nossa preo-cupação com a formação. O currículo

No último dia 12 de abril, o ConselhoNacional de Educação (CNE) publicou noDiário Oficial da União (DOU) as diretri-zes curriculares para os cursos de gradua-ção em psicologia. Desde 1999, quando aComissão de Especialistas, constituída peloMinistério da Educação e Cultura (MEC),apresentou sua primeira proposta, ocorre-ram várias manifestações contrárias à pro-posta governamental. Enquanto o MECdefendia uma formação segmentada, osparticipantes do Fórum de Entidades Naci-onais de Psicologia, entre eles o CFP, reco-mendavam a adoção de uma formaçãogeneralista, que permite a atuação em to-das as áreas da profissão (professor, bacha-rel e psicólogo). Após vários encontros, emfevereiro deste ano, chegou-se a um con-senso e foi elaborado por uma comissão deconciliação o documento usado como re-ferência para a elaboração das novas dire-trizes curriculares.

Na reunião, todos tomaram ciência do I Seminário Nacional sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos dePsicologia, organizado pela ABEP, e se comprometeram a fazer o possível para participar do evento. O encontro ocorrerá em Brasília,nos dias 2 e 3 de agosto, e tem por objetivo discutir as implicações operacionais e técnico-científicas para o ensino da psicologia,decorrentes da homologação das novas diretrizes. Para obter mais informações, consulte o site www.abepsi.org.br ou entre em conta-to nos seguintes telefones: (61) 328-4433 ou (61) 328-3163. Ao final, serão emitidos certificados para os participantes.

Com o intuito de debater a implan-tação do novo currículo no estado, oCRP-05 convidou os coordenadoresdos cursos de psicologia das faculda-des do Rio de Janeiro para uma reuniãoem sua sede, realizada no dia 12 de ju-lho. Estiveram presentes os coordena-dores da Faculdade Celso Lisboa,Aglae de Queiroz Carvalho, da Facul-dade Severino Sombra, Fátima Rocha,da Universidade do Estado do Rio deJaneiro (UERJ), Neuza Eiras, da Uni-versidade Estácio de Sá, campus Re-bouças,Rosinda Oliveira, e da Univer-sidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Ruth Machado, além do auxi-liar de coordenação da Faculdade Ma-ria Thereza, Sávio Valviesse.

Na ocasião, a presidente do CRP-05, Diva Lúcia Conde, esclareceu que“os Conselhos Regionais de Psicolo-gia participaram e pressionaram de di-

versas formas o MEC, antes da apro-vação das diretrizes. Consolidada umaproposta que contou com o acordo dasautoridades do ministério e dos repre-sentantes do Fórum Nacional de Enti-dades de Psicologia, as autarquias dis-põem-se a apoiar as instituições deformação no processo de implemen-tação das diretrizes”. Na reunião,constata-se que ainda há muitas dúvi-das. A principal refere-se ao prazo queos cursos têm para se adequar ao novocurrículo. Ao final, os presentes defi-niram que as faculdades apresentarãosua proposta de grade curricular, jáconsiderando a orientação prevista nasdiretrizes, em uma série de encontros,a serem realizados no auditório doCRP. O primeiro está previsto para 17de agosto, entre 14h e 16 h, quando aFaculdade Maria Thereza e a UFRJapresentarão suas proposições.

Repercussão das novas diretrizes nos cursos de psicologia do estado do Rio de Janeiro

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/2004 17

A violência doméstica é uma questãouniversal que atinge milhares de pessoas, namaioria das vezes de forma silenciosa. Natentativa de tratar o tema em sua dimensãosocial e jurídica, o presidente Luiz InácioLula da Silva sancionou, no dia 1º de julho,a lei 10.886/04, que tipifica este tipo de vio-lência no Código Penal Brasileiro.

O projeto, de autoria da deputada fe-deral Iara Bernardi (PT-SP), define juri-dicamente o crime da violência domésti-ca, além de estipular a pena para oagressor: detenção de seis meses a um

Violência doméstica agora é crimeano, podendo ser aumentada em 1/3, se alesão for praticada contra filhos, pais, ir-mãos ou companheiro. Iara comemorou asanção da lei e declarou que é “uma gran-de vitória para todos que sofrem com asagressões físicas, morais e psíquicas den-tro do convívio familiar”. A deputadaacrescentou esperar que agora os agres-sores pensem duas vezes antes de levan-tar a mão e busquem alternativas para umconvívio doméstico harmônico”.

A Unicef estima que, diariamente, 18mil crianças e adolescentes sejam espan-

cados no Brasil. As mulheres também sãovítimas constantes deste tipo de agressão.Segundo a Organização Mundial da Saú-de (OMS), foram agredidas fisicamentepor seus parceiros entre 10% e 34% dasmulheres do mundo. Em 2001, a FundaçãoPerseu Abramo realizou pesquisa, a qualconstatou que cerca de 6,8 milhões de mu-lheres já foram espancadas ao menos umavez, no país. Por isso, a sanção da lei foiconsiderada uma vitória na luta contra aviolência doméstica, infelizmente, tão co-mum no território nacional.

proposto já está arrumado por eixosestruturantes e núcleos, e apenas emfase de ajustes. Desde já, no entanto, oInstituto está empenhado em engajaros estudantes em atividades de Moni-toria e Extensão, através da participaçãoem atividades acadêmicas e científicase na valorização das interfaces comcampos de saber afins com a Psicologia.Cada semestre começa com uma Sema-na Acadêmica, com especial atenção àSemana de Ambientação de Novos Alu-nos. Assim os alunos vão diversificandosuas atividades e enriquecendo seu dia-a-dia na instituição”.

Neusa Eiras – UERJ“O Instituto de Psicologia da UERJ

só vai pensar em reforma curricular de-pois de agosto, quando mudam oschefes de departamento. Eu acreditoque vamos ter que mexer em algunspontos do nosso currículo para adap-tá-lo às diretrizes, mas nada muito ra-dical. Ainda não conversamos com ocorpo docente nem com os alunospara saber o que estão pensando so-bre as novas diretrizes.”

Glória Sadala – Universidade Veiga deAlmeida

“Como o curso da UVA é novo, foiaprovado pelo MEC em agosto de 2003,o currículo dele já foi todo baseado nasdiscussões das diretrizes. Mas algumasmudanças pequenas serão necessárias,para aperfeiçoá-lo, principalmente noque diz respeito ao estágio básico super-visionado. Ainda temos que enquadrá-lodentro das normas, mas não será uma al-

teração grande e nem complicada. Acre-dito que todos os professores e os alunosque tiveram acesso ao documento con-cordaram com o que foi proposto pelasdiretrizes, até porque já trabalhamos den-tro do método descrito por elas.”

Inalva Pereira – Universidade SantaÚrsula

“Não foi necessário fazermos ne-nhuma adaptação no nosso currículovigente porque ele é totalmente ade-quado às disciplinas. O que estamos fa-zendo é apenas acrescentando algu-mas matérias eletivas, como Psicologiado Esporte, Gestalt e Psicologia Hospi-talar. Antes de incluírmos essas matéri-as na grade, fazemos palestras com osalunos, explicando os conteúdos, paraverificar a demanda. Todas as disciplinastêm sido bem aceitas, as turmas estãocheias. Creio que todos da universidadeconcordaram com as diretrizes já queaqui, na verdade, elas vieram apenasoficializar o que já vinha sendo feito.”

Francisco Faria – FaculdadesIntegradas Maria Thereza

“Nós recebemos no mês de junho avisita da Comissão Avaliadora do INEP ediscutimos o nosso currículo. Ele precisaser adaptado às novas diretrizes porqueconta com alguns pontos que foram ex-cluídos do documento publicado no Di-ário Oficial, como a questão do bachare-lado, por exemplo. Estamos iniciando, en-tão uma reforma curricular baseada nasdiretrizes. Acreditamos que não existirãomuitas dificuldades, já que a maior partedos alunos e professores está de acordo.”

Carlos Alberto Marconi – UniversidadeGama Filho

“A Gama Filho já estava em proces-so de reforma curricular quando as di-retrizes foram publicadas no DiárioOficial. Vamos ter que fazer algumasmudanças agora. Distribuímos o textodas diretrizes para todos os professo-res e pretendemos fazer uma reuniãopara discutir o tema e pensar nasadaptações que faremos no currículodo curso. Não se sabe a opinião de to-dos ainda, mas eu, particularmente,discordo de alguns pontos. Acho quea questão das ênfases ficou poucoclara, acredito que seja uma espéciede especialização “mascarada”. No en-tanto, não cabe mais discutir. A lutapela definição das diretrizes já foi en-cerrada e partimos agora para as mu-danças dentro de cada universidade.Independentemente de concordar-mos ou não, temos que cumprí-las.”

Aglae de Queiroz Carvalho – FaculdadeCelso Lisboa

“Eu, assim como a maioria dos co-ordenadores das universidades doRio, não estou entendendo com clare-za alguns pontos das diretrizes, comoa idéia do perfil único e a questão deformação de professores, se vai serobrigatória ou não. Estamos nos reu-nindo com o CRP. Além disso, nos dias2 e 3 de agosto, haverá um seminárioem Brasília sobre o assunto. A CelsoLisboa achou melhor deixar a reformacurricular para depois desse evento,porque os pontos duvidosos vão estarmais claros para nós.”

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Boletim CRP-05 • Ano 1 • nº 3 • Agosto/200418

Adiscussão sobre a PolíticaNacional Antidrogas é cadavez mais presente na socieda-de, principalmente, por sua as-

sociação com a violência. Mesmo assim, apolêmica não vem inibindo o uso de drogas.Pesquisa do Centro Brasileiro de Informaçõessobre Drogas (CEBRID) revela que 19,4%dos brasileiros já usaram drogas ilícitas.

Por isso, para tratar do tema, entre osdias 16 e 26 de junho, foi realizada a VISemana Nacional Antidrogas. Criado, em1999, o evento visa conscientizar e mobili-zar a sociedade brasileira em relação aosproblemas e às atividades de redução dademanda e oferta das drogas.

O período escolhido envolveu a datado aniversário da criação da SecretariaNacional Antidrogas (SENAD), em 19 dejunho, e o Dia Internacional da Luta con-tra o Uso Indevido e o Tráfico de Drogas,comemorado no dia 26. A Semana é umaparceria da SENAD com órgãos da Admi-nistração Pública Federal, Conselhos Es-taduais e Municipais Antidrogas e entida-des da sociedade civil. Na sua abertura, opresidente Luiz Inácio Lula da Silva dis-cursou destacando a necessidade decentrar esforços na integração das políti-cas públicas setoriais com a Política Naci-onal Antidrogas. Durante a cerimônia, foianunciada ainda a criação de um serviçotelefônico gratuito de orientação a usuári-os de drogas lícitas e ilícitas, que começa-rá a funcionar a partir de agosto e atingiráa todas as capitais até o final do ano. EmBrasília, a Semana contou também comuma Mostra de Cinema sobre Drogas, ainauguração de uma biblioteca especi-alizada no tema, além de seminários.

No Rio de Janeiro, o Conselho Estadu-al Antidrogas organizou uma programaçãovariada, que começou em Friburgo, com oI Encontro Regional sobre Drogas e Res-ponsabilidade Social. No dia 21, aconteceu,no Palácio Tiradentes, assim como no Dis-trito Federal, a videoconferência do Semi-nário Internacional “Políticas Públicas so-bre Drogas”, que contou com a participa-ção do Canadá, Reino Unido, Portugal, Pa-íses Baixos, Suécia e Suíça. Além disso,foram realizadas diversas atividades desensibilização da população, no metrô daCarioca, nos aeoroportos Santos Dumont eTom Jobim, nas barcas Rio-Niterói e narodoviária Novo Rio. Em 24 de junho,ocorreu, no Maracanã, a Corrida pela Vida,

organizada em diversas capitais, com oapoio da Secretaria de Esportes do Estado.

Apesar de não ser uma droga ilícita, oálcool não foi esquecido. Na data de en-cerramento da Semana, foi lançada a cam-panha “Beber e Dirigir”, em todo o país,com distribuição de folhetos explicativos,alertando os motoristas para os risco dedirigirem embriagados. As atividades doevento na cidade do Rio foram concluídasno IV Simpósio de Gestão Social Co-Res-ponsável nas Ações Preventivas ao UsoIndevido de Álcool e Drogas, em 29 de ju-nho, na Escola de Magistratura do Estadodo Rio de Janeiro.

No entanto, a ação mais comentada daVI Semana Nacional Antidrogas no Rio foia queima de 85,5 toneladas de entorpecen-

tes apreendidos em Mato Grosso do Sul eno Paraná, nos fornos da Companhia Side-rúrgica Nacional (CSN), em Volta Redon-da, no último dia de evento.

Ao final, a mensagem deixada pela VISemana foi o cultivo de parcerias, a buscada cooperação e a geração de solidarieda-de. Segundo a SENAD, por meio da for-mação de redes sociais, seu trabalho seráfortalecido e sua ações contribuirão paradiminuir os riscos e os danos à saúde pro-vocados pelo uso indevido de drogas.

Apesar desse tipo de inciativa, quevisa à conscientização da sociedade sobreo tema, ainda há muito o que se pensar arespeito da Política Nacional Antidrogasno Brasil. A legislação do país vem apre-sentando um caráter proibicionista, inspi-rado no modelo norte-americano, crimina-lizando não só a produção e a comer-cialização, mas também o uso de algumas

substâncias psicoativas, consideradas ile-gais. O Projeto de Lei 115 de 2002, apro-vado na Câmara, no Senado e sancionadopelo presidente Lula, ainda não é o ideal.O texto dispõe sobre o Sistema NacionalAntidrogas, a prevenção, a repressão e otratamento; define crimes e regula o pro-cedimento a serem adotados nesses casos.Ao contrário da posição que vem sendoadotada em inúmeros países desenvolvi-dos, que vêm deixando de criminalizar aposse de substâncias psicoativas para uti-lização pessoal, considerando o usoabusivo de drogas como uma questão desaúde pública e de educação, o projeto delei aprovado mantém a criminalização, ve-dando apenas a prisão do usuário. Esseavanço é limitado, pois o texto não esta-belece parâmetros claros de diferenciaçãoentre o usuário e o traficante.

Assim, a falta de clareza em diversosartigos do texto permite brechas para in-terpretações subjetivas. O PL consideratráfico adquirir, oferecer, trazer consigo,entregar a consumo ou fornecer drogas,ainda que gratuitamente. Para determinarse a droga é para consumo pessoal, o juizdeve observar a natureza e quantidade dasubstância apreendida, o local e as con-dições em que se realizou a ação, as cir-cunstâncias pessoais e sociais e a condu-ta e antecedentes do agente. No entanto,não são estabelecidos critérios objetivos,a fim de permitir uma avaliação isenta.Esses fatores também devem ser analisa-dos no momento da fixação da pena. As-sim, o usuário pode acabar sendo punido,inclusive, com a prisão. Cabe lembrarque, caso o agente seja considerado trafi-cante, sua pena será mais elevada.

Podemos ressaltar ainda o fato de o pro-jeto estabelecer o tratamento compulsóriocomo uma pena a ser aplicada pelo juiz, de-legando ao psicólogo o papel de agente exe-cutor da penalidade a ser aplicada ao indiví-duo. Tal atitude fere os princípios éticos etécnicos da profissão. Por isso, o ConselhoFederal de Psicologia tem buscado amadu-recer com os Regionais alternativas que ul-trapassem essa perspectiva, entendendo queo diálogo com as diferentes instâncias soci-ais é fundamental, a fim de assegurar ospreceitos éticos. Essas iniciativas tambémdevem contribuir para a construção de polí-ticas públicas mais inclusivas neste campo,como as de “Redução de Danos”, que vemse ampliando por todo o Brasil.

Política Antidrogas em debate

Legislação

A legislação vemapresentando um caráter

proibicionista,criminalizando o uso de

algumas substânciaspsicoativas

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